Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
É praticamente impossível comparar esporte tão longevo sob o
mesmo critério. Os tempos mudam, as circunstâncias e contextos também, assim
como a tecnologia.
Na F1, não dá para comparar os anos 1980 com os anos 1950 e
1960, assim como não são comparáveis os anos 1990 com os atuais. Tudo é
subjetivo, a tecnologia muda, os regulamentos também, então depende muito do
critério, de puxar a sardinha para cada brasa e também a dose de saudosismo. O
meu tempo é sempre melhor que os dos outros, e por aí vai.
Os números absolutos também são relativos. Por exemplo,
antigamente eram poucas corridas (quando o calendário teve 16, passou a ser
muito!). Com um equilíbrio maior entre os carros e mais quebras em virtude do
menor desenvolvimento tecnológico, era muito raro empilhar tantas vitórias no
ano ou em campeonatos consecutivos.
As coisas começaram a mudar justamente no final dos anos
1980, quando as hegemonias começaram a ganhar força. Você sabe: McLaren Honda,
depois a Williams, Ferrari de Schumacher, Red Bull de Vettel, Mercedes de
Hamilton e agora a Red Bull de Verstappen.
Todo esse contexto explica porque, tão jovem, Verstappen já
está entre os cinco maiores vencedores da história da categoria e provavelmente
será top 3 em menos de um ano. Com 26 anos. Uma loucura. Os motivos, além do
talento excepcional, são: precocidade (pilotos estreiam cada vez mais jovens; o
próprio Max entrou na categoria sendo um menor de idade), maior tempo de
hegemonia e mais corridas para ganhar numa mesma temporada quando tiver um
carro dominante ou muito bom.
Os grandes da história se valeram de todos esses aspectos.
Só ver a lista, os números e as hegemonias. A diferença é que uns tiveram mais
tempo no topo do que outros.
Listas são relativas. Números são números. Eles não falam
tudo. É por isso que existem as discussões sobre quem é o melhor piloto da
história, se é Senna, Schumacher, Fangio, Clark, Hill ou Jackie Stewart. Como
comparar eras diferentes? É possível?
A discussão não é essa, e sim que as pessoas não devem se
impressionar ou achar um absurdo quando pilotos alcançam marcas tão
impressionantes ainda tão jovens. É a F1. Os novos e atuais tempos. Um esporte
cada vez mais precoce e para jovens. No entanto, engana-se que é qualquer um
que pode acrescentar tais estatísticas. A lista mostra por si só. A história
também.
A temporada fantástica em termos de emoção, drama e
polêmica, com contornos de filme hollywoodiano, fez com que a F1 estourasse
fora da bolha em 2021. Ainda em um mundo no final da pandemia, a rivalidade
entre o midiático Lewis Hamilton e o grande ídolo da bolha hardcore da F1, Max
Verstappen, catapultou o sucesso da audiência da F1.
A série da Netflix e os movimentos da Liberty Media desde
2016 tiveram o grande ápice em dezembro de 2021. Ápice e decadência. A decisão
do campeonato foi muito contestada, como vocês sabem. Basicamente, o então
diretor de provas Michael Mais fez uma interpretação pessoal do regulamento e
isso ajudou Max a ganhar o primeiro título. Mais do que isso, derrotar uma
hegemonia.
Para quem não era muito afeito a categoria, poderia se pensar
que a F1 deveria ser assim sempre. Emoção até a última volta da última corrida.
Como vocês sabem, 2021 foi uma ilusão, um ponto fora da curva. A F1 é feita de
hegemonias.
Pegando desde os anos 1980, tivemos os domínios absolutas da
McLaren Honda, a Williams dos anos 1990, a Ferrari de Schumacher, a Red Bull de
Vettel e a Mercedes de Hamilton. Se atentem a um detalhe.
Com os regulamentos e eras mudando esporadicamente, não é
coincidência que tivemos três hegemonias consecutivas, praticamente. Schumacher,
Vettel e Hamilton. Cinco, quatro e sete anos, respectivamente.
Carros dominantes sempre existiram em uma temporada, talvez
duas ou três. Tivemos a Benetton de Schumacher, a McLaren do Hakkinen, a
Renault de Alonso. O detalhe fundamental: naquela época, os testes eram livres
e ilimitados. Equipes com estrutura podiam recuperar terreno no mesmo ano caso
o início fosse complicado. Foi assim que a Ferrari garantiu o hexa para
Schumacher em 2003, por exemplo.
A McLaren, na primeira corrida de 1998, deu volta em quase
todo mundo. Se fosse com o regulamento atual, eles teriam vencido quase todas
as corridas. No entanto, as equipes se desenvolveram e houve uma luta pelo
campeonato, embora naquele ano Mika Hakkinen tenha garantido o primeiro título
da carreira.
A troca de forças da F1 depende de novos regulamentos e
desenvolvimentos de projetos a longo prazo. O primeiro caso é o famoso conto de
fadas da Brawn. Uma leitura diferenciada do regulamento e a história foi feita.
Red Bull e Mercedes tiveram um carro bem nascido e, no caso
dos alemães, uma grande vantagem inicial com o motor. Tanto é que a Williams,
um dos piores carros do grid, passou a andar na frente justamente pela
superioridade do motor alemão em relação aos demais.
Em regulamentos novos, é preciso tempo para que o equilíbrio
seja alcançado. Vejam quanto tempo a Ferrari e a Honda demoraram para ser
competitivas. A Renault ainda não chegou lá. 2021 foi o final de todo um
processo.
Agora, com o novo regulamento iniciado no ano passado e que
vai durar mais três ou quatro temporadas, a vantagem é da Red Bull. A Mercedes
perde terreno ao fazer uma aposta equivocada. Sem testes ilimitados, vai
demorar para que Ferrari, Mercedes ou qualquer outra cheguem no ápice do
desenvolvimento. A Red Bull vai fazer isso primeiro. Talvez, no último ano do
regulamento, possamos ter esse equilíbrio maior de forças.
Portanto, 2021 é uma ilusão. A F1 é feita de eras. A F1
moderna é construída por eras cada vez maiores. No momento, estamos no tempo de
Max Verstappen e da Red Bull. Acostumem-se até, quem sabe, a chegada do novo
regulamento.
25 anos longe do calendário da F1, no mínimo duas gerações de fãs não são familiares ao tempo onde Portugal recebia anualmente um Grande Prêmio. Então, no post de hoje, vamos relembrar algumas corridas marcantes nesse circuito.
Começando, é claro, por 1985. Quem não sabe que foi em Estoril que Ayrton Senna fez sua primeira pole e venceu de baixo de um dilúvio bem no feriado de Tiradentes e no dia que morreu Tancredo Neves, o então presidente que iria tomar posse após a ditadura militar? Relembre:
1990: Na antepenúltima etapa da temporada, a disputa era entre Senna na McLaren contra Prost na Ferrari. No entanto, o paddock tinha algumas informações quentes: o surpreendente Jean Alesi, na Tyrrell, optou por assinar com a Ferrari. O francês chegou a estar alinhado com a poderosa Williams. Os italianos também ofereceram contrato de um ano para Alessandro Nannini, mas este recusou.
Nigel Mansell, desgostoso com o tratamento na Ferrari, tinha anunciado aposentadoria para o final do ano. No entanto, informações davam conta de que o inglês assinaria com a Williams por duas temporadas. Quis também o destino que Mansell conquistasse a única vitória na temporada em Estoril. A corrida acabou dez voltas mais cedo depois do acidente entre Alex Caffi (Arrows) e Aguri Suzuki (Larrousse). Senna chegou a frente de Prost e deu um passo importante para conquistar o bicampeonato.
1992: mais uma vez o extra-pista foi marcante em Estoril. Naquele final de semana, foi confirmado o retorno de Alain Prost para a F1 na poderosa Williams, assim como o acerto da ida de Nigel Mansell para a Indy, na equipe Newman-Haas. Campeão na Hungria, o Leão venceu pela nona vez na temporada, um recorde até então.
1993: de volta a F1, Prost tinha o "carro de outro planeta", em mais uma temporada hegemônica da Williams. Naquele final de semana, mais bombas: Michael Andretti tinha saído da McLaren e voltado para o CART, nos Estados Unidos. Para o seu lugar, estreou um certo Mika Hakkinen como companheiro de equipe de Ayrton Senna... o brasileiro, por sua vez, anunciou para os jornalistas brasileiros que não continuaria na McLaren em 1994 e afirmou que Prost estava se aposentando. Dito e feito: o francês falou pouco depois e confirmou a decisão.
Na pista, Prost sacramentou o tetracampeonato mundial com um segundo lugar, atrás de Michael Schumacher, que venceu pela Benetton. Na época, o francês foi apenas o segundo piloto da história a atingir quatro conquistas ou mais.
Foto: AutoRacing
1995: a penúltima vez em Estoril, um pouco depois que nasci, tinha Schumacher cada vez mais perto do bicampeonato com a Benetton, mas a Williams tentava incomodar. David Coulthard largou na pole e venceu pela primeira vez na carreira antes de partir para a McLaren. A corrida também foi marcada pelo acidente na largada entre Katayama (Tyrrell), Luca Badoer (Minardi), Roberto Pupo Moreno, Pedro Paulo Diniz (ambos da Forti Corse) e Andrea Montermini (Pacific).
Essa são algumas das lembranças do Grande Prêmio de Portugal, de volta ao calendário, de forma excepcional, neste 2020 inédito no também novo circuito de Algarve, em Portimão.
Hoje faz 30 anos do histórico incidente entre Senna e Prost que culminou com o polêmico tricampeonato do francês após a desclassificação do brasileiro pela FIA, na figura do então presidente Jean Marie Balestre.
Longe de querer relembrar tudo isso porque todos já sabem a história, ou quase toda ela. Apenas um adendo: Senna precisava vencer as duas corridas para ser campeão. Ou seja, mesmo que vencesse no Japão, dependeria do triunfo em Adelaide para buscar o tri. O título não foi roubado, embora seja uma punição discutível e até equivocada dos comissários/bancada da FIA.
O texto é para basicamente relembrar outras rivalidades que vieram depois entre pilotos da mesma equipe. Antes, tivemos Prost e Lauda na própria McLaren, Piquet e Mansell na Williams e a efêmera Pironi-Villeneuve na Ferrari que vitimou a ambos.
Foto: Getty Images
A rivalidade visceral do bicampeão contra o novato que o chutou da equipe com o apoio do chefe é histórica. No entanto, todos saíram perdendo: Alonso perdeu moral, Hamilton e McLaren perderam um título ganho e uma multa altíssima. Acredito que em breve teremos no mínimo um filme ou um documentário sobre todos os podres que rondaram Woking em 2007.
Foto: Getty Images
Aqui, Rosberg percebeu que ser o bom menino não bastaria para enfrentar um competidor igual Lewis Hamilton. Passou a "jogar sujo" e foi premiado depois de muita dedicação, que resultou em tamanho desgaste mental que acabou saindo da Fórmula 1 logo depois. Além disso, deu a impressão que Hamilton menosprezou o alemão e quando reagiu foi tarde demais. Com péssimas largadas e o motor estourado na Malásia, já era para ser hexa. Mérito do alemão que, mesmo menos piloto, conseguiu capitalizar em uma oportunidade e entrou para a história.
Foto: Getty Images
Não vou citar Verstappen e Ricciardo porque quando a coisa começou a esquentar o australiano picou mula para a Renault, vendo que ali toda a prioridade seria dada ao prodígio holandês. Sendo assim, o novo foco de grande rivaliadde é na Ferrari, onde tradicionalmente não existe isso. Há hierarquias claras que, desde o início, Charles contestou. É verdade que ele só está lá pela imposição do falecido presidente Marchionne, mas os resultados de pista também comprovam: hoje, ele está melhor que o errante tetracampeão. No entanto, é difícil mudar esse status quo tão cedo e sem o principal apoio daquele que o apostou. Pelo fato de a Ferrari ainda não ser o principal carro, talvez isso fique em segundo plano, mas a equipe já desperdiçou bons pontos em erros de estratégia para poder brigar com a Mercedes e ter mais vitórias.
Para o ano que vem e os próximos, como será equalizada a situação? Leclerc é a nova estrela e será oficialmente o número um mais cedo ou mais tarde. Como será Vettel? Irá permanecer na F1? Vai aceitar ser um segundão igual Raikkonen ou vai se retirar da categoria antes disso?
Como é bom uma rivalidade interna entre dois pilotos, por mais destrutivo que isso possa ser. Como não estamos lá dentro, nós como fãs só queremos fogo no parquinho. Porque lembramos de Alonso e Hamilton, e não de Hamilton/Kovalainen.
11 anos e um dia antes de eu nascer, foi realizado o Grande Prêmio da Áustria no circuito de Osterreichring. A corrida teve alguns fatos históricos, o primeiro deles: era a corrida número 400 da categoria. Além disso, foi a primeira corrida da história onde todas as equipes usaram o motor turbo.
Para completar, foi nesta etapa que estreou pela ATS um jovem de 25 anos que se destacava na Fórmula 2. Seu nome? Gerhard Berger. Ele se juntava a Niki Lauda e Jo Gartner e foram os representantes da casa na corrida. Vale lembrar que foi na Áustria, 13 anos antes, que Niki estreou na categoria.
Ayrton Senna, na Toleman, se virava o quanto podia, e lá já começaram a pipocar as primeiras informações de que poderia assinar com a Lotus para a temporada seguinte.
Com o motor mais potente, Nelson Piquet fez mais uma pole position naquele ano. Na primeira fila também largou Alain Prost com a McLaren, seguidos de Elio de Angelis (Lotus) e Niki Lauda (McLaren). Senna foi o décimo.
Na largada, Prost saiu-se melhor que Piquet e assumiu a liderança. Com De Angelis parado no grid, quem se aproveitou disso tudo foi Senna, que pulou para a quarta posição. No entanto, a bandeira vermelha foi agitada devido a um mau procedimento de largada, e tudo teve que ser refeito. Piquet manteve a ponta com Prost em segundo, mas Lauda largou muito mal e caiu para nono. Em nove voltas, no entanto, já estava em terceiro.
Em quarto, o motor de De Angelis foi-se embora e ficou uma mancha de óleo na pista. Na volta seguinte, a McLaren de Prost escorregou ali e bateu. Fim de prova para o francês. A esta altura, Senna já era o terceiro, atrás apenas de Piquet e Lauda, beneficiado também com os abandonos de Keke Rosberg e Derek Warwick, ambos da Williams.
Senna e Patrick Tambay também ficaram pelo caminho. Com os pneus desgastados, restou a Piquet apenas poupar o equipamento, e assim Niki Lauda o ultrapassou e disparou na ponta para vencer pela primeira e única vez em casa. A Ferrari de Michele Alboreto fechou o pódio. Com a outra Brabham, Teo Fabi foi o quarto, seguido pela dupla da Arrows: Thierry Boutsen e Marc Surer fecharam o top 6.
Foto: Getty Images
Com a vitória e o abandono de Prost, Lauda assumiu a liderança do campeonato, com 48 pontos, 4,5 a mais que o francês. Com 91,5 pontos e 62 de vantagem a vice-líder Ferrari, a McLaren TAG Porsche dominou aquela temporada de forma assustadora, o que culminou com o tri de Lauda por meio ponto, mas isso você já sabe.
Post para relembrar mais um pouco do grande Niki, que recentemente nos deixou. 35 anos da sua única vitória em casa.
Como o Grande Prêmio do Azerbaijão não tem história suficiente para ser relembrada (afinal, está sendo disputada pela quarta vez - três como GP do Azerbaijão e uma como GP da Europa) e é a quarta etapa de uma temporada que até aqui tem o domínio, decidi relembrar de outras "quartas etapas" da era recente da Fórmula 1 que também tiveram domínios de uma equipe, mas diferentes.
Vamos lá:
2004 - SAN MARINO
O GP de San Marino sediado em Ímola na Itália e somente com esta nomenclatura para burlar o regulamento de que não poderia existir dois GPs em um mesmo país com a mesma alcunha, a corrida marcava o aniversário de dez anos de falecimento de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Durante o final de semana, o sobrinho Bruno e o grande amigo Gerhard Berger guiaram a mítica Lotus 86, emocionando a todos.
Na pista, a Ferrari mantinha o seu domínio, com Schumacher vencendo as três primeiras etapas. No entanto, a pole ficou com a surpreendente BAR Honda de Jenson Button, que debutava na "posição de honra".
No entanto, Schummi logo deu o pulo do gato nas famosas voltas voadoras pré-reabastecimento e venceu pela quarta vez no ano, mantendo o 100% que depois garantiria o seu sétimo e último título mundial. Button foi o segundo e a Williams de Juan Pablo Montoya foi o terceiro. Alonso, Trulli, Barrichello, Ralf Schumacher e Kimi Raikkonen completaram a zona de pontuação, num grid que também tinham os brasileiros Felipe Massa na Sauber e Cristiano da Matta na Toyota.
2009 - BAHREIN
Foto: Getty Images
Esta é uma outra história que já contei, até recentemente. A Fórmula 1 vivia um novo momento, cortando gastos e sofrendo com a crise, que fez montadoras saírem da categoria. Com o novo regulamento, quem apostou no famoso difusor traseiro se deu bem, enquanto que as tradicionais Ferrari, McLaren e BMW ficaram para trás com a aposta no KERS, o sistema de recuperação de energia cinética.
Jenson Button liderava o campeonato com duas vitórias em três corridas, sendo que na Malásia a corrida teve menos da metade da duração e, portanto, valeu apenas metade dos pontos. Na etapa anterior, na China, o jovem Sebastian Vettel foi o responsável pela primeira vitória da história da Red Bull Racing, ele que também foi o primeiro e único vencedor pela equipe satélite, a Toro Rosso.
No confronto entre os dois, quem se deu bem no sábado foi a Toyota: Trulli e Glock fizeram a primeira dobradinha da história da equipe na primeira fila, com Vettel e Button na segunda fila.
No entanto, durante a corrida, o melhor ritmo de corrida aliado a uma estratégia acertada fez Button vencer pela terceira vez em quatro etapas. Ele venceria mais duas em sequência para garantir uma vantagem irreversível, bastando somente administrar na reta final, onde a Brawn GP já havia sido superada pelas rivais, para se sagrar um dos campeões mundiais mais improváveis de toda a história. Vettel foi o segundo e Trulli o terceiro, seguido por Hamilton, Barrichello, Raikkonen, Glock e Alonso. O grid também contava com Nelsinho Piquet pela Renault (foi o décimo) e com Felipe Massa na Ferrari, que abandonou com problemas no carro do cavalinho rampante.
2014 - CHINA
Foto: Getty Images
O domínio da Mercedes já começa a ser uma fatia significativa da história deste esporte. Depois de três vitórias em três corridas, as flechas de prata partiram para a quarta vitória sem maiores problemas.
Com mais um treino na chuva, Hamilton evidenciava seu maior talento ao fazer mais uma pole. Em condições não tão desiguais, as Red Bull de Ricciardo e Vettel se intrometeram e o líder Nico Rosberg largou apenas em quarto.
Na corrida, sem chuva, um passeio da Mercedes sem maiores problemas e mais uma dobradinha, a terceira vitória de Lewis no ano. O cara responsável por agitar a bandeira fez isso uma volta antes, portanto a corrida teve uma volta a menos, o que ajudou Alonso e a Ferrari a garantir o terceiro lugar, apesar dos ataques de Ricciardo. Vettel foi o quinto, seguido por Hulkenberg, Bottas, Raikkonen, Pérez e Kvyat. Massa foi o 15° com a Williams.
Bom pessoal, essas foram as lembranças dessa semana. Até a próxima!
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:
Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.
Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.
1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.
2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.
2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada.
2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.
Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!
1988. Primeiro ano da disputa direta entre Alain Prost e Ayrton Senna. A McLaren sobra. Vence todas no campeonato até o momento das férias de verão. Com Williams, Lotus e Ferrari muito atrás, o confronto foi praticamente mano a mano.
Itália, 14 de agosto de 1988. Com insuficiência renal, morria aos 90 anos em casa, na cidade de Modena, o Comendador Enzo Anselmo Ferrari, dono e criador da Scuderia Ferrari e também da fábrica de automóveis mundialmente conhecida.
A morte do Comendador foi anunciada para a imprensa mundial somente dois dias depois, após a realização do funeral. O motivo? Ele nasceu no dia 18 de fevereiro de 1898 e foi registrado dias depois, devido a uma forte nevasca na região. Portanto, "compensou" os dias a menos do registro.
Adicionar legenda
Um golpe duro para a equipe e os torcedores. Sem vencedor o título mundial desde 1979 e o de construtores em 1981, a Ferrari estava muito longe de suas concorrentes históricas. Pra piorar, o mito Enzo falece justamente três semanas antes da corrida em Monza. Ou seja: a primeira pós-morte.
Azar?
11 de setembro de 1988, quase um mês. Como era de se esperar, o autódromo prestou emocionadas homenagens ao criador. Também como era de se esperar, a dupla da McLaren largou na frente e disparou na disputa particular que travavam, Prost em primeiro e Senna em segundo.
O script de sempre. Peraí: era uma data diferente. Não é possível que não aconteceria algo anormal em uma data não normal. As preces dos tifosi foram atendidas na volta 35. Com problemas na ignição, Prost começou a perder ritmo,foi ultrapassado por Berger e Alboreto, que estavam na terceira e quarta posições, respectivamente, até abandonar. O burburinho aumenta (A PARTIR DE 7:30).
O único problema da McLaren em toda a temporada. Senna na frente, seguido de Berger e Alboreto. Dois ferraristas no pódio. Já é algo. Os dois descontam a vantagem. O brasileiro, preocupado com o que aconteceu com o rival, tira o pé. A vantagem é perigosa. Duas voltas para o final. O brasileiro estava dando uma volta em cima de "Jo" Schlesser, que substituía Nigel Mansell na Williams, ausente do final de semana em virtude de uma catapora. Eis que... (A PARTIR DE 4:00)
Foto: Grand Prix 247
O imponderável acontece! Dobradinha da Ferrari, com Gerhard Berger e Michele Alboreto chegando em uma diferença de meio segundo! A única vitória de uma "não McLaren" no histórico ano de 1988. Histórico em vários motivos: a disputa de Senna e Prost e o "Milagre de Enzo Ferrari", a despedida definitiva do Comendador diante da massa. Nada mais simbólico e épico do que isso.
Foto: Grand Prix 247
O americano Eddie Cheever, com a Arrows, ficou em terceiro, seguido pelo companheiro de equipe, Derek Warwick. Ivan Capelli (March) e Thierry Boutsen (Benetton) completaram o top 6. Maurício Gugelmin (March) foi o oitavo, enquanto Nelson Piquet (Lotus) abanonou na volta número 11, com problemas na embreagem.
E assim, o mundo e a F1 deram o adeus definitivo a Enzo Anselmo Ferrari, o Criador da marca de carros mais querida do mundo. Viva o Cavalinho Rampante! Que isso sirva de inspiração para o atual momento da Scuderia.
A ideia do post era falar sobre os erros de Sebastian Vettel em momentos decisivos durante a carreira. Pesquisando e lembrando outras coisas de cabeça, decidi expandir para erros de outros grandes pilotos e alguns outros problemas que lhes custaram possíveis títulos.
A lista vai ser predominantemente de fatos recentes, pois não fiz uma pesquisa das décadas anteriores, então estarei devendo.
Vou começar com o próprio Vettel. Por incrível que pareça, quando ele erra é sinal de que será campeão, ao menos era assim até o ano passado. Em 2010 por exemplo, cometeu alguns deslizes que poderiam ter custado o seu primeiro título. Na Austrália, liderava até bater sozinho. Na Turquia, o famoso e histórico enrosco com Mark Webber, com direito a sinal de maluco e tudo mais.
Webber chegou a liderar o campeonato e tinha grandes chances de ser campeão. No entanto, bater sozinho diante da chuva da Coreia do Sul após sofrer um grave acidente de bicicleta minou com a sua única chance de título na carreira.
No ano seguinte, Seb caminhava para ser bicampeão sem sustos. Na caótica corrida do Canadá, liderava tranquilamente até escapar na última volta e perder a vitória para Jenson Button.
Em 2012, Vettel largou mal e foi tocado pela Williams de Bruno Senna, quase perdendo o título na primeira volta em Interlagos. O resto da história vocês já sabem: se recuperou e conquistou o tricampeonato.
Bem, no ano passado vocês lembram o que aconteceu...
Hamilton também sabe a sensação de fraquejar na hora decisiva. Na temporada de estreia, em 2007, estava prestes a fazer o inacreditável: ser campeão da F1 como novato. Bastavam alguns pontos na China, onde foi pole, e no Brasil para sacramentar a conquista. Bem...
Em 2016, ao começar muito mal a temporada e vendo Rosberg disparar na liderança, Hamilton poderia ter começado a reação na Espanha, quando largou na pole. Foi superado na largada e, ao tentar passar Nico...
Antes de Vettel, a última vez que um líder havia abandonado por uma batida foi Fernando Alonso, no Canadá, em 2005. Pra sua sorte, foi em uma temporada onde ele e a Renault sobraram, conquistando ambos o primeiro título.
Em 2010, durante o último treino livre, o espanhol bateu e a Ferrari não teve como recuperar o carro para o qualyfing. Largando de trás, Alonso perdeu pontos preciosos para a disputa do título...
2012. 29 pontos de vantagem para Vettel com um carro muito inferior. Alonso começou a perder o tri na largada do Japão ao se envolver em um incidente com Grosjean na largada.
Líder batendo sozinho não é novidade e também é impossível não lembrar do caso mais famoso de todos:
Raikkonen durante a temporada de 2005 estava 22 pontos atrás de Alonso na etapa de Nurburgring. Na última volta, a suspensão não aguenta e a McLaren bate na última volta, complicando ainda mais as chances do IceMan naquele ano...
Até o maior campeão de todos os tempos aprontou das suas. Em 1998, ele ia dar uma volta em cima de Coulthard no caótica GP da Bélgica. Quase rolou briga nos boxes. Em 2003, o ano do hepta, o título veio com contornos dramáticos, com direito a batida em Takuma Sato e incidente com o irmão Ralf.
Pra fechar, Mika Hakkinen. Sem Schumacher na disputa do título (tinha quebrado a perna no acidente de Silverstone), as coisas ficaram ao seu feitio para o bicampeonato de 1999. Entretanto, engana-se quem pensa que ele veio fácil. Pelo contrário. O finlandês teve que lutar até o fim contra o insosso Eddie Irvine, que chegou a prova final como líder do Mundial, e até algumas corridas antes a Jordan de Frentzen também estava no páreo. O sofrimento veio muito em conta de erros primários de Mika, como é o caso da rodada na Alemanha, quando liderava:
Moral da história: todos erram, inclusive os grandes. A questão é como dar sequência para não errar e sobrepor o talento em relação aos obstáculos existentes na categoria. Todo mundo tem teto de vidro, e quem não errou, adivinhe, ainda vai errar.
Exatos 25 anos atrás. 23 de maio de 1993. Sexta etapa do Mundial de Fórmula 1. Mantendo o domínio do ano anterior, quando Nigel Mansell foi campeão com muita facilidade, a Williams tinha um carro muito superior aos demais. A McLaren de Ayrton Senna e a Benetton do jovem Michael Schumacher alternavam-se como a segunda força, variando a cada etapa.
Na ocasião, Prost chegava ao Principado apenas dois pontos à frente de Senna no campeonato: 34 a 32, assumindo a liderança apenas na etapa anterior, quando venceu na Espanha. Em cinco corridas, três vitórias do francês (além da Espanha, África do Sul e San Marino) contra duas do brasileiro (Interlagos e Donington Park). O carro da Williams era tão superior que Prost, que não tinha na volta lançada a sua principal virtude, foi pole em todas, com muitas sobras.
Não foi diferente em Mônaco. Prost na pole. Com erros no qualyfing, Senna largou em terceiro, atrás de Schumacher. O jovem Rubens Barrichello, na Jordan, largou em 16°. Christian Fittipaldi, na Minardi, foi o 17°.
A situação que já era difícil ficou ainda mais complicada. De cara pro vento, em Monte Carlo, Alain Prost tinha tudo para vencer e até dar no mínimo uma volta de vantagem em todo mundo.
Foto: Motor Sport Magazine
No domingo, a sorte começou a mudar. Prost queimou a largada e foi punido com um stop-and-go de 10 segundos. Nos boxes, deixou sua Williams morrer duas vezes e perdeu ainda mais tempo. Estava fora da jogada. Na corrida, a normalidade transcorria: Schumacher herdou a primeira posição, com Senna logo atrás.
Tudo isso durou até a volta 33. Com problemas hidráulicos, a Benetton de Schumacher parou no muro. Caminho livre para Ayrton Senna vencer pela quinta vez consecutiva no Principado e a sexta vez na carreira, recordes que perduram até hoje. Damon Hill, 52 segundos depois com a Williams e Jean Alesi, mais de um minuto depois com a Ferrari, completaram o pódio. Mesmo com infortúnios, Prost conseguiu chegar em quarto, uma volta atrás do brasileiro. Fittipaldi conseguiu um ótimo quinto lugar e Martin Brundle, com a Ligier, fechou o top 6. Rubinho chegou em nono. Senna voltava a liderança do campeonato, cinco pontos a frente do francês (42 a 37).
Com o carro inferior e uma série de problemas, Senna ficou incríveis oito corridas seguidas sem ir para o pódio. Nesse meio-tempo, após Mônaco, Prost venceu quatro corridas consecutivas e embalou rumo ao tetra-campeonato.
O brasileiro superou o "Mister Mônaco" Graham Hill e se tornou o Rei de Mônaco, o inigualável e insuperável nas ruas de Monte Carlo, justamente na sua última corrida por lá.
Na semana passada, a grande notícia no mundo da F1 foi o fim
da vexatória segunda passagem da parceria entre McLaren e Honda. Com a pausa no
calendário, o blog resolve contar a história de outra parceria da McLaren que
fracassou e que muita gente não lembra. Vamos lá.
Voltamos para o final de 1993. No primeiro ano após o fim da
satisfatória parceria com a Honda (!), a McLaren resolveu apostar nos motores
Ford para brigar com a imbatível combinação Williams Renault de 1992. Não deu
certo. Apesar das cinco vitórias de Ayrton Senna na temporada, em nenhum
momento o conjunto de Woking foi páreo para Alain Prost, que sagrou-se
tetracampeão e se aposentou. A Williams terminou o campeonato com 168 pontos, o
dobro da McLaren Ford, segunda colocada (sendo 73 pontos de Senna, 7 de Michael
Andretti e 4 de Mika Hakkinen).
Insatisfeito com tamanha inferioridade, Senna estava
disposto a ir para a Williams substituir Prost e voltar a brigar por títulos.
Para tentar segurar o brasileiro, a McLaren recebeu propostas, uma delas da
Lamborghini, que equipava o carro da Larrousse. A Crysler, que detinha a marca
na época, forneceu alguns motores para a equipe de Woking fizesse os testes.
Senna testando a McLaren Lamborghini, em 1993. Foto: Getty Images
Senna fez o teste no circuito de Estoril e gostou. Disse que
o motor precisava de mais potência mas que tinha tudo para fazer uma grande
temporada em 1994. Hakkinen pilotou em Silverstone. Com aquele motor V12, foi
cerca de um segundo e meio mais veloz do que em relação ao carro equipado com o
Ford V8. Parecia o suficiente para que fosse feita a aposta na Lamborghini e de
quebra convencesse Senna a permanecer na equipe.
Não foi o que aconteceu. No fim daquele ano, a McLaren
anunciou de forma surpreendente um acordo com a Peugeot, que até então jamais
havia participado da F1. A empresa entrou na categoria para combater a
compatriota e dominante Renault. Até hoje não se sabe os motivos para que o
negócio com a Lamborghini não tenha sido concretizado. Com Senna indo para a
Williams, abria-se uma vaga para pilotar a equipe que tinha mais vitórias na F1
até então (104).
1994 era uma temporada importante. Estava sendo implementado
um novo regulamento. A suspensão ativa, os freios assistidos e ABS e o controle
de tração foram banidos. O objetivo era dar ênfase as habilidades do piloto
para que elas se sobresaíssem (parece familiar esse assunto, não?). A Peugeot
queria o compatriota Philippe Alliot como companheiro de Hakkinen. A pressão e
o desejo de interferência enfureceram Ron Dennis. Alliot estava na F1 desde
1984 e tinha a fama de ser um piloto rápido mas propenso a acidentes. A escolha
de Dennis foi Martin Brundle, também veloz, porém mais constante que o francês.
Alain Prost testando o MP4/9 na pré-temporada de 1994. Foto: Pinterest
Antes disso, o recém-aposentado Prost chegou a testar o MP4/9
durante os testes de pré-temporada. Diante do “tanque” em que estava metido,
acabou desistindo de se desaposentar. O novato motor francês já dava indícios
de que não andaria no nível desejado pelos ingleses naquele primeiro momento
(de novo, parece familiar, né?). Na época, segundo reportagem de Flávio Gomes
para a Folha, o chassi do carro era “decente, um carrinho estreito, moderno,
com cara de mau e, se tivesse um motor decente, certamente daria trabalho”.
A primeira versão do MP4/9 foi alimentado pelo motor Peugeot
A4 V10, que produzia cerca de 700 cv. Logo nas duas primeiras corridas ele se
mostrava pouco confiável, tanto Hakkinen quanto Brundle abandonaram nas duas
primeiras corridas da temporada (Brasil e Pacífico) com falhas no motor. Na
terceira etapa, em Ímola, foi introduzido o A6 V10 de 760 cv. Houve uma
significativa melhora que levou Hakkinen ao terceiro lugar na fatídica prova e
Brundle ao segundo lugar em Mônaco, corrida seguinte. Apesar disso, as falhas
nos testes, treinos e corridas eram freqüentes e o motor era conhecido como uma
“granada de mão”. O problema de confiabilidade persistiu até a Itália. No meio
do caminho, Hakkinen conseguiu outro pódio, o terceiro lugar em Silverstone.
Hakkinen conquistou seis pódios com o MP4/9. Foto: Car Throttle
O finlandês chegou a enfileirar quatros pódios seguidos
(Bélgica, Itália, Portugal e Jerez). Entretanto, em nenhum momento a McLaren sequer
flertou com a vitória e terminou uma temporada zerada pela primeira vez desde
1980. Ron Dennis apostava na rivalidade francesa para alcançar um rápido
desenvolvimento do novato motor Peugeot. Com os problemas constantes não sendo
resolvidos, criou-se uma dúvida em relação a continuidade no projeto.
Hakkinen terminou o campeonato em quarto lugar, com 26
pontos. Brundle foi o sétimo, com 16. Os 42 pontos do conjunto McLaren Peugeot
deixaram a equipe apenas em quarto nos construtores, 74 pontos atrás da campeã
Williams Renault (118), 59 da Benetton Ford (campeã mundial com Michael
Schumacher) e 29 da Ferrari. Um vexame para quem dominava a F1 no início da
década.
Diante não só desses números como também do desempenho, a
McLaren encerrou sua parceria com a Peugeot em apenas uma temporada e anunciou
o acerto de um projeto com a Mercedes para 1995, que durou vinte temporadas
(até 2014). A história nós sabemos: vitórias, competitividade e três títulos
mundiais, dois de Hakkinen (1998 e 1999) e um de Lewis Hamilton (2008).
E a Peugeot, “que fim levou?” (leia com a voz de Milton
Neves): bom, no ano seguinte os franceses fecharam acordo com a Jordan e
posteriormente com a equipe Prost. Os resultados continuaram sendo ruins e a
divisão de motores foi vendida para a preparadora Asiatech, que fechou em 2002.
Estatisticamente, podemos dizer que a McLaren vem de duas
parcerias ruins nas últimas três que firmou. Resta saber se a McLaren Renault
2018-2019-2020 irá igualar ou piorar a situação. Até!
25 anos atrás. Um ano depois de estrear na F1 na mesma pista, o jovem Michael Schumacher, aos 23 anos, venceu pela primeira vez na carreira, pela Benetton. Outras noventa vitórias estavam por vir, você sabe. Ele foi o terceiro alemão a vencer na categoria, rompendo uma sequência de 17 anos sem vitórias do país.
O campeonato daquele ano já estava liquidado por Nigel Mansell. Seu companheiro de equipe, Riccardo Patrese, completou o pódio da primeira vitória de Schumi. Ayrton Senna foi o quinto.
O que a imprensa europeia estava especulando nas últimas semanas se confirmou: Diante da falta de pagamento integral do acordo entre Manor e seus patrocinadores, a equipe finalizou o contrato com o indonésio Rio Haryanto. Em comunicado, a escuderia ressaltou o trabalho do piloto e disse ter convidado o indonésio para ser piloto reserva e pilotar em algumas sessões de treinos livres durante a segunda parte da temporada.
Ao contrário do que muitos pregavam e especulavam, o escolhido para seu lugar não foi Stoffel Vandoorne. Esteban Ocon, francês de 19 anos e piloto reserva tanto da Renault quanto da Mercedes foi anunciado hoje como piloto da Manor até o final do ano. Apesar de jovem, o currículo do francês é robusto: Em 2014, conquistou a F3 Europeia e ano passado foi campeão da GP2. Nos últimos treinos livres, esteve frequentemente treinando pela Renault, além de ter participado dos testes de Silverstone com os pneus de 2017 tanto pela equipe francesa quanto pela equipe alemã.
É uma ótima notícia para a F1. Dois pilotos com talento incrível na mesma equipe. Embora não seja uma de ponta, é ótimo para analisar de perto o verdadeiro talento e potencial dos dois. Em tese, Wehrlein deve levar vantagem pelo fato de já estar habituado ao bólido da Manor, enquanto o francês terá que se adaptar a um carro mais lento e difícil de guiar. Tudo isso com a pressão de ser um estreante em meio a temporada e com grandes perspectivas de ser titular da Renault no ano que vem.
O desafio é muito interessante para Wehrlein. O mundo da F1 poderá ver qual o real talento do alemão. Durante a temporada, largou algumas vezes atrás de Haryanto, considerado "bração", lento e batedor. Evidente que na corrida sobrou e conseguiu até então um ponto histórico para si e a equipe. Com certeza Ocon irá elevar o level de competitividade na equipe, forçando Wehrlein a dar mais de si para provar sua capacidade de pilotagem. Num futuro não tão distante, os dois poderão estar brigando pelo título por Renault e Mercedes (ou ambos nas Flechas de Prata), por quê não? Ah, Ricciardo também começou assim. Estreou em 2011 na Hispania (pior carro do grid) no lugar de Karthikeyan. No ano seguinte, subiu para a Toro Rosso e hoje está na Red Bull. É um caminho que Ocon certamente tentará se espelhar.
Sobre Haryanto: Não fará falta na F1, mas não deixou uma impressão negativa. O fato de muitos alardearem sobre a falta de qualidade do indonésio deu a impressão para os fãs que ele seria um "novo Yuji Ide". Preconceito por ser asiático? Não sei. Pelo que o acompanhei na GP2, era um piloto mediano, não tão bom mas nem tão ruim. Ao menos representou seu país (inédito na categoria) por algumas corridas e, quem sabe, não possa retornar em breve? Equipes pobres sempre necessitam de pilotos pagantes, e na hora do desespero...
Para completar: Ontem fez 30 anos da icônica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna no GP da Hungria. Nunca é demais acompanhar essa belíssima ultrapassagem. Até!
Uma nação que tem 11 títulos mundiais e 164 vitórias ficou sem um GP na última temporada. Por problemas financeiros em Nurburgring, Bernie Ecclestone cortou a corrida do calendário. Originalmente acordada para acontecer em anos, Hockenheim volta ao circo nesse ano, mas deseja manter a corrida nas próximas temporadas, em virtude da crise de Nurburgring.
A primeira edição da prova foi realizada em 1970, vencida pelo austríaco e campeão póstumo daquela temporada Jochen Rindt, a bordo da Lotus. Em 1971, a corrida não fez parte do calendário e foi vencida pelo belga Jacky Ickx, da Ferrari. O GP retornou ao circo da F1 apenas em 1977, quando Niki Lauda venceu, de Ferrari.
Jochen Rindt, o primeiro vencedor da corrida em Hockenheim. Foto: Getty Images
Infelizmente, o circuito teve cinco casos de acidentes fatais: Em 1968, o tricampeão Jim Clark faleceu após sofrer um acidente durante uma prova de Fórmula 2. Com isso, foram feitas duas chicanes de cada uma das duas retas longas do traçado, aumentando-o para 21 metros e deixando a pista dividida nas quatro retas mais o complexo do estádio. Quatro anos depois, foi a vez do Neozelandês Bert Hawthorne. Em 1980, duas tragédias: O francês Patrick Depailler e o austríaco Markus Hottinger. Diante disso, o circuito ganhou mais uma chicane (a Bremskurve), na Ostkurve, passando a ter oito metros de perímetro. Além disso, tivemos outros incidentes graves, como o acidente de Didier Pironi em 1982 e diversas capotagens em largadas nas últimas décadas.
O Brasil tem sete vitórias em Hockenheim. A primeira foi em 1981, com Nelson Piquet, na Brabham. Depois, o país alcançou cinco vitórias seguidas: Mais duas de Piquet (1986 e 1987) e três de Senna (1988, 1989 e 1990).
Nos anos 1990, vou destacar o incêndio da Benetton de Jos Verstappen no pit-stop em 1994 e a última vitória da carreira de Gerhard Berger em 1997 pela Benetton, na semana em que perdeu o pai, depois de ficar um mês e meio afastado por uma cirurgia.
A pista sofria muitas críticas por ser muito grande (embora fosse extremamente popular) e o público acompanhar apenas 45 voltas. As arquibancadas no estádio não acompanhavam muita coisa porque as ultrapassagens aconteciam no retão da Floresta Negra. Depois da corrida do ano 2000, a FIA exigiu que o tamanho do circuito fosse diminuído, ameaçando retirá-lo da F1. A última edição da Hockenheim "antiga" foi em 2001. Antes disso, é óbvio que iria postar a histórica vitória de Rubens Barrichello pela Ferrari, saído da 18a posição, a primeira na carreira e a primeira do Brasil desde a morte de Senna.
Em 2002, Hermann Tilke fez o novo traçado para Hockenheim, completamente diferente do traçado anterior. Toda a parte da Floresta Negra foi removida, sobrando apenas a primeira e a última reta. A parte removida foi desasfaltada e replantada com árvores, eliminando a possibilidade de serem usadas. Desde então, muitas críticas de fãs, pilotos e chefes de equipes ao atual traçado. Para mim, Hockenheim de verdade é a que existiu até 2001.
De 1995 até 2006, eram disputadas duas corridas em solo alemão. O GP em Nurburgring era chamado de GP da Europa ou de GP de Luxemburgo (em 1997 e 1998). A partir de 2007, Nurburgring não sediou mais o GP Europeu, e as duas pistas revezavam na realização do GP: Nurburgring em anos ímpares e Hockenheim nos anos pares. Esse revezamento durou até 2014, pois em 2015 o circuito de Nurburgring não teve condições financeiras de sediar o GP.
Em Hockenheim, foram disputadas 34 provas:
4 vitórias de Michael Schumacher (1995, 2002, 2004 e 2006)
3 vitórias de Fernando Alonso (2005, 2010 e 2012)
3 vitórias de Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990)
3 vitórias de Nelson Piquet (1981, 1986 e 1987)
2 vitórias de Gerhard Berger (1994 e 1997)
2 vitórias de Nigel Mansell (1991 e 1992)
2 vitórias de Alain Prost (1984 e 1993)
1 vitória de Nico Rosberg (2014)
1 vitória de Lewis Hamilton (2008)
1 vitória de Juan Pablo Montoya (2003)
1 vitória de Ralf Schumacher (2001)
1 vitória de Rubens Barrichello (2000)
1 vitória de Eddie Irvine (1999)
1 vitória de Mika Hakkinen (1998)
1 vitória de Damon Hill (1996)
1 vitória de René Arnoux (1983)
1 vitória de Patrick Tambay (1982)
1 vitória de Jacques Laffite (1980)
1 vitória de Alan Jones (1979)
1 vitória de Mario Andretti (1978)
1 vitória de Niki Lauda (1977)
1 vitória de Jochen Rindt (1970)
Vitórias por equipe:
11 vitórias da Ferrari
9 vitórias da Williams
6 vitórias da McLaren
2 vitórias da Benetton
2 vitórias da Lotus
1 vitória da Mercedes
1 vitória da Renault
1 vitória da Brabham
1 vitória da Ligier
Vitórias por nacionalidade:
7 vitórias do Brasil
6 vitórias da Alemanha
5 vitórias do Reino Unido
5 vitórias da França
4 vitórias da Áustria
3 vitórias da Espanha
1 vitória da Colômbia
1 vitória da Finlândia
1 vitória da Austrália
1 vitória dos Estados Unidos
Esse foi o resumão da corrida em HOCKENHEIM (não estão contidas as estatísticas de Nurburgring!). Até o próximo post!
Semana passada, tivemos a confirmação de que Grosjean irá mesmo para a Haas ser o primeiro piloto da equipe americana ano que vem. É grande também a especulação que ele ficará apenas essa temporada na Haas e que em 2017 substitua Kimi Raikkonen na Ferrari. Seu companheiro de equipe deve ser Esteban Gutiérrez, piloto reserva da Ferrari, que possui parceria técnica com Haas, praticamente uma equipe B dos italianos.
No lugar do francês, a Renault/Lotus cogita colocar Jolyeon Palmer, campeão da GP2 ano passado, como companheiro de equipe de Pastor Maldonado. Dupla insossa, não acham?
A Manor, surpreendendo a todos, anunciou que vai correr com o motor Mercedes ano que vem. Má notícia para a McLaren, que pode ser superada pelos nanicos e para a Red Bull, que estava negociando com os alemães (Nos próximos dias, abordarei mais essa questão). Com isso, crescem os rumores de que Pascal Wehrlein, piloto reserva da Mercedes, seja um dos pilotos da Manor ano que vem.
Foto: Divulgação
Por falar em McLaren, Jenson Button, o interminável. Mais um ano de contrato, confirmado por Ron Dennis. O campeão de 2009 estava dividido e até desmotivado com a péssima temporada do pessoal de Woking, mas seguirá como parceiro de Alonso para 2016, onde eles e os japoneses da Honda tentarão não repetir o fiasco dessa temporada. Quem diria, mas ainda veremos os "velhinhos" na próxima temporada - Alonso, Button, Massa e Kimi - Talvez metade desses se aposente ano que vem, hahaha
A Toro Rosso teria fechado acordo com a Ferrari para o ano que vem. Segundo o F1 Today.net, os Italianos disponibilizariam a versão 2015 da unidade de potência do cavalinho rampante para o pessoal de Frank Tost. Pode não ser grande coisa, mas certamente a equipe satélite da Red Bull andaria na frente de Lotus, Sauber, McLaren, Haas e Manor mesmo assim. Nada mal, pois eles têm apenas a responsabilidade de abastecer a mãe Red Bull com jovens talentos.
RELEMBRAR É VIVER: Há 41 anos, Emerson Fittipaldi era bicampeão do mundo em seu primeiro ano na McLaren. Foi o primeiro título de Woking nos pilotos e nos construtores. O título foi comemorado nos EUA, após Emmo contar com o abandono de seus rivais Clay Regazzoni, da Ferrari, e Jody Scheckter, da Tyrell. Confira a reportagem especial da Globo no ano passado, quando foi comemorado os 40 anos da conquista:
E há 30 anos, Nigel Mansell, então com 32, vencia pela primeira vez na carreira, no GP da Europa. Entretanto, corrida ficou marcada pelo pega entre Senna, na Lotus e Keke Rosberg, na Williams. O Finlandês vinha pressionando o brasileiro até que ia ultrapassá-lo, mas Senna fechou a porta e fez Keke rodar, fazendo com que Piquet, na Brabham, batesse na Williams que estava a sua frente, abandonando a prova. Irritado, Rosberg foi para os boxes e ficou 1 minuto atrás de Senna. Prestes a levar uma volta do brasileiro, ele simplesmente não deixou a Lotus passar, e Mansell aproveitou o embalo para ultrapassar Senna e disparar na frente. Não satisfeito, Keke prendeu Senna mais um tempinho, deixando caminho livre para Mansell finalmente brilhar na F1. Essa corrida também marcou o primeiro título de Alain Prost na carreira. Veja!