sexta-feira, 29 de março de 2019

FERRARI SOBRANDO?

Foto: Getty Images
Os treinos de sexta estão cada vez mais perdendo a relevância. Muitas vezes não dizem nada. Pois bem, hoje a Ferrari sobrou em ambos, colocando meio segundo nas Mercedes, com Leclerc liderando o primeiro e Vettel o segundo.

Todos sabemos que isso não quer dizer que será assim no treino e na corrida. O que pode ser um indicativo é que a noite barenita é fresca, parecida com Barcelona, onde os italianos saíram animados. No entanto, Vettel admitiu que os italianos e a Mercedes trataram de estratégias diferentes nas duas sessões.

Ou seja: por mais indicado que pode parecer, o modo festa da Mercedes pode simplesmente evaporar com todas essas expectativas. No entanto, prefiro manter o risco e afirmar que dessa vez a disputa será mais equilibrada. Nas corridas, nunca é bom descartar a Red Bull de Max Verstappen.

No pelotão do meio, o destaque é Nico Hulkenberg, que até o momento vai superando Daniel Ricciardo, que enfrenta muitas dificuldades neste início de Renault. É difícil se adaptar em um carro pior. A briga no pelotão do meio segue encarniçada.

Destaco a Williams, pra variar. Kubica está levando um segundo de Russell. Sem um braço e sem poder dar uma tocada agressiva para não correr o risco de danificar uma peça que não pode ser substituída, esta é uma situação preocupante. Sinceramente, não sei até quando os dois vão se aguentar, mas isso é assunto para outro post.

Patrick Head está de volta ao time de Grove. Ele, que detém ainda 9% das ações da Williams, vai atuar direto da Inglaterra como consultor técnico. É a última cartada, tal qual uma "SWAT de Grove" para tentar salvar a Williams do iminente fim. Estão mexendo em todas as peças, exceto em uma: em quem comanda...

Confira os tempos dos tempos livres desta sexta-feira:



Até!

GP DO BAHREIN - Programação

Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.958 (Ferrari, 2018)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2012, 2013, 2017 e 2018) - 4x

MAIS UMA AMEAÇA

Foto: Motorsport
Agora é a vez da McLaren falar que, caso a Liberty não consiga fazer mudanças técnicas e econômicas para 2021, vai pular da barca. Nesta semana, os dirigentes vão se reunir no Bahrein para apresentar e debater as propostas finais. Enquanto isso, muitas equipes começam a usar o tom da ameaça.

O chefe da McLaren, Zak Brown, disse que se o regulamento não for financeiramente viável e com igualdade de condições, pode ser o fim da linha da tradicional escuderia na categoria, presente desde 1966, com 8 títulos de construtores e 12 de pilotos.

"Para a McLaren, duas situações são importantes: a F1 se tornar financeiramente viável e a outra é criar uma forma justa e competitiva de disputa. As pessoas confundem com estratégia de negociação, mas isso tem de ser uma equipe de corrida competitiva e fiscalmente responsável. E se entendermos que as novas regras não nos colocam nessa situação, então temos de rever a nossa participação na F1", afirmou o dirigente em entrevista ao jornal inglês 'The Guardian'.

Os donos da F1 acreditam que o novo regulamento pode ser fechado até junho. Mesmo com o pouco tempo de negociações, Brown se disse otimista: " "É uma negociação difícil, mas estou otimista de que a F1 vai tomar as decisões corretas", concluiu.

Mais uma jogada de cena. É verdade que a McLaren não nada mais em rios de dinheiro como outrora, mas sua grande visibilidade está na categoria, mesmo mal das pernas e focando bastante na confecção de carros esportivos. Existe uma grande pressão para que todos tenham atendidos os seus interesses. Isso nunca acontece e sempre a maioria chia. Também sempre nunca acontece nada (frase estranha). Desta vez, no entanto, acredito que a F1 encontra-se em um teto financeiro, onde o custo benefício pode não ser satisfatório já a curto/médio-prazo, inclusive para a manutenção da própria categoria. Veremos.

MICK SCHUMACHER JÁ VAI GUIAR F1 NO BAHREIN, DEPOIS DA F2

Foto: AutoRacing
De acordo com o Motorsport, o filho do heptacampeão vai testar dois carros: o da Ferrari e o da Alfa Romeo, no teste de jovens pilotos. O alemão estará no país para a estreia na F2 e vai ficar por lá depois. Na terça, guia o SF90H, e depois guia a ex-Sauber, parceira técnica dos italianos. O alemão foi anunciado na academia de pilotos da Ferrari no início do ano.

Bem, parece questão de tempo para vermos o filho do homem na F1. O grid da Fórmula 2 está esvaziado e tecnicamente no máximo razoável, sendo bondoso. Apenas o "veterano" Nyck De Vries e o brasileiro Sérgio Sette Câmara podem ser forças que o ameacem. Sendo assim, a junção entre o marketing, a emoção e um grid ruim devem fazer Mick campeão e, como consequência, piloto titular no mínimo da Alfa Romeo, onde quem dançaria seria o italiano Giovinazzi. Palpite mais opinião é isso aí, mas tudo indica que será questão de tempo para vermos Mick na F1. Resta saber se ele é mesmo talentoso ou teve sorte de pegar um grid fraco e ter o sobrenome que tem. Veremos.

Ah, outro que estará no Bahrein na próxima semana é um jovem espanhol guiando pela McLaren chamado Fernando Alonso. É um teste, mas veremos Alonso contra o filho do homem. O tempo é incrível.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 26 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 18 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 15 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 12 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 10 pontos
6 - Kevin Magnussen (Haas) - 8 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
8 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos
9 - Lance Stroll (Racing Point) - 2 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 44 pontos
2 - Ferrari - 22 pontos
3 - Red Bull Honda - 15 pontos
4 - Haas Ferrari - 8 pontos
5 - Renault - 6 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 2 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 1 ponto

TRANSMISSÃO



quarta-feira, 27 de março de 2019

VÍDEOS E CURTINHAS #37

Foto: Getty Images
Olá, pessoal! Voltando com mais uma sessão de vídeos e curtinhas depois de algum tempo. Com a variedade de notícias interessantes que encontrei, achei interessante reviver o maior quadro daqui do blog. Vamos lá:

- Jacques Villeneuve disse que o retorno de Kubica para a Fórmula 1 é terrível e não traz a mensagem correta. Segundo o campeão de 1997, o fato do polonês ter uma deficiência no braço dá a entender que a F1 não é tão difícil quanto alguns pensam. Por outro lado, o canadense valorizou a batalha pessoal de Kubica ao retornar para a categoria depois de tanto tempo. Concordo em partes com o canadense. Claro que ali também existe um recalque porque Kubica o substituiu na BMW em 2006, o polonês voltou mais pelo apelo midiático do que pela capacidade atual. No entanto, se realmente não tivesse condições a FIA teria vetado a participação. Além do mais, nunca na F1 foi ocupada pelos 20 melhores pilotos e nem vai ser.

- Miami segue com a novela para sediar uma corrida no ano que vem. Nesta semana, vai ser realizada uma votação pelo conselho da cidade para aprovar ou não o circuito de rua. Um dos vários problemas que estão inviabilizando o acordo é a resistência de moradores próximos da região onde está o traçado. Se tudo der certo, será mais uma corrida na América do Norte, ou até mesmo substituir o GP do México que pode sair do calendário no ano que vem. Sinceramente, ninguém quer essa porcaria, ainda mais sendo pista de rua.

- A Honda projeta sua primeira vitória nesse retorno a F1 a partir da metade da temporada, no verão europeu. Não sei se é uma meta cautelosa ou ousada, mas a verdade é que os japoneses evoluíram demais. Se o motor não ter problemas de confiabilidade e durar bem, pode ser que os taurinos consigam algum salto de performance mais rápido que o imaginado.

- Por falar nos japoneses, o ex-chefe da McLaren Eric Boullier disse em entrevista que desde a primeira reunião, lá em 2015, tinha percebido que a Honda estava despreparada para o desafio na categoria. No entanto, o ainda chefão Ron Dennis demonstrava muita confiança no retorno da parceria vitoriosa dos anos 1980 e 1990 e já havia assinado o contrato. A história vocês acompanharam de perto por aqui. No entanto, o último ano ficou claro que não era só os japoneses que tinham culpa no cartório.

RELEMBRANDO BAHREIN:

Já faz 15 anos que o circuito estreou no calendário da Fórmula 1. Na época, foi o primeiro de muitos do oriente a adentrar na categoria. Naquela temporada, estávamos testemunhando uma das maiores dominâncias do esporte: o mágico F2004, da Ferrari. Schumacher e Rubinho ficaram na primeira vez, seguidos pela dupla da Williams e da BAR Honda, que foi a terceira força daquele ano. O resultado: dobradinha da Ferrari, com Jenson Button em terceiro.


Por falar no britânico, 2009 foi um ano especial e o mais surpreendente dos últimos tempos. Depois de vencer as primeiras etapas, Bahrein viu a Toyota largar na primeira fila, com Trulli e Timo Glock, com Vettel em terceiro, Button em quarto, Hamilton em quinto e Rubinho em sexto. Na corrida, mais uma vitória da Brawn GP, a quarta de Button, que teve Vettel em segundo e Trulli em terceiro, com Hamilton em quarto e Rubinho em quinto.



Foto: Getty Images
Cinco anos atrás não faz muito. Era o início da era híbrida e do domínio do motor Mercedes. Rosberg foi o pole, mas Hamilton conseguiu reagir, segurar o alemão e vencer a corrida. Vale destacar que Pérez foi o terceiro com a Force India, seguido por Ricciardo, Hulkenberg, Vettel, Massa, Bottas e a dupla da Ferrari (Alonso e Raikkonen). Essa foi a corrida 900 da F1 e a de Stefano Domenicali como chefão da equipe, demitido. Este também foi o primeiro GP noturno do país, marcado pelo acidente entre Pastor Maldonado e Esteban Gutiérrez.





Gostaram? Até mais!

terça-feira, 19 de março de 2019

EXCEÇÃO OU REGRA?

Foto: Getty Images
Para a temporada ter alguma emoção, tudo depende de como a Ferrari vem, pois é a principal concorrente da Mercedes nesses anos de era híbrida (tirando 2014, quando simplesmente isso não existiu; vá lá, 2015 e 2016 também).

Pois bem, a pré-temporada em Barcelona trouxe animação e, junto com a evolução das temporadas passadas, parecia que "agora vai": teremos uma disputa. Não foi o que aconteceu. Claro, sempre frisamos: as características das pistas, bem como a temperatura ambiente e o clima influenciam tudo. Foi o caso?

A Ferrari sequer foi para o pódio. Em momento algum flertou com a possibilidade de vitória. Devido a uma estratégia equivocada, Vettel não teve como segurar Max Verstappen, restando a ele o quarto lugar, garantido por Mattia Binotto diante de um faminto estreante Charles Leclerc em busca de mostrar serviço.

Analisando a velocidade de reta, um dado significativo: todos os carros equipados com o motor italiano (incluindo Haas e Alfa Romeo) ficaram entre os mais lentos, bem atrás de Mercedes e até de Honda e Renault. Isso não acarretou em perda aerodinâmica: do contrário, os americanos e os ex-suíços (?) não teriam conquistado bons resultados apesar das estratégias distintas.

Por que a Ferrari esteve com o motor mais lento? Certamente não operou com a potência máxima. Os italianos enfrentaram alguns problemas na pré-temporada, mesmo diante do frio europeu da Catalunha. Na Austrália, em um outro clima, poderia correr riscos de enfrentar problemas. Será que foi isso que Binotto e companhia raciocinaram?

Neste ano, cada piloto tem direito a usar apenas três motores. A partir do quarto, punições. Receosa com a confiabilidade, os italianos se preservaram na abertura da temporada, influenciando no desempenho e na diferença em relação a Mercedes e até a Honda da Red Bull? E as outras, será que também não fizeram isso? A Mercedes "gastou" a potência ou a durabilidade é muito mais confiável? Acredito que seja a segunda opção.

Se, por questão de característica a Ferrari optou pela segurança e vai com "força máxima" no Bahrein, podemos acreditar que a corrida de abertura foi uma exceção à regra. Não que a Ferrari vire favoritaça diante disso, mas o nível de competição certamente será mais elevado. E se com força máxima no deserto o motor apresentar problemas? E se mesmo assim a desvantagem para as flechas de prata se mantiverem do jeito que está? A exceção pode ter virado regra e possivelmente pode sacramentar com a morte da temporada logo no primeiro mês de campeonato.

O mundo da F1 torce para que seja apenas um final de semana ruim. Afinal, como já foi escrito, a emoção da temporada depende do antagonismo cada vez mais forte dos italianos perante aos alemães que, convenhamos, ninguém aguenta mais ver ganhando.

Até!

segunda-feira, 18 de março de 2019

COM AUTORIDADE

Foto: Getty Images
Em um morno GP da Austrália, o que vem sendo normal nos últimos anos (apesar da F1 estar morna também), Valtteri Bottas surpreendeu a todos e fez uma corrida excepcional, sem dúvidas a melhor da carreira. Decidiu logo na largada, quando deixou Hamilton para trás e não foi ameaçado em momento algum, chegando 20 segundos à frente. O inglês até teve um problema no assoalho, mas mesmo assim não seria o suficiente para parar o #77. De quebra, o finlandês anotou a volta mais rápida na penúltima e ganha mais um pontinho na abertura da temporada, em mais uma dobradinha da Mercedes. O pole só venceu uma vez nas últimas nove edições em Melbourne.

Fechando o pódio, Max Verstappen fez a Honda chegar lá depois de onze anos. A última vez havia sido com Rubens Barrichello no GP da Inglaterra. O RB15 mostrou que, como sempre, o ritmo de corrida é forte. O holandês mostrou coragem e talento ao não desperdiçar a oportunidade de ultrapassar Sebastian Vettel, com os pneus desgastados.

Aliás, tanto Hamilton quanto Vettel pararam cedo, fazendo um segundo long run muito longo. Pior para os vermelhos que, com o pneu macio, teve uma grande queda de rendimento. Leclerc, que parou depois, optou pelos médios. Com ritmo superior, poderia ter passado o alemão, se não fosse a ordem de Mattia Binotto para sossegar atrás e chegar em quinto. O lado amargo de ser piloto de Ferrari. No entanto, é importante mostrar serviço e deixar claro publicamente que foi impedido de brigar por forças nem tão ocultas assim.

Foto: EFE

Kevin Magnussen levou a Haas ao sexto posto. Grosjean poderia ter pontuado, mas a maldição dos boxes do ano pasasdo voltou a atacar. Parando mais cedo, Hulkenberg e Raikkonen seguraram o resto. Giovinazzi, que alargou a parada, prejudicou a boa estreia de Lando Norris, que demorou para se livrar do italiano e perdeu a chance de trazer bons pontos para a McLaren, até porque Sainz abandonou logo no início da corrida com problemas no motor Renault, que pareceu inferior e mais problemático que os da Honda até aqui.

Fechando o top 10, quem diria. Lance Stroll também se aproveitou do fato de Pérez ter parado cedo e garantiu os primeiros pontos da Racing Point. Kvyat se redimiu dos últimos anos e conseguiu segurar um decepcionante Pierre Gasly e garantir um pontinho para a Toro Rosso.

Robert Kubica finalmente reestreou na Fórmula 1 depois de oito anos do grave acidente de rali que sofreu. Todavia, sofreu um toque na largada e ficou muito distante de todo mundo, chegando a levar volta (ou quase isso) até do companheiro de equipe George Russell. Tudo bem que as lesões, limitações e o bom tempo inativo em um carro de F1 certamente o fariam ser mais lento que o jovem talentoso inglês, mas o que eu vi me deixou assustado, digno de lembrar Luca Badoer na Ferrari, dez anos atrás. Se a Williams está em outra rotação, uma Hispania com grife, Kubica parece estar em outra rotação em relação a própria equipe. Me pergunto se o polonês vai terminar a temporada por lá. Melhor esperar outras corridas.

Ricciardo teve a estreia na Renault prejudicada por ter ido na vala na largada e danificar o assoalho, abandonando. A Renault parece nunca estar pronta para o próximo passo. Ao menos serve de consolação o ótimo salário que o australiano irá receber nos próximos dois anos.

Bottas fez uma atuação assombrosa. A questão é saber se será esse piloto combativo e veloz de forma regular. A Ferrari, uma preocupante interrogação: como vai ser nas próximas etapas? Ninguém esperava, e talvez nós acreditamos demais na pré-temporada, mas a pulga atrás da orelha está ali: qual a verdadeira vantagem da Mercedes? Depende de cada característica de pista? Vale lembrar que Melbourne é completamente diferente de Barcelona. Perguntas inquietantes já na primeira corrida do ano.

Confira a classificação final do GP da Austrália:


Até!

sexta-feira, 15 de março de 2019

COMEÇOU

Foto: Mark Thompson/Getty Images
Os treinos da Austrália sempre são legais porque a saudade é grande. Até que foram sessões bem movimentadas. Afinal, é necessário ganhar quilometragem e se acostumar com o circuito australiano, que só funciona nessa época do ano.

Os treinos não dizem muita coisa, mas Lewis Hamilton foi o mais rápido em ambos. O inglês disse que a equipe está apenas seguindo o planejado de Barcelona e que há muito o que evoluir. Por outro lado, Bottas está satisfeito.

Quem se preocupa é a Ferrari e Vettel. Disse que a Mercedes estava "em seu próprio ritmo", como quem está muitos degraus a frente. A temperatura, a característica da pista e o asfalto são muito distintos entre Barcelona e Melbourne. Portanto, pode haver várias mudanças de acordo com o encaixe dos carros.

Ainda assim, todo mundo está escondendo o jogo e há bastante margem para melhora. Será que a Honda passou a Renault? Red Bull e Toro Rosso foram bem, um pouco melhor que os franceses.

Na parte de baixo estão McLaren e Williams. Os primeiros andaram sem gasolina para pegar as manchetes e patrocinadores e enfrentaram problemas nos treinos. O time de Grove já era esperado isso e assim vai ser o ano todo. Kubica ainda disse que evitava usar as zebras para não danificar o carro porque não há peças de reposição. É tudo precário.

Sendo assim, veremos o que o Albert Park nos proporciona nessa primeira etapa da temporada. Confira os tempos do TL1 e do TL2:




Até!

quinta-feira, 14 de março de 2019

GP DA AUSTRÁLIA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais, sempre abrindo a temporada da F1 nos últimos 22 anos (exceção de 2006 e 2010).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:24.125 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:21.164 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002, 2004)

ANO NOVO, AMEAÇAS VELHAS

Foto: Getty Images
O Pacto de Concórdia encerra-se ano que vem. O futuro da categoria passa por uma nova renovação. Para isso, mudanças devem ser feitas. A Liberty negocia de um lado, as grandes equipes de outro. Sendo assim, se os interesses destas não forem atendidos, existe a possibilidade de debandada a partir de 2021. É o que diz Christian Horner, chefão da Red Bull.

Dietrich Mateschitz (dono da Red Bull) é apaixonado por esporte a motor, apaixonado por F1, está animado com a parceira dos motores da Honda e o potencial disso, mas é claro que a Fórmula 1 precisa entregar algo de volta pra marca Red Bull. Precisa ter um custo efetivo. As corridas precisam ser boas e precisamos estar abertos pra competir em um nível igual ao das equipes fabricantes. Acho que assim como todos nós, ele está esperando pra ver o que será a Fórmula 1 depois de 2020", avaliou.

Horner explicou que uma possível saída da equipe não seria por desmotivação por parte do dono.
"Nos dias bons e ruins, ele sempre apoiou muito, e investiu mais na F1 do que qualquer outra entidade. Duas equipes, um GP, mais toda a promoção que a Red Bull faz no mundo inteiro pra apoiar a F1. É enorme. Ele não faria isso se não acreditasse no esporte", pontuou.

O chefão da Red Bull também falou sobre as concorrentes diretas, Mercedes e Ferrari. Os alemães também estão envolvidos com a Fórmula E, enquanto que os italianos são de longe a marca mais lembrada quando o assunto é esporte a motor.

"A Mercedes pode focar na Fórmula E, porque acreditam que lá é mais em linha com o tipo de carro que vão fabricar. A Red Bull não precisa estar aqui, eles têm tanta publicidade das outras coisas que fazem. Não faria estragos. As pessoas acreditam que a Ferrari nunca pararia, mas a marca deles é tão grande que é difícil de diminuir. Eles poderiam tranquilamente fazer outra coisa no esporte a motor", finalizou.


É sempre o mesmo papo. Se não é do jeito que eu quero, tchau. Não duvido que a Red Bull faça isso, mas a Mercedes ganhando tudo com o regulamento na mão e a própria Ferrari eu duvido bastante. No fim das contas, acredito que vai sair algum acordo por aí, à forceps. Bernie faz falta nessas horas.


LIBERTY CULPA BERNIE POR DIFICULDADES EM RENOVAÇÃO COM AUTÓDROMOS

Foto: Getty Images

Greg Maffei, diretor-executivo do Liberty Media, também disse que o ex-dono da F1 não ajuda ao afirmar que os promotores pagam demais pelas corridas.Em janeiro, 16 dos 21 promotores das corridas da F1 assinaram um manifesto criticando a falta de comunicação e colaboração entre a Liberty e os organizadores dos eventos. Os casos mais alarmantes são Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e México. Em alguns deles, o problema é o financiamento público dessas etapas.

“Bernie fez um trabalho muito bom, indiscutivelmente um trabalho muito bom, e ele drenou os promotores. E nós sofremos muito, em parte porque somos público agora e eles podem ver os preços, e também em parte porque Bernie sugeriu a muitos deles que eles estavam pagando demais. O que também não ajudou”, disse Maffei em coletiva.

“É exacerbante que tenham governos tentando tirar subsídios, no México, em outros lugares ? na Espanha. Então isso cria alguns desafios”, continuou.

Diante dessas dificuldades, são pensadas alternativas. Ano que vem o Vietnã entra no calendário. Miami é obsessão, além de outros planos:

“Nós seguimos trabalhando por Miami, mas têm obstáculos em muito disso”, disse. “Nós olhamos para outras alternativas nos EUA, incluindo Las Vegas. Nós olhamos outras alternativas na África. Nós estamos tentando solidificar algumas das corridas da Europa Ocidental e trazer essas e potencialmente uma segunda corrida na China", explicou.


O futuro dos autódromos já é ruim. Agora a grande moda é enfiar os carros em "circuitos de rua" para fazer um evento família, com foodtrucks e pessoas que realmente não estão nem aí para a corrida. O preço inflacionado de Bernie também contribui e é um grande dificultador. A F1 não é mais rentável e nem movimenta rios de dinheiro como outrora.

Retrações financeiras, readequação da realidade, novos interesses e formas de consumo... o esporte sempre foi pensado para os ricos, que estão ficando não tão ricos assim. O efeito é uma bola de neve. Enquanto isso, a Liberty, que não tem experiência alguma, se desdobra tateando no escuro e batendo o mindinho na quina da mesa.

TRANSMISSÃO






TRISTE INÍCIO

Foto: Getty Images
2019 está pesado. Faleceu ontem, aos 66 anos, Charlie Whiting. Ele sofreu uma embolia pulmonar. Whiting é uma figura histórica da F1 e sua morte pega todo mundo de surpresa às vésperas (literalmente) do início da temporada.

Diretor de provas, Delegado de Segurança, Chefe do Departamento Técnico da F1, onde inspecionava e preparava todos os detalhes das corridas, participava ativamente das regras da F1 e controlava as luzes da largada e também as bandeiradas, sempre aparecendo no início e final da corrida.

Whiting nasceu perto do circuito de Brands Hatch no dia 12 de agosto de 1952. Chegou ao automobilismo por intermédio de Nick, o irmão mais velho, que era competidor. Decidiu ser engenheiro de corridas, formando-se em engenharia mecânica num curso técnico e também Instituto Politécnico de Borough.

O primeiro trabalho no automobilismo foi preparando carros de rally. Em 1976, ele e o irmão Nick estavam trabalhando com uma Surtees da piloto Divina Galica na Fórmula Britânica F5000. No ano seguinte, Charlie chegou para a F1 para trabalhar na Hesketh. Com o fim da equipe, acabou indo na sequência para a Brabham de Bernie Ecclestone, onde construíram uma grande amizade. Durante a década de 1980, Whiting era o chefe de mecânicos e participou ativamente das duas conquistas de Nelson Piquet por lá.

Piquet e Charlie Whiting (D): parceria vencedora na Brabham. Foto: Getty Images
Com o fim da Brabham e a ascensão de Bernie como chefão da F1, Whiting foi convidado para ser delegado técnico da F1 em 1988. Em 1997, virou Diretor da FIA, delegado de segurança e diretor de corridas, sendo responsável pela segurança das pistas e dos carros, os regulamentos técnicos e processuais e também o responsável pelas largadas em seu box, além de realizar inspeções de seguranças nos circuitos do calendário e nas outras candidaturas.

Whiting também trabalhava pela segurança dos pilotos, sendo um dos responsáveis pela entrada do Halo na categoria, no ano passado. Também foi iniciativa dele a introdução do encosto na cabeça, a célula de sobrevivência do piloto e as estruturas frontal e lateral do cockpit do piloto.

Em 2016, Vettel mandou Whiting "se foder" depois de uma punição durante o Grande Prêmio do México.

Foto: Getty Images

Para este final de semana, a FIA anunciou que Michael Masi será o diretor da corrida e delegado de segurança. Ele é australiano e é um oficial sênior do automobilismo no país, tendo já ocupado cargos na FIA.

Uma perda irreparável. Uma figura emblemática. Uma tradição quebrada. Desde que acompanho Charlie aparecia nas largadas, atento, apontando quem queimava o início e até se protegia de pancadas por perto. O que machuca ainda mais é ser uma perda repentina. A F1 começa o ano triste, de luto.

Sem Bernie, Ron Dennis, Patrick Head e Eddie Jordan, além de Luca di Montezemolo, aos poucos a "velha guarda" vai saindo de cena. É o ciclo da vida diante dos nossos olhos. Que a vida de Whiting seja sempre exaltada. Uma pessoa sempre preocupada com o melhor da categoria. Segundo relatos, sempre foi carismático, humilde e gente muito boa, de trato simples. Uma grande perda.

Que a F1 honre o legado de Whiting.

quarta-feira, 13 de março de 2019

GUIA F1 2019 - PARTE 2

Foto: Getty Images

Começando, sem mais delongas, a segunda e última parte do guia da F1 para essa temporada! Vamos lá:

McLAREN F1 TEAM

Foto: Divulgação
Pilotos: Carlos Sainz Jr (#55) e Lando Norris (#4)

Chefe de equipe: Zak Brown
Títulos de pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)
Títulos de construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)
Vitórias: 182
Pole Positions: 155
Voltas mais rápidas: 155

Em ampla reestruturação e sem Fernando Alonso, o MCL35 mostrou-se melhor que o carro da temporada passada, se bem que era impossível ser pior. No entanto, ainda não parece ser o suficiente para ficar no mesmo pelotão de Renault, Alfa Romeo e Haas. Bom, agora com Sainz e o jovem badalado Lando Norris, a McLaren tem a juventude mas não tem a experiência para lidar com a pressão e a necessidade urgente de resultados. Por outro lado, a distribuição das funções no carro (Peter Prodromou em conjunto com Pat Fry e Andrea Stella) pode ser um bom indicativo de evolução para a decorrer da temporada.

SPORT PESA RACING POINT F1 TEAM

Foto: Divulgação
Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Lance Stroll (#18)
Chefe de equipe: Otmar Szafnauer

Com o mesmo nome desde o ano passado, a nova “Force India” agora tem mais dinheiro, em virtude da venda para Lawrence Stroll. Com mais recursos e uma equipe técnica comprovadamente capacitada, é muito provável que os rosas cresçam bastante no ano, apesar dos problemas de pré-temporada mostrar que Pérez vai ter algum trabalho nesta primeira metade da temporada. Vai correr praticamente sozinho, buscando aquele pódio maroto. O contrapeso é o filho na vaga, mas nem tudo é perfeito, era a única alternativa de sobrevivência da equipe.

ALFA ROMEO RACING

Foto: Divulgação
Pilotos: Kimi Raikkonen (#7) e Antonio Giovinazzi (#99)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Títulos de pilotos: 2 (1950 e 1951)
Vitórias: 10
Pole Positions: 12
Voltas mais rápidas: 14

A ex-Sauber volta à F1 com esse nome depois de 34 anos. Os primeiros campeões da história da categoria só tem a grife de ser parceira da Ferrari. Depois de um 2018 muito bom com Charles Leclerc, a ajuda financeira e técnica dos italianos pode fazer a Alfa Romeo sonhar alto nesta temporada, dessa vez com uma dupla interessante: o experiente Kimi Raikkonen e o jovem Giovinazzi, de passagem destacada na então GP2. Chefiados por Frederic Vasseur, os suíços buscam andar com frequência no top 10 e por quê não encostar nos ponteiros. Os resultados da pré-temporada são animadores. Com Raikkonen motivado, a Alfa Romeo pode ser a grande surpresa da temporada.

SCUDERIA TORO ROSSO HONDA

Foto: Divulgação
Pilotos: Daniil Kvyat (#26) e Alexander Albon (#23)
Chefe de equipe: Franz Tost
Vitórias: 1
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 1

Com o conjunto traseiro da Red Bull, a equipe satélite dos taurinos sempre é uma incógnita. Sem conseguir andar na frente com frequência e sendo uma verdadeira fábrica de incineração de pilotos, dessa vez a equipe conta com mais um retorno de Kvyat e a estreia do tailandês Alexander Albon, vice-campeão da F2 ano passado. Na pré-temporada, o motor Honda se comportou bem: resistente e sem problemas. Agora, o desafio é ser veloz e constante, além de outro problema da equipe: a falta de evolução do carro com o decorrer da temporada. Com uma dupla quase inexperiente, a Toro Rosso se vira em busca de resultados para o exigente Helmut Marko.

RoKIT WILLIAMS RACING

Foto: Divulgação
Pilotos: George Russell (#63) e Robert Kubica (#88)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Em crise, pior do que o ano passado a Williams não pode ser. A dupla de pilotos é muito melhor e o carro também é menos ruim. No entanto, as perspectivas da outrora gigante são inexistentes. Sem liderança (Claire não existe e Paddy Lowe pediu afastamento) e comando, a Williams é um barco prestes a afundar. Perdeu um dia e meio de testes na pré-temporada por atraso na concepção do FW40 e está muito distante das demais. Na verdade, o grande objetivo desse ano é ter quilometragem, chegar no final das corridas e depois só Deus na causa. Talvez possa ser o ponto final dessa grande equipe.

Enfim, esse é o grande resumão dessa temporada que se inicia na quinta-feira, com os treinos livres para o GP da Austrália! Até!



terça-feira, 12 de março de 2019

GUIA F1 2019 - PARTE 1

Foto: Crash.Net

E um ano se passou, e cá estamos nós de volta para mais uma eletrizante (?) temporada da F1. A atual pentacampeã Mercedes tenta perseguir os recordes da Ferrari, assim como Lewis Hamilton busca as estatísticas de Michael Schumacher. Diferentemente do ano passado, desta vez tivemos muitas mudanças nos pilotos e até nas nomenclaturas dos times. Neste primeiro giro, vamos começar pelas cinco primeiras equipes da temporada passada: Mercedes, Ferrari, Red Bull, Renault e Haas:

MERCEDES AMG-MOTORSPORT

Foto: Racefans.net

Pilotos: Lewis Hamilton (#44 - Atual campeão) e Valtteri Bottas (#77)
Chefe de equipe: Toto Wolff
Títulos de pilotos: 7 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018)
Títulos de construtores: 5 (2014, 2015, 2016, 2017 e 2018)
Vitórias: 87
Pole Positions: 101
Voltas rápidas: 66

Com o W10 sendo uma incógnita nas voltas rápidas mas bastante eficiente nos long runs, os alemães apostam na genialidade de Lewis Hamilton para seguir no topo, sabendo que tanto a equipe e principalmente Valtteri Bottas precisam render muito mais porque nas duas últimas temporadas a  Ferrari chegou a encostar e superá-los em algum instante do campeonato. O finlandês está pressionado depois de passar 2018 zerado e terminar apenas na quinta posição do Mundial. Apesar do equilíbrio, os alemães ainda são a equipe a ser batida mais uma vez, e os alemães esperam retomar a tranquilidade das três primeiras conquistas da era híbrida, mesmo com o crescimento da Ferrari, com Renault e Honda aparentemente ainda distantes tentando sonhar.

SCUDERIA FERRARI

Foto: Motorsport

Pilotos: Sebastian Vettel (#5) e Charles Leclerc (#16)
Chefe de equipe: Mattia Binotto
Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)
Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)
Vitórias: 235
Pole Positions: 219
Voltas mais rápidas: 248

11 anos sem títulos e contando. Sabemos como o ambiente da Ferrari é de muita pressão, não a toa Maurizio Arrivabene foi mandado embora depois de quatro anos sem conquistas. É inegável que os italianos estão no mínimo iguais aos alemães, mas vêm fraquejando nos momentos decisivos, principalmente Sebastian Vettel, outro que está bastante pressionado e com a reputação em xeque. Não a toa Mattia Binotto e Charles Leclerc foram alçados a chefe e a piloto, respectivamente. O monegasco, aliás, desperta grande entusiasmo de um futuro promissor, apesar de no início dever respeitar a hierarquia de um tetracampeão. Dominante na pré-temporada, a Ferrari espera continuar evoluindo o SF90 para finalmente alcançar o passo que não dá desde 2007: o título mundial.

ASTON MARTIN RED BULL RACING

Foto: Divulgação/Red Bull
Pilotos: Max Verstappen (#33) e Pierre Gasly (#10)

Chefe de equipe: Christian Horner
Títulos de pilotos: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Títulos de construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Vitórias: 59
Pole Positions: 60
Voltas mais rápidas: 60

Depois de romper com a Renault, assinar com a Honda e ver Daniel Ricciardo sair da equipe, fica claro que os taurinos sempre apostaram todas as fichas em Max Verstappen. Gasly foi efetivado para ser um segundo piloto. Tudo vai depender do motor Honda e da maturidade do holandês. Os testes animaram Helmut Marko e companhia, que já pressionam Gasly pelas batidas. Sempre bem ajustado na aerodinâmica, a Red Bull vai precisar de potência e velocidade para tentar encostar e atrapalhar Ferrari e Mercedes, principalmente Max.

RENAULT F1 TEAM

Foto: Divulgação/Red Bull
Pilotos: Daniel Ricciardo (#3) e Nico Hulkenberg (#27)
Chefe de equipe: Cyril Abiteboul
Títulos de pilotos: 2 (2005 e 2006)
Títulos de construtores: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 35
Pole Positions: 51
Voltas mais rápidas: 31

Com o carro cada vez mais evoluído e o motor Renault um pouco mais potente, a esperança dos franceses é encostar nas equipes de ponta. Dinheiro para isso existe e pilotos também, principalmente com a chegada de Daniel Ricciardo. Ele e Hulk formam uma ótima e consistente dupla de pilotos e, sem dúvida alguma, uma das grandes disputas internas do ano. No entanto, a Renault está mais perto do bolo que briga pelo posto de quarta força do que realmente se aproxima da Red Bull, mas os testes nem sempre traduzem tudo. Veremos o que os franceses podem apresentar neste início de temporada.

RICH ENERGY HAAS F1 TEAM

Foto: Sky Sports
Pilotos: Kevin Magnussen (#20) e Romain Grosjean (#8)
Chefe de equipe: Gene Haas    
      
Com a mesma dupla de pilotos pelo terceiro ano seguido, a Haas aposta na parceria com a Ferrari para manter a boa base. No ano passado, chegou a ser a quarta força em muitas etapas e poderia ter feito mais pontos se não fossem os erros da equipe (vide Austrália) e dos próprios pilotos (vide Grosjean, que surpreendentemente fica no time). Na pré-temporada, o carro apresentou velocidade e os mesmos problemas de confiabilidade. Veremos se essa dupla de pilotos vai dar conta do recado. A batata de Grosjean já está bem queimada.

Amanhã, a parte final desse resumão as vésperas da abertura da temporada.

Até!


ARTIFICIALIDADES

Foto: RaceFans
Enquanto FIA, FOM, Liberty e equipes não se resolvem para discutir o futuro da categoria e como tornar ela mais atrativa para as garagistas, outras montadores, definir teto orçamentário e mudar a aerodinâmica para fazer as corridas melhores, a aposta é em mais elementos artificais para fingir que a corrida é emocionante e movimentada.

Dessa vez, foi aprovada a regra de dar um ponto para quem fazer a volta mais rápida da corrida. No enanto, isso só vale se for de alguém que estiver entre os dez primeiros.

A medida não é inédita, pois valia entre 1950 e 1959. Já existem vários cálculos do "e se" isso valesse antigamente e como isso afetaria os títulos mundiais. É óbvio que daí os pilotos correriam de acordo com esse artifício.

Numa disputa que promete ser acirrada entre Ferrari e Mercedes, qualquer ponto pode fazer a diferença. No entanto, imagina se alguém é campeão porque fez mais voltas rápidas que o outro? Qual a lógica disso? A corrida tem que valer só os pontos, o resto é artificialidade. Pole position também é ridículo. É querer dar voltas nas regras para mascarar o indisfarçável: as corridas são um porre, não há emoção natural. É capaz de uma Red Bull ou Renault, distantes do pelotão da frente, pararem no final da corrida só para ganhar esse ponto inútil.

É completamente contraditório uma categoria que virou quase uma endurance (poupar equipamento) agora querer que os carros deem tudo de si quando simplesmente nada mais vale. O que isso acrescenta? Nem para as estatísticas!

É como se "gol de fora da área" valesse mais, ou então "gol mais bonito". O que vale é ser rápido e eficiente. Para isso, é necessário que se mude as regras, mas o status quo não quer e a Liberty e as pequenas não têm força para reverter. O resultado é este: laboratório de testes e medidas rasas para atrair fãs casuais ou forçar emoção em algo que não existe.

Não sei porque o texto ficou tão pesado. Não sou tão contra assim a essa coisa, mas pelo jeito que tá parece que eu surtei ao escrever isso. Talvez tenha colocado todas as minhas frustrações e medos do futuro da categoria nisso aí, às vésperas do início de mais uma temporada. Veremos o que ela oferece e tomara que esses pontos de volta mais rápida não interfiram no resultado final do campeonato. Medida mais ridícula que a pontuação dobrada de 2014.

Saudade de quando as ideias do Bernie pareciam ser loucas, mas melhores: sistema de medalhas, chuva artificial, etc.

Até!

sexta-feira, 8 de março de 2019

O QUE DIZ A PRÉ-TEMPORADA?

Foto: Getty Images
Faltando uma semana para o início da temporada, serei objetivo (ou tentarei): hora de tentar adivinhar qual será a hierarquia das equipes nesta primeira etapa.

Adivinhar porque ninguém realmente sabe o que tá acontecendo, apenas supondo dados das dez equipes. Bom, mesmo assim já dá pra cravar que a Williams segue como passageira da agonia na lanterna, enquanto Ferrari e Mercedes continuam alguns passos acima das demais, mas quem está realmente na frente, dá pra saber?

A Ferrari parece mais rápida. A Mercedes parece melhor em ritmo. O jogo de cena de falar que estão atrás dos italianos não me convence. Baseado nos últimos anos, certamente que os alemães têm uma carta na manga. A Ferrari também sempre vem forte na pré-temporada... Além do mais, Hamilton é mais piloto que Vettel, erra menos. Por outro lado, Leclerc deverá ser mais combativo que Bottas. Ao menos nos construtores as coisas tendem a ficar melhor para os italianos.

Isolado na terceira força está na Red Bull, satisfeita com as primeiras experiências com a Honda. A questão é realmente saber a verdadeira potência e durabilidade em condições máximas de competição. Com os esforços voltados para Max Verstappen, a aposta é o holandês finalmente amadurecer e ser o líder dos taurinos, com Gasly sendo um coadjuvante nem tão luxuoso assim.

O pelotão do meio, Renault e Alfa Romeo parecem a frente, ambas dotadas de vastos recursos financeiros em diferentes instâncias. As duas têm bons pilotos e capacidade de crescimento durante a temporada, podendo até beliscar alguns pódios.

Haas, McLaren, Toro Rosso e Racing Point parecem emboladas. Os americanos ainda apresentam problemas de confiabilidade por montar o carro em diferentes processos. A McLaren evoluiu mas ainda está lenta nos stints, um passo atrás. Toro Rosso vive o mesmo mistério da Red Bull: a Honda, apesar dos testes promissores.

A Racing Point, mesmo com o novo dono, apresentou problemas de confiabilidade e estreou o novo carro em sua totalidade apenas na semana passada. Os engenheiros são capazes e, portanto, há muito potencial de crescimento, ainda mais com bastante dinheiro em caixa vindo dos Stroll, apesar de apenas Pérez ter condições de brigar por algo lá na frente.

Sobre a Williams, basicamente escrevi tudo no post anterior. Resumindo:

Ferrari/Mercedes
Red Bull
Renault
Alfa Romeo
Haas
McLaren/Toro Rosso/Racing Point
Williams

E pra vocês? A rotina volta na semana que vem!

Até!

quinta-feira, 7 de março de 2019

O QUE SOBROU DA WILLIAMS - PARTE 3

Foto: BBC
PARTE 1 e PARTE 2

Queria escrever sobre o momento da Williams outra vez há um tempinho. Estava esperando o momento certo. Queria escrever sobre a pré-temporada das equipes, mas o timing dos acontecimentos me fez voltar às cargas para a equipe de Grove.

Faltando uma semana para o começo da temporada, Paddy Lowe pediu afastamento da Williams por "questões pessoais". Um dos líderes e acionistas do time. Não há previsão de volta, se é que Lowe volta.

Veja bem, um dos acionistas da equipe abandona o barco faltando uma semana pro ano começar. É como se a Espanha demitisse o Lopetegui na véspera do início da Copa passada. A diferença é que a Williams está muito longe de ser uma Espanha, uma protagonista. Estaria mais para um Irã ou Panamá da vida.

O afastamento de Lowe é mais um capítulo da triste e cada vez mais inevitável derrocada da Williams. Há dois anos na equipe, Lowe faz um trabalho péssimo, sem desenvolver o carro e, pior, vendo a equipe cair vertiginosamente rumo à lanterna da hierarquia da temporada. Seu trabalho é extremamente questionável. Em Barcelona, depois da Williams perder um dia e meio de treinamentos, ele admitiu que o atraso do carro não teve nada a ver com questão financeira, apesar do time de Grove perder a família Stroll e o patrocínio da Martini, sendo reposto apenas pela empresa polonesa parceira de Kubica e a tal chinesa ROKiT.

O que se comenta é que as lideranças não se comunicam. Aliás, não há liderança. Claire e Lowe não são essas pessoas. Sem alguém com essa capacidade de reagrupar e ditar os rumos da equipe, o resultado é este: 2018 vexatório e 2019 se encaminhando para o mesmo caminho, apesar de ter o talentoso George Russell e o retorno do agora experiente Robert Kubica.

O polonês, aliás, não está nada satisfeito. Em entrevistas, já criticou a equipe. Disse que não há peças reservas e que o carro está bem longe do ideal. Kubica começa a ver que entrou numa fria. Precisa de explicações porque trouxe um patrocinador do país. As críticas, claro, são para a liderança (?) de Lowe e principalmente Claire. Está tendo até que trabalhar como mecânico inclusive, ajudando a tentar solucionar esses problemas.

Kubica, se desdobrando para tentar salvar a Williams. Foto: Divulgação


A Williams deixou de ser grande quando rompeu com a BMW. Passou a ser uma equipe média e em 2013 esteve na UTI, respirando com aparelhos pelo dinheiro da Venezuela. A reestruturação valeu-se do novo regulamento, dependendo exclusivamente do muito superior motor da Mercedes na época. A vantagem acabou, o carro também, os patrocínios idem.

Com o carro montado nas coxas e as dificuldades financeiras crescendo, a Williams já tinha deixado claro que se não mudarem as regras para 2021, provavelmente estará fora da categoria. Me arrisco a dizer que isso pode acontecer já no fim deste ano, graças a incompetência de Claire e companhia.

Às vezes me parece que estão apenas esperando o Sr. Frank Williams falecer para acabar com o time de Grove de vez. O futuro parece ser incorporado por uma grande montadora para sobreviver não mais como a Williams, mas sim do que sobrou dela.

Até!

sexta-feira, 1 de março de 2019

BARCELONA, DIA 8 - TRÊS MILÉSIMOS

Foto: Getty Images
Esta foi a diferença entre Sebastian Vettel e Lewis Hamilton no último treino de pré-temporada antes do início do campeonato daqui duas semanas, em Melbourne. Bottas ficou em terceiro, três décimos atrás.

Hulkenberg fez o quarto tempo, enquanto Daniel Ricciardo foi o oitavo. Os franceses andaram 103 voltas. Stints + velocidade foram a tônica de hoje. Kvyat e Sainz superaram as 130 voltas (131 e 134, respectivamente). A Haas somou incríveis 167 voltas com Grosjean (73) e Magnussen (94); Raikkonen fez 132 e Pérez também passou dos 100.

Kubica andou 90 voltas mas a Williams parece estar bem distante do pelotão intermediário. O polonês ficou mais de um segundo atrás do mexicano, que fez o penúltimo tempo.

Verstappen andou menos de 30 voltas. A Red Bull saiu para a pista no fim da sessão, resquícios do acidente de ontem de Gasly.

Agora, com os testes feitos, semana que vem darei o meu humilde pitaco sobre como estarão as forças para este início de temporada. Agora, é carnaval!

Até!




BARCELONA, DIA 7 - FERRARI REAGE

Foto: Getty Images
Charles Leclerc testou pela última vez o SF90 antes do Grande Prêmio da Austrália. O monegasco, que perdeu dois dias de trabalho por problemas que fugiram o seu controle, dessa vez pode acelerar o máximo (ou quase isso). Incríveis 138 voltas e um temporal: 1:16.231, o melhor tempo até aqui, utilizando o hipermacio.

Nesse penúltimo dia de testes, todo mundo está andando bastante e agora testando a velocidade, por mais que o C5 não seja utilizado na grande maioria dos circuitos da temporada. Ainda assim, é um indicativo interessante.

Alexander Albon, com a Toro Rosso, ficou em segundo e fez 118 voltas. O motor Honda é a grande notícia positiva desta pré-temporada, onde o único ponto de interrogação que resta é sobre sua real potência. Lando Norris foi o terceiro e sofreu algumas panes. Mesmo assim, teve uma boa quilometragem (84 voltas). Pierre Gasly estava bem até sofrer um acidente ao escapar na curva 9, danificando bastante o carro e deixando em dúvida a participação dos taurinos neste último dia de testes.

A seguir, a dupla da Renault (Ricciardo e Hulkenberg) que, somados, andaram 138 voltas. Os franceses parecem evoluir bem. Lance Stroll foi outro que passou dos cem giros, seguido por Giovinazzi e Romain Grosjean, que só andou 16 vezes.

A dupla da Mercedes ainda não está preocupada com a velocidade. Hamilton e Bottas sequer utilizaram os compostos mais macios. Em compensação, juntos fizeram 186 voltas! Um número assustador. Resta saber qual a verdadeira posição em relação a Ferrari, a dúvida de todos. Magnussen também só utilizou os macios e ficou no fim dos tempos, dando 53 voltas.

A Williams de George Russell mostra estar resistente: 140 voltas. Como já mencionado, vai ser muito complicado recuperar o terreno em relação as outras equipes de meio de grid. Como também já escrito antes, podia ser muito pior.

Daqui a pouco começa o último teste antes do início da temporada. Certamente as equipes irão explorar, mesmo que não signifique alguma coisa, a velocidade. Será que a Mercedes irá na contra-mão disso?

Até!