terça-feira, 30 de novembro de 2021

A DÚVIDA ENERGÉTICA

 

Foto: Divulgação/Red Bull

Max Verstappen pode ser campeão mundial no domingo. Não é o cenário mais provável, mas a possibilidade existe. No entanto, o crescimento da Mercedes nas duas últimas etapas, sobretudo com o novo motor colocado no carro de Lewis Hamilton acende um sinal de alerta: o que fazer nessas duas corridas finais? Qual estratégia tomar?

É uma pergunta difícil de ser respondida. A Mercedes disse que Hamilton usou o motor da Turquia no Catar, onde ganhou sem grandes sustos. O novo motor do Brasil será utilizado agora, na Arábia Saudita e em Abu Dhabi. A cartada final. A Red Bull, por sua vez, não fez trocas, mas poderia ter feito.

A informação é que a Honda gostaria de ter trocado já no Catar para também correr com potência máxima, tal qual Hamilton. A Red Bull não quis e o fato da punição ter sido praticamente na hora da corrida também contribuiu para que nada fosse feito.

A Arábia Saudita tem um circuito de 6 km, de rua, desconhecido, onde tudo pode acontecer, inclusive vários Safety Cars. Isso ajudaria Max em um contexto de troca de motor e largar lá de trás. No entanto, volto a repetir: é uma posição difícil. Apesar da vantagem de Max ser mínima, é complicado arriscar qualquer coisa. 

O que fica evidente é o seguinte: Yas Marina é uma procissão. Arábia Saudita é uma incógnita. Nesse contexto onde algo precisa ser feito para competir com o novo motor da Mercedes, parece mais lógico Max, mesmo com a vantagem, arriscar no incerto e no inesperado das ruas da capital árabe. Até porque ninguém sabe qual equipe vai se sobressair.

É claro que existe o risco da Red Bull se adaptar melhor ao circuito, trocar o motor e perder uma possível vitória certa que lhe garantia o título. Outra vez, repito: arriscar no incerto parece mais certo (com o perdão da escrita) do que em Abu Dhabi, onde todos já sabem o que vai acontecer e há pouquíssimas variações de estratégia.

O que a Red Bull deveria fazer? Arriscar na Arábia Saudita, é claro, na minha humilde opinião. É a dúvida energética, causada pela pressão da Mercedes. Tanto a ação quanto a omissão podem decidir o campeonato e culminar ou ceifar todo um árduo trabalho do ano inteiro. Só nos resta aguardar pela resposta da Red Bull e da Honda.

Até!

domingo, 28 de novembro de 2021

O QUE SOBROU?

 

Foto: Reprodução/Williams

Ao longo dos quase oito anos de blog, escrevi sobre o último suspiro e a tentativa de ressurreição da Williams, na época a última a manter um modelo "garagista" na categoria. A última equipe familiar teve o fim selado no ano passado, quando foi vendida para a Dorilton Capital, e hoje o adeus não só simbólico, mas físico também: Sir Frank Williams morreu aos 79 anos.

Ao longo dos anos, a importância de Frank no automobilismo sempre foi reverenciada, pois o pessoal percebeu e sentiu que o Sir, aos poucos, se retirava dos palcos das corridas. O tempo é implacável, assim como as complicações do acidente que o deixou paraplégico.

O documentário que mistura a vida e a equipe (no fundo, é uma coisa só mesmo) mostrou um pouco da personalidade de Frank, muito difícil de ser extraída apenas no paddock. Era apenas conhecido como um negociador implacável, não ousou em despachar Nigel Mansell e Damon Hill depois dos veteranos serem campeões, por exemplo. Frank começou a ficar para trás com o fim da parceria com a BMW. Vítima do orgulho e da passagem do tempo, a Williams, foi, assim como o Sir, morrendo aos poucos, mas conseguiu sobreviver até hoje.

No céu, Frank reencontra Virginia, figura tão importante na vida. A amada, que ajudou muito mais a equipe do que poderíamos imaginar. O simbolismo resgatado pelo documentário "Williams" mostra Virginia, no ano que Frank sofre o acidente, recebendo o troféu da equipe na vitória no Grande Prêmio da Inglaterra vencido por Nigel Mansell. Uma imagem que simboliza as duas paixões de Frank.

Na sequência veio os filhos e a sucessora, Claire. O documentário mostra que esse fator causou uma ruptura familiar entre Claire e o filho mais velho de Frank, ressentido por não ter sido o escolhido. Agora, tudo é passado e Williams é apenas um nome sem o vínculo da família. Não teve o mesmo fim trágico da Gucci, filme que acabou de sair, mas mostra que, diante de circunstâncias e pessoas diferentes, é difícil prosperar apenas fechado na mão de ferro. Frank e Claire entenderam isso tarde demais, mas entenderam.

Frank Williams, Bernie Ecclestone, Ron Dennis, os Ferrari, Herbie Blash, Charlie Whiting. Não foram pilotos, mas são nomes eternos e talvez no mesmo nível dos grandes campeões da categoria. Sem a paixão, o entusiasmo e até o sacrifício da própria vida em detrimento de um objetivo, Frank abriu caminhos, não sem antes experimentar dramas e perdas como Piers Courage. Numa época onde tudo era mais perigoso e instintivo, dizem que foi na perda do amigo que Frank separou as coisas: nunca mais se apegou a piloto algum, assim como Bernie e a relação com Jochen Rindt, o eterno campeão póstumo.

Finalizo o texto para celebrar a vida de Frank Williams, uma pessoa tão importante para a F1 e o automobilismo. Pavimentou diversos sonhos e o surgimento de lendas, assim como teve erros, o que o torna humano.

O que sobrou da Williams? O legado, o respeito e a admiração por alguém que, definitivamente, é único. Não haverá outro Frank Williams ou algum garagista aventureiro que precisou de décadas para deixar de ser chacota para virar referência. Aquela F1 não existe mais. Essas histórias não existem mais. São outros tempos. A saída e a morte de Frank são dois pontos que provam, além do fim da Era Bernie, que definitivamente estamos em outros tempos.

Paixão, reconhecimento, admiração e legado. É o que sobrou.

Até!

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

OUTLIER

 

Foto: Getty Images

O livro de Malcolm Gladwell, com o mesmo título, se propõe a explicar como e porquê algumas pessoas são mais bem sucedidas que as outras. Afinal, o que torna alguém "fora de série"? No livro, Gladwell deixa que não é apenas o "talento" ou o trabalho duro. Outras valências envolvem a geração, a profissão dos pais, a condição financeira, o local onde nasce e, claro, a sorte.

Esse texto aqui não pretende fazer uma ampla análise sobre Fernando Alonso, até porque nós já fizemos a biografia dele aqui, relembre nos posts de novembro e dezembro de 2018. O texto de hoje vai explicar e reiterar porque Alonso é um fora de série.

Que o espanhol é um piloto fantástico todos sabemos. A biografia da Fênix é conhecida. São décadas de sucesso. É claro que tem o outro lado: a má sorte, o temperamento difícil e escolhas equivocadas levaram o espanhol a um limbo. Mesmo bicampeão, era considerado um "talento desperdiçado" porque usou boa parte do fim da carreira como um figurante no meio do grid. Fruto, claro, de escolhas erradas (má sorte) e as portas que fechou por ser quem é (ou era). As vezes apenas o talento não basta.

Quando Alonso acertou o retorno a Renault/Alpine pela terceira vez, dois anos sem estar no grid e em vias de virar quarentão, o temor de ser um "novo Schumacher" era grande. No entanto, essa sensação não se confirmou por dois motivos: as regras não mudaram radicalmente e o espanhol, ao contrário do alemão, retornou ainda jovem e continuou competindo no automobilismo.

Era tudo uma questão de adaptação. Alonso sofreu no início da temporada. A "ferrugem" era evidente. Além do mais, viu o jovem companheiro Esteban Ocon ser o responsável pela primeira vitória dos franceses nesse retorno como escuderia. Uma pressão que o espanhol foi tirando de letra durante o ano. Mesmo sem vencer, Alonso tinha mais pontos e largava mais à frente.

A coroação veio ontem. Incrível pensar que alguém com tanto talento e gabarito tenha sido renegado a figurante. Alonso esteve diante dos nossos olhos em todo esse tempo, mas não tinha o que fazer, muito por culpa dele, é claro.

Aos 40 anos, Alonso faz uma temporada muito correta e, como escrevi na ocasião do retorno, agora devemos desfrutá-lo. Sabe-se lá o que vem pela frente, mas uma coisa é certa: pra mim, o espanhol superou as expectativas ainda nesse primeiro e talvez penúltimo ano do retorno e da carreira na F1.

A corrida em Lusail é um novo capítulo que explica porque Fernando Alonso é um outlier, um fora de série.

Até!

domingo, 21 de novembro de 2021

MANO A MANO

 


A inconsistência das regras e critérios da FIA nos permite escrever que é tudo sob o prisma da política ou então da lei da compensação. Verstappen jogou Hamilton para fora da pista em Interlagos. Como o inglês passou e venceu, não haveria grandes punições. 

Com uma bandeira amarela no Q3 de sábado originada pelo furo no pneu de Gasly, Verstappen e Bottas foram punidos com cinco e três posições no grid, respectivamente. Algo que foi comunicado apenas uma hora antes do grid ser formado. Um absurdo.

Por incrível que pareça, a decisão foi definitiva para Bottas, pois Verstappen em poucas voltas retomou a segunda posição original. A julgar pelo ritmo de corrida de Hamilton, nem a largada faria diferença. Max poderia ter assumido a ponta, mas certamente não venceria. O finlandês, na sina de fim de contrato, se livrou do pelotão com dificuldade, mas o azar o persegue. Um furo no pneu acabou com as pretensões de Bottas e viu a Red Bull se reaproximar na briga pelos construtores.

Pérez, de sábado ruim, escalou o grid e vinha para fazer o pódio esperado. No entanto, o temor de um pneu furado fez o mexicano perder o pódio. Olhando agora, não pareceu uma decisão inteligente. No entanto, se o pneu do carro austríaco furasse, certamente estaríamos cobrando algo da Red Bull.

Em um certo momento, a corrida virou uma disputa de classificação para quem fizesse a volta mais rápida, pois a corrida estava decidida. E a classificação vira uma corrida inútil... Coisas da FIA. Só o que falta o campeonato ser decidido por um critério tão artificial.

Hamilton venceu sem dificuldades. Agora, são apenas oito pontos de desvantagem para Max. Praticamente um empate técnico. Duas corridas, uma delas na desconhecida Arábia Saudita. Lewis usou o motor da Turquia. A Mercedes parece ter dado a cartada final e com efeito. Para a Red Bull, apenas administrar os danos não vai ser suficiente. 

O que fazer? Trocar motor na Arábia ou na decisão em Abu Dhabi? É complicado, são muitas variáveis... Ainda assim, é possível que Max seja campeão daqui duas semanas: basta chegar em segundo e Hamilton não pontuar. Difícil, não impossível.

O texto na verdade é uma ode a Don Fernando Alonso Díaz. Quando comecei a escrever no blog, o espanhol das Astúrias já tinha feito o que era até então seu último pódio na categoria, na Hungria, em 2014. A Alpine teve um excelente final de semana. Alonso largou em terceiro e manteve o ritmo. A sorte ajudou: Bottas abandonou, Norris teve furo no pneu e Pérez parou. Estava escrito. Aos 40 anos, Alonso chegou ao pódio número 98 na carreira e mostra que, mesmo dois anos parado, ainda é excepcional, fora da curva, um outlier.

Ocon foi o quinto. A Aston Martin teve uma grande recuperação com Stroll e Vettel nos pontos. A Ferrari, muito abaixo, conseguiu pontuar. Norris, o azarado e Ricciardo, novamente muito abaixo, confirmam a queda da McLaren na reta final. É preocupante o australiano estar tão abaixo. É de se pensar se continua valendo a pena pagar tanto por tão pouco resultado...

Gasly também teve uma corrida esquisita, com erros de estratégia e desperdiçou uma boa oportunidade de pontos importantes para a Alpha Tauri. Afinal de contas, é tudo sobre Don Alonso, a Fênix: quando subiu ao pódio pela última vez, Hamilton tinha "só" um título: agora, pode estar a duas semanas do octa.

Hamilton e Verstappen, mais do que nunca, estão mano a mano, na pista e na tabela. A Red Bull tem uma vantagem mínima, mas a verdade é que Arábia Saudita e Abu Dhabi serão mata-mata, ida e volta, sem gol fora, prorrogação ou pênaltis. Quem estiver melhor, será campeão. Em caso de empate, vantagem para a Red Bull que tem mais vitórias. Uma pausa dramática no calendário é tudo que precisamos para recuperar o fôlego da grandiosidade que se aproxima de todos nós. Salut!

Confira a classificação final do GP do Catar:


Até!


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

JORNADA NO DESCONHECIDO

Foto: Clive Mason/Getty Images

 A F1 desembarca pela primeira vez no Catar e talvez a única em Lusail, o circuito onde desde 2004 a MotoGP está por lá. Daqui duas semanas, supostamente teremos a Arábia Saudita (supostamente porque dizem que a pista ainda não está pronta). Ou seja: na reta final do campeonato mais equilibrado da década, a F1 entra em territórios desconhecidos. Ninguém sabe o que vai acontecer.

Por justamente ninguém conhecer o circuito ou ter qualquer base de referência, os tempos dos treinos livres são incógnitas. Geralmente o TL2 começa a se aproximar da referência de sábado, e Bottas foi o mais veloz. Mas sei lá. O desenho do circuito me lembrou Sakhir, por ser no deserto e de noite, mas é impossível falar qualquer coisa.

É um tiro no escuro mesmo com a iluminação potente do autódromo. O que dá para destacar é o bom ritmo da Alpha Tauri. Favoritismos? Ninguém sabe. Apesar de ser contra Catar e Arábia Saudita por vários motivos, nesse fim de ano apenas uma defesa é aceitável: o ineditismo vai causar suspense até o final.

Pode ser que nessa jornada no desconhecido nós possamos conhecer o campeão já. Mas um passo de cada vez. Não sabemos o que vai acontecer dentro de três semanas. E isso, senhoras e senhores, confesso que me deixa um pouco mais animado, mesmo não gostando do que vá acontecer na pista. O suspense e a expectativa é que jogam a favor.

Confira a classificação dos treinos livres:


Até!

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

GP DO CATAR: Programação

 O Grande Prêmio do Catar vai acontecer pela primeira vez na história. O circuito substitui a Austrália, impossibilitada mais uma vez de sediar a F1 em virtude do Covid.

Nesta edição, a corrida será disputada no Autódromo Internacional de Lusail, palco da MotoGP. No entanto, quando o país retornar em definitivo para o calendário, em 2023, será sediado em um circuito específico que ainda será construído.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 332,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 318,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 203 pontos
4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 178 pontos
5 - Lando Norris (McLaren) - 151 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 148 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 139,5 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 105 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 92 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 62 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 50 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 42 pontos 
13- Lance Stroll (Aston Martin) - 26 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos
15- George Russell (Williams) - 16 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos
17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 521,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 510,5 pontos
3 - Ferrari - 287,5 pontos
4 - McLaren Mercedes - 256 pontos
5 - Alpine Renault - 112 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 112 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 68 pontos
8 - Williams Mercedes - 23 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 11 pontos

FAKE NEWS

Foto: Reprodução/McLaren

Na última semana, a revista britânica Autocar afirmou que a Audi tinha interesse em comprar o grupo McLaren. Semanas antes, a revista alemã Auto Motor und Sport reportou que os alemães queriam fazer uma parceria com o time de Woking, visando o eventual novo regulamento de motores de 2026. As informações foram veementemente negadas pela equipe inglesa:

“O Grupo McLaren está ciente de uma reportagem na imprensa informando de que ele foi vendido para a Audi. Isso é totalmente impreciso, e a McLaren está buscando remover a história.

A estratégia de tecnologia da McLaren sempre envolveu conversas e colaboração contínuas com parceiros e fornecedores relevantes, incluindo outras montadoras, no entanto, não houve nenhuma mudança na estrutura de propriedade do Grupo McLaren”, diz a nota.

A Porsche e a Audi tem interesse em finalmente entrar na F1, desde que seja aprovada o novo regulamento de motores, que será votado pela FIA no dia 15 de dezembro. A McLaren, que teve dificuldades financeiras durante o período mais complicado da pandemia, vem apresentando melhoras nas finanças, o que esfriou um suposto interesse em vender uma parte ou o todo do Grupo McLaren.

Final de temporada é isso aí: até 2026 ganha relevância nessa eterna brincadeira de Audi e Porsche na F1, igual o álbum "Detox" do Dr. Dre. Lendas urbanas.

PRÊMIO DE CONSOLAÇÃO

Foto: F2

A Alpine anunciou na manhã de terça que o australiano Oscar Piastri, campeão da F3 e atual líder da F2, será o piloto reserva da equipe a partir do ano que vem. Em tese, caso aconteça alguma coisa com Fernando Alonso ou Esteban Ocon, Piastri seria o ficha um para substituí-los.

A trajetória do australiano é quase meteórica. Em 2019, Piastri venceu a Fórmula Renault Eurocup e foi contratado para a academia da escuderia francesa. Em 2020, na estreia, foi campeão da F3 na Prema. Esse ano, repetindo o sucesso pela mesma equipe, lidera a F2 sendo um estreante, faltando duas rodadas triplas na Arábia Saudita e em Abu Dhabi para terminar o campeonato.

“A função de piloto reserva é o próximo passo em direção ao meu objetivo de um assento para 2023, o que é muito emocionante. Eu provei meu valor nas categorias de base nos últimos anos e sinto que estou pronto para a Fórmula 1 agora. Junto com a experiência na pista nos fins de semana de corrida, vamos montar um programa de testes substancial para continuar me desenvolvendo. Sou muito grato à Alpine pelo apoio”, disse.

“O talento natural de Oscar é evidente, por isso estamos muito orgulhosos e privilegiados por tê-lo como parte de nossa equipe como nosso piloto reserva no próximo ano. Oscar não só tem as habilidades na pista, mas também demonstrado maturidade e compostura que o fazem realmente se destacar dos demais”, comentou Laurent Rossi, diretor executivo da Alpine.

É um prêmio de consolação. O problema do grid com poucos carros é esse. Se Oscar Piastri for campeão da F2, o talento dele será punido com um ano de ostracismo, pois ele não pode defender o título na categoria. Além de piloto reserva no simulador, sobraria para o australiano a Super Fórmula, Endurance, Fórmula E ou qualquer outra coisa. É por isso que é necessário mais equipes na F1, para que mais talentos possam ter espaço e se desenvolver.


TRANSMISSÃO:
19/11 - Treino Livre 1: 7h30 (Band Sports)
19/11 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
20/11 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
20/11 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
21/11 - Corrida: 11h (Band)

terça-feira, 16 de novembro de 2021

O CHINÊS VIÁVEL

Foto: Divulgação/F2

 A expressão criada pelo jornalista Renato Rebelo, do canal Sexto Round no YouTube (que recomendo muito, aliás, para quem também gosta de MMA) cai como uma luva na F1. 

Pela primeira vez na história, a China terá um piloto titular na F1. Guanyu Zhou, que já fez parte da academia da Ferrari e estava na Renault/Alpine, será o companheiro de Valtteri Bottas na equipe suíça. 

Se no início o favoritismo era de Nyck De Vries, passou por Colton Herta e teve no fracasso das negociações com a Andretti o ponto final, que foi a chegada de Zhou.

Apesar do aporte de U$$ 25 milhões para o time de Frederic Vasseur, engana-se quem pensa que Zhou chegou na F1 apenas por ser um piloto pagante e chinês, o que é muito importante para o mercado asiático e, claro, de uma das nações com mais pessoas no mundo. Zhou não está na F1 por "cota geográfica" e explico o porquê.

Antes, um pouco da história do nosso protagonista de hoje. Nascido em Xangai no dia 30 de maio de 1999, Zhou começou no kart aos oito anos na China. Aos 12, se mudou para o Reino Unido, para disputar em um cenário mais competitivo. Com boa passagem no kart, onde conquistou títulos, Zhou migrou para os monopostos aos 16, quando competiu na F4 italiana e também na alemã. 

Na Itália, foi vice-campeão e melhor novato. Na Alemanha, correu em algumas etapas e conquistou dois pódios (Spielberg e Spa).

Depois, ficou três temporadas na F3, primeiro na Motopark e depois na Prema. Foi 13° e duas vezes 8° na temporada, com vitórias, poles e vários abandonos. Teve 9 pódios, 3 poles e duas vitórias.

Nesse meio tempo, chegou a ser piloto de testes da Techeetah na Fórmula E. Em 2019, chegou a F2, onde está até hoje na UNI Virtuosi. Na primeira temporada, teve uma pole, duas voltas mais rápidas e cinco pódios, terminando o campeonato em sétimo.

No ano passado, mais adaptado a categoria, Zhou conseguiu a primeira vitória e melhorou um pouquinho: um pódio a mais (seis) e também o sexto lugar na tabela.

O grande salto está sendo nesta temporada. Faltando seis etapas, Zhou tem três vitórias e sete pódios, sendo o vice-líder com 142 pontos, atrás de Oscar Piastri, também colega de Alpine/Renault. Também nesse ano, foi o campeão da F3 asiática. 

Zhou participou de um treino livre pela Alpine no GP da Estíria, esse ano. Outros dois chineses também já tinham conseguido essa façanha: Ma Qinghua e Adderly Fong.

Zhou vem apresentando suas credenciais na disputada F2 do ano passado e nessa também, onde divide grid com Robert Shwartzman, Théo Pourchaire, Felipe Drugovich (são companheiros de equipe), Christian Lundgaard, Liam Lawson e Juri Vips. É uma competição muito acirrada, e qualquer um desses nomes poderiam perfeitamente estar na F1, é tudo uma questão de oportunidade, timing, aporte financeiro, academia de pilotos e outras questões que vocês já conhecem.

Antonio Giovinazzi, que foi o substituído da vez, reclamou que a Fórmula 1 é toda sobre dinheiro. É verdade, mas o italiano em três temporadas não confirmou as expectativas depois da fantástica temporada na GP2 de 2016. O italiano, inclusive, já acertou a ida para a Fórmula E ano que vem e continua como piloto Ferrari, podendo ser reserva e participar de outros projetos da escuderia.

Guanyu Zhou é um pacote completo: talentoso, com potencial, leva dinheiro para a equipe e ativa um mercado muito importante para a Fórmula 1, sobretudo depois das consequências do Covid, inclusive com o circuito de Shangai renovando com a categoria por mais algumas temporadas.

Por tudo isso mostrado, explicado e exposto, Guanyu Zhou é o chinês viável e a massa chinesa vai ter alguém para torcer na F1 pela primeira vez na história.

Até!

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

O QUE BERNIE NÃO SABIA (A F1 FORA DA BOLHA)

 

Foto: Mercedes

Durante décadas de administração de Bernie Ecclestone, o eterno chefão transformou a categoria e é o grande responsável pelo que a F1 é hoje. Não é exagero afirmar que Bernie é tão ou mais importante que os grandes pilotos da história, como Michael Schumacher, Ayrton Senna, Alain Prost, Niki Lauda, Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Nigel Mansell, entre outros.

A mão de ferro era administrada com uma única perspectiva: o dinheiro acima de tudo. Bernie nunca escondeu o  que gostava: para ele, a F1 era pra homens ricos acima de 30 anos, de preferência entre 50 e 60, que pudessem comprar e usufruir do luxo que é um final de semana da F1. Um evento único.

Não a toa, Bernie nunca teve problemas em correr na África do Sul durante o Apartheid e o boicote que houve ao país africano. Dinheiro acima de tudo e maquiagem nas questões raciais. A F1 delimitava o público.

Claro que o carisma sempre contou. Antigamente, a F1 era um evento (e continua, claro) que mostra o que há de mais moderno no esporte a motor. Como os carros eram novidades, ver um bólido a 300 km/h era uma sensação de perigo e respeito, porque a qualquer momento um piloto poderia morrer. Arriscar a vida em curvas, retas e chuva fazia parte do cartaz do que era ser piloto e o público comprava esse fascínio pela velocidade, tecnologia, o ronco dos motores e o perigo à 300 km/h.

Mesmo com as mortes e, claro, a perícia dos pilotos, o desenvolvimento tecnológico da categoria e também nas relações brecou essa parte romântica, digamos. Menos carros quebrando, menos disputas pelas vitórias e campeonatos e pilotos cada vez mostrando menos a personalidade, a F1 virou um clube de ricos parado no tempo enquanto a vida, a tecnologia e a sociedade seguiam em frente.

E por isso Bernie ficou para trás, além da idade. A Liberty Media, com muita experiência no showbiz americano, onde cada evento é um espetáculo à la NBA, entendeu que precisava de mudanças. Algumas são superficiais, é claro, e ainda não teve um grande impacto na competitividade e no ecossistema da categoria, mas o texto de hoje não é sobre isso.

A Liberty Media focou no que hoje chamamos de engajamento, sobretudo do público marginalizado por décadas pela própria administração da categoria: mulheres, negros e jovens se sentiam cada vez mais conectados com a sisuda, rica e anticarismática Fórmula 1. Como?

A série da Netflix, que confesso nunca ter assistido, alavancou a popularidade da categoria entre os mais jovens que sequer conheciam a categoria, mostrando o outro lado dos pilotos, que também sabem trabalhar a imagem pessoal nas redes sociais. Exemplos não faltam: Ricciardo, Sainz, Leclerc, Norris, Russell, além de pilotos, viraram influencers para muita gente. 

Não a toa que, depois de décadas passando vergonha e sendo ignorada na terra do Tio Sam, a americana Liberty Media finalmente consegue popularizar a categoria nos Estados Unidos, colocando Miami no mapa da F1 e não descartando uma terceira etapa no país no futuro. Nesse ano, em Austin, 400 mil pessoas acompanharam a corrida.

Outra obviedade nesse quesito é Lewis Hamilton: não só o campeão, o mais carismático, desde sempre popstar e super talentoso. A imagem do primeiro negro na categoria e depois multicampeão, com mais vitórias e poles e podendo ser o maior campeão isolado também ajudaram, mas principalmente o que Hamilton significa fora da pista: a luta pelos direitos das minorias, a luta antirracista e essa postura de quem não é somente um piloto muito talentoso, mas sim um cidadão que dentro do que pode fazer, quer contribuir com a F1 e a sociedade, trazendo mais negros, mulheres e LGBTs para as equipes e arquibancadas.

A identificação com o Brasil é antiga, pelo menos para quem é fã mais hardcore, mas o fenômeno que percebo na minha "bolha" é que, em 2021, a F1 passou dos hardcores, mesmo sem a transmissão da Globo: Netflix, Hamilton e uma temporada emocionante até o fim justificam isso, é claro. Nada mal para um esporte que ninguém vê e perdeu a graça em 1994.

Claro, Hamilton é o único no grid que é mais do que um piloto, é um superstar e um ativista. Saindo da bolha da F1, pouquíssimos pilotos seriam reconhecidos pela massa. Chutaria Verstappen, por ser o "inimigo" da vez de Hamilton, e os campeões Alonso, Raikkonen e Vettel que, mesmo sem ter redes sociais, se mostra tão engajado quanto Hamilton nas lutas humanitárias.

Talvez a F1 fora da bolha termine quando Hamilton se aposentar, afinal carisma não se transfere. A pessoa tem ou não tem. Ser mais do que um piloto ajuda tudo isso. Reverenciar Senna, que até hoje emociona a todos nós, também ajuda. Não basta ser apenas brasileiro para despertar paixões e ódios. Mesmo quando Massa foi quase campeão, não lembro de tamanha comoção fora do público hardcore. Não tinha tanto burburinho nas redes sociais, mas nas ruas não ouvia nada além do "por que tu ainda assiste isso?"

Bernie foi superado pelo tempo e, com um novo toque na categoria, a F1 conquista os Estados Unidos e se aproxima de um público que ainda tem certa resistência, mas que alguns já se encontram apaixonados. Agora, o desafio da Liberty é não tornar isso artificial demais, o like pelo like, o engajamento vazio. Mas isso eu deixo para outros textos, até porque adoro repetir essas coisas, mas hoje não.

É isso mesmo ou as vozes da minha cabeça criaram uma realidade paralela?

Até!

domingo, 14 de novembro de 2021

AINDA HÁ ESPERANÇA

 

Foto: Reuters/Ricardo Moraes

A Mercedes apostou todas as fichas na recuperação em Interlagos, diante de um risco que ficou muito maior depois de mais um erro da equipe no sábado, ao infringir o regulamento com a flexão da asa traseira. Se a missão de Hamilton parecia indigesta com a punição no domingo, largar em último no sábado parecia sacramentar o campeonato.

Não foi o caso. Com o novo motor, Hamilton sobrou. Parecia guiar no modo fácil, passando todo mundo como se fosse nada. Chegou em quinto, largaria em décimo hoje. Sem problemas. Sem grandes dificuldades e com o auxílio do Safety Car no começo da prova, Hamilton marchou para vencer de forma inesquecível em Interlagos. Em 14 aparições em Interlagos, de longe essa foi a mais impressionante.

A disputa com Verstappen foi dura, como era de se esperar. Usando todos os artifícios legais possíveis, Max tentou provocar e tirar Hamilton do prumo. Um choque interessaria para o holandês. No entanto, hoje não tinha como segurar. A Mercedes #44 estava imparável, venceu, recebeu a bandeirada de Rebeca Andrade e fez a volta da vitória com a bandeira brasileira, referência pelo ídolo Senna e por se sentir tão bem querido no país, arriscaria dizer melhor do que na própria Inglaterra.

O pódio teve presença brasileira de um dos funcionários que cuidam das estratégias da equipe, o xará mineiro Leonardo Silva. A festa estava completa, misturando a nostalgia com apreciar o momento histórico e lindo que vive a F1 em 2021, de modo até inesperado. Hamilton era o cara da casa. Max, mesmo com ligações no país, genro de Nelson Piquet, foi tratado como um inimigo, vaiado pelos brasileiros fãs de Lewis e, claro, sem excluir a questão política e extra-pista dos dois.

Bottas comprometeu mais uma vez os planos da Mercedes mas teve sorte em parar no momento que teve o VSC para ficar no pódio. A Mercedes reage e retoma uma folguinha na liderança de construtores, ao mesmo tempo em que diminui o mínimo possível para Max. Controle de danos, numa pista onde o favoritismo era da Red Bull. Favoritismos geralmente não dão certo nesse 2021 eletrizante.

A Ferrari confirma o posto de terceira força com dois pilotos extremamente regulares. Tomara que os italianos acertem a mão nesse novo regulamento. Leclerc merece um carro competitivo. Se deixarem, Sainz come pelas beiradas. Gasly mostra que corre sozinho na Alpha Tauri, enquanto Tsunoda mostra que só está na equipe de Faenza porque ainda não há opções viáveis da Academia de pilotos para subir.

A Alpine conquista pontos importantes e a McLaren teve uma queda nessa reta final, evidenciada a partir da perda traumática da vitória de Norris na Rússia. Ricciardo segue abaixo e, mesmo vencendo, fez uma temporada decepcionante. Vettel foi combativo e merecia o ponto, que não conseguiu.

Na corrida onde apostou todas as fichas, Hamilton vence apesar da Mercedes e segue vivo na briga pelo octa. Nas três etapas finais, duas são desconhecidas da F1 e a última é na chatíssima Abu Dhabi. Tudo está indefinido. Hamilton está com motor novo. Max vai fazer mais uma troca? E aí?

Como é bom ter Interlagos de volta. É um clima e uma corrida histórica, diferente. Somos muito apaixonados. Como é bom uma temporada excelente, fazendo que com nichos das bolhas comentem sobre a corrida. A Netflix também tem um papel fundamental e escreverei sobre isso em breve.

Aproveito o espaço para também homenagear Il Dottore Valentino Rossi, lenda da motovelocidade que se aposentou hoje. É, sem dúvida, um dos maiores esportistas do século. 

Ainda há esperança para Hamilton. Com corridas desconhecidas no Oriente Médio, tudo é ponto de interrogação. O problema é esse: lamentável a F1 encerrar a temporada só pelo dinheiro dos xeques em circuitos medonhos, mas fazer o quê...

Confira a classificação final do GP de São Paulo:


Até!

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

TODAS AS FICHAS

 

Foto: Getty Images

Ah, Interlagos... é um final de semana sempre diferente. Hoje, mais do que nunca, bateu a vontade de estar ali. Um dia quem sabe... tentarei no ano que vem.

Bom, sobre a sexta-feira, tivemos confirmações importantes. Por questão de estratégia, a Mercedes trocou mais uma vez o motor de Hamilton e o inglês tem uma punição de cinco posições no grid. A equipe já tinha trocado há menos de um mês, na Turquia, mas a justificativa agora é outra: sabe-se lá o porquê, o motor de Hamilton vai perder potência até o final do ano.

Com a corrida sprint e a liberdade na escolha da estratégia, o Brasil foi escolhido para fazer a última troca, a última cartada. E aí seja o que a F1 quiser. O resultado prático foi visto hoje: Hamilton foi o mais rápido nos dois treinos e larga na frente amanhã na corrida classificatória. As temperaturas baixas em São Paulo e, claro, o novo componente explicam esse resultado até "fácil" conquistado pelo inglês hoje.

Se passar ileso pela largada, Hamilton ao menos diminui um pouco a vantagem no campeonato e, na corrida, não deve ter tantos problemas para brigar pelas primeiras posições, considerando a diferença de motores. Para Max Verstappen, a reta final deve ser feita com muito cuidado, administrando a vantagem e encrespando apenas quando necessário. É uma vantagem confortável demais para ser desperdiçada faltando tão pouco tempo.

Repetindo o México, Gasly e as Ferrari aparecem muito bem, superando as McLaren. Alpine um pouco na frente da Aston Martin na briga pelos últimos pontos e eras isso. Difícil afirmar que sábado vai ser decisivo para alguma coisa no final de semana ou para o campeonato, desde que todo mundo passe ileso na primeira volta. Do contrário, uma chata sprint race pode ser decisiva... Vamos ver se Interlagos ajuda a tornar esse formato em algo interessante.

Confira os tempos do treino livre e da classificação:



Até!

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

GP DE SÃO PAULO: Programação

 O Grande Prêmio do Brasil é disputado desde 1972 (1973 na F1), sendo realizado em Interlagos (1972-1977, 1979, 1980, 1990-2019, 2021-atualmente) e já foi sediado em Jacarepaguá (1978, 1981-1989).

Após o cancelamento do Grande Prêmio do Brasil de 2020 em decorrência da Pandemia de COVID-19 e uma série de incertezas sobre a permanência do evento em Interlagos, o então governador do estado de São Paulo confirmou, em novembro de 2020, a renovação do contrato com a Fórmula 1 até 2025.

 Entretanto, a corrida realizada em Interlagos passou a ser oficialmente designada de Grande Prêmio de São Paulo, em virtude do acordo mal-sucedido entre a Rio Motorsports e a F1 para a construção do Autódromo de Deodoro, que não vai mais acontecer, mas que a empresa adquiriu o direito do nome "Grande Prêmio do Brasil" pelos próximos anos.


ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:10.540 (Mercedes, 2018)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:07.281 (Mercedes, 2018)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Alain Prost - 6x ( 1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 312,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 293,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 185 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 165 pontos

5 - Lando Norris (McLaren) - 150 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 138 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 130,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 105 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 86 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 60 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 46 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 42 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 26 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 478,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 477,5 pontos

3 - Ferrari - 268,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 255 pontos

5 - Alpine Renault - 106 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 106 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 68 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 11 pontos

VAI SUCUMBIR

Foto: Reprodução/Alpine

Experiente em batalhas valendo o título e grande entusiasta dos jogos mentais, a opinião de Fernando Alonso nunca pode ser desconsiderada. Após mais uma vitória de Max Verstappen, no México, o asturiano declarou que Hamilton não vai aguentar a pressão do holandês na disputa do título por um motivo simples: Max não é Bottas.

“Se eu acho que Lewis vai sucumbir à pressão? Sim, graças ao Max. 100%. Quando Lewis só tem de lutar com seu companheiro de equipe Valtteri Bottas pelo título, está tudo ótimo. Agora, ele sente alguma pressão e tem problemas”, disse para o jornal holandês De Telegraaf.

Alonso ainda completou afirmando que está gostando da disputa intensa dos dois, mas que ninguém no momento é capaz de acompanhar o ritmo, nível e intensidade de Max.

“Eles estão em seu nível máximo todo fim de semana. Mas seja no clima úmido, seco ou com muito vento: a maneira como Max entrou na Red Bull e está bem lá, não acho que alguém seja capaz de fazer isso”, completou.

Bom, Alonso não conseguiu se dar bem nesse tipo de estratégia com o ainda novato Lewis lá atrás. É uma velha rivalidade. O próprio Max tem um quê de Alonso do passado: o jovem pronto pra desbancar um heptacampeão e começar a própria era na categoria. Talvez por isso a simpatia, também.

QUEM SERÁ?

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

A Autosprint informa: Antonio Giovinazzi vai deixar a Alfa Romeo. A questão já está definida. Segundo a publicação italiana, a equipe suíça pretende revelar o parceiro de Valtteri Bottas no dia 16 de novembro, mais conhecido como terça que vem.

Diferentemente do que foi publicado semanas antes, Colton Herta está fora de cogitação. A negociação com a Andretti fracassou. Quem são os candidatos, então?

Segundo a Autosprint, o favorito é o chinês Guanyou Zhou, da academia da Renault/Alpine, apoiado por diversos patrocinadores. Nyck De Vries, apontado como favorito meses atrás, continua no páreo, assim como o jovem Théo Pourchaire, francês que faz parte da Academia de Pilotos da Sauber e Oscar Piastri, atual líder da F2 e também integrante da academia da Renault/Alpine.

Pelos nomes especulados, são todos jovens para a F1 e com experiência na F2/GP2. De Vries também é campeão da Fórmula E. Giovinazzi não confirmou em nenhum momento na F1 aquele piloto que despontou tão bem na GP2 em 2016. Uma pena. 

É mais um daqueles casos clássicos de quem vai bem na base e nem tanto no profissional. Infelizmente é do jogo. Zhou tem a força da China por trás. Todos são nomes talentosos e empolgantes, dado o contexto da Alfa Romeo. Será uma boa escolha, se tudo isso se confirmar.

TRANSMISSÃO:
12/11 - Treino Livre 1: 12h30 (Band Sports)
12/11 - Classificação: 16h (Band Sports)
13/11 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
13/11 - Corrida Classificatória: 16h30 (Band e Band Sports)
14/11 - Corrida: 14h (Band)

terça-feira, 9 de novembro de 2021

DIFERENÇAS

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio

 Muita coisa mudou na F1 e, obviamente, no mundo desde a última vez que a categoria esteve em Interlagos. Depois de muita apreensão e a possibilidade de apostar em um circuito falcatrua no meio de uma área de preservação ambiental, a F1 pensou melhor e continuamos com a programação normal: chegou a semana da corrida em Interlagos!

Algumas diferenças sutis, outras nem tanto: se alguém falasse em 2019 que a corrida seguinte da categoria seria transmitida sem Galvão Bueno e na Bandeirantes, certamente seria chamado de louco e pedido para ser internado. Pois bem, a curiosidade é saber se a emissora paulista vai conseguir fazer uma cobertura diferente da Globo. O desafio ajuda: de forma inédita nos últimos anos, a corrida em solo brasileiro vale muito: há disputa entre Max e Lewis e isso deve ser explorado além, claro, de Ayrton Senna.

Outra é a nomenclatura: a guerra com o governo federal e a tal Rio Motorsports que queria levar a corrida para Deodoro teve consequências. Como eles adquiriram o nome "GP do Brasil" por um bom tempo, restou o governo estadual paulista em renomear para Grande Prêmio de São Paulo, tal qual Abu Dhabi e Cidade do México (sim, só descobri hoje que a nomenclatura oficial era GP da Cidade do México!)

Teremos também, pela primeira vez aqui e a última no ano, a corrida classificatória. Ao menos vai agitar os três dias de evento. A previsão para o final de semana é de frio e chuva, como sempre. Diferentemente da chatice de Monza e Silverstone, Interlagos pode ser diferente justamente porque é Interlagos e nada mais. Sempre bom lembrar: são pontos que podem fazer a diferença no final.

Por último e não menos importante, uma despedida, um retorno e uma estreia importante: é a última vez de Kimi Raikkonen no país. Desde 2001 e com pausas em 2010 e 2011, o finlandês sempre esteve na Terra da Garoa, onde conquistou o título mundial em 2007. Vai ser um momento e tanto. Teremos, é claro, o retorno de Don Alonso a Interlagos, onde foi bicampeão e sofreu aquele forte acidente em 2003. Além disso, um Schumacher está de volta. Michael se despediu em 2006 e 2012 e agora, quase uma década depois, Mick vem pela primeira vez para continuar o legado da família.

Entre tantos outros fatores, a corrida em Interlagos desse final de semana terá muitas diferenças e novidades para fãs, imprensa e as equipes.

Até!

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

NA HORA CERTA

 

Foto: Getty Images

Sérgio Pérez era um dos personagens da semana por questões óbvias. Era o herói local e tinha grandes chances de fazer história, brigando pelo pódio ou uma vitória improvável. E conseguiu. 372 mil mexicanos estiveram no Hermanos Rodríguez juntando os três dias e foram recompensados. Pérez é o primeiro mexicano a ficar entre os três primeiros na corrida da casa. 

Um feito e tanto, que nos relembra o período onde tínhamos pilotos mas só aceitávamos a vitória. O terceiro lugar de Rubinho em 2004 foi como uma derrota, enquanto que o último pódio com Massa, em 2015, foi bacana.

Como escrevi há algumas semanas, o fiel da balança na briga pelo campeonato seria o desempenho de Pérez e Bottas. O finlandês foi pole e está mais regular. No entanto, o mexicano que começou bem, venceu e depois voltou a instabilidade, agora voltou a ter um desempenho ascendente, fazendo o que se espera de um piloto da Red Bull: incomodar a Mercedes, principalmente Hamilton, coisa que ele fez ontem.

A vitória no México de certa forma garantiu a renovação bem cedo, além do fato de a Red Bull estar muito longe de ter um jovem piloto na academia apto para ser alçado a equipe principal. Tsunoda parece ter permanecido na Alpha Tauri pelo mesmo motivo e com aviso prévio, então as circunstâncias também ajudam.

Além do mais, 2022 é ano de novo regulamento, e a experiência de alguém que está na categoria há mais de dez anos é muito bem vinda. Pérez cresceu na hora, para a alegria do povo mexicano e desse humilde jornalista, que sempre foi fã do Checo desde os tempos de Sauber quando usou um capacete em homenagem ao Chapolin.

Até!

domingo, 7 de novembro de 2021

LARGADA PARA O TÍTULO

 

Foto: Getty Images

A corrida de Hermanos Rodríguez seria decidida na largada, e assim foi. No sábado, a Mercedes tirou um coelho da cartola e a Red Bull se atrapalhou. O troco veio antes mesmo da primeira curva.

A reta longa na largada podia permitir o vácuo e isso que aconteceu. Max Verstappen se livrou das duas Mercedes. Bottas, o pole, no meio do caminho foi acertado por Ricciardo e os dois ficaram próximos praticamente a corrida inteira. O finlandês só serviu, depois de muitas tentativas, para roubar o ponto de volta mais rápida de Max. Corrida definida.

Dali em diante, Max só teve a tranquilidade para vencer pela 9a vez no ano e abrir 19 pontos de vantagem para Hamilton. O inglês sofreu, fez o que pode e conseguiu reduzir os danos, ficando em segundo. Pérez queria a dobradinha mas ainda assim conseguiu um feito histórico: o primeiro mexicano na história a fazer pódio no país. Nem os Hermanos Rodríguez conseguiram tal feito. Festa dele, da torcida e principalmente do pai, acompanhado do neto. Uma linda cena que coroou toda a festa e ânimo do público mexicano durante o final de semana. O público merecia um circuito mais emocionante, aliás.

Foto: Getty Images

De resto, a corrida não teve emoções, mas sim destaques. Gasly, mostrando a força da Honda em um ótimo quarto lugar. A Ferrari, cada vez mais sólida com Leclerc e Sainz, ultrapassando a McLaren nos construtores e em queda livre, que somou apenas um ponto. Além deles, os veteranos em uma grande tarde: Vettel, Raikkonen e Alonso no top 10. Sempre bom frisar que pode ser os últimos pontos do IceMan na carreira, agora faltando quatro etapas para o fim.

Em Interlagos, a vantagem também é da Red Bull, mesmo com menor altitude em relação ao México. O retrospecto de Hamilton também não é bom, mesmo se sentindo em casa. Semana que vem, nós podemos estar testemunhando a continuação do trajeto de Max Verstappen rumo ao título. Em linhas racionais, parece cada vez mais difícil evitá-lo. É possível acreditar somente, é claro, no imponderável: um acidente, um problema no carro, uma troca no motor que Max provavelmente vai fazer até o fim...

No México, Max começou de fato a largada rumo ao título inédito.

Confira a classificação final do GP do México:


Até!

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A CHANCE DE MAIS UM PASSO

 

Foto: Getty Images

A F1 volta ao México mostrando que, a princípio, a Red Bull mantém o ótimo desempenho que vinha tendo na Cidade do México nos últimos anos, apesar da última corrida no Hermanos Rodríguez ter sido vencida por Lewis Hamilton.

Apesar do primeiro treino ter Valtteri Bottas como o mais veloz, estava todo mundo se adapatando e emborrachando a pista. No TL2, com condições melhores e os carros também fazendo stints, Max Verstappen sobrou. É claro que não podemos descartar que a Mercedes ressurja quando realmente valer. Os alemães estavam bem confiantes durante a semana.

Piloto da casa, Pérez não tem um bom histórico, mas vai brigar pelo pódio. No primeiro treino, rodou na última curva e danificou a traseira, assim como o Leclerc. Russell e Ricciardo não participaram do TL2 com problemas no câmbio. Assim como a Red Bull, a Alpha Tauri com o motor Honda apresenta um desempenho muito satisfatório e vai brigar pelas primeiras posições. Na disputa particular com a McLaren, a Ferrari parece em vantagem, enquanto os ingleses apresentam uma queda no desempenho.

Se a Mercedes tem potencial para crescimento e surpreender nós saberemos a partir de amanhã, mas do jeito que as coisas andam, a Red Bull, Max Verstappen e Sérgio Pérez têm grandes possibilidades de terem um final de semana triunfante no México, aumentando a vantagem no campeonato e se aproximando do título mundial.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

GP DO MÉXICO: Programação

 O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. Em 2015, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria. Em 2020, o circuito ficou ausente em virtude do Coronavírus, retornando ao calendário em 2021.

Foto: Getty Images

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)

Pole Position: Daniel Ricciardo - 1:14.759 (Red Bull, 2018)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Jim Clark (1963 e 1967), Alain Prost (1988 e 1990), Nigel Mansell (1987 e 1992), Max Verstappen (2017 e 2018) e Lewis Hamilton (2016 e 2019) - 2x


CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 287,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 275,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 185 pontos
4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 150 pontos
5 - Lando Norris (McLaren) - 149 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 128 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 122,5 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 105 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 74 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 58 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 46 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 36 pontos
13- Lance Stroll (Aston Martin) - 26 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos
15- George Russell (Williams) - 16 pontos
16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 6 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 460,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 437,5 pontos
3 - McLaren Mercedes - 254 pontos
4 - Ferrari - 250,5 pontos
5 - Alpine Renault - 104 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 94 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 62 pontos
8 - Williams Mercedes - 23 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 7 pontos

MAMA ÁFRICA

Foto: Getty Images

Com o calendário 2022 definido e cada vez mais cheio de corridas, Lewis Hamilton tem um desejo pessoal.

Apesar da F1 optar pelos mercados do Oriente Médio e agora dos Estados Unidos, o heptacampeão gostaria do retorno de uma corrida na África do Sul, que já sediou corridas entre 1968 e 1993.

“O lugar que eu realmente sinto que pertence ao meu coração e que é muito importante para mim é a África do Sul. Acho que há muito interesse por aí, e seria ótimo poder destacar o quão bonita é a Pátria-mãe”, disse Hamilton, em entrevista coletiva.

De fato, a África é o único continente sem corridas desde então. A popularidade de Hamilton e o significado histórico seriam muito importantes para voltar a fomentar a categoria por lá. Vai depender, é claro, do interesse da Liberty e do próprio país, além da grana, é claro.

Bom, se dependesse da Liberty, só teríamos corridas no Oriente Médio e nos Estados Unidos, de preferência nas grandes avenidas e centros urbanos.

WILLIAMS SEM TESTES

Foto: Reprodução/Williams

Com um novo regulamento a partir do ano que vem, a construção dos carros será diferente, incluindo pneus de 18 polegadas. Após o final da temporada, os testes de Abu Dhabi vão servir para justamente testar os pneus nesse carro "teste" (ou "mula", como é chamado), mas terá a ausência da Williams.

A justificativa é simples: a equipe ainda não tem pronto um modelo do novo carro, segundo Dave Robson, chefe de performance da equipe.

“Infelizmente, não faremos nada. Não testaremos lá porque não temos um carro de teste e isso nos impede de participar. Meu entendimento é de que se você não tem um carro para testes, você não está permitido a participar. Então, não estaremos lá”, disse.

A razão é financeira. A Williams, ainda em recuperação, entendeu que não valia o esforço para construir um carro até dezembro. São escolhas e com consequências: a equipe já admite começar 2022 em desvantagem.

“O que perderemos? Provavelmente começaremos os testes de inverno um pouco atrás, eu acho. Mas eu espero que, se o carro estiver andando bem, nós estejamos prontos para alcançá-los rapidamente. Gostaríamos de estar no teste, mas não estamos. De qualquer jeito, não estaremos muito atrás quando as corridas começarem”, frisou.

Escolhas, escolhas. Ficar atrás logo no início de um novo regulamento técnico signfica, em tese, um exercício penoso para correr atrás do prejuízo. Só ver que apenas em 2021 a Mercedes está, de fato, com chances de perder o título de pilotos para outra equipe. A Williams parece ciente dos riscos, vamos ver quem será o profeta.

TRANSMISSÃO:
05/11 - Treino Livre 1: 14h30 (Band Sports)
05/11 - Treino Livre 2: 18h (Band Sports)
06/11 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
06/11 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
07/11 - Corrida: 16h (Band)


terça-feira, 2 de novembro de 2021

ESTAMOS MAL ACOSTUMADOS

 

Foto: Getty Images

Estamos vivendo um final de ano como há muito não se via na F1. Dois pilotos de duas equipes diferentes brigando pelo título até a última corrida. A última vez que isso aconteceu foi em 2012, há quase dez anos, quando a Red Bull de Sebastian Vettel triunfou diante da Ferrari de Fernando Alonso aqui em Interlagos.

Desde então, Vettel conquistou o tetra de forma esmagadora e vimos a Mercedes dominar a era híbrida. Desde 2014, apenas nesse ano e em 2016 chegamos a corrida final com o título em aberto. Em 2014, é bom frisar, apenas porque existiu a infame regra da pontuação dobrada, que manteve Rosberg vivo no campeonato mas Hamilton foi campeão sem maiores problemas.

Portanto, 2016 foi a última vez que vimos essa indecisão até a última volta. A diferença é que ali eram carros da mesma equipe. Agora, uma disputa entre duas. Max Verstappen e Lewis Hamilton podem premiar a melhor e mais emocionante temporada da F1 justamente desde 2012, há quase uma década.

É normal períodos de domínio e dinastias avassaladoras. Na década passada, ainda na Era Schummi, tivemos decisão em 2003 e em 2006. No pós-Schumacher, talvez os campeonatos mais emocionantes de todos os tempos. Em 2007, o título improvável de Kimi Raikkonen. 2008, a maior decisão de todas: Massa, Hamilton, Glock... e vocês já sabem o que aconteceu.

2010, quando quatro pilotos tinham chances matemáticas de título, até hoje inédito. E aí chegamos em 2012. A era híbrida, com poucos testes, fez a Mercedes nadar sozinha praticamente sete anos. A Ferrari tentou encostar, mas não tinha o equilíbrio e a constância que hoje possui a Red Bull.

Ano que vem muda tudo e ainda tem o teto orçamentário. É possível afirmar que, quem largar melhor, vai colher os frutos por um bom tempo. Se alguém se desenvolver muito melhor que os outros tal qual a Mercedes fez, podemos ter uma nova era de dominância.

Escrevo tudo isso para chegar a conclusão que, infelizmente, estamos mal acostumados. Nessa época do ano, tudo já estaria definido e seria um clima de férias. Não dessa vez. Vamos desfrutar. Vai saber quando duas ou mais equipes e pilotos vão chegar nesse estágio num equilíbrio e suspense tão grande quanto em 2021.

Até!