segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

SEGUNDA CHANCE

Foto: MotorSport

Aos 23 anos, Ocon tem uma rara segunda oportunidade na Fórmula 1. Claro que sua primeira passagem pela categoria foi interrompida por questões alheias a sua pilotagem, mas voltar numa equipe de fábrica é sempre um bom sinal.

Sempre apadrinhado pela Mercedes e cortejado pela Renault, Esteban foi mais um que caiu no conto de ser o parceiro de Hamilton um dia. Wehrlein foi traído e o francês entendeu que precisava salvar a carreira saindo das garras de Toto Wolff.

Muito badalado quando chegou por ter vencido Max Verstappen na base, essas expectativas foram em parte cumpridas. Boas (e tensas) disputas com Pérez, criando uma rivalidade na equipe e um terceiro lugar no grid da Bélgica. Bem, nos dois anos que esteve na Force India/Racing Point, foi derrotado por Pérez, uma boa nota de corte. Nada definitivo, mas nada tão maravilhoso assim.

Agora na Renault, o desafio é ainda maior: Daniel Ricciardo. O agravante é o ano parado. Simulador não é a mesma coisa. A competição será interessante e apenas nos próximos movimentos é que iremos saber qual é o real nível e a posição de Esteban Ocon na prateleira da Fórmula 1.

Ser rival de Max já é meio caminho andado. Só falta mostrar mais na pista. A Renault, sempre com os “poréns”, ainda é um bom parâmetro para as próximas temporadas. É o que Ocon precisa apostar nesta segunda chance. Qualidade já mostrou ter, mas as vezes nem isso basta, e sim estar no lugar certo e na hora certa.

Até!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

ANÁLISE FINAL DE 2019 - PARTE 2

Foto: Getty Images

Fala, galera! Estou de volta com a parte final da minha análise da temporada 2019 com as equipes que faltaram. Vamos lá!

McLAREN

Foto: Getty Images
Carlos Sainz – 9,0: o melhor do resto, sem dúvida. Em Interlagos, o pódio que faltava para coroar um grande trabalho. Se o espanhol foi vítima de desconfianças ao ser superado por Max e Hulk na Toro Rosso e Renault, na McLaren o “sucessor de Alonso” foi quase perfeito. Apesar de não muito rápido nas voltas rápidas, soube usar o grande ritmo de corrida para se afirmar perante a competição de seu calibre. Com a evolução dos ingleses, pode ser questão de tempo para que o espanhol seja o novo piloto regular mas com uma pitada de sorte, estilo Pérez, mas a concorrência é dura.

Lando Norris – 7,5: a temporada decepcionante na F2 me deixou com desconfiança, mas Lando foi muito melhor nesta temporada do que na anterior. Parece que a qualidade e o desafio que enfrentaria o fizeram entrar no nível. Muito rápido, ele mesmo admite que falta administrar melhor os pneus e o ritmo de corrida nos domingos. É normal, faz parte do processo, é da juventude. Com uma McLaren melhor estruturada, um companheiro comprovadamente capaz e um Lando mais experiente é a receita ideal para que as coisas sejam no mínimo iguais em 2020, mas a expectativa é de superação.

RACING POINT

Foto: Reprodução/Racing Point
Sérgio Pérez – 8,0: Uma primeira metade de campeonato bem apagada, onde chegou a ser superado por Stroll, o que seria uma aberração. O pódio anual não veio, mas no segundo semestre o mexicano voltou a ser regular, junto com a melhora do carro. Mesmo com o aporte do pai Stroll, a Racing Point não conseguiu superar McLaren e Renault, o que talvez seja normal. No próximo ano, a expectativa é a mesma: somar pontos e bater Stroll, o que não é difícil.

Lance Stroll – 6,5: tirando o aborto que foi o quarto lugar na Alemanha, foi o de sempre. Lento e sem ritmo de corrida, somando poucos pontos com o carro que tinha a disposição. Sorte dele (e azar o nosso) que seu emprego nunca está sob risco, mas isso prova uma questão: por mais que exista estrutura e repetição de trabalho, se não existir talento, já era. 

ALFA ROMEO

Foto: Getty Images
Kimi Raikkonen – 7,0: funcionário público batendo carteira. É bom e também estranha a longevidade do IceMan. No primeiro semestre, foi quase perfeito. Aproveitou as oportunidades e somou pontos como um líder de equipe. No verão europeu, ele e a Alfa tiveram uma queda vertiginosa, sendo Raikkonen mais lento que o próprio Giovinazzi. Pra 2020, temos que somente desfrutar da carreira e do grande personagem que é esse finlandês para a F1, não a toa será o piloto com mais largadas na história.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Um começo muito aquém das credenciais que tem na base. Pode se dizer que os dois anos inativos podem ter influenciado, mas Antonio foi lento e só começou a ter melhores resultados no final do ano. Para sua sorte, parece que fica mais por falta de opção e a perspectiva somente para 2021 do que qualquer outra coisa. Essa rápida melhorada no fim do ano pode ser o combustível que faltava para engrenar de vez na categoria. 

TORO ROSSO

Foto: Motorsport
Daniil Kvyat – 7,0: O pódio inesperado da Alemanha foi um grande alento para aquele que só estava vendo o lado ruim das coisas. Com experiência, estava superando Albon em pontos e fez boas corridas. Na segunda metade, com Kvyat, perdeu um pouco da regularidade e conseguiu poucos pontos, com alguns erros. Talvez Kvyat seja isso mesmo, um piloto irregular mas que agora ganhou mais um ano de sobrevida, graças também a estagnação do programa de pilotos da Red Bull. Seguirei na torcida.

Pierre Gasly – 7,0: se não fosse o pódio no Brasil, seria um dos piores do ano. Na Red Bull, foi uma tragédia, mas na Toro Rosso voltou a normalidade e foi brindado com um pódio. Talvez Gasly também esteja na mesma prateleira que Kvyat: irregular demais para voos maiores. No entanto, é mais jovem e ainda tem o benefício da dúvida. No entanto, com os dois rejeitados, fica improvável uma segunda chance, mesmo se acontecer algo na equipe mãe.

WILLIAMS

Foto: Autoracing
George Russell – 6,5: na verdade a nota é porque basicamente é impossível ter um critério objetivo para avaliar o inglês. Superou Kubica em todas as corridas mas não pontuou. É cruel. Com o carro fraco da Williams e um companheiro com limitações físicas, fica complicado traçar um parâmetro, apesar dos predicados da F2 serem animadores. Pra 2020 a situação não vai ser muito diferente, a não ser que talvez tenha virado o novo “ficha 1” da Mercedes, se é que isso ainda vale alguma coisa.

Robert Kubica – 6,5: o retorno valeu pela superação pessoal e o ponto conquistado na Alemanha. É o que entra nos livros de história. De resto, se não fosse pelo histórico e pela ciência de suas limitações (além do dinheiro), Robert teria sido dispensado no meio da temporada. Com um carro ruim, pertencia a outra categoria e isso é até bom, porque também foi prejudicado por ter poucos parâmetros, mas ser brutalizado por Russell não é positivo. Que seja feliz em outra categoria com o alento de que o tal Latifi não vai fazer muita coisa diferente, isso que este está com 100% das capacidades físicas e técnicas.

E essa foi a minha análise. Concorda? Discorda? Comente!

Até mais!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

ANÁLISE FINAL DE 2019 - PARTE 1

Foto: Getty Images

Fala, galera! Com o término da temporada, teremos o tradicional post analisando o desempenho dos 20 pilotos durante o ano. Nesta primeira parte, vou começar com Mercedes, Ferrari, Red Bull, Renault e Haas:

MERCEDES

Foto: RaceFans

Lewis Hamilton – 9,5: No auge da forma. Mesmo com “apenas” cinco poles, teve muito mais vitórias, mostrando que o ritmo de corrida, consistência e senso de oportunidade estão lá. Tirando Alemanha e Brasil, onde cometeu erros, no resto sobrou, não a toa conquistou mais um título sem fazer grande esforço, seja pela incapacidade de Bottas e os inúmeros erros da Ferrari. No último ano de regulamento, 2020 pode ser histórico para ele e para a F1.

Valtteri Bottas – 8,5: Tirando poucas corridas onde rendeu bem, não está no nível de Hamilton. Isso se torna um problema quando o finlandês passa a ser talvez o único adversário para o campeonato. Bottas não deixou de tentar, mas a falta de ritmo e outros erros, além de várias corridas apagadas o transformaram em um vice sem brilho. Ao menos venceu várias corridas e largou na pole mais vezes que Hamilton até, o que é uma grande evolução em relação ao ano passado, onde terminou zerado. Talvez tenha a última chance de brigar por algo grandioso nessa abençoada Mercedes.



FERRARI

Foto: Getty Images
Sebastian Vettel – 7,5: Um tetracampeão com mais baixos do que altos. A vitória vinda dos céus em Cingapura o livrou de um ano zerado. Muitos erros injustificáveis e infantis de alguém com mais de 50 poles e vitórias, principalmente os incidentes patéticos na Itália e em Interlagos. Vettel está pressionado e sabe disso, parece não conseguir lidar bem com a competição interna. Prefere ver outro brilhar do que Leclerc, por exemplo. Ao perder no confronto direto, já começa 2020 enfraquecido. Mesmo com toda a aura que tem, 2020 também pode ser um ano derradeiro nas pretensões competitivas de Seb.


Charles Leclerc – 8,5: Entregou mais que o esperado, mesmo com todos destacando o imenso talento que tem. A velocidade está lá, derrotou o tetracampeão, mas é normal que ainda falte equilíbrio e experiência. Além disso, também teve azar em algumas chances. Charles poderia ter vencido muito mais que apenas duas corridas, mas essas duas foram talvez nos dois palcos mais icônicos do automobilismo. A mudança de postura na defesa de posições após o caso Verstappen na Áustria o transformou em um piloto mais “sujo”. Precisa de mais experiência e se fazer menos de vítima. Charles está no caminho certo e é, mais do que nunca, o queridinho da Ferrari.

Foto: Getty Images
Max Verstappen – 9,0: Tirando o retorno das férias e a lamentável “malandragem” do México, Max conseguiu, com um carro inferior, superar as duas Ferrari. Isso é um feito e tanto e diz quase tudo. Muito mais cerebral e regular, ainda tem aquela fagulha que pelo jeito é intrínseca a sua personalidade. Ao colocar tudo a perder em uma curva, oportunidades são desperdiçadas. Os taurinos ainda não têm carro para título, então isso não é tão cobrado. Por outro lado, com outro jovem de destaque na mesma posição, os holofotes podem ser divididos e perdidos. Encarar um personagem sincero de vilão talvez não seja o suficiente. Max, mais do que nunca, precisa amadurecer ainda mais.

Alexander Albon – 8,0: Coisas do destino: foi o único piloto Red Bull da temporada ao não chegar no pódio, mas por incrível que pareça foi o mais consistente deles. Um início razoável na Toro Rosso o “credenciou” (na verdade foi Gasly quem se desprestigiou) a vaga de cima. Lá, quase sempre fez o que era necessário: ficar em quinto ou sexto, aproveitando as quebras e acidentes. A grande corrida do Brasil teve um final catártico para o jovem tailandês, mas é questão de tempo para que brilhe de fato. Não será competição para Max pela questão técnica e organizacional da Red Bull, então é imprescindível estar no lugar certo e na hora certa, sem erros, para brilhar.

RENAULT

Foto: Getty Images
Daniel Ricciardo – 7,5: Uma temporada decepcionante onde é difícil fazer qualquer avaliação. Se não fosse pelo dinheiro, escreveria que Ricciardo está bastante arrependido da troca. Os franceses não oferecem uma perspectiva animadora. Na pista, o aussie fez o que pode, como grande destaque o quarto lugar na Itália. No meio do pelotão, suas ultrapassagens não foram mais tão cirúrgicas e estar lá também significa mais incidentes. Aguarda ansiosamente um novo regulamento e novas oportunidades. Não há o que fazer.

Nico Hulkenberg – 7,0: temporada melancólica de despedida. Na hora H, fraquejou. A corrida na Alemanha foi simbólica e definitiva. Apesar de bons resultados na base da regularidade, faltou aquela corrida de encher os olhos, além de ter sido derrotado por Ricciardo na maioria das vezes. Um fim triste de categoria para quem foi promessa há tanto tempo e sai de mãos vazios, sem um pódio sequer.

HAAS

Foto: RaceFans
Kevin Magnussen – 6,5: o carro e a gestão tenebrosa da Haas respingaram no carro. Os pilotos podem não ser uma Brastemp mas também são reféns e vítimas disso tudo. Um carro veloz em classificação e com um ritmo de corrida péssimo com pneus que degradam rapidamente só poderiam resultar em algo catastrófico. O resultado foi esse. Magnussen foi o menos pior deles.

Romain Grosjean – 5,5: “Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.” Escrevi exatamente isso ano passado e nada mudou. Nenhuma palavra a mais ou a menos.

E essa foi a primeira parte da minha análise. Concorda? Discorda? Comente aí! Até mais, com o resto dos resumos!

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

MAIS UM ALPHA

Foto: Getty Images
Apesar da única vitória da história da antiga Minardi ter sido em 2008 com Sebastian Vettel, pode-se dizer que a Scuderia Toro Rosso encerra suas atividades na Fórmula 1 na melhor temporada da história da equipe, justamente quando veio os dois pódios improváveis com os renegados Daniil Kvyat e Pierre Gasly.

Na verdade, quase tudo será a mesma coisa, apenas o nome irá mudar. A Toro Rosso vai virar Scuderia Alpha Tauri, uma marca de roupas cujo dono é o Dietrich Mateschitz, o mesmo da Red Bull. O nome, obviamente, serve para alavancar a evidência em relação a tal marca.

Toro Rosso vai virar Alpha Tauri. Foto: Reprodução/Internet

Com o novo nome, pode existir a possibilidade que a cor do carro seja diferente. Desde 2006, quando foi comprado o espólio da Minardi, a Toro Rosso sempre usou um roxo com azul escuro. Somente nos últimos anos foi adotado um azul mais claro.

Em 14 temporadas, foram 268 corridas e 1 vitória, 1 pole, 3 pódios e 499 pontos. Indiscutivelmente, pelos resultados, Vettel, Kvyat e Gasly podem ser considerados os melhores e mais importantes pilotos da escuderia.

Comprada da Minardi no fim de 2005, a Toro Rosso sempre serviu como equipe satélite da titular Red Bull. Com o tempo, passou a ser a equipe laboratório, que tinha somente os jovens pilotos da academia, que estreavam lá e poderiam ser aproveitados (ou não) no time de cima.

Tudo começou com os fracos Scott Speed e Vitantonio Liuzzi. Com as sobras da Minardi, era natural começar no pelotão de baixo, ainda mais sem experiência. No entanto, com a administração de Gerhard Berger, a equipe começou a subir.

A equipe satélite começou a andar melhor que a titular. A Toro Rosso sempre usou as sobras da Red Bull, mas o motor em algumas temporadas chegou a ser diferente e isso foi um fator desequilibrante: enquanto os taurinos usavam Renault, os "taurininhos" chegaram a usar motor Ferrari por alguns anos. Com Vettel, uma pole e vitória improvável em Monza fizeram história com a equipe "italiana" de sede em Faenza, utilizando as estruturas da Minardi.

Berger e Vettel: a única vitória da Toro Rosso na história. Foto: Getty Images
Mais do que resultados concretos, o objetivo da Toro Rosso sempre foi claro: revelar talentos para a Red Bull, tal qual uma categoria de base do futebol que abastece o time principal. Vettel foi alçado e fez história, tornando-se um padrão e exemplo de sucesso. No entanto, nem todos são Vettel na Red Bull, e alguns entenderam isso...

Helmut Marko e algumas de suas vítimas... Foto: Getty Images
A Red Bull pode ser um sonho para jovens pilotos que sonham com grandes carros, equipes, vitórias e títulos, mas também é um grande pesadelo, ao menos para a maioria deles. Para cada Vettel, vários outros foram queimados pela exigência de Helmut Marko, que também estimulava a rivalidade entre os jovens. Speed, Liuzzi, Bourdais, Buemi, Alguersuari, Vergne e posteriormente Kvyat e o próprio Gasly são exemplos da faca de dois gumes. Isso sem contar aqueles que ficaram no meio do caminho e sequer chegaram no topo, e o caso de outros que voltaram de forma inesperada, como Hartley e agora a sensação Alexander Albon.

Ricciardo e Verstappen: casos raros de sucesso, até um deles ser preterido pelo outro... Foto: Divulgação/Red Bull
Durante meia década a Toro Rosso foi constantemente cobrada por Marko pela falta de resultados. No entanto, este ano finalmente veio algum retorno depois da evolução da Honda e também de um pouco de sorte e oportunismo de seus pilotos outrora renegados.

Se antes era abundante a entrada de talentos, as dificuldades na base mostram que a Red Bull tem mais cuidado ao incinerar seus pilotos, sendo agora mais comum o "rebaixamento" do que a total ruptura. Ainda assim, a Toro Rosso/Red Bull cumpre seu papel de abastecer o grid em suas equipes (ou não), como Sainz pode muito bem provar.

Agora, a F1 tem mais uma alfa querendo se provar no bando, quer dizer, Alpha, tal qual o Athletico. De resto, segue tudo como está, com Gasly e Kvyat como pilotos. Ansioso para ver se o novo carro terá coloração diferente.

A exemplo da Force India, Toro Rosso era outro nome que nos acostumamos e vamos sentir falta. Em todo o caso, bem vinda a mais uma Alpha, a Alpha Tauri.

Até!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

PELA PORTA DA FRENTE

Foto: Motorsport Images

Robert Kubica tinha uma vitória na carreira, vários pódios e grandes desempenhos na BMW Sauber quando foi contratado pela Renault para ser o grande líder da equipe nos anos 2010. Um bom ano de 2010 poderia ser um presságio para que ele e os franceses continuassem avançando. Kubica também era bola da vez para pegar a vaga de Felipe Massa na Ferrari. Até hoje existem histórias de que já haviam negociações em andamento.

Até que um acidente de rali em fevereiro de 2011 quase colocou tudo a perder. Kubica ficou entre a vida e a morte. O movimento do braço poderia estar comprometido. As seqüelas poderiam ser graves.
Uma carreira em sucessão interrompida. Com uma lenta recuperação, restava ao polonês se aventurar no rali que tanto gostava. Era notícia quando capotava com frequência, algo até normal na dinâmica do esporte.

Com o passar do tempo, o nome de Kubica tinha um misto de alegria e lamentação, de alguém poderia ter sido mais do que foi se não fosse o acidente. Sem contar a pancada assustadora no Canadá que resultou “apenas” em um tornozelo quebrado.

Nos últimos anos, começaram a surgir movimentos de que o polonês gostaria de se testar na F1 de volta. Carros mais pesados e difíceis, além das lesões e limitações que tinha, deixavam tudo uma grande dúvida.

Kubica não se deu por vencido. A Renault, antiga equipe, abriu as portas mas viu que o polonês não seria competitivo o suficiente para pilotar. Com o passar do tempo, o que era grande expectativa virou dúvida: por que Kubica não foi aproveitado pelos franceses e até preterido por Sirotkin na Williams? Restou ser piloto de testes.

Naquele momento, o desempenho esportivo passou a ser segundo plano. O que valia era a história, a redenção, o retorno de um esportista que, mesmo diante de algumas limitações, mostrava que era possível estar lá. Tudo bem que ele comprou a vaga, mas Kubica na Williams nesse ano foi um sopro. Uma história pessoal que envolve a todos, como se fosse um filme de superação, em um mundo tomado por adolescentes endinheirados.

É claro que somente o nome Kubica estava no cockpit. Aquele piloto não existe mais. Com limitações, foi obliterado por George Russell. Perdeu todos os treinos, mas não dá pra fazer pouco caso. Russell derrotou Albon e Norris na F2, não é qualquer galinha morta e, mesmo assim, na hora decisiva, valeu a estrela e até sorte do polonês para ser o responsável pelo único ponto da equipe no ano, graças a desclassificação da Alfa Romeo na Alemanha.

No fundo, o retorno de Kubica teve como desempenho técnico talvez uma reação abaixo até das expectativas iniciais, que não eram altas. É um piloto de outra categoria em um carro de outra categoria. Não há demérito e ninguém se importa. O mais importante foi que Robert Kubica mostrou ser possível nunca desistir e dar a volta por cima. Ou alguém acha que o saudável Latifi é capaz de fazer muita coisa diferente?

Num esporte cada vez mais negócio e menos humano, o polonês subverteu a lógica. Entra e sai pela porta da frente, sendo reconhecido por todos. No fundo, isso é o que mais importa e, para quem gosta de vasculhar os livros de história, poderão ver que em 2019 Kubica fez um ponto e Russell nenhum.

Logo, o polonês foi melhor que o britânico na temporada. Ou não. De novo: quem se importa?

Que Kubica siga feliz e alcance os outros objetivos pessoais e profissionais que lhe resta.

Até!

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O BONDE PASSOU

Foto: Divulgação/Renault
Na vida, existem janelas de oportunidades muito curtas para nós aproveitarmos. Do contrário, fica a eterna sensação do "e se". Uma escolha e um alinhamento das estrelas pode determinar muitas coisas. Estar no lugar certo e na hora certa. No lado contrário, está a maioria que não teve ou não aproveitou essa pequena janela de oportunidades que mudam uma vida.

Nico Hulkenberg ficou dez temporadas quase ininterruptas na F1 (de 2009 até agora; ausente apenas em 2011). Isso não é um fracasso. Pelo contrário. Passou por duas equipes de grife (Williams e Renault), uma tradicional (Sauber) e uma que estava em ascensão e hoje pode-se considerar relativamente tradicional (Force India, atual Racing Point).

Tirando a Renault, em todas as outras Nico teve um desempenho acima da média, "andando além do carro", sendo aquele piloto que todos cravavam que "com um carro melhor, mostraria todo o potencial". O prenúncio disso foi a pole inesperada com a Williams logo na primeira temporada, há quase dez anos.

O jovem Nico. Foto: Getty Images
Mas parecia que desde os primórdios o destino avisava que iria pregar peças no jovem, pois ele não tinha contrato para a próxima temporada. E assim ficou, como piloto de testes da Force India. Que azar. Pois bem, de volta em 2012, outra vez no Brasil a sorte parecia sorrir para Nico. Uma segunda chance.

Decisão de campeonato, tensão no ar, tempo maluco. Uma combinação de fatores que fez Nico liderar com 40 segundos de vantagem em relação ao resto, até que um Safety Car embolou todo mundo. Tudo bem, ao menos ele está em primeiro. A pista seca e Nico roda. Cai para segundo. Sem problema, a Force India está bem na prova, mais veloz. É só passar Hamilton e retomar o controle. No S do Senna, o carro escorrega, o retardatário atrapalha e Hulk bate. Punido com um drive through, chega em quinto. É a sorte e o azar juntos, onde o segundo parece ser mais forte. Justo na hora H, Hulk exita, de novo.

Foto: Getty Images
Foi a grande chance da consagração, mas tudo bem. Hulk é um bom piloto, regular, sempre marca pontos e é o "melhor do resto". O pódio ou algo assim vai acontecer. Na Sauber, em 2013, viveu o melhor momento da carreira. A briga com Alonso e etc na Coreia é o ponto alto de sua trajetória na F1. Ali, muita gente quase que implorava um carro melhor para Nico. Mas o destino...

Hulk deve ter sido a grande vítima da entresafra e da contínua insistência da Ferrari em Massa e Raikkonen. Hulk sempre foi o ficha um para ser o próximo da lista, mas a chance nunca chegava. Com o passar do tempo, a regularidade continuava ali, mas sempre que o imponderável acontecia, não era Nico quem se destacava. Esse cara foi Sérgio Pérez.

O destino sempre foi e vem. Se na F1 não dava, a WEC veio e o salvou. Título nas 24 horas de Le Mans. A sorte sorriu, como bem escrevi em 2015. Poderia ser um indício dos dados virando para seu favor.

Mas, como sempre, o destino... a regularidade já não era mais a mesma. Pérez além de ser mais rápido, ainda aproveitava as chances de pódio. Nesse eterno vai e vem, a ida para a Renault foi até surpreendente. Hulkenberg, experiente e bom piloto, sendo líder de uma equipe de fábrica que buscava a reestruturação? Era bastante, talvez até demais. E foi a sua última chance, como "profetizada" aqui em 2016.

A toada seguia a mesma. Hulk despachou Palmer e Sainz. O carro não ajudava, mas a velha sina seguia. Nas raras chances de pódio, como em Baku ano passado e na Alemanha esse ano, Hulk errou e fraquejou, tal qual em Interlagos 2012. Foi definitivo. A chegada de Ricciardo para ser o líder dos franceses também foi um sinal. O tempo passa. Em uma F1 cada vez mais jovem, precoce e dependente das montadoras e magnatas obscuros, Hulk era um dos poucos que não trazia patrocínio, apenas talento. A falta de estrela, a idade e o desgaste fizeram perder o lugar para Esteban Ocon, que retorna.

A batida na Alemanha: o fim de Hulk na F1. Foto: Getty Images
Como Eminem disse em 'Sing For The Moment':

"É por isso que aproveitamos o momento, tentamos congelá-lo e possuí-lo; Apertar e segurar, porque consideramos esses minutos dourados".

A pole em Interlagos foi esse momento dourado, congelado na eternidade. No entanto, Nico não conseguiu aproveitar os outros momentos que lhe surgiram na F1.

O bonde passou e Hulkenberg não conseguiu entrar por inúmeros fatores, dele próprio e externos do destino, dos negócios e da política da F1. Com a idade chegando e o grid sem mais carros, talvez seja improvável que retorne. O que lhe resta? WEC, para ser campeão ou mais títulos de Le Mans? Fórmula E? Indy? Como todos sabemos, ser piloto é muito mais que ganhar e bater recordes na Fórmula 1, mas Hulk poderia ter sido mais do que foi. Ficaremos sempre com aquele "e se ele vencesse em Interlagos?" ou algo do tipo.

Talvez não fizesse tanta diferença, mas seria um sentimento muito melhor e eterno do que ver pilotos inferiores a ele como Sainz, Stroll, Magnussen, Gasly e Grosjean com pódios e ele não. É a vida. É o bonde.

Até.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

PROTOCOLAR

Foto: Getty Images
Abu Dhabi, juntamente com Paul Ricard e outras, são pistas extremamente descartáveis. Não deveriam estar no calendário. Quando que teve corrida boa por lá? No máximo, com boa vontade, as tensões das disputas de título de 2010, 2012 e 2016. De resto, é uma porcaria. Como foi o post da semana, é um clima de férias e fim de festa total, desinteresse e corridas chatíssimas, sem emoção alguma.

Hoje, Hamilton liderou do início ao fim e venceu fácil, com o sexto Grand Chelem da carreira. Verstappen e Leclerc tiveram um enfrentamento interessante. O monegasco passou Max na largada, mas depois, na estratégia, o holandês parou depois e com o pneu menos desgastado retomou a segunda posição.

O destaque foi Bottas, largando em último em virtude da troca da unidade de potência e que quase conseguiu passar Leclerc. Vettel e Albon vieram depois. Pérez fez mais uma grande corrida e foi o sétimo, seguido por Norris, Kvyat (outra boa recuperação) e Carlos Sainz, definitivamente o "melhor do resto".

Hulkenberg se despediu da F1 e essa prova foi a síntese da carreira. Vinha bem, numa estratégia interessante, parando depois de todo mundo para no final tentar engolir todo mundo. Acabou colocando o pneu médio e perdeu ritmo. Passou a ser atacado e na última volta saiu da zona de pontuação. Uma despedida realmente melancólica e triste, o que de fato virou a carreira do alemão nos últimos anos.

Kubica também foi outro que se despediu com algum lampejo, disputando posição com Giovinazzi. Motivos diferentes, sentimentos semelhantes. Serão os personagens dos textos dessa semana no blog.

Ademais, a temporada 2019 encerra-se com boas corridas, algumas esquecíveis e o desejo desesperado por alguém que consiga enfrentar Hamilton. A Ferrari é errante e uma Red Bull sozinha não faz verão. No entanto, é difícil imaginar isso em um período onde todas já estão pensando em 2021. Talvez 2020 seja um spin-off de agora. Melhor para Hamilton, agora só sete vitórias atrás de Michael Schumacher na história.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

GP DE ABU DHABI - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:34.794 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016 e 2018) - 4x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 387 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 314 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 260 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 249 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 230 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 95 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 95 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 84 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 54 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 45 pontos
12- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 43 pontos
13- Nico Hulkenberg (Renault) - 37 pontos
14- Daniil KVyat (Toro Rosso) - 35 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 14 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 701 pontos
2 - Ferrari - 479 pontos
3 - Red Bull Honda - 391 pontos
4 - McLaren Renault - 140 pontos
5 - Renault - 91 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 83 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 67 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 57 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:

Sexta-feira:

Treino Livre 1 - 6h (SporTV 2)
Treino Livre 2 - 10h (SporTV 2)

Sábado:

Treino Livre 3 - 7h (SporTV 2)
Classificação - 10h (SporTV 2)

Domingo:

Corrida - 10h10 (Rede Globo)

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

RITMO DE FÉRIAS

Foto: F1
Quando este post for publicado, estarei no Rio de Janeiro curtindo uma semana de folga. Portanto, não terá o post dos treinos livres de sexta, mas isso não significa que o blog tirou férias. Ele, tal qual a F1, já está no ritmo de férias, o que é bem diferente.

Como Abu Dhabi completa nesta temporada dez anos no calendário, já é tempo suficiente para ter sido realizada algumas corridas. Como sempre ficou no final do calendário, em muitas oportunidades a corrida era somente um ato protocolar antes do final de férias, portanto o intuito do tópico é justamente relembrar essas corridas inesquecíveis de caráter amistoso:

Foto: BBC

A primeira corrida por lá foi logo após Jenson Button ser campeão mundial com a Brawn. Havia todo o caráter de novidade em uma prova que começava de tarde e terminava de noite. Hamilton era o grande favorito para dominar a prova mas sua McLaren quebrou e permitiu a dobradinha da Red Bull com Vettel e Webber, com Button e Rubinho fechando a despedida da Brawn GP. Também foi a despedida da Toyota e da BMW da F1.

Foto: Motor Authority

Com Vettel barbarizando e conquistando o bi, um pneu furado na largada fez com que Hamilton vencesse a corrida que deveria ter ganho em 2009. De significativo, foi a última corrida da carreira do Rubinho, que terminou em 12° com a Williams.

Foto: F1
A nona vitória seguida de Vettel veio fácil, apesar de ter largado em segundo. Foi a última prova e pódio de Mark Webber, a despedida de Felipe Massa da Ferrari e de Kimi Raikkonen na Lotus.

Foto: Motorsport
No auge da Mercedes, Rosberg só passou a vencer depois de Hamilton ter confirmado o tricampeonato. Não tem mais o que tirar, gente.

Foto: F1
Com o tetra garantido, Hamilton chegou em segundo, atrás do parceiro Bottas. Foi a despedida definitiva de Felipe Massa da F1, assim como de Pascal Wehrlein.

Foto: Reprodução/F1
Parece ontem, mas já vai fazer um ano que Alonso se despediu da F1, juntamente com Ericsson, Vandoorne, Sirotkin e Hartley. Hamilton venceu mais uma.

Como vocês podem perceber, essa pista só tem o mínimo atrativo quando há alguma disputa de título, o que aconteceu somente em quatro oportunidades. Mesmo assim, como o traçado é horrível e nada acontece, é difícil de se ter emoção, exceto quando Alonso ficou preso atrás de Petrov e Hamilton segurou o ritmo para todo mundo tentar passar Rosberg, sem sucesso.

Abu Dhabi não pode finalizar uma temporada. Só está lá pelo dinheiro. Pode ser bonito, ter uma estrutura espetacular no entorno e shows pirotécnicos, mas de corrida, corrida mesmo, talvez só em 2012 tenha sido decente (a famosa "leave me alone" do Raikkonen). Bem, é o que temos para hoje. Retorno em breve com a programação normal, definitivamente de férias.

Até!

terça-feira, 19 de novembro de 2019

EU SOU VOCÊ AMANHÃ

Foto: Alliance/DPPI
Durante os anos 1980, uma campanha publicitária de Jacques Lewkowicz fez muito sucesso: para vender uma vodka, foi criado o "efeito Orloff", nome do produto: uma pessoa convencia a outra para beber o produto e, no fim, dizia "porque eu sou você... amanhã". Se bebesse a Orloff, o sujeito não ficaria triste, deprimido e arrependido no outro dia. Na cultura popular, essas expressões começaram a ser usadas quando ações se repetiam com o passar do tempo.


Talvez Vettel não beba vodka, mas certamente está passando pelo efeito Orloff. Em 2010, enquanto brigava pelo título mundial sendo uma jovem promessa, ele teve que lidar com um relacionamento conflituoso com o experiente e menos talentoso Mark Webber, que o acusava de ser protegido de Christian Horner, Helmut Marko e companhia.

Na corrida da Turquia, enquanto disputavam a primeira posição, Vettel acabou se chocando com o australiano e os dois bateram em plena reta. O alemão abandonou e Webber conseguiu salvar um terceiro lugar. Era a materialização do clima bélico que vivia a jovem Red Bull, até então inexperiente como protagonista andando na frente. No fim das contas, tudo deu certo e o jovem talentoso se sobrepôs ao experiente cinco anos seguidos, com quatro títulos mundiais.


Em 2014, sendo o tetracampeão experiente, foi batido com facilidade pelo jovem Daniel Ricciardo sem criar problemas. O fim de ciclo estava evidente e rumou para a Ferrari, onde só enfrentou Kimi Raikkonen e, mesmo assim, teve um acidente parecido na largada de Cingapura em 2017:


Agora com Leclerc, o acidente no Brasil é igual ao da Turquia. Vettel passa, tenta atravessar um pouquinho o carro na marra, Leclerc não cede e os dois colidem. Pior para os italianos. Nesta temporada, são sete poles para o novato monegasco e apenas uma para Vettel. Duas vitórias a uma, sendo que poderiam ser quatro a dois. Vettel foi superado pelo jovem Leclerc, que não o "respeita".

Em algumas teorias nos últimos meses, me parece que o principal objetivo de Vettel e não perder para o companheiro de equipe. Na largada, foi passado facilmente por Hamilton e não esboçou reação. Ao ser passado por Leclerc, tentou reagir rapidamente. Duas tônicas da carreira de Seb. Ele sabe que está perdendo prestígio e mesmo com a aura de campeão que tem isso não vai ser o suficiente para as próximas temporadas. O tempo não está a favor dele, e sim da nova estrela, "o Vettel do passado", Leclerc.

Foto: Reprodução/FOM
Eu sou você amanhã. Vettel virou o Webber do passado e Leclerc o Vettel de antes? Mais ou menos e sim. Um cara com o currículo dele jamais será um segundo piloto e a qualidade dos dois jamais podem ser comparadas. Leclerc tem potencial para ser um grande piloto e já está provando rapidamente, assim como Seb conseguiu.

Sobre o incidente, não estou aqui para apontar culpados, até porque os dois têm responsabilidades. Leclerc não deu espaço, algo corriqueiro depois do passão de Max na Áustria, e Vettel tentou ganhar esse espaço na força, resultando nisso. Mattia Binotto não tem pulso para comandar esses dois, principalmente agora que Leclerc vai ficar, com o tempo, maior do que já é.

Como Vettel pode solucionar isso? Bebendo Orloff para não virar o Webber da vez? Me parece que não está fazendo isso... enfim, não vai ser o último embate entre esses dois. 2020 promete. Como a Ferrari vai lidar com essa hierarquia questionada? Vodca demais dá dor de cabeça!

Até!

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

ÚNICO

Foto: Getty Images
Interlagos é único e quase sempre cumpre o que promete. A ansiedade é justificada. Hoje, quando tudo parecia que seria meio chocho e se encaminhava para uma tentativa de disputa entre Verstappen e Hamilton, um Safety Car duvidoso causado pela entrada de um trator para tirar o carro de Bottas, que estourou o motor ao superaquecê-lo sem conseguir ultrapassar Leclerc, mudou tudo e transformou uma prova de F1 em uma chegada de Indy ou de Nascar.

Antes do delicioso caos, tudo parecia uma peça de xadrez: Verstappen e Hamilton com a mesma estratégia, pareados por Vettel e Albon e Leclerc e Bottas. Lá atrás, Ricciardo foi punido por tocar em Magnussen e foi para o final do grid. Ultrapassar no meio do pelotão não é fácil.

No pós Safety Car, todo mundo colocou os macios e foi pra cima menos Hamilton, que inexplicavelmente manteve-se na pista com os desgastados pneus médios. Verstappen disparou com uma manobra à la Montoya em 2001. Albon, que sempre surge nas voltas finais, fez o mesmo com Vettel, que não conseguia devolver. Leclerc, atrás, resolveu tentar. Vettel foi dar o troco, mas existe uma espécie de inconsciente que é: entrar perder a posição para o parceiro de equipe e bater, que seja a segunda opção.

Foto: Reprodução/F1 TV
Olhando pelos vários ângulos, me pareceu um toque de corrida. Entretanto, com mais detalhes, Vettel praticamente repetiu a famosa e desastrada manobra diante do parceiro Webber quase uma década atrás: com meio carro a frente, jogou ele um pouco para a esquerda. Leclerc, reto, manteve-se na linha e acertou o dianteiro direito no pneu traseiro esquerdo do alemão.

A Ferrari cansa de desperdiçar oportunidades, seja pela incompetência dos pilotos ou problemas crônicos no carro. Como ajeitar a casa para brigar em 2020 se o novato quer mandar mais que o mais velho e o mais velho quer se impor nem que seja estragando a corrida de ambos? Binotto não é esse cara enérgico para fazer isso. Na verdade, hoje na Ferrari essa figura inexiste, um Montezemolo, Ross Brawn, Jean Todt, Marchionne e até o fumante Arrivabene tinham uma postura mais "pau na mesa" nessas horas. Quem ganha, ou melhor, ri com isso são os mecânicos da Red Bull (como foi hoje) e principalmente da Mercedes.

Um novo SC e a Mercedes chamou tardiamente Hamilton para os boxes. Honestamente, não imaginava que a corrida continuaria depois dali, mas houve a relargada. Brigando pelo segundo lugar e com pneus novos, era questão de tempo passar Albon, que conquistaria o primeiro pódio dele e da Tailândia na F1. Parecia. Meio inocente, Albon não se defendeu na última curva do miolo, o hexacampeão tentou se atravessar e bateu, fazendo o tailandês rodar e jogar para o espaço a chance do pódio. Mesmo com a asa dianteira danificada, Hamilton seguiu para caçar Gasly.

Investigado pelos comissários, ele e Bottas reclamaram a corrida inteira de falta de potência do motor alemão, e foi assim que ele foi incapaz de passar Gasly na reta de chegada. Como se fosse Nascar, milésimos definiram o primeiro pódio da carreira de Pierre. É incrível chegar a esta conclusão, mas a Mercedes hoje tem menos potência que Honda e Ferrari. Tem mais confiabilidade. Para a próxima temporada, os alemães já trabalham em uma nova solução.

Foto: Getty Images
É inacreditável. Chutado merecidamente da Red Bull pelo pífio desempenho, na Toro Rosso parece que o francês é outro piloto. Vem superando Kvyat e o "azar" e incompetência que teve na primeira metade do ano foi recompensado pelo oportunismo e ótimo ritmo de corrida agora. Apesar de ser crítico do francês, não tem como não gostar dessas histórias de superação, dos underdogs que surpreendem e dão a volta por cima, conquistando grandes resultados. Albon merecia o pódio hoje, mas certamente é questão de tempo para chegar, afinal ele está na Red Bull. Albon faz uma temporada muito melhor que Kvyat e Gasly, mas incrivelmente pode ser o único piloto taurino a passar o ano zerado no pódio. Que loucura.

A comissão, que já foi veloz em diversas ocasiões e foi responsável até por tirar Verstappen de uma cerimônia certa vez no México, dessa vez foi mal demais. Fez Hamilton participar do pódio e, minutos depois, confirmar a punição de cinco segundos que confirmou também o primeiro pódio de Carlos Sainz, o segundo espanhol a conseguir tal feito (e também na McLaren) e o primeiro da histórica equipe desde 2014, na Austrália, onde Button também só subiu ao pódio após a desclassificação de Ricciardo.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Todo mundo perdeu a chance de ver Sainz, ao vivo, comemorando um merecido pódio, e largando de último! É incrível o ritmo de corrida! É, sem dúvida alguma, o melhor piloto do "lado B". Sempre consistente, hoje ele foi também oportunista para fazer história junto com a McLaren e, assim como Gasly, tirar esse peso do "primeiro pódio" dos ombros.

Isso também mostra que o caminho da McLaren para retornar ao lugar que merece está sendo trilhado aos poucos. Isso que está com o motor Renault ainda por cima. Com uma boa dupla de pilotos e a continuação da reestruturação sendo feita com Andreas Seidl, Gil de Ferran e Zak Brown, quem sabe nos anos seguintes essa grande festa que "vimos" através das fotos seja mais corriqueira com vitórias também.

Fechando essa corrida maluca, Hamilton terminou em sétimo. Na frente dele, as duas Alfa Romeo, com Raikkonen e Giovinazzi. É o melhor resultado da carreira de Giovinazzi, outro novato que sai fortalecido para a próxima temporada, mesmo quando o carro teve uma queda na segunda metade do ano, assim como o melhor resultado de Raikkonen neste retorno a ex-Sauber.

Ricciardo, que chegou a ser o último por um erro dele, conseguiu contornar a situação para ser o sexto. Ah se a Renault tivesse carro... Hulkenberg termina sua trajetória melancólica na F1 lá atrás e vendo quase todo mundo que ele duelou nos últimos anos sendo recompensado com um pódio. É o que é. Pérez e Kvyat completaram o top 10. Nem diante de uma corrida caótica a Haas conseguiu alguns pontinhos, mesmo com Grosjean entre os 10 a corrida toda. Não pararam ele na hora do Safety Car e foi engolido na relargada, aí também é brincadeira.

No único GP do Brasil, é necessário que isso enterre de vez algo que nunca foi cavado, que é a tal lunática ideia de Deodoro. Verstappen, com a cabeça no lugar e um carro competitivo, é o grande nome a destronar Lewis Hamilton, só precisa ser menos Mansell. A Ferrari, com todo mundo se batendo e a ausência de uma liderança dentro e fora das pistas vai continuar penando.

Com um pódio todo de pilotos Red Bull, é comovente ver rostos diferentes nas primeiras posições nessas corridas caóticas, até porque a diferença das três principais equipes para o resto é gritante.

Em Interlagos, tudo é único.

Confira a classificação final do GP do Brasil:


Até!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

ANSIEDADE

Foto: Getty Images
Pode não valer mais nada, mas o GP do Brasil é sempre um evento que traz ansiedade. A proximidade com o país e todo o contexto me transformam. São dias diferentes. A ansiedade aumenta desde o fim da corrida anterior e o pensamento de que "o próximo é aqui".

Existem muitas possibilidades. A chuva ou não pode mudar tudo. No primeiro treino livre, tudo começou com um temporal até a pista secar, aos poucos. O tempo para domingo é incerto. Com a pista úmida, já tivemos vítimas: Albon, Kvyat e Kubica. É o imponderável tentando ajudar. No final de temporada, os motores começam a pedir água também, como foi o caso da Honda do Gasly.

Foto: Getty Images
Os treinos mostram muito equlíbrio. A Ferrari, se solucionar aquilo que espera-se tenha sido apenas um acidente de percurso em Austin, pode ter vantagem, afinal o circuito é veloz. A Mercedes, em estado de graça, quer manter a pegada dos recordes, ainda mais que Hamilton corre "em casa". Verstappen nunca pode ser descartado, embora ele tenha mais possibilidades de sobressair no caos.

Enfim, esse é um texto que enfatiza mais do que nunca o desejo e o sonho que tenho em estar lá presencialmente em Interlagos para assistir uma corrida, afinal já fui duas vezes para o Lollapalooza, mas a sensação certamente deve ser diferente. Quem sabe?

Mais convicção do que torcida, tenho certeza também que domingo teremos uma grande corrida por aqui. Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

GP DO BRASIL - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio do Brasil é disputado desde 1972 (1973 na F1), sendo realizado em Interlagos (1972-1977, 1979, 1980, 1990-atualmente) e já foi sediado em Jacarepaguá (1978, 1981-1989).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:10.540 (Mercedes, 2018)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:07.281 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 6x ( 1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990)


PARA EVITAR A FADIGA

Foto: Getty Images
O chefão da Fórmula 1, o bigodudo Chase Carey, disse que quer limitar o número de corridas do esporte. No ano que vem, pela primeira vez na história teremos 22 etapas. Com o calendário cheio, algumas contrapartidas foram tomadas, como a diminuição dos dias de testes e os eventos começando somente na manhã de sexta com as coletivas e posteriormente os treinos livres. Num passado nem tão recente, a ideia seria de abrigar até 25 etapas.

“Nós estamos muito cientes de que a fadiga é um fator neste esporte e que nós temos de limitar o número de corridas”, disse Carey ao jornal francês ‘L’Equipe’. “Nós ainda achamos que temos um pouco de margem de manobra, mas quando perguntamos a um time ou a um piloto, eles preferem 21 corridas a 22 ou 23”, disse.

O aumento das corridas, segundo Carey, deve-se ao constante interesse no esporte e em sediar um Grande Prêmio. No entanto, isso não quer dizer que a tradição vai ficar pelo caminho, apesar da entrada do Vietnã e a iminente corrida em Miami.

“Nós temos discussões em todos os continentes com exceção da Antártica. Claro, nossa capacidade é limitada e a demanda é maior do que a oferta. Nós queremos garantir que as novas corridas tragam algo especial para a F1.

Nós também queremos evitar o crescimento às custas das nossas fundações, que são as corridas históricas na Europa. É por isso que Mônaco e Silverstone foram renovadas recentemente por longo prazo”, concluiu.

Como fã, é fantástico ter mais e mais corridas para acompanhar. Pensava assim. No entanto, como ficam as famílias dos mecânicos que viajam semanalmente por continentes e sem ganhar a grana dos pilotos e grandes chefões? Tem que haver o equilíbrio. Ao mesmo tempo que mais corridas é mais dinheiro para a Liberty/FIA, também passa a impressão que o excesso pode desvalorizar em termos esportivos. Por exemplo, por que alguém acordaria para assistir o GP do Vietnã se tem outras 21 corridas? Se fosse 15 ou 16, a lógica poderia não ser essa. A Liberty precisa encontrar o equilíbrio esportivo e mercadológico.


Ah, essa semana tivemos várias notícias interessantes: Toto Wolff não vem pra cá. Com os títulos já garantidos, o chefão vai ficar pela Europa para resolver assuntos de interesse da equipe. E quais seriam esses interesses? Sei lá. Só aguardando para saber.

SEM POLE

Foto: Getty Images
O maior poleman do ano não vai repetir a façanha em Interlagos. Charles Leclerc, da Ferrari, vai trocar de motor após o vazamento de óleo que teve em Austin. Ao recorrer a um motor desgastado, terminou um minuto atrás do vencedor, Valtteri Bottas. Com um novo motor, portanto, o monegasco perde no mínimo dez posições no grid de largada.

“Montar uma nova unidade de potência implica ter punição no grid, mas deveremos ter uma performance normal na corrida e demonstrar um grande nível para terminar o ano em grande forma. Vai ser importante para confirmar que evoluímos com nosso carro para seguir com essa sequência no inverno. Sei que nossa equipe e os pilotos estão muito concentrados nisso”, disse o chefão Mattia Binotto.

Leclerc falou sobre pilotar em Interlagos, a casa de Ayrton Senna:


"É  o piloto que talvez eu mais admirei. Teve muito talento, era especial. Este GP sempre vai me fazer lembrar seu legado. É muito empolgante pilotar aqui. É uma volta curta que reúne uma grande combinação de curvas, com algumas retas. O traçado mudou um pouco ao longo das últimas décadas. Antes, sempre o escolhia para jogar com o PlayStation. A meteorologia, além disso, pode mudar muito, o que implica que a pista pode mudar dia após dia, oferecer desafios inesperados às equipes e mesclar o grid”, disse Charles.

Bom, no mínimo Leclerc vai ter mais diversão na corrida ao se livrar dos carros mais lentos. No entanto, a corrida dos Estados Unidos deixa um grande ponto de interrogação: o desempenho pífio da Ferrari foi exceção ou o motor estava "cheateado" durante a temporada inteira? Veremos como Leclerc irá se comportar.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 381 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 314 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 249 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 235 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 230 pontos
6 - Alexander Albon (Red Bull) - 84 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 80 pontos
8 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 77 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 46 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 44 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 41 pontos
12- Nico Hulkenberg (Renault) - 37 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 34 pontos
14- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 695 pontos
2 - Ferrari - 479 pontos
3 - Red Bull Honda - 366 pontos
4 - McLaren Renault - 121 pontos
5 - Renault - 83 pontos
6 - Racing Pointe Mercedes - 65 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 64 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:





quarta-feira, 13 de novembro de 2019

VÍDEOS E CURTINHAS #39: A ECOF1

Foto: Fox Sports
Na terça pela manhã, a Liberty Media e a FIA divulgaram um manifesto explicando ações para o futuro da categoria que visem a diminuição da poluição, tornando a F1 mais "eco", menos poluente e mais sustentável.

O texto, intitulado "uma estratégia para o futuro", pretende acabar com o uso de plásticos até 2025 e zerar a emissão de carbono até 2030. Isso não significa que a categoria irá adotar os motores elétricos tal qual a Fórmula E (talvez seja uma exclusividade deles), mas também não fornece nenhuma informação ou ideia de como isso vai ser feito. Os motores irão continuar híbridos.

Segundo o tal texto, a iniciativa conta com os estudos da FIA, equipes da F1, promotores, especialistas em sustentabilidade e jornalistas no último ano.

Para 2021, já está definido o começo do uso de composições mais renováveis nos combustíveis.

Até 2025, o objetivo é acabar com o uso dos plásticos, incentivando os fãs a utilizarem transportes ecológicos e sustentáveis para chegarem nos autódromos pelo mundo, através de veículos que não emitam carbono. Isso é bizarro e, salvo pouquíssimos lugares da Europa, duvido que vá pra frente nessa década.

Muita teoria e pouca prática. Como vanguarda e no papel de estar atento as evoluções do mundo e tentar ajudar no que for possível para manter o planeta sustentável, a iniciativa da F1 pode ser louvável e digna de elogios, mas é muito contraditório. Como zerar a emissão de carbono e a Liberty quer aumentar o calendário para 25 provas, empurrando goela abaixo circuitos que ninguém pediu como Miami?

Foto: The Telegraph
Pra surpresa de ninguém, a Red Bull vai manter Albon na próxima temporada e a futura Alpha Tauri vai continuar com Gasly e Kvyat. Merecido. O tailandês nascido e criado na Inglaterra aproveitou todas as oportunidades que teve. Mesmo sendo um segundão, está fazendo mais pontos que Max. É o que a equipe quer, bem diferente do que o francês fazia. A Toro Rosso está de bom tamanho para ele e o russo, que mais do que nunca estão oficialmente empacados na carreira. Ou é isso ou rua.

Foto: Getty Images
Há dez anos, Jenson Button conquistava no Brasil o único título mundial e talvez o mais inacreditável da história recente com a Brawn GP. Antes de toda essa jornada, ele e Rubinho chegaram a ficar sem carro com a saída da Honda da categoria de última hora. Ross Brawn comprou o espólio, viu a brecha no regulamento com o difusor traseiro e o resto é história. Chegou em quinto e superou Barrichello, que fez a terceira pole em Interlagos (e a última da carreira) mas como sempre teve azares e ficou longe da vitória.

Relembre a pole histórica de Rubinho na chuva e o título do inglês:




Até!