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domingo, 3 de setembro de 2023

10

 

Foto: ANP

Pela primeira vez na história, um piloto vence dez corridas consecutivas. Max Verstappen já está na história. Poucas vezes se viu um conjunto piloto e carro tão imbatíveis. O resto é chover no molhado. A vitória veio depois de 15 voltas de muita pressão em cima de Carlos Sainz. Com pneus desgastados, o espanhol fritou eles na primeira curva e o resto é história.

A corrida teve duas voltas a menos porque o motor de Tsunoda falhou na volta de apresentação. Muitos protocolos e enrolações, até quando o dia estava lindo e ensolarado em Monza. As burocracias da FIA irritam demais.

Mesmo largando na pole e terminando em terceiro, pressionado por três pilotos a corrida inteira e ultrapassado por dois, Carlos Sainz fez a melhor corrida da carreira, justamente num palco especial como Monza é para os tifosi. Foi combativo, vendeu caro a ultrapassagem para Max, não resistiu ao carro de Checo Pérez e segurou Leclerc. A Ferrari liberou a briga e por pouco não teve acidente dos dois.

Tudo porque Sainz foi muito aguerrido. Se as vezes falta velocidade e ritmo, o espanhol sabe ler muito bem as situações da corrida. O que sobra em velocidade falta em constância e equilíbrio para Leclerc. Grande final de semana dentro do possível para a Ferrari e especialmente para Sainz, que sai muito fortalecido para a sequência da temporada.

A Mercedes foi terceira força. Um adendo a essas punições que não punem: Hamilton tirou Piastri dos pontos e teve só cinco segundos de acréscimo, que foram facilmente revertidos com o ritmo da corrida. Ou seja: alguém que comete uma infração não paga por ela porque a pena chega a ser risível. Voltem com o drive through!

Alexander Albon e a Williams de meio de tabela. Que trabalho impecável de recuperação da equipe que até ontem era a pior do grid. Méritos para a Dorilton Capital e a chegada do ex-Mercedes James Vowles. Muito rápida de reta, Monza casou certinho com o carro de Grove e dessa vez não teve apendicite para impedir os pontos do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Com uma temporada de afirmação, Albon pode se permitir a novos voos na carreira.

A McLaren também chegou a ter problemas entre os pilotos. Norris tenta usar a influência para se afirmar como um primeiro piloto intocável, mas Piastri está evoluindo e vai fazer frente com o passar do tempo no time. O australiano foi vítima de Hamilton hoje, mas vai ser interessante esses dois jovens pilotos se encontrando na pista com frequência.

Alonso fez o possível e Bottas voltou para os pontos. Liam Lawson fez um trabalho correto, embora aí mesmo em Monza De Vries pontuou com a Williams e deu o "golpe" na Red Bull. 

Sem muito o que comentar, a grande pergunta é: quando a Red Bull (15 vitórias seguidas) e Max Verstappen vão deixar de ganhar? Russell e a Mercedes em Interlagos foram os últimos que se atreveram a vencer nesse meio tempo. 

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

É DO BRASIL!

 

Foto: Joe Portlock/Getty Images

Escrever sobre o que eu não vi é complicado, mas vamos lá, não podia deixar passar: um ano depois de Felipe Drugovich ser o primeiro brasileiro a conquistar a F2, hoje Gabriel Bortoleto, agenciado pela Fênix Alonso, foi campeão da F3!

A verdade é que o título já estava encaminhado há tempos, era só uma questão de confirmação matemática. E ela veio hoje, pois nenhum dos "concorrentes" de Gabriel conseguiram a pole position para o final de semana, o que foi suficiente para garantir o título.

Escreverei mais sobre Bortoleto em breve, mas as perspectivas são positivas. Ganhar a F3 com autoridade e ter o apoio nos bastidores de um certo Fernando Alonso são coisas importantes. Agora, só falta se aproximar de uma academia de pilotos para o futuro ficar mais garantido. No entanto, agora é o momento de celebrar: Gabriel Bortoleto do Brasil!

Por falar em Alonso e Drugovich, Drugo foi para a pista no TL1 da F1, no lugar de Stroll. Ele tem direito a guiar em duas sessões de treino livre por ano, obrigatório para todos os novatos. Foi o 18°, mas é um resultado normal, afinal ele não guiava o carro titular desde que substituiu o próprio Stroll na pré-temporada do Bahrein, em março.

Por falar em Brasil, uma atitude imbecil da FIA. A Federação, em virtude da disputa judicial que Felipe Massa abriu sobre tentar ser coroado o campeão de 2008, pediu gentilmente para o brasileiro não comparecer a Monza. Inclusive, a FIA tirou um dos cartazes da torcida da Ferrari que exclamava o brasileiro como o campeão daquele ano. Justamente no palco onde Massa é amado pelos tifosi, foi impedido de entrar. Ele, que é embaixador da categoria.

Ou seja, o cara foi prejudicado pelo regulamento da própria Federação e ganha como tratamento ser um pária, não poder pisar nos autódromos, como se a culpa fosse dele por ir atrás de seus direitos. É um absurdo que beira o inacreditável. Vamos ver se terão colhões de fazer isso em Interlagos.

Bom, nos treinos, tivemos mais um erro de Pérez, problemas com Stroll e Carlos Sainz fazendo a volta mais rápida do dia. Num circuito veloz como Monza, o motor vai fazer a diferença. Diferença para o pódio, porque sabemos que Max Verstappen está pronto para ser o primeiro piloto da história a vencer dez corridas seguidas.

Ah, a Mercedes renovou com Hamilton e Russell até 2025. Escreverei sobre na semana que vem.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 339 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 168 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 156 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 99 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 75 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 15 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 540 pontos

2 - Mercedes - 255 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 215 pontos

4 - Ferrari - 201 pontos

5 - McLaren Mercedes - 111 pontos

6 - Alpine Renault - 73 pontos

7 - Williams Mercedes - 15 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


O PONTO DA VIRADA

Foto: Getty Images

30 de abril. A última vez que Max Verstappen foi derrotado, também, na verdade, serviu como momento chave para que o holandês entendesse melhor o carro e partisse para essa sequência avalassadora de nove vitórias seguidas (e contando).

Foi uma das raras corridas onde Max foi, de fato, mais lento que Pérez. Uma vitória inapelável para o mexicano, tanto que nem a Red Bull se atreveu a tentar fazer jogo de equipe. Em entrevista coletiva depois de vencer em casa, Max expandiu sobre a importância do processo de Baku para a sequência da temporada e o modo como pilota o carro de 2023.

“Acho que aprendi bastante desde a corrida em Baku, algumas coisas que poderia fazer com o carro, como acertá-lo. Claro que não venci lá, mas experimentei um monte de coisas e diferentes ferramentas no carro. Por isso fui um tanto inconsistente durante a corrida, mas em determinado ponto, consegui um bom ritmo com o que encontrei”, afirmou.

Claro que agora isso faz todo o sentido. No entanto, lembro que Max estava bastante insatisfeito depois da corrida, tanto que até Horner o repreendeu. Assim como ano passado, Max sente dificuldade no início, mas depois se adapta (e as atualizações privilegiam ele, obviamente) e o resultado todos sabemos. 

Dá pra considerar isso uma "dor de crescimento" ou as imaturidades de Max dos anos anteriores que tornaram o piloto que ele é hoje? Não sei, cabe um bom debate ou algum texto no futuro, talvez.

PRESTIGIADO

Foto: Getty Images

Com um desempenho tão discrepante em relação a Max Verstappen, Sérgio Pérez está mais ameaçado do que nunca na Red Bull, apesar de ser o vice-líder do campeonato e com contrato até 2024. É da natureza dos taurinos alterações repentinas e desempenhos imediatos. A chegada de Ricciardo na Alpha Tauri, como uma espécie de teste para o médio-prazo, também é um sinal. No entanto, Christian Horner tratou de acalmar os ânimos:

“A situação de Checo para o próximo ano está clara. Ele é um piloto Red Bull. Temos um acordo com ele. Independente dos acordos, estamos satisfeitos com o trabalho que ele está fazendo. Vocês viram a pilotagem dele hoje, ele teve azar com o limitador de velocidade do pit-lane [que rendeu uma punição de 5s]. Ele é segundo no campeonato mundial, é o único piloto além de Max que venceu GPs neste ano”, frisou.

A resposta de Horner vem após Helmut Marko deixar nas entrelinhas que nada estava garantido para o ano que vem, apesar do contrato em vigor. Horner aproveitou para defender o piloto, afirmando que o "problema" é Max Verstappen, pois o holandês está tão fantástico que qualquer um perto dele parece alguém muito inferior.

“Max está em um período da carreira dele em que é simplesmente intocável e não acho que tenha qualquer outro piloto do grid que seja capaz de atingir o que ele está fazendo naquele carro. Ser companheiro de equipe dele é, provevalmente, em alguns aspectos o trabalho mais inviável, pois o barômetro é muito alto.

Você precisa olhar a performance no papel e nos resultado. Se Max não estivesse lá, Checo teria vencido outras quatro ou cinco corridas. Então ele está fazendo o trabalho dele. É o segundo no campeonato mundial. Vocês viram a performance dele hoje. Ele deu azar por ser punido por velocidade. E, tomara, que ele possa acrescentar à lista de vitórias dele até o fim do ano”, encerrou.

Existem meias verdades. Pérez está muito mal, Verstappen está excelente, mas a diferença não deveria ser tão grande. É até constrangedor, mesmo sabendo que o mexicano está na Red Bull para ser o segundo piloto. O problema é que chegaram a acreditar que Checo seria uma ameaça a Max, autorizada pela Red Bull.

Nunca foi o caso. Pérez está sim devendo e a pressão de Ricciardo vai ser muito grande, ao menos não agora, devido a lesão do australiano. No futebol, a fala de Horner é o tipo de declaração que a gente desconfiaria. Ao lembrarmos que a organização austríaca tem modus operandi semelhante, a desconfiança faz sentido.

TRANSMISSÃO:
01/09 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
01/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/09 - Corrida: 10h (Band)

domingo, 11 de setembro de 2022

ATÉ ASSIM

 

Foto: MotorSport

Monza é a corrida mais rápida do ano. Em 1h15, temos tudo definido. Um circuito rápido, onde a posição de largada faz a diferença para o resultado final, a não ser que você seja Max Verstappen.

Ele e Sainz, com motor novíssimo em folha, foram abrindo o grid. Em poucas voltas, Max já estava rapidamente em segundo, atrás de Leclerc. Com a diferença de pneus, a estratégia poderia ser um fator chave para decidir. E estratégia e Ferrari...

A primeira mudança na corrida foi o abandono de Vettel, que gerou um VSC. A Ferrari chamou Leclerc para colocar os médios. A intenção era boa: ter pneus novos para o final da corrida. O problema é que a ideia da Red Bull e das outras equipes eram diferentes: uma parada só, terminando com os duros. Pérez foi o pioneiro. Saindo de trás, chegou a ter problemas no freio, mas se recuperou, assim como Hamilton.

O Sir mostra que a Mercedes demora para pegar no tranco, mas depois o carro reage bem. Desse jeito, falta o algo mais para vencer um Max Verstappen e uma Red Bull no estado da arte. O mesmo vale para o senhor consistência Russell. 

Verstappen e a Red Bull estão muitos degraus acima do resto, tanto que bastou uma parada porque o ritmo, mesmo com os macios, era insano. A esperança era Leclerc, com novos pneus, se aproximar e arriscar algo no fim, mas não foi possível. Tudo bem, desta vez a Ferrari tentou. Não dava para competir com os taurinos em condições normais.

A condição anormal surgiu. Justo na melhor corrida do ano, no palco onde venceu pela última vez, Ricciardo abandonou em uma posição complicada para o carro ser retirado da pista com rapidez. Faltavam oito voltas. Tinha tudo para que, ao menos, houvesse uma tentativa de pressão para Max, por mais difícil que fosse.

Acontece que o carro de Ricciardo demorou para ser retirado da pista e não haveria tempo de reorganizar o grid para a relargada. Não foi algo tão grave para bandeira vermelha. Entretenimento tem limite. E assim terminou a corrida: com o Safety Car, Max venceu mais uma, agora largando em sétimo. São 11 vitórias no ano. Mais três e ele passa a ser o que mais venceu em uma temporada. O campeonato pode acabar em Cingapura. Basta mais uma vitória e Leclerc fazer no máximo dois pontos. Não duvido de nada.

Sainz fez uma boa corrida e chegou em quarto, seguido por Hamilton e Pérez. Norris se destacou perante as Alpine, que zeraram. Alonso abandonou. Gasly voltou aos pontos, assim como Zhou.

O grande destaque inesperado foi Nyck De Vries. Treinou com a Aston Martin na sexta. É piloto reserva da Mercedes. No sábado, Albon teve diagnosticado um caso de apendicite e não tinha condições de correr no final de semana. As estrelas se alinharam e o holandês de 27 anos, campeão da F2 em 2019 e da F-E recentemente, enfim estreou na categoria.

Fez um treino honesto no sábado e, beneficiado pelas punições, largou em oitavo. Na corrida, também esteve com um bom ritmo e a entrega saiu melhor que a encomenda. Não só foi bem, como ainda conquistou o nono lugar. Estreando na categoria direto nos pontos, com a pior equipe do grid, mostrando desempenho.

Se antes De Vries era um candidato potencial pela relação da Mercedes com a Williams, agora há algo mais consistente. E o mais impressionante: sem treinar com o carro. Isso constrange Latifi. A questão é saber se a grana do canadense ainda é suficiente para algo, porque o desempenho obviamente não. A Williams está se recuperando financeiramente, e talvez ter uma dupla de pilotos de fato ajude a equipe ter um avanço mais significativo.

Não foi a primeira e nem a última vez que uma corrida termina com o Safety Car. Teve até um campeonato que acabou assim. E tem gente que acredita que o do ano passado também deveria... ao menos é o que diz a Mercedes. A Red Bull discorda. A FIA seguiu as regras, diferentemente de Michael Masi.

Regras são regras, até a página dois. O problema foi a lentidão em tirar o carro de Ricciardo. Anticlímax total, mas faz parte. Uma regra imbecil precisa ser quebrado, pelo bem do bom senso. A F1 vira refém das próprias manias e se enrola toda em momentos como esse. Nem tão ao céu, nem tanto a terra. Sem rigidez, mas sem virar Netflix.

Verstappen vence pela primeira vez em Monza. Nunca tinha ido sequer ao pódio. O holandês vence largando de todos os lugares. Desta vez, também vence de forma inédita com a bandeira amarela. De todos os jeitos e maneiras. Até assim a Red Bull sobra. O campeonato deve acabar no Japão, mas não duvido que seja em Cingapura, a julgar pela sorte, competência e incompetência de Red Bull e Ferrari, respectivamente...

Disparado nas pesquisas, Max tem tudo para confirmar os números e vencer a F1 2022 no primeiro turno.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

LOUCO, MAS NÃO TANTO

Foto: Marco Canoniero/Getty Images

 Notícias diversas em Monza, desde a morte da Rainha Elizabeth II até a configuração do grid de largada.

E louco pensar que a Rainha talvez fosse uma das poucas, se não a única pessoa viva desde o início da F1 e que estava lá na corrida inaugural em Silverstone, em 1950. Na época, ela ainda era princesa e o Rei era o pai, George VI. Foi a única vez que um rei acompanhou uma corrida in loco.

74 anos. É claro que o clima é de consternação, porque a F1 é uma categoria britânica. Quase todas as fábricas estão lá, mesmo das equipes que não são necessariamente de lá, como a Mercedes e a Red Bull, por exemplo. Vamos acompanhar algo inédito não só na categoria, mas também na modernidade. A Premier League, por exemplo, cancelou a rodada. Aqui, teve político que cancelou atividades.

O mundo inteiro consternado com a morte de uma rainha...

Bom, voltando para a F1. Porsche e Red Bull encerraram as negociações de forma oficial, anunciada pelos alemães. A Porsche queria ser uma equipe/acionista, os taurinos não, por isso a desavença que causou o fim do negócio. Como sempre escrevo, só acredito vendo quando se trata de Audi e Porsche. O alvo deve ser a McLaren ou alguém mais disposto a ceder, desde que seja do interesse e ambição do Grupo Volkswagen. 

Tem muita água para rolar nessa ponte.

O grid vai ser um festival de punições outra vez. Vestappen perde cinco por trocar outra parte do motor. Pérez dez. Tsunoda tem as dez da corrida passada e aproveitou para trocar o motor. Bottas, com muitos problemas no motor, também acumulou punições (15). Sainz trocou tudo, assim como Hamilton, e vão largar no fim do grid.

Monza é uma pista curta, rápida e com muitas retas. No atual regulamento, é um cenário propício para a troca. No entanto, para ganhar muitas posições, isso pode ser um problema. Todo mundo ligando o DRS gera um trenzinho. Quem larga mais atrás pode ter mais dificuldades, como são os casos de Sainz e Pérez.

Max, largando não tão atrás, tem boas possibilidades, como sempre. A situação fica mais limpa para Leclerc, um dos mais rápidos de sexta (como sempre, também). Russell, o regular e as Alpine podem sonhar com alguma coisa, quem sabe até Norris.

Se Ricciardo venceu ano passado, imagina agora, com o grid e a corrida em abertos, o que pode acontecer? Seria um sopro ao menos para a emoção e competitividade do Mundial porque pensando no campeonato, mesmo com muito boa vontade, é bem complicado.

Tentando forçar alguma coisa, é possível afirmar: é a última chance para Leclerc e Ferrari. Vai que Enzo Ferrari não abençoe os caminhos de alguma forma, igual já fez em tantas outras?

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (McLaren)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 310 pontos
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 201 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 188 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 175 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 158 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 82 pontos
8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos
9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos
10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos
13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos
14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos
15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos
19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 511 pontos
2 - Ferrari - 376 pontos
3 - Mercedes - 346 pontos
4 - Alpine Renault - 125 pontos
5 - McLaren Mercedes - 101 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos
7 - Haas Ferrari - 34 pontos
8 - Alpha Tauri RBPT - 29 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 25 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

MUDANÇA DE FOCO

Foto: Getty Images

O que parecia mera formalidade pode nem mais acontecer. A parceria técnica entre Porsche e Red Bull, dada como certa e que só precisava de uma confirmação oficial após a regulamentação dos motores para 2026, estagnou.

Inicialmente, a Porsche compraria metade das ações da Red Bull e viraria fornecedora de motores do time. Os taurinos deram para trás em virtude da perda de forças pelo número de ações vendidas, além do valor de mercado do time ter aumentado em comparação com o ano passado, quando as negociações começaram. As informações são do site alemão F1-insider.com.

“A Porsche não vai se tornar nossa acionista. Temos toda a oportunidade de construir nossos motores”, disse Helmut Marko.

Outro motivo é que a Honda sinalizou que talvez possa voltar a ser fornecedora a partir de 2026.

“A Red Bull disse que seremos fabricantes de motores a partir de 2026. Houve negociação com a Porsche. Estamos comprometidos em construir um motor. É para ser o primeiro motor da história da Red Bull. É um novo capítulo, mesmo que tenhamos ou não algum parceiro com o trem de força é um assunto a discutir. Nada está fechado”, declarou Christian Horner.

Os alemães já estariam pensando em um plano B: a McLaren. Um dos trunfos pode ser Andreas Seidl, o chefe de equipe que liderou a Porsche no WEC entre 2014 e 2017.

A novela Porsche/Audi eu só acredito quando largarem. Até lá, sempre vou ter um pé atrás, mesmo que tenham adaptado o novo regulamento só para a chegada deles. É muito tempo de especulação e conversa fiada. A cada ano, uma narrativa e história diferente. Nem me surpreendo mais. É claro que seria interessante qualquer associação, no papel, mas entre o desejo, a especulação, a assinatura do contrato e a corrida de fato, falta muita coisa. Muita coisa mesmo.

RASCUNHO

Foto: Getty Images

Ainda não é oficial e precisaria da aprovação do Conselho Mundial de Esporte a Motor da FIA, mas a F1 já começa a ter algo mais concreto para o calendário de provas do ano que vem.

Com 24 etapas, duas a mais que neste ano, vai ser a temporada mais extensa da história. A ideia da FIA é começar em março e terminar no final de novembro.

O Bahrein abriria os trabalhos, no dia 5 de março. Há um asterisco que se chama China. A princípio, a etapa em Shangai volta, mas tudo depende da liberação do governo chinês para a entrada e saída de estrangeiros em virtude da Covid-19.

Azerbaijão e Ímola inverteriam a ordem, com a corrida italiana abrindo a temporada europeia. A Espanha, que geralmente é o abre-alas do velho continente, deve ser remanejada para depois do GP de Mônaco, em junho.

A Bélgica, que geralmente abre a metade final da temporada, pode encerrar a primeira parte, em julho. O retorno das férias de verão europeu caberia a Holanda.

O Catar, que chega definitivamente na F1, estaria marcado para outubro, antes das corridas na América do Norte. O GP de São Paulo está marcado para o dia 5 de novembro, na semana do feriado de Finados.
Las Vegas estrearia na corrida noturna do sábado, 18 de novembro. Oito dias depois, como sempre, Abu Dhabi fecharia a temporada 2023.

É esperar a confirmação do novo calendário. Com muitas corridas, vai ser tudo ainda mais extenuante para todos os envolvidos. A FIA e a Liberty precisam encontrar um equilíbrio e a solução não é tirar os circuitos mais tradicionais em detrimento dessas corridas sem identidade que estão invadindo o calendário.

TRANSMISSÃO:
09/09 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
09/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
10/09 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
10/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
11/09 - Corrida: 10h (Band)


domingo, 12 de setembro de 2021

REDENÇÃO

 

Foto: Getty Images

Monza viveu mudanças de panorama nesse final de semana. Se na sexta a expectativa era de domínio da Mercedes, o sábado viu Hamilton entregar de bandeja uma grande vantagem para Max Verstappen consolidar na corrida. No entanto, novamente não foi isso o que vimos.

Se Hamilton largou muito mal no sábado, Verstappen apenas largou mal hoje. Ricciardo pulou para a ponta e Hamilton foi bem, passando Norris e indo pra cima de Max. Como sempre, o holandês foi duro e o inglês cedeu, perdendo a posição que tinha ganho de Norris.

As McLarens seguravam Verstappen e Hamilton. Com o potente motor Mercedes e o mesmo pneu, a exceção de Lewis, as particularidades de um circuito de alta e a turbulência que conhecemos fizeram com que as ultrapassagens fossem bem escassas. Apenas Pérez e Bottas, de motor novo, que driblaram esse quesito.

Ricciardo controlava a corrida até o pit stop. Aí a corrida começou a mudar. Verstappen também foi para os pits, mas um problema na roda traseira direita fez com que o holandês tivesse uma parada de 11 segundos. Corrida perdida e prejuízo enorme, pois certamente não teria como alcançar Hamilton. O inglês finalmente se livrou de Norris e assumiu a ponta, quando parou. A Mercedes também não fez um bom pit stop e Lewis saiu com 4 segundos, até o inevitável acontecer.

Um grande incidente é constituído de pequenas coisas que separadas não são grandes, mas juntas formam o desastre necessário. A exemplo do que vimos em Silverstone, dessa vez Hamilton não quis ceder. Estava na frente e tinha a preferência, mas espalhou Max. O holandês, sabendo que dificilmente teria outra chance de se aproximar da Mercedes, optou, como sempre pelo tudo ou nada. Geralmente os adversários recolhem, mas Hamilton não. 

O resultado foi os dois fora e o carro de Max em cima da Mercedes de Hamilton, lembrando as disputas de Schumacher e Hill em 1995, até nesse quesito. No frigir dos ovos, graças aos dois pontos da corrida classificatória, Max aumentou para cinco a vantagem no campeonato. Podia ser mais ou então poderia perder essa vantagem, então o abandono foi mais vantajoso para ele nesse sentido. 

No entanto, Max foi punido com três posições na largada de Sochi, o que pode fazer a diferença para o campeonato. Como não pode ser punido em pista, ganha esse gancho pesado. A FIA não podia não fazer nada, e isso é uma consequência da escolha de Max.

Foto: Getty Images

O caminho ficou livre para a McLaren. Na confusão, Leclerc ficou entre eles mas Lando facilmente o superou. Estava feita a dobradinha. Desde 2010 a McLaren não fazia 1-2 e desde o Brasil 2012 que o time de Woking não vencia. Para Norris, um sabor amargo. Até tentou um jogo de equipe, mas hoje era dia de Ricciardo e do shoey. Dominando o companheiro o ano todo e perde justo na grande glória. Lembra os casos de Ralf Schumacher e Barrichello perdendo para o Hill e Herbert em 1999. Acontece.

Ricciardo vive um ano muito mais difícil que ele imaginava. Norris é talentoso, é uma boa competição. A vitória traz confiança, sem dúvida, ainda mais sendo o responsável por quebrar tantos jejuns da equipe. Com a cabeça boa, certamente vai ter menos pressão para desenvolver o trabalho, principalmente para 2022.

Bottas herdou a punição de Pérez, que usou o limite de pista para passar Leclerc, e fechou o pódio. Correu mais solto, agora que já tem um futuro traçado. Pode ser um diferencial na disputa pelo título porque o mexicano está muito mais instável do que nunca, lembra o Fisichella nos tempos de Alonso. A ausência de Lewis e Max mostram como são diferentes em relação aos companheiros.

A Ferrari mostra que ainda está atrás do pelotão de elite, enquanto que a Alpine e Williams conseguem pontos importantes. É notória a evolução do time de Grove, com os dois pontuando. Stroll hoje superou Vettel, muito errante, assim como a dupla da Haas, que segue trocando batidas e rodadas no fundo do grid. Prejudicada pela corrida de sábado, Tsunoda nem largou e Gasly também. A Alpha Tauri não participou da corrida. 

Monza pode ser uma redenção para Ricciardo. A vitória na terra da família paterna, além de histórica pelos tantos significados, também pode significar uma virada de chave nessa altura da carreira do sorridente australiano.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

PREPARANDO O TERRENO

 

Foto: Getty Images

Na segunda vez da já insuportável treino e corrida classificatória (espero que desistam disso em breve), a Mercedes mostrou força. Com a atualização do motor, o que fará com que largue no fim do grid, Valtteri Bottas sai em vantagem amanhã, mas é claro que o grande beneficiado disso será Lewis Hamilton, que tem chances claríssimas de largar na pole e conquistar pontos que podem ser determinantes para o título.

A Mercedes, com motor mais atualizado, mostra grande vantagem e favoritismo para domingo. O forte da Red Bull sempre foi a aerodinâmica, então tende a sofrer em circuitos de alta. Não a toa, também com motor Mercedes, a McLaren esteve muito próxima e forçou os taurinos a sacrificar o treino de Pérez para fazer com que Max não tivesse tanto prejuízo.

Com Bottas fora do caminho para o domingo, Hamilton ganha grande ajuda nos dois dias para vencer e retomar a liderança. A Red Bull não parece ser páreo, enquanto que a grande notícia do dia foi uma boa sessão de Daniel Ricciardo. Será que está finalmente no ritmo do carro?

Pelo que foi visto até aqui, a Mercedes se prepara para retomar a liderança de pilotos nesse final de semana. Max e a Red Bull precisam tirar um coelho da cartola para evitar o que parece ser inevitável.

Confira o grid de largada da corrida classificatória:


Até!

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Pierre Gasly (Alpha Tauri)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 224,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 221,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 123 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 114 pontos
5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 108 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 92 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 89,5 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 66 pontos
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 56 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 44 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 35 pontos
13- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 18 pontos
14- Lance Stroll (Aston Martin) - 18 pontos
15- George Russell (Williams) - 13 pontos
16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 344,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 332,5 pontos
3 - Ferrari - 181,5 pontos
4 - McLaren Mercedes - 170 pontos
5 - Alpine Renault - 90 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 84 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 53 pontos
8 - Williams Mercedes - 20 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 3 pontos

ENTRE OS MELHORES

Foto: Getty Images

Depois de garantir mais um ano na Alpha Tauri, Pierre Gasly foi fortemente elogiado pelo chefe, Franz Tost. Os resultados do francês desde que voltou para a equipe satélite da Red Bull são satisfatórios: segundo lugar no Brasil ainda em 2019, vitória histórica em Monza no ano passado, um pódio nesse ano e o quarto lugar no último GP da Holanda.

Isso reforça a opinião de Tost, que diz que o francês é um dos melhores pilotos da F1:

"Sempre estive convencido em relação a ele”, disse Tost. “Acho que ele surpreendeu algumas outras pessoas. Para mim, Gasly pertence [à lista] dos melhores pilotos da Fórmula 1 na atualidade”, disse.

A situação de Gasly é incômoda. Ele não vai voltar para a Red Bull porque lá está Verstappen. Na Alpha Tauri, claramente já atingiu um teto. O jeito é esperar uma vaga melhor, tal qual o caminho que Sainz trilhou nos anos anteriores. Ainda acho que o francês deveria ficar de olho na Alpine. Afinal, uma hora ou outra Fernando Alonso vai ter que pendurar as luvas.

ROTA DE COLISÃO

Foto: Getty Images

Com o pior carro do grid, a única alternativa dos pilotos da Haas é disputar posições com eles mesmos, e é isso que está sendo feito de maneira bem perigosa no decorrer da temporada. Na Holanda, mais um capítulo desse imbróglio.

No início da corrida, Mazepin fechou deliberadamente Schumacher, que reclamou. É um histórico já extenso. O russo fez a mesma coisa no Azerbaijão. Mazepin, por outro lado, reclama que Mick desobedeceu uma ordem de equipe na preferência de quem deveria abrir primeiro a volta na classificação de sábado.

Entre reclamações e condutas perigosas, Gunther Steiner está no meio do caminho. O chefão, ao menos publicamente, adota uma postura neutra, evitando o atrito e colocando panos quentes na situação:

"Esse tipo de coisa não pode acontecer. Precisamos resolver essa situação muito rapidamente. [A prensada] é um lance difícil. Eu não acho que podemos culpar muito o Nikita, mas é claro que precisamos trabalhar em cima disso e ter uma conversa privada. Já falei com os engenheiros e concordamos que nossa prioridade é conseguir resultados. Não vamos aceitar esses comportamentos e precisamos resolver isso”, disse.

Gunther está numa situação difícil. Ele não pode ficar contra quem paga as contas do time e tampouco virar as costas para o melhor piloto da equipe, apadrinhado da Ferrari e simplesmente com o sobrenome Schumacher. Agora, não há muito prejuízo, a Haas não pontua. Mas e quando valer algo importante? Mazepin vai continuar agindo como um psicopata mimado? Provavelmente sim. Nesse caso, poderemos ter sérios problemas...

TRANSMISSÃO:
10/09 - Treino Livre 1: 9h30 (Band Sports)
10/09 - Classificação: 13h (Band Sports)
11/09 - Treino Livre 2: 7h (Band Sports)
11/09 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
12/09 - Corrida: 10h (Band)


domingo, 6 de setembro de 2020

NOTA 10

 

Foto: Getty Images

Parecia tudo pronto para que Lewis Hamilton vencesse pela 90a vez na Fórmula e ficasse apenas a uma vitória de igualar Michael Schumacher. Antes disso, Bottas se mostra inqualificável ao cair quatro posições no grid e ser incapaz de oferecer algum perigo para Renault ou McLaren. Na frente, Sainz e Norris pularam para as posições de pódio e isso oferecia uma ótima perspectiva para os ingleses. Em circuitos de alta, quando está atrás, parece que isso é uma espécie de calcanhar de aquiles da Mercedes.

Verstappen também largou mal e completou um final de semana apagado. La atrás, o calvário de Vettel acabou cedo com um problema nos freios. Aposto que ele deve ter até agradecido por isso. O momento que mudou a corrida foi a Haas de Kevin Magnussen abandonar e parar numa posição que não era possível sair guinchado, o jeito era empurrá-lo até os boxes. Safety Car, é claro, que mudaria a dinâmica da prova.

Como seria óbvio, naturalmente os carros iriam antecipar a parada. Hamilton entrou nos boxes e foi o único. Giovinazzi na sequência. Antes, Raikkonen, Leclerc e Kvyat e Gasly. Seria estranho: ninguém antecipou a parada e Hamilton retornou para a pista com uma parada e pneus novos. Um massacre. Acontece que o pit lane não estava aberto, uma raridade, em virtude dele estar sendo utilizado para a entrada do carro de Magnussen aos boxes da Haas.

Na relargada, uma nova perspectiva: com Kvyat, as Alfa Romeo e Leclerc, a corrida ganhava em emoção, até que os pneus ficassem desgastados, é claro. O outro turning point: o monegasco bateu forte, tentando tirar mais do que o carro, na parabólica. Barreira de pneus danificada e bandeira vermelha. A Ferrari, pode-se escrever, até que saiu por cima diante de todo esse cenário depressivo que se encontra.

Na bandeira vermelha, outra mudança: Stroll, que não tinha parado, trocou os pneus. Que regra ridícula essa de trocar pneus com a corrida parada, beneficia o infrator. Hamilton e Giovinazzi teriam que pagar com um stop and go e ficariam de fora do caminho: Kvyat, Stroll, Sainz e Norris eram os postulantes a primeira vitória da carreira!

Stroll relargou bizarramente e jogou fora a chance. Kvyat, com pneus mais desgastados, ainda assim conseguiu uma vantagem confortável. Se nas retas a Renault levava vantagem, na parte mais lenta a Alpha Tauri aguentava o tranco. Lá atrás, Verstappen abandonava e Albon empacava atrás da Williams. De igual nesses carros apenas a cor, está comprovado. Hamilton, que caiu para o fim do grid, foi escalando facilmente todo mundo e ainda foi o sétimo, duas posições atrás de Bottas. Se tivesse mais algumas voltas, passaria o finlandês que não fez absolutamente nada na corrida. Claramente é um desperdício de corra que chega a ser constrangedor.

Em um ano e poucos meses, o inferno astral: de dispensado e ridicularizado (inclusive por este que vos escreve) e com a morte do amigo Anthoine Hubert, desde então Gasly se recuperou com bons treinos e atuações consistentes que culminaram no segundo lugar, no Brasil, e a vitória histórica hoje. Quebrando um jejum de 24 anos sem vitória de um piloto francês na categoria, ainda foi a primeira da agora Alpha Tauri, 12 anos depois de Vettel, também em Monza. A imagem de Gasly, contemplativo no pódio, sem acreditar nas voltas que a vida dá é emblemática e emocionante. Um dos momentos mais lindos da F1. Com uma vitória, um segundo lugar e um quarto lugar, Pierre Gasly é o maior nome da história da Toro Rosso/ Alpha Tauri.

Foto: Getty Images

Sainz seria naturalmente o segundo. Com a punição de Hamilton, fica a sensação de frustração mesmo com o melhor resultado na carreira mas que pode voltar a acontecer, em virtude da escolha em defender a Ferrari nos próximos anos. No entanto, se sobreviver a tempestade, certamente o pódio será naturalmente um lugar familiar. Stroll em terceiro é o preço que pagamos, sempre sortudo nessas corridas malucos. Já dizia Nelson Rodrigues: sem sorte, não se atravessa a rua.

Kvyat, dominado com o mesmo equipamento e Albon, vivendo o que Gasly viveu mas ainda pior, pois o rival venceu com um carro pior uma corrida épica, estão sobre cheque, obviamente. Irei me estender melhor sobre o assunto amanhã. 

Com o imponderável, o que seria uma corrida sem vida transforma-se em uma prova histórica: a vitória de Gasly e da Alpha Tauri e o hino da Itália, emocionante em relação ao contexto do início e a tudo que os italianos, assim como o resto do mundo, passam e estão passando nesse momento. 10, nota 10!

Confira o resultado final do GP da Itália:


Até!


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

MODO FESTA?

 

Foto: Getty Images

Este final de semana marca o fim do "modo festa", potência extra usada pelas equipes na classificação, principalmente a Mercedes. A ideia é tentar dar maior competitividade, é claro. No entanto, o tiro pode sair pela culatra: sem gastar tanta potência no sábado, os motores ficam mais inteiros no domingo e, portanto, com maiores chances de concluir a prova.

O que estamos vendo em Monza é uma repetição de Spa: Mercedes humilhando a concorrência, Verstappen, Renault e Alpha Tauri muito bem com McLaren e Racing Point um pouco abaixo. As Ferraris, é claro, vão passar vergonha, pelo menos sem público. Os tifosi certamente não iriam gostar e os protestos iam rolar. Equipe Jim Carrey.

A grande notícia desse fim de semana é o fim definitivo da Williams como nós conhecemos: Claire Williams vai deixar a chefia da equipe que será administrada por "especialistas" do tal conglomerado americano que passa a comandar a escuderia. Como já escrito antes: a Williams que nós conhecíamos acabou em 2005, tudo o que veio depois foi uma caricatura de uma equipe gigante.

E assim a F1 chega a primeira de três corridas na Itália, quem diria. Em fevereiro, todos sentíamos pena, agora eles vão ter três corridas (e uma com público), enquanto nós por aqui perdemos o autódromo, a corrida e até a transmissão num futuro próximo.

Como diz o meme: "modo festa? Essa corrida virou um enterro", de novo. Tomara que me provem o contrário.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Itália:






quinta-feira, 3 de setembro de 2020

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Kimi Raikkonen - 1:19.119 (Ferrari, 2018)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

EMPOLGADOS

Foto: Getty Images

P4 e P5, com direito a melhor volta no giro final. A empolgação na Renault não é para tanto. Sem dúvida é o melhor resultado da equipe na temporada, algo que não acontecia desde o GP da Itália do ano passado.

Para a semana que vem, em um circuito com características semelhantes, os dois pilotos estão confiantes em um grande resultado, principalmente Ricciardo, que apostou com o chefe Cyril Abiteboul que, se chegasse no pódio nesse ano, vai escolher uma tatuagem para o francês fazer.

“Acho que ele está muito nervoso. Acabei de vê-lo. Disse a ele para ficar esperto durante os próximos sete dias. Pelo menos no ano passado, Monza foi um circuito ainda mais forte para nós. E se formos mais fortes, só temos um pódio pela frente. Não estou me precipitando, mas acho que podemos ir para Monza com confiança e mirar alto”, disse Ricciardo.

“Foi um ótimo final de semana, muito forte. O carro foi muito rápido. Transformamos Barcelona, que foi bem difícil, em um ótimo final de semana aqui. E o próximo (Monza) deve ser bom para nós também, dá para ser bem melhor”, falou o francês.

Talvez possa ser apenas um encaixe de características (um bom motor em um circuito de retas), mas talvez possa ser um indicativo de enfim uma evolução mais consistente para os franceses. Considerando que 2022 pode ser o pulo do gato, 2021 seria uma boa continuação. Quem pode ganhar com isso é Alonso e Ricciardo, mudado para a McLaren, pode ter se precipitado. A ver.


FILIAL NA SATÉLITE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio

Como em todos os anos, a dupla de pilotos da Haas para o futuro é um mistério que sempre é respondido com a mesma afirmação: Magnussen e Grosjean.

Em 2020, não é diferente: com o carro muito fraco, os pilotos pouco fazem. Apenas o dinamarquês conseguiu um pontinho na Hungria graças a uma estratégia acertada no início da prova.
Em entrevista para um jornal dinamarquês, o Ekstra Bladet, o chefão da Haas Gunther Steiner sinalizou que pode buscar pilotos na Academia da Ferrari, com quem possuem uma parceria técnica.

“Se quisermos trazer alguém novo, então o grupo de jovens da Academia da Ferrari, neste momento, é bastante bom. Há outros por aí, mas estão vinculados a outras marcas, então nosso interesse é menor. As equipes de fábrica mantêm os pilotos realmente bons, porque investiram neles. Se quisermos um novato, a melhor opção é assinar com um jovem da Academia da Ferrari”, comentou.
“Podemos manter nossos titulares, ter dois novatos, quem tiver interesse na vaga pode se candidatar", completou.

Bom, Grosjean faz hora extra faz tempo. Magnussen, apesar de não estar bem, não é absurdo pensar numa continuidade, ainda mais se a Haas optar por um piloto jovem. Na academia da Ferrari, certamente só existem duas opções: Robert Shwartzman e ele, Mick Schumacher, que provavelmente pode fechar com a Alfa Romeo. Se Vettel ir para a Aston Martin, Pérez e Hulkenberg poderia ser uma dupla bem interessante. Experiente e veloz.

Opções não faltam para os americanos. Faltam para eles acertar nos nomes, e faz tempo que não fazem isso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 157 pontos
2 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 107 pontos
4 - Alexander Albon (Red Bull) - 48 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 45 pontos
6 - Lando Norris (McLaren) - 45 pontos
7 - Lance Stroll (Racing Point) - 42 pontos
8 - Daniel Ricciardo (Renault) - 33 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 33 pontos
10- Esteban Ocon (Renault) - 26 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 23 pontos
12- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 16 pontos
14- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
15- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
16- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 2 pontos
17- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 264 pontos
2 - Red Bull Honda - 158 pontos
3 - McLaren Renault - 68 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 66 pontos
5 - Ferrari - 61 pontos
6 - Renault - 59 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 20 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO










segunda-feira, 9 de setembro de 2019

ERA PARA SER - PARTE 2

Foto: Getty Images
Depois de tanto namorar com a vitória, Charles Leclerc já teve mais um encontro com a bandeira quadriculada. Mais uma vez, teve muita emoção e incerteza até o final, mas diferentemente da semana passada, o monegasco pode extravasar em frente aos tifosi, quebrando um jejum de nove anos sem vitória ferrarista em Monza, templo segredo do automobilismo que anualmente mostra porque é a alma da Fórmula 1. A reta toda tomada para saudar o novo herói que veste macacão vermelho.

Ninguém é capaz de engolir a Ferrari nas retas e, consequentemente, em circuitos de alta. No entanto, o miolo do carro ferrarista é claramente inferior as Mercedes e até mesmo a Red Bull. Leclerc teve que ir até o limite para garantir duas vitórias italianas que podem demorar a acontecer outra vez. Diante de uma pressão incessante de Hamilton por mais de 40 voltas, o monegasco chegou a cometer erros e foi malandro ao correr o risco ao passar pela salsicha da chicane e espremer Hamilton na saída do retão. Para punição? Não, embora tenham feito isso com o brasileiro Sette Câmara na F2, uma injutiça, mas o inglês deixou bem claro que não gostou: no jogo mental, entendeu o que o monegasco é capaz de fazer. Depois de Verstappen na Áustria, "Charlinho" adotou uma postura completamente agressiva que vai dando resultados até aqui.

Os pneus de Hamilton não aguentaram a pressão e passou reto na chicane. Deixou mastigadinho para Bottas, com pneus mais frescos, matar a questão. Pra variar, Bottas não foi combativo e sequer ameaçou Leclerc. Quando tentou, travou e errou. Essa é uma das corridas que se nota claramente a diferença entre as "prateleiras dos pilotos", e o finlandês não está no topo delas. Inexplicavelmente ganhou mais um ano com as flechas de prata. Que desperdício.

Foto: Getty Images
E o que escrever sobre Sebastian Vettel? Não haveria lugar e momento pior para errar mais uma vez. Talvez seja mais uma ação emblemática. Entrarei em detalhes no texto de amanhã, mas tenho que frisar: como pode um tetracampeão voltar para a pista como se fosse um amador, causando o risco de causar uma catástrofe gigantesca naquela freada? Pior: Stroll, que sofreu a barbeiragem do alemão, fez a mesma coisa com o coitado do azarado Gasly logo depois! Inacreditável! Vettel está sendo engolido por Leclerc, finalmente os números mostram isso: 2 vitórias e 4 poles, agora 13 pontos a frente na tabela. Erros que não acabam, mental abalado, mais de um ano sem vencer, falta de adaptação ao estilo do carro... vários são os motivos para Ferrari e Vettel repensarem seus futuros até o final do ano.

Quem aproveitou isso foi a Renault, que conquistou seu melhor resultado desde o retorno à F1. O criticado motor mostrou boa resposta em um circuito de alta. Ricciardo e Hulk reinaram tranquilos na quarta e quinta posições, aproveitando-se da inconsistência da Honda, que voltou a lembrar os tempos da McLaren, apresentando problemas de potência e durabilidade com suas equipes. Albon de novo fez seu papel dentro do possível. Verstappen já estava com a corrida prejudicada, piorando ainda mais na largada ao trocar o bico e somar apenas alguns pontos.

Pérez voltou bem das férias, assim como a Racing Point, e herdou a boa corrida que fazia Stroll até Vettel aparecer no meio do caminho. Giovinazzi finalmente passou Kubica nos pontos e ameniza a pressão. Norris fez o que pode e sai com um pontinho. A Haas é uma bagunça e um fracasso em 2019. Um carro até veloz, mas que vai caindo até o final do grid de forma assustadora.

Depois do desabafo da corrida da França, a F1 vem numa sequência de grandes corridas, decididas no detalhe, deixando todo mundo tenso, atento e torcendo até o fim. Por um momento, até se esquece que Hamilton será campeão daqui algumas semanas. O engraçado é escrever que, paradoxalmente, apesar de brigar com Leclerc e Verstappen, Lewis não teve concorrentes para o campeonato, apenas para as corridas. Se melhorar isso, será a cereja do bolo.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

CHOVE E NÃO MOLHA

Foto: Getty Images
Com a provável possibilidade de que todo o final de semana seja chuvoso na Itália, desta vez os pilotos foram para a pista para continuar os testes ao invés daquela modorrenta volta de instalação que frustra e irrita todos que pagaram caríssimo para passar três dias em um autódromo.

Ainda assim, não é possível tirar uma conclusão. Escrevo isso enquanto chove em Porto Alegre. Leclerc foi o mais rápido nos dois treinos mas na chuva as condições mudam. Nas CNTP, a Ferrari é favoritaça para a pole, mas enfrenta um sério problema no desgaste dos pneus. Uma condição mista ou diferente favorece sempre quem está inferior naquele contexto, que no caso deste final de semana são Mercedes e Red Bull. Só lembrar do que foi em Hockenheim.

O final de semana promete ser épico, com chuva, sol ou os dois ao mesmo tempo. A Ferrari pode repetir o drama do ano passado quando Raikkonen liderou a prova toda mas no final, sem pneus, sucumbiu para Hamilton. Com a chuva, entra em questão Verstappen e o sempre imponderável de uma pista em condições úmidas. Hoje tivemos várias escapadas e batidas pois há muita dificuldade para todos em achar a temperatura ideal dos pneus.

Como é bom estar de bem com a Fórmula 1, mesmo que sejam necessário muitas coisas para que ela fique cada vez melhor.

Confira os tempos dos treinos livres desta sexta em Monza:



Até!


GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Kimi Raikkonen - 1:19.119 (Ferrari, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

COM O PÉ DIREITO

Foto: Reprodução/ Red Bull
Alexander Albon teve uma grande estreia na Red Bull. Largando das últimas posições em virtude da punição por ter trocado de motor, começou com os pneus mais duros e na parte final da prova, com os macios, engoliu todos que eram possíveis para chegar em quinto.

O tailandês nascido e criado na Inglaterra lembrou das atuações que o consagraram vice-campeão da F2 ano passado, sempre aparecendo na reta final. Contou com a sorte para chegar em quinto, mas a sorte acompanham os bons e fez uma ultrapassagem indo até a grama para superar Sérgio Pérez.
É claro que tudo isso lhe rendeu elogios dos exigentes chefes da equipe, principalmente de Christian Horner:

“Alex me impressionou durante todo o fim de semana com sua abordagem, seu feedback e seu ritmo. Na corrida, ele fez um trabalho muito maduro. Na primeira metade da corrida, não fomos tão competitivos com os pneus duros quanto fomos com os macios, mas ele não cometeu nenhum erro bobo e nem correu riscos bobos", falou.

Horner também elogiou muito as ultrapassagens de Albon, sobretudo em cima de Ricciardo:
“Nós sabemos que Daniel é um corredor duro. A manobra dele para cima de Daniel e para cima de Sergio na última volta foram impressionantes”, reconheceu Horner. “Ir de 17º para 5º foi um início muito bom”, concluiu.


Em uma corrida, Albon se destacou mais que Gasly durante toda a primeira metade da temporada. É um piloto que sabe poupar pneus e dar o bote no final. É claro que teve a sorte de Verstappen ficar fora e ter mais holofotes, porque todos sabemos qual será seu papel no time dos energéticos: o segundão do holandês, mas com um bom ritmo e o maior número possível de pontos. Conseguiu chegar na melhor posição possível no final de semana, o que já é um ótimo cartão de visitas para este novato, sempre bom frisar.

SEM HIERARQUIA

Foto: Getty Images

Durante a temporada, em várias oportunidades a Ferrari priorizou Sebastian Vettel em detrimento do jovem Charles Leclerc, o que é normal, comparando-se o currículo dos dois. No entanto, em alguns casos, o alemão não era o mais rápido entre os dois, o que dava uma sensação de injustiça e de protecionismo.

Todavia, na Bélgica, foi o contrário. Com estratégias diferentes, Vettel estava na liderança mas Leclerc era muito mais rápido e fez a ultrapassagem a partir de uma ordem do chefão Mattia Binotto. Então isso quer dizer que agora o #16 é o primeiro piloto e o #5 é o segundo?

“Os dois pilotos têm e vão ter o mesmo tratamento. Simplesmente, se você é mais rápido e pode vencer a corrida, a equipe intervém e pede que um piloto ajude o outro. Isso aconteceu em muitas equipes ao longo dos anos e não vai mudar na Ferrari. “Ainda haverá oportunidades para Sebastian. Vamos seguir corrida após corrida, e o melhor piloto vai ser o que ocupar a liderança. Vamos seguir vendo como vai ser em Monza”, disse Binotto para a agência ‘GMM’.

Claro que gostaríamos de pegas inesquecíveis na pista, mas o que aconteceu domingo foi o correto. Leclerc estava bem mais rápido e tinha que passar para não perder tempo, tanto é que venceu com apenas nove décimos de vantagem. Como a Ferrari tem sérios problemas no desgaste dos pneus, o que vai acontecer é que o mais lento dos dois sempre terá a corrida sacrificada em prol da possível vitória do outro. Desta vez foi com Vettel. Em Monza, vai depender deles. Isso é ordem de equipe com inteligência.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 268 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 203 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 181 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 169 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 157 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 65 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 58 pontos
8 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
9 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
10- Alexander Albon (Red Bull) - 26 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 24 pontos
12- Daniel Ricciardo (Renault) - 22 pontos
13- Sérgio Pérez (Racing Point) - 21 pontos
14- Nico Hulkenberg (Renault) - 21 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 471 pontos
2 - Ferrari - 326 pontos
3 - Red Bull Honda - 254 pontos
4 - McLaren Renault - 82 pontos
5 - Toro Rosso Honda - 51 pontos
6 - Renault - 43 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 40 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 32 pontos
9 - Haas Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:









quarta-feira, 4 de setembro de 2019

A ÚLTIMA VITÓRIA

Foto: Gazeta Press
13 de setembro de 2009. Grande Prêmio da Itália. Rubens Barrichello chegava para o mítico circuito de Monza com 16 pontos de desvantagem em relação ao líder, o companheiro de equipe Jenson Button.

A Brawn não era mais a melhor equipe. McLaren, Ferrari e Red Bull estavam evoluindo bastante e chegaram a superá-los em certo momento. No entanto, a vantagem absurda daquele início de campeonato foi tão grande que foi o suficiente para se tornar apenas uma disputa particular entre Button e Barrichello.

Barrica foi o quinto e Button o sexto. A pole foi de Lewis Hamilton, seguido pela Force India de Adrian Sutil, aproveitando a característica daquele carro que já havia feito a pole na corrida passada com Fisichella, então novo piloto da Ferrari. Os finlandeses Raikkonen e Kovalainen ficaram na segunda fila.

Com mais combustível, a Brawn partiria para uma parada, enquanto o resto ia de duas. Rubinho ainda passou Kova logo no início e perseguiu pacientemente os três ponteiros. Quando todos foram nos boxes duas vezes, Barrica parou e assumiu a liderança faltando 18 voltas para liderar até o fim. Button foi o segundo, o que seria ruim para as pretensões no campeonato. Tentando pressionar o compatriota, Hamilton bateu na última volta e entregou o pódio para Raikkonen.

Foi a terceira vitória de Rubinho em Monza, a última na carreira e a última do Brasil na categoria até então. Hora de relembrar!



Até!

quarta-feira, 8 de maio de 2019

FIM DE CICLOS?

Foto: Divulgação
Estamos apenas na quinta etapa do ano, mas as coisas estão muito quentes no que se refere as negociações envolvendo Liberty Media e as organizadoras dos circuitos que querem entrar e/ou permanecer na categoria.

Começando pelo que está confirmado: no ano que vem, será realizado o primeiro Grande Prêmio do Vietnã, nas ruas da capital Hanoi. Já começaram as obras e a tendência é que seja realizada em outubro de 2020. Vendo o on-board de como ficaria, ela me lembra bastante uma mistura de Valência com Cingapura.


Vamos para a (extensa) lista de indefinições: começando pela próxima corrida, na Espanha. Segundo os organizadores, a questão é uma só, e quase unânime entre os negociantes de todos os GPs: diminuir a taxa anual paga a Liberty Media. Os valores foram assinados ainda sob a gestão Bernie Ecclestone, que pegava cada centavo e tornou essa indústria insustentável, principalmente para os países europeus, não abastecidos por donos e bilionários sheiks do Oriente Médio. Ah, um fator que pode ser muito importante também é a provável diminuição pela procura de ingressos em virtude da saída de Fernando Alonso da categoria.

Pro lugar da Espanha, pode chegar o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, afastada da categoria desde 1985. Claro que o motivo é evidente: aproveitar o efeito Max Verstappen que enche as corridas próximas da localidade holandesa, principalmente em Spa Francochamps. O falecido Charlie Whiting chegou a realizar vistorias e acreditava que apenas alguns ajustes devem ser feitos para tudo ficar pronto. Algumas publicações da imprensa europeia já cravam que a corrida holandesa irá substituir o circuito espanhol a partir do ano que vem.

Como sempre, Inglaterra e Itália todo ano tem drama e todo ano renovam, até que um dia isso não aconteça. Presentes desde os primórdios da categoria, o diretor de Silverstone já sinalizou que existem negociações, mas nada perto de algum desfecho. Por outro lado, como sempre dramático, o GP em Monza tem um "acordo provisório" para renovação até 2024. O empecilho financeiro é a grande questão para ser superada, pra variar.

A Alemanha praticamente participa uma vez a cada dois anos da categoria. Com Nurburgring falida há alguns anos, Hockenheim segue o mesmo caminho de dificuldades financeiras. Para esta temporada, a Mercedes ajudou com os custos. No entanto, diante dos cortes que estão fazendo, parece improvável que esse tipo de aporte seja realizado no ano que vem. Um país ioiô na F1 mesmo conquistando 12 títulos de pilotos e 5 de equipes nos últimos 25 anos, os custos são altíssimos. O promotor da corrida disse que houve maior procura de ingressos para assistir a F2, que tem Mick Schumacher, do que para a própria F1.

Incrível perceber que os três principais pólos tradicionais da F1 pode estar de saída, talvez quatro (considerando que a corrida na Espanha sempre foi tradicional, mesmo quando só De La Rosa e Alonso passaram a disputar a categoria no início dos anos 2000 enquanto a grande paixão é a Moto GP)

O México, país que mais recebe público desde o retorno para a categoria em 2015, também está com um pé fora. Sem mais o apoio do governo federal, que cortou gastos, a tendência é que mesmo sendo um sucesso de público e carisma os mexicanos voltem a ficar ausentes, pra tristeza de Checo Pérez. Outro mercado importantíssimo na América Latina e no "espalhamento" da popularidade da categoria pelo mundo.

Pra fechar, parece que o tal GP de Miami ficou em stand-by. Os organizadores recuaram após os protestos das associações de moradores das áreas onde ficaria o circuito nos três dias de competição e vão tentar renegociar um novo traçado. Essa é a que menos importa. Ninguém se importa com mais corridas nos Estados Unidos e nem os americanos ficam empolgados com a categoria europeia.

Provavelmente nem todas fiquem fora, o que seria uma loucura. Trata-se apenas de uma questão de barganha, embora Alemanha, México e Espanha parecem, pelos relatos, distantes. Isso vai de encontro ao que disse Christian Horner, chefão da Red Bull, sobre o possível aumento do calendário para 23 etapas. Hoje, são 21 etapas. Com a inclusão de Vietnã e talvez Holanda, seriam 23. No entanto, sem Alemanha, Espanha e México, cairia pra 20, talvez 19, se a Inglaterra também der pra trás.

São todos circuitos importantíssimos em termos de negócios e marketing, alguns nem são grandes traçados e por isso não fariam falta (né, Espanha?). No entanto, a maioria é da fatia europeia, que basicamente sustenta o negócio. Diante do impasse nas negociações do novo Pacto de Concórdia e da cada vez maior dificuldade de negociar os caríssimos termos das taxas assinadas ainda por Bernie Ecclestone, não é exagero dizer que o futuro da categoria está ameaçado no médio/longo-prazo, principalmente também pela questão do uso dos combustíveis fósseis cada vez diminuírem em acordos das montadores e dos países.

O futuro é realmente sombrio ou mais uma vez estamos sendo assustados pelos boatos e ameaças de negociações de barganha? Abre o olho, bigodudo, Ross Brawn e Jean Todt.

Até!