sexta-feira, 30 de setembro de 2022

ESTREITO

 

Foto: Clive Mason/Getty Images

Depois de três semanas, uma pausa considerável, a F1 retornou para Singapura (agora com S) depois de três anos. De lá para cá, muita coisa mudou na categoria.

Começando pelo maior vencedor do circuito: outrora na Ferrari, onde venceu pela última vez, Sebastian Vettel agora aguarda a aposentadoria. Sem nunca ter vencido em Marina Bay, Max Verstappen, o aniversariante do dia (25 anos), pode ser bicampeão do mundo em precocidade recorde, tanto na idade quanto na antecedência.

É difícil? É, mas a possibilidade existe. Nos treinos, Hamilton foi o mais rápido pela primeira vez em 2022, o que não significa muita coisa. No TL2, Sainz e Leclerc lideraram, onde a Red Bull andou pouco, tentando desbravar outros caminhos no setup.

A nova F1, num circuito "novo", depois de algum tempo fora, tem um quê de suspense e indefinição. Singapura é uma pista que exige muito fisicamente dos pilotos, além das armadilhas típicas de uma pista de rua. O imponderável está sempre ali, esperando. Uma batida e toda a corrida muda.

Aí, no caos, depende de quem se adapta melhor as circunstâncias e de como as equipes vão se portar, é claro. Sem isso, é evidente que Red Bull e Ferrari estão na briga. Os taurinos afirmam que essa será a corrida mais difícil para eles. Blefe?

Enquanto o mundo da F1 aguarda o título de Verstappen, os fãs também querem algo mais competitivo. Que a Ferrari adie o máximo possível essa situação, embora tenha feito de tudo até aqui para entregar de bandeja para a Red Bull. E a Mercedes? Uma vitória honrosa para amenizar o ano decepcionante pode acontecer, ainda mais num circuito onde nunca foi seu ponto forte, mesmo quando dominava a F1?

Perguntas que serão respondidas no domingo, antes do voto, ou sei lá, vai que alguém consiga votar antes. Como repetido por aqui, Verstappen tem todas as condições para vencer com muita antecedência e ser reeleito no primeiro turno da F1.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 29 de setembro de 2022

GP DE SINGAPURA: Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Em virtude da pandemia do covid-19, o circuito ficou dois anos ausente do calendário (2020 e 2021), retornando para o circo da F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Kevin Magnussen - 1:41.905 (Haas, 2018)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:36.015 (Mercedes, 2018)

Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)

Maior vencedor: Sebastian Vettel (2011, 2012, 2013, 2015 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 335 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 219 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 210 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 203 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 187 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 168 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 88 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 22 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

13- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos

14- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos

15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 545 pontos

2 - Ferrari - 406 pontos

3 - Mercedes - 371 pontos

4 - Alpine Renault - 125 pontos

5 - McLaren Mercedes - 107 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos

7 - Haas Ferrari - 34 pontos

8 - Alpha Tauri RBPT - 33 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 25 pontos

10- Williams Mercedes - 6 pontos


RESTAM SEIS

Foto: Getty Images

É o que afirma o CEO da Alpine, Laurent Rossi. Como se fosse um reality, antes ele e Otmar Szafnauer tinham 14 pilotos no radar. Agora, são apenas seis, nas mais variadas situações da carreira.

Obviamente que os nomes não foram citados. Os franceses não têm pressa para definir o parceiro de Esteban Ocon para 2023 por um motivo bem simples: eles são a melhor vaga do grid disponível, então os pilotos também vão estar esperando o posicionamento da equipe.

“Escolhemos 14 pilotos, como Otmar (Szafnauer, chefe de equipe da Alpine) revelou anteriormente. Agora, estamos analisando seis. Alguns não estão completamente livres para fazer uma troca, outros talvez não se encaixem no grande cenário das coisas. Até o fim de setembro, devemos ter uma boa ideia de quem queremos contratar”, disse para o site RacingNews365.

O principal nome ventilado após o imbróglio com Oscar Piastri foi o de Pierre Gasly. No entanto, com a negativa da FIA em dar a superlicença para Colton Herta, o negócio parece distante. 

Daniel Ricciardo, ex-piloto da equipe, tem o lobby do ex-chefe, Christian Horner. Mais uma vez, na entrevista, Rossi voltou a criticar Piastri e a falta de lealdade do australiano, além de repensar a continuação do programa de jovens pilotos, que tem nomes como o de Doohan (um dos especulados para a vaga) e o brasileiro Caio Collet.

Rossi e a Alpine/Renault estão certos. Os pilotos estão esperando a ligação premiada. É a vaga mais importante atualmente disponível no grid. Então, consequentemente, são os franceses que vão ditar o ritmo do mercado. Apostar em um piloto jovem não faz sentido, sendo uma equipe de fábrica que investe muito. 

O veterano disponível é um ex-piloto da equipe em má fase e que optou sair do time.
Gasly seria a opção ideal e o negócio seria excelente para todas as partes. No entanto, a questão é complexa e deve envolver uma quantia considerável. Tendo em vista o contexto atual, mesmo assim vale a pena o esforço. A Alpine, a essa altura, não vai conseguir algo melhor que Pierre.

MAIS SPRINTS

Foto: Getty Images

Além do calendário de 2023, a FIA anunciou na terça-feira (27) outra mudança para a próxima temporada: o número de corridas sprints vai dobrar, de três para seis.

A aprovação da FIA veio através do Conselho Mundial de Esporte a Motor.

“A confirmação de que a temporada 2023 da F1 terá seis fins de semana com a corrida sprint é mais um exemplo do crescimento e prosperidade no maior nível do esporte a motor. Graças à colaboração com Stefano Domenicali e nossos colegas da FOM, concluímos uma análise minuciosa do impacto das corridas sprint adicionais, e ajustamos os parâmetros relevantes de nosso trabalho para garantir que continuem reguladas neste nível”, afirmou o presidente Mohammed Ben Sulayem.

Ainda não foram anunciadas as pistas que vão ter as sprints. Em vigor desde 2021, cada temporada teve três corridas classificatórias. A tendência é por um revezamento das etapas.

“A corrida sprint rende mais ação durante os três dias com os pilotos lutando por algo extra desde o começo da sexta-feira até o evento principal, no domingo. Adiciona mais drama e diversão ao fim de semana. O feedback de fãs, equipes, promotores e parceiros tem sido muito positivo, e o formato está somando uma nova dimensão à F1. Tudo que queremos é garantir o sucesso no futuro”, afirmou Stefano Domenicali.

Corrida sprint é coisa de categoria de base. Uma falsa emoção. O campeonato já está decidido, há um clubinho que impede mais talentos de subirem para a F1 e a FIA/Liberty e as equipes negam a entrada de um novo time, como a Andretti.

Gostaria de saber quem realmente acha isso interessante. Até os pilotos pensam que isso é uma chatice. Quem seria o idiota que iria arriscar o domingo pensando no sábado?

Bom, a Liberty quer dinheiro e não está nem aí para as artificialidades tipicamente americanas que elas criam, chanceladas pela FIA. Como sempre, o verdadeiro problema segue sendo ignorado com medidas que só servem para distrair os mais ingênuos.

TRANSMISSÃO:
30/09 - Treino Livre 1: 7h (Band Sports)
30/09 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
01/10 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
01/10 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
02/10 - Corrida: 9h (Band)


terça-feira, 27 de setembro de 2022

AJUSTES

 

Foto: RaceFans

Com essa mini férias de três semanas, a F1 aproveitou para descansar e resolver alguns imbróglios para o ano que vem.

Um deles foi a oficialização do calendário de 2023, com 24 corridas e as novidades esperadas: Catar e Las Vegas, além da ausência da França e Paul Ricard. Melhor do que isso: as renovações de Mônaco (até 2025) e mais um ano com Spa Francorchamps, ao menos.

O problema é que são corridas demais. Claro que a LIberty e a FIA estão preocupados com a grana, principalmente pós-pandemia e o contexto de crise mundial que vivemos. No entanto, a logística é quase desumana. Não estou falando dos pilotos, mas sim dos mecânicos e funcionários da reta-guarda das equipes, que ganham muito pouco, trabalham muito e não tem muito tempo para descansar e/ou curtir a família. Deveriam olhar para essas pessoas com um pouco mais de carinho e atenção.

Sem contar a logística. Uma volta ao mundo. Ir e voltar a um continente. Por exemplo: a F1 sai da América do Norte para correr em Interlagos e depois volta para Las Vegas. Por que não fazer Austin-México-Las Vegas de uma vez? Ah, a corrida de Las Vegas, diferentemente do tradicional, vai ter a largada no sábado à noite, madrugada de domingo por aqui.

Partindo para o mercado de pilotos, o óbvio veio: Latifi não permanece na Williams para 2023. O desempenho constrangedor ficou escancarado quando De Vries estreou do jeito que foi. Isso é sinal que as finanças do time de Grove estão sólidas o suficiente para a equipe optar por dois pilotos de qualidade.

Embora o favorito seja o holandês, ainda mais depois de impressionar no desempenho, a Williams não confirma nada. Quem poderiam ser os outros concorrentes? Vandoorne também é da Mercedes e também é campeão da Fórmula E. Logan Sargeant é da academia do time e há o lobby de ter um piloto estadunidense, principalmente, depois da negativa da FIA para Colton Herta. No entanto, é um cenário improvável. Agora, é aguardar pela decisão dos britânicos.

Sem Colton Horta, a Red Bull optou pelo “não tem tu, vai tu mesmo.” Yuki Tsunoda renovou o contrato. O motivo é simples: o jovem japonês também e vítima das circunstâncias do carro da Alpha Tauri, apesar da fase não ser boa. Além disso, não há um talento nas academias de piloto prontos para subir: Hauger, Daruvala e Liam Lawson não impressionaram e precisam de tempo.

Com isso, Tsunoda ganha uma oportunidade rara e de ouro, num ambiente que não é conhecido por ter muita paciência com os empregados. Sem Herta, por efeito dominó, é improvável que haja uma liberação de Gasly para Alpine. O cenário francês é um grande mistério: sem Pierre, qual será o escolhido? Qual o critério? Colocarão o inexperiente e que não impressionou tanto na F2 igual o Doohan direto na equipe de fábrica?

A Alfa Romeo, momentos antes da publicação desse texto, confirmou a manutenção de Guanyu Zhou para o ano que vem. É justo. O chinês é talentoso e está se adaptando, assim como Tsunoda. É a primeira temporada. Não há muito o que fazer, ainda mais num carro que não se esperava muita coisa. É difícil ter boa vontade com os asiáticos e nós sabemos o motivo, mas sempre vou insistir e reiterar: Zhou não é somente um pagante que está ali porque é chinês.

A Alpine é a grande incógnita do momento. Todavia, essas dúvidas, assim como o bicampeonato de Max Verstappen, serão resolvidas em questão de tempo. Sejamos pacientes para espantar o tédio para longe.

Até!

terça-feira, 20 de setembro de 2022

UM PROBLEMA PELO OUTRO

 

Foto: Getty Images

O motivo da adoção da pontuação para ter a superlicença da FIA para disputar os campeonatos organizados pela Federação era simples: criar um critério mínimo para evitar bizarrices, seja um Yuji Ide da vida, seja Max Verstappen, Lance Stroll ou Kimi Raikkonen, que estrearam na categoria com 18 anos (Max 17). Claro que dois desses três justificaram a precocidade, mas a questão era: qualquer um poderia ter a superlicença e estava virando bagunça.

Com a adoção de uma pontuação mínima, a partir das categorias de base da FIA, os campeonatos ficariam mais competitivos e os pilotos que só tem dinheiro precisariam do mínimo para ter a confirmação, também mínima, de estarem aptos para a F1. Isso poderia empurrar o problema para a base: um espaço onde sempre teve o equilíbrio poderia ser transformado em uma discrepância incrível nos últimos estágios antes da F1.

Uma questão que pouco foi debatida porque na época não era importante foi a pontuação da Indy. Ao longo da história, tivemos muito intercâmbio entre as categorias: de Villeneuve a Montoya, passando por Michael Andretti lá atrás.

De forma surpreendente, segundo a FIA, a pontuação da Indy vale menos para a superlicença do que a F2 ou a F3. Campeão de Indy e F2 ganham 40 pontos, a da F3, 30. Eurocentrismo. Absurdo puro. Muita gente argumenta: “ah, mas fulano que não fez nada na F1 chega lá e se dá bem: Sato ganhou duas Indy 500, Ericsson e Rossi também venceram”. Certo, mas a comparação não é com a F1.

É como se a Copa São Paulo de Futebol Júnior valesse mais que os Campeonatos Estaduais. A comparação não faz nenhum sentido. A Indy é muito mais difícil que um campeonato de base. O grid, na maioria das vezes, é melhor. Na F2, a geração conta muito.

Em um ano, é possível ter Norris, Russell e Albon, mas no outro os principais são De Vries e Latifi. Tem Raghunathan e Tatiana Calderón. O grid muito fraco foi um grande fator para a morte do bom Anthoine Hubert em 2019, no pior grid da história da categoria. Neste ano, a nominata também não é lá grandes coisas. Poucos talentos, como Drugovich, Pourchaire e Enzo Fittipaldi. O resto ainda não mostrou a que veio.

Nessa polêmica da pontuação necessária para a superlicença, Colton Herta ficou de fora da F1. A Red Bull desistiu do americano porque a FIA não abriria exceção. Quem perde é a categoria.

Herta é jovem e tem resultados consistentes na Indy. Além do mais, tem o pacote completo: um piloto americano para alavancar a categoria de vez na terra da Liberty Media. Não é isso que vai acontecer, porque a Europa não respeita e não valoriza a Indy como deveria. Ainda estão nessa rixa e arrogância que vem desde os tempos de Bernie Ecclestone.

É muito mais interessante ter um Herta, sobrenome pesado no automobilismo americano, do que algum piloto mediano, sem carisma e sem grandes qualidades da F2 subindo para a F1, ainda mais esse grid tão mais ou menos.

O que você prefere: Herta ou Iwasa, Lawson, Daruvala ou qualquer outro piloto de academia?

É preciso mudar a regra. Claro, ter o equilíbrio e o bom senso para tentar frear a ditadura do dinheiro absurdo dos bilionários e os sobrenomes famosos das academias de pilotos, assim como não desvalorizar algo de fora da Europa. É interessante pensar nisso porque agora a dona da F1 é americana. Não deve ser um embate que interesse quem paga as contas do jogo.

Pontuações e regras estúpidas não podem ser respeitadas. Uma pena que a Red Bull já desistiu do negócio. Herta deveria estar na F1 e azar da pontuação. Nesse caso, faltou bom senso.

Que isso seja uma luz para o assunto e, que, em breve, seja uma questão debatida e modificada para melhor. Todos saem ganhando, principalmente a F1, que precisa do último passo dentro dos Estados Unidos para virar uma marca mais global do que nunca: o surgimento ou até mesmo a criação de um superastro americano na categoria

(sim, Mario Andretti já foi campeão, mas não se encaixa no contexto do rockstar).

Até!


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

INGRESSO PARA O PARAÍSO

 

Foto: Reprodução/Aston Martin

Como escrito há tempos, Felipe Drugovich transformou o mais difícil no mais fácil. Afinal, vencer a F2 com três etapas de antecedência com a MP Motorsport já é um fato grandioso e impensável por si só. O problema é todo o contexto.

Para tudo na vida, é preciso timing e sorte, além da competência, capacidade e talento. Sem isso não se atravessa a rua, escreveu Nelson Rodrigues. Por mais impressionante que seja o feito de Drugovich, há alguns poréns: Drugo foi campeão na terceira temporada dele na F2, num grid não tão talentoso. Isso pesa.

O único com alguém potencial futuro é o próprio vice, o jovem Theo Pourchaire, francês que já está na academia da Sauber. Sem uma academia de pilotos ou muito dinheiro, fica complicado para Drugo conseguir uma vaga na F1 em 2023. O título com antecedência é um trunfo para as negociações serem cada vez mais intensificadas.

Na manhã de segunda-feira, a notícia mais quente dos últimos dias, veiculada primeiramente pelo Grande Prêmio e agora pela Band, se confirmou. Felipe Drugovich será piloto reserva da Aston Martin em 2023. Graças ao apoio da XP Investimentos, seriam desembolsados cerca de 7 milhões de euros para ocupar o assento.

Drugovich vai participar do treino livre do GP de Abu Dhabi, a última corrida do ano, no dia 18 de novembro e vai ser o representante da equipe na semana de testes dos jovens pilotos, que acontece após a corrida. O brasileiro é o primeiro membro da academia da Aston Martin.

Alguma coisa não faz sentido.

Alonso tem, no mínimo, contrato de dois anos. Stroll é o filho do chefe. Sendo otimista, Drugo estaria disponível para ser titular do time em 2025. É muito tempo parado. Até lá, surgem pilotos talentosos, com dinheiro e nas grandes academias, principalmente na Mercedes, fornecedora de motores da Aston Martin. E Toto Wolff tem uma porcentagem da companhia.

É muito caro pagar tudo isso para apenas andar em alguns treinos livres e ficar no simulador. Deveria haver uma contrapartida, ou deve ter, porque não sabemos de muito. Geralmente, ser piloto reserva não significa quase nada. Só lembrar de um caso da década passada.

2012. O italiano Davide Valsecchi estava na mesma situação: foi campeão da então GP2 e assinou pra ser piloto reserva/de testes da Lotus. Kimi Raikkonen teve problemas nas costas e, sem receber da quase falida equipe, não disputou as corridas finais da temporada 2013. Em tese, seria uma oportunidade para o reserva, certo? No entanto, a Lotus optou por contratar o experiente Kovalainen para fechar o ano.

O atual piloto reserva do time é Nico Hulkenberg... entenderam? Vamos considerar algum otimismo que aconteça algo que impeça Alonso ou Stroll de não disputarem algum GP no ano que vem, tipo uma apendicite do Albon. Quem garante que a Aston Martin não opte por alguém experiente como Hulk, principalmente se a ausência for Alonso?

“Ah, mas isso pode estar explícito no contrato, né!”. Talvez. Mas, com o tempo passando, o hype vai acabando também. O próprio De Vries, estreante celebrado da semana, saiu da McLaren e esteve no exílio da F-E. Só voltou aos holofotes porque virou piloto da Mercedes na categoria e foi campeão lá. Um protegido de Toto Wolff. A circunstância, o momento e o lugar certo.

Por outro lado, Drugo está no lucro: a terceira temporada na F2 poderia significar o fim definitivo nos monopostos europeus, até porque voltar para a MP foi um retrocesso. O brasileiro fez dos limões uma limonada e agora está numa equipe de fábrica, apadrinhado pelo rico Lawrence Stroll, que fala até em ajuda-lo até o próximo passo, citando os pilotos históricos do passado como Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna.

É bem interessante esse apoio de Lawrence Stroll. Não tinha pensado por esse lado, mas agora isso pode ser algum indicativo, nem que seja por influência em algum outro lugar do grid.

Por falar nisso, tudo que o canadense toca vira ouro. Dizem que outro motivo para Alonso assinar com a equipe foi a possibilidade de Lawrence transformar a Kimoa, grife de moda jovem que o espanhol é dono e garoto-propaganda, em uma marca global.

Bom, todas as estrelas precisam se alinhar para isso dar certo. No fim das contas, o título da F2 foi o mais fácil da jornada.

Agora, uma boa política, contatos e negociações precisam fazer o resto do trabalho. E ter a sorte, timing, a circunstância, o momento a favor. Tudo isso junto. Além de desempenhar um papel nos treinos, com os carros mais antigos da Aston Martin nos testes e os trabalhos no simulador na moderna fábrica que está sendo construída, graças ao investimento do dono da Tommy Hilfiger.

Só assim que Felipe Drugovich vai conquistar o ingresso para o paraíso.

Até!

domingo, 11 de setembro de 2022

ATÉ ASSIM

 

Foto: MotorSport

Monza é a corrida mais rápida do ano. Em 1h15, temos tudo definido. Um circuito rápido, onde a posição de largada faz a diferença para o resultado final, a não ser que você seja Max Verstappen.

Ele e Sainz, com motor novíssimo em folha, foram abrindo o grid. Em poucas voltas, Max já estava rapidamente em segundo, atrás de Leclerc. Com a diferença de pneus, a estratégia poderia ser um fator chave para decidir. E estratégia e Ferrari...

A primeira mudança na corrida foi o abandono de Vettel, que gerou um VSC. A Ferrari chamou Leclerc para colocar os médios. A intenção era boa: ter pneus novos para o final da corrida. O problema é que a ideia da Red Bull e das outras equipes eram diferentes: uma parada só, terminando com os duros. Pérez foi o pioneiro. Saindo de trás, chegou a ter problemas no freio, mas se recuperou, assim como Hamilton.

O Sir mostra que a Mercedes demora para pegar no tranco, mas depois o carro reage bem. Desse jeito, falta o algo mais para vencer um Max Verstappen e uma Red Bull no estado da arte. O mesmo vale para o senhor consistência Russell. 

Verstappen e a Red Bull estão muitos degraus acima do resto, tanto que bastou uma parada porque o ritmo, mesmo com os macios, era insano. A esperança era Leclerc, com novos pneus, se aproximar e arriscar algo no fim, mas não foi possível. Tudo bem, desta vez a Ferrari tentou. Não dava para competir com os taurinos em condições normais.

A condição anormal surgiu. Justo na melhor corrida do ano, no palco onde venceu pela última vez, Ricciardo abandonou em uma posição complicada para o carro ser retirado da pista com rapidez. Faltavam oito voltas. Tinha tudo para que, ao menos, houvesse uma tentativa de pressão para Max, por mais difícil que fosse.

Acontece que o carro de Ricciardo demorou para ser retirado da pista e não haveria tempo de reorganizar o grid para a relargada. Não foi algo tão grave para bandeira vermelha. Entretenimento tem limite. E assim terminou a corrida: com o Safety Car, Max venceu mais uma, agora largando em sétimo. São 11 vitórias no ano. Mais três e ele passa a ser o que mais venceu em uma temporada. O campeonato pode acabar em Cingapura. Basta mais uma vitória e Leclerc fazer no máximo dois pontos. Não duvido de nada.

Sainz fez uma boa corrida e chegou em quarto, seguido por Hamilton e Pérez. Norris se destacou perante as Alpine, que zeraram. Alonso abandonou. Gasly voltou aos pontos, assim como Zhou.

O grande destaque inesperado foi Nyck De Vries. Treinou com a Aston Martin na sexta. É piloto reserva da Mercedes. No sábado, Albon teve diagnosticado um caso de apendicite e não tinha condições de correr no final de semana. As estrelas se alinharam e o holandês de 27 anos, campeão da F2 em 2019 e da F-E recentemente, enfim estreou na categoria.

Fez um treino honesto no sábado e, beneficiado pelas punições, largou em oitavo. Na corrida, também esteve com um bom ritmo e a entrega saiu melhor que a encomenda. Não só foi bem, como ainda conquistou o nono lugar. Estreando na categoria direto nos pontos, com a pior equipe do grid, mostrando desempenho.

Se antes De Vries era um candidato potencial pela relação da Mercedes com a Williams, agora há algo mais consistente. E o mais impressionante: sem treinar com o carro. Isso constrange Latifi. A questão é saber se a grana do canadense ainda é suficiente para algo, porque o desempenho obviamente não. A Williams está se recuperando financeiramente, e talvez ter uma dupla de pilotos de fato ajude a equipe ter um avanço mais significativo.

Não foi a primeira e nem a última vez que uma corrida termina com o Safety Car. Teve até um campeonato que acabou assim. E tem gente que acredita que o do ano passado também deveria... ao menos é o que diz a Mercedes. A Red Bull discorda. A FIA seguiu as regras, diferentemente de Michael Masi.

Regras são regras, até a página dois. O problema foi a lentidão em tirar o carro de Ricciardo. Anticlímax total, mas faz parte. Uma regra imbecil precisa ser quebrado, pelo bem do bom senso. A F1 vira refém das próprias manias e se enrola toda em momentos como esse. Nem tão ao céu, nem tanto a terra. Sem rigidez, mas sem virar Netflix.

Verstappen vence pela primeira vez em Monza. Nunca tinha ido sequer ao pódio. O holandês vence largando de todos os lugares. Desta vez, também vence de forma inédita com a bandeira amarela. De todos os jeitos e maneiras. Até assim a Red Bull sobra. O campeonato deve acabar no Japão, mas não duvido que seja em Cingapura, a julgar pela sorte, competência e incompetência de Red Bull e Ferrari, respectivamente...

Disparado nas pesquisas, Max tem tudo para confirmar os números e vencer a F1 2022 no primeiro turno.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

LOUCO, MAS NÃO TANTO

Foto: Marco Canoniero/Getty Images

 Notícias diversas em Monza, desde a morte da Rainha Elizabeth II até a configuração do grid de largada.

E louco pensar que a Rainha talvez fosse uma das poucas, se não a única pessoa viva desde o início da F1 e que estava lá na corrida inaugural em Silverstone, em 1950. Na época, ela ainda era princesa e o Rei era o pai, George VI. Foi a única vez que um rei acompanhou uma corrida in loco.

74 anos. É claro que o clima é de consternação, porque a F1 é uma categoria britânica. Quase todas as fábricas estão lá, mesmo das equipes que não são necessariamente de lá, como a Mercedes e a Red Bull, por exemplo. Vamos acompanhar algo inédito não só na categoria, mas também na modernidade. A Premier League, por exemplo, cancelou a rodada. Aqui, teve político que cancelou atividades.

O mundo inteiro consternado com a morte de uma rainha...

Bom, voltando para a F1. Porsche e Red Bull encerraram as negociações de forma oficial, anunciada pelos alemães. A Porsche queria ser uma equipe/acionista, os taurinos não, por isso a desavença que causou o fim do negócio. Como sempre escrevo, só acredito vendo quando se trata de Audi e Porsche. O alvo deve ser a McLaren ou alguém mais disposto a ceder, desde que seja do interesse e ambição do Grupo Volkswagen. 

Tem muita água para rolar nessa ponte.

O grid vai ser um festival de punições outra vez. Vestappen perde cinco por trocar outra parte do motor. Pérez dez. Tsunoda tem as dez da corrida passada e aproveitou para trocar o motor. Bottas, com muitos problemas no motor, também acumulou punições (15). Sainz trocou tudo, assim como Hamilton, e vão largar no fim do grid.

Monza é uma pista curta, rápida e com muitas retas. No atual regulamento, é um cenário propício para a troca. No entanto, para ganhar muitas posições, isso pode ser um problema. Todo mundo ligando o DRS gera um trenzinho. Quem larga mais atrás pode ter mais dificuldades, como são os casos de Sainz e Pérez.

Max, largando não tão atrás, tem boas possibilidades, como sempre. A situação fica mais limpa para Leclerc, um dos mais rápidos de sexta (como sempre, também). Russell, o regular e as Alpine podem sonhar com alguma coisa, quem sabe até Norris.

Se Ricciardo venceu ano passado, imagina agora, com o grid e a corrida em abertos, o que pode acontecer? Seria um sopro ao menos para a emoção e competitividade do Mundial porque pensando no campeonato, mesmo com muito boa vontade, é bem complicado.

Tentando forçar alguma coisa, é possível afirmar: é a última chance para Leclerc e Ferrari. Vai que Enzo Ferrari não abençoe os caminhos de alguma forma, igual já fez em tantas outras?

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (McLaren)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 310 pontos
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 201 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 188 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 175 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 158 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 82 pontos
8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos
9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos
10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos
13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos
14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos
15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos
19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 511 pontos
2 - Ferrari - 376 pontos
3 - Mercedes - 346 pontos
4 - Alpine Renault - 125 pontos
5 - McLaren Mercedes - 101 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos
7 - Haas Ferrari - 34 pontos
8 - Alpha Tauri RBPT - 29 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 25 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

MUDANÇA DE FOCO

Foto: Getty Images

O que parecia mera formalidade pode nem mais acontecer. A parceria técnica entre Porsche e Red Bull, dada como certa e que só precisava de uma confirmação oficial após a regulamentação dos motores para 2026, estagnou.

Inicialmente, a Porsche compraria metade das ações da Red Bull e viraria fornecedora de motores do time. Os taurinos deram para trás em virtude da perda de forças pelo número de ações vendidas, além do valor de mercado do time ter aumentado em comparação com o ano passado, quando as negociações começaram. As informações são do site alemão F1-insider.com.

“A Porsche não vai se tornar nossa acionista. Temos toda a oportunidade de construir nossos motores”, disse Helmut Marko.

Outro motivo é que a Honda sinalizou que talvez possa voltar a ser fornecedora a partir de 2026.

“A Red Bull disse que seremos fabricantes de motores a partir de 2026. Houve negociação com a Porsche. Estamos comprometidos em construir um motor. É para ser o primeiro motor da história da Red Bull. É um novo capítulo, mesmo que tenhamos ou não algum parceiro com o trem de força é um assunto a discutir. Nada está fechado”, declarou Christian Horner.

Os alemães já estariam pensando em um plano B: a McLaren. Um dos trunfos pode ser Andreas Seidl, o chefe de equipe que liderou a Porsche no WEC entre 2014 e 2017.

A novela Porsche/Audi eu só acredito quando largarem. Até lá, sempre vou ter um pé atrás, mesmo que tenham adaptado o novo regulamento só para a chegada deles. É muito tempo de especulação e conversa fiada. A cada ano, uma narrativa e história diferente. Nem me surpreendo mais. É claro que seria interessante qualquer associação, no papel, mas entre o desejo, a especulação, a assinatura do contrato e a corrida de fato, falta muita coisa. Muita coisa mesmo.

RASCUNHO

Foto: Getty Images

Ainda não é oficial e precisaria da aprovação do Conselho Mundial de Esporte a Motor da FIA, mas a F1 já começa a ter algo mais concreto para o calendário de provas do ano que vem.

Com 24 etapas, duas a mais que neste ano, vai ser a temporada mais extensa da história. A ideia da FIA é começar em março e terminar no final de novembro.

O Bahrein abriria os trabalhos, no dia 5 de março. Há um asterisco que se chama China. A princípio, a etapa em Shangai volta, mas tudo depende da liberação do governo chinês para a entrada e saída de estrangeiros em virtude da Covid-19.

Azerbaijão e Ímola inverteriam a ordem, com a corrida italiana abrindo a temporada europeia. A Espanha, que geralmente é o abre-alas do velho continente, deve ser remanejada para depois do GP de Mônaco, em junho.

A Bélgica, que geralmente abre a metade final da temporada, pode encerrar a primeira parte, em julho. O retorno das férias de verão europeu caberia a Holanda.

O Catar, que chega definitivamente na F1, estaria marcado para outubro, antes das corridas na América do Norte. O GP de São Paulo está marcado para o dia 5 de novembro, na semana do feriado de Finados.
Las Vegas estrearia na corrida noturna do sábado, 18 de novembro. Oito dias depois, como sempre, Abu Dhabi fecharia a temporada 2023.

É esperar a confirmação do novo calendário. Com muitas corridas, vai ser tudo ainda mais extenuante para todos os envolvidos. A FIA e a Liberty precisam encontrar um equilíbrio e a solução não é tirar os circuitos mais tradicionais em detrimento dessas corridas sem identidade que estão invadindo o calendário.

TRANSMISSÃO:
09/09 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
09/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
10/09 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
10/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
11/09 - Corrida: 10h (Band)


terça-feira, 6 de setembro de 2022

E AGORA, DRUGO?!

 

Foto: Divulgação/MP Motorsport

O que parecia difícil vai ser, no final das contas, o mais fácil. Desde a criação da atual F2, em 2017, apenas pilotos da Prema e da ART Grand Prix tinham sido campeões. O brasileiro Felipe Drugovich provavelmente vai cometer duas façanhas: ser o primeiro brasileiro campeão da F2/GP2 e trazer o título para a mediana MP Motorsport.

Nos últimos anos, a MP reforçou a equipe técnica, o que pode explicar alguma evolução. No entanto, é claro que o mérito maior é do brasileiro. Tem tudo para ser um título categórico, com uma rodada de antecedência. Com 69 pontos de vantagem e apenas 78 em disputa, Drugo tem tudo para fechar a conta em Monza, neste final de semana.

Desde a GP2, em 2005, muitos brasileiros bateram na trave: Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi, Luiz Razia e Felipe Nasr. Ainda teve Sérgio Sette Câmara, Xandinho Negrão, entre outros. Em tese, Drugo era o mais desconhecido desde que chegou. Teve uma temporada muito boa na própria MP, mas foi irregular demais ao subir de nível na UNI Virtuosi e sucumbir para Zhou.

Na terceira temporada, não é muito comum chamar a atenção dos grandes times. Geralmente, os pilotos de academia já mostram qualidade no primeiro ou no segundo ano. Foi assim com Leclerc, Russell, Norris, Albon, Mick Schumacher e Piastri. De Vries, por exemplo, sobrou e foi campeão no quarto ano de categoria. As portas estavam fechadas.

Para Drugo, a situação era ainda pior: sem destaque, dinheiro ou academia de pilotos, seria complicado arranjar alguma situação sem um ano mágico na F2, o que parecia improvável ao retornar para a MP. Mesmo jovem, aos 22 anos, o automobilismo é cada vez mais precoce.

Drugo apressou etapas ao permanecer somente um ano na F3 e ir direto para a F2. No entanto, o problema foi a segunda temporada, só que isso está sendo completamente esquecido pelo 2022 incrível. Com a MP, é bom ressaltar.

Muito ritmo, equilíbrio e constância. Vitórias em momentos chave. Enquanto os rivais Sargeant e Pourchaire sucumbiram, Drugo sempre fez o suficiente para no mínimo superá-los. E a recompensa está quase chegando.

Desde Bruno Junqueira na F3000 em 2000 que o Brasil não conquista um título tão importante na base. Desde a FE, onde Nelsinho e Di Grassi ganharam, que o Brasil não conquista um campeonato com a chancela da FIA. Mas e o que isso significa para a carreira de Drugovich?

Obviamente, ele vai precisar mudar de categoria. A F2 foi superada. O sonho é a F1, claro. Se antes Drugo poderia ser um patinho feio, o título pode deixá-lo mais atraente para as equipes. E as estrelas precisam se alinhar.

Drugo teve seu nome ventilado a Aston Martin para ser piloto reserva do time. Na Williams, uma das vagas disponíveis, não houve nada que pudesse ser mencionado. A coisa muda de figura neste final de semana.

Com a provável ida de Gasly para a Alpine e a chegada de Colton Herta para os taurinos, que depende da aprovação da FIA, temos Yuki Tsunoda como grande dúvida para o ano que vem. O japonês não vem entregando resultados em um carro que pouco consegue produzir, é verdade.

Também sabemos que paciência não é o forte da academia da Red Bull. Para mandar Yuki embora, não precisa de muito. É, no mínimo, uma vaga em aberto. Se a FIA não liberar Herta, podem ser duas.

Não há indícios de que Hauger, Daruvala ou Lawson possam ser aproveitados em 2022. A academia da Red Bull não tem um talento sobressalente, e Drugo superou todos eles. É o momento. Mais do que nunca, o timing é o grande aliado do brasileiro para sonhar com uma vaga na F1.

Se a Red Bull optar pelo retorno de Albon, a Williams fica com uma vaga sobrando. É outra possibilidade, menor, mas que o staff do brasileiro certamente vai estudar alguma forma de brigar.

Ou é isso ou são outras categorias, como a WEC, a FE e a Indy. O momento é agora. O título da F2 com uma equipe que não é de ponta é o grande patrocínio do brasileiro para brigar pela F1.

Claro que mais dinheiro ou alguma academia poderiam facilitar e sacramentar esse momento, mas Drugo fez o mais fácil (ganhar a F2) e o mais difícil (sem ter uma academia, muito dinheiro ou uma equipe de ponta). Agora, é hora de colher os frutos. E que as estrelas se alinhem cada vez mais. É a grande chance do Brasil voltar a ter um representante na categoria.

É agora, Drugo!


segunda-feira, 5 de setembro de 2022

MUITAS HIPÓTESES

 

Foto: MotorSport

Com a temporada cada vez mais desinteressante pela falta de concorrência a Max Verstappen, é inegável que os principais assuntos nos próximos meses sejam o mercado de transferências sobre as vagas restantes no grid para 2023.

A aposentadoria de Vettel desencadeou um verdadeiro efeito dominó na situação. É claro que já sabemos de Alonso na Aston Martin e a confirmação de Piastri na McLaren. O resto, aos poucos, começa a tentar se definir. Vou tentar ir por partes.

Começando pela Alpine, é claro. O candidato é Pierre Gasly. O próprio Helmut Marko afirma que a saída dele, de contrato com os taurinos até 2023, depende de uma indenização financeira. É a única exigência para a equipe francesa ter dois compatriotas no time.

Se a Alpine tirar um piloto da Alpha Tauri, quem seria o substituto? Bom, para começar, podem ser dois: Tsunoda ainda não está oficialmente garantido para o ano que vem. O desempenho irregular, atrelado a falta de paciência tradicional dos taurinos com os jovens pilotos, é sempre um motivo para dispensa.

O que pode salvar o japonês é o fato da academia da Red Bull não ter um nome pronto para subir. Vips foi desligado, Daruvala, Hauger e Lawson não empolgam. Como Pérez já foi contratado em virtude disso, não seria surpresa pensar fora da caixinha?

Helmut Marko admitiu, após a corrida na Holanda, que há um acordo com o americano Colton Herta. Faltam duas condições: a ida de Gasly para a Alpine e a FIA liberar a superlicença para o piloto da Indy, que não tem os pontos necessários para isso.

Considerando que a categoria e a Liberty estão desesperadas por um piloto americano para alavancar o engajamento, assim como dar maior visibilidade para Alpha Tauri (empresa de moda), não seria difícil que isso acontecesse. Afinal, Herta tem 34 dos 40 pontos necessários.

Se Tsunoda não ficar, quem poderia ser um candidato? Sim, ele mesmo: Felipe Drugovich. Segundo a imprensa, o brasileiro foi visto conversando com Marko no motorhome no último final de semana. Com o cartaz de provável campeão da F2, Drugo precisa ter o alinhamento das estrelas para poder brilhar (saída de Gasly, não renovação com Tsunoda, negativa para Herta).

Enfim, este é um assunto que pretendo abordar no texto de amanhã. Continuarei lá.

A Haas também tem dúvidas. Dizem que Mick Schumacher vai deixar a academia da Ferrari no final do ano, o que torna a permanência do alemão um ponto de interrogação. Com a parceria técnica dos americanos com os italianos, geralmente uma das vagas pode ter influência da Ferrari, assim como foi Mick na própria equipe e anteriormente Gutierrez e Giovinazzi, este na Alfa Romeo.

Aliás, o italiano é apontado como um candidato em potencial justamente por esse motivo. Sem o apadrinhamento da Ferrari, apenas o sobrenome pode não ser o suficiente para manter Mick, que também já foi ligado a especulações a Alpine e a própria Alpha Tauri (lembram quando Marko elogiou o alemão lá no início do ano?)

Na futura ex-Alfa Romeo, Zhou tem apelo até de Bottas para a permanência. É um ano de adaptação e o chinês não se envolve em acidentes. Precisaria de mais tempo e paciência para se desenvolver, além do fato de levar muito dinheiro para os suíços. No caso da Alfa Romeo, uma das alternativas poderia ser o reserva Theo Pourchaire, membro da academia. No entanto, o francês ainda é muito jovem e poderia esperar mais. Outro ano maturando na F2 é um caminho mais adequado.

A própria Williams tem incertezas. Latifi fica? Só pelo dinheiro. A recuperação financeira do time é suficiente para dispensá-lo? Não sabemos. Interessados não faltariam, mesmo sendo a pior equipe do grid. A prioridade, claro, é alguém com dinheiro, mas já vimos que alguns acordos podem ser costurados. Albon, da Red Bull, foi parar lá, mesmo com a Williams sendo parceira de motores da Mercedes.

Aliás, e se a Alpha Tauri resolver chamar Albon (que tem contrato) de volta, caso não tenha alternativas? Ela já fez isso algumas vezes com Kvyat... e é uma solução que faz sentido, pois o tailandês nascido e criado na Inglaterra está tirando leite de pedra. E se a Williams precisa, então, de mais de uma vaga? Candidatos não faltariam, de todos os nichos.

Dúvidas e questões que devem ser resolvidas até o final do ano, no mais tardar ano que vem. Afinal, quanto mais cedo esses acertos, melhor para o desenvolvimento do carro de acordo com a característica dos pilotos.

Esse mercado tem tudo para ser mais emocionante que o atual Mundial de F1. Fofoca sempre rende, não é mesmo?

Até!


domingo, 4 de setembro de 2022

DE TODOS OS JEITOS

 

Foto: Getty Images

Zandvoort tem a característica de ser um circuito estreito, onde a estratégia, a posição e a largada fazem a diferença, além do imponderável. Foi uma boa corrida tática que teve contornos de quase emoção no final. Ao menos houve suspense por algum instante.

Verstappen saiu com boa vantagem para Leclerc, que seguia o caminho. Com menos ritmo, Sainz era pressionado por Hamilton. A Mercedes reagiu. Bom ritmo. O problema, vocês já sabem: falta a velocidade de reta, o motor potente.

A Ferrari sentiu o drama e antecipou a parada do espanhol. O problema é que, como sempre, há um erro grotesco dos italianos, que esqueceram o pneu traseiro esquerdo de Sainz e o tirou das primeiras posições. Com os pneus médios, as Mercedes alongaram o stint. 

A Alpine de Alonso começou a render melhor quando apostou nos pneus duros. A Mercedes percebeu o movimento e arriscou apenas uma parada. Os pneus duros faziam as flechas de prata dispararem e certamente seriam o único adversário para Max. A Ferrari ficou para trás. 

Seria um final de corrida interessante. Na estratégia diferente, a Mercedes tinha a chance concreta de brigar sim por uma vitória em 2022. Até que Tsunoda e a Alpha Tauri agiram. A equipe satélite da Red Bull...

O japonês reclamou de problemas nos pneus, depois ele estava sem cinto de segurança e abandonou com problemas no diferencial. Tudo isso em três voltas. Primeiro, parou na pista. Depois, foi para os boxes e só depois parou na pista em uma posição que permitiu um Safety Car Virtual.

Foi o suficiente para todo mundo equiparar as estratégias e acabar, ao menos nisso, com a possibilidade dos alemães. Quando tudo parecia decidido, numa pista de poucas possibilidades, um instante de emoção.

Bottas teve um problema e parou na reta. Safety Car. Todo mundo para, a princípio. O melhor pneu macio disponível para cada um. A Mercedes não para. Hamilton e Russell na frente. Uma dobradinha improvável. Obviamente, seria muito difícil segurar Max com pneus novinhos em folha. Talvez sacrificar Russell para dar um respiro a Hamilton. Improvável? Mas seria uma tentativa.

A Mercedes optou pelo mais errado. Russell parou. Hamilton não. Em condições normais, não haveria a chance da briga. Tal qual Abu Dhabi, mas sem Michael Masi, Lewis ficou a mercê da Red Bull. Não deu nem para o cheiro. A ira do Sir no rádio é justificada. De uma possível vitória, terminou fora do pódio porque também perdeu posições para Russell e Leclerc, segundo e terceiro, respectivamente.

Olhando para o copo cheio, como fez Toto Wolff, é que os alemães tiveram ritmo para vencer. Difícil pensar nisso para Monza, na próxima semana, mas a Mercedes não vai fugir dessa montanha-russa até o fim do ano, tentando não ficar no zero.

A Ferrari perde terreno, o que é natural, assim como os erros. Quando todos os carros passaram pelo pit lane durante o Safety Car, Sainz saiu de forma segura. Todo o esforço ao "retornar" para a corrida foi em vão. Com uma punição de cinco segundos acrescida ao tempo final da prova onde estava todo mundo próximo outra vez graças ao SC, o espanhol foi só o oitavo. Hamilton só não teve problemas porque Pérez, com o pneu médio, não conseguiu abrir caminho e foi o quinto.

Mesmo largando lá atrás e inferior a adversária McLaren, a Alpine reagiu com Don Alonso cada vez melhor, em sexto, superando Norris, sétimo. Ocon foi o nono e Stroll o décimo. Ricciardo mostra a cada corrida porque está ficando cada vez mais distante da F1. É constrangedor, se compararmos com Lando.

Hannah Schmitz, a estrategista da Red Bull, lembra muito Ross Brawn no auge dele e de Schumacher. De todos os jeitos, não importa como, a vitória saía. Com emoção, sem emoção, com e sem percalços. Dez vitórias de Max no ano, para delírio da torcida "Libertadores" holandesa. Já são 30 vitórias na carreira e o holandês, se duvidar, não está nem no auge!

Cingapura ou Japão: não foge daí o bicampeonato de Max Verstappen.

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O VEREDITO

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Zandvoort promete muito mais pela energia da fanática torcida de Max Verstappen do que propriamente pela pista. O tom de várias alternativas ao longo dos treinos pode ser um diferencial para que a corrida tenha algum suspense.

Tudo isso porque Russell liderou a primeira sessão e Leclerc a segunda. Na primeira, o campeão Max Verstappen teve problemas no carro. As três equipes, em volta rápida, estão muito próximas. Há, até aqui, um certo equilíbrio, o que é uma boa notícia para Ferrari e Mercedes. Pode ser que o atropelo da Red Bull em Spa tenha sido mais circunstancial do que qualquer outra coisa.

Tudo isso promete uma classificação que, embora tenha perdido importância com o passar do tempo e os stints de corrida, talvez possam fazer a diferença na Holanda, principalmente por ser um circuito mais travado e com menos espaços para ultrapassagens. A posição de largada pode ser uma vantagem para definir a estratégia e o ritmo. É inegável que não saberemos o que pode acontecer em Zandvoort no sábado e no domingo. Está tudo nebuloso, apesar do sol e céu de brigadeiro no litoral holandês.

A notícia do dia, no entanto, foi o Tribunal que analisou os contratos ter confirmado ganho de causa para Oscar Piastri na McLaren. Agora, ele se junta a Lando Norris para 2023. Para a McLaren ter pago Ricciardo para sair do time, parecia um ganho de causa evidente.

E a Alpine, que ficou se fazendo entre Alonso e Piastri, conseguiu a proeza de perder os dois talentos. Muito se fala também da falta de lealdade do australiano com a montadora que o bancou desde sempre. Pode ser verdade, mas isso só aconteceu pela falta de garantias dos franceses para os dois pilotos. Agora, vão ter que ir para o mercado.

O candidato viável é óbvio: Pierre Gasly. No limbo com a Red Bull, é francês e, com a grana da indenização que a Alpine vai receber, isso não vai ser problema para buscar um acordo com Helmut Marko e companhia. Modéstia a parte, era pedra cantada isso aí. Tô antecipando esse movimento há um ano. A questão é o contexto. Não imaginaria que isso aconteceria em virtude do amadorismo da Renault.

Piastri tem um desafio. Norris é o dono da McLaren e apadrinhado pelo chefe/dono Zak Brown. O sarrafo é alto. Terá um ano de adaptação, mas a pressão agora é imensa: contratado a peso de ouro, vai ter que provar que todo o hype conquistado com muito talento na base é real. Uma disputa jurídica com uma montadora nunca é bom, e até mesmo Toto Wolff e Christian Horner se manifestaram contrários.

Tão cedo, pode ser a única chance de um jovem tão talentoso e prestigioso. Bem, foi ele mesmo que buscou esse caos. Que a pista responda os anseios de todos.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

GP DA HOLANDA: Programação

 O Grande Prêmio da Holanda aconteceu entre 1952 e 1985, com três pausas: 1954, 1956-1957 e 1972. 

Em 2020, estava marcado o retorno do país no calendário da F1, no circuito de Zandvoort. No entanto, em virtude da pandemia do coronavírus, a volta foi confirmada para 2021, marcando o reencontro dos fãs holandeses com a velocidade depois de 36 anos.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Max Verstappen - 1:08.885 (Red Bull, 2021)

Volta mais rápida: Lewis Hamilton - 1:11.097 (Mercedes, 2021)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Jim Clark - 4x (1963, 1964, 1965 e 1967)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 294 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 191 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 186 pontos

4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 171 pontos

5 - George Russell (Mercedes) - 170 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 146 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 76 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 64 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 51 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos

13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos

15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

18- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

19- Lance Stroll (Aston Martin) - 4 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 475 pontos

2 - Ferrari - 357 pontos

3 - Mercedes - 316 pontos

4 - Alpine Renault - 115 pontos

5 - McLaren Mercedes - 95 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Haas Ferrari - 34 pontos

8 - Alpha Tauri RBPT - 29 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 24 pontos

10- Williams Mercedes - 4 pontos


NOVO ALVO

Foto: Getty Images

A Alpine espera o desfecho do caso Piastri para definir o parceiro de Esteban Ocon para 2023. Segundo a Sky Sports, há um candidato destacado caso o Tribunal dê ganho de causa para o australiano: Pierre Gasly.

Além de ser francês, Gasly está num limbo na Alpha Tauri e sem perspectivas de subir para a Red Bull outra vez. Com uma compensação financeira, a Alpha Tauri poderia concordar em liberar o piloto, caso consiga encontrar um substituto (talvez dois) para o francês, pois Tsunoda ainda não confirmado no time.

Inclusive, segundo a publicação inglesa, Gasly está no topo das prioridades até mesmo em relação a Piastri, outrora o filho pródigo da Alpine.

Ocon e Gasly, uma possível dupla francesa numa equipe francesa, seria um sinal de que as animosidades que os dois pilotos têm desde a infância estão mais frias, a ponto de poderem conviver juntos no mesmo teto.

Novo alvo entre aspas, né? Modéstia a parte, eu cantei a pedra aqui há alguns bons meses. Realmente, é a melhor opção para os dois, dentro do contexto que vivem. Alpine e Gasly ganhariam muito. A Alpha Tauri eu não sei, mas pagando bem, tem mais liberdade para continuar o que faz de melhor: revelar pilotos.

NA TORCIDA

Foto: Getty Images

Os amigos e ex-companheiros têm preferências para o ano que vem. No entanto, ao que parece, as expectativas para que os desejos se realizem sejam bem distintas.

Começando por Valtteri Bottas. O finlandês quer que Guanyu Zhou continue na Alfa Romeo para o ano que vem.

“Definitivamente vou torcer por sua continuidade, já que este é apenas seu primeiro ano e, claro, vai conseguir dar um bom passo (de evolução) em 2023. Esse é o meu sentimento. Não acho que ele está se preocupando muito com isso — está apenas focado em terminar esta rodada tripla, conseguir alguns bons pontos e, talvez depois, sentar com a equipe para conversar”, disse.

Bottas também não negou que tenha planos para permanecer por bastante tempo na equipe. No final de 2023, a parceria Sauber e Alfa Romeo termina. A chegada da Audi será somente em 2026. Bottas não descarta continuar no time até a chegada dos alemães.

“Até o momento, o que eu sinto é: “por que não?”. Estou realmente curtindo aqui, sinto que ainda posso pilotar rapidamente e, no futuro, não vejo motivo para isso não acontecer. Ainda tenho muito a dar ao esporte. Obviamente você nunca sabe como vai se sentir daqui 2 ou 3 anos, mas por agora estou realmente aproveitando a Fórmula 1 — e como o esporte está em alta no momento, a atmosfera em cada fim de semana é ótima. Estou em um time bom e o equilíbrio entre vida-trabalho está realmente ótimo para mim no momento, então consigo me enxergar aqui a longo prazo”, finalizou.

Hamilton tem outra torcida: com Russell garantido na Mercedes por longos anos, o Sir quer o retorno da África do Sul no calendário, o que não acontece desde 1993. A questão é que isso parece improvável, ao menos para 2023. A renovação da Bélgica por mais uma temporada parece ser um entrave, diante de um calendário já inchado e cheio de pretendente.
Ainda, de acordo com o portal holandês Racing News 365, as negociações com a F1 pararam pela falta de apoio do governo local. Muitas promessas e poucas garantias até aqui, como por exemplo quem pagaria os US$ 15 milhões necessários para que o autódromo receba o certificado de grau 1 da FIA e esteja apto a receber a categoria.

Nada disso desanima Hamilton, que acompanha as tratativas dos bastidores por perto.

 “Tenho me esforçado bastante para termos um GP por lá. Estou feliz pelas conversas que estão acontecendo, e Stefano tem feito um trabalho incrível para que isso aconteça.

Ainda tenho esperanças de haver um corrida lá no próximo ano, nunca diga nunca, contanto que tenhamos a corrida no calendário. Precisamos ter um GP por lá”, disse.

Zhou merece permanecer. Jovens precisam de tempo de adaptação, ainda mais que não há muitos testes disponíveis. Sobre Kyalami: a ideia é boa, mas precisa ser desenvolvida. Uma corrida na África é muito bom, o problema é que provavelmente vão tirar algum circuito relevante porque é proibido mexer nas aberrações arábes, americanas ou Zandvoort, por exemplo. Vamos ver.

TRANSMISSÃO:
02/09 - Treino Livre 1: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
03/09 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
03/09 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
04/09 - Corrida: 10h (Band)