terça-feira, 31 de julho de 2018

DEFININDO O FUTURO

Foto: Getty Images

Com a folga de um mês da Fórmula 1, o foco das notícias passa a ser sobre o mercado de pilotos para a próxima temporada. Excetuando as três grandes (Ricciardo tem tudo para renovar com a Red Bull), o restante do grid não tem contrato definido para 2019. Vamos dar uma passadinha em cada caso para tentar destrinchar o que vai acontecer no ano que vem.

Começamos pela situação mais complexa e dramática. Na última sexta-feira, a Mercedes e Sérgio Pérez ingressaram na justiça contra a equipe, que deve cerca de R$ 50 milhões para eles. A Force India decretou  falência e está sendo administrada pelo Ministério Público inglês enquanto aguarda compradores. Segundo a imprensa europeia, além de Lawrence Stroll, os donos da BWT (empresa que patrocina o time) e a própria Mercedes estariam interessados na compra do espólio.

No entanto, esse no momento não parece ser o principal drama dos indianos. Para continuar no grid nessa temporada, a Force India precisa da aprovação de todas as equipes e, segundo a “Auto Motor und Sport”, McLaren, Williams e Renault são contrárias a isso. As duas primeiras pensam no campeonato e a Renault deseja quebrar o domínio político de Ferrari e Mercedes. Caso isso continue, é possível que a equipe só volte no ano que vem, sob nova direção. Enquanto isso, caso Stroll seja acionista, é provável que o filhote vá para lá. Pérez, que está se mexendo para salvar o time, deve permanecer também.


Pérez e Vijay: inevitável cisão para tentar salvar a equipe. Foto: Reprodução

Até porque tanto Toto Wolff quanto Cyril Abiteboul confirmam que estão negociando a ida de Esteban Ocon para a equipe francesa no ano que vem. A instabilidade da Force India é um bom motivo para trocar de ares. Vale lembrar que Ocon já foi piloto reserva da Renault em 2016. Nico Hulkenberg segue na equipe. Pode sobrar para Carlos Sainz Jr.

Com a renovação de Ricciardo praticamente encaminhada com a Red Bull, o espanhol vai seguir sem espaço nos taurinos. Caso Ocon vá de fato para a Renault, qual seria o destino de Sainz? Bom, muitos apontam que ele pode ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren, formando uma dupla espanhola em Woking. Stoffel Vandoorne está longe de convencer e Lando Norris ainda não mostra estar pronto para subir para a F1.

No entanto, não é mistério que a jovem promessa inglesa foi procurada poucos meses atrás pela Toro Rosso para substituir o eterno tampão Brendon Hartley. Quem seria o parceiro de Pierre Gasly? No momento, não há outro piloto da academia dos taurinos com nível suficiente para adentrar a F1.

Alonso e Sainz: compatriotas podem ser parceiros na McLaren em 2019. Foto: Getty Images 
Por falar em promessa, quem está mostrando resultado na F2 é George Russell, atual líder da categoria. Ele já chegou a fazer alguns testes na Force India e também é piloto Mercedes. Com a negociação da cessão do câmbio dos alemães para o time de Grove em 2019, também é possível que os tentáculos das flechas de prata se extendam para outros negócios. Caso Stroll vá para a Force India, abriria-se um espaço para a chegada do jovem britânico. Pérez também já foi especulado, assim como Kubica também é um nome que está ventilando por lá.


Na Sauber, a morte de Marchionne deixa algumas dúvidas quanto a parceria estabelecida com os italianos, que colocaram o espólio da Alfa Romeo no carro. Leclerc certamente não permanece. Vai para a Ferrari ou a Haas. Não se sabe o quanto Ericsson ainda manda (se é que manda na equipe ainda, que até ano passado tinha como dono um investidor sueco). Pode ficar como pode sair. Se os dois saírem, certamente uma das vagas será preenchida por Antonio Giovinazzi, da academia da Ferrari e que disputou duas corridas ano passado. Se Ericsson também sair, pode ser que Antonio Fuoco, da F2, ou até mesmo Kimi Raikkonen pudesse retornar para a equipe onde tudo começou, em 2001.

Raikkonen ou Leclerc: um dos dois vai ser companheiro de equipe de Vettel no próximo ano. Foto: Motorsport


Para finalizar, na Haas, Grosjean vai ser substituído. A falta de resultados vai pesar, ao contrário de Magnussen,que deve permanecer. Uma dessas vagas pode ser de Charles Leclerc, caso não vá para a Ferrari. Provavelmente deve evoluir um passo em um carro melhor para amadurecer e mostrar serviço. A Haas também tem parceria com a Ferrari. Correm com a versão ferrarista do ano passado, praticamente. Outro candidato a vaga é Sérgio Pérez, oferecendo seu aporte financeiro por aí caso as tratativas com a Force India (ou o que sobrou dela) fracassem.

Por enquanto, tudo é muito nebuloso e incerto. Nos próximos meses, entretanto, os movimentos serão feitos. Os mais importantes: Daniel Ricciardo e Fernando Alonso. O que os dois fizerem vai influenciar boa parte das outras conjecturas, como um efeito dominó. Aguardemos que tudo isso vai se resolver provavelmente somente no ano que vem.

Até!

segunda-feira, 30 de julho de 2018

NA FRENTE

Foto: Getty Images
Lewis Hamilton vai desfrutar de suas merecidas férias de verão com 24 pontos a frente de Sebastian Vettel na disputa para ver quem será o terceiro piloto da história a ser pentacampeão mundial de F1. Tudo isso graças a uma vitória que se avizinhava improvável na Hungria - a sexta em Hungaroring -, oriunda de uma pole excepcional no chuvoso treino de sábado.

Na corrida, bastou Lewis guiar de ponta a ponta sem sustos para vencer pela quinta vez na temporada. Os escudeiros de Ferrari e Mercedes optaram por estratégias diferentes para tentar atrapalhar os candidatos ao título de cada rival. Enquanto Hamilton disparava, Raikkonen parou cedo para colocar os pneus macios, o que forçou Bottas a parar logo depois, enquanto Vettel fazia um stint longo.

Com pneus desgastados, Bottas não resistiu aos ataques de Vettel e acabou sendo ultrapassado. Provavelmente sem tração, bateu na Ferrari do alemão e danificou a asa dianteira de sua Mercedes. Incidente de corrida que poderia ter comprometido Seb. Raikkonen passou na sequência e Bottas, sem ritmo e pneus, foi atacado por Ricciardo (largou em 12° e foi o grande piloto do dia). O finlandês jogou o carro no australiano, que mesmo assim o passou facilmente nas voltas finais para fechar com chave de ouro a sua grande atuação. Como "recompensa pela atuação", Toto chamou o #77 de "bom escudeiro". Claro que o finlandês ficou puto, mas a verdade é essa, assim como para o compatriota da Ferrari.

Foto: Reuters
A outra Red Bull, de Verstappen, abandonou logo no início. Não faltaram palavrões para criticar o motor Renault. Fim de casamento bem melancólico entre os dois. O clima já é horrível há tempos - desde 2015 - mas agora as coisas ficam cada vez mais escancaradas, como todo o fim de parceria - lembram-se da McLaren com a Mercedes em 2014? O motor francês quebra muito, e não é só com os taurinos - é com a própria equipe principal também.

Pierre Gasly foi o melhor do resto. Grande sexto lugar do francês. Foi apenas a terceira vez que ele pontou no ano, mas quando o faz é sempre em grande estilo (quarto no Bahrein e sétimo em Mônaco). Em pistas de baixa, o chassi parece se comportar bem. Ainda falta potência para a Honda, mas a confiabilidade tem sido um ponto positivo nessa temporada. Alonso dessa vez conseguiu tirar um coelho da cartola e garantiu um belo oitavo lugar para a McLaren, que também poderia ter Vandoorne no top 10, mas o belga abandonou com problemas. Parece ter reagido. Sainz e Grosjean fecharam a zona de pontuação.

A corrida não foi muito animada, como é normal da Hungria. Agora, resta saber é como Vettel e a Ferrari irão reagir a esses 24 pontos de desvantagem na reabertura da temporada, em Spa Francochamps. No entanto, o que vai pegar fogo no próximo mês são as especulações - algumas começam a se confirmar, outras são apenas fofocas - para a próxima temporada.

Confira a classificação completa do GP da Hungria:




sexta-feira, 27 de julho de 2018

EM FRENTE

Foto: Getty Images
A F1 é dinâmica e, literalmente, gira rápido. Mal temos tempo para lamentar ou comemorar que é preciso continuar, manter ou se recuperar do que aconteceu na semana anterior. O Grande Prêmio da Hungria ganha contornos mais importantes porque é o último antes das merecidas férias de verão. Uma boa atuação dá tranquilidade para o descanso e a retomada no fim de agosto, em Spa Francochamps. Erros e exibições abaixo da crítica vão deixar um gostinho amargo, podendo recuperar justamente apenas depois de um mês.

É o caso de Vettel, que tem a chance de vencer uma semana depois do dolorido erro em Hockenheim. Hoje, já fez o tempo mais rápido do dia, com as Red Bull sempre no encalço. Diferente do habitual, assim como as Mercedes mais discretas, embora isso já seja uma tradição da corrida húngara nos últimos anos. Entretanto, a ausência de potência extra no motor pode prejudicar os taurinos na briga pela pole. Hungaroring é, mais do que nunca, um circuito que será impossível ultrapassar, fato já admitido e aceitado pelos pilotos. Portanto, largar na frente pode ser definitivo, exceto se chover ou uma série de Safety Car altere a lógica natural das coisas.

O meio da tabela tem o de sempre: Haas, Force India e Renault. No fim, também o de sempre: Williams, McLaren, Toro Rosso e Sauber. Algumas palhinhas de boatos e negociações: a McLaren confirmou a chegada de James Key, que estava na Toro Rosso, como diretor técnico da equipe. Entretanto, existe uma regra de "quarentena" envolvendo as negociações desses profissionais. Logo, não se sabe quando Key vai poder, de fato, se apresentar ao time de Woking - provavelmente só no ano que vem.

Toto Wolff admite a possibilidade de Esteban Ocon ser emprestado para a Renault. Com a definição dos dois pilotos das flechas de prata, resta ao francês esperar sua oportunidade tentando impressionar a sua equipe. Em tese, vai para um centro melhor, mais estruturado e sem problemas financeiros. Seria companheiro de Nico Hulkenberg. O que sobra para Carlos Sainz Jr? Com Ricciardo permanecendo na Red Bull, dizem que seu destino é ser parceiro de Alonso na McLaren. Só uma palhinha do que pode vir na semana que vem...

A única forma de continuar é seguindo em frente, sem olhar para os erros, decepções e tristezas. É a lição que Vettel pode tirar nesse final de semana. Por ele, pela Ferrari e por Sergio Marchionne.

Bom, confira a classificação dos treinos livres do GP da Hungria:



Até!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:16.276 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016)

SEM MIAMI, POR ENQUANTO

Foto: Reprodução
Diante do impasse da organização da corrida de Miami com as votações da cidade e os protestos dos moradores, a Liberty Media anunciou que a corrida não será realizada no ano que vem. Se tudo der certo, ela entra no calendário em 2020. A data limite para o acerto era até julho. Entretanto, diante do adiamento das negociações até setembro, não haveria tempo hábil para organizar uma boa corrida em praticamente um ano de preparação.

A ideia da categoria é realizar três corridas na America do Norte de forma consecutiva em outubro - duas nos Estados Unidos e uma no México. Uma das maiores discussões é sobre o traçado que será utilizado na cidade. A associação de moradores local ameaça processar os representantes da prova porque não querem que suas rotinas sejam interrompidas com a realização de um Grande Prêmio. Se tudo der certo, o acordo seria de dez anos, renováveis por mais dez.


Pra ser sincero, não tenho entusiasmo algum em assistir uma corrida de rua em Miami. Já existem várias. O público americano não gosta da categoria. Poderiam tentar o retorno da Malásia, por exemplo, ou então intensificar os esforços para a corrida na Holanda. Seriam alternativas mais viáveis para os fãs. Claro que o dinheiro, o business e o hype falam mais alto nesses casos, é inevitável. Bom, se já estamos aguentando Abu Dhabi decidir o campeonato já há quase dez anos, o que seria mais uma corrida de rua extravagante com prazo de validade relativamente curto?

UM NOVO LOCAL PARA A PRÉ-TEMPORADA

Foto: Reprodução
Segundo a revista "Auto Motor and Sport", a F1 deve ter novo destino para os treinos da próxima pré-temporada: sai Barcelona e entra Bahrein. Nesse ano, as equipes tiveram dificuldades no circuito catalão. Com o asfalto recapeado nesse ano, a pista deixou de representar as situações enfrentadas pelas equipes durante a temporada. Além disso, também nesse ano as sessões ficaram marcadas pela chuva e até a neve, prejudicando o desenvolvimento dos carros às vésperas da abertura da temporada, na Austrália.

Por outro lado, o Bahrein traz outro problema para a FIA: o alto custo do deslocamento para os testes em comparação a Barcelona. Com as fábricas situadas na Europa, o transporte de equipamentos e novas peças pode tornar o investimento mais caro para as equipes. No entanto, a Liberty pretende arcar com esses custos, com uma condição: que acabe alguns segredos da pré-temporada, pois é o desejo de Chase Carey e cia tornar os primeiros testes do ano atrativos para os fãs - até se especulou a transmissão dos treinos pela internet nesse ano, o que acabou não rolando.


A F1 sai de um extremo para o outro, talvez mais trabalhoso para as equipes. Entretanto, se tudo for realmente pago, as coisas tendem a ficar melhores. Barcelona é um circuito chato e manjado, com corridas esquecíveis. No Bahrein, temos boas corridas em um traçado mais atrativo. Simulando as condições de calor que irão existir no decorrer da temporada, talvez seja uma boa mudar de ares - e de continente - no início da temporada.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 188 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 171 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 131 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 122 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 106 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 40 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 39 pontos
10- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos
11- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 20 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 19 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 310 pontos
2 - Ferrari - 302 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 211 pontos
4 - Renault - 80 pontos
5 - Haas Ferrari - 59 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos
7 - McLaren Renault - 48 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 21 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:








OS GÊNIOS TAMBÉM ERRAM

Foto: Getty Images
A ideia do post era falar sobre os erros de Sebastian Vettel em momentos decisivos durante a carreira. Pesquisando e lembrando outras coisas de cabeça, decidi expandir para erros de outros grandes pilotos e alguns outros problemas que lhes custaram possíveis títulos.

A lista vai ser predominantemente de fatos recentes, pois não fiz uma pesquisa das décadas anteriores, então estarei devendo.

Vou começar com o próprio Vettel. Por incrível que pareça, quando ele erra é sinal de que será campeão, ao menos era assim até o ano passado. Em 2010 por exemplo, cometeu alguns deslizes que poderiam ter custado o seu primeiro título. Na Austrália, liderava até bater sozinho. Na Turquia, o famoso e histórico enrosco com Mark Webber, com direito a sinal de maluco e tudo mais.




Webber chegou a liderar o campeonato e tinha grandes chances de ser campeão. No entanto, bater sozinho diante da chuva da Coreia do Sul após sofrer um grave acidente de bicicleta minou com a sua única chance de título na carreira.




No ano seguinte, Seb caminhava para ser bicampeão sem sustos. Na caótica corrida do Canadá, liderava tranquilamente até escapar na última volta e perder a vitória para Jenson Button.


Em 2012, Vettel largou mal e foi tocado pela Williams de Bruno Senna, quase perdendo o título na primeira volta em Interlagos. O resto da história vocês já sabem: se recuperou e conquistou o tricampeonato.


Bem, no ano passado vocês lembram o que aconteceu...


Hamilton também sabe a sensação de fraquejar na hora decisiva. Na temporada de estreia, em 2007, estava prestes a fazer o inacreditável: ser campeão da F1 como novato. Bastavam alguns pontos na China, onde foi pole, e no Brasil para sacramentar a conquista. Bem...




Em 2016, ao começar muito mal a temporada e vendo Rosberg disparar na liderança, Hamilton poderia ter começado a reação na Espanha, quando largou na pole. Foi superado na largada e, ao tentar passar Nico...


Antes de Vettel, a última vez que um líder havia abandonado por uma batida foi Fernando Alonso, no Canadá, em 2005. Pra sua sorte, foi em uma temporada onde ele e a Renault sobraram, conquistando ambos o primeiro título.



Em 2010, durante o último treino livre, o espanhol bateu e a Ferrari não teve como recuperar o carro para o qualyfing. Largando de trás, Alonso perdeu pontos preciosos para a disputa do título...



2012. 29 pontos de vantagem para Vettel com um carro muito inferior. Alonso começou a perder o tri na largada do Japão ao se envolver em um incidente com Grosjean na largada.


Líder batendo sozinho não é novidade e também é impossível não lembrar do caso mais famoso de todos:


Raikkonen durante a temporada de 2005 estava 22 pontos atrás de Alonso na etapa de Nurburgring. Na última volta, a suspensão não aguenta e a McLaren bate na última volta, complicando ainda mais as chances do IceMan naquele ano...



Até o maior campeão de todos os tempos aprontou das suas. Em 1998, ele ia dar uma volta em cima de Coulthard no caótica GP da Bélgica. Quase rolou briga nos boxes. Em 2003, o ano do hepta, o título veio com contornos dramáticos, com direito a batida em Takuma Sato e incidente com o irmão Ralf.




Pra fechar, Mika Hakkinen. Sem Schumacher na disputa do título (tinha quebrado a perna no acidente de Silverstone), as coisas ficaram ao seu feitio para o bicampeonato de 1999. Entretanto, engana-se quem pensa que ele veio fácil. Pelo contrário. O finlandês teve que lutar até o fim contra o insosso Eddie Irvine, que chegou a prova final como líder do Mundial, e até algumas corridas antes a Jordan de Frentzen também estava no páreo. O sofrimento veio muito em conta de erros primários de Mika, como é o caso da rodada na Alemanha, quando liderava:



Moral da história: todos erram, inclusive os grandes. A questão é como dar sequência para não errar e sobrepor o talento em relação aos obstáculos existentes na categoria. Todo mundo tem teto de vidro, e quem não errou, adivinhe, ainda vai errar.

Até mais!


terça-feira, 24 de julho de 2018

PENDÊNCIAS

Foto: Getty Images
De maneira surpreendente, a Ferrari anunciou no último sábado a saída de Sérgio Marchionne como o presidente da escuderia.

Marchionne, de 66 anos, também era dono do grupo FCA (conglomerado que inclui fabricantes como Fiat, Jeep, Ram, Dodge e a Chrysler).

Segundo informações da imprensa europeia, Marchionne realizou nas últimas semanas, em Zurique, uma cirurgia no ombro. No entanto, nos últimos dias, seu estado de saúde piorou drasticamente, o que não lhe dava mais condições de seguir no comando do conglomerado.

Ainda de acordo com a imprensa italiana, Marchionne estaria em coma, num estado "irreversível" e também com câncer de pulmão. No entanto, a empresa não fez mais comentários sobre o estado de saúde do italiano.

Com 66 anos, já estava previsto que o italiano iria deixar de ser o cabeça do grupo no fim do ano que vem. Com isso, assume em seu lugar Mike Manley, que era o presidente da Jeep. Manley torna-se o primeiro não italiano a dirigir a Fiat.

Já para a Ferrari, ficou determinado que o neto de Gianni Agnelli, falecido em 2003, principal acionista do Grupo Fiat, John Elkann, de 42 anos, será o novo presidente. Além disso, Louis Carey Camilleri, 63 anos, egípcio de nascimento, mas de origem italiana, será o novo diretor geral da equipe de F1. Marchionne assumia as duas funções, presidente da empresa e diretor da equipe.

Na F1, Marchionne assumiu a Ferrari na temporada 2015, pegando uma equipe em crise diante do final da Era Montezemolo (1991-2014) e alguns meses sob a administração de Marco Matiacci. Fazendo reformulações e mudanças radicais demais para uma equipe de F1, o italiano conseguiu, de forma surpreendente, recolocar a Ferrari em posição de protagonismo na categoria. No ano passado, Vettel brigou até o final pelo título, e nesse ano tem melhor conjunto em relação a dominante Mercedes.

A questão que fica é: com a saída repentina de Marchionne, o que muda na administração da Ferrari na F1?

Pelo que reporta a imprensa italiana, a princípio as coisas não devem mudar muito. Elkann e Camilleri foram instruídos a seguir os procedimentos acertados pela cúpula do grupo na última reunião, realizada em junho. Ou seja: no primeiro momento, a Ferrari vai seguir jogando duro com a Liberty no que se refere ao regulamento de 2021 e a manutenção de seus privilégios, como o bônus de equipe histórica, por exemplo.

Ao longo desses anos, Marchionne também desenvolveu parcerias técnicas com a Haas, que praticamente usa o modelo ferrarista do ano passado e desde o início do ano comprou o espólio da Sauber, utilizando o nome da Alfa Romeo. Em ambas, é provável que muitos pilotos da academia da Ferrari passem por lá (são os casos de Giovinazzi e Charles Leclerc). Outra questão importante é a definição de quem será o companheiro de equipe de Sebastian Vettel. Segundo o Gazzetta dello Sport (que pertence ao grupo Fiat), Leclerc irá substituir Kimi Raikkonen no ano que vem.

Resta saber agora quais serão os próximos passos de John Elkann como novo presidente da Ferrari. Será que ele vai manter a linha dura com a Liberty, vai ceder ou os italianos vão cumprir com a ameaça de deixar a F1 se não gostarem dos rumos que a categoria pode vir a levar? E as relações com a Haas e a Ferrari? E a Alfa Romeo? Pendências que só o tempo dirá.

Até!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

VENDENDO A ALMA PARA O DIABO

Foto: Daily Mail
Diante de uma categoria caríssima dominada pelas montadoras e bilionários que desejam colocar seus filhos ali como diversão, a única solução é juntar-se a eles para sobreviver. É o que a Force India está fazendo. Fadada a falir desde que o imbróglio envolvendo o ainda (?) dono Vijay Mallya, a equipe entrou em administração (quando alguém administra no lugar dos donos até surgir um comprador). Segundo o jornal alemão Auto Bild, o comprador é justamente Lawrence Stroll. A intenção já seria colocar o rebento na equipe ainda indiana a partir de agosto, com o retorno das férias de verão na Europa.

Hoje, a Force India já é uma espécie de Mercedes B. Usa o motor alemão e tem lá Ocon faz duas temporadas como forma de pagar menos o uso dos motores. A princípio, o francês estaria a salvo. Iria sobrar para Pérez. Hoje, o mexicano traz uma boa quantia de dinheiro para a equipe, além de ser um grande piloto, claro. No entanto, com a chegada dos Stroll, a grana já não seria necessária, o que faria Checo sair do time, agora ou no ano que vem.

Não pretendo me alongar muito nessa questão agora, mas isso com certeza teria mais desdobramentos na categoria. Se todas essas mudanças acontecem agora, como ficaria a Williams? Pérez iria para lá ou então Kubica (!) assumiria como tampão até o fim do ano? A situação da equipe já é crítica, nada é capaz de piorar, ao menos dentro da pista. Pelo contrário. A parte financeira sim sofreria um duro golpe.

Com a Martini indo embora para o ano que vem e sem o aporte dos Stroll, a Williams estaria ferrada, digamos assim. Somente com o dinheiro do russo Sirotkin (e sem resultados), a condição financeira do time de Grove ficaria mais catastrófica ainda. Claire Williams já disse que se os gastos não diminuírem, a equipe fecha em 2021. Diante do que está acontecendo, não duvido que isso aconteça antes.

Esse é o preço que se paga ao se prostituir para um bando de bilionários clientes que podem ir embora de uma hora para a outra. A lendária equipe de Frank Williams levou uma previsível invertida. A Force India vai se salvar até o momento que Lawrence se cansar. Não é uma parceria. É a contratação de um serviço. Se em determinado período os resultados não vierem, adeus. E mais uma equipe vai entrar em falência ou respirar por aparelhos.

 O rendimento técnico vai cair consideravelmente, mas quem se importa? Se o teto orçamentário não entrar em ação, a tendência da categoria vai ser essa: equipes satélites das principais e bilionários colocando seus filhotes. Muito em breve podemos ter mais Strolls: Gelael, filhos de xeques, etc. É trocar o sofá de lugar e vender a alma pro diabo. No fim, ele vai te sugar tudo, e com juros.

Ah, a Claire poderia aproveitar e pedir pra sair enquanto dá tempo, a exemplo do que fez a Monisha na Sauber. No fundo, sempre me pareceu que estão esperando apenas a morte de Frank para matar definitivamente a sua criação.

Até!

PARA LAVAR A ALMA

Foto: Getty Images
No sábado, quando Lewis Hamilton abandonou o treino depois do Q1 com problema hidráulico , jamais poderia ter imaginado a volta que a F1 daria 24 horas depois. Largando atrás e vendo o rival Sebastian Vettel disparando na frente com a Ferrari, que aparentemente possui o melhor conjunto da F1 atualmente, tudo parecia encaminhado para que a vantagem do alemão aumentasse no campeonato. Até que a chuva caiu.

Escalando o pelotão e chegando no quinto lugar, distante do pelotão, Hamilton estava se contentando com os 23 pontos de vantagem que Vettel abriria com aquele resultado momentâneo. Com a chuva, muitos apostaram parando antes. Alonso, Leclerc e Verstappen, por exemplo. Dois pits errados e viraram carta fora do baralho. Sorte para Max que a distância para o restante do grid era gigante e, mesmo assim, conseguiu ficar em quarto. Entretanto, poderia ter brigado pela vitória, diante da pista estar afeita ao seu modo de pilotagem "selvagem", digamos. Por falar em sorte, parece que essa abandonou Ricciardo depois de Mônaco. Mais um abandono, logo no início da prova.

Na frente, Vettel liderava sem sustos. Bottas e Raikkonen na sequência. O finlandês da Ferrari parou nos boxes antes. Se deu bem, deu um undercut nos dois e era líder. Era claro que faria duas paradas, ao contrário do compatriota e do companheiro de equipe. O campeão do mundo de 2007, que todo mundo sabe que virou um "capacho com grife" de Seb, teve que ouvir um "faster than you" glamourizado, para não atrapalhar as pretensões do único piloto da Ferrari com chances de piloto.

A chuva. Muitos carros deslizavam pela pista, outros tentavam o pulo do gato e pararam antes. Na segunda curva após a entrada no antigo estádio, o tetracampeão mundial escapou à la Zonta em 2000. Justo na corrida em casa, quase literalmente falando (Hockenheim fica bem perto de Heppenheim, onde Seb nasceu). Mais um erro bobo. Inacreditável. Todo o domínio do final de semana ficou na brita. Não é de hoje que Vettel parece fraquejar e cometer erros inadmissíveis para um piloto de seu calibre justo na hora decisiva. Se não for campeão, certamente a imagem dele socando o volante após bater vai ser o símbolo da derrota, igual quando Massa rodou na Malásia ou a mangueira presa em Cingapura. O maior erro da carreira de Vettel.

Foto: Getty Images
Por outro lado, Hamilton fazia a maior atuação da carreira. Durante o Safety Car, Bottas e Raikkonen foram novamente para os boxes. O inglês faria o mesmo. No meio do caminho, decidiu permanecer na pista, cortando o caminho onde estava na entrada dos boxes para voltar ao traçado. Mais uma vez a Mercedes ia comer mosca e o inglês, no feeling, corrigiu o que seria mais uma burrada do time alemão. Isso deu polêmica e eles tiveram que se explicar para os comissários da FIA, que apenas fez uma advertência depois da corrida. Quando o SC saiu, Bottas ousou atacar Lewis, para desespero de Toto Wolff. O óbvio veio depois: um "pára-te quieto" para o #77 sossegar em segundo, sem encher o saco. Afinal, foi para isso que seu contrato foi renovado: ser o capachão das flechas de prata. E assim a corrida seguiu até o fim.

O que poderia ser uma desvantagem gigante virou uma considerável vantagem de 17 pontos de Hamilton para Vettel. Os pontos de hoje podem fazer muita falta. Entretanto, a Ferrari parece estar mais forte e com motor mais potente. Em circuitos de alta isso pode fazer a diferença, no que antes era o trunfo da Mercedes. A Red Bull pode roubar pontos na próxima etapa, na Hungria, e também em Cingapura, por exemplo. Uma coisa é certa: mais fácil Ricciardo e Verstappen desencantarem de novo do que os finlandeses submissos conseguirem algum brilho durante a temporada, do jeito que as coisas andam.

Foto: Getty Images
A chuva, que deu as caras pouquíssimo tempo na pista (caiu um toró daqueles de dar bandeira vermelha depois da prova) deixou tudo mais caótico. Por exemplo, Hulkenberg "o melhor do resto". Incrível como isso só acontece quando não há mais esquisitices lá na frente. Grosjean pontuando pela segunda vez no ano: isso já diz tudo. A dupla da Force India voltando a mostrar a consistência que é a marca registrada e, o melhor, de tudo: Ericsson e Hartley nos pontos. Sim! Viva a chuva!

Note, caro leitor, que nem assim a Williams é capaz de marcar míseros pontinhos. Nem eles e nem Vandoorne, há um bom tempo deixando a desejar. No caso do belga, não dá para desistir do talento que já mostrou. Está sendo sacrificado pela McLaren em prol de Alonso. Ano passado foi assim e será sempre com qualquer um que dividir a equipe com o espanhol. Faz parte do pacote, mas poderia estar mostrando mais, de fato.

Confira a classificação final do GP da Alemanha:


Até!


sexta-feira, 20 de julho de 2018

COLADOS

Foto: Getty Images
Como sempre nas sextas-feiras, o equilíbrio entre as três principais equipes é a tônica das duas sessões de treinos livres. Nas duas, a Red Bull ficou a frente. Também em ambas, a vantagem para o segundo colocado, Lewis Hamilton, foi mínima. Os taurinos já tiveram uma notícia ruim: Ricciardo teve que trocar vários componentes do motor antes do primeiro treino e vai largar em último. Eles também podem ter outro problema: Verstappen, líder do TL2, não participou da parte final do treino reclamando de perda de potência do motor Renault. Pode ser punido também, o que frustraria os planos dos austríacos, justamente em um circuito onde aparentemente estão bastante competitivos.

A Ferrari, como sempre, bastante cautelosa. Sem testar os ultramacios na primeira sessão, chegaram a ficar relativamente próximos de Mercedes e Red Bull. Sempre crescendo nos sábados, é uma das candidatas, ainda mais com a punição de Ricciardo e a também possível ausência de Verstappen entre os ponteiros. Nas últimas etapas, colocaram um terceiro ponto de DRS para ver se ao menos os carros ficam colados na disputa. Claramente não funciona, a aerodinâmica não permite. Ou seja: mais do que nunca, largar na frente será fundamental. Ah, Bottas renovou por mais um ano. Previsível. Estão mantendo o que dá certo, ou no caso, mantendo alguém que não dê tantos problemas para Hamilton.

No pelotão intermediário, domínio de Haas, Force India e Renault. Lá atrás, segue o calvário de Williams e McLaren. Pelos testes, parece que o pessoal de Woking está pior, mas não se pode tomar uma conclusão definitiva. Disputado por duas equipes (!!), Stroll parece imune a resultados. A banca de "investidor" é o suficiente para fazer os necessitados abrirem as pernas. Uma pena.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Alemanha:



Até!

quinta-feira, 19 de julho de 2018

O ÚLTIMO CONTRATO?

Foto: Daily Express
A formalidade já acabou. O que todo mundo sabia se confirmou. Lewis Hamilton renovou o contrato com a Mercedes por mais duas temporadas (até 2020). Segundo a imprensa britânica, vai receber cerca de R$ 200 milhões por ano, o que daria a Lewis o status de atleta mais bem pago do mundo.

Diante de valores tão altos em uma negociação arrastada, a dúvida que fica é: Hamilton parte para seus últimos dois anos de F1? Segundo o inglês, não é bem assim. O tempo de contrato foi em virtude da incerteza do que irá acontecer a partir de 2021. Quando as coisas ficarem mais claras, aí sim o inglês pode tomar a decisão de sair da categoria ou permanecer na Mercedes.

Apesar de ter sido sondado pela Ferrari, Hamilton vai cumprir a sua jornada com a Mercedes do início ao fim, desde os 13 anos, quando começou a parceria com a McLaren e a Mercedes, até se transferir para a escuderia alemã em 2013. Por mais que não admita, vai perseguir os recordes de vitórias e de títulos de Schumacher até a Mercedes não ter mais condições, se cansar ou as duas coisas.

De qualquer forma, é ótimo que ainda tenhamos por no mínimo mais duas temporadas um dos maiores pilotos de todos os tempos.

Até!

GP DA ALEMANHA - Programação

O Grande Prêmio da Alemanha (Grosser Preis Von Deutschland) é uma corrida que entrou no calendário da F1 na segunda temporada, em 1951, e ficou de fora do circo apenas cinco vezes: 1955, 1960, 2007, 2015 e 2017.

Foram utilizados os circuitos de AVUS, Nurburgring (Anel Norte), Nurburgring, Hockenheim antigo e Hockenheim atual. Nesse ano, a corrida será realizada no circuito de Hockenheim.


Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:13.780 (McLaren, 2004)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:13.306 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (1995, 2002, 2004 e 2006)

CHEFÕES QUEREM REDUÇÃO DO CALENDÁRIO

Foto: Getty Images
Atualmente o Mundial de F1 tem 21 etapas. Pela primeira vez na história, tivemos três corridas em três semanas consecutivas. Para nós, fãs, isso é ótimo. Afinal, quanto mais é melhor. Diga isso para quem está no circo...

A Liberty Media deseja aumentar para 23 etapas o calendário já no ano que vem. Convenhamos, é improvável. Apesar de esperar o imbróglio da tal corrida em Miami e algumas sondagens para sediar uma corrida nas ruas da Dinamarca ou o retorno para a Holanda (embalados pelo efeito Max Verstappen). Diante de tal propostas, alguns dirigentes são completamente contrários a causa. Um deles é Cyril Abiteboul, chefão da Renault. Além disso, ele deseja a redução do número de etapas, voltando ao que era antigamente, até o início do século: entre 15 e 18 etapas.

"Precisamos ser capazes de nos envolver com os fãs, mas isso precisa ser especial. Já estamos bem acima do que deveria ser algo especial. Precisamos transmitir uma mensagem de orgulho, de motivação, de energia. Com o calendário que temos agora, o entusiasmo não é o mesmo de quando viajávamos apenas 15 vezes por ano. Se não tivermos essa energia, será muito difícil transmitir isso externamente. Está quase se tornando rotina. Não deve ser um trabalho do dia-a-dia. Nós inclinamos esse equilíbrio, então precisamos ser extremamente cuidadosos", disse Abiteboul à "Autosport".

Gunther Steiner, chefe da Haas, concorda com o francês. "Ir às corridas custa um monte de dinheiro a nós e à Fórmula 1 , então eles precisam ter certeza de que também temos lucro, não apenas gastos. Apenas crescendo por crescer, não faz sentido. O saldo está entre 20 e 22 corridas no máximo. Aumentando, não há retorno", disse.

Pegando o mesmo raciocínio, o polêmico Vijay Mallya da Force India disse que concordaria com o aumento de etapas no Mundial desde que entre também mais dinheiro no orçamento das equipes, principalmente as mais necessitadas, que é o caso da própria escuderia indiana. "Mais corridas significam mais receita e se eu puder ter uma e meia ou duas equipes de corrida e ser pago pela Fórmula 1, eu certamente consideraria isso. Mas se as coisas continuarem as mesmas, então acho que mais de 21 corridas e esses três fins de semana seguidos serão muito desgastantes para nossos engenheiros e mecânicos e todos os envolvidos na equipe de corrida", afirmou.

De fato, para o outro lado é pesado. Três semanas consecutivas de trabalho intenso, montando e desmontando equipamentos e circulando de motorhome pela Europa. Provavelmente isso não deverá mais acontecer. De certa forma, o raciocínio de Abiteboul faz sentido. Menos corridas traz um aspecto mais especial e uma expectativa maior para o evento.

 A exemplo de uma Copa do Mundo (sdds :/), se diminuir a distância entre uma e outra, certamente o impacto será o menor, infelizmente. Na F1, mais de 20 corridas talvez seja um exagero, mas 16 também é um exagero. Provavelmente tirariam as melhores corridas para deixar aberrações como Cingapura, Abu Dhabi e semelhantes. Melhor deixar como está, sem desgastar muito os profissionais e o público.

RENAULT SEGUE EM ALERTA DURANTE INDEFINIÇÃO DE RICCIARDO

Foto: LAT Images

A situação é simples: sem espaço na Red Bull, Carlos Sainz foi emprestado para a Renault. No entanto, diante de Daniel Ricciardo ainda não ter decidido se fica ou não na equipe dos energéticos, os franceses precisam estar preparados para caso o espanhol seja chamado para substituir o australiano na Red Bull. 

Segundo Cyril Abiteboul, a Renault vai estar preparada para caso precise ir ao mercado de pilotos. Minha responsabilidade é garantir que tenhamos alternativas caso o Carlos não esteja disponível dentro de uma janela de tempo adequada para a definição da dupla do ano que vem”, disse.

“Algo que eu realmente quero é antecipar a definição da dupla para o ano que vem, o mais cedo possível. Precisamos ficar de olho em alternativas, já que sabemos que não tem controle completo do futuro do Carlos na Renault. Não controlamos o futuro entre Red Bull e Carlos”, seguiu.

Sempre surge especulações de um retorno de Alonso na equipe. Entretanto, não há ainda uma ideia de qual seria o possível substituto de Sainz na Renault. Até o próprio Ricciardo foi contatado diante das negociações alongadas com a Red Bull. A grande questão da Renault é decidir se querem manter dois pilotos regulares mas aparentemente sem o "algo a mais" para brilhar, ou deixar um bom acumulador de pontos e aquele capaz de fazer o diferente. Quem seria esse cara hoje? Ele estaria disponível? Questões para Abiteboul.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 171 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 163 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 116 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 106 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 104 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 42 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 40 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 39 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
11- Esteban Ocon (Force India) - 25 pontos
12- Sérgio Pérez (Force India) - 23 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 19 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
15- Romain Grosjean (Haas) - 12 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 3 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 287 pontos
2 - Mercedes - 267 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 199 pontos
4 - Renault - 70 pontos
5 - Haas Ferrari - 51 pontos
6 - Force India Mercedes - 48 pontos
7 - McLaren Renault - 48 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 20 pontos
9 - Sauber Ferrari - 16 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:











terça-feira, 17 de julho de 2018

HISTÓRIAS DE HOCKENHEIM

Foto: Instituto Ayrton Senna
No post de hoje, quatro histórias de corridas disputadas em Hockenheim. O Grande Prêmio da Alemanha volta ao calendário depois de dois anos fora, envolto em diversos problemas financeiros entre o circuito de Nurburgring. Diante da nova política da Liberty Media em valorizar os palcos históricos da Europa, a tendência é que os alemães não irão ficar de fora tão cedo do circo, justamente de onde são a atual tetracampeã do mundo de construtores e o piloto que busca o penta. Vamos lá:

Na temporada onde a McLaren destroçou as rivais (saudades, né?), Hockenheim mais uma vez foi palco da disputa Senna x Prost. Por falar nisso, duas semanas antes, o circuito teve o show de Michael Jackson em sua Bad Tour.

Na pista, o mesmo de sempre: o MP4/4 passando por cima de todos. Senna na pole e Prost em segundo. O francês tinha seis pontos de vantagem no campeonato (54 a 48), com quatro vitórias de cada um em oito etapas no ano. Na largada, o brasileiro se manteve na frente, enquanto o francês foi superado pela Ferrari de Gerhard Berger e a Benetton de Alessandro Nannini. Nelson Piquet, com a Lotus, acabou acertando a barreira de pneus logo na largada e abandonou.

Depois de doze voltas, Prost voltou a segunda posição e assim ficou definido: vitória tranquila de Senna, a quinta no ano e a décima primeira na carreira, diminuindo para apenas três pontos a desvantagem para o francês. Berger e Alboreto chegaram em terceiro e quarto para a Ferrari, Ivan Capelli com a March e Thierry Boutsen com a Benetton fecharam o top 6. Maurício Gugelmin foi o oitavo.


Pulamos dez anos. A McLaren seguia com o melhor carro, mas dessa vez tinha a ameaça de Schumacher com a Ferrari. Bem, na Alemanha isso não foi o caso. Hakkinen e Coulthard fizeram a dobradinha tanto no treino quanto na corrida, assim como Villeneuve pela Williams fechando o pódio. Damon Hill marcou seus primeiros três pontos com a Jordan em quarto, seguido pelos irmãos Michael e Ralf Schumacher fechando o top 6. Mika abriu 16 pontos de vantagem para Schumacher, consolidando a liderança da McLaren nos construtores. Rubinho, na Stewart, e Pedro Paulo Diniz, na Arrows, abandonaram logo no início da prova.


Cinco anos depois, uma nova disputa acirrada pelo título. Schumacher se recuperava de um início ruim, enquanto Raikkonen mantinha regularidade com a McLaren. No meio da temporada europeia, surgiu uma nova força: Juan Pablo Montoya e sua Williams. Ele fez a pole e venceu com mais de um minuto de vantagem em relação ao segundo colocado David Coulthard, com Jarno Trulli completando o pódio. Com pneu traseiro esquerdo furado faltando três voltas, Schumacher foi só o sétimo, chegando atrás de Cristiano da Matta. Raikkonen e Barrichello bateram na largada. Com o resultado, o colombiano assumiu a segunda posição do campeonato, seis pontos atrás do alemão.



Dez anos atrás. Outra disputa acirradíssima entre Ferrari e McLaren. Lewis Hamilton e Felipe Massa, ponto a ponto. Na Alemanha, Hamilton não teve dificuldades para fazer a pole e vencer. Nelsinho Piquet, que largou em 17°, aproveitou um Safety Car na pista para fazer uma parada a menos e chegar num surpreendente segundo lugar com a Renault, levando Felipe Massa com ele para o pódio. Foi a última vez que dois brasileiros estiveram no pódio. Isso não acontecia desde 1991, na Bélgica, quando Senna venceu e Piquet ficou em terceiro. Barrichello, na Honda, bateu e abandonou.

Com o resultado, Hamilton assumia a liderança do campeonato com 58 pontos, deixando Massa com 54, Raikkonen 51 e Kubica 48. Foi o único pódio de Nelsinho na F1, que no ano seguinte acabou demitido depois do escândalo do Cingapuragate.

Foto: Getty Images


Conclusão: saudades quando os brasileiros, a McLaren e a Williams brigavam lá na frente.

Até!

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A F1 VAI VIRAR UMA DTM?

Foto: Daily Express
Desde o ano passado, a Liberty Media começou a falar do desejo em transformar a F1 nos próximos anos de sua gestão, não só na questão comercial mas também na parte técnica. Logo, layouts de transmissão, grid girls, marketing... tudo isso está sendo feito com resultados louváveis. Entretanto, a messiânica expressão da "F1 a partir de 2021" pode não ter passado apenas de um delírio otimista.

Por que tanto fetiche com 2021? É que seria o primeiro ano de um novo Pacto Concórdia que seria definido pelas equipes, dividindo o dinheiro entre eles e podendo chamar possíveis interessados para a categoria, entre outros. Com o acordo atual assinado desde 2013 e em vigor até 2020, não é possível fazer nada nesses dois anos. É manter as regras atuais do motor turbo e, aí sim, buscar mudanças para uma "nova era da F1".

A ideia de uma categoria mais justa e equilibrada, com as equipes recebendo valores não tão discrepantes e com disputas emocionantes na pista pode não existir. Apesar de receber Jaguar, Aston Martin e Porsche em reuniões sinalizando interesse em participar de uma nova F1 com motores mais simples e baratos, o fato é que não houve interessados de verdade, ainda. É claro que há tempo para se manifestar, mas quanto mais se demora, menor o tempo para a realização de um grande trabalho, principalmente para quem deseja adentrar a categoria.

Cada vez será mais impossível as empreitadas de Richard Bronson, Tony Fernandes e Gene Haas na categoria. Está tudo cada vez mais caro, e isso só para se manter funcionando, no máximo pontuando em algumas corridas e na sorte, como está sendo visto. Desde o início, Ferrari, McLaren e Red Bull se mostraram contrárias a essas mudanças. Afinal, elas que mandam e possuem boa fatia do dinheiro e é óbvio que não estão dispostas a ceder para as equipes pobres. Como sempre, houveram as ameaças de que se algo não ficar favorável aos seus interesses, são capazes de sair da categoria (principalmente a Ferrari) o que é improvável, convenhamos.

Status Quo da F1 não quer mudanças. Foto: F1i
Na própria questão das unidades motrizes, as atuais montadoras são contra as mudanças. Se o modelo atual é caro, um novo formato seria mais caro ainda, por todos os testes e estudos que deveriam começar a ser feitos nesse ano ou no próximo para que as unidades motrizes chegassem devidamente testadas e com bom potencial para ser explorados em 2021.

Mantendo-se tudo do jeito que está, a tendência é que a F1 vire uma DTM: equipes grandes e suas satélites. Ferrari, Red Bull e Mercedes na hegemonia, a McLaren e a Renault como segundo escalão e o resto sendo obrigado a ser equipe satélite das grandes para continuar existindo. A Sauber e a Haas fizeram bons acordos com a Ferrari. A Force India já é, de certa forma, um laboratório da Mercedes. A Williams vai precisar dar um jeito para sobreviver. Nem com Stroll a coisa vai bem (e não estou falando do mérito esportivo). Claire Williams já sinalizou que em 2021 o time de Grove pode acabar se as regras não mudarem.

Uma pena que, no momento, a Liberty parece não ter condições de enfrentar as poderosas e seus blefes. Quem perde é a categoria, cada vez mais cara, com menos audiência e certamente menos dinheiro no bolso de todos os envolvidos. Esperamos que tudo isso não vire uma utopia.

Até!

segunda-feira, 9 de julho de 2018

JOGAR (E NÃO JOGAR) PARA A TORCIDA

Foto: Getty Images
Depois de uma corrida disputadíssima e repleta de emoção até o final, Hamilton conseguiu salvar o acidente da primeira curva com Raikkonen e saiu de 17° até chegar em segundo, pressionando Vettel. Com pitada de sorte (Dois Safety Cars consecutivos), a estratégia permitiu que pudesse trocar de pneus e recuperar posições distantes - o pódio estava fora de cogitação. Uma grande atuação, um dos destaques da corrida.

No entanto, ao sair do carro, a expressão de Hamilton era a irritação, a impaciência. Estava prestes a explodir com algo. Saiu do carro e foi direto para o pódio, sem participar da entrevista com Martin Brundle como os demais, tampouco saldou seu torcedor, que sempre lota Silverstone para acompanhar o ídolo, que por pouco não venceu pela sexta vez (a quinta consecutiva) no autódromo.

No pódio, a cara fechada, sem sorrisos e com poucas palavras contrastou com a alegria da Ferrari - principalmente Vettel - líder com nove pontos de vantagem. Algo estava por vir. Na coletiva e na zona mista saíram as bombas: a acusação de que a Ferrari mandou Raikkonen bater nele de propósito. Tese essa que foi endossada pelo chefe Toto Wolff, logo na sequência.

É perfeitamente compreensível não estar satisfeito com o resultado. Afinal, o incidente da largada foi sim preponderante para o resultado final da prova. Ainda assim, é muita irresponsabilidade fazer esse tipo de acusação grave de forma pública. Hamilton e Wolff, representando a Mercedes, são duas instituições muito pesadas e com muitos fãs. Qualquer declaração deve ser feita com cautela. A partir do momento em que você joga para a torcida, os fãs mais radicais sentem-se no direito de fazer ataques virtuais e ofensas a Ferrari e seus pilotos. Afinal, se Hamilton e Wolff, que são lideranças do time acabaram de fazer isso, por que eu não poderia?

Hamilton poderia ter, no mínimo, ter um pouco mais de afeto pela sua torcida local depois da bandeirada. Mesmo que o resultado não tenha sido o esperado, foi uma grande corrida que deixou todos seus fãs orgulhosos. Valorizar o apoio e seus esforços para estar em um fim de semana onde a seleção inglesa estava fazendo história na Copa, ao invés de ser deselegante nas declarações e distante de quem o apoia.

No entanto, ainda bem que ele e Wolff viram que estavam equivocados e deram vários passos atrás. Hamilton disse que Raikkonen se desculpou pelo incidente e o conflito acabou ali, sem mais ressentimentos. Ambos justificaram o "calor do momento" como justificativa para tais acusações. De novo, é compreensível o sangue quente. Que bom que ambos se retrataram. Fim da história. Fim da polêmica.

Sobre ter ignorado a entrevista, o inglês disse que estava muito exausto depois da corrida por ter perdido muitos quilos. Lá é verão, Hamilton disse ter perdido três quilos porque teve que andar no limite o tempo todo. Sem margem para administrar como está acostumado, parece ter sentido o desgaste físico que o restante do grid tem nos finais de semana.

Foi feito a tempestade no copo d'água. As coisas se resolveram. Vida que segue, com aprendizados. Por mais que a raiva e a frustração possam estar presentes, pilotos e dirigentes precisam refletir sobre quem são, quem eles representavam e o peso que possuem antes de qualquer declaração forte. Qualquer coisa fora do tom pode inflamar tanto o paddock quanto os fãs, e isso é muito perigoso.

Até!

domingo, 8 de julho de 2018

SEM HEXA

Foto: Getty Images
Mais uma vez largando na pole em casa, com a torcida empolgada pela grande campanha da Inglaterra na Copa do Mundo (de volta a semifinal após 28 anos) e com quatro vitórias seguidas nos últimos quatro anos, parecia tudo perfeito para Hamilton e os ingleses fazerem a festa. Não deu. A exemplo do Brasil na Copa, Hamilton vai ter que esperar para buscar a sexta vitória em Silverstone e se tornar o maior vencedor do GP da Inglaterra de forma isolada. A vantagem é que o inglês corre lá com o melhor carro todos os anos, então provavelmente é questão de (pouco) tempo para que isso seja alcançado.

Largando mal, caindo para terceiro e depois sendo atingido por Raikkonen, Hamilton caiu para a última posição. Teve que remar todo o pelotão para recuperar o que parecia um grande estrago para chegar em segundo. Controle de danos. Poderiam ser 26, mas agora são "apenas" oito pontos de desvantagem para o alemão da Ferrari, que segue líder do Mundial, assim como sua equipe nos construtores.

Diante do contexto, poderia se considerar uma atuação e situação satisfatória. Dos males o menor. O inglês conseguiu proporcionar um grande show para a torcida. Faltou a vitória. "Culpa" de Raikkonen, punido com dez segundos nos pits. Ao invés disso, Lewis e Toto Wolff preferiram partir para outro viés: a ira, a raiva e acusações. Os dois falaram que a Ferrari do finlandês bateu de propósito no #44, lembrando do ocorrido de duas semanas atrás entre Vettel e Bottas, na França. É compreensível esse sentimento, mas externar de forma pública é muito grave sem provas concretas. Com certeza é algo que vai perdurar nessa temporada, com diversos capítulos até o fim do ano.

Foto: Getty Images
Ao invés disso, poderiam ter respondido o porquê de, mais uma vez, a Mercedes se mostrar perdida com um Safety Car na pista (ou dois seguidos, no caso: acidentes de Ericsson e depois Sainz com Grosjean). Hamilton fez o pit stop, assim como Ferrari e Red Bull. Com pneus novos, teve condições de atacar a Ferrari e conseguiu ganhar a segunda posição de um Bottas que foi sacrificado pela equipe ao permanecer na pista com pneus duros desgastados. Perdeu a chance da vitória e ficou fora do pódio, tomando sufoco no final de um apagadíssimo Ricciardo, que chegou em quinto só porque Verstappen abandonou, com problemas no freio.

Bottas, aliás, simplesmente não conseguiu defender os ataques de Vettel. Mesmo com mais desgaste, um piloto da Mercedes não pode ser passado tão passivamente (ou surpreendido) pela Ferrari que só tinha ali o ponto de ultrapassagem para a vitória. Méritos de Vettel, evidentemente. Ultrapassagem de quem busca o penta e igualou o número de vitórias de Alain Prost (51). Raikkonen vem fazendo boas corridas. Se a Ferrari for lógica, vai renovar com o finlandês pelo simples fato de ter renovado quando ele realizava trabalhos pavorosos, apesar de ter, dessa vez, o fantasma Leclerc por perto.

Hulkenberg foi o melhor do resto, em sexto, seguido de Ocon. O francês cresceu demais nas últimas provas, superando o companheiro de equipe Pérez, que ficou em décimo após Gasly ser punido com acréscimo de cinco segundos no tempo final de prova por jogar o carro do mexicano fora da pista durante disputa nas últimas voltas. Alonso, a fênix que sempre aparece em lugares inóspitos sem nenhum explicação aparente. Com o errático Grosjean voltando a programação, Magnussen teve uma largada ruim e não conseguiu um grande resultado, apesar de manter a regularidade nos pontos.

Vandoorne só está conseguindo ficar a frente das Williams. Isso diz tudo. O carro é ruim, evidentemente, mas é preocupante como a cada corrida o belga, ao contrário de sua geração no futebol, não consegue dar respostas. Talvez nem para permanecer na McLaren, pois isso depende mais de Norris na F2 do que ele, mas em ir para uma outra equipe, a exemplo do que outros chutados pela equipe inglesa fizeram nos últimos anos (Pérez e Magnussen).

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Inglaterra:


Até!

sexta-feira, 6 de julho de 2018

GP DA INGLATERRA - Programação

O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.621 (Mercedes, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:26.600 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Jim Clark (1962, 1963, 1964, 1965, 1967), Alain Prost (1983, 1985, 1989, 1990 e 1993) e Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 5x

SEM AJUDAS

Foto: Getty Images
Áustria, 2001 e 2002. Última volta. Rubinho na frente de Schumacher. Em nome do campeonato, o brasileiro teve que abrir pro alemão nas duas ocasiões. Dezesseis anos depois, a história se repete. Dessa vez, um alemão atrás de um finlandês. Em nome do campeonato, Vettel poderia estar agora quatro pontos a frente de Hamilton. Hoje, essa diferença pode parecer insignificante, mas no final do campeonato pode ser a diferença entre o penta e mais um vice-campeonato.

Não houve troca de posições, o que causou estranhamento para muitos, diante do histórico do modus operandi vermelho em priorizar o líder do time em detrimento do segundo. Questionado sobre isso, Vettel concordou com a decisão (ou ausência de decisão, melhor dizendo). Max venceu a corrida, pois ele merecia e ele não cometeu nenhum erro, então foi um grande desempenho dele. E Kimi fez tudo o que podia”, falou em entrevista ao canal ‘Sky Sports’.

“Eu estava tentando caçar os dois. Kimi estava acelerando o máximo que podia e eu estava acelerando o máximo que podia. Nós estávamos nos aproximando, mas não era o suficiente”, completou.

Ao invés disso, o alemão preferiu salientar que poderia ter alcançado um resultado melhor senão tivesse largado em sexto, fruto de uma punição dos comissários da FIA ao ter atrapalhado Carlos Sainz no qualyfing de sábado. “Eu consegui fazer a coisa certa, mas a corrida poderia ter sido um pouco melhor sem as posições no grid. Estou feliz com o pódio, mas havia mais para nós”, encerrou.


Fiquei surpreendido com a Ferrari não ter feito das suas, embora ache louvável. Que o resultado de pista seja mantido e respeitado. Isso pode, talvez, significar outra coisa: se Raikkonen fosse já um piloto descartado, certamente a ordem teria sido feita. Se isso não ocorreu, é possível que o finlandês ainda tenha lenha para queimar na equipe... e que Leclerc aguarde mais um ano, correndo na Haas. Será?

ELES FICAM

Foto: Getty Images
É o que Niki Lauda garante, embora ainda não haja nada oficial."Eu garanto que ano que vem Hamilton e Bottas vão pilotar pela Mercedes. Isso é certo", afirmou, durante entrevista para a 'ORF'.

Sobre Hamilton, as últimas informações saíram no mês passado. Segundo a imprensa europeia, o tetracampeão pode receber R$ 600 milhões por um acordo de dois anos. Bottas, por sua vez, já declarou meses atrás que gostaria de continuar na equipe alemã, de preferência com uma renovação maior do que apenas uma temporada.


Parece o caminho natural. Em time que está ganhando não se mexe, de maneira bem simples.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 146 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 145 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 101 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 96 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
6 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 37 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 36 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
10- Carlos Sainz (Renault) - 28 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 23 pontos
12- Esteban Ocon (Force India) - 19 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
15- Romain Grosjean (Haas) - 12 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 3 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 247 pontos
2 - Mercedes - 237 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 189 pontos
4 - Renault - 62 pontos
5 - Haas Ferrari - 49 pontos
6 - McLaren Renault - 44 pontos
7 - Force India Mercedes - 42 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 16 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos


TRANSMISSÃO