Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
O campeonato de 2008 sempre vai gerar dúvidas e
questionamentos. Esse ano, tudo aumentou com a ação de ingresso de Felipe Massa
na justiça para ser corado campeão mundial daquela temporada.
Neste ano, Bernie Ecclestone admitiu em entrevista que sabia
do escândalo de Cingapura ainda em 2008 e não fez nada para não manchar o
esporte, o que seria não cumprir com o próprio regulamento da FIA da época, que
era presidida por Max Mosley.
Esse inclusive é o argumento da defesa, além das perdas
financeiras por não ser campeão, as oportunidades que se abririam para Massa e
os brasileiros impactados por um compatriota no topo (lembrem que nós só
gostamos de quem vence, certo?), contratos, exposição, etc. Felipe Massa
poderia ter sido uma super estrela, ou simplesmente um “novo Senna”, um novo
vencedor e exemplo para o Brasil.
Pelo que li e foi contextualizado, são argumentos
convincentes, inclusive com a definitiva infração da própria FIA ao lavar as
mãos para o caso. Já passando dos 90, Ecclestone ativou a carta do “não lembro
de ter dito isso”, mas a verdade é que a boca grande dele é que está gerando
esse burburinho.
Mas na prática, é correto mudar alguma coisa? É possível
mudar alguma coisa? Massa foi prejudicado nesses termos, além de uma tramóia
ter tirado uma vitória que ele tinha grandes chances de confirmar. Aí que está.
Tinha grandes chances, não é algo certo. Quem não poderia imaginar que algo
aconteceria tal qual em Hungaroring?
E outra: Hamilton não tem nada a ver com isso e é tão vítima
de uma atitude suja quanto Massa. Os dois tiveram problemas e foram irregulares
naquele ano, por isso a quase igualdade.
Também não é justo e correto usar apenas a lógica de dar os
pontos para Cingapura ou “se o Massa tivesse vencido ele era campeão”. Se o
brasileiro vencesse em Cingapura ou chegasse com uma vantagem mínima para
decidir em Interlagos, certamente o comportamento da McLaren e de Hamilton
seriam diferentes no decorrer do ano após a corrida noturna.
A situação só chegou na catarse porque justamente era
Hamilton que tinha a vantagem e pilotava o suficiente para ser campeão. Mudando
essa estrutura, ele correria com uma outra motivação e estratégia. Ninguém pode
prever o que aconteceria.
Sim, Massa parece ter sido vítima de uma negligência da própria
FIA. Isso é o suficiente para ser considerado campeão ou co-campeão? Hamilton
tem que pagar o pato por algo que ele também foi no mínimo prejudicado? É
possível reescrever a história, colocar um asterisco?
Penso que não, assim como, infelizmente, não será possível
fazer “justiça” para o brasileiro até porque, mesmo assim, um título
reconhecido tardiamente também não mudaria em nada para o destino de todos.
Agora, Inês é morta.
Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando
Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.
Vamos lá:
McLAREN (2007):
GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS
Foto: RaceFans
Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o
maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime
entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.
Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo
chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de
Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o
companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na
temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo
publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de
Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.
Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a
Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol
(e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia.
Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren.
Semanas
depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto,
enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha,
em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas
um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar
em terceiro.
Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e
a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a
terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia
de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e
os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.
Spygate e briga com
Hamilton e Ron Dennis:
Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren,
incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O
projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel
Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter
descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma
copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780
páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e
entregue ao projetista britânico.
O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava
com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de
telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores,
como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre
Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas
corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade
dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.
Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número
um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No
entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar
Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por
Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos
1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar
os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou
Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole.
Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez
Alonso se antecipar.
O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou
apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do
campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades.
Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de
Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado
da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de
espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron
Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No
fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve
que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto
do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da
Ferrari.
Voltando...
Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha
mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O
espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do
tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse
chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser
campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título
improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.
Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o
contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25
milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido
sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de
Nelsinho Piquet.
RENAULT (2008-2009):
NOVAS POLÊMICAS
Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas
primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o
espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram
especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario
Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para
conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria
pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se
interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de
produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a
partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.
No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um
incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro
inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a
telemetria dos dois carros desmentiu isso.Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque
vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de
chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.
Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto,
se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na
França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi
sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho
Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na
Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de
Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em
quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.
No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas
foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de
Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol
erao quinto a corrida toda, quando a
chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo
assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto.
Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos
construtores.
Cingapuragate:
Foto: Race Fans
Na primeira corrida noturna da história, um problema na
pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida
sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início
da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com
o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável
pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano
seguinte.
Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore
foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1.
Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de
propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi
suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.
Voltando...
No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso
voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta
final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o
segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título
mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos
na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto
colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos
construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos
com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.
O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada
e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso
escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente
entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha
gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na
Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono,
chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a
surpreendente Brawn GP.
No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após
o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar
desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com
Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta.
Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em
sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e
em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira
curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.
Praticamente sem combustível, marcou a única pole da
temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no
primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente.
Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em
Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu
novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.
O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso
abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com
Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do
KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu
dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O
espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que
ele “fazia parte disso tudo”.
No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não
diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de
Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que
a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta,
quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno
Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da
Renault.
Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso
para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de
Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu
os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores.
Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault,
oitava colocada nos construtores.
Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:
Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.
Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.
1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.
2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.
2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada.
2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.
Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!
O Grande Prêmio de Cingapura de 2008 tinha diversos motivos para entrar na história da F1. O primeiro, o mais simples: o primeiro a ser realizado nas ruas da cidade-estado. O segundo: a primeira corrida noturna da história do Mundial. A terceira: O GP número 800 da F1. Convenhamos que nenhuma (ou quase) delas foi lembrada.
Hamilton e Massa disputavam ponto a ponto o campeonato. Vantagem do inglês por um ponto. Entretanto, o brasileiro simplesmente voou no Q3 pra largar na pole, seis décimos mais veloz que o inglês. Raikkonen, Kubica e Kovalainen completaram os cinco primeiros. Rubens Barrichello foi só o décimo oitavo.
28 de setembro de 2008. Na largada, Massa mantém a primeira disposição e abre boa vantagem pra Hamilton. A corrida transcorre normalmente, até que o inesperado acontece.
Alonso, que só largou em 15°, para na volta 12, muito cedo segundo as projeções, para colocar os pneus duros. Voltou na distante última posição. Duas voltas depois, seu companheiro de equipe, Nelsinho Piquet, rodou e bateu de traseira. Safety Car.
Foto: Getty Images
Todo mundo nos boxes. O líder Massa se prepara paro o pit stop padrão. Na época, ainda era possível reabastecer e existia aquela mangueira. Pois bem, a parada é realizada, mas o sistema da Ferrari acaba acionando o sinal que libera Massa a sair dos pits, mas aí o grande problema: a mangueira ainda estava na bomba de combustível. E assim ele saiu...
Foto: Gazeta Press
Massa voltou em último. Com a corrida completamente modificada, Rosberg assumiu a ponta e Alonso, que parecia fora de jogo, pulou entre os ponteiros porque havia parado voltas antes. Com o desenrolar da prova, a maioria dos pilotos fez duas paradas, menos o espanhol.
Líder desde a 34a volta, a Fênix rumou para a vitória com uma fraquíssima Renault na primeira corrida noturna da história, o GP n° 800 da F1. Rosberg, ainda na Williams, foi o segundo e Hamilton conseguiu ficar em terceiro. Massa foi só o 13°e viu a vantagem aumentar para 7 pontos. Esses e outros erros da Ferrari e do brasileiro custaram o título daquela temporada. Golpe de sorte ou genialidade? Alonso tirou o coelho da cartola.
Bem, na verdade não. Um ano depois, quando foi demitido da Renault, Nelsinho Piquet e o pai revelaram para Reginaldo Leme que a batida do brasileiro foi proposital, em uma armação de Flávio Briatore e Pat Symonds. Uma bomba mundial. De novo Alonso estava envolvido, mesmo que de maneira indireta.
A investigação da FIA confirmou a versão brasileira. Briatore fez aquilo porque os franceses ameaçaram abandonar a categoria no fim do ano caso aquele carro ruim não ganhasse até o final da temporada (apesar de tudo, Alonso ganhou em Fuji, semanas depois). Briatore foi banido da F1 e Symonds suspenso por cinco anos. Voltou a trabalhar na Williams, justamente com Felipe Massa.
Alonso e Nelsinho foram inocentados. O espanhol não sabia da jogada, apesar das suspeitas existirem até hoje. O brasileiro perambula por várias categorias e foi campeão da Fórmula E em 2015. Alonso ficou mais um ano na Renault e encontrou Massa na Ferrari.
Além das questões históricas já citadas no primeiro parágrafo, a primeira corrida em Cingapura sempre será a mais lembrada: a corrida da marmelada, da entregada. Uma vergonha mundial. A Ferrari e Massa tentaram reverter o resultado, mas isso não aconteceu.
O mais incrível é que esse episódio já faz dez anos e um dos pivôs, indiretos, se despede desse palco nesse final de semana. Qualquer toque no muro, desde então, virou motivo para desconfiança.
Cingapura, dez anos. Corrida noturna, modernidade, circuito de rua, Safety Car, Cingapuragate, acidentes (o do ano passado também já entrou para a história). Como as coisas passam rápido. Impossível não lembrar. Estava assistindo na casa de um colega de escola, fazendo um trabalho. No fim do dia, o Inter goleou por 4 a 1 no Gre-Nal. Que dia, amigos.
Depois de publicar um material especial sobre a corrida pós-morte de Enzo Ferrari, o post de hoje relembra outras corridas marcantes realizadas em Monza. Sem mais delongas:
1983. Alain Prost (Renault), René Arnoux (Ferrari) e Nelson Piquet (Brabham) chegaram na Itália brigando pelo título. Enquanto isso, os preparativos para a adoção do motor turbo na temporada seguinte já estava sendo feitos. Fora da jogada, a McLaren TAG-Porsche, de Niki Lauda e John Watson, começava os testes.
Na pole, um italiano, mas não era a Ferrari. Com a Brabham, Riccardo Patrese superou os franceses Patrick Tambay e Arnoux. Piquet era o quarto e Prost largava em quinto. Na largada, Piquet pula para a segunda posição e herda a liderança logo na segunda volta depois do motor de Patrese estourar. Líder do campeonato, Prost teve um problema elétrico em sua Renault e abandonou na 35a volta.
No fim das contas, Piquet venceu, com a Ferrari de Arnoux em segundo e a Renault de Eddie Cheever em terceiro. Faltando duas etapas para o fim do campeonato, Prost liderava com 51, Arnoux tinha 49 e Piquet 46. O resto da história vocês já conhecem...
Pulamos dez anos no tempo. A grande expectativa da época era saber quando Prost iria se tetra e se iria continuar na categoria depois disso. Um bom indício disso foi a pole, com Damon Hill fechando a fila da Williams. Alesi (Ferrari) e Senna (McLaren) na segunda fila.
Na largada, Senna, Hill e Berger se tocam, o que causa um incidente mais grave que envolve cinco carros: a Sauber de J.J. Lehto, a Jordan de Marco Apicella e Rubens Barrichello e as Footwork de Aguri Suzuki e Derek Warwick. Tentando se recuperar, Senna tenta passar a Ligier de Martin Brundle, bate e faz os dois abandonarem.
Prost se encaminhava para uma vitória tranquila quando teve um problema no motor, na volta 48, e abandonou. Enquanto isso, Damon Hill fez uma corrida espetacular de recuperação e venceu com incríveis 40 segundos de vantagem para o segundo colocado, Jean Alesi. Mais incrível ainda foi ter colocado uma volta do terceiro em diante. Michael Andretti conquistou seu melhor resultado na F1, mas foi demitido da McLaren. Um jovem finlandês de nome Mika Hakkinen o substituiu.
Mesmo assim teve tempo para um acidente espetacular. Christian Fittipaldi tentou ultrapassar o Pierluigi Martini, parceiro de Minardi. O italiano freou na reta e fez o carro do brasileiro decolar e dar um loop. Pra sua sorte, acabou caindo de frente sem grandes sustos.
Foto: Motorsport
1998. Disputa acirrada de Michael Schumacher e Mika Hakkinen. O alemão largou na pole com a surpreendente Williams de Jacques Villeneuve alinhando em segundo. A dupla da McLaren ficou na segunda fila. A corrida foi um passeio de Schumacher, que venceu sem dificuldades. Dessa vez, teve dobradinha ferrarista em Monza, pra delírio dos tifosi. Eddie Irvine foi o segundo e Ralf Schumacher, com a Jordan, chegou em terceiro. Pela primeira vez dois irmãos estavam em um pódio na F1.
Finalmente. 2008. Enquanto Hamilton, Massa e até Kubica duelavam pelo título, um temporal em Monza fez tudo mudar. Grandes surpresas e a história sendo feita. Um tal de Sebastian Vettel fez sua primeira pole na carreira, a primeira e até hoje única da Toro Rosso e o mais jovem da história a conseguir tal feito. Heikki Kovalainen (McLaren) ficou em segundo e uma surpreendente segunda fila formada por Mark Webber (Red Bull) e Sebastien Bourdais (Toro Rosso). Massa foi o sexto e Hamilton somente o 15°.
A largada com Safety Car fez Vettel disparar na frente. Hamilton, Alonso e Kubica optaram por fazer uma parada mais longa, ganhando posições. Lewis chegou a ser o segundo, mas a pista secou e os três foram obrigados a fazer um novo pit stop. No fim das contas, Vettel dominou o fim de semana todo e venceu pela primeira vez na carreira e até então o mais jovem da história a conseguir tal feito, bem como o responsável pela única vitória da Toro Rosso até aqui. Kovalainen foi o segundo e Kubica (BMW Sauber) o terceiro, com Alonso (Renault) em quarto, Heidfeld (BMW Sauber) em quinto, Massa em sexto e Hamilton em sétimo.
A vantagem do inglês para o brasileiro caiu para um ponto (78 a 77), e Cingapura prometia ser uma corrida histórica, a primeira realizada à noite. Bem, foi histórica, né?
Menção honrosa para 2003: depois de ter sido dominado na Hungria (levando uma volta do vencedor Alonso), a Ferrari reagiu e começou a caminhada do hexa de Schumi em Monza. Largado na pole, manteve a posição para vencer e seguir na liderança do campeonato. Montoya foi o segundo e Rubinho o terceiro, com Raikkonen em quarto. Faltando duas etapas para o fim, três pilotos de três equipes diferentes disputavam o título, uma raridade naqueles anos de Era Schumi.
No post de hoje, quatro histórias de corridas disputadas em Hockenheim. O Grande Prêmio da Alemanha volta ao calendário depois de dois anos fora, envolto em diversos problemas financeiros entre o circuito de Nurburgring. Diante da nova política da Liberty Media em valorizar os palcos históricos da Europa, a tendência é que os alemães não irão ficar de fora tão cedo do circo, justamente de onde são a atual tetracampeã do mundo de construtores e o piloto que busca o penta. Vamos lá:
Na temporada onde a McLaren destroçou as rivais (saudades, né?), Hockenheim mais uma vez foi palco da disputa Senna x Prost. Por falar nisso, duas semanas antes, o circuito teve o show de Michael Jackson em sua Bad Tour.
Na pista, o mesmo de sempre: o MP4/4 passando por cima de todos. Senna na pole e Prost em segundo. O francês tinha seis pontos de vantagem no campeonato (54 a 48), com quatro vitórias de cada um em oito etapas no ano. Na largada, o brasileiro se manteve na frente, enquanto o francês foi superado pela Ferrari de Gerhard Berger e a Benetton de Alessandro Nannini. Nelson Piquet, com a Lotus, acabou acertando a barreira de pneus logo na largada e abandonou.
Depois de doze voltas, Prost voltou a segunda posição e assim ficou definido: vitória tranquila de Senna, a quinta no ano e a décima primeira na carreira, diminuindo para apenas três pontos a desvantagem para o francês. Berger e Alboreto chegaram em terceiro e quarto para a Ferrari, Ivan Capelli com a March e Thierry Boutsen com a Benetton fecharam o top 6. Maurício Gugelmin foi o oitavo.
Pulamos dez anos. A McLaren seguia com o melhor carro, mas dessa vez tinha a ameaça de Schumacher com a Ferrari. Bem, na Alemanha isso não foi o caso. Hakkinen e Coulthard fizeram a dobradinha tanto no treino quanto na corrida, assim como Villeneuve pela Williams fechando o pódio. Damon Hill marcou seus primeiros três pontos com a Jordan em quarto, seguido pelos irmãos Michael e Ralf Schumacher fechando o top 6. Mika abriu 16 pontos de vantagem para Schumacher, consolidando a liderança da McLaren nos construtores. Rubinho, na Stewart, e Pedro Paulo Diniz, na Arrows, abandonaram logo no início da prova.
Cinco anos depois, uma nova disputa acirrada pelo título. Schumacher se recuperava de um início ruim, enquanto Raikkonen mantinha regularidade com a McLaren. No meio da temporada europeia, surgiu uma nova força: Juan Pablo Montoya e sua Williams. Ele fez a pole e venceu com mais de um minuto de vantagem em relação ao segundo colocado David Coulthard, com Jarno Trulli completando o pódio. Com pneu traseiro esquerdo furado faltando três voltas, Schumacher foi só o sétimo, chegando atrás de Cristiano da Matta. Raikkonen e Barrichello bateram na largada. Com o resultado, o colombiano assumiu a segunda posição do campeonato, seis pontos atrás do alemão.
Dez anos atrás. Outra disputa acirradíssima entre Ferrari e McLaren. Lewis Hamilton e Felipe Massa, ponto a ponto. Na Alemanha, Hamilton não teve dificuldades para fazer a pole e vencer. Nelsinho Piquet, que largou em 17°, aproveitou um Safety Car na pista para fazer uma parada a menos e chegar num surpreendente segundo lugar com a Renault, levando Felipe Massa com ele para o pódio. Foi a última vez que dois brasileiros estiveram no pódio. Isso não acontecia desde 1991, na Bélgica, quando Senna venceu e Piquet ficou em terceiro. Barrichello, na Honda, bateu e abandonou.
Com o resultado, Hamilton assumia a liderança do campeonato com 58 pontos, deixando Massa com 54, Raikkonen 51 e Kubica 48. Foi o único pódio de Nelsinho na F1, que no ano seguinte acabou demitido depois do escândalo do Cingapuragate.
Foto: Getty Images
Conclusão: saudades quando os brasileiros, a McLaren e a Williams brigavam lá na frente.
Presente na F1 desde os seus primórdios, em 1950, a corrida francesa era uma das mais tradicionais da categoria. Passando por diferentes circuitos em mais de cinco décadas de existência, a ganância de Bernie Ecclestone por uma renovação de contrato com valores muito altos fez com que a França ficasse dez anos sem receber uma etapa de F1.
Justo a França, com tanta tradição. Só de escrever Alain Prost e Renault já seria o suficiente. Pois bem, teremos um duplo retorno nessa semana: a F1 de volta a França e, consequentemente, de volta ao circuito de Paul Ricard, que não recebia uma corrida desde 1990.
De 1991 até 2008, coube a Magny Cours fazer as honras da casa. Foi lá que Michael Schumacher fez história, conquistando oito vitórias e se consagrando o maior vencedor da história do GP da França. Nossa primeira parte é relembrar como foi a última etapa realizada em Paul Ricard.
A corrida francesa foi a sétima do ano, a primeira em solo europeu. Depois de ter percorrido a América, Mônaco e San Marino, Ayrton Senna tinha três vitórias (EUA, Mônaco e Canadá) e liderava. Alain Prost, recém contratado pela Ferrari após a histórica rivalidade com o brasileiro na McLaren, vinha de duas vitórias (Brasil e México) e Riccardo Patrese (San Marino) venceu uma vez pela Williams.
A grande curiosidade daquele final de semana foi a Leyton House, do italiano Ivan Capelli e do brasileiro Maurício Gugelmin, ter demitido um jovem chamado Adrian Newey, pois o carro não estava sendo competitivo. Entretanto, antes de ser demitido, Newey concluiu o projeto de um novo pacote aerodinâmico que iria estrear justamente em Paul Ricard.
Foto: Motorsport
No qualyfing, a Ferrari estava mais rápida. Nigel Mansell fez a pole, com Gerhard Berger (McLaren) largando em segundo. Os rivais Senna e Prost ficaram na segunda fila. Duas semanas antes da França, a Leyton House sequer havia conseguido passar da pré-classificação. Agora, Capelli conseguiu um surpreendente sétimo lugar, enquanto Gugelmin ficou o décimo tempo.
Domingo, dia da corrida. Dia também da final da Copa do Mundo de 1990, na Itália, entre Alemanha Ocidental e Argentina. Logo na largada, Berger passou Mansell e assumiu a ponta. Prost perdeu posições para Alessandro Nannini (Benetton) e Patrese. Pouco depois, Senna deixou o inglês para trás e se posicionou em segundo. Prost parou mais cedo que os demais, na volta 26, com o objetivo de voltar na frente. Na volta 28, antes de parar, Senna passou Berger e assumiu a ponta antes de parar nos boxes.
Todo mundo foi parando. Patrese foi o último a ir para os pits, deixando a liderança nas mãos de Ivan Capelli, com a Leyton House. Algo completamente inimaginável para quem sequer tinha conseguido se classificar para a corrida anterior, no Canadá. O que estava surpreendente ganhou ares de perplexidade quando não só Capelli como Gugelmin não iam para os boxes, fazendo 1-2 e o brasileiro segurando Prost, que era o terceiro.
Foto: Fórmula 1
A sorte de Gugelmin acabou na volta 58, quando o motor Judd explodiu. A partir de então, Prost começou uma caçada a Capelli. Durante dezessete voltas colado, Capelli segurava o francês o quanto podia. No entanto, faltando três voltas para o fim, o Leyton House do italiano começou a ter problemas. Foi quando Prost o ultrapassou e rumou para a centésima vitória da Ferrari na F1. Capelli conseguiu chegar em segundo e Ayrton Senna foi o terceiro.
Foto: Motorsport
Com o resultado, Senna manteve a liderança do campeonato, com 35 pontos. Prost chegou a 32. Capelli conquistou o seu melhor resultado na carreira, que acabou não deslanchando por uma série de motivos que são tema para um outro texto.
Na até então última edição do Grande Prêmio da França, em 2008, a disputa continuava entre Ferrari e McLaren. Nas primeiras sete etapas, o equilíbrio: duas vitórias para Hamilton (Austrália e Mônaco), duas para Felipe Massa (Bahrein e Turquia), duas para Kimi Raikkonen (Malásia e Espanha) e uma para Robert Kubica (Canadá), que desembarcou na França como líder do campeonato.
Dobradinha da Ferrari na primeira fila: Raikkonen e Massa. Alonso, com a surpreendente Renault, e Trulli (Toyota) ficaram na segunda fila. Hamilton foi punido em 10 posições na largada pelo incidente com Raikkonen na corrida anterior, precisando fazer uma corrida de recuperação. Na largada, Kimi e Massa mantiveram-se na frente e dispararam. Trulli pulou para terceiro e Kubica era o quarto. Hamilton tentava recuperar posições mas cometia muitos erros, recebendo um drive-through por cortar caminho.
Na segunda metade da prova, um problema no escapamento fez Raikkonen perder desempenho. Com isso, Massa pulou na frente e venceu tranquilamente a última corrida disputada em Magny Cours, com dobradinha da Ferrari. Jarno Trulli conseguiu segurar Kovalainen para fechar o pódio. Kubica foi o quinto e Hamilton apenas o décimo, quando apenas os oito primeiros pontuavam.
Foto: Gazeta Press
Felipe Massa é o único brasileiro a vencer em Magny Cours e o segundo a vencer na França (Nelson Piquet venceu em Paul Ricard em 1985). De quebra, Massa saía da França líder do campeonato, com 48 pontos contra 46 de Kubica, 42 de Raikkonen e 38 de Hamilton. Foi a primeira vez desde 1993 que um brasileiro liderava o Mundial de pilotos.
Essas são as últimas lembranças da França e de Paul Ricard! Como será que vai ser esse retorno as terras francesas? Vamos conferir nesse final de semana!
Como o tempo passa! O agora noturno GP do Bahrein completa 14 anos no calendário da F1 (em 2011, a edição não aconteceu em virtude dos conflitos da Primavera Árabe na região) e em duas oportunidades foi a abertura da temporada (2006 e 2010). Tradicionalmente a terceira etapa do ano, o circuito barenita é pelo segundo ano seguido a segunda etapa do ano.
O post de hoje é simples: relembrar como foi a corrida no circuito há dez anos atrás.
Depois de Lewis Hamilton vencer na Austrália e Kimi Raikkonen ganhar na Malásia, Felipe Massa chegava pressionado: 14 pontos atrás do inglês, zerado na temporada e com um abandono muito criticado em Kuala Lumpur, quando rodou sozinho enquanto era líder após ter feito uma pole fácil. Os italianos, passionais que só eles, o encheram de críticas.
No Bahrein, onde havia vencido no ano anterior, Massa era novamente favorito. Era proibido errar. Entretanto, mais um imprevisto: Robert Kubica surpreendeu e fez a primeira pole da carreira com uma BMW Sauber que estava ainda melhor do que a de 2007. Coube a Massa largar em segundo, seguido de Hamilton e Raikkonen na segunda fila, respectivamente. Barrichello, penando na Honda, era o 12°. Estreante, Nelsinho Piquet largou em 14°
Na largada, a especialidade da casa: Massa pulou para a ponta tranquilamente e liderou do início ao fim, deixando Kubica em segundo e Raikkonen em terceiro. Hamilton largou muito mal e caiu para nono. Na volta seguinte, ao tentar passar Nelsinho, bateu na traseira do brasileiro e perdeu a asa dianteira, caindo para as últimas posições. Na terceira volta, Raikkonen passou Kubica e a Ferrari assim seguiu sua primeira dobradinha da temporada até o final da corrida. Mostrando a força da BMW, Heidfeld ultrapassou Kovalainen e se posicionou em quarto.
No fim das contas, a corrida terminou assim. Hamilton foi apenas o décimo terceiro. Foi a sexta vitória da carreira de Felipe Massa, a segunda no Bahrein. Na ocasião, Raikkonen saiu do Bahrein líder do campeonato com 19 pontos, seguido de Heidfeld com 16, Kubica e Hamilton com 14 e Kovalainen 11.
Início de temporada é assim: muitas vezes, é tudo diferente do que vai acontecer lá no final. Creio que deve se repetir o que aconteceu em 2017: a consistência da Ferrari vai fazer com que a Mercedes assuma a ponta definitivamente no final do campeonato.
Desde 2004 que o Grande Prêmio do Brasil passou a ser disputado no final da temporada, sendo muitas vezes a última etapa. Pegando como mote a segunda despedida de Felipe Massa (ressaltando que a despedida, nesse caso, é do circuito; a oficial será em Abu Dhabi), listamos alguns pilotos que fizeram sua última corrida por aqui. Alguns realmente se despedindo e outros forçados a saírem. Bom, vamos lá:
2008 - DAVID COULTHARD
Na F1 desde 1994 e com passagens por Williams e McLaren, David Coulthard encerrava sua carreira no Brasil, onde venceu em 2001. Com uma pintura especial toda de branco, o escocês foi homenageado por todos os pilotos. Entretanto, como é de se esperar nessas ocasiões comemorativas, a última corrida de Coulthard pela F1 durou poucas curvas. Ele se envolveu em um acidente logo na primeira volta e abandonou, acompanhando de camarote a emocionante disputa de Lewis Hamilton e Felipe Massa. Acredito que até por conta disso poucas pessoas lembrem dessa ocasião.
2006 - MICHAEL SCHUMACHER (1a DESPEDIDA)
Foto: Wikipédia Commons
O maior piloto da história da categoria queria se despedir da F1 com o octacampeonato. Entretanto, a situação ficou quase impossível depois do motor Ferrari ter estourado em Suzuka e a vitória ter caído nas mãos de Alonso, que abriu 10 pontos de vantagem e precisava de apenas um para ser bicampeão. Schumacher precisava desafiar o impossível: vencer e torcer para que o espanhol não pontuasse. Não aconteceu, mas Schummi deu um show. Com o pneu traseiro esquerdo furado logo no início da corrida, o alemão caiu para as últimas posições, o que proporcionou seus então últimos pegas na carreira, chegando em quarto lugar. O Brasil teve a honra de ser o palco da última corrida de um gênio da esporte, mas isso virou fato secundário diante do êxtase da torcida com a vitória de Felipe Massa, que quebrava um jejum de 13 anos sem vitórias de um brasileiro em Interlagos.
2011 - RUBENS BARRICHELLO
Foto: F1Fanatic
A despedida que não teve cara de... despedida. Rubens Barrichello até colocou o verde e amarelo no capacete, mas ainda acreditava que continuaria mais uma temporada na F1. O piloto com mais corridas na história da categoria brigava com o compatriota Bruno Senna pela vaga da Williams, e até então o panorama estava indefinido. No palco onde conquistou três poles e teve a vitória tirada em 2003 por um erro incrível da Ferrari (pane seca), Rubinho não tinha muito o que fazer com aquela Williams. Com o bicampeonato de Sebastian Vettel definido desde o Japão, a F1 encerrou a temporada de 2011 com Vettel na pole e Rubinho em 12°. Entretanto, o brasileiro terminou a sua última corrida na F1 em 14° e apenas em 2012 foi anunciada a contratação de Bruno Senna, o que encerrou uma era significativa na F1. Uma pena que Rubinho não teve a despedida que merecia, enquanto Massa terá duas.
2012 - MICHAEL SCHUMACHER (2a DESPEDIDA)
Foto: SkySports
O retorno em 2010 obviamente fez com que Schumacher tivesse que aposentar outra vez. Isso foi em 2012, de novo em solo brasileiro. Não foi igual a primeira. Schummi manteve seu status de lenda, mas sua segunda passagem pela categoria decepcionou aqueles que esperavam algo parecido de seus tempos na Ferrari. Apenas um pódio e muitos acidentes. Enfim, a questão não é essa. Agora pela Mercedes, Schummi fez uma boa corrida. Largando em 13°, resistiu aos eventos caóticos da corrida e terminou em sétimo, atrás de Sebastian Vettel, tricampeão mundial em uma disputa emocionante com Fernando Alonso. O fim definitivo de Schumacher na F1.
2013 - MARK WEBBER
Foto: Red Bull
Vencedor em 2009 e em 2011, Mark Webber vinha de quatro anos belicosos na Red Bull e com Sebastian Vettel. O australiano viu o alemão o vencer com extrema facilidade (principalmente em 2011 e 2013). A corrida derradeira de Mark até que terminou bem: segundo lugar na dobradinha da Red Bull e a nona vitória seguida de Vettel. O que mais chamou a atenção foi que Webber fez a volta de desaceleração até os boxes sem o capacete, desfrutando de seu último momento na F1 com o vento batendo no rosto.
Bônus: na mesma corrida, Felipe Massa se despediu da Ferrari depois de sete anos. O brasileiro seguiu para a Williams, sua última equipe. Como o Felipe se despede em Interlagos, hein?
Fala, galera! Como será a última corrida da F1 na Malásia, o blog resolveu listar as corridas mais significativas que aconteceram em Sepang para que você possa acompanhar. Vamos lá!
Foto: Lemyr Martins
Essa corrida eu publiquei no ano passado. A primeira vez da Malásia na F1 foi em 1999, na penúltima etapa do campeonato. Ela marcou o retorno de Michael Schumacher nas pistas após ter fraturado a perna em Silverstone. O alemão teve um fim de semana de gala: pole position e tinha tudo para coroar com uma vitória magistral. Entretanto, o então bicampeão mundial teve que fazer, quem diria, papel de escudeiro: no fim da prova, abriu passagem para o companheiro de equipe Eddie Irvine vencer e abrir vantagem para Mika Hakkinen na disputa pelo título. Dobradinha da Ferrari e tudo indicava que o jejum de 20 anos sem títulos seria quebrado pelo irlandês. Ledo engano: em Suzuka, Hakkinen venceu, Irvine foi apenas o quinto e o finlandês sagrou-se bicampeão mundial.
Foto: F1 Expert
O F2001 foi um dos carros mais dominantes da F1. Tudo indicava uma dobradinha Schumacher-Barrichello, até que as duas Ferraris escaparam da pista após derraparem na mancha de óleo deixada pela BAR de Olivier Panis, a chegada da chuva e um erro no pit de Rubinho fizeram as duas Ferraris caírem para as últimas posições. Entretanto, depois que a pista secou, os dois não tiveram dificuldades para escalar o pelotão e fazer uma das tantas dobradinhas que os dois protagonizaram nas seis temporadas que ficaram juntos na Ferrari.
Foto: Motorsport
Essa corrida de 2003 teve efeitos simbólicos para a F1. No começo da temporada, a McLaren continuou o projeto de 2002 e já havia vencido na Austrália com David Coulthard. Na Malásia, um jovem Fernando Alonso fez sua primeira pole position da carreira, até então o mais jovem a alcançar tal feito. Entretanto, a estratégia da McLaren prevaleceu e o também jovem Kimi Raikkonen venceu pela primeira vez na F1, aproveitando a quebra do companheiro e o incidente de Schumacher e Trulli na largada. De quebra, Alonso marcou a primeira pole e o primeiro pódio de um espanhol na categoria.
Foto: Gazeta Press
Em 2008, Raikkonen venceu pela segunda vez em Sepang. Entretanto, destaco essa corrida pelo erro de Felipe Massa. O brasileiro largou na pole e tinha tudo para vencer, mas acabou rodando sozinho e abandonou. Certamente essa foi uma das corridas que lhe custaram o título daquele ano.
Foto: Motorsport
A última corrida que foi interrompida antes da metade. Com isso, ela valeu menos pontos. Em 2009, o GP da Malásia teve apenas 33 voltas em virtude da forte chuva que começou a cair e não parou mais. Com o céu escurecendo e a ausência de luz natural, Button venceu e levou apenas 5 pontos; Nick Heidfeld foi o segundo, com 4 pontos e Timo Glock o terceiro, com 3; o início arrasador da Brawn e de Button foi o melhor de uma equipe estreante na história da F1, mas o que ficou marcado na memória dos fãs foi Kimi Raikkonen abandonando a pista para comer picolé.
Foto: Motorsport
Outra corrida marcada pela chuva. A dupla da McLaren (Hamilton e Button) largou na pole. Com a chuva aumentando de intensidade, a corrida chegou a ser paralisada e quem se deu melhor foi Alonso, que pulou para a liderança, seguido de Sérgio Pérez, da Sauber. Com a pista secando, o mexicano foi se aproximando do espanhol quando estranhamente errou e perdeu a chance de vencer pela primeira vez na carreira e na história da Sauber, mas conquistou seu primeiro pódio na carreira e levou Peter Sauber às lágrimas. O espanhol faturou a corrida malaia pela terceira vez na carreira.
Foto: Getty Images
Com a Mercedes dominando a F1 desde 2014, tudo se encaminhava para mais uma vitória tranquila das flechas de prata. Entretanto, para a surpresa de todos, a Ferrari superou os alemães na pista e Sebastian Vettel, o maior vencedor da história do circuito até então, venceu pela primeira vez com a Ferrari logo em sua segunda corrida pela equipe, quebrando um jejum de um ano e meio sem vitórias pessoais e de quase dois anos da Ferrari.
Foto: Getty Images
A imagem do campeonato. O momento que decidiu o título para Nico Rosberg no ano passado. Hamilton liderava tranquilamente até o motor estourar na volta 43. Isso permitiu uma dobradinha da Red Bull, com Ricciardo e Verstappen, seguidos de Rosberg em terceiro, quebrando um jejum de dois anos sem vitória do australiano e a primeira dobradinha taurina desde o Grande Prêmio do Brasil em 2013.
Gostaram das corridas selecionadas? Tem sugestão de outras temporadas? Participe!
E aí, galera! Parte 3 do Especial Jenson Button chegando! Nesse post, escreverei sobre sua trajetória na equipe Honda, na sua pior fase da carreira, onde Jenson esteve muito perto de sair da F1... Enfim, sem mais delongas, vamos começar!
Honda (2006-2008): O momento mais difícil da carreira
Foto: Pinterest
A Honda fez bons tempos na pré-temporada, o que animou Button, beneficiado pelos recursos extras da equipe japonesa.
A primeira parte da temporada 2006 foi difícil: No Bahrein, foi o quarto. Na Malásia, ele terminou em terceiro. Na Austrália, Button fez a pole. Entretanto, foi ultrapassado por Alonso logo na largada e por Raikkonen após a saída do Safety Car. Ele estava em quinto quando o motor estourou na última volta. Em Silverstone, corrida da casa, decepção: largou em 19°, depois de perder tempo com o carro sendo pesado e não conseguindo voltar para a pista a tempo. Na corrida, abandonou na volta 8, depois de rodar devido a um vazamento de óleo de motor.
No Canadá, Button largou na frente de Rubinho pela primeira vez desde Ímola, mas terminou a corrida em nono. Ele abandonou na primeira volta o GP dos Estados Unidos em um acidente com vários pilotos e também na França, devido a uma falha no motor. Na Alemanha, Jenson largou em quarto e na corrida chegou a ficar em terceiro, mas terminou na quarta posição.
Hungria: A primeira vitória da carreira
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Foto: Julianne Cesaroli
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Ah, o caótico Grande Prêmio da Hungria de 2006... A 113a corrida de Button na F1. Ele largou em 14°, punido em dez posições por trocar o motor. Diante da forte chuva, a corrida teve seu rumo alterado, e Button foi passando todo mundo até chegar a quarta posição logo na décima volta. Aproveitando os abandonos dos líderes Alonso, que estava atrás de Button (embora o britânico precisasse fazer mais um pitstop) e Raikkonen, Button finalmente venceu pela primeira vez na F1 com 30 segundos de vantagem para o segundo colocado Pedro de la Rosa (!!!) da McLaren, que substituía o demitido Montoya. Heidfeld, de BMW Sauber, completou o insólito e improvável pódio. Jenson superou o feito de Nigel Mansell em 1989, quando ele venceu na Hungria largando em 12°. Foi a primeira vitória britânica na F1 desde Coulthard em Março de 2003 e a primeira inglesa desde Johnny Herbert, no GP da Europa de 1999.
Na parte final da temporada, Button chegou ou em quarto ou em quinto, exceção da corrida final no Brasil, onde foi terceiro, corrida que coroou a primeira vitória de Massa em Interlagos e o bicampeonato de Fernando Alonso. Nas últimas seis etapas do campeonato, Button somou 35 pontos, o melhor do final do ano.
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Button não participou dos testes de inverno de 2007 em virtude de fraturas na costela em uma corrida de kart no final de 2006. Antes do campeonato, havia uma expectativa muito grande na Honda brigar pelo título, dado o desempenho do ano anterior. Damon Hill disse: "se Button quer ser campeão, precisa estar em um carro a altura". Alan Henry, do The Guardian, escreveu: "Button irá vencer algumas corridas, mas não é um postulante ao título". A previsão foi extremamente errada, pois a Honda RA107 mostrou-se um carro muito ruim, decepcionando a todos.
Na Austrália, Button largou apenas em 14° após lidar com alguns problemas no carro. A corrida não foi muito melhor, tendo que pagar uma penalidade de stop and go por passar da velocidade limite nos boxes. As duas corridas seguintes também foram horríveis. Na Malásia, foi o 12°, atrás de Rubinho, e no Bahrein sequer completou uma volta após colidir com a Red Bull de Coulthard na curva 4. No GP da França, Jenson foi o oitavo, marcando o primeiro ponto da equipe no ano. Após o Grande Prêmio da Inglaterra, foi anunciada sua renovação por mais uma temporada na equipe.
Sua posição de principal piloto britânico da F1 foi tomada pelo então estreante Lewis Hamilton, da McLaren, que estava muito próximo de tornar-se campeão mundial logo em seu ano estreia. Nigel Mansell criticou Jenson, afirmando que ele deveria ter vencido mais corridas e que seu desempenho estava abaixo do esperado. Nick Fry respondeu Mansell, dizendo que a fama de "festeiro" de Button era de 5 anos atrás. Button disse que foi um ano frustrante, apesar de lampejos de bom desempenho nas corridas chuvosas, mas que não foram convertidas em pontos.
Foto: Wikipédia
O Honda RA108 continuou com desempenho muito fraco, e Button pontuou apenas na Espanha, quando foi o sexto. Na Inglaterra, circuito da casa, Jenson abandonou e perdeu a chance de se destacar no chuvoso grande prêmio, que teve seu companheiro de equipe Rubinho no pódio. No fim do ano, a Honda anunciou que estava deixando a F1 em virtude da crise financeira mundial. O futuro do piloto dependia de alguém comprar a ex-equipe Honda.
E parecia o fim da trajetória de Jenson Button na F1, com apenas uma vitória e muitas polêmicas e críticas... um talento que não se confirmava por diversas circunstâncias. Eis que o destino agiu e... Bem, você sabe o que aconteceu. Se não sabe, acompanhe em breve a penúltima parte do Especial Jenson Button!