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terça-feira, 5 de abril de 2022

SOBRE RUPTURAS E RECOMEÇOS

 

Foto: Visit Melbourne

Coincidência ou não, as últimas edições  do Grande Prêmio da Austrália bateram com alguns acontecimentos interessantes da minha vida pessoal e profissional.

Voltando para 2019, o ano da última corrida. O início da temporada, tradicional. Dias antes, a morte repentina de Charlie Whiting, o diretor geral, o braço direito de Bernie Ecclestone. Aí surge a figura de Michael Mais na F1.

Mas, pra falar a verdade, não lembro de nada desse final de semana. Certamente assisti os treinos livres na madrugada e o classificatório, mas não tem nada na mente. O que lembro daquele final de semana foi a formatura de um amigo que fui, na tarde de sábado. Entre a colação de grau e a festa, iniciada no início da noite, curti bastante e bebi muito, até lembrar que deveria ir para casa descansar. No dia seguinte, faria meu primeiro grenal como narrador na Galera.

E tinha a corrida, é claro. Cheguei em casa, cansado e a ideia era tirar uma soneca e acordar na hora do jogo. A realidade: liguei a TV nas voltas finais, só lembro que Bottas venceu. E no dia seguinte fiz meu primeiro grenal, no período do GP da Austrália.

2020. A F1 voltava na tradicional quinta feira, mas não era uma quinta feira qualquer. Era uma quinta feira de grenal na Libertadores, histórico, o primeiro da história na competição. E lá estava eu, na Arena, naquela quinta feira. Era óbvio que não assistiria os treinos livres, mas naquela altura não era o mais importante. Também foi o dia que nasceu a minha prima, Maria Flor.

Naquele dia, já estava tudo confirmado que haveria uma pausa na outra semana em virtude do surgimento do tal Covid, que na época me parecia mais uma gripe suína do que uma pandemia devastadora. Lembro que enxergava como “frescura” não se cumprimentar e ficar próximo, entre outras coisas. Foi o último jogo com 60 mil pessoas que fiz e as informações eram avassaladoras.

Tudo ia parar, a NBA ia parar, pessoas famosas diagnosticadas. E um Grenal e a Fórmula 1 no meio do caminho. A F1, em Melbourne, estava pronta para começar os trabalhos, sempre na própria bolha e ignorando o mundo. Naquela noite, além do jogo, voltar tarde pra casa sabendo que era uma ruptura o que estava acontecendo, li que a F1 foi cancelada porque um funcionário da McLaren estava com covid.

Dali em diante, o mundo parou, mais precisamente na segunda feira seguinte. Portanto, faz quatro anos que não assisto uma corrida da Austrália ao vivo. Se me lembro? Só lendo no blog para recordar, confesso. Dessa vez, o grenal já passou e o máximo que vai acontecer é o UFC de sábado junto com a corrida, na mesma madrugada. Domingo, faço um concurso. Talvez faça a estreia do Grêmio na Série B na tarde de sábado mas enfim, outra vez todas essas questões se misturam.

O GP da Austrália nos últimos anos representou histórias e rupturas na vida pessoal e profissional. Agora, em 2022, com o retorno, as coisas estão diferentes. Estamos buscando uma normalidade mas certamente somos pessoas diferentes, obviamente. Estamos recomeçando, assim como a corrida em Melbourne, que reformou o traçado para ter mais possibilidades de ultrapassagem.

Passado, presente, futuro, histórias pessoais e profissionais. De certa forma, ao pisar em Melbourne nessa semana, talvez seja um passo quase definitivo de que a normalidade, embora com suas diferenças, foi retomada quase que de fato.

Até!


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

SEGUNDA CHANCE

Foto: MotorSport

Aos 23 anos, Ocon tem uma rara segunda oportunidade na Fórmula 1. Claro que sua primeira passagem pela categoria foi interrompida por questões alheias a sua pilotagem, mas voltar numa equipe de fábrica é sempre um bom sinal.

Sempre apadrinhado pela Mercedes e cortejado pela Renault, Esteban foi mais um que caiu no conto de ser o parceiro de Hamilton um dia. Wehrlein foi traído e o francês entendeu que precisava salvar a carreira saindo das garras de Toto Wolff.

Muito badalado quando chegou por ter vencido Max Verstappen na base, essas expectativas foram em parte cumpridas. Boas (e tensas) disputas com Pérez, criando uma rivalidade na equipe e um terceiro lugar no grid da Bélgica. Bem, nos dois anos que esteve na Force India/Racing Point, foi derrotado por Pérez, uma boa nota de corte. Nada definitivo, mas nada tão maravilhoso assim.

Agora na Renault, o desafio é ainda maior: Daniel Ricciardo. O agravante é o ano parado. Simulador não é a mesma coisa. A competição será interessante e apenas nos próximos movimentos é que iremos saber qual é o real nível e a posição de Esteban Ocon na prateleira da Fórmula 1.

Ser rival de Max já é meio caminho andado. Só falta mostrar mais na pista. A Renault, sempre com os “poréns”, ainda é um bom parâmetro para as próximas temporadas. É o que Ocon precisa apostar nesta segunda chance. Qualidade já mostrou ter, mas as vezes nem isso basta, e sim estar no lugar certo e na hora certa.

Até!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

ANÁLISE FINAL DE 2019 - PARTE 2

Foto: Getty Images

Fala, galera! Estou de volta com a parte final da minha análise da temporada 2019 com as equipes que faltaram. Vamos lá!

McLAREN

Foto: Getty Images
Carlos Sainz – 9,0: o melhor do resto, sem dúvida. Em Interlagos, o pódio que faltava para coroar um grande trabalho. Se o espanhol foi vítima de desconfianças ao ser superado por Max e Hulk na Toro Rosso e Renault, na McLaren o “sucessor de Alonso” foi quase perfeito. Apesar de não muito rápido nas voltas rápidas, soube usar o grande ritmo de corrida para se afirmar perante a competição de seu calibre. Com a evolução dos ingleses, pode ser questão de tempo para que o espanhol seja o novo piloto regular mas com uma pitada de sorte, estilo Pérez, mas a concorrência é dura.

Lando Norris – 7,5: a temporada decepcionante na F2 me deixou com desconfiança, mas Lando foi muito melhor nesta temporada do que na anterior. Parece que a qualidade e o desafio que enfrentaria o fizeram entrar no nível. Muito rápido, ele mesmo admite que falta administrar melhor os pneus e o ritmo de corrida nos domingos. É normal, faz parte do processo, é da juventude. Com uma McLaren melhor estruturada, um companheiro comprovadamente capaz e um Lando mais experiente é a receita ideal para que as coisas sejam no mínimo iguais em 2020, mas a expectativa é de superação.

RACING POINT

Foto: Reprodução/Racing Point
Sérgio Pérez – 8,0: Uma primeira metade de campeonato bem apagada, onde chegou a ser superado por Stroll, o que seria uma aberração. O pódio anual não veio, mas no segundo semestre o mexicano voltou a ser regular, junto com a melhora do carro. Mesmo com o aporte do pai Stroll, a Racing Point não conseguiu superar McLaren e Renault, o que talvez seja normal. No próximo ano, a expectativa é a mesma: somar pontos e bater Stroll, o que não é difícil.

Lance Stroll – 6,5: tirando o aborto que foi o quarto lugar na Alemanha, foi o de sempre. Lento e sem ritmo de corrida, somando poucos pontos com o carro que tinha a disposição. Sorte dele (e azar o nosso) que seu emprego nunca está sob risco, mas isso prova uma questão: por mais que exista estrutura e repetição de trabalho, se não existir talento, já era. 

ALFA ROMEO

Foto: Getty Images
Kimi Raikkonen – 7,0: funcionário público batendo carteira. É bom e também estranha a longevidade do IceMan. No primeiro semestre, foi quase perfeito. Aproveitou as oportunidades e somou pontos como um líder de equipe. No verão europeu, ele e a Alfa tiveram uma queda vertiginosa, sendo Raikkonen mais lento que o próprio Giovinazzi. Pra 2020, temos que somente desfrutar da carreira e do grande personagem que é esse finlandês para a F1, não a toa será o piloto com mais largadas na história.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Um começo muito aquém das credenciais que tem na base. Pode se dizer que os dois anos inativos podem ter influenciado, mas Antonio foi lento e só começou a ter melhores resultados no final do ano. Para sua sorte, parece que fica mais por falta de opção e a perspectiva somente para 2021 do que qualquer outra coisa. Essa rápida melhorada no fim do ano pode ser o combustível que faltava para engrenar de vez na categoria. 

TORO ROSSO

Foto: Motorsport
Daniil Kvyat – 7,0: O pódio inesperado da Alemanha foi um grande alento para aquele que só estava vendo o lado ruim das coisas. Com experiência, estava superando Albon em pontos e fez boas corridas. Na segunda metade, com Kvyat, perdeu um pouco da regularidade e conseguiu poucos pontos, com alguns erros. Talvez Kvyat seja isso mesmo, um piloto irregular mas que agora ganhou mais um ano de sobrevida, graças também a estagnação do programa de pilotos da Red Bull. Seguirei na torcida.

Pierre Gasly – 7,0: se não fosse o pódio no Brasil, seria um dos piores do ano. Na Red Bull, foi uma tragédia, mas na Toro Rosso voltou a normalidade e foi brindado com um pódio. Talvez Gasly também esteja na mesma prateleira que Kvyat: irregular demais para voos maiores. No entanto, é mais jovem e ainda tem o benefício da dúvida. No entanto, com os dois rejeitados, fica improvável uma segunda chance, mesmo se acontecer algo na equipe mãe.

WILLIAMS

Foto: Autoracing
George Russell – 6,5: na verdade a nota é porque basicamente é impossível ter um critério objetivo para avaliar o inglês. Superou Kubica em todas as corridas mas não pontuou. É cruel. Com o carro fraco da Williams e um companheiro com limitações físicas, fica complicado traçar um parâmetro, apesar dos predicados da F2 serem animadores. Pra 2020 a situação não vai ser muito diferente, a não ser que talvez tenha virado o novo “ficha 1” da Mercedes, se é que isso ainda vale alguma coisa.

Robert Kubica – 6,5: o retorno valeu pela superação pessoal e o ponto conquistado na Alemanha. É o que entra nos livros de história. De resto, se não fosse pelo histórico e pela ciência de suas limitações (além do dinheiro), Robert teria sido dispensado no meio da temporada. Com um carro ruim, pertencia a outra categoria e isso é até bom, porque também foi prejudicado por ter poucos parâmetros, mas ser brutalizado por Russell não é positivo. Que seja feliz em outra categoria com o alento de que o tal Latifi não vai fazer muita coisa diferente, isso que este está com 100% das capacidades físicas e técnicas.

E essa foi a minha análise. Concorda? Discorda? Comente!

Até mais!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

ANÁLISE FINAL DE 2019 - PARTE 1

Foto: Getty Images

Fala, galera! Com o término da temporada, teremos o tradicional post analisando o desempenho dos 20 pilotos durante o ano. Nesta primeira parte, vou começar com Mercedes, Ferrari, Red Bull, Renault e Haas:

MERCEDES

Foto: RaceFans

Lewis Hamilton – 9,5: No auge da forma. Mesmo com “apenas” cinco poles, teve muito mais vitórias, mostrando que o ritmo de corrida, consistência e senso de oportunidade estão lá. Tirando Alemanha e Brasil, onde cometeu erros, no resto sobrou, não a toa conquistou mais um título sem fazer grande esforço, seja pela incapacidade de Bottas e os inúmeros erros da Ferrari. No último ano de regulamento, 2020 pode ser histórico para ele e para a F1.

Valtteri Bottas – 8,5: Tirando poucas corridas onde rendeu bem, não está no nível de Hamilton. Isso se torna um problema quando o finlandês passa a ser talvez o único adversário para o campeonato. Bottas não deixou de tentar, mas a falta de ritmo e outros erros, além de várias corridas apagadas o transformaram em um vice sem brilho. Ao menos venceu várias corridas e largou na pole mais vezes que Hamilton até, o que é uma grande evolução em relação ao ano passado, onde terminou zerado. Talvez tenha a última chance de brigar por algo grandioso nessa abençoada Mercedes.



FERRARI

Foto: Getty Images
Sebastian Vettel – 7,5: Um tetracampeão com mais baixos do que altos. A vitória vinda dos céus em Cingapura o livrou de um ano zerado. Muitos erros injustificáveis e infantis de alguém com mais de 50 poles e vitórias, principalmente os incidentes patéticos na Itália e em Interlagos. Vettel está pressionado e sabe disso, parece não conseguir lidar bem com a competição interna. Prefere ver outro brilhar do que Leclerc, por exemplo. Ao perder no confronto direto, já começa 2020 enfraquecido. Mesmo com toda a aura que tem, 2020 também pode ser um ano derradeiro nas pretensões competitivas de Seb.


Charles Leclerc – 8,5: Entregou mais que o esperado, mesmo com todos destacando o imenso talento que tem. A velocidade está lá, derrotou o tetracampeão, mas é normal que ainda falte equilíbrio e experiência. Além disso, também teve azar em algumas chances. Charles poderia ter vencido muito mais que apenas duas corridas, mas essas duas foram talvez nos dois palcos mais icônicos do automobilismo. A mudança de postura na defesa de posições após o caso Verstappen na Áustria o transformou em um piloto mais “sujo”. Precisa de mais experiência e se fazer menos de vítima. Charles está no caminho certo e é, mais do que nunca, o queridinho da Ferrari.

Foto: Getty Images
Max Verstappen – 9,0: Tirando o retorno das férias e a lamentável “malandragem” do México, Max conseguiu, com um carro inferior, superar as duas Ferrari. Isso é um feito e tanto e diz quase tudo. Muito mais cerebral e regular, ainda tem aquela fagulha que pelo jeito é intrínseca a sua personalidade. Ao colocar tudo a perder em uma curva, oportunidades são desperdiçadas. Os taurinos ainda não têm carro para título, então isso não é tão cobrado. Por outro lado, com outro jovem de destaque na mesma posição, os holofotes podem ser divididos e perdidos. Encarar um personagem sincero de vilão talvez não seja o suficiente. Max, mais do que nunca, precisa amadurecer ainda mais.

Alexander Albon – 8,0: Coisas do destino: foi o único piloto Red Bull da temporada ao não chegar no pódio, mas por incrível que pareça foi o mais consistente deles. Um início razoável na Toro Rosso o “credenciou” (na verdade foi Gasly quem se desprestigiou) a vaga de cima. Lá, quase sempre fez o que era necessário: ficar em quinto ou sexto, aproveitando as quebras e acidentes. A grande corrida do Brasil teve um final catártico para o jovem tailandês, mas é questão de tempo para que brilhe de fato. Não será competição para Max pela questão técnica e organizacional da Red Bull, então é imprescindível estar no lugar certo e na hora certa, sem erros, para brilhar.

RENAULT

Foto: Getty Images
Daniel Ricciardo – 7,5: Uma temporada decepcionante onde é difícil fazer qualquer avaliação. Se não fosse pelo dinheiro, escreveria que Ricciardo está bastante arrependido da troca. Os franceses não oferecem uma perspectiva animadora. Na pista, o aussie fez o que pode, como grande destaque o quarto lugar na Itália. No meio do pelotão, suas ultrapassagens não foram mais tão cirúrgicas e estar lá também significa mais incidentes. Aguarda ansiosamente um novo regulamento e novas oportunidades. Não há o que fazer.

Nico Hulkenberg – 7,0: temporada melancólica de despedida. Na hora H, fraquejou. A corrida na Alemanha foi simbólica e definitiva. Apesar de bons resultados na base da regularidade, faltou aquela corrida de encher os olhos, além de ter sido derrotado por Ricciardo na maioria das vezes. Um fim triste de categoria para quem foi promessa há tanto tempo e sai de mãos vazios, sem um pódio sequer.

HAAS

Foto: RaceFans
Kevin Magnussen – 6,5: o carro e a gestão tenebrosa da Haas respingaram no carro. Os pilotos podem não ser uma Brastemp mas também são reféns e vítimas disso tudo. Um carro veloz em classificação e com um ritmo de corrida péssimo com pneus que degradam rapidamente só poderiam resultar em algo catastrófico. O resultado foi esse. Magnussen foi o menos pior deles.

Romain Grosjean – 5,5: “Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.” Escrevi exatamente isso ano passado e nada mudou. Nenhuma palavra a mais ou a menos.

E essa foi a primeira parte da minha análise. Concorda? Discorda? Comente aí! Até mais, com o resto dos resumos!

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

MAIS UM ALPHA

Foto: Getty Images
Apesar da única vitória da história da antiga Minardi ter sido em 2008 com Sebastian Vettel, pode-se dizer que a Scuderia Toro Rosso encerra suas atividades na Fórmula 1 na melhor temporada da história da equipe, justamente quando veio os dois pódios improváveis com os renegados Daniil Kvyat e Pierre Gasly.

Na verdade, quase tudo será a mesma coisa, apenas o nome irá mudar. A Toro Rosso vai virar Scuderia Alpha Tauri, uma marca de roupas cujo dono é o Dietrich Mateschitz, o mesmo da Red Bull. O nome, obviamente, serve para alavancar a evidência em relação a tal marca.

Toro Rosso vai virar Alpha Tauri. Foto: Reprodução/Internet

Com o novo nome, pode existir a possibilidade que a cor do carro seja diferente. Desde 2006, quando foi comprado o espólio da Minardi, a Toro Rosso sempre usou um roxo com azul escuro. Somente nos últimos anos foi adotado um azul mais claro.

Em 14 temporadas, foram 268 corridas e 1 vitória, 1 pole, 3 pódios e 499 pontos. Indiscutivelmente, pelos resultados, Vettel, Kvyat e Gasly podem ser considerados os melhores e mais importantes pilotos da escuderia.

Comprada da Minardi no fim de 2005, a Toro Rosso sempre serviu como equipe satélite da titular Red Bull. Com o tempo, passou a ser a equipe laboratório, que tinha somente os jovens pilotos da academia, que estreavam lá e poderiam ser aproveitados (ou não) no time de cima.

Tudo começou com os fracos Scott Speed e Vitantonio Liuzzi. Com as sobras da Minardi, era natural começar no pelotão de baixo, ainda mais sem experiência. No entanto, com a administração de Gerhard Berger, a equipe começou a subir.

A equipe satélite começou a andar melhor que a titular. A Toro Rosso sempre usou as sobras da Red Bull, mas o motor em algumas temporadas chegou a ser diferente e isso foi um fator desequilibrante: enquanto os taurinos usavam Renault, os "taurininhos" chegaram a usar motor Ferrari por alguns anos. Com Vettel, uma pole e vitória improvável em Monza fizeram história com a equipe "italiana" de sede em Faenza, utilizando as estruturas da Minardi.

Berger e Vettel: a única vitória da Toro Rosso na história. Foto: Getty Images
Mais do que resultados concretos, o objetivo da Toro Rosso sempre foi claro: revelar talentos para a Red Bull, tal qual uma categoria de base do futebol que abastece o time principal. Vettel foi alçado e fez história, tornando-se um padrão e exemplo de sucesso. No entanto, nem todos são Vettel na Red Bull, e alguns entenderam isso...

Helmut Marko e algumas de suas vítimas... Foto: Getty Images
A Red Bull pode ser um sonho para jovens pilotos que sonham com grandes carros, equipes, vitórias e títulos, mas também é um grande pesadelo, ao menos para a maioria deles. Para cada Vettel, vários outros foram queimados pela exigência de Helmut Marko, que também estimulava a rivalidade entre os jovens. Speed, Liuzzi, Bourdais, Buemi, Alguersuari, Vergne e posteriormente Kvyat e o próprio Gasly são exemplos da faca de dois gumes. Isso sem contar aqueles que ficaram no meio do caminho e sequer chegaram no topo, e o caso de outros que voltaram de forma inesperada, como Hartley e agora a sensação Alexander Albon.

Ricciardo e Verstappen: casos raros de sucesso, até um deles ser preterido pelo outro... Foto: Divulgação/Red Bull
Durante meia década a Toro Rosso foi constantemente cobrada por Marko pela falta de resultados. No entanto, este ano finalmente veio algum retorno depois da evolução da Honda e também de um pouco de sorte e oportunismo de seus pilotos outrora renegados.

Se antes era abundante a entrada de talentos, as dificuldades na base mostram que a Red Bull tem mais cuidado ao incinerar seus pilotos, sendo agora mais comum o "rebaixamento" do que a total ruptura. Ainda assim, a Toro Rosso/Red Bull cumpre seu papel de abastecer o grid em suas equipes (ou não), como Sainz pode muito bem provar.

Agora, a F1 tem mais uma alfa querendo se provar no bando, quer dizer, Alpha, tal qual o Athletico. De resto, segue tudo como está, com Gasly e Kvyat como pilotos. Ansioso para ver se o novo carro terá coloração diferente.

A exemplo da Force India, Toro Rosso era outro nome que nos acostumamos e vamos sentir falta. Em todo o caso, bem vinda a mais uma Alpha, a Alpha Tauri.

Até!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

PELA PORTA DA FRENTE

Foto: Motorsport Images

Robert Kubica tinha uma vitória na carreira, vários pódios e grandes desempenhos na BMW Sauber quando foi contratado pela Renault para ser o grande líder da equipe nos anos 2010. Um bom ano de 2010 poderia ser um presságio para que ele e os franceses continuassem avançando. Kubica também era bola da vez para pegar a vaga de Felipe Massa na Ferrari. Até hoje existem histórias de que já haviam negociações em andamento.

Até que um acidente de rali em fevereiro de 2011 quase colocou tudo a perder. Kubica ficou entre a vida e a morte. O movimento do braço poderia estar comprometido. As seqüelas poderiam ser graves.
Uma carreira em sucessão interrompida. Com uma lenta recuperação, restava ao polonês se aventurar no rali que tanto gostava. Era notícia quando capotava com frequência, algo até normal na dinâmica do esporte.

Com o passar do tempo, o nome de Kubica tinha um misto de alegria e lamentação, de alguém poderia ter sido mais do que foi se não fosse o acidente. Sem contar a pancada assustadora no Canadá que resultou “apenas” em um tornozelo quebrado.

Nos últimos anos, começaram a surgir movimentos de que o polonês gostaria de se testar na F1 de volta. Carros mais pesados e difíceis, além das lesões e limitações que tinha, deixavam tudo uma grande dúvida.

Kubica não se deu por vencido. A Renault, antiga equipe, abriu as portas mas viu que o polonês não seria competitivo o suficiente para pilotar. Com o passar do tempo, o que era grande expectativa virou dúvida: por que Kubica não foi aproveitado pelos franceses e até preterido por Sirotkin na Williams? Restou ser piloto de testes.

Naquele momento, o desempenho esportivo passou a ser segundo plano. O que valia era a história, a redenção, o retorno de um esportista que, mesmo diante de algumas limitações, mostrava que era possível estar lá. Tudo bem que ele comprou a vaga, mas Kubica na Williams nesse ano foi um sopro. Uma história pessoal que envolve a todos, como se fosse um filme de superação, em um mundo tomado por adolescentes endinheirados.

É claro que somente o nome Kubica estava no cockpit. Aquele piloto não existe mais. Com limitações, foi obliterado por George Russell. Perdeu todos os treinos, mas não dá pra fazer pouco caso. Russell derrotou Albon e Norris na F2, não é qualquer galinha morta e, mesmo assim, na hora decisiva, valeu a estrela e até sorte do polonês para ser o responsável pelo único ponto da equipe no ano, graças a desclassificação da Alfa Romeo na Alemanha.

No fundo, o retorno de Kubica teve como desempenho técnico talvez uma reação abaixo até das expectativas iniciais, que não eram altas. É um piloto de outra categoria em um carro de outra categoria. Não há demérito e ninguém se importa. O mais importante foi que Robert Kubica mostrou ser possível nunca desistir e dar a volta por cima. Ou alguém acha que o saudável Latifi é capaz de fazer muita coisa diferente?

Num esporte cada vez mais negócio e menos humano, o polonês subverteu a lógica. Entra e sai pela porta da frente, sendo reconhecido por todos. No fundo, isso é o que mais importa e, para quem gosta de vasculhar os livros de história, poderão ver que em 2019 Kubica fez um ponto e Russell nenhum.

Logo, o polonês foi melhor que o britânico na temporada. Ou não. De novo: quem se importa?

Que Kubica siga feliz e alcance os outros objetivos pessoais e profissionais que lhe resta.

Até!

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O BONDE PASSOU

Foto: Divulgação/Renault
Na vida, existem janelas de oportunidades muito curtas para nós aproveitarmos. Do contrário, fica a eterna sensação do "e se". Uma escolha e um alinhamento das estrelas pode determinar muitas coisas. Estar no lugar certo e na hora certa. No lado contrário, está a maioria que não teve ou não aproveitou essa pequena janela de oportunidades que mudam uma vida.

Nico Hulkenberg ficou dez temporadas quase ininterruptas na F1 (de 2009 até agora; ausente apenas em 2011). Isso não é um fracasso. Pelo contrário. Passou por duas equipes de grife (Williams e Renault), uma tradicional (Sauber) e uma que estava em ascensão e hoje pode-se considerar relativamente tradicional (Force India, atual Racing Point).

Tirando a Renault, em todas as outras Nico teve um desempenho acima da média, "andando além do carro", sendo aquele piloto que todos cravavam que "com um carro melhor, mostraria todo o potencial". O prenúncio disso foi a pole inesperada com a Williams logo na primeira temporada, há quase dez anos.

O jovem Nico. Foto: Getty Images
Mas parecia que desde os primórdios o destino avisava que iria pregar peças no jovem, pois ele não tinha contrato para a próxima temporada. E assim ficou, como piloto de testes da Force India. Que azar. Pois bem, de volta em 2012, outra vez no Brasil a sorte parecia sorrir para Nico. Uma segunda chance.

Decisão de campeonato, tensão no ar, tempo maluco. Uma combinação de fatores que fez Nico liderar com 40 segundos de vantagem em relação ao resto, até que um Safety Car embolou todo mundo. Tudo bem, ao menos ele está em primeiro. A pista seca e Nico roda. Cai para segundo. Sem problema, a Force India está bem na prova, mais veloz. É só passar Hamilton e retomar o controle. No S do Senna, o carro escorrega, o retardatário atrapalha e Hulk bate. Punido com um drive through, chega em quinto. É a sorte e o azar juntos, onde o segundo parece ser mais forte. Justo na hora H, Hulk exita, de novo.

Foto: Getty Images
Foi a grande chance da consagração, mas tudo bem. Hulk é um bom piloto, regular, sempre marca pontos e é o "melhor do resto". O pódio ou algo assim vai acontecer. Na Sauber, em 2013, viveu o melhor momento da carreira. A briga com Alonso e etc na Coreia é o ponto alto de sua trajetória na F1. Ali, muita gente quase que implorava um carro melhor para Nico. Mas o destino...

Hulk deve ter sido a grande vítima da entresafra e da contínua insistência da Ferrari em Massa e Raikkonen. Hulk sempre foi o ficha um para ser o próximo da lista, mas a chance nunca chegava. Com o passar do tempo, a regularidade continuava ali, mas sempre que o imponderável acontecia, não era Nico quem se destacava. Esse cara foi Sérgio Pérez.

O destino sempre foi e vem. Se na F1 não dava, a WEC veio e o salvou. Título nas 24 horas de Le Mans. A sorte sorriu, como bem escrevi em 2015. Poderia ser um indício dos dados virando para seu favor.

Mas, como sempre, o destino... a regularidade já não era mais a mesma. Pérez além de ser mais rápido, ainda aproveitava as chances de pódio. Nesse eterno vai e vem, a ida para a Renault foi até surpreendente. Hulkenberg, experiente e bom piloto, sendo líder de uma equipe de fábrica que buscava a reestruturação? Era bastante, talvez até demais. E foi a sua última chance, como "profetizada" aqui em 2016.

A toada seguia a mesma. Hulk despachou Palmer e Sainz. O carro não ajudava, mas a velha sina seguia. Nas raras chances de pódio, como em Baku ano passado e na Alemanha esse ano, Hulk errou e fraquejou, tal qual em Interlagos 2012. Foi definitivo. A chegada de Ricciardo para ser o líder dos franceses também foi um sinal. O tempo passa. Em uma F1 cada vez mais jovem, precoce e dependente das montadoras e magnatas obscuros, Hulk era um dos poucos que não trazia patrocínio, apenas talento. A falta de estrela, a idade e o desgaste fizeram perder o lugar para Esteban Ocon, que retorna.

A batida na Alemanha: o fim de Hulk na F1. Foto: Getty Images
Como Eminem disse em 'Sing For The Moment':

"É por isso que aproveitamos o momento, tentamos congelá-lo e possuí-lo; Apertar e segurar, porque consideramos esses minutos dourados".

A pole em Interlagos foi esse momento dourado, congelado na eternidade. No entanto, Nico não conseguiu aproveitar os outros momentos que lhe surgiram na F1.

O bonde passou e Hulkenberg não conseguiu entrar por inúmeros fatores, dele próprio e externos do destino, dos negócios e da política da F1. Com a idade chegando e o grid sem mais carros, talvez seja improvável que retorne. O que lhe resta? WEC, para ser campeão ou mais títulos de Le Mans? Fórmula E? Indy? Como todos sabemos, ser piloto é muito mais que ganhar e bater recordes na Fórmula 1, mas Hulk poderia ter sido mais do que foi. Ficaremos sempre com aquele "e se ele vencesse em Interlagos?" ou algo do tipo.

Talvez não fizesse tanta diferença, mas seria um sentimento muito melhor e eterno do que ver pilotos inferiores a ele como Sainz, Stroll, Magnussen, Gasly e Grosjean com pódios e ele não. É a vida. É o bonde.

Até.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

GP DE ABU DHABI - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:34.794 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016 e 2018) - 4x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 387 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 314 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 260 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 249 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 230 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 95 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 95 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 84 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 54 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 45 pontos
12- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 43 pontos
13- Nico Hulkenberg (Renault) - 37 pontos
14- Daniil KVyat (Toro Rosso) - 35 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 14 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 701 pontos
2 - Ferrari - 479 pontos
3 - Red Bull Honda - 391 pontos
4 - McLaren Renault - 140 pontos
5 - Renault - 91 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 83 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 67 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 57 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:

Sexta-feira:

Treino Livre 1 - 6h (SporTV 2)
Treino Livre 2 - 10h (SporTV 2)

Sábado:

Treino Livre 3 - 7h (SporTV 2)
Classificação - 10h (SporTV 2)

Domingo:

Corrida - 10h10 (Rede Globo)

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

RITMO DE FÉRIAS

Foto: F1
Quando este post for publicado, estarei no Rio de Janeiro curtindo uma semana de folga. Portanto, não terá o post dos treinos livres de sexta, mas isso não significa que o blog tirou férias. Ele, tal qual a F1, já está no ritmo de férias, o que é bem diferente.

Como Abu Dhabi completa nesta temporada dez anos no calendário, já é tempo suficiente para ter sido realizada algumas corridas. Como sempre ficou no final do calendário, em muitas oportunidades a corrida era somente um ato protocolar antes do final de férias, portanto o intuito do tópico é justamente relembrar essas corridas inesquecíveis de caráter amistoso:

Foto: BBC

A primeira corrida por lá foi logo após Jenson Button ser campeão mundial com a Brawn. Havia todo o caráter de novidade em uma prova que começava de tarde e terminava de noite. Hamilton era o grande favorito para dominar a prova mas sua McLaren quebrou e permitiu a dobradinha da Red Bull com Vettel e Webber, com Button e Rubinho fechando a despedida da Brawn GP. Também foi a despedida da Toyota e da BMW da F1.

Foto: Motor Authority

Com Vettel barbarizando e conquistando o bi, um pneu furado na largada fez com que Hamilton vencesse a corrida que deveria ter ganho em 2009. De significativo, foi a última corrida da carreira do Rubinho, que terminou em 12° com a Williams.

Foto: F1
A nona vitória seguida de Vettel veio fácil, apesar de ter largado em segundo. Foi a última prova e pódio de Mark Webber, a despedida de Felipe Massa da Ferrari e de Kimi Raikkonen na Lotus.

Foto: Motorsport
No auge da Mercedes, Rosberg só passou a vencer depois de Hamilton ter confirmado o tricampeonato. Não tem mais o que tirar, gente.

Foto: F1
Com o tetra garantido, Hamilton chegou em segundo, atrás do parceiro Bottas. Foi a despedida definitiva de Felipe Massa da F1, assim como de Pascal Wehrlein.

Foto: Reprodução/F1
Parece ontem, mas já vai fazer um ano que Alonso se despediu da F1, juntamente com Ericsson, Vandoorne, Sirotkin e Hartley. Hamilton venceu mais uma.

Como vocês podem perceber, essa pista só tem o mínimo atrativo quando há alguma disputa de título, o que aconteceu somente em quatro oportunidades. Mesmo assim, como o traçado é horrível e nada acontece, é difícil de se ter emoção, exceto quando Alonso ficou preso atrás de Petrov e Hamilton segurou o ritmo para todo mundo tentar passar Rosberg, sem sucesso.

Abu Dhabi não pode finalizar uma temporada. Só está lá pelo dinheiro. Pode ser bonito, ter uma estrutura espetacular no entorno e shows pirotécnicos, mas de corrida, corrida mesmo, talvez só em 2012 tenha sido decente (a famosa "leave me alone" do Raikkonen). Bem, é o que temos para hoje. Retorno em breve com a programação normal, definitivamente de férias.

Até!

terça-feira, 19 de novembro de 2019

EU SOU VOCÊ AMANHÃ

Foto: Alliance/DPPI
Durante os anos 1980, uma campanha publicitária de Jacques Lewkowicz fez muito sucesso: para vender uma vodka, foi criado o "efeito Orloff", nome do produto: uma pessoa convencia a outra para beber o produto e, no fim, dizia "porque eu sou você... amanhã". Se bebesse a Orloff, o sujeito não ficaria triste, deprimido e arrependido no outro dia. Na cultura popular, essas expressões começaram a ser usadas quando ações se repetiam com o passar do tempo.


Talvez Vettel não beba vodka, mas certamente está passando pelo efeito Orloff. Em 2010, enquanto brigava pelo título mundial sendo uma jovem promessa, ele teve que lidar com um relacionamento conflituoso com o experiente e menos talentoso Mark Webber, que o acusava de ser protegido de Christian Horner, Helmut Marko e companhia.

Na corrida da Turquia, enquanto disputavam a primeira posição, Vettel acabou se chocando com o australiano e os dois bateram em plena reta. O alemão abandonou e Webber conseguiu salvar um terceiro lugar. Era a materialização do clima bélico que vivia a jovem Red Bull, até então inexperiente como protagonista andando na frente. No fim das contas, tudo deu certo e o jovem talentoso se sobrepôs ao experiente cinco anos seguidos, com quatro títulos mundiais.


Em 2014, sendo o tetracampeão experiente, foi batido com facilidade pelo jovem Daniel Ricciardo sem criar problemas. O fim de ciclo estava evidente e rumou para a Ferrari, onde só enfrentou Kimi Raikkonen e, mesmo assim, teve um acidente parecido na largada de Cingapura em 2017:


Agora com Leclerc, o acidente no Brasil é igual ao da Turquia. Vettel passa, tenta atravessar um pouquinho o carro na marra, Leclerc não cede e os dois colidem. Pior para os italianos. Nesta temporada, são sete poles para o novato monegasco e apenas uma para Vettel. Duas vitórias a uma, sendo que poderiam ser quatro a dois. Vettel foi superado pelo jovem Leclerc, que não o "respeita".

Em algumas teorias nos últimos meses, me parece que o principal objetivo de Vettel e não perder para o companheiro de equipe. Na largada, foi passado facilmente por Hamilton e não esboçou reação. Ao ser passado por Leclerc, tentou reagir rapidamente. Duas tônicas da carreira de Seb. Ele sabe que está perdendo prestígio e mesmo com a aura de campeão que tem isso não vai ser o suficiente para as próximas temporadas. O tempo não está a favor dele, e sim da nova estrela, "o Vettel do passado", Leclerc.

Foto: Reprodução/FOM
Eu sou você amanhã. Vettel virou o Webber do passado e Leclerc o Vettel de antes? Mais ou menos e sim. Um cara com o currículo dele jamais será um segundo piloto e a qualidade dos dois jamais podem ser comparadas. Leclerc tem potencial para ser um grande piloto e já está provando rapidamente, assim como Seb conseguiu.

Sobre o incidente, não estou aqui para apontar culpados, até porque os dois têm responsabilidades. Leclerc não deu espaço, algo corriqueiro depois do passão de Max na Áustria, e Vettel tentou ganhar esse espaço na força, resultando nisso. Mattia Binotto não tem pulso para comandar esses dois, principalmente agora que Leclerc vai ficar, com o tempo, maior do que já é.

Como Vettel pode solucionar isso? Bebendo Orloff para não virar o Webber da vez? Me parece que não está fazendo isso... enfim, não vai ser o último embate entre esses dois. 2020 promete. Como a Ferrari vai lidar com essa hierarquia questionada? Vodca demais dá dor de cabeça!

Até!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

ANSIEDADE

Foto: Getty Images
Pode não valer mais nada, mas o GP do Brasil é sempre um evento que traz ansiedade. A proximidade com o país e todo o contexto me transformam. São dias diferentes. A ansiedade aumenta desde o fim da corrida anterior e o pensamento de que "o próximo é aqui".

Existem muitas possibilidades. A chuva ou não pode mudar tudo. No primeiro treino livre, tudo começou com um temporal até a pista secar, aos poucos. O tempo para domingo é incerto. Com a pista úmida, já tivemos vítimas: Albon, Kvyat e Kubica. É o imponderável tentando ajudar. No final de temporada, os motores começam a pedir água também, como foi o caso da Honda do Gasly.

Foto: Getty Images
Os treinos mostram muito equlíbrio. A Ferrari, se solucionar aquilo que espera-se tenha sido apenas um acidente de percurso em Austin, pode ter vantagem, afinal o circuito é veloz. A Mercedes, em estado de graça, quer manter a pegada dos recordes, ainda mais que Hamilton corre "em casa". Verstappen nunca pode ser descartado, embora ele tenha mais possibilidades de sobressair no caos.

Enfim, esse é um texto que enfatiza mais do que nunca o desejo e o sonho que tenho em estar lá presencialmente em Interlagos para assistir uma corrida, afinal já fui duas vezes para o Lollapalooza, mas a sensação certamente deve ser diferente. Quem sabe?

Mais convicção do que torcida, tenho certeza também que domingo teremos uma grande corrida por aqui. Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

terça-feira, 5 de novembro de 2019

A FLOR DA TERRA

Foto: Getty Images
83 vitórias e seis títulos. Lewis Hamilton se encaminha para ser o maior piloto da história, ao menos na frieza dos números. Em 2020, o último ano antes da "nova F1", a tendência é que o domínio continue e as forças não mudem. Parafraseando Chico Buarque e Milton Nascimento, "o que será que será?" a partir de agora?

Bom, como já escrito para o ano que vem, não teremos mudanças em quase nada, só a entrada de Ocon na Renault e alguém na Williams. A Mercedes segue favorita com a Ferrari tentando não se autossabotar e Verstappen precisando provar que não é um eterno adolescente inconsequente.

Diante desse cenário, como também já foi escrito, parece pavimentado o destino de Hamilton. Mas e depois? Se a Mercedes não for mais o carro dominante, duvido muito que toda essa energia do inglês em permanecer muito tempo prossiga, até porque talvez não tenha tanto interesse em refazer o caminho que trilhou pelos alemães. Isso, somado aos outros interesses extra-pista que possui, podem definir ou não seu destino na categoria.

Para o resto, tirando Leclerc, as dúvidas também continuam: Vettel vai permanecer na F1? Verstappen vai ser paciente com a Red Bull até quando? O que será de Ricciardo? E Alonso, volta? Teremos uma mudança de hierarquia e o surgimento de novas forças (mesmo que sejam passageiras), tal qual em 2009?

Muitas perguntas que irão demorar dois anos para serem solucionadas. Ninguém está interessado no ano que vem, por isso pouquíssimas mudanças. Estão todos preocupados em semear a flor da terra dos anos seguintes.

Por falar no presente, Giovinazzi renovou com a Alfa Romeo. Vai passar mais um ano esquentando o banco do Mick Schumacher, que agora precisa se provar no fraquíssimo grid da F2 e com uma equipe de ponta na base que é a Prema. Sem mais desculpas. Do contrário, o italiano poderá até seguir também, mas para isso precisa ser menos errático. Também não há mais desculpa de ser a temporada de estreia.

2020: o ano que todos querem pular.

Até!

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

HEXA PROTOCOLAR

Foto: Getty Images
Agora é oficial: Lewis Hamilton é o segundo homem da história a conquistar mais de cinco títulos na F1. Falta um para igualar Schumacher e oito vitórias para empatar nas 91 do alemão. O triunfo com duas etapas de antecedência foi chegando de mansinho, aliando o auge da forma do inglês, a dominância da Mercedes e a incompetência dos demais.

Em Austin, foi montado o palco que a Liberty queria: título nos Estados Unidos, com vários astros e tudo mais. Apesar de evidente, esperava mais efusividade, apesar das circunstâncias parecem ser apenas protocolares, de quem quer ganhar mas que aquilo já virou normalidade, não existe mais a emoção da primeira, da segunda ou de um longo jejum. É como se fosse o Grêmio ganhando grenal atualmente.

Um pulo espetacular o deixou em terceiro na primeira parte da prova. Com Bottas e Verstappen optando por duas paradas, Hamilton foi até o limite para fazer apenas uma e ir com os duros até o final. Segurou Bottas o quanto pode e conseguiu um segundo lugar que era mais que o suficiente para ser campeão, coroando o domínio alemão com a vitória do finlandês. Max fez o que era possível e foi o terceiro.

Foi uma corrida um tanto quanto melancólica, o começo das férias. Austin não ajuda muito. Apesar de ser bonito e tal, é difícil ter corridas boas por lá. Podiam voltar com Indianápolis. Sem muitas emoções, alguns destaques:

- O ritmo inexistente de corrida da Ferrari. Vettel foi passado por todo mundo e abandonou com problemas na suspensão traseira. Leclerc tomou um minuto dos ponteiros. Inexplicável. Será que depois de toda aquela balela dos motores veio uma queda daquelas, igual ano passado. Apenas coincidência?
- As boas corridas no duelo entre Daniel Ricciardo e Lando Norris, os amigos. A McLaren é a quarta força da F1 e o australiano faz o que pode com o irregular carro francês. Apesar do toque na primeira curva, Albon parou tantas vezes pra fazer várias ultrapassagens e fechar em quinto. Poderia ter sido quarto colocado.

Foto: Getty Images
- Corrida de recuperação é o que fizeram Hulkenberg e Pérez. Um optou por uma parada, foi com os duros o quanto pode e depois passou todo mundo. O mexicano, largando dos boxes, conseguiu salvar um pontinho. Pilota demais o Checo! Raikkonen, que também estava no fundão, quase beliscou o dele também.

De resto, a mesma melancolia de quem não pontua e/ou abandona. Em duas semanas, veremos o grande circo já em clima de fim de festa para mais um Grande Prêmio do Brasil.

Hamilton, como de costume, escreve mais uma página para a história da categoria. Já são tantas e consecutivamente que parecemos já cansados. Só iremos perceber a grandiosidade disso tudo quando acabar. Enquanto isso, tentamos aproveitar o máximo, apesar de farto do domínio dele e da Mercedes de Toto Wolff.

Confira a classificação final do GP dos Estados Unidos:


Até!

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

HABEMUS REGULAMENTO

Foto: Reprodução
Depois de muita discussão e especulações, a FIA, FOM e Liberty Media finalmente divulgaram para o público de forma oficial as diretrizes aerodinâmicas e econômicas da F1 a partir de 2021. A imagem acima é, mais ou menos, como serão os bólidos, que tem como grande objetivo permitir mais disputas na pista e menos turbulências geradas pela pressão aerodinâmica.

Alguns tópicos dissecados pela Liberty e aprovados pela FIA, em comunicado oficial divulgado ontem (31):

"Com a aprovação submetida ao Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a publicação do novo regulamento determina os novos rumos da principal categoria do esporte a motor, dissecados pela Liberty Media em alguns tópicos:

- Carros mais aptos a batalhar na pista

- Uma competição mais equilibrada na pista

- Um esporte no qual o sucesso é determinado mais pela forma como uma equipe gasta seu dinheiro, não quanto gasta - incluindo, pela primeira vez, um teto de custo totalmente aplicável (US$ 175 milhões por temporada) nas regras da FIA.

- Um esporte que é um negócio melhor para os participantes e mais atraente para novos participantes em potencial.

- Um esporte que continua a ser a principal competição de corridas de automóveis do mundo e a vitrine perfeita de tecnologia de ponta."

Bem, as rodas da Pirelli terão aro 18 (em substituição ao aro 13), com um apêndice em cima, além de "taparem" a calota. As asas traseira e dianteira serão mais simples, com o intuito de reduzir a turbulência gerada ao carro de trás. Com isso, a FIA aposta que, com a diminuição do ar "sujo"gerado pelo carro da frente (que varia entre 40% e 50% de pressão aerodinâmica, que impede andar próximo, não gerando disputas), seja possível mais brigas na pista sem o uso artificial do DRS, perdendo apenas 10% de pressão aerodinâmica.

Para isso, a FIA também vai impedir que as equipes façam evoluções nos carros, como a incrementação de apêndices e coisas afins, que supostamente aumentariam a pressão aerodinâmica e o ar "sujo" gerado para os carros de trás, além do lado estético, que é ver um carro mais "limpo".

No final de semana de corrida, as coletivas de quinta serão transferidas para a sexta de manhã, momentos antes do primeiro treino livre.

Bem, todas as revoluções da F1 tiveram como objetivo a eficiência máxima dos carros e o ápice em tecnologia e desenvolvimento. Desta vez, porém, vemos a preocupação de que haja simplesmente disputa, nem que isso torne os carros mais lentos. O mais importante dessa questão é o teto orçamentário: será que vai ser devidamente respeitado? Será que vai surtir o efeito desejado, que é o de trazer mais equipes com menos custos e supostamente equilibrar tudo? Depois de um tempo, o certo vira incerto e o otimismo vira ceticismo. É o meu sentimento. Pior do que está não fica.

Foto: Getty Images
Nos treinos livres, a grande novidade foi o fato de as equipes puderem testar os pneus da próxima temporada. Entre isso, a estratégia de corrida e a velocidade pura, tivemos resultados distintos. Pela manhã, Verstappen foi o mais veloz, com a Mercedes apenas fazendo acertos de prova. No segundo treino, quando andou pra valer, o virtual hexa Hamilton foi o mais rápido. Diante de muito equilíbrio, quem conseguir esquentar melhor os pneus na fria Austin vai levar vantagem em um circuito cheio de ondulações, que causou diversas escapadas, rodadas e até batidas de Grosjean, de cara pro chefe.

Em um final de semana histórico pelo segundo homem a conquistar seis títulos, o novo regulamento da "nova Fórmula 1" pode ser outro marco definitivo, ou apenas mais um retumbante fracasso que, como sabemos, só o tempo irá nos responder.

Confira a classificação dos treinos livres de sexta em Austin:






GP DOS ESTADOS UNIDOS - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:37.392 (Mercedes, 2018)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:32.237 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Kimi Raikkonen (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x

MAGNUSSEN E GROSJEAN NUM CARRO DA NASCAR

Foto: Getty Images

Corrida em casa é momento para grandes anúncios e ações de marketing. A Haas anunciou que seus dois pilotos irão pilotar um carro da Nascar no Circuito das Américas, em Austin. Mas não é qualquer carro. É o #14 do tricampeão Tony Stewart, aposentado desde 2016. Será uma experiência e tanto.
O carro vai ter um assento extra para que tanto K-Mag quanto Romain possam sentar e aprender do lado de Stewart. Os dois pilotos da F1 nunca pilotaram um carro da categoria americana:

“Um stock car praticamente não tem downforce, então não faço nem ideia de como vai ser. Nunca pilotei um Nascar antes. Tenho certeza de que vai ser muito diferente do outro carro que costumo pilotar no Circuito das Américas. Vai ser uma experiência muito interessante. Um carro da Nascar é algo icônico e sempre estive curioso para testar. Claro que ele funciona melhor em um oval, mas eles também correm em mistos. Vai ser interessante ter um pouco de diversão”, disse o dinamarquês.

“Acho que só precisamos frear um pouco mais cedo do que de costume num carro de F1”, continuou Grosjean. “Veremos como o motor responde ao uso do acelerador. Mal posso esperar. O barulho vai ser ótimo. Acho que vai ser uma boa experiência, além de que ter o Tony Stewart nos ajudando e dando conselhos vai ser incrível”, destacou Grosjean.

“É difícil acreditar que já se vão três anos desde a última vez que pilotei um stock car, só que ver algumas das corridas em mistos, principalmente no roval de Charlotte, certamente aumentou meu interesse”, contou Stewart. “Esse vai ser um bom jeito de matar a vontade. Nunca estive no COTA. Tudo que sei é o que vi na TV e no iRacing. Eu gosto [do traçado]. Mesmo depois de duas décadas na Nascar, ainda há coisas novas para se experimentar. Nunca pilotei nessa pista, enquanto o Kevin e o Romain nunca nem andaram em um stock car. Vamos descobrir juntos”, disse Tony Stewart.

Vai ser uma experiência marcante para os três. Tony vai matar as saudades e conhecer o Circuito das Américas, enquanto que os dois europeus vão experimentar um carro que praticamente só anda em oval. Já no aguardo dos vídeos desse encontro. É o grande momento da Haas no ano, sem dúvidas.

ALBON CONTINUA IMPRESSIONANDO A RED BULL

Foto: Getty Images
Em seis corridas, 58 pontos contra 39 do bicho-papão Max Verstappen. Esse é o retrospecto de Alexander Albon depois que foi promovido para a Red Bull, e isso sem ter a disposição muito tempo de simulador e tampouco pré-temporada. A própria cúpula dos taurinos admite: não esperava tanto assim do tailandês nascido e criado em Londres.

“Ele impressionou a equipe com sua performance desde o dia em que chegou. O melhor é que ele evolui a cada fim de semana, cada vez é um piloto mais forte. Alex, além disso, conseguiu somar mais pontos que Max desde as férias de verão, algo que ninguém esperava, considerando que é sua primeira temporada na F1. Cada dia ele está mais forte e vem impressionando a todos com sua atitude e aplicação", disse o chefão Christian Horner.


Albon pontuou em todas as corridas até aqui, tendo como melhor resultado um quarto lugar no GP do Japão. Se o temor de colocá-lo diante de Max sem a preparação adequada havia sentido pelo risco de queimar mais um jovem, o tailandês mostra que tem muita qualidade, colocando suas características da F2: crescer na reta final, administrar bem os pneus e ultrapassagens cirúrgicas. Em pouco tempo, já deu para perceber que é muito mais piloto que Gasly, que não mostrou nem perto disso em muito mais etapas. Está aí o "segundão" de Verstappen para a sequência, mas um segundão que aproveita toda e qualquer bobagem que Max fizer.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 363 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 289 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 236 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 230 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 220 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 77 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 76 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 74 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 43 pontos
10- Daniel Ricciardo (Renault) - 38 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 35 pontos
12- Lando Norris (McLaren) - 35 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 34 pontos
14- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 652 pontos
2 - Ferrari - 466 pontos
3 - Red Bull Honda - 341 pontos
4 - McLaren Renault - 111 pontos
5 - Renault - 73 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 64 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 64 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO: