segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A CORRIDA QUE NÃO ACABOU

Foto: Getty Images
Hamilton igualou o número de vitórias de Prost e diminuiu a vantagem de Rosberg para 19 pontos. Ainda assim, o inglês depende de fatores "externos" para sair com o tetra. Para Nico, basta vencer no Brasil para conquistar o título inédito (ele venceu as últimas duas provas em São Paulo; Lewis nunca venceu em terra brasilis).

Tudo isso é secundário. Vamos falar sobre as voltas finais e a definição (??) do terceiro colocado da prova.

Verstappen repetiu o que Lewis fez na largada: escapou na curva 1 pela grama e voltou para a pista com mais vantagem. A equipe e a direção de prova mandaram o adolescente holandês devolver a posição, mas ele recusou. Vettel, irado no rádio, xingava Max, FIA e até Charlie Whiting durante voltas em um ataque de fúria "normal", tratando-se do histórico recente dele na temporada. Realmente, pilotar na Ferrari transforma as pessoas. É muita pressão.

Enquanto Vettel tentava perseguir Verstappen, Ricciardo se aproximava. Max, na penúltima volta, reduziu o ritmo para o australiano se aproximar. Ric aproveitou a disputa e tentou passar a Ferrari, que bloqueou a manobra mudando de direção na zona de frenagem. Se não fosse a extrema habilidade de Ricciardo, certamente teria havido um acidente entre os dois. Tudo isso só aconteceu porque Verstappen não devolveu a posição e a FIA foi omissa, afirmando que ia tomar uma atitude apenas depois da prova. Ricciardo é, sem dúvida alguma, o melhor piloto da temporada.

Foto: James Allen
As posições de pista foram mantidas. Verstappen cruzou a linha de chegada em terceiro, Vettel em quarto e Ricciardo em quinto. Enquanto isso, o alemão seguia xingando todo mundo no rádio. Arrivabene, irado, tentava conter os ânimos de Seb.

Vettel: "Sai, Sai (omitido), por favor. Ele é um (Omitido). Isso que ele é. Quer dizer, eu sou o único ou você está vendo o que eu estou vendo?"

Adami: "Charlie disse.."

Vettel: "Ah sim, quer saber, aqui vai mensagem para Charlie... Honestamente, vai se (omitido)"

Metros depois de concluir a prova, Vettel colocou o carro do lado da Red Bull do holandês e sinalizou com o dedo um sinal de "não, você não vai para o pódio. Aqui não, queridinha!". Max respondeu algo do tipo "Vá vá vá vá, sai pra lá e me deixa em paz!"

Foto: AutoSport
Como a FIA ainda não tinha se manifestado, Verstappen parou o carro no local destinado para o terceiro lugar e estava se preparando para o pódio. Mas.. A FIA tomou uma atitude rápida e puniu Verstappen com acréscimo de cinco segundos no tempo final de pódio. Com isso, Vettel era o terceiro e Ricciardo o quarto, com Max em quinto.

Foto: Reprodução
Vettel saiu correndo para o pódio e recebeu o troféu de terceiro colocado. Masss.... horas depois da corrida, uma bomba: a direção de prova puniu a "mudança de direção" de Vettel sobre Ricciardo, justificando a nova regra da FIA que entrou em vigor na corrida passada, que não permitiu mudanças de direção na hora da frenagem, justamente para frear o ímpeto de Max... A lei anti-Verstappen puniu Vettel com dez segundos no tempo final da prova. Resumo: Ricciardo ficou em terceiro, Verstappen em quarto e Vettel em quinto. O australiano sorridente riu por último e a Ferrari, que saia do jejum de estar fora do pódio desde Cingapura, saiu por baixo. Pobre Arrivabene.

Essa punição foi ridícula. Vettel e Ricciardo travaram uma linda disputa. Isso é F1! Explorar o limite sem manobras ilegais! Por frescuras como essas que ninguém mais assiste a categoria. Só é permitido passar via DRS e por dentro agora? "Absolutely ridiculous, honestly!" (reclamaria assim Vettel). Olhando de fora, claramente é uma represália pelo fato do alemão ter xingado Charlie Whiting, ainda mais se tratando do ambiente da F1. Sobre Verstappen: Hamilton fez o mesmo na largada e não foi investigado. Estranho, não? Dois pesos duas medidas. A FIA deixou o monstro holandês crescer e precisou a forceps domar a criatura que tanto fortaleceu. Vamos ver se Max vai aprender com a lição ou continuará arrogante e inconsequente.

Falando do resto: Hulk coroou um grande fim de semana chegando em sétimo, dominando o dono da casa Sérgio Pérez, que ficou a corrida inteira sem conseguir passar Felipe Massa, restando apenas o décimo lugar. Massa também já havia segurado Vettel no primeiro stint e apenas foi ultrapassado por Bottas, o oitavo. Boa corrida do brasileiro, dentro de suas possibilidades.

Ericsson quase conseguiu pontuar pela Sauber, sendo o 11°. Incrível que ele teve que passar por um pit extra após ser tocado por Wehrlein e mesmo assim fez uma boa prova. Nasr apostou (ou teriam apostado por ele) em uma parada só, mas foi apenas o décimo sexto. Sabotado ou não, seu 2016 não é bom. Também é injusto esperar algo melhor, mas também é estranho ser dominado por alguém que foi derrotado tão facilmente no ano passado. Teorias da conspiração?

Foto: Getty Images
Essa é a classificação, por ora, do Grande Prêmio do México:


A próxima corrida será o Grande Prêmio do Brasil, no autódromo de Interlagos, São Paulo, nos dias 13, 14 e 15 de novembro. Até lá!



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

HALO E RECLAMAÇÕES

Foto: Getty Images
De maneira surpreendente, Sebastian Vettel foi o mais rápido do dia na Cidade do México. Ele superou Hamilton por apenas 4 milésimos, no TL2. Rosberg foi o terceiro, quatro décimos mais lento, e Raikkonen o quarto. Entretanto, me parece claro que a Mercedes não usou a plenitude da unidade de potência e segue muito favorita para dominar mais um final de semana. A Ferrari, por outro lado, tem boas chances de superar a Red Bull e ser a segunda força devido ao fato do traçado não exigir muito downforce. Será uma disputa interessante: Hamilton tentando diminuir a vantagem de Rosberg, que pode aumentar e até mesmo ser campeão no domingo caso outro motor do inglês estoure, por exemplo.

Em todas as provas, um rádio de Vettel xingando algum piloto ou reclamando de algo acaba saindo. Hoje não foi diferente. A vítima foi seu rival Fernando Alonso. Mais lento, o espanhol atrapalhou a volta rápida do alemão no final da reta principal. Com isso, Seb teve que espalhar na curva e desperdiçou uma volta no acerto do carro. No rádio, ele não perdoou e chamou a fênix de "idiota". Evidente que no calor do momento não dá para levar em consideração a reação do piloto, mas Vettel está insuportável e mimizento. Ele reclama de tudo, nem o reclamão de marca maior que vos escreve o está suportando. Menos azedume, Vettel. Sabemos que a fase da Ferrari é péssima, mas não é xingando todo mundo que vai resolver a situação.

Massa foi o 13°, enquanto Bottas foi o 8°. Aparentemente de saída da Sauber, Nasr ficou menos um décimo mais lento que Ericsson e ficou imediatamente atrás na classificação, em 19°. A Williams parece mais próxima dos taurinos e da Force India, mas terá que continuar batalhando para conquistar seus pontinhos.

Foto: Getty Images
No primeiro treino, Hamilton ficou em primeiro, com Vettel em segundo e Raikkonen em terceiro, com a dupla da Force India em quarto e quinto (Pérez e Hulkenberg) e Bottas em sexto. Rosberg, novamente, foi apenas o sétimo, mais comedido nessa sexta-feira, certamente optando pelo melhor acerto para a classificação de amanhã. O mais curioso dessa sessão foi o fato de quase todas as equipes terem utilizado o Halo: Sauber, Renault, Force India, Manor e Williams. Nasr estava em volta rápida com o dispositivo quando a asa dianteira de seu carro quebrou após passar por uma zebra alta do circuito. A sessão precisou ser paralisada por alguns minutos para que houvesse a limpeza do local. Ele foi o 17°, quatro posições atrás de Ericsson. Massa foi o nono.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação
Confira a classificação dos dois primeiros treinos livres do Grande Prêmio do México:



Até!



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

GP DO MÉXICO - Programação

O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. No ano passado, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)
Pole Position: Nigel Mansell - 1:16.346 (Williams, 1992)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Nigel Mansell (1987 e 1992), Alain Prost (1988 e 1990) e Jim Clark (1963 e 1967)

GASLY SE DIZ SURPRESO COM A RENOVAÇÃO DE KVYAT NA TORO ROSSO

Foto: Motorsport
O atual piloto reserva da Red Bull e vice-líder da GP2, o francês Pierre Gasly, de 20 anos, ficou decepcionado com a continuidade do russo para o ano que vem. O próprio francês cometeu a pataquada de afirmar que substituiria Kvyat ainda esse ano, em Cingapura. Acabou duramente criticado por Helmut Marko. 

“Claro, me surpreendeu. As coisas estão acontecendo muito rapidamente e, de repente, eles assinaram com Daniil”, afirmou um frustrado Gasly em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’. “Fique um pouco surpreso, não entendo o motivo. Mas as coisas são assim. Sabemos que na Red Bull às vezes tudo pode acontecer muito rápido”, disse.
 
“Já vimos com as decisões que eles tomaram nos dois anos anteriores. Agora já está feito, de modo que tenho de seguir adiante”, acrescentou o piloto de 20 anos, ainda sem digerir a perda da chance de ser piloto titular da Toro Rosso no ano que vem.

O desempenho de Kvyat pós-rebaixamento a Toro Rosso é assustadoramente ruim. Apesar da equipe de Faenza não possuir um carro que permita muita coisa, muito por apenas dispor de um desatualizado motor Ferrari 2015, Sainz marcou 34 pontos desde o GP da Espanha (ponto de partida da comparação pois foi quando o russo realizou a primeira corrida na Toro Rosso esse ano) contra apenas quatro pontos do russo. Era provável que Kvyat fosse mandado no fim da temporada ou até mesmo antes.

Entretanto, Gasly não mostrou as credenciais necessárias para dar confiança ao staff da Red Bull para ser efetivado imediatamente: diante de um campeonato praticamente ganho, o francês se complicou e está quase entregando de bandeja o título ao seu companheiro de equipe PREMA (muito dominante, diga-se de passagem) Antonio Giovinazzi, que pode ser campeão da categoria em seu ano de estreia, algo inédito na GP2. O italiano é o queridinho do paddock, e seu nome já foi ligado a Haas pois Giovinazzi é piloto da Academia da Ferrari, que possui parceria com os estadunidenses. Liguem os pontos.

Agora, o que resta é Gasly tentar o título da GP2. Entretanto, isso lhe deixaria um ano parado porque não haveria onde ele correr (o campeão da GP2 não pode mais disputar a categoria no ano seguinte). Super Fórmula igual Vandoorne, nesse ano? Se perder o título, terá mais um ano para tentar e terá provado que ainda não era hora de subir para a F1 (talvez essa hora não chegue, mas...). O jeito é lidar com a decepção e seguir em frente.


MASSA CORRERÁ NA RACE OF CHAMPIONS DE 2017

Foto: Getty Images
O primeiro compromisso de Felipe Massa pós-F1 será nos dias 21 e 22 de janeiro, em Miami, no Marlin Parks (estádio de beisebol) no tradicional Race Of Champions. O evento reúne anualmente grandes nomes do automobilismo mundial. 

O evento é disputado por duplas de pilotos da mesma nacionalidade. Portanto, um confronto entre países. Seu parceiro será Tony Kanaan, com quem já correu no RoC em 2004 e 2005. No ano passado, sua dupla foi Nelsinho Piquet.

- Estou ansioso para reencontrar um velho amigo. Fizemos uma boa dupla lá atrás. Ele bateu o Sébastien Loeb e eu derrotei o Michael Schumacher. Infelizmente, fomos punidos pelo excesso de toques no guard-rail - lembrou. 

Seu futuro no automobilismo ainda não está definido. Nas últimas semanas, não surgiram novidades e especulações. Todavia, Massa deve correr ou no WEC, no DTM ou até mesmo em provas da Fórmula E. Ele descarta ser comentarista e correr na Stock Car.
 
CLASSIFICAÇÃO:

1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 331 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 305 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 227 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 177 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 170 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 165 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 84 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 81 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 54 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 52 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 49 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 38 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 29 pontos
14- Danill Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 636 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 400 pontos
3 - Ferrari - 347 pontos
4 - Force India Mercedes - 138 pontos
5 - Williams Mercedes - 130 pontos
6 - McLaren Honda - 74 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 55 pontos
8 - Haas Ferrari - 29 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO



terça-feira, 25 de outubro de 2016

REBELDE SEM CAUSA

Foto: Getty Images
Todos sabem do mito de James Hunt, muito mais por suas peripécias fora da pista do que no automobilismo. Considerado o último "playboy, badboy e piloto romântico" da era clássica da F1, mantinha uma rotina longe da ideal de um atleta de alto nível, conceito esse que começou apenas com Senna, na década seguinte em que competia. Sexo, bebidas, drogas, orgias, polêmicas: o combustível de um campeão.

Após três temporadas na Hesketh e um campeonato de destaque no ano anterior, com uma vitória no Grande Prêmio da Holanda. A inesperada saída de Emerson Fittipaldi para a sua própria equipe, a Copersucar, abriu uma vaga na McLaren, preenchida por Hunt. O destino lhe sorriu. O grande favorito ao título era Niki Lauda, que defendia o título. Nas primeiras nove etapas da temporada, cinco vitórias para o austríaco e duas para o britânico. 52 a 28 na tabela. Eis que o acidente quase fatal de Lauda muda tudo. Sem a Ferrari dominante, Hunt aproveitou para capitalizar pontos e engatar quatro vitórias em seis etapas. Com o retorno de Lauda na Itália, o campeão tinha conseguido marcar pontos e chegou a etapa final, no recém-inaugurado circuito de Fuji, com três pontos de vantagem a Hunt.

Foto: Formula One Art & Genius
Com Mario Andretti na pole, Hunt em segundo e Lauda em terceiro, caía uma chuva torrencial no Japão. Depois de mais de três horas e meia de adiamento, a corrida começou ainda com condições impraticáveis (imagina isso na F1 de hoje?). Lauda, afirmando que não havia condições de disputar a prova, abandonou logo na primeira volta em que foi dada a largada. Diferentemente do mito que foi contado durante décadas, não foi por medo de se acidentar novamente. E isso mudou tudo.

Lauda abandonando o GP do Japão de 1976. Foto: Arquivo
Hunt assumiu a ponta. Entretanto, com a pista seca, o britânico teve dificuldade de manter a ponta, sendo superado por Patrick Depailler e Mario Andretti. O quarto lugar bastava para ser campeão. Clay Regazzoni foi instruído pela Ferrari a atacar o Hunt, que foi chamado pelos boxes para trocar os pneus dianteiros. Todavia, a parada dura 31 segundos, e parecia que o título tinha ido para o espaço! Faltando apenas quatro voltas para o final e em sexto, Hunt caçou os seus adversários (entenderam? Hãn?  Hãn?). O britânico passou Jones e, no final, de forma surpreendente, Regazzoni "deixou" a McLaren passar. Era a sua última corrida na equipe italiana e muito se especula que isso tenha sido uma manobra de protesto contra o tratamento que recebeu do Cavalinho Rampante durante aquela temporada. Hunt chega milagrosamente em terceiro! Ainda alucinado,achou que tinha perdido o título e, quando saiu do carro, partiu para cima do chefão da equipe Teddy Mayer. Depois de tudo esclarecido, foi só festa (como sempre).

Foto: Arquivo


Para Hunt, um título era o suficiente. Ele correu mais três temporadas e se aposentou em 1979. Nos anos 1980, virou comentarista da F1 e era uma celebridade inglesa. Dizem que perdeu quase todo o dinheiro que conquistou na F1. No dia 15 de junho de 1993, faleceu aos 45 anos, vítima de parada cardíaca em sua residência localizada em Wimbledon, na Grande Londres.

Um personagem icônico da F1, em todos os sentidos. Espero que vocês já tenham visto "Rush", filme lançado em 2013 que conta toda a história dessa temporada, dirigida por Ron Howard. Não percam tempo!

Foto: F1
Até!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O XERIFE DE AUSTIN

Foto: Getty Images
Quatro vitórias em cinco edições da corrida de Austin. Cinco vitórias no Grande Prêmio dos Estados Unidos, 50 vitórias na carreira, 58 poles position, 26 pontos atrás de Nico Rosberg. Números... Lewis Hamilton fez sua parte em Austin hoje, assim como Rosberg, que marcou seu rival e, numa combinação improvável, pode ser campeão do mundo já na semana que vem: basta vencer no México e torcer para que Hamilton não pontue.

Ricciardo, prejudicado pelo Safety Car virtual causado pelo companheiro de equipe Verstappen (que abandonou após uma falha de câmbio; antes, entrou por engano nos boxes e foi cobrado por Helmut Marko) completou o pódio, evidenciando que a Red Bull é a única que pode incomodar a Mercedes até o fim do ano e surge com muita força para o ano que vem. A imagem do fim de semana é o shoey (de novo) protagonizado pelo ator Gerard Butler, que entrevistava os pilotos no pódio. Diante de tanta caretice, o australiano salva a F1 pelo seu bom humor e carisma!

Foto: Getty Images
"Precisamos falar sobre"... A tal votação do "piloto do dia": ou a FIA muda o sistema ou encerra essa palhaçada. Um bando de fandom do Verstappen vota nele o dia inteiro independente do que ele faça e o resultado é o óbvio: ele ganha a votação. Mas hoje ele sequer completou a prova, isso é um absurdo! Ou a FIA escolhe previamente dois ou três pilotos e abre a votação na parte final da prova ou encerra essa tal interação que não escolhe o "melhor piloto", mas sim o "maior fandom". Depois que recusaram entregar pro Haryanto uma vez isso perdeu a credibilidade...

A Ferrari tinha tudo para descontar a vantagem para os taurinos. Entretanto, os italianos tratam-se de se autosabotar: após a parada de Kimi, o sistema liberou erroneamente o finlandês, que saiu antes da hora e quase arrancou a mão do mecânico que ainda mexia no pneu. O Iceman encostou o carro logo depois e abandonou, muito irritado. É o preço que se paga por ter pessoas que não são do ramo da F1 para gerir a equipe. Os italianos não demonstram condições de brigarem pelo título em 2017 Talvez Vettel precise deixar o cavalinho rampante no futuro próximo, mas para onde? Ano que vem fará dez anos do último título ferrarista, ainda fruto do trabalho de Brawn, Todt e Schumacher.

Foto: Divulgação
Com os abandonos de Kimi e Verstappen, aliados ao enrosco de Hulkenberg e Bottas na largada (o alemão acertou a roda traseira direita do finlandês), a disputa do quinto lugar ficou quente. Beneficiado pelo Safety Car, Sainz ficou a frente de Massa, que, apesar de estar com o pneu duro, pressionava a Toro Rosso do espanhol por mais de 20 voltas, sem sucesso. Com isso, o compatriota de Sainz, a fênix Alonso, se aproximou e, em pouco tempo, mostrou como se faz: em uma ultrapassagem polêmica, a McLaren aproveitou a travada de Sainz e a espalhada de Massa para passar na "marra", jogando o carro do brasileiro para fora da pista. Apesar disso, a FIA considerou a manobra legal, o que gerou reclamações do #19. Na volta seguinte, a penúltima, Alonso também arriscou e de forma linda garantiu um extraordinário quinto lugar, dadas as condições da equipe de Woking. Também é importante destacar o trabalho de Sainz, com um carro de motor do ano passado. Os destaques da prova, sem dúvida alguma. Massa foi bem, mas até quando consegue um bom resultado fica a sensação de que poderia ter feito algo mais. O quinto lugar era totalmente possível.

Foto: Reprodução
A bomba do dia foi a notícia de que Nasr está próximo da Force India. A negociação estaria sendo intermediada por Bernie Ecclestone junto aos dirigentes da equipe indiana. O motivo é simples: não é bom para os negócios da F1 ter um dos maiores mercados consumidores da categoria sem um represantante para o ano que vem (apesar dos pesares, o país é um dos raros que transmitem a F1 na TV aberta). É uma oportunidade para o brasileiro mostrar serviço. O carro horrível da Sauber mais a "sabotagem" em favor do sueco Ericsson (afinal, a Tetrapak, compatriota, comprou as ações da equipe). Ainda penando na Sauber, o brasileiro foi combativo, mas terminou em 15°, atrás de Ericsson, 14°.

Confira a classificação final do Grande Prêmio dos Estados Unidos:


A próxima corrida será o Grande Prêmio do México, que será realizado na semana que vem, nos dias 28, 29 e 30 de Outubro. Até lá!


domingo, 23 de outubro de 2016

WARM UP

Foto: Getty Images
Hamilton conquistou sua 58a pole position na carreira, a primeira em Austin. Rosberg larga em segundo, seguido das Red Bull de Ricciardo e Verstappen e das Ferrari de Raikkonen e Vettel. Hulkenberg, Bottas, Massa e Sainz completam o top 10. Nasr, com um carro diferente do que andou na sexta, larga em penúltimo. Hamilton precisa vencer as quatro corridas se quiser o tetra. Basta Rosberg administrar a larga vantagem que possui. Se houver algum impresvisto para o inglês, é fim da linha. Não se pode mais desperdiçar oportunidades.

A FIA resolveu agir e responder Verstappen: depois de discussão entre os pilotos no briefing de sexta-feira, com muitos reclamando do holandês, o diretor de provas Charlie Whiting enviou um comunicado para todas as equipes, dizendo que não é permitido que os pilotos mudem de traçado durante a frenagem. Quem desrespeitar o artigo poderá ser punido pelos comissários da prova. É uma clara "podagem" ao jovem holandês ousado, polêmico e até inconsequente. Entretanto, achei uma medida extrema. Verstappen, de fato, é muito agressivo nas tentativas de defender posição, mas proibir tudo também prejudica o espetáculo. A beleza da F1 não é só ultrapassar, mas sim ver a defesa, as tentativas e a forma como os pilotos buscam extrair o máximo para andar na frente. Qual a graça de apertar o DRS e passar com facilidade e sem sequer dar a chance para o piloto que está a frente se defenda das investidas?

A Toro Rosso confirmou a permanência de Kvyat para 2017, mais por falta de opção do que uma aprovação ao trabalho do russo. O rebaixamento a equipe satélite acabou com o seu psicológico, embora ele tenha melhorado de desempenho nas últimas provas. No entendimento de Helmut Marko, Pierre Gasly não está pronto para assumir um cockpit de F1. Fica a questão para o ano que vem: Carlos Sainz deixa claro que, ou irá para a Red Bull em 2018 ou deixa a Toro Rosso. Esse ano, já recebeu sondagens da Renault, mas acabou permanecendo. Se Kvyat não corresponder, a Red Bull terá dois pilotos jovens com condições de chegar na F1? Seria uma possibilidade para Sérgio Sette Câmara ou estou viajando?

A corrida é às 17h, com transmissão do SporTV. Confira o grid de largada!


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

GP DOS EUA - Programação

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:39.347 (Red Bull, 2012)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:35.657 (Red Bull, 2012)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (2000, 2003, 2004, 2005 e 2006)

SEGUNDO REVISTA, BOTTAS CONVERSA COM A RENAULT

Foto: Getty Images
A revista britânica "Autosport" noticiou que o piloto finlandês abriu negociações com a escuderia francesa. O motivo seria a demora em definir a permanência na Williams. A renovação de contrato implicaria em um aumento de salário para Bottas. Com isso, a Renault virou uma alternativa considerável para o staff do finlandês de 28 anos. Como já foi reiterado nos últimos posts: uma equipe de fábrica é melhor que uma outra com dificuldades financeiras e que está se sujeitando a vender uma vaga para um adolescente que não mostrou nada demais, por enquanto (falo disso com calma em breve). Enfim, Bottas e Hulk seria uma grande dupla para a Renault começar a traçar um novo caminho vencedor na F1, pois os dois estão famintos e motivados pelo sucesso em uma equipe de fábrica, naquela que é (ou seria) a única e última chance deles brilharem na F1.

WEHRLEIN JÁ NEGOCIA COM A FORCE INDIA

Foto: This Is F1
A notícia não é supresa para ninguém. Trata-se de uma mera obviedade. O alemão tem o apoio da Mercedes, que o encaixou na Manor após ter sido campeão da DTM no ano passado. Wehrlein conseguiu uma façanha que seria o suficiente para colocá-lo na cobiçada vaga da Force India: conseguiu pontuar com a Manor, na Áustria, repetindo o feito de Bianchi com a Marussia. Um feito e tanto, que por enquanto garante para a equipe inglesa 40 milhões de Euros no orçamento de 2017, superando a Sauber.

Pascal não se surpreendeu com a vaga aberta pela Force India e filosofou: "Primeiro, houve os rumores sobre Sergio [Pérez], e logo depois que ele assinou, o foco foi Nico. Não há fumaça sem fogo”.


Além de Wehrlein, outros pilotos especulados para a vaga são Ocon, Nasr, Kvyat e Magnussen, que praticamente desistiu de lutar por uma permanência na Renault. A sua saída é evidente. O dinamarquês pode parar no quarto carro da Chip Ganassi, na Fórmula Indy. Com certeza seria um barato! Ademais, é questão de tempo para Wehrlein assinar com o time de Vijay Mallya. Dentre as opções, é o piloto mais pronto para substituir Hulk. É a chance de mostrar serviço em uma equipe média/grande para, no futuro, substituir Nico ou Lewis na Mercedes, em três ou quatro anos.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 313 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 280 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 212 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 170 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 165 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 165 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 81 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 80 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 54 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 43 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 42 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 593 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 385 pontos
3 - Ferrari - 335 pontos
4 - Force India Mercedes - 134 pontos
5 - Williams Mercedes - 124 pontos
6 - McLaren Honda - 62 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 47 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Arte Globoesporte.com





terça-feira, 18 de outubro de 2016

VÍDEOS E CURTINHAS #25

Foto: Divulgação
Depois de mais de três meses, essa sessão tão querida está de volta! Vamos dar uma pausa na F1 para falar de duas categorias que eu infelizmente não consegui falar tanto ultimamente. Bora lá!

* MOTO GP: A foto diz tudo. Marc Márquez é o tricampeão mais jovem da categoria. A vitória em Motegi, na casa da Honda, mais os abandonos de Rossi e Lorenzo permitiram o título antecipado faltando três provas para o final do campeonato. A festa foi completa! Apesar de Rossi sair na pole, ele foi logo ultrapassado pelo líder e Lorenzo na largada. Faltando 17 voltas para o fim, o italiano caiu sozinho.

A Formiga Atômica fez um campeonato perfeito. Márquez amadureceu muito e aprendeu a segurar o ímpeto. A idade está chegando para o Doutor? Ele caiu muitas vezes esse ano... Normal, ele é um supercampeão e nada do que ele fez será esquecido. A questão é que não há ninguém para competir com Márquez no futuro. Ele vai reinar soberano. Pedrosa e Lorenzo também não conseguem acompanhar o compatriota. Uma esperança é o Maverick Viñales (que chegou em terceiro). Andrea Dovizioso foi o segundo. A próxima prova da MotoGP é nessa semana, em Philip Island, na Austrália.


P.S: A narração de Guto Nejaim e comentários de Fausto Macieira está aqui! Espetacular!

Foto: Reprodução
A Fórmula E 2016/2017 começou há duas semanas, no mesmo dia do GP do Japão. Não pude acompanhar. Buemi aproveitou a entrada do Safety Car e começou com vitória a busca pelo bicampeonato. Lucas di Grassi largou em último, se envolveu em um acidente na primeira volta e ainda assim chegou em segundo, beneficiado por ter trocado de carro na hora certa. Nick Heidfeld foi o terceiro.

Nelsinho Piquet foi o pole e se encaminhava para uma vitória, mas para não bater no carro do estreante Jose Maria López, passou reto na chicane e encostou na barreira de proteção dos pneus, perdendo tempo. Terminou em 11°. Confira os melhores momentos da corrida:


A próxima etapa será em Marrakesh, Marrocos, no dia 12 de Novembro. Até!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A ÚLTIMA CHANCE DE HULK

Foto: Reprodução
Campeão do Campeonato Europeu da F3 e da GP2 logo em sua temporada de estreia, Nicolas Hulkenberg foi para a Williams, onde conquistou a pole position em Interlagos. Por divergências de contrato, foi dispensado e amargou um ano na reserva da Force India. Efetivado no ano seguinte, se destacou mas foi para a decadente Sauber. Apesar disso, fez sua melhor temporada em termos de desempenho, mas decidiu voltar para "casa". Venceu Pérez na primeira temporada. Entretanto, amargou uma derrota no ano passado e provavelmente perderá nesse ano. Enquanto o mexicano conquistava pódios improváveis, Hulk nunca passou perto disso, sempre com n problemas ou inexplicável falta de desempenho na hora H. Afinal, por que em 111 GPs Nico nunca foi sequer ao pódio e demonstrou menos do que todos na F1 sabem que ele é capaz de fazer?

O primeiro motivo é óbvio: o alemão nunca teve um carro que lhe permitisse brigar por vitórias. A pole pela Williams foi um "acaso" (na chuva em um qualyfing caótico). Na Force India, deve incomodar o fato de Pérez conquistar resultados tão expressivos com o mesmo equipamento, isso que para muitos o alemão é mais piloto que o mexicano. Pela Sauber, seus desempenhos eram dignos de pódio, mas o fraco carro suíço não lhe permitia algo além. Hulk tirou "leite de pedra". Tanto é que o maior feito da carreira de Hulk foi a vitória nas 24 horas de Le Mans no ano passado. O Endurance poderia ser uma alternativa na carreira, pois na F1 a coisa parecia não deslanchar. 28 anos, sem aporte financeiro e com resultados expressivos, Hulk se credencia (ou credenciava?) a ser um novo Nick Heidfeld: muito talento na base, decepção na F1.

O maior feito de Hulkenberg: A vitória nas 24 horas de Le Mans pela Porsche, no ano passado. Foto: F1Fanatic
Hulk já tinha confirmado sua renovação para mais uma temporada pela equipe indiana. Entretanto, uma especulação despretensiosa transformou-se em realidade em questão de uma semana (ou menos). A Renault, desesperada por pilotos "jovens e experientes" (com boa rodagem na categoria e com potencial para liderar a equipe nos próximos anos) fez uma proposta irrecusável. Pela primeira vez na carreira, Hulkenberg terá a disposição uma equipe com recursos financeiros infinitos para liderar a Renault nas próximas três temporadas. Uma oportunidade que caiu do céu, tendo em vista que a falta de resultados de Hulk e uma "resfriada" do paddock em seu potencial não permitiam a projeção de algo desse nível em seu futuro (pelo contrário, Pérez era o "bola da vez"). É a última chance da carreira para o alemão deslanchar e alcançar os resultados que todos sabemos ele possui condições e que aguardamos com mais ansiedade ainda, agora que Hulk ganha uma sobrevida numa categoria tão fadada aos pilotos pré-adolescentes, precoces e exigentes.

A mudança de peça renova a corrida pelas vagas que sobram na F1. Quem a Renault pensa como segundo piloto da equipe? Renovar com Magnussen, que apresenta um desempenho no máximo razoável? Outras alternativas restantes seriam a promoção do jovem Ocon, hoje "emprestado" na Manor ou até mesmo Nasr, esse mais um desejo brazuca do que um fato concreto. Penso que o francês certamente será titular da Renault, mas não sei se agora seria a hora mais apropriada. Tudo depende do que realmente as cabeças pensantes da escuderia francesa desejam para o futuro próximo da equipe.

Atual dupla da Manor é favorita para assumir as vagas restantes de Renault e Force India. Foto: F1

Na Force India, o candidato natural seria o compatriota Pascal Wehrlein. O jovem conseguiu uma façanha e tanto: pontuar com a Manor, o que garante (no momento) 40 milhões de Euros para os britânicos. Wehrlein é piloto da Mercedes, que por sua vez fornece motores para a Force India. Essa relação de proximidade é benéfica para os dois: Os alemães desejam ver seu pupilo em uma equipe mais competitiva e com condições de brigar lá pela frente. Em troca, concessões nos valores cobrados pelo fornecimento da unidade motriz e repasse de outras áreas do carro poderiam ser feitos. Outros candidatos seriam Felipe Nasr e seu forte aporte financeiro, Magnussen (desesperado por uma vaga em 2017), Palmer, Gutiérrez e Ericsson (os três também com muito dinheiro por trás) completam as especulações. As definições não irão demorar muito para serem feitas. Afinal, as equipes já estão pensando em 2017 e a demora em anunciar os pilotos acarreta em atraso no desenvolvimento do projeto do carro do ano que vem, que será uma temporada mais importante que o normal pois existem as mudanças de regulamento. Portanto, não há margem para imprevistos e falhas de planejamento.

Para completar, uma bizarrice: Lance Stroll só deverá ser anunciado pela Williams quando completar 18 anos, no dia 29. Tudo isso porquê a principal patrocinadora da equipe, a Martini, não deseja que o jovem seja anunciado enquanto for menor de idade. Afinal, imagem e publicidade são importantes. Imagina combinar bebida com menor de idade? Com isso, Stroll deve ser anunciado oficialmente piloto da Williams no fim de semana do GP do México, onde a questão publicitária poderá ser melhor trabalhada. É o símbolo da F1 moderna, cada vez mais dominada por jovens adolescentes endinheirados.

Até!

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A DESPEDIDA DEFINITIVA

Foto: Minardi
Mark Webber se despediu da Fórmula 1 em 2013, depois de 11 anos de carreira em quatro equipes: Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull. Foram nove vitórias, 11 poles e 36 pódios (tudo pela Red Bull, exceção um pódio pela Williams) e três terceiros lugares como melhor resultado no campeonato (2010, 2011 e 2013). O australiano, conhecido pela franqueza, personalidade forte e conflitos com Sebastian Vettel, teve uma carreira bacana na F1, se despedindo de forma original e conseguindo boas vitórias, construindo uma carreira respeitável e admirável.

Desde 2014, o aussie está no Mundial de Endurance, correndo pela Porsche. Em três temporadas, foram sete vitórias e o título mundial no ano passado, sempre ao lado de Timo Bernhard e Brendon Hartley. Aos 40 anos, o australiano anunciou: sua carreira no automobilismo irá terminar no Bahrein, dia 19 de novembro, na última etapa do WEC. É provável que siga como diretor da equipe alemã, onde rasgou diversos elogios e foi retribuído pelo seu trabalho.

Foto: Ig
O quinto lugar na corrida de estreia na F1 logo em seu país natal alavancou a sua carreira. Conseguiu uma transferência para a Jaguar, onde permaneceu por duas temporadas antes de chegar a Williams. A equipe, vivendo o último ano com o motor BMW, já não apresentava o mesmo rendimento, e o aussie chegou a ficar conhecido como "leão de treino". A chegada na Red Bull, em 2007, mais a mudança de regulamento em 2009 foi um achado para quem já tinha uma carreira sólida, mas com apenas um pódio. Webber conseguiu vencer, ser pole e brigar pelo título. Alan Jones era até então o único piloto do país a alcançar tal façanha, que agora tem Ricciardo como sucessor.

Foto: F1Fanatic
Webber não era um piloto top. Estava abaixo, por exemplo, dos grandes protagonistas Alonso, Button, Hamilton e Vettel. Mesmo assim, chegou a dar sufoco no tetracampeão, principalmente em 2010 e 2012. Entretanto, suas más largadas sempre o comprometiam nas corridas, por mais que a Red Bull fosse dominante por quatro anos, tanto é que sequer foi vice. Bater de frente com Vettel, então queridinho dos fãs e da imprensa (exceção dos fãs de Alonso hahaha) o colocou em evidência e também lhe deu fãs e haters. Webber sempre foi diferente e autêntico, sincero e direto, sem politicagens e rodeios, franco. Muito decidido e maduro, foi inteligente ao sair por cima na melhor equipe da F1 na época ao invés de ser rebaixar lentamente como milhares de pilotos fazem.

Foto: F1Fanatic
Antes da F1, Webber disputou duas corridas das 24 horas de Le Mans, sem completá-las (pelo contrário, em 1999 sofreu um acidente cinematográfico - o primeiro de muitos em sua carreira). O trabalho duro com Bernhard, Hartley e o knowhow da Porsche lhe premiaram com um merecido título, e o aussie ainda pode se aposentar bicampeão, por que não? Webber é um daqueles personagens na F1 que não ficam marcados pela exímia pilotagem, qualidade, ousadia e técnica apuradas, mas sim pela singularidade e personalidade única, que davam aos fãs motivos para o admirar e o odiar.

O australiano é um belo piloto, mas não o suficiente para ser campeão. 99% dos pilotos que passam pela categoria são assim. Não é motivo para se envergonhar. Pelo contrário: Quem fica 11 anos initerruptos na F1 sem precisar de patrocínio e correndo os últimos cinco anos pela melhor equipe do grid, vencendo corridas, marcando poles e chegando em pódios? Não foram muitos que correram mais de 200 GPs no tão competitivo e imediatista mundo da F1, que queima pilotos como quem queima carvão em um domingo de sol para assar um churrasco. Mark Alan Webber é, sem dúvida, alguma, um personagem único da F1 e precisa ser valorizado pelos fãs. A categoria não é só feita de campeões. Os "figurantes" muitas vezes são personagens mais ricos e fascinantes do que aquele que é tri ou tetra-campeão...

Foto: Getty Images

Até!

Foto: Divulgação

terça-feira, 11 de outubro de 2016

AS PEÇAS COMEÇAM A SE MOVER?

Foto: Getty Images
Fala, galera! Tudo bem? Com a pausa de duas semanas até o Grande Prêmio dos Estados Unidos, as especulações sobre as vagas nos cockpits da F1 ainda disponíveis começam a crescer. Esse é um momento fundamental, onde quase tudo se define para 2017. Vamos lá ver o que está sendo noticiado:

A informação da imprensa europeia é de que Nico Hulkenberg, inicialmente confirmado na Force India, está de malas prontas para a Renault. É uma informação nova e surpreendente. Seria uma tacada inteligente (e a última) de Hulk: Uma equipe com amplos próprios e que promete crescimento no médio-prazo. Caso deixe a Force India, seu substituto seria o compatriota Pascal Wehrlein, da Manor. O prodígio, que pertence a Mercedes, pode se transferir para o time de Vijay Mallya como uma forma de baratear os custos anuais dos motores Mercedes a equipe. Seria o substituto ideal. Conseguiu um inédito ponto na temporada, na Áustria. A conferir.

Caso confirme Hulk, quem seria o outro piloto da Renault? Ocon estava praticamente certo, mas talvez permaneça mais um ano na Manor. Sainz foi contatado de todas as formas, mas a Red Bull negou sua transferência. O espanhol, por sua vez, deu o recado: deseja um carro competitivo em 2018. Ou seja, se não for promovido para a Red Bull (o que dificilmente irá acontecer), irá forçar a barra para deixar a equipe taurina. Nasr e Kvyat correm por fora. Também não é descartada a renovação com Magnussen. Um mistério total. Afinal, o que deseja a Renault?

Para onde vai Felipe Nasr? Foto: ESPN
Na Williams, tudo praticamente certo para Lance Stroll ser o substituto de Massa. Bottas deve renovar por mais um ou dois anos. Lawrence Stroll, o pai, deverá investir cerca de 30 milhões de Euros para engordar o caixa da equipe de Grove. É possível que o jovem canadense já treine com compostos Pirelli no modelo de 2014 da Williams para ir se acostumando a F1. A tentativa de ser um novo Max Verstappen não será satisfatória: não tem o mesmo talento e está queimando etapas. Poderia muito bem ganhar a GP2. Esse ano, sagrou-se campeão da F3. Triste ver uma escuderia tão tradicional se sujeitar ao dinheiro de um adolescente. Tempos modernos...

Na Manor, mistério total. A parceria com a Mercedes rende um bom motor e a presença de Nicolas Tombazis e Pat Fry, ambos ex-Ferrari, significam evolução no carro. Provavelmente passarão para a Sauber o posto de pior carro do grid de 2017.

Por falar nos suíços, Ericsson está se oferecendo para todas as equipes, mas deve ficar. Nasr é um mistério só? Está negociando com a Renault? Com a Haas? Com a Force India? O empresário Steve Robertson se mexeu? O futuro será na WEC, DTM ou F-E? Muitas interrogações. Basta uma resposta, que será respondida em breve, para definir seus próximos anos profissionais.

Ocon: Manor ou Renault? Foto: SkySports
Kvyat não está garantido na Toro Rosso. Se for mandado embora por Helmut Marko, o francês Pierre Gasly, vice-líder da GP2, será seu substituto.

Para finalizar, a Haas: Grosjean fica. Gutiérrez, mesmo endinheirado, não. Nem deveria. Desempenho ridículo. É um assento desperdiçado na F1. Nasr, Ericsson e Kvyat estão hipoteticamente disputando esse possível lugar. Também há de se considerar que a parceria técnica entre Ferrari e os americanos pode resultar em um nome da academia italiana: Antonio Giovinazzi, líder da GP2. Se for campeão, suas possibilidades podem crescer muito. Afinal, o mercado italiano é importante e o último piloto do país foi Trulli, em 2011. Charles Leclerc, provável campeão da GP3, também não pode ser descartado, embora suas chances sejam mínimas.

Resumindo: Estou muito ansioso para ver como se definem essas últimas vagas restantes. O clima de suspense é tanto que a imprensa especula 1001 combinações, onde talvez nem 10 sejam de fato verdadeiras ou tenham sido pensadas pelos chefes de equipes e empresários. Só o que nos resta é aguardar por essas definições (que podem finalizar apenas no ano que vem) e as próximas etapas do mundial de Fórmula 1.

Até mais!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ROSBERG IMPECÁVEL; HAMILTON NA LONA

Foto: Reuters
Desde quando a Mercedes passou a ser a equipe dominante da F1, em 2014, podemos afirmar com total clareza: Nunca Nico Rosberg esteve tão próximo do inédito título mundial. A 23a vitória na carreira (igualando-se a Nelson Piquet, por exemplo), a primeira em Suzuka, saiu após um final de semana perfeito: o mais rápido nos treinos livres, no qualyfing e liderança de ponta a ponta na prova. A fase do alemão anda tão espetacular que Hamilton foi apenas o terceiro, aumentando a vantagem para 33 pontos. Ou seja: Nico não precisa mais vencer na temporada para ser campeão. Bastam três segundos lugares e um terceiro lugar, mesmo que Hamilton vença as quatro provas restantes.

Foto: Getty Images
O momento do tricampeão é crítico, técnica e emocionalmente, justo no momento mais decisivo da temporada. Embora o inglês seja vítima de problemas mecânicos, é inacreditável como um piloto tão talentoso consiga largar tão mal nessa temporada. É frequente. Embora seja um problema de embreagem, fica difícil reagir no campeonato caindo para oitavo logo na primeira curva. Talvez seja fruto de um abalo psicológico do abandono da semana passada e problemas com a imprensa nos últimos dias. Enfim, Hamilton precisa emplacar quatro vitórias (100 pontos) e torcer para que Nico tenha problemas que até agora não ocorreram. A Mercedes sagrou-se tricampeã de construtores. A festa estava marcada para a Malásia, mas o abandono de Hamilton adiou a festa para a terra nipônica. Um dos maiores domínios da história da F1.

Foto: Getty Images
Apesar disso, Lewis conseguiu recuperar terreno e chegou em terceiro. No segundo stint da prova, estava mais rápido que seu companheiro de equipe e Verstappen. Todavia, as tentativas de Hamilton não foram suficientes. Mais uma vez, a defesa de posição do jovem holandês causou polêmica nas redes sociais, na 130R. De novo não foi penalizado, mas dessa vez achei que a defesa foi legal. Entretanto, o estilo inconsequente de Verstappen pode custar caro no futuro, quando ele brigar por títulos e vitórias e os outros competidores não forem tão complacentes na hora de dividir. Será que é preciso um grave acidente para repensar atitudes?

Foto: Reprodução
A Ferrari apresentou um ritmo superior a Red Bull, mas as punições impediram seus pilotos de apresentarem um resultado melhor. Com Vettel largando em sexto e Raikkonen em oitavo após trocar a caixa de câmbio, a dupla até conseguiu ganhar posições. Vettel tinha tudo para chegar em terceiro após uma grande atuação, mas a Ferrari colocou os pneus macios cedo demais e o alemão foi ultrapassado por Hamilton, chegando em quarto, com Kimi logo atrás, em quinto. A pressão e as estratégias equivocadas fazem com que o cavalinho rampante esteja 50 pontos atrás dos taurinos. Parece improvável superá-los. Será que teremos uma caça às bruxas no final do ano? A passionalidade dos italianos não podem comprometer com um trabalho a longo prazo. A Ferrari se encaminha para uma década sem título na F1...

Pérez em sétimo e Hulkenberg em oitavo evidenciam que a Force India virou a quarta força da F1. Surge uma especulação de que o alemão esteja de malas prontas para o projeto da Renault. Convenhamos que os franceses têm maior possibilidade de brigar por vitórias no futuro porque dispõem de mais recursos para investimento. Em tese, Hulk teria mais possibilidades de brilhar do que Pérez, estagnado na equipe indiana à espera de outra temporada espetacular para chamar a atenção de uma Ferrari da vida. Pois bem, só podemos aguardar para ver o que a Renault realmente deseja para a próxima temporada.

Diante da fase atual da Williams, é possível escrever que foi uma boa corrida. Ao largarem em 11° e 12° e caírem para 13° e 14° na largada, Bottas e Massa pareciam que passariam em branco em Suzuka, principalmente pelo forte ritmo (e até surpreendente) da Haas. Entretanto, os ingleses optaram por apenas um pit stop e conseguiram três pontos para a tabela de construtores. Massa ficou em nono, beneficiado por um erro na parada de Bottas, e o finlandês em décimo, pressionado por Grosjean nas voltas finais. Importante para Massa voltar a pontuar depois de muito tempo zerado. Ele voltou para o top 10 da classificação.

O melhor do GP do Japão é o Japonês... Foto: WRI2
Na rabeira da tabela, a decepção foram as McLarens. Justo em casa, Alonso foi apenas o 16° e Button o 18°. O desempenho deixa a margem para interpretação: O resultado da Malásia foi um ponto fora da curva ou foi justamente o que ocorreu hoje? Atrás de Button ficou Nasr e na frente de Alonso ficou Ericsson. A Sauber irá amargar mais uma temporada sem marcar pontos, a segunda em três temporadas. O futuro de Nasr é um grande ponto de interrogação. Fato raro: não tivemos nenhum abandono na corrida.

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Japão:


A próxima corrida será o Grande Prêmio dos Estados Unidos em Austin (Texas), nos dias 21, 22 e 23 de Outubro. Até lá!