sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 3

Foto: MotorSport

Olá, amigos! Aqui vai mais uma parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. Para acompanhar as outras partes, clique nos links abaixo:

Agora, vamos ao trabalho:

FERRARI (2010-2014): MAIS POLÊMICAS E FRUSTRAÇÕES

Foto: RaceFans
Depois da passagem conturbada e dos dois anos “sabáticos” (mas igualmente polêmicos) na Renault, Alonso voltava para o protagonismo de quem era bicampeão mundial, agora com o surpreendente retorno de Michael Schumacher na  Mercedes. Agora, o desafio era na antiga rival, a Ferrari, que dispensou o campeão mundial Kimi Raikkonen, que tinha mais um ano de contrato, e manteve Felipe Massa na equipe, completamente recuperado do acidente na Hungria na temporada passada.

Na estreia, no Bahrein, Alonso largou em terceiro, atrás de Massa e do pole Vettel. Na largada, o espanhol passou o brasileiro e depois assumiu a liderança após um problema no motor do carro da Red Bull. Alonso foi o quinto piloto da história a estrear na Ferrari com uma vitória (Fangio 1956, Andretti 1971, Mansell 1989 e Raikkonen 2007). Na Austrália, Alonso de novo largou em terceiro, atrás das Red Bull. Na largada, na pista molhada, foi acertado por Jenson Button e caiu para a última posição, conseguindo se recuperar e chegar em quarto. Outra vez saindo em terceiro na China, Alonso queimou a largada, foi punido e caiu para 15°, mas foi beneficiado por vários Safety Car para chegar em quarto.




Na Espanha, Alonso largou e manteve-se em quarto até o final, quando um problema nos freios de Vettel e nos pneus de Hamilton o alçaram para o segundo lugar. Em Mônaco, um acidente no último treino livre o impediu de participar do treino e largou em último, em 24°. Ainda assim, chegou em sexto, com direito a ultrapassagem de Schumacher na última curva após a saída do Safety Car, mas o alemão foi punido. No Canadá, Alonso largou e chegou em terceiro. Em Valência, o espanhol vinha em quarto mas terminou em oitavo após ser prejudicado pela entrada do Safety Car após o acidente entre Mark Webber e a Caterham de Kovalainen.

Na Inglaterra, Alonso largou em terceiro. Largando mal, penalizado por ultrapassagem ilegal em Kubica e com problemas no carro, foi somente o 14°, um minuto atrás do vencedor Mark Webber. Na Alemanha, Alonso foi apenas 2 centésimos mais lento que o pole Vettel. Na largada, Alonso passou Vettel, mas foi superado por Felipe Massa. Mais rápido que o brasileiro durante várias voltas mas sem conseguir passar, o espanhol reclamou para a equipe e exigiu a passagem para o primeiro lugar, o que foi atendido logo depois com a famosa mensagem do “Fernando is faster than you” para Felipe Massa. Alonso venceu, mas o clima não estava bom, tanto com o companheiro de equipe quanto com os fãs e a imprensa, que desaprovaram a manobra à la Áustria 2002, que envolveu a própria Ferrari.


Na Hungria, Alonso outra vez largou em terceiro, atrás das Red Bull e chegou em segundo depois de uma penalidade aplicada para Vettel. Na Bélgica, Alonso largou só em décimo e foi atingido por Rubens Barrichello na largada. Ele chegou a ficar em oitavo até abandonar no fim da prova. Na casa da Ferrari, em Monza, Alonso largou na pole pela primeira vez com a equipe. Na largada, foi ultrapassado por Button, mas uma boa estratégia nos boxes garantiu a vitória para enlouquecer os tifosi, a 24ª da carreira de Ferdi, a terceira na temporada e a primeira da Ferrari em casa desde 2006 (e até hoje a última).

Em Cingapura, onde sempre mostra muita força, a Fênix fez a pole diante das Red Bull e das McLaren. Na corrida, Alonso foi atacado o tempo todo por Vettel mas conseguiu vencer chegando apenas três décimos a frente do alemão. No Japão, terceiro lugar, atrás das Red Bull. Na sequência, vitória no novo circuito da Coreia do Sul após Vettel abandonar com problemas no motor.


Em Abu Dhabi, com oito pontos de vantagem para ser campeão, Alonso largou em terceiro. Na largada, foi superado por Button. Um erro de estratégia da Ferrari fez o espanhol parar cedo demais. Marcando Webber, que bateu no muro e foi para os boxes, Alonso voltou atrás da Renault de Vitaly Petrov e foi incapaz de passar o russo no travado circuito, perdendo o título para o jovem Sebastian Vettel.

Em 2011, a temporada não começou bem. Apesar do quarto lugar na Austrália, a distância de mais de um minuto para Vettel assustou. Com a Ferrari confirmando o péssimo rendimento inicial, Alonso chegou em quinto na Malásia e em sétimo na China, sendo superado por Felipe Massa em ambas. O primeiro pódio do ano veio só na Turquia, quando ficou boa parte da prova em segundo, só ultrapassado por Webber no final, faltando sete voltas.

 Na corrida da casa, Alonso renovou com a Ferrari até 2016. Largou em terceiro e chegou a assumir a liderança na largada, mas foi superado pelas Red Bull na primeira parada nos boxes e terminou em quinto, uma volta atrás. Em Mônaco, depois de largar em quarto, Alonso perseguia Vettel pelo segundo lugar. Com os pneus gastos, os dois foram beneficiados por um acidente que provocou bandeira vermelha, fazendo o espanhol alcançar o melhor resultado no ano, em segundo.No caótico GP do Canadá, Alonso abandonou após ser tocado por Button e ficado na brita. Em Valência, chegou em segundo. 

Na Inglaterra, os difusores foram banidos, o que daria em tese vantagem para a Ferrari crescer no campeonato. Alonso era o segundo colocado quando um erro no pit stop do líder Vettel permitiu ao espanhol vencer pela primeira vez no ano. 


Na Alemanha, ficou em segundo depois de duelar com o vencedor Hamilton e Mark Webber. O quarto pódio consecutivo veio na Hungria, quando terminou em terceiro. O quinto pódio seguido não veio porque foi superado por Webber e Button nas voltas finais de Spa. Na Itália, chegou a liderar após a largada, mas não resistiu a Vettel e Button, sendo capaz de se defender de Hamilton e conseguir um pódio na casa da Ferrari. Alonso conseguiu mais três pódios: segundo no Japão, terceiro na Índia e segundo em Abu Dhabi. Na corrida final, no Brasil, foi o quarto, a mesma posição final na classificação do campeonato.

A Ferrari não parecia estar melhor para a temporada 2012. No entanto, na abertura da temporada, na Austrália, Alonso largou só em 12° depois de rodar no cascalho durante o Q2. Na corrida, chegou em quinto. Na Malásia, largou em nono. A corrida, disputada na chuva, fez Alonso assumir a liderança na volta 16. Na cola estava a Sauber de Sérgio Pérez, cada vez mais próximo de assumir a ponta. No entanto, estranhamente o mexicano rodou e diminuiu o ritmo, dando a Alonso uma improvável vitória. 



O terceiro lugar em Mônaco fez o espanhol assumir a liderança do campeonato. No entanto, o quinto lugar no Canadá fez Alonso perder a ponta para Lewis Hamilton.
Uma das maiores corridas da carreira de Alonso foi em Valencia, no GP da Europa. Largando em 11°, o espanhol foi escalando o grid e contou com os abandonos de Vettel e Hamilton. Em Silverstone, na chuva, Alonso fez a primeira pole da Ferrari desde 2010, mas chegou em segundo na corrida. Alonso de novo fez a pole numa chuvosa Alemanha e venceu a corrida, mantendo a liderança do Mundial.


Na Bélgica, se envolveu em um grave acidente na primeira curva quando foi acertado pela Lotus de Romain Grosjean. No Japão, outra vez Alonso foi atingido num acidente de primeira volta e perdeu pontos importantes na briga pelo título.




No fim da temporada, com o crescimento da Red Bull e a queda da Ferrari, Alonso não foi páreo e perdeu mais uma vez o sonho do tri para Sebastian Vettel no Brasil, chegando três pontos atrás graças a um segundo lugar em Interlagos e a quinta posição do alemão.

Alonso começou a temporada de 2013 largando em quinto na Austrália, numa sessão que só terminou no domingo em virtude da forte chuva no sábado. No final da primeira volta, o espanhol já era o terceiro. Depois, parando mais cedo, passou Vettel e chegou em segundo, atrás de Kimi Raikkonen. Na Malásia, largou em terceiro. Na segunda curva, acabou acertando a traseira de Vettel e danificou a frente do carro. A equipe mandou Alonso seguir na pista para ir nos boxes mais tarde e se aproveitar dos pneus mais novos, afirmando que o bico do carro não seria problema. No entanto, logo na segunda volta, o bico se soltou do carro e Alonso abandonou. 

A Fênix finalmente venceu pela segunda vez na Espanha largando do quinto lugar, em uma atuação espetacular. Essa foi a última vitória da carreira.



 No entanto, depois de chegar em sétimo em Mônaco, Alonso já estava 29 pontos atrás de Vettel. Com a Ferrari sem rendimento e a Red Bull sobrando a partir dos novos pneus Pirelli, mais duros, terem entrado em vigor na segunda parte da temporada,  foi um passeio do alemão, que virou tetra com muitas corridas de antecipação e várias quebras de recordes. Apesar disso tudo, Alonso foi outra vez vice de Vettel.

A nova F1 de 2014, a era híbrida, teve diversas novidades e prometia mudar as forças da categoria, dominada pela Red Bull. A Ferrari tentava se aproveitar e Alonso via nisso uma nova  oportunidade para buscar o tricampeonato. Uma das mudanças era que cada piloto deveria escolher um número fixo para atuar na categoria. Alonso escolheu o #14, número com o qual foi campeão mundial de kart e era considerado também “número da sorte”. Agora com Kimi Raikkonen como companheiro de equipe, Alonso e Ferrari tiveram uma temporada difícil, com diversas críticas do espanhol para a equipe, conturbando ainda mais o clima entre as duas partes.

Alonso esteve perto de vencer na Hungria, mas foi superado no final pela Red Bull de Daniel Ricciardo. Alonso foi só o sexto no campeonato e outro pódio só, na China. Apesar do pior campeonato na Ferrari, sobrou em relação a Raikkonen. Com a falta de resultados, Luca di Montezemolo foi demitido do comando da Ferrari. No lugar entrou Marco Mattiacci, que bateu de frente com Alonso. O resultado foi a saída de ambos da equipe. O rival Vettel ocuparia o seu lugar.

Sem clima para ir para a Red Bull e a impossibilidade óbvia de ser companheiro de Hamilton outra vez, Alonso novamente não tinha grandes opções. Dessa vez, a Renault já não existia. A única opção era a McLaren, outra ponte implodida pelo espanhol, parecia impossível. A McLaren não vinha de temporadas competitivas e encerrou a parceria com a Mercedes, apostando no retorno com a Honda, visando reeditar os tempos áureos de Senna e Prost. Um campeão do mundo eles já tinham, Jenson Button. Qual o outro que estava dando sopa no mercado?

E na útima parte, tudo sobre o improvável retorno de Alonso para a McLaren e o convívio com Ron Dennis. Até!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 2

Foto: Getty Images

Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.

Vamos lá:

McLAREN (2007): GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS

Foto: RaceFans

Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.

Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.

Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol (e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia. Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren. 


Semanas depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto, enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha, em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar em terceiro.

Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.




Spygate e briga com Hamilton e Ron Dennis:

Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren, incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780 páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e entregue ao projetista britânico.

O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores, como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.

Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos 1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole. Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez Alonso se antecipar. 



O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades. 

Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da Ferrari.

Voltando...

Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.

Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25 milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de Nelsinho Piquet.

RENAULT (2008-2009): NOVAS POLÊMICAS


Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.

No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a telemetria dos dois carros desmentiu isso.  Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.

Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto, se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.

No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol era  o quinto a corrida toda, quando a chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto. Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos construtores.

Cingapuragate:

Foto: Race Fans

Na primeira corrida noturna da história, um problema na pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano seguinte. 







Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1. Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.

Voltando...

No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.

O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono, chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a surpreendente Brawn GP. 

No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta. Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.

Praticamente sem combustível, marcou a única pole da temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente. Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.

O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que ele “fazia parte disso tudo”.

No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta, quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da Renault.

Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores. Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault, oitava colocada nos construtores.

Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

GRID FECHADO

Foto: F1 Mania
De forma pouco usual na F1 nos últimos anos, o grid de 2019 está definido antes mesmo da temporada começar. Um dia depois do GP de Abu Dhabi, a Toro Rosso anunciou a contratação do tailandês Alexander Albon (nascido em Londres) como substituto de Brendon Hartley e será companheiro de equipe de Daniil Kvyat. Um russo e um tailandês. Por incrível que pareça, tivemos um lá nos anos 1950.

Birabongse Bhanubandh. Ou simplesmente o Príncipe Bira. Correu pela Maserati e com a Gordini, inclusive dividiu carro com nada mais nada menos que Juan Manuel Fangio e estava inclusive na corrida de abertura da categoria em Silverstone 1950. Participou de outras 18 corridas na F1.

Albon já tinha assinado um pré-contrato com a Nissan para disputar a Fórmula E. No entanto, não apareceu nos testes coletivos, o que gerou burburinho de que poderia assinar com a Red Bull novamente, afinal foi dispensado por Helmut Marko em 2012. A exemplo de Kvyat e Hartley, foi recontratado para fazer a estreia na F1.

Com quatro vitórias e o terceiro lugar na F2, Albon teve grande desempenho. Uma de suas marcas características era estender o stint e aparecer na frente, atacando os oponentes no final das provas. Isso, somado a falta de talentos imediatos na academia dos taurinos e o insatisfatório desempenho do neozelandês forçaram Marko e cia a lhe darem uma chance. Justo. A Toro Rosso ganha um torcedor na próxima temporada.

A grande questão é saber se Kvyat vai se mostrar recuperado mentalmente das demissões e do péssimo desempenho que apresentou desde 2016. Receber uma terceira chance é raro, ainda mais no matadouro da Red Bull. Outra curiosidade: qual dos dois está sendo usado como boi de piranha enquanto o badalado Dan Ticktum não faz a pontuação necessária para ingressar na F1? O russo saco de pancadas ou o tailandês que pode fazer a temporada tampão igual Hartley?

Bom, será um confronto interessante nessa segunda temporada de parceria com a Honda. Albon é uma promessa e veremos como se sai nesse ambiente tão competitivo com um piloto tão jovem de idade mas com muito mais experiência (Kvyat tem 24 anos).

Agora, todas as 20 vagas estão ocupadas para a temporada de 2019. Confira:

MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
FERRARI: Sebastian Vettel e Charles Leclerc
RED BULL: Max Verstappen e Pierre Gasly
RENAULT: Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg
HAAS: Kevin Magnussen e Romain Grosjean
McLAREN: Carlos Sainz e Lando Norris
FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Lance Stroll
SAUBER: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi
TORO ROSSO: Daniil Kvyat e Alexander Albon
WILLIAMS: George Russell e Robert Kubica

Até! Amanhã, a parte 2 do Especial Alonso!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

EU SOU A LENDA

Foto: Getty Images
Até que o GP de Abu Dhabi não é tão ruim assim. Nas últimas etapas, as três principais equipes estiveram com forças equiparadas e andaram próximas. O que decidiu foram as estratégias e a forma como lidar com as situações de corrida. Pena que foi justamente quando o campeonato acabou e, coincidência ou não, a Mercedes deixou de usar os pneus com furos.

O pentacampeão mostrou hoje porque é o melhor piloto da atualidade e deu aula de como administrar uma corrida. Depois que Kimi Raikkonen se despediu da Ferrari com um problema no motor logo na volta 8, o inglês antecipou a parada, algo já recorrente nesse tipo de situação. Voltando em quinto durante o VSC, passou Verstappen e depois foi ultrapassado, sem brigar pela posição e pensando no senso de corrida. Não valia a pena brigar e desgastar pneu a toa. Sem precisar fazer mais paradas, bastou administrar a vantagem e vencer pela 72a vez na carreira e estabelecer números tão impressionantes quanto a pilotagem.

Vettel fez uma corrida sem erros, algo que já merece ser chamada a atenção nessa temporada, que é para esquecer. Muito aquém do nível de um campeão. No ano que vem, terá que lutar contra Hamilton, Mercedes, Ferrari, seus próprios e agora também um jovem e faminto Charles Leclerc, outra vez sétimo colocado e com uma impressionante temporada de estreia na Sauber, elevando o nível da equipe e agora chega na equipe italiana com muita moral. Resta saber se vai suportar a pressão agora que vai ser protagonista e se a Ferrari vai ter paciência com o monegasco.

Verstappen começou a corrida com um problema no motor e perdeu posições. Combativo, arrojado e inconsequente como sempre, recuperou elas e terminou no pódio. Se envolveu de novo em embate na pista com Ocon, passando nos cotovelos e dando chega pra lá em Bottas, jogando o carro, de novo em posição de quem não tem nada a perder. Apesar dos destemperos, Verstappen em termos de rendimento só perdeu para Hamilton na segunda metade da temporada. Os números comprovam isso. Mais rápido e constante, precisa domar mais as emoções e pensar na corrida como um todo, não só na curva seguinte.

Foto: Getty Images
Nas despedidas positivas, Ricciardo terminou em quarto e tinha ritmo para ficar no pódio, mas a Red Bull optou por fazer a parada mais tarde e tentar recuperar o terreno com pneus frescos para atacar no final. Não deu certo. Para o australiano, o fato de não ter abandonado nas duas últimas provas é algo bastante positivo. Com oito abandonos, a temporada ficou completamente comprometida. Nos treinos se mostrou mais lento que Max, mas o ritmo de corrida é no mínimo igual ou ainda levemente superior ao do holandês. Resta saber o que será capaz de fazer na ainda combalida Renault.

Carlos Sainz foi o melhor do resto, com uma ótima estratégia. Hulkenberg, futuro parceiro de Ricciardo, capotou na primeira volta. Parecia algo sério, mas o santo antônio protegeu bem o alemão. Com o Halo, ficou impossível sair do carro sem ter esperado ele ter se virado pelos fiscais, que demoraram bastante para chegar no local. Foi um acidente de corrida com Grosjean, que incrivelmente não foi culpado. Hulk espalhou demais na curva e, em virtude do ponto cego, não viu o francês por ali, causando a batida. Depois de dois anos com Palmers e Sainzs, Hulk parte para o maior desafio da carreira: dividir a equipe com o australiano sorridente. Será um embate interessante de se assistir.

Pérez em oitavo e Magnussen em décimo complementaram o top 10. Um capítulo a parte é Bottas: o primeiro piloto da Mercedes na era híbrida a terminar o ano zerado. Era para ter vencido em Baku e na Rússia, mas as circunstâncias não ajudaram. Ademais, foi uma temporada lamentável, principalmente o fim. Hoje, sem ritmo, foi desgastando o pneu até não ter mais aderência e ser passado facilmente por Vettel e Red Bull. Se não fosse uma temporada tão errática quanto do alemão, a Mercedes poderia estar ameaçada nos dois campeonatos. O que Toto Wolff pretende para 2020: colocar Ocon, instável e que perdeu para Pérez? Ou as fichas vão para George Russell, o novo bola da vez? Problemas para quem deseja manter a hegemonia no campeonato. Só com Hamilton basta, mas é perigoso dar chance para o azar.

O mais legal da corrida aconteceu depois. Os três campeões mundiais andando lado a lado e fazendo zerinhos. Uma pena é que foi o público de Abu Dhabi que presenciou esse título histórico. Alonso, lado a lado com os dois maiores rivais e algozes, o respeito mútuo de quem teve diversas batalhas ao longo dos anos e vê um dos melhores pilotos da categoria sair em virtude do comportamento problemático fora da pista que queimou pontes até resultar no fim. Alonso é um gigante do esporte e que vai fazer muita falta. Tomara que volte. Foi um momento lindo reconhecer o grande piloto que foi, mas lamentar o que poderia ter sido se tomasse as decisões certas.

É claro que esse lindo momento e Hamilton tirando o macacão no pódio (ainda bem!) você não pode ver na Rede Globo porque ela resolveu optar mostrar torcedores bêbados comendo churrasco e palpitando sobre resultados de jogos inúteis do Brasileirão de quatro horas depois. Uma total falta de respeito com o fã que queria ver a última festa do pódio na temporada. Se é pra fazer transmissão porca, é melhor manter a corrida no SporTV e passar os melhores momentos depois do Domingo Maior como fazem nas corridas da América do Norte ao invés de nos tratar como idiotas.

Ademais, hoje Abu Dhabi presenciou a despedida de um ídolo do esporte e, com a presença do amigo Will Smith, vê a cada prova Lewis Hamilton se tornar mais lenda do que já é, podendo tornar-se o maior e superar Michael Schumacher. Somos privilegiados de ver tantos campeões em ação e a história sendo feita. Que venha 2019 com mais competitividade e emoção. Vai ser difícil, mas não podemos perder as esperanças.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Nesse fim de ano vem muito mais no blog: o restante do especial Alonso e a análise da temporada.

Até!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ÚLTIMOS ATOS

Foto: Getty Images
Corrida de Abu Dhabi é marcado pelo clima de fim de festa. Teremos a despedida (ou até logo?) de Fernando Alonso, a última prova de Daniel Ricciardo na Red Bull, Kimi Raikkonen na Ferrari, Esteban Ocon na F1 (por enquanto), Lance Stroll na Williams, Marcus Ericsson e Charles Leclerc na Sauber, Pierre Gasly na Toro Rosso, Stoffel Vandoorne na McLaren e Carlos Sainz na Renault. Ufa!

Verstappen liderou o FP1, Bottas o FP2. Nesse treino, a distância entre as três principais equipes foi apenas de seis décimos, o que signfica quase nada para o treino e a corrida. No entanto, esperamos ao menos emoção genuína nessa corrida onde tudo é chato e artificial. Por falar no segundo treino livre, Verstappen e Ocon quase se bateram nos boxes. É a última chance de Ocon tentar a revanche, depois só em 2020 e olhe lá.

Uma imagem curiosa no FP1 foi Hamilton usar pela primeira vez de forma espontânea o #1. Adepto do #44, ele não gosta do número dos campeões, mas decidiu utilizar em homenagem ao esforço e para comemorar mais uma temporada de sucesso com a equipe.

Foto: Reprodução

Também no FP1, Kubica guiou a Williams pela primeira vez após ser anunciado oficialmente como piloto titular. No onboard, percebe-se claramente que ele dirige com um braço só, apertando em todos os botões com a esquerda e usando a direita como apoio somente. Os resultados podem não ser animadores para alguém de seu calibre, mas só o fato de estar lá de novo já é estimulante para todos nós não desistirmos de nossos objetivos.

Foto: Getty Images
Com ressaca, calor e cansaço, veremos o que Abu Dhabi nos reserva. Provavelmente vai ser algo que nos faça dormir no domingo, o que seria uma boa despedida para essa temporada. Ou não. Quero testemunhar as últimas voltas da Fênix na categoria. Espero não me emocionar demais.

Confira os tempos dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:



Até!

O GLORIOSO RETORNO DE QUEM SEMPRE ESTEVE AQUI

Foto: IG Esporte
Já estava tudo acertado. Dessa vez, não tinha nenhum endinheirado no caminho. O que parecia apenas um teste virou coisa séria e agora é realidade. Robert Kubica finalmente está de volta a F1 e será parceiro de George Russell na Williams em 2019.

Antes de mais nada, o retorno do polonês ser quase nove anos depois da última corrida (Abu Dhabi 2010) só perde pra Jan Lammers (1982-1992) e Luca Badoer (1999-2009). Kubica era um piloto espetacular e com potencial de ser protagonista até sofrer o grave acidente que comprometeu sua carreira na F1.

Apoiado por uma empresa polonesa, Kubica tem menos força e um braço direito bem fino. Ele praticamente dirige somente com a esquerda. Terá botões e ajustes diferenciados. Pelos testes, não deve em nada no quesito velocidade aos concorrentes. Só a desconfiança para isso.

O retorno de Kubica depois de tantos acidentes e percalços em uma F1 cada vez mais física e competitiva levanta dúvidas. Será realmente necessário tudo isso ou "qualquer um" pode pilotar com um braço só? Talvez Kubica seja realmente diferenciado não só na técnica, mas também na capacidade de nunca desistir e se adaptar a nova realidade.

Não enxergo o retorno dele visando apenas o resultado. São nove anos sem disputar uma corrida, lançar várias voltas rápidas em diferentes circunstâncias, defender posição, etc. Além do mais, o carro da Williams é horroroso e no ano que vem será apenas menos ruim, até porque pior não fica. A equipe de Grove, aliás, volta a ter um pouco de simpatia ao voltar a apostar no talento do jovem Russell e no polonês que possui uma história de vida incrível, além da capacidade técnica.

Sinceramente, não acredito que Kubica possa superar Russell, mas a questão não é essa. Só pelo fato de conseguir voltar e superar a desconfiança de todos, o polonês já é um grande vencedor e, mesmo com um braço só, é mais piloto que Sirotkin e Stroll, por exemplo.

O lúdico me interessa muito mais que o desempenho, nesse caso. Pegar um cara que vai ter 34 anos em 2019 (o segundo mais velho, só depois de Raikkonen) em um universo tomado por jovens das grandes equipes já é um sopro e uma história muito interessante de se acompanhar. Quantos não se superaram em suas carreiras e se tornaram mais lendas e figuras extremamente respeitadas por justamente não terem limites?

O anúncio também significa que Esteban Ocon está fora da próxima temporada. A julgar ter perdido nos dois anos para Pérez, o ano sabático e a provável efetivação na Mercedes em 2020 não faz muito sentido na questão de mérito. Cuidado, Ocon. Pascal também achou a mesma coisa...

O retorno de Kubica é a concretização do pensamento do senso comum, que era somente um sonho distante, de imaginar como seria o polonês pós-acidente. Será que vai ser competitivo? Ou então como seria a carreira se tudo seguisse normalmente: iria para a Ferrari? Algumas dessas perguntas nunca serão respondidas mas outras serão, quase aos 45 do segundo tempo. No fundo, Kubica nunca esteve longe da F1, seja fisicamente ou através de sonhos, pensamentos e imaginações dos fãs.


Até!


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

GP DE ABU DHABI - Programação

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:36.231 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x


COM SAINZ E NORRIS, McLAREN ESPERA 2019 DIFERENTE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
A primeira temporada sem a Honda prometia uma evolução para a McLaren. Entretanto, os resultados mostraram o contrário. Gradativamente o time britânico foi caindo para as últimas posições. Irritado e desmotivado, Alonso anunciou aposentadoria. Vandoorne, com desempenho aquém do esperado e também vítima de um carro ruim, foi despedido.

Para o ano que vem, Carlos Sainz e a jovem promessa Lando Norris serão os responsáveis por guiar a McLaren. A questão é: sem um piloto bicampeão e com várias mudanças internas realizadas ainda nesse ano, para qual direção vai a McLaren? É possível piorar a situação?

“É impossível dizer que a gente não vai sentir falta do Fernando. Considero o Fernando como um dos melhores pilotos da história da F1. Então não tem como negar. Ele vai deixar um espaço grande. Mas é o sentido da vida, as coisas são como o relógio anda. Andamos para a frente, e tanto o Lando como o Carlos são dois pilotos jovens. Então vamos ter desafios diferentes, coisas diferentes, problemas diferentes e oportunidades diferentes para lidar. Mas vejo isso não como uma coisa negativa, mas como o sentido natural das coisas”, afirmou o diretor técnico, o brasileiro Gil de Ferran.

O desafio de 2019 é fazer a McLaren evoluir justamente com esses dois jovens pilotos. "Com relação ao carro deste ano, por exemplo, a gente entende bem onde errou, onde não foi bem, quais os pontos fracos do carro, a gente compreende bem isso. E toda essa compreensão acho que vai nos ajudar a fazer um carro melhor no ano que vem”, completou.


Por mais que muita coisa esteja mudando, é difícil a McLaren piorar mais. Não se sabe se a melhora virá justamente dessas turbulências. Sem patrocínios e a qualidade de Alonso, resta ao time de equipe Woking apostar em um novo regulamento ou numa jogada de mestre da nova equipe de engenheiros que está desenvolvendo o MCL34. Com Sainz e o novato Norris, será difícil saber qual será realmente o potencial do carro, mas repito: dificilmente será pior que o do passado.

INCOMODADO

Foto: Daily Express
Sergey Sirotkin não estava confortável com as crescentes especulações (QUE AGORA FORAM CONFIRMADAS; POST SAIRÁ MAIS TARDE) de que Robert Kubica vai tomar seu lugar na Williams para o ano que vem. O anúncio, segundo a imprensa europeia, será realizado nos próximos dias. "Eu só quero que as coisas fiquem claras. É muito desagradável ler as últimas notícias. Mesmo assim, em Abu Dhabi vou sentar atrás do volante e os problemas vão desaparecer”, afirmou, questionado pelo jornal russo ‘Sport-Express’.

O russo disse não estar pronto para perder a titularidade. "Já disse várias vezes que me dediquei muito mais nessa temporada do que as pessoas veem. A última coisa que eu quero é que os resultados do meu trabalho fiquem com outra pessoa. Está claro esse ano que trabalhamos pensando no futuro, em resultados da próxima temporada. Vai ser uma grande decepção se eu perder aquilo pelo qual eu trabalhei”, encerrou.

Se isso acontecer será o troco, pois Kubica perdeu a vaga para Sirotkin nesse ano.


Superar Stroll seria obrigação se estivesse na Williams por mais tempo. É mais veloz, mas na corrida o péssimo conjunto inglês deixa o russo na mão. Sirotkin também não mostrou grandes credenciais a não ser o dinheiro. Estava no momento certo na hora errada. Não fará falta na categoria. Equipe pequena é um matadouro e só busca formas de sobreviver (leia-se dinheiro). É isso que a Williams virou, infelizmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 383 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 302 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 251 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 237 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 234 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 158 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 69 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 58 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 55 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 35 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 33 pontos
15- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 29 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 12 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 620 pontos
2 - Ferrari - 553 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 392 pontos
4 - Renault - 114 pontos
5 - Haas Ferrari - 90 pontos
6 - McLaren Renault - 62 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 48 pontos *
8 - Sauber Ferrari - 42 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 33 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO



terça-feira, 20 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - PARTE 1

Foto: Reprodução

Olá, amigos!

Nesse fim de semana, Fernando Alonso faz no mínimo um “até logo” na F1, pois o espanhol ainda deixou em aberto um possível retorno para a categoria a partir de 2020. Se isso vai acontecer nós não sabemos, mas aproveitamos o final dos quase 17 anos na categoria (2002 ele foi piloto de testes) para relembrar a carreira do bicampeão e considerando um dos maiores pilotos da história. Vamos lá:

HISTÓRIA

Fernando Alonso nasceu no dia 29 de julho de 1981 em Oviedo, capital da região autônoma das Astúrias, no norte da Espanha. A mãe trabalhava numa loja de departamento e o pai era mecânico em uma fábrica de explosivos perto da cidade. José Luis, o pai, era um kartista amador e queria passar sua paixão pela velocidade para os filhos. Ele construiu um kart para Lorena, irmã mais velha de Alonso mas ela não se interessou, ao contrário de Fernando, que com três anos de idade deu suas primeiras arrancadas por aí.


Alonso competiu em competições de kart pela Espanha ajudado pelo pai, que também era mecânico. A família não tinha condições financeiras de apoiar Fernando nas competições, mas as vitórias do jovem kartistas atraíram patrocinadores. Sem grana pra comprar pneus para chuva, Alonso aprendeu a controlar o kart com pneus slicks. O kart foi fundamental para o espanhol lidar com diferentes estilos de pilotagem, uma de suas grandes qualidades na F1.



Alonso foi tetracampeão espanhol de kart de forma consecutiva, além da Copa do Mundo Júnior da modalidade em 1996. No ano seguinte, ele venceu o italiano Inter-A. Em 1998, foi a vez de vencer o Espanhol Inter-A, além de ser vice-campeão europeu na mesma temporada.


Com 17 anos, o compatriota Adrián Campos deu a Alonso a oportunidade de testar uma Minardi. Em três dias de testes no circuito de Albacete, Ferdi igualou os tempos de Marc Gené. Para 1999, Alonso competiu no Euro Open MoviStar. Na segunda etapa, outra vez em Albacete, venceu pela primeira vez. Alonso foi campeão com apenas um ponto de vantagem para Manuel Giao depois de vencer e fazer a volta mais rápida na última corrida. No fim do ano, Alonso fez outro teste pela Minardi e foi um segundo e meio mais rápido do que os outros pilotos que testaram o carro.

Em 2000, o último passo: a Fórmula 3000. Mais jovem do grid, Alonso demorou sete corridas para marcar os primeiros pontos, quando teve duas vitórias e dois segundos lugares, terminando o campeonato em quarto, atrás do brasileiro Bruno Junqueira, do francês Nicolas Minassian e do australiano Mark Webber.

MINARDI (2001)

Foto: Minardi
Alonso foi o terceiro piloto mais jovem da história (na época, é claro) a estrear na F1. Foi também a primeira temporada da Minardi sob a administração de Paul Stoddart. O carro não era nem rápido e tampouco confiável.

Fazendo o que podia, o espanhol chamou a atenção das equipes maiores. A Sauber chegou a cogitar contratá-lo para substituir Kimi Raikkonen, mas preferiu ficar com o brasileiro Felipe Massa.  No entanto, seu empresário Flavio Briatore tinha outros planos. Ele queria colocar o espanhol na Benetton, no lugar de Jenson Button. Com a Renault comprando a equipe inglesa/italiana, Alonso ficou como piloto de testes na temporada seguinte. 

Na última corrida da temporada, no Japão, Alonso foi o 11°, a frente de carros como a Prost de Frentzen e a BAR de Olivier Panis, além das duas Arrows e do então companheiro de equipe, o malaio Alex Yoong. Anos depois, Stoddart classificou a corrida da Fênix como “53 voltas de classificação”. O espanhol ficou atrás na tabela do outro companheiro de equipe que teve na temporada, o brasileiro Tarso Marques. O melhor resultado da temporada foi o décimo lugar na Alemanha, o que hoje lhe daria um ponto na F1.


RENAULT (2003-2006): PRIMEIRAS VITÓRIAS E FIM DA ERA SCHUMMI

Foto: MotorSport
Em 2002, Alonso foi apenas piloto de testes da equipe francesa, onde andou 1.642 voltas e mais 52 pela Jaguar em um teste em Silverstone. Como planejado, Briatore sacou Jenson Button e colocou o espanhol para correr junto com o italiano Jarno Trulli. É claro que a imprensa britânica não gostou da decisão. Em entrevista para a F1 Racing, o diretor técnico Mike Gascoyne disse que era a decisão certa a se fazer porque a equipe estava impressionada com o trabalho realizado pelo espanhol como piloto de testes.

E a justificativa fez sentido. Logo na segunda etapa, na Malásia, Alonso sagrou-se o piloto mais jovem da história a ser pole position e também o mais jovem a ir no pódio na mesma corrida, quando foi o terceiro. Foi a primeira vez que um piloto espanhol conseguiu tal façanha na categoria. Na corrida seguinte, no Brasil, Alonso bateu forte depois de não ver as bandeiras amarelas agitadas e os destroços na pista causadas pelo acidente da Jaguar de Mark Webber. 




Na Espanha, corrida da casa, outro feito histórico: segundo lugar. Além disso, Alonso conseguiu a primeira vitória da carreira em uma atuação esplêndida na Hungria, sagrando-se o mais jovem a vencer uma corrida na história da F1. Ele terminou o campeonato em sexto, com 55 pontos e quatro pódios.


Com uma Ferrari dominante em 2004, Alonso não pode fazer muita coisa. Manteve os quatro pódios (Austrália, França, Alemanha e Hungria). Em Mônaco, bateu e jogou a culpa em Ralf Schumacher. Na França, foi pole e quase venceu, se não fosse a extraordinária atuação de Michael Schumacher, vencedor com quatro paradas. Nas últimas três etapas da temporada, Trulli foi demitido e substituído por Jacques Villeneuve. Alonso fez 59 pontos e terminou o campeonato na quarta posição.



Em 2005, outro italiano como companheiro de equipe: Giancarlo Fisichella. Na corrida de abertura, na Austrália, a chuva atrapalhou o treino de Alonso, que ainda assim conseguiu chegar em terceiro. 

Ele venceu as duas corridas seguintes (Malásia e Bahrein) largando da pole e venceu a terceira seguida em uma batalha épica contra Schumacher em Ímola. O espanhol revelou que estava com o motor avariado. O problema só foi descoberto depois do treino e a equipe optou por correr ao invés de trocar o motor e ser penalizado com 10 posições no grid.



A McLaren melhorou e Raikkonen venceu as duas seguintes, na Espanha e em Mônaco. Era o único adversário de Alonso, visto que Ferrari e Williams estavam bem abaixo de seus potenciais. Raikkonen iria vencer pela terceira vez seguida em Nurburgring, mas o estouro da suspensão dianteira-esquerda na última vez fez Alonso herdar uma improvável e importantíssima vitória no campeonato. 


Alonso bateu no Canadá e não disputou a corrida dos Estados Unidos em virtude do Caso Michelin. Na França, fez a terceira pole e venceu pela quinta vez na corrida da casa da equipe. Em Silverstone, outra pole, mas dessa vez o espanhol foi superado pela McLaren de Montoya. Na Alemanha de novo, outra vez Raikkonen liderava até sofrer um problema hidráulico, e lá foi Alonso vencer mais uma.

Na Hungria, Alonso largou só em sexto e terminou apenas em 11° depois de se envolver em um acidente com Ralf Schumacher. Na reta final, Alonso terminou em segundo em três provas consecutivas. Raikkonen venceu na Turquia e na Bélgica e terminou em quarto na Itália, reduzindo a vantagem de Alonso em apenas um ponto.

O título veio com um terceiro lugar em Interlagos. Alonso sagrou-se o mais jovem campeão da história da F1, o primeiro da Espanha e terminou com a Era Schumacher. Após a corrida, ele declarou: “eu quero dedicar este campeonato a minha família e a todos os meus amigos próximos que me apoiaram durante a minha carreira. A Espanha não é um país que tenha a cultura da F1e nós tivemos que lutar sozinhos, cada passo do nosso caminho, para fazer isso acontecer. Um obrigado muito especial também para a minha equipe –eles são os melhores na F1 e nós fizemos isso juntos. Eu vou dizer que sou campeão, mas nós somos todos campeões – e eles merecem isso.” Em entrevista anos depois, Alonso disse que essa foi sua grande corrida da carreira: “Foi um sonho se tornando realidade e um dia muito emocionante. Nas últimas voltas, eu pensava estar ouvindo barulhos do motor –de todos os lugares! Mas estava tudo ok. Eu posso lembrar do meu alívio quando cruzei a linha de chegada”.



Nas etapas finais, no Japão e na China, Alonso e Renault sagraram-se ainda campeões de construtores. O espanhol foi terceiro em Suzuka e venceu em Shangai.

Em 2006, defendendo o título, Alonso já começou vencendo no Bahrein, superando Schumacher e saindo da quarta posição. Na Malásia, ficou em segundo, atrás de Fisichella. Na Austrália, venceu após superar a Honda de Jenson Button. Largando em uma posição ruim em San Marino, Alonso recebeu o troco de Schumacher em Ímola e foi superado também no GP da Europa, mesmo largando na pole. O troco veio justamente na Espanha, onde venceu pela primeira vez. Em Mônaco, herdou a pole de Schumacher, punido em 10 posições depois de parar deliberadamente o carro depois completar sua volta no Qualyfing e também venceu.

Alonso chegou a quatro vitórias seguidas ao vencer em Silverstone e no Canadá, as duas largando da pole position. Alonso foi o primeiro piloto da história a terminar as nove primeiras corridas da temporada em primeiro ou segundo, sendo igualado depois por Sebastian Vettel em 2011. 

Schumacher respondeu em Indianápolis, quando venceu e o espanhol terminou em quinto. Nova vitória do alemão na França, com Alonso em segundo. O espanhol ficou em quinto na Alemanha e a vantagem para o heptacampeão era de 11 pontos.

Na Hungria, Alonso foi penalizado no Qualyfing e só largou em 15°, Schummy ficou em 11° pelo mesmo motivo. Na corrida, Alonso se encaminhava para uma vitória épica na chuva quando uma porca da roda soltou de seu carro após o pit stop. Schumacher fez apenas um ponto depois que Robert Kubica foi desclassificado.

Alonso foi o segundo na Turquia, onde Felipe Massa venceu pela primeira vez na carreira. Na Itália, uma corrida desastrosa. Um furo na parte de trás da carroceria fez Alonso largar apenas em quinto. No entanto, o espanhol foi punido por ter atrapalhado Felipe Massa e caiu para décimo. Um problema no motor o fez abandonar e com a vitória de Schummy a vantagem caiu para apenas dois pontos.

Na China, Alonso fez a pole na chuva mas ficou em segundo. Com a vitória de Schumacher, o campeonato estava empatado, com o alemão na frente pelo número de vitórias. No Japão, a Ferrari largou na pole, mais de um segundo a frente das Renault, que ficaram em quinto e sexto. No entanto, na corrida, Alonso pulou para segundo e venceu após Schumacher abandonar com um problema no motor. Com 10 pontos de vantagem, bastava um oitavo lugar no Brasil para ser bicampeão.



Massa venceu em Interlagos e Alonso foi o segundo, Schumacher o quarto. Alonso bicampeão mundial, outra vez no Brasil. O espanhol sagrou-se o mais jovem bicampeão da história e a Renault também venceu os construtores por 5 pontos. Desde 2005 Alonso já tinha acertado com a McLaren para a temporada de 2007, onde, sem o recém-aposentado Michael Schumacher, prometia ser o novo dono da F1.


Até que surgiu um certo Lewis Hamilton... mas isso é assunto para o próximo post. Até mais!

terça-feira, 13 de novembro de 2018

HEINEKEN F1 EXPERIENCE


Fala, gurizada!

Sábado teve a segunda edição da Heineken F1 Experience. A primeira foi no RJ e teve Felipe Massa dirigindo a Williams. Aqui em Porto Alegre foi a vez de Rubens Barrichello.

Cheguei quase 12h e perdi a primeira arrancada do Rubens. Um calor escaldante e mesmo assim consegui um lugar na grade. Foi bem legal. Teve espetáculos de motos e drift, coisa bacana para o público em geral, além de muita música. A nota ruim foi o calor que vitimou umas queimaduras no meu pescoço hehehe

Destaque negativo foi pro locutor do evento que teve a proeza de chamar Sir Jackie Stewart de JACK SMITH. Meu Deus, o sangue subiu na hora! O momento era de tanta emoção e perplexidade que só me dei conta que JACKIE STEWART ESTEVE EM PORTO ALEGRE! INACREDITÁVEL!

Bom, pra fechar a conta, comprei dos ambulantes uma camisa da Mercedes. Estava vestindo a camisa de Johan Cruyff... sacaram a referência? Abaixo, fotos e vídeos dessa experiência única!

P.S.: Bem na hora que Rubinho veio para a segunda arrancada, saí da grade pra comprar um refri. Sacanagem. É muito rápido e impossível de gravar, mas valeu ouvir o V8. Emoção única! Imagina estar em Interlagos!

Espero voltar um dia, seja para a F1, seja para a música.

Até!











SIR JACKIE STEWART! 





segunda-feira, 12 de novembro de 2018

MAX E O KARMA

Foto: Getty Images
Foto: Reprodução/YouTube
2001: líder Juan Pablo Montoya é acertado pelo retardatário Jos Verstappen.
2018: líder Max Verstappen é acertado pelo retardatário Esteban Ocon.

A diferença aqui é que Max conseguiu continuar na corrida. Apesar de dessa vez ter sído vítima, o holandês tem um longo histórico de ser irresponsável e jogar de forma irresponsável a responsabilidade para os outros, que sempre tinham algo a perder. Não dessa vez.

Hamilton enfrentou situação parecida quando foi atrapalhado por Grosjean e Sirotkin em Cingapura. Manteve-se frio e evitou os erros. Maduro, vive o auge da forma. Os cinco títulos e agora 72 vitórias explicam isso, mas o inglês será mais analisado depois.

Max poderia simplesmente ter deixado Ocon, que estava mais rápido, ter passado. Na sequência, muito provavelmente teria conseguido recuperar a volta dada através da bandeira azul. Ou não. Não importa. Dessa vez, Max tinha muito a perder. Uma liderança construída com muito trabalho e uma pilotagem excepcional, superando Ferrari e Mercedes.

Claro que a culpa maior é do francês. Ao ver que Max ia fazer jogo duro, deveria ter recolhido. O toque aconteceu. Ocon vive uma despedida melancólica nesse provável "até breve" na F1, ainda mais agora que foi reportada a provável (agora vai?) contratação de Robert Kubica pela Williams. Max precisa ter jogo de cintura. É isso que separa os grandes campeões de meros vencedores de corridas.

Eu não vou ser hipócrita de criticar Max por empurrar Ocon no pós-corrida. Qualquer pessoa na mesma situação faria a mesma coisa ou até mais. A FIA querer impor punição é ridícula. Ali ninguém é robô, ainda mais com uma vitória brilhante sendo tirada em um incidente fútil. Que fique de lição para o holandês, mas me parece ser difícil. O gênio difícil mimado do progídio é bastante alimentado pelos seus chefes, inclusive Christian Horner incentivou nas entrealinhas que o conflito fosse resolvido na trocação de socos mesmo. Não é papel de dirigente fazer esse tipo de comentário público.

Foto: Lars Baron/ Getty Images

Voltamos para o vencedor da corrida. Mais uma vez, caiu do céu para Lewis Hamilton. Nada é por acaso. Todos os elogios são poucos para esse fantástico piloto. Entretanto, uma coisa preocupa. Desde os Estados Unidos, o desempenho da Mercedes caiu. Problemas com bolhas e a durabilidade dos pneus se tornaram recorrentes. Coincidência ou não, foi logo depois das denúncias da Ferrari. Mesmo assim, o pentacampeonato de construtores veio, com muita festa.

A Red Bull deveria ter ganho dessa vez. Pode se até dizer que seria dobradinha tanto no México quanto hoje, se não fossem os problemas com Verstappen e Ricciardo em cada prova. O australiano voltou a sorrir, fez grande prova e quase foi para o pódio, mais uma vez ocupado por Kimi Raikkonen. Pode ter sido o seu último na categoria, sempre é importante lembrar desse detalhe.

Vettel e Bottas é que estiveram um degrau abaixo. Corrida pavorosa de Vettel. Superado na largada, perdeu posições na pista e nem mesmo com preferência na estratégia conseguiu bom ritmo, tendo que novamente deixar o finlandês passar. De longe a pior temporada do tetracampeão. Com Leclerc, como que vai ser?

Foto: Getty Images
O melhor do resto vem mostrando que é mesmo diferenciado, o tempo no Q2 diante da chuva prova isso. Sétimo lugar, acompanhado das Haas e de Sergio Pérez nos pontos. Alonso se despede do palco onde foi bicampeão brigando arduamente com as Williams para não ficar em último. Isso resume o que virou a McLaren. Apesar dos pesares, o espanhol segue firme e forte com os ingleses para mais um desafio na Indy 500 em 2019.

Confira a classificação final do GP do Brasil:


Até!