segunda-feira, 3 de julho de 2023

NOVOS TEMPOS, NOVOS PARÂMETROS

 

Foto: Getty Images

É praticamente impossível comparar esporte tão longevo sob o mesmo critério. Os tempos mudam, as circunstâncias e contextos também, assim como a tecnologia.

Na F1, não dá para comparar os anos 1980 com os anos 1950 e 1960, assim como não são comparáveis os anos 1990 com os atuais. Tudo é subjetivo, a tecnologia muda, os regulamentos também, então depende muito do critério, de puxar a sardinha para cada brasa e também a dose de saudosismo. O meu tempo é sempre melhor que os dos outros, e por aí vai.

Os números absolutos também são relativos. Por exemplo, antigamente eram poucas corridas (quando o calendário teve 16, passou a ser muito!). Com um equilíbrio maior entre os carros e mais quebras em virtude do menor desenvolvimento tecnológico, era muito raro empilhar tantas vitórias no ano ou em campeonatos consecutivos.

As coisas começaram a mudar justamente no final dos anos 1980, quando as hegemonias começaram a ganhar força. Você sabe: McLaren Honda, depois a Williams, Ferrari de Schumacher, Red Bull de Vettel, Mercedes de Hamilton e agora a Red Bull de Verstappen.

Todo esse contexto explica porque, tão jovem, Verstappen já está entre os cinco maiores vencedores da história da categoria e provavelmente será top 3 em menos de um ano. Com 26 anos. Uma loucura. Os motivos, além do talento excepcional, são: precocidade (pilotos estreiam cada vez mais jovens; o próprio Max entrou na categoria sendo um menor de idade), maior tempo de hegemonia e mais corridas para ganhar numa mesma temporada quando tiver um carro dominante ou muito bom.

Os grandes da história se valeram de todos esses aspectos. Só ver a lista, os números e as hegemonias. A diferença é que uns tiveram mais tempo no topo do que outros.

Listas são relativas. Números são números. Eles não falam tudo. É por isso que existem as discussões sobre quem é o melhor piloto da história, se é Senna, Schumacher, Fangio, Clark, Hill ou Jackie Stewart. Como comparar eras diferentes? É possível?

A discussão não é essa, e sim que as pessoas não devem se impressionar ou achar um absurdo quando pilotos alcançam marcas tão impressionantes ainda tão jovens. É a F1. Os novos e atuais tempos. Um esporte cada vez mais precoce e para jovens. No entanto, engana-se que é qualquer um que pode acrescentar tais estatísticas. A lista mostra por si só. A história também.

Até!

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