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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

PIOR DO QUE EU IMAGINAVA

 

Foto: AFP

Quando foi oficializado o retorno da Renault como escuderia na F1, lá no distante 2015, eu fiz uma brincadeira entre parênteses (relembre aqui): até quando?  O histórico dos franceses sempre jogou contra. Por três vezes, eles tinham saído da categoria como escuderia, mas permaneceram fornecendo motores.

A escuderia mudou de nome já em 2021 para priorizar a marca de carros esportivos da fábrica, a Alpine. Pois bem, em uma década, o meu comentário teve uma resposta: mais uma vez, a Renault está de saída da F1.

O surpreendente e impactante agora não é o fato da escuderia ter saído de cena, como foi nos anos 1980 ou nos anos 2010. Agora, a decisão abrange também o fato de que os franceses não permanecem sequer como fornecedor de motor para a nova F1, em 2026. Ano que vem será a despedida, interrompendo uma tradição ininterrupta desde 1979, mesmo com os nomes batizados de TAG Heuer ou Mecachrome, por exemplo.

A Renault nunca empolgou, a bem da verdade é essa. Escrevi diversas vezes na trajetória do blog o quão lenta era a evolução da equipe, que patinava no meio do grid sem grandes perspectivas. Mudaram diretores, pilotos e até o presidente do grupo, pois o brasileiro Carlos Ghosn foi preso.

Da dupla experiente com Hulkenberg e Ricciardo, o retorno de Alonso e a aposta em Ocon e Gasly, a verdade é que os franceses não se encontraram em nenhum momento, salvo raras exceções como a vitória na Hungria em 2021, quando Alonso se sacrificou para Ocon brilhar.

A mudança no nome já era um indicativo da impaciência e da instabilidade costumeira da empresa na categoria com o passar das décadas, sob a desculpa de fortalecer a marca. Nos últimos anos, a bagunça interna ficou ainda maior, escancarando a falta de competência em colocar uma equipe de fábrica como protagonista. Veja bem: até a McLaren, que em 2016 estava em uma situação lastimável, conseguiu dar a volta por cima e agora é a favorita para voltar a vencer o Mundial de Construtores.

Enquanto isso, a pá de cal dos franceses foi o golpe duplo: a saída de Alonso e a preferência de Piastri pela McLaren, lembram? (aqui!) Na época, estava em dúvidas sobre a decisão do australiano e o tempo mostrou como ele e Webber tomaram a decisão mais correta da carreira de Oscar.

Bem, aí a Renault perdeu o rumo de vez. Com Gasly chegando para ser o velho novo rival de Ocon, vimos mais um naufrágio francês em meio a demissões de profissionais, rearranjos no organograma e a falta de rumo.

Uma vitória em dez anos e correr de sobreaviso. A enésima despedida da Renault é tão melancólica quanto a década de retorno, que prometeu muito e entregou abaixo do mínimo.

O futuro? O nome de fábrica vai seguir, provavelmente com o motor Mercedes. Com Gasly e Doohan de titulares, o futuro não é muito promissor, salvo algum milagre no regulamento de 2026.

Será que Flavio Briatore transforma a Alpine na nova Benetton? Existe algum Schumacher ou Alonso dessa vez?

No fim das contas, o retorno da Renault foi pior do que eu imaginava. Aguardemos como será o enésimo egresso, quando os franceses vão disputar com os japoneses da Honda quem é que mais pula e volta para a barca chamada Fórmula 1.

Até!


quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A F1 NÃO É RAP E A FIA NÃO É SÉRIA

 

Foto: Andreja Cencic/SOPA Images

“Temos que diferenciar nosso esporte - o automobilismo - da música rap. Não somos rappers, você sabe. Eles dizem palavrões quantas vezes por minuto? Não fazemos parte disso. Eles são assim e nós não.”

Palavras do presidente da FIA, Mohammed Bem Sulayem, sobre o excesso de palavrões dos pilotos nos rádios divulgados na transmissão de treinos e corridas. Como manter a calma, tranquilidade e civilidade quando sua vida pode estar em risco em curvas e defesas de posição à 300 km/h?

O presidente da FIA, que já foi piloto de rali, sabe disso, mas sabe se lá porque resolveu adotar esse espírito puritano inocente. Como se os pilotos de corrida, em milésimos de raciocínio numa reta, precisassem pensar milimetricamente sobre a forma ideal de se comunicar diante de uma disputa de posição ou problema no carro.

As crianças e o novo público que assiste a F1 vão começar a falar F1 porque Hamilton ou Verstappen falaram um “fuck” uma vez na vida? Os rádios não foram feitos para a transmissão, então podar o comportamento natural dos pilotos é algo completamente fora da lógica. Não estamos falando da coletiva pós-treino ou corrida ou algo que não seja tão de cabeça quente. Ninguém pediu para que as conversas fossem divulgadas para o público.

É evidente que muitos pilotos reagiram a isso. Norris, por exemplo. Além dele, o porta-voz da categoria fora da bolha, Lewis Hamilton com o certeiro discurso de estigmatizar e estereotipar o rap, em pleno século XXI, ano 2024, quase 2025. Voltamos para os anos 1990 e o gangsta rap? Precisamos da MTV e do Eminem para educar nossas crianças? Eles não são como nós, escreveu Kendrick.


Verstappen, um cara mais direto, disse um palavrão quando perguntado na coletiva, como exemplo de que somos humanos e nem sempre vamos falar as coisas mais floridas, principalmente durante uma competição e mais do que nunca no automobilismo, um esporte tão perigoso (e as pessoas parecem que esquecem disso).

O resultado? Multa de 50 mil euros e serviço comunitário. A reação do holandês? Responder somente “sim” ou “não” na coletiva seguinte, pós-treino classificatório. Depois, convidou os jornalistas para a verdadeira entrevista, numa espécie de zona mista ou cercadinho. O futuro tetra (será?) afirmou que esse também é um fator que pode fazer ele simplesmente largar a F1, além do calendário cada vez mais apertado. Honestamente, não acredito nisso, mas...

O mundo mágico da Liberty e da F1 é fantástico. Uma fala em respeitar os direitos de todos, em pluralidade, um ambiente sem preconceitos, mas teima em fazer acordos com ditaduras e encher o calendário de circuitos de rua que está todo mundo saturado.

A FIA está mais preocupada com o palavrão do Zhou brigando pelo 15° na volta 45 do que de criar mecanismos para a categoria não ser refém das montadoras e ter mais equipes competitivas no grid, aceitando a Andretti e evitando os casos constrangedores de campeões da F2 não terem vaga na categoria, como já aconteceu com Piastri, Drugovich, Théo Pourchaire e provavelmente Gabriel Bortoleto, o próximo premiado pelo clubinho cada vez mais fechado e elitista da F1.

Mas claro, o mais importante é não falar palavrão para o Josh, de 6 anos e que vive em Birmingham, repita o ídolo Lando Norris.

É mais importante salientar sobre os palavrões do que investigar o absurdo que é a Red Bull ter quatro carros para competir contra a McLaren e Norris, por exemplo. Sim, quatro, porque dessa vez ficou escancarado.

Na última corrida da carreira de Ricciardo, dispensado hoje, eis que o australiano fez a volta mais rápida da corrida. Ok, mas e daí? Daí que isso tirou um ponto de Norris, o que ajuda Max na briga pelo tetracampeonato. Coincidência? Olha, quando alguém fala no rádio para Verstappen que “Ricciardo fez a volta mais rápida e Norris perdeu um ponto”, no mesmo tom como se fosse um Pérez da vida, aí vira concorrência desleal, baderna, várzea.

No passado, a ex-Alpha Tauri, agora Visa Cash App Red Bull (tive que botar no Google, nem sabia que esse era o atual nome do negócio) já colocou Tsunoda na pista com o carro arrebentado para provocar safety car. É claro: isso não é um artifício exclusivo dos taurinos. Essa teoria da conspiração existe há muito tempo.

Em 1997, por exemplo, Norberto Fontana, da Sauber, fechou de propósito Villeneuve enquanto este caçava Schumacher na briga pelo título na última corrida, em Jerez. Anos depois, o argentino disse que fez isso depropósito a mando de Jean Todt, da Ferrari. A Sauber sempre foi uma “Ferrari B”, inclusive emprestando pilotos para a equipe, entre eles Felipe Massa. É claro que a declaração foi negada pela Ferrari e pelo então dono Peter Sauber, hoje futura Audi.


Nos últimos anos, também houveram suspeitas de equipes com motores Mercedes facilitarem para a equipe alemã nas disputas, principalmente nos últimos anos onde a rivalidade com a Ferrari e a Red Bull ficou mais quente.

Ou seja: é uma prática “comum”, embora ninguém admita e fique mais como teoria da conspiração. Pode ter sido uma grande coincidência ou um simples último ato de Ricciardo fazer a volta mais rápida na última volta da última corrida na carreira, mas que isso pode ajudar a equipe cliente a conquistar mais um título de pilotos, ah, isso pode.

Enfim, pode ser que esse texto esteja procurando muitos pelos nos ovos. Desculpem, esqueci que a F1 agora só vai melhorar sem palavrões nos rádios dos times. É pelas crianças, é pelo exemplo.

Eu vejo o que eles falam sobre a F1 na TV e não é sério...



segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A NOVA "NOVA GERAÇÃO" E O ÓBVIO

 

Foto: Getty Images

Quanta coisa mudou desde então, né? Apesar de todo o esforço da Red Bull em perder o campeonato em uma queda vertiginosa à la Williams 1997 (coincidentemente quando também um certo Adrian Newey deixou o time), a McLaren está mais preocupada com os construtores do que tentar impedir o tetra de Max. Os motivos? Vou desenvolver em outro texto, mas talvez a equipe sinta que Lando Norris não vai ser o cara.

Bom, desde então, muitas mudanças para os assentos da F1. Ocon, chutado da Alpine, vai ser o líder da Haas. Com poucas opções, é melhor escolher certos lugares do ficar a pé, ainda mais que o francês não é mais garoto e a fama de péssimo companheiro de equipe já pesa para algumas avaliações. Na Haas, é agora ou nunca para tentar ter uma relevância que nunca conseguiu ter, de fato, na categoria.

Seu parceiro será Oliver Bearman. Não é novidade, por dois motivos: é da academia da Ferrari, já tinha corrido pela equipe na Arábia Saudita e feito outros testes com a própria equipe. Ok, foram três. Os americanos mudam o perfil: saem dois experientes, entram um jovem experiente e um novato. O inglês é o legítimo caso de estar no lugar certo e na hora certa. A oportunidade passou e ele agarrou. O que esperar? Paciência para 2026.

Passamos para os próximos passos, muito mais surpreendentes. Primeiro, começamos por Franco Colapinto. Muito remotamente, acompanhei ele na F3 e sempre foi dito que era um piloto talentoso, rivalizando com outros expoentes que já subiram.

Além do fato de ser o primeiro argentino na categoria desde Gastón Mazzacane em 2001 (quem não lembra da histórica ultrapassagem no Hakkinen em Indianápolis 2000?), o mais interessante foi a escolha do time agora capitaneado por James Vowles, ex-Mercedes.

Por ainda usar os motores Mercedes, uma gestão mais antiga teria perfeitamente optado por antecipar a estreia de Kimi Antonelli no time no lugar do Sargeant, até pela estreita relação de Vowles com Toto Wolff, ex-acionista de Grove. No entanto, a Williams escolheu por alguém da própria academia de pilotos, a exemplo do que fez com o americano.

É uma grande oportunidade para Colapinto. Mesmo com prazo de validade e esquentando o robusto banco de Carlos Sainz, nunca se sabe o dia de amanhã. O próprio espanhol está lá por falta de opção, assim como Albon. Vai que de 2026 em diante o mercado mude... o argentino, se fizer o básico, que é não bater igual Sargeant, fica bem posicionado para continuar sendo reserva. Além do mais, pode continuar impressionando na F2. Um movimento surpreendente, interessante e ambicioso da Williams, que tenta voltar aos áureos tempos.

Por fim, a Alpine. Depois de perder Piastri e Alonso, a equipe entrou numa espiral negativa. 2024 é um desastre, que culminou na relação Gasly e Ocon, que já era horrível na base. Nem o fato de serem compatriotas numa equipe francesa poderia diminuir esse impacto. Pelo contrário. Tudo ficou pior, começando pela equipe de Enstone ser uma bagunça administrativa. Tanto é que optaram pelo retorno dele, Flavio Briatore. Até pensei em escrever algo sobre como poderia ser positivo a volta de um personagem emblemático, talvez o último que represente a F1 antes de ser subjugada pelas montadoras, mas também mostra que, na Europa, não é só na Itália que tudo termina em pizza.

Jack Doohan. O quanto o sobrenome do pai, pentacampeão da Moto GP, pode ter pesado nisso? Bom, além disso, os franceses optaram por alguém da academia de pilotos. Piastri não podia, mas Doohan, de resultados não tão chamativos na base, esse ano está apenas como reserva do time, sem ritmo e inexperiente para a categoria.

Qual é o dedo de Briatore nessa escolha? Tudo fica muito estranho, principalmente se considerar que Doohan disputou a vaga contra Mick Schumacher e tudo isso só aconteceu porque Sainz preferiu ir para a Williams do que voltar para a ex-Renault. Tempo de contrato e projetos foram os motivos, provavelmente.

A verdade é que a Alpine é um barco a deriva que nunca navegou na direção certa. A volta de Briatore é uma tentativa desesperada de correção de rumos. No entanto, qual a verdadeira jogada por trás disso? Usar Doohan igual Grosjean e Nelsinho na década passada? Não tem um Alonso ou um líder dessa vez, Gasly passa longe desse perfil. Não me parece também que Doohan seja um Kovalainen, alguém que sobreviva na F1 sem o apoio da Alpine/Renault.

Na Mercedes, a escolha foi por Kimi Antonelli. Wolff nunca considerou outro nome. Se olharmos agora que o anúncio foi feito, tudo faz sentido. Acelerar o italiano direto para F2 era uma prova de como os alemães enxergam esse prodígio. É um passo grande, mas somente os grandes já fizeram isso. Lembremos de Kimi Raikkonen, Max Verstappen e até mesmo Valtteri Bottas pulou etapas para chegar na categoria.

Apesar de altos e baixos na F2, o que é normal, Antonelli está em crescente. A real é que o desempenho na base importa pouco se você é visto como um fenômeno, como parece ser o italiano. Escrevi aqui que ele é o novo Verstappen, ou ao menos ninguém teve tanto impacto na base desde a ascensão do holandês.

Tantos fenômenos da base não viraram nada, como por exemplo Wehrlein. Sainz nunca foi um primor e chegou na F1 com o sobrenome e o apoio da Red Bull. Virou até piloto da Ferrari. Junto com Russell, é uma dupla jovem e apostas de talento para o período pós-Hamilton. Um perfil distinto do que levou os alemães para o tempo. Os dois vão precisar de tempo, mas se Antonelli confirmar o que promete, teremos um novo talento geracional para brigar e quem sabe destronar Max Verstappen.

Os casos apresentados aqui concluem o óbvio. A era que eu tanto temia chegou com tudo na F1. Para os novatos, a porta de entrada é uma só: academia de pilotos. Isso vale mais do que títulos ou desempenho na base. Claro, se você tiver muito dinheiro nem isso é necessário, como vemos no caso de Stroll.

Com apenas uma vaga restando para 2025, na Sauber/Audi, resta saber qual vai ser o critério da escolha dos alemães/suíços: com Hulkenberg, a cota experiente está preenchida. A outra metade será jovem de academia, jovem endinheirado ou um mix?

Gabriel Bortoleto, com a McLaren e agenciado por um certo Fernando Alonso, pode ser uma mistura de talento, academia e bom trânsito no paddock de seus resultados, personalidade e, claro, seus representantes.

Até!


quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

E AGORA, TOTO?

 

Foto: Reprodução/Internet

Um belo dia, um casamento repleto de amor e conquistas se encerra depois de 11 anos com uma breve conversa de 10 minutos. Foi assim que Toto Wolff e a Mercedes descobriram a intenção de Sir Lewis Hamilton em partir, definitivamente, para o sonho vermelho ferrarista.

Ok, Hamilton vai ter a última dança prateada e depois vai ser somente história para os alemães, a questão óbvia é: quem será o sucessor do heptacampeão na Mercedes?

Não é uma pergunta que se responde do dia para a noite. Será ao longo do ano. Num exercício com uma pitada de lógica e outra de delírio saziano, apresento aqui os candidatos plausíveis para ocupar o posto do Sir a partir do ano que vem. Não está em ordem de preferência, é o que vem da cabeça:

Valtteri Bottas – Foi ou é agenciado por Toto Wolff e é um nome experiente, bem quisto pela equipe pelos serviços prestados como escudeiro do próprio Hamilton. Sei lá, eu não duvidaria disso. Massa voltou pra Williams mesmo depois de se aposentar, o finlandês pode abortar o projeto com a Audi por uma segunda chance na Mercedes, não?

Sebastian Vettel – Ok, ele tá aposentado. Ok, ele não quer mais saber de automobilismo, apenas uma forma mais sustentável de viver no planeta. Mas é o Vettel, é tetracampeão, é alemão... Tentar, seduzir não custa nada, certo?

Carlos Sainz – Dizem que pode ir para a Audi, mas uma dança das cadeiras não seria tão surpreendente. Já lidou com Verstappen, Ricciardo, Leclerc... Russell não seria um desafio tão grande assim. Já mostrou do que é capaz

Daniel Ricciardo – Por falar nele... o 2024 vai ser um teste pra saber se pode voltar a ser o escudeiro de Max na Red Bull. Caso não dê certo, é um piloto experiente, disponível para ajudar e fazer de Russell o novo líder dos prateados.

Kimi Antonelli – Seria o substituto natural, está sendo preparado para isso. No entanto, a saída antecipada de Hamilton pode ter estragado os planos sucessórios da Mercedes. Talvez o prodígio passe por uma Williams ou uma equipe satélite até chegar na principal, repetindo o que Russell, mas não duvidem se, em caso de título na F2 esse ano, o italiano já suba direto. Afinal, estamos falando do maior talento de base desde Max Verstappen. E Hamilton também chegou na F1 assim, pulando etapas.

Fernando Alonso – O contrato com a Aston Martin termina no fim do ano e pode ser a última grande chance do Espanhol. Ele já deixou claro que no momento a principal questão é o projeto, pois fisicamente está muito bem, apesar de quarentão. Toto Wolff se reuniu com Flavio Briatore e já gerou burburinhos. Apenas coincidência? Imaginem, na rivalidade, Alonso substitui Hamilton e guia a Mercedes de volta para o topo. Cinema!

E aí, o que vocês acham? Algum nome é plausível ou esqueci de alguém? Quem você contrataria para a Mercedes no lugar de Hamilton? Comente!


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

MAIS UMA PARTE DO LEGADO

 

Foto: Getty Images

Até esquematizei mentalmente algumas linhas sobre o 2023 histórico da Red Bull e de Max Verstappen, a morte repentina de Gil de Ferran e a situação de Wilsinho Fittipaldi. O tempo passou, perdi o timing e a vontade. 2024 parece que vai ser a mesma coisa de 2023. Mesmos carros, mesmas equipes, nenhuma mudança e o problema de tudo, para os americanos, é a Andretti. Qual o sentido de repetir a mesma coisa? Sim, exatamente: 2024 na F1 será um pleonasmo, repetitivo e chato.

O que me faria escrever, afinal? Se Verstappen fez o que a gente achava que só Fangio conseguiria nos tempos antigos e o timing passou... Eu não gosto de despedidas, mas o blog precisa de um tempo. Ironia do destino: justo neste ano que ele vai completar 10 anos de existência.

A grande notícia surgiu, como vocês sabem. É geracional, fura a bolha. É o esportista, uma celebridade, um pop star.

Todo ano Hamilton ia para a Ferrari. Dessa vez, ele realmente foi. Quer dizer, irá. É a maior transferência da história da categoria. O maior vencedor, pole, pódio e sete títulos na equipe mais vencedora e com mais torcida, a que mais se aproxima de um clube de futebol.

O que fez Lewis Hamilton tomar essa ousada decisão se ele já parecia estar rumando para a aposentadoria e concentrar outros esforços em novas jornadas, sociais e de outros interesses secundários, como a moda e a música?

Claro, ele vai ganhar o maior salário da história da F1. É o Lewis Hamilton. Existem também as promessas dos benefícios aos projetos sociais de Lewis, iniciados na Mercedes, sobretudo após a pandemia. Finanças e vida pessoal, ok.

Mas e a questão esportiva? A Ferrari é a Ferrari, mas também é a Ferrari que todos sabemos: sem títulos desde 2007. Equipe grande é equipe grande, mas existem apostas.

Alguns funcionários da Mercedes, que trabalharam com Hamilton, estão indo para a Ferrari a partir do ano que vem. O chefe de equipe é o Frederic Vasseur, que foi o chefão de Hamilton no título da GP2, hoje F2, lá em 2006.

Assim como a saída da McLaren para a Mercedes, existem duas leituras. A primeira é que dois anos sem vitórias e sem incomodar a Red Bull nesse novo regulamento cansou Lewis. Competidor voraz, que até então vencia em todos os anos, do nada ele se encontrou em uma posição incomoda inédita: perder o título de 2021 da forma que sabemos, enfrentar um jovem piloto de grande potencial (e perder no primeiro ano, sem vencer) e com o tempo passando.

A Mercedes bateu cabeça nessas duas temporadas e andou em círculos, enquanto a Red Bull disparou e parece inalcançável. Assim como em 2012, agora Hamilton perdeu a confiança e decidiu apostar. Sair da zona de conforto.

Para quem gosta de discussões sobre os melhores e tal, é inegável que, nesse sentido, Hamilton é um caso a parte. Tirando Kovalainen e Bottas, sempre enfrentou competição de altíssimo nível e sem medo. Um certo Alonso no auge, Button, Rosberg e agora vai pra cima de Leclerc, que até então era o menino de ouro da Ferrari. A imaturidade esportiva e os erros da própria Ferrari também culminaram na concretização do grande sonho, da grande grife, do impacto mundial.

2026 é o ano do novo regulamento e da chegada dos novos motores. A nova F1. O novo Pacto de Concórdia ainda vai ser assinado até lá. Tudo novo, as equipes já priorizando essa nova era, algumas precisando se ajustar com a chegada de novas organizações como a Ford e a Audi.

Assim como em 2014 a Mercedes deu o pulo do gato e Hamilton se viu em posição de fazer jus ao talento também em número de títulos, a Ferrari aposta nisso para voltar a ser hegemônica: o pulo do gato de Maranello. Trabalhando juntos no novo regulamento e com a chegada de pessoas de confiança de Lewis, 2025 seria um laboratório para azeitar tudo, visando o começo da nova era.

Quarentão, a questão física de Hamilton seria um grande ponto de interrogação, mas vimos Raikkonen guiando até essa idade e Alonso mais velho e ainda no grid fazendo o que fez com a Aston Martin. A idade é um número. É a última chance de uma grande mudança e uma nova aventura onde Hamilton não tem nada a perder.

Repito, nada a perder. O motivo é simples: Hamilton não precisa mais se provar. A Ferrari em sua carreira é como se fosse um filler, uma cena pós-créditos de uma história extraordinária. É evidente que ele não vai lá de sangue doce. Se não fosse competitivo, jamais seria heptacampeão e provavelmente já teria largado o esporte há muito tempo. A chama para voltar ao topo depois desses últimos anos está muito alta. Um labaredo. É assim que os superatletas de todos os esportes são forjados, na competitividade extrema.

Se der errado, Hamilton responde a sua e a pergunta de muita gente, além de realizar sonhos. Mas o que seria dar errado? Não ser campeão? Ok, na Ferrari não tem meio termo. Se der certo, Hamilton poderia se coroar como o maior campeão isolado e tirando a Ferrari da fila, assim como um certo Michael Schumacher fez, encerrando de vez qualquer discussão sobre quem senta no trono da F1.

Que 2024 passe bem rápido, porque ninguém se interessa. Todos os olhos estarão em Maranello e no vermelho do cavalinho rampante do Sir. Tons rubro-negros no legado de Lewis.

Vale a pena continuar sobre o espaço deixado na Mercedes e possíveis candidatos? Talvez eu pense nisso nas próximas semanas antes do campeonato começar.

Até!

domingo, 22 de outubro de 2023

ASSOALHOS

 

Foto: Chris Grayten/Getty Images

Da série "corridas que não vi": campeonato decidido, trabalhando no jogo do Inter (histórico, aliás...). Bom, li que Verstappen venceu, mesmo largando em sexto. Foi melhor na estratégia dos pit stops e mais agressivo nas ultrapassagens, enquanto Norris e Leclerc abriram alas para ele.

Só Hamilton que tentou lutar e se aproximou de Max, mas sem ser o suficiente para vencer. 15 vitórias no ano e 50 na carreira. Impressionante. 

Bom, estou assistindo o VT da corrida agora. Está na largada. Antes de começar a escrever, li que Hamilton e Leclerc foram desclassificados por irregularidades no assoalho dos carros. 

Segundo o GE, "Hamilton e Leclerc infringiram o artigo 3.5.9.e do regulamento técnico da F1. O texto faz referência à espessura da prancha de madeira no assoalho, que deve ser de pelo menos 10 mm, com tolerância a partir de 9 mm." 

Assim, Norris e Sainz completaram o pódio e, entre outras coisas, permitiu que Logan Sargeant pontuasse pela primeira vez na F1. Logo em casa. Que reviravolta.

Enfim, li que McLaren e Mercedes poderiam ter feito estratégias mais ousadas para ganhar e que Hamilton foi prejudicado na estratégia e também em um pit stop. Piastri abandonou, assim Ocon. Destaque também para os bons pontos de Tsunoda e Stroll e o abandono de Alonso. É um fim de ano difícil para a Fênix, que flertou com as vitórias, mas a Aston Martin termina 2023 bem melancólica.

Bom, assistindo ou não, com estratégias, ritmos diferentes e até menos brilhantismo, ainda assim ninguém quer competir com Max Verstappen. E Norris segue flertando com as vitórias, mas sem vencer de fato. Ainda acho que Piastri vai romper o lacre antes dele.

Confira a classificação atualizada do GP dos EUA:

1 - Max Verstappen (RBR)

2 - Lando Norris (McLaren) +10s730

3 - Carlos Sainz (Ferrari) +15s134

4 - Sergio Pérez (RBR) +18s460

5 - George Russell (Mercedes) +24s999

6 - Pierre Gasly (Alpine) +47s996

7 - Lance Stroll (Aston Martin) +48s696

8 - Yuki Tsunoda (AlphaTauri) +1m14s385*

9 - Alexander Albon (Williams) +1m26s714

10- Logan Sargeant (Williams) +1m27s998

11- Nico Hulkenberg (Haas) +1m29s904

12- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) +1m38s904

13- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1 volta

14- Kevin Magnussen (Haas) +1 volta

15- Daniel Ricciardo (AlphaTauri) +1 volta

Fernando Alonso (Aston Martin) - ABANDONOU

Oscar Piastri (McLaren) - ABANDONOU

Esteban Ocon (Alpine) - ABANDONOU

Lewis Hamilton (Mercedes) - DESCLASSIFICADO

Charles Leclerc (Ferrari) - DESCLASSIFICADO

Até!

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

CUMPRINDO TABELA

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

Com o campeonato decidido, difícil encontrar alguma motivação para seguir assistindo a F1 em 2023. Há algumas questões que podem ser interessantes, vamos lá: Max Verstappen vai ganhar tudo até o fim do ano? Alguém vai parar Max e a Red Bull? Teremos alguma surpresa?

Bom, na classificação de agora há pouco, podemos perceber a decadência da Aston Martin. Don Alonso eliminado no Q1, assim como Lance Stroll, como sempre. Isso que as atualizações foram feitas, mas aparentemente não deram resultado... talvez o foco seja 2024 mesmo, mas é o caminho totalmente inverso que a McLaren fez, por exemplo.

Lando Norris ficou no quase de novo. A pole foi de Charles Leclerc, graças a mais um "limite de pista", que tirou a pole de Max Verstappen. Ao menos dessa vez a questão foi resolvida rapidamente e sem constrangimento para os envolvidos. Só isso para brecar a Red Bull.

Ferrari e McLaren muito rápidas, assim como a Mercedes tem boas perspectivas. A Alpine pode incomodar também. Importante lembrar do retorno de Daniel Ricciardo. Tanto tempo parado e agora se recuperando de lesão, vai ser difícil fazer alguma avaliação imediata nesse final de temporada. É evoluir fisicamente e fazer alguns pontos se possível, afinal Liam Lawson conseguiu passando por cima das dificuldades do pior carro do grid.

Nesse clima de fim de feira, vamos ver o que acontece domingo. Com Max largando em quinto, a expectativa é que algumas voltas sejam competitivas até que o tricampeão chegue ao topo. Vamos curtir. Amanhã tem mais uma inesquecível sprint, praticamente no mesmo horário do UFC 294. Imperdível, é claro.

Confira o grid de largada:


Até!

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

GP DOS EUA: Programação

 O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

Em 2020, em virtude do coronavírus, a etapa foi cancelada, retornando para o calendário em 2021.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:36.069 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:32.029 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 433 pontos (CAMPEÃO)

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 224 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 194 pontos

4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 183 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 153 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 145 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 136 pontos

8 - George Russell (Mercedes) - 132 pontos

9 - Oscar Piastri (McLaren) - 83 pontos

10- Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

11- Pierre Gasly (Alpine) - 46 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 44 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 23 pontos

14- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 10 pontos

15- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos

19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 657 pontos (CAMPEÃ)

2 - Mercedes - 326 pontos

3 - Ferrari - 298 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 230 pontos

5 - McLaren Mercedes - 219 pontos

6 - Alpine Renault - 90 pontos

7 - Williams Mercedes - 23 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 16 pontos

9 - Haas Ferrari - 12 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos

FIA GARANTE MOTOR PARA ANDRETTI

Foto: Indycar

Aprovada a candidatura dos americanos pela FIA, o passo seguinte é convencer as dez equipes e assinar o novo Pacto de Concórdia. O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, afirmou que as equipes não podem vetar a Andretti e que vai ajudar os americanos a assinarem com um fornecedor de motor enquanto a General Motors, parceira da Andretti, não estiver pronta para a F1, já em 2025.

Havia um pré-acordo dos americanos com a Renault, mas expirou em março e agora os franceses não têm interesse na parceria. Por regulamento, a FIA pode designar um fornecedor para a Andretti caso os americanos não consigam algum acordo. E duas seriam as possibilidades:

“Não é segredo, e estou certo de que é Alpine ou Honda, um deles venceria porque são as regras. Estou otimista com a GM chegando com a unidade de potência. Muito otimista, não apenas otimista. Nos últimos 20 meses, ter duas grandes OEMs (fabricantes de equipamentos originais, da sigla em inglês), Audi e Andretti/GM, e ter uma unidade de potência da Audi — e estamos na direção certa para ter uma da Cadillac —, é uma conquista", disse.

Essa guerra política parece ter um lado mais forte: a FIA, é claro. O desafio para a Andretti é não chegar tão atrasada na F1. É lógico que os primeiros anos, sem testes e pouco dinheiro, serão muito complicados. Lembram da Haas? Então, é melhor que Michael e companhia estejam preparados. Se a entrada já parece algo desgastante e difícil, permanecer na F1 sendo minimamente competitiva vai ser mais complicado ainda.

A ÚNICA ESCOLHA

Foto: Divulgação

No meio do imbróglio entre a opção de renovar com Alonso ou promover Oscar Piastri, a Alpine ficou sem as duas opções. Todo mundo lembra do drama do ano passado: os franceses queriam promover o australiano e enrolaram Alonso. 

Sem garantias de subir para o time, Piastri não queria ficar outro ano sem estar no grid e foi negociar com a McLaren, que iria se livrar do compatriota Daniel Ricciardo. O resto é história. E o agora empresário Mark Webber falou sobre essa decisão:

"Foi a única escolha que tivemos. Não foi muito reconfortante para nós no ano passado saber onde ele poderia acabar. Fiquei extremamente nervoso e frustrado por ele não ter corrido em 2022. Vemos o que perdemos. Ter um cara assim sem correr era uma farsa e estava me matando por dentro. A McLaren foi brilhante desde o início. Os acionistas, o tempo todo para garantir que ficariam com ele. Agora eles têm dois pilotos fenomenais", disse.

Ficou evidente a decisão arriscada de mudar de ares. Claro, Piastri chegaria com uma pressão muito granda ao "trair" a equipe que pavimentou o caminho desde a base. No entanto, os franceses se enrolaram com o excesso de opções e indefinições e Oscar aproveitou a chance que tinha. O tempo mostrou que o campeão da F3 em 2020 e da F2 em 2021 estava certo. Uma virada de chave na carreira.

TRANSMISSÃO:
20/10 - Treino Livre 1: 14h30 (Band Sports)
20/10 - Classificação: 18h (Band Sports)
21/10 - Classificação Sprint: 14h30 (Band Sports)
21/10 - Sprint: 19h (Band e Band Sports)
22/10 - Corrida: 16h (Band)



domingo, 8 de outubro de 2023

SEM PALAVRAS

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Qualquer coisa escrita sobre o tricampeonato de Max Verstappen é correta. Difícil achar algo ou algum prisma inédito que sirva para coroar o trabalho brilhante de um piloto e de uma equipe.

Gostaria de pontuar algumas situações. Em 2021, foi a questão Masi. Ano passado, a confirmação do bicampeonato veio depois da corrida em uma punição a Leclerc. Agora, o tri vem numa escapada do cada vez pior Pérez numa corrida sprint, num sábado. Max merecia maior reverência do destino para celebrar o ponto final das conquistas, mas é um detalhe menor, talvez.

Patética a FIA com suas ideias de zebras diferentes e limites de pista que não seja uma boa e velha brita. O constrangimento da Pirelli em ter que obrigar os pilotos a pararem nos boxes depois de certo número de vitórias para não repetir Indianápolis é expor uma marca que talvez não queira renovar com a categoria no médio prazo. Por quê não fazer o simples?

Por quê insistir em fazer sprints race e transformar o momento da consagração de um piloto geracional como se fosse uma gincana? Como dar importância a vitória numa sprint se isso não existe?

Enfim, vamos pontuar outras coisas.

A Mercedes saiu de controle na briga igualitária dos dois pilotos. Cada ponto é importante para um time tão regular mas que ainda não conseguiu fazer o grande salto. Hamilton testou alguns limites e dessa vez se deu mal. Pode ser o estabelecimento de uma linha traçada para o futuro esportivo da dupla do carro alemão, mas por sorte Russell ainda assim conseguiu se recuperar. Veremos se isso terá maiores sequelas quando os prateados voltarem ao protagonismo de vitórias e títulos. Como fazer?

Quem deu o grande salto e tem uma dupla de pilotos tão boa quanto a Mercedes é a McLaren. Lindo ver a grande evolução do time que no início do ano era eliminado no Q1. Piastri ainda não está no pico do desempenho, mas mesmo assim já incomoda Norris. Ainda tem um stint inferior, fruto da primeira temporada e a exigência física de um F1 ainda estar debilitando o jovem, mas Oscar responde porque venceu a F3 e a F2 de forma consecutiva e foi disputado a tapa por duas equipes. A Alpine deve se arrepender...

Sainz sequer largou e a Ferrari fica no meio do caminho. Uma corrida de sobrevivência que quase foi abreviada por um raro erro de Alonso, que ainda assim pontuou com a Aston Martin meio de tabela. Trabalho correto de Albon e alguns pontos fundamentais para a Alfa Romeo na briga do fim do grid, e com os dois pilotos ainda!

Pérez, Pérez, Pérez... que ele está de aviso em 2024 é evidente, mas não é possível alguém ter uma queda tão vertiginosa assim na temporada. Ele corre o risco de conseguir a proeza de não ser vice em uma temporada que o carro dele venceu 16 de 17 corridas... 16 de 17! São erros e falta de ritmo inacreditáveis... a gente sabe que a diferença dos pilotos e os estilos de pilotagem adaptados ao carro fazem a diferença, mas isso salta aos olhos até de nós, leigos! Qual o futuro de Checo Pérez daqui sei lá, uns seis meses?

Logan Sargeant é outro que só vai conseguir se salvar se for pela nacionalidade ou um protecionismo corporativista da equipe que o revelou, porque está errando demais, dando chance para o azar.

Max Verstappen: absoluto, imparável e tantos outros adjetivos. Definitivamente já dentro de um clubinho seleto, não apenas de tricampeões, mas dos grandes da história. Sim. Já. Não é empolgação.

Confira a classificação final do GP do Catar:


Até!

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

É AMANHÃ!

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

36 anos depois, a F1 vai voltar a consagrar um campeão em um sábado. O último foi Nelson Piquet, quando Nigel Mansell bateu no treino do Japão e ficou fora da corrida no domingo, o que deu o tricampeonato para o brasileiro.

Pois bem, pro constrangimento ficar maior, Verstappen será tricampeão numa corrida sprint. Basta chegar em sexto. A única forma disso não acontecer é se o holandês bater em todas as corridas e Pérez fazer milagre, mas é difícil saber o que aconteceria antes.

Por exemplo, Verstappen larga na pole, com poucas voltas. Pérez não classificou para o Q3. Aí se tira o nível. Também está cada vez mais constrangedor para Stroll em relação a Alonso. Dizem que o canadense vai desistir da carreira e, como consequência, o papai Lawrence vai passar adiante o controle da Aston Martin. É um desperdício de vaga que nem todo o dinheiro do mundo compensa.

Mais uma vez a F1 teimosa, ao invés de optar pela brita ou algo do tipo, também tirou as zebras e fica com essas linhas idiotas. O resultado? Constrangimento para os pilotos: as McLaren, que eram p2 e p3, foram informadas durante as entrevistas que tinham passado dos limites da pista. Horrível expor os pilotos ao ridículo dessa forma. Assim, a Mercedes é que tem o papel de pelo menos tentar incomodar Max na primeira curva, com Russell e Hamilton.

A Ferrari decepcionou no treino, mas pode ser que consiga reagir na corrida. Sejamos sinceros: o resto é irrelevante.

A F1 aguarda finalmente pelo tri de Max Verstappen. Quanto mais cedo, mais enfadonho será o fim do campeonato. Já dá pra afirmar que o campeonato acaba nesse finde se nada der errado, certo?

É amanhã!

Confira o grid de largada para domingo:


Até!


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

GP DO CATAR: Programação

 O Grande Prêmio do Catar aconteceu pela primeira vez na história em 2021, entrando no calendário de última hora em virtude de arranjos causados pelo Covid-19. A corrida aconteceu no autódromo de Lusail.

Ausente do calendário de 2022 em virtude dos preparativos para a Copa do Mundo, a corrida do Catar retorna em um novo autódromo.

Foto: Wikipédia

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:20.827 (Mercedes, 2021)

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:23.196 (Red Bull, 2021)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2021) - 1x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 400 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 190 pontos

4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 174 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 150 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 135 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 115 pontos

8 - George Russell (Mercedes) - 115 pontos

9 - Oscar Piastri (McLaren) - 57 pontos

10- Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

11- Pierre Gasly (Alpine) - 46 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 38 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos

19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 623 pontos (CAMPEÃ)

2 - Mercedes - 305 pontos

3 - Ferrari - 285 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 221 pontos

5 - McLaren Mercedes - 172 pontos

6 - Alpine Renault - 84 pontos

7 - Williams Mercedes - 21 pontos

8 - Haas Ferrari - 12 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos


CANDIDATO, MAS SEM GARANTIAS

Foto: Getty Images

Apesar de impressionar com boas atuações e um nono lugar em Singapura, Liam Lawson vai continuar como reserva da Red Bull/Alpha Tauri em 2024. Com Ricciardo e Tsunoda confirmados e Pérez entrando no último ano de contrato, é natural que Liam seja candidato a alguma das duas vagas.

A Red Bull confirma isso, mas nega informações de que teria garantido a Lawson um assento para 2025. Checo provavelmente não vai permanecer no grupo dos taurinos, então se abriria uma vaga para ser o parceiro de Max Verstappen, onde possivelmente Lawson e o próprio Ricciardo seriam favoritos a vaga. Favoritos, não garantido.

“Não há garantia de nada na vida. Ele fez um grande trabalho e impressionou a todos nós. Fez exatamente o que poderíamos pedir em termos de agarrar a oportunidade, na ausência de Daniel, para mostrar sua capacidade. Isso virou algumas cabeças e fez muito bem a ele. Quando ele voltar ao papel de reserva, vamos continuar o desenvolvimento, e ele certamente será um candidato para 2025”, disse Christian Horner.

Tem que manter o cara motivado. A Red Bull teve um trauma recente de se impressionar com desempenho singular, então é natural estar ressabiado quanto a Lawson. Afinal, do outro lado há Daniel Ricciardo que, embora não seja o mesmo de antes, ainda é o terceiro piloto mais bem sucedido da história da equipe nesses quase vinte anos de F1. Nâo é pouca coisa. Como diz o conhecido ditado, "devagar com o andor que o santo é de barro".

QUASE LÁ

Foto: Getty Images

Na segunda-feira (2), a FIA anunciou que aprovou a inscrição da Andretti para entrar na F1 a partir de 2025. Outras candidaturas como a Hitech e a Carlin foram recusadas, além da empresa LKY SUNZ. Agora, os americanos precisam debater questões comerciais e ser aprovado pela FOM.

Apesar de uma equipe novata precisar pagar uma taxa de 100 milhões de dólares para a FOM, a maioria das dez equipes do grid parecem ser contra a chegada de uma outra escuderia. O argumento é que uma nova equipe diminuiria os lucros de todos, afinal o bolo teria que ser dividido por 11 e não mais por 10.

Agora é aguardar os próximos capítulos, que envolvem muito dinheiro, política, poder, influência e a guerra entre a FIA e a FOM. O fato é que a Andretti finalmente está mais próxima do que distante de entrar no universo da F1.

TRANSMISSÃO:
06/10 - Treino Livre 1: 10h (Band Sports)
06/10 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
07/10 - Classificação Sprint: 10h (Band Sports)
07/10 - Corrida Sprint: 14h30 (Band e Band Sports)
08/10 - Corrida: 14h (Band)

domingo, 24 de setembro de 2023

3 PARA O TRI

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Acho que tô velho demais pra assistir corrida de madrugada em pleno sábado. Como a temporada não ajuda, então olhar os highlights e ler alguma coisa já serve para escrever. Aqui está o meu review/react do GP do Japão.

Bom, a Red Bull é hexacampeã de construtores. Seis corridas de antecedência. Em aproveitamento eu não sei, mas é o carro mais dominante da história. Conseguiu superar a Mercedes em termos de chatice e falta de imprevisibilidade. Tudo isso com um só piloto.

Pérez parece que guia com um carro diferente. É uma diferença abissal. Tipo a Benetton de 1995. O mexicano teve uma corrida constrangedora. Além dos erros, ainda teve que voltar pra pista pra não acumular punição para a próxima etapa. Eu fiquei envergonhado sem sequer assistir a corrida, imagina vivenciar isso.

Singapura foi uma exceção. Max Verstappen voltou a humilhar a concorrência e só precisa de três pontos para o tri. Ele deve vir no sábado, daqui 13 dias, na corrida sprint do Catar. Que coisa patética: um campeão no sábado... óbvio que não vai ser a primeira vez que isso aconteceria na F1, mas Max pode igualar o título de Nigel Mansell em 1992 como o mais antecipado da história: cinco etapas.

De resto... a McLaren pode até passar a Aston Martin nos construtores, hein? O time de Woking virou a segunda força com consistência. Lando Norris está batendo na trave. Uma hora a vitória chega... Oscar Piastri consegue o primeiro pódio na carreira. Parecia impensável quando ele chegou, agora com mais três anos de contrato. É uma dupla muito competente e estão entregando o que podem.

Claro, Lando ainda é o mais rápido e provavelmente vai ser o primeiro piloto, mas os dois se completam. Se a McLaren continuar evoluindo, é uma dupla que vai fazer muito barulho no médio prazo. É bom ver o ressurgimento da McLaren em um trabalho sólido.

A Mercedes precisa ajustar algumas coisas. Russell e Hamilton se atacando livremente pode ser um problema no futuro. Foi assim que a amizade entre o Sir e de Rosberg terminou. É melhor administrar agora que os alemães não estão brigando por vitória do que quando a equipe retomar o protagonismo.

Até mesmo nas estratégias os alemães erraram. Tentaram copiar o que Sainz fez em Singapura, mas aí Russell foi o sacrificado e Hamilton se limitou a defender um quinto lugar. É preciso melhorar essas questões internas antes que seja tarde. 

No resto, Alonso e as Alpine fizeram o que podiam. Lawson novamente na frente de Tsunoda, mas é o japonês que está incrivelmente prestigiado em uma estrutura sem paciência com os pilotos. Bem, amanhã eu escrevo mais sobre isso.

Red Bull hexa e Max Verstappen a três pontos do tri. A conquista vai ser sacramentada no sábado, 7 de outubro, no Catar. Salve a data no calendário e desfrute do carro mais dominante da história da categoria.

Confira a classificação final do GP do Japão:


Até!

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

PROGRAMAÇÃO NORMAL

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Oscar Piastri renovou com a McLaren até 2026. Se a entrada na categoria foi um imbróglio, a permanência vai ser tranquila. Um pouco de calmaria. Quer dizer, enfrentar Lando Norris não é tão tranquilo assim, mas o australiano está bem para quem ficou um ano sem guiar nada e chegou numa equipe estruturada e hierarquizada por Lando.

É uma dupla promissora e será interessante de continuar acompanhando a jornada dos dois juntos. Que a McLaren proporcione um carro competitivo para que eles briguem mais por vitórias e pódios.

Outra novidade do final de semana foi a utilizada dos pneus C2 de 2024, que serão mais macios e aderentes.

Ao que parece, Singapura foi apenas uma exceção a regra, onde a Red Bull não casou o carro com as características da pista. Em Suzuka, Verstappen foi o mais rápido nos dois treinos.

A briga pelo pódio segue equilibrada, com McLaren e Ferrari fortes, a Mercedes aparentemente um pouco mais atrás, a Williams rápida de reta e a Aston Martin no meio do pelotão.

Pode ser que até chova no final de semana, o que embaralha tudo, mas salvo as possíveis mudanças da mãe natureza, me parece que neste final de semana voltaremos a programação normal, que na temporada 2023 se chama Show de Max Verstappen.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

GP DO JAPÃO: Programação

 O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 374 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 180 pontos

4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 142 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 123 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 97 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 45 pontos

11- Oscar Piastri (McLaren) - 42 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos

19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 597 pontos

2 - Mercedes - 289 pontos

3 - Ferrari - 265 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos

5 - McLaren Mercedes - 139 pontos

6 - Alpine Renault - 81 pontos

7 - Williams Mercedes - 21 pontos

8 - Haas Ferrari - 12 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos

A PORTA AINDA ESTÁ ABERTA

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

Virtual campeão da F2 2023, Theo Pourchaire não terá vaga na F1 em 2024. Será o terceiro campeão consecutivo da F2 a não conseguir isso. Oscar Piastri e Felipe Drugovich foram os outros. O último a chegar na categoria após o título foi Mick Schumacher. O francês precisa confirmar o título em Abu Dhabi. Ele tem 26 pontos de vantagem para Frederik Vesti, pupilo da Mercedes.

Nada disso o exclui do grid para 2025. Ele ainda vai continuar como piloto reserva da futura Sauber, em transição para Audi a partir de 2026.

Apesar de todo esse cenário incerto envolvendo a transição dos suíços, o chefão Alessandro Alumni Bravi afirma que o francês tem possibilidades:

“Estamos discutindo juntos qual será o melhor programa de corrida para ele estar pronto para entrar no carro de F1. Nenhuma porta está fechada para ele no futuro. Queremos que ele fique perto da equipe de F1, porque, neste ano, pedimos a ele que se concentrasse totalmente na Fórmula 2 e está indo bem. Acredito e espero que ele vença o campeonato em Abu Dhabi”, disse.

A concorrência vai ser grande. Bottas naturalmente é o líder do time e aguarda ansiosamente a chegada dos alemães. Especulações dos últimos meses na imprensa europeia são de que a Audi tem interesse em Carlos Sainz Jr, que expira o contrato com a Ferrari no ano que vem. Zhou também vai buscar a manutenção. As possibilidades são infinitas.

Uma coisa que pode atrasar Pourchaire é o fato de a Sauber não ter um carro antigo para ele fazer testes, ao contrário das outras equipes mais abastadas, mas Alumni Bravi diz que o time está trabalhando nisso.

“Estamos discutindo internamente. Claro, financeiramente, isso é algo bastante caro para uma equipe, mas queremos ver todas as oportunidades. Para um piloto como ele, as portas estão abertas”, concluiu.

Apesar do título e de ter estreado na categoria com 18 anos, Pourchaire não brilhou como se esperava, até por isso a Sauber optou pela continuidade de Zhou. Um ano inativo em um time em transição é um problema, mas é uma declaração para motivar o jovem francês, um incentivo para ele garantir o título da F2 e manter esse status para os próximos anos, quando estiver mais maduro e preparado para dar o próximo salto. Pourchaire ainda pensa nela, a vaga para a F1, mas da janela ainda não entra luz.

ELE FICA

Foto: Red Bull Content Pool

Segundo o jornal alemão Auto Motor Und Sport, a Alpha Tauri prepara o anúncio da renovação de Yuki Tsunoda para o final da semana, quando ele vai correr em casa, no Japão.

Apesar de uma série de infortúnios nas últimas provas, o japonês tem três pontos no campeonato e está "prestigiado" pela equipe. A segunda vaga ainda é uma incógnita. Apesar de Liam Lawson estar surpreendendo e ter o melhor resultado da Alpha Tauri até aqui com o nono lugar em Singapura, Daniel Ricciardo segue como favorito para ocupar o outro assento. O australiano segue fora da F1, se recuperando do acidente que sofreu na Holanda.

Mudar os dois pilotos pode ser arriscado, mas Tsunoda tem o fator Honda. Apesar da parceria com a Ford começar só em 2026, sabemos como essas situações políticas interferem. Yuki pareceu que tinha evoluído ao enfrentar De Vries, mas a ascensão de Lawson pode mostrar que talvez Tsunoda esteja passando pelo efeito Schumacher: o companheiro é tão fraco que dá a impressão dele ser mais forte do que realmente é.

A bagunçada Alpha Tauri que se vire. Laurent Mekies será o novo chefão em 2024 e deve ter sido consultado. Se vai dar certo? Não sei, mas o efeito Lawson causa outra pulga atrás da orelha, embora ninguém queira repetir a ilusão De Vries por dois anos consecutivos.

TRANSMISSÃO:
21/09 - Treino Livre 1: 23h30 (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 3: 23h30 (Band Sports)
23/09 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)
24/09 - Corrida: 2h (Band)


terça-feira, 19 de setembro de 2023

O FENÔMENO DA VEZ

 

Foto: Reprodução/Mercedes

Mais um da série “anote esse nome”, como já aconteceu com tantos outros pilotos que vingaram (ou não).

Você conhece Andrea Kimi Antonelli? Pois deveria. Com 17 anos, ele já é piloto Mercedes e os alemães decidiram estrear o italiano na F2 já na próxima temporada. Ele já venceu a Formula Regional Europeia e corre na F4 italiana e alemã, onde já venceu corridas em ambas.

Filho do piloto Marco Antonelli, que fez carreira nos carros de turismo em categorias europeias, o jovem Andrea Kimi (vocês imaginam a influência do nome, certo?) nasceu no dia 25 de agosto de 2006 (!!!) em Bolonha, na Itália.

Ele começou no kart aos sete anos e venceu em diversas categorias, inclusive um bicampeonato europeu organizado pela FIA em 2020 e 2021.

A precocidade é a marca do rapaz. Apenas três semanas depois de completar 15 anos, ele já estreou em um monoposto, numa etapa da F4 italiana, na Áustria. Ele impressionou marcando pontos naquele final de semana. Ele também correu em Mugello, mas se destacou em Monza, onde fez pódios e brigou com o líder do campeonato, Ollie Bearman.

Mesmo sem disputar a temporada inteira, Antonelli ficou apenas seis pontos atrás do titular da Prema, Conrad Laursen.

Um adendo: desde os 13 anos que ele já é piloto assinado pela Mercedes, em 2019!

Em 2022, ele foi campeão da F4 italiana. Ele teve como companheiro de equipe um outro brasileiro talentoso e piloto da academia da Ferrari, o Rafael Câmara. Um ano antes, ele já havia participado da F4 dos Emirados Árabes, onde também causou boa impressão com vitórias e terminando em oitavo, mesmo participando só de metade do campeonato.

Em paralelo com a F4 italiana, ele também disputou a alemã. Em Hockenheim, venceu todas as corridas, largou na pole em todas e também fez a volta mais rápida em todas as etapas daquele final de semana. Uma temporada avassaladora, onde Kimi foi campeão antecipado mesmo não participando de um final de semana.

Nesse ano, já conquistou a F-Regional, que é uma espécie de pré-temporada da FRECA, onde é o atual líder da temporada, com 3 poles, 3 vitórias, 7 pódios e 4 voltas mais rápidas.

Todos esses resultados avassaladores com tão pouca idade fizeram com que a Mercedes, então, acelerasse o garoto.

Já no ano que vem, ele vai direto para a Prema disputar a F2. Ele pula a F3, portanto, quando geralmente é feito o contrário. Alguns pilotos chegaram na F1 depois de vencer a então GP3, como por exemplo Daniil Kvyat e Valtteri Bottas.

No paddock, Andrea Kimi é comparado a Max Verstappen, que vocês sabem, estreou na F1 ainda com 17 anos e não passou por F3 ou F2. Esse é o tamanho que o italiano de nome finlandês tem no automobilismo internacional.

Outro fator que justifica esse processo acelerado em Andrea Kimi é que a F2 vai mudar ano que vem. O carro vai ser diferente em relação aos últimos anos. Assim, todo mundo vai precisar se adaptar ao novo bólido partindo do zero. Não há vantagem de adaptação dos anos posteriores igual agora.

Dependendo do que fizer, a chegada de Andrea na F1 pode ser mais rápida do que a gente imagina. É italiano e afiliado da Mercedes. Oportunidades e caminhos não vão faltar. Só vai depender dele. Sem pressão. Lembrem-se: apenas 17 aninhos, um adolescente. Muita calma.

Mas o paddock já decretou: é o novo Max Verstappen. Durmam com essa. Estaremos de olho. Certamente, Andrea e Bortoleto serão alguns dos nomes que vão tornar a F2 algo mais sedutor do que foi essa temporada.

Ele é o fenômeno da vez.

Até!

domingo, 17 de setembro de 2023

CALCULADO

 

Foto: Reuters

O problema dessas corridas que mudam o horário em relação a classificação é que as vezes eu esqueço de colocar o horário certo no despertador. Resultado: assisti apenas a metade final da corrida. Tive que recorrer aos VTs para me inteirar sobre o resto.

Começando pelo sábado. Não era blefe. Coincidência ou não, a nova diretiva das asas e assoalhas tirou a competitividade da Red Bull, ao menos em voltas rápidas. Chocante a eliminação dos dois pilotos. Se Max Verstappen queria a 11a vitória, teve que se contentar com o 11° lugar no grid.

A pole foi de Carlos Sainz novamente. Na largada, Leclerc pulou para o segundo lugar e as chances de algo inédito no ano eram evidentes. Por outro lado, a Red Bull tinha ritmo para escalar o pelotão. O ritmo não foi tão afetado, mas isso é papo para outras corridas e outros textos. 

As Mercedes e Norris seguiam no encalço de Sainz, protegido pelo escudeiro Leclerc. Percebam a inversão dos papéis. Quem deveria ser o líder do time era o monegasco, mas na prática vimos as duas melhores pilotagens de Sainz na carreira, digno de um líder e um piloto de ponta.

Um Safety Car aparentemente ridículo mudou as estratégias e sepultou a Red Bull. Leclerc caiu para quarto e aí então vimos o Sainz frio e calculista: segurar o grid para que Norris, em segundo, pudesse se defender dos ataques da Mercedes, enquanto Carlos segurava o ex-colega de McLaren.

Não é novidade isso. Hamilton tentou a mesma coisa para que Rosberg fosse ultrapassado e perdesse o título de 2016, mas na época isso não deu certo. Um risco calculado que seria criticado se desse errado para o espanhol.

Quando Ocon abandonou, era necessário o Safety Car, mas a americanização da categoria dessa vez optou pelo Virtual Safety Car. Russell parou e, com pneus mais novos, foi à caça. Era até o favorito a vencer.

No entanto, ele não conseguiu passar, ficou travado em Norris. Não bastasse isso, ainda bateu nas voltas finais, quando já não tinha pneu para ultrapassar. Perdeu o timing. A impressão é que Hamilton parecia mais inteiro para vencer, mas a Mercedes teve que priorizar quem andou a frente no final de semana inteiro. Russell está abaixo do esperado. Quando se espera mais do que um acumulador de pontos, ele tem falhado. Hoje, a vitória estava ao alcance e a desperdiçou.

Frio e calculista, Carlos Sainz coroou toda a luta das últimas corridas para vencer pela segunda vez na carreira e mostrar que, hoje, não é segundão da Ferrari. Se falta velocidade, sobra inteligência, ritmo e agora vimos mais arrojo e garra para defender e lutar para a vitória. Está fazendo o que Leclerc deveria, mas a irregularidade do monegasco e o brilhantismo do espanhol jogam luzes amarelas para o "dono do time". 

Sainz, com contrato até o ano que vem, já começa a acenar para ter um papel melhor na equipe. A renovação começa a fazer sentido, baseado num mundo onde somos sempre a última corrida ou algo do tipo. A primeira vitória da Era Vasseur e o fim da sequência avassaladora da Red Bull.

Apesar dos pesares, o ritmo dos taurinos foi bom. Em mais algumas voltas, Verstappen conseguiria o quarto lugar. Poderia brigar mais de perto se não fosse o azar do Safety Car controverso. Pérez segue atrás e ainda acabou com a corrida de Albon. O prêmio foi uma punição inútil que é praticamente um convite para os pilotos de que o crime compensa.

Norris é um pilotaço. Deixou a Mercedes no bolso. Está maturando a primeira vitória na carreira. É um ano de grande explosão como "dono" da McLaren, que avança significativamente enquanto coletivo e estrutura de equipe. O futuro pode ser animador para Zak Brown e companhia. 

Liam Lawson mostra que merece uma das vagas da Alpha Tauri. Foi para os pontos na terceira corrida. Considerando que a próxima etapa é no Japão, onde corria na Super Fórmula, é obrigação continuar. Ricciardo que se vire. Tsunoda, aliás, pode estar em apuros. 

Gasly bem, boa corrida de recuperação para Piastri e o pontinho da sorte para coroar o trabalho de Magnussen. O conto de fadas da Aston Martin terminou. Hoje foi apenas um carro na pista, pois Stroll destruiu o dele no treino e não largou.

Merecida e justa vitória de Sainz pelo trabalho que realizou nas últimas corridas. O ex-Red Bull é responsável pelo fim da sequência impressionante dos taurinos. A questão é: não teve encaixe nesse final de semana ou podemos ver algum padrão para o restante da temporada? A gente agradece, afinal, tomara que voltemos a ter corridas mais competitivas valendo a vitória.

Confira a classificação final do GP de Singapura:


Até!

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

CORRENDO NO INCERTO

 

Foto: Roslan Rahman/AFP

Além dos pequenos lagartos que invadiram a pista algumas vezes durante o dia e a noite, o que chamou a atenção da sexta feira de treinos livres foi o fato da Ferrari ter liderado ambos. Geralmente, em circuitos não tão velozes, os italianos sofrem. No entanto, as coisas correram bem na sexta.

Claro, nada é definitivo, como todos sabemos, até porque a própria Red Bull teve um desempenho tímido. Antigamente era o contrário: faltava motor aos taurinos, agora eles estão sofrendo com essa característica de circuito mais travado. Quer dizer, foi o que a sexta mostrou. Não dá para acreditar em tudo, porque o sábado é uma outra história.

Não há nada de muito interessante que possa ser escrito sobre treinos livres. Toto Wolff afirmou que está acompanhando com atenção o imbróglio entre Felipe Massa e a FIA. Claro, até hoje o fim da temporada 2021 é um grande controvérsia. Se houver precedentes, pode-se abrir um efeito dominó enorme para a categoria, que defendendo os interesses dela, deve achar isso terrível.

Será que Singapura vai parar Max Verstappen? A Ferrari pode ser a grande antagonista e reservar um momento diferente de 2023. O jeito é torcer para que o circuito de rua, sempre travado e repleto de incidentes, nos reserve emoções legítimas, sem escândalos.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

GP DE SINGAPURA: Programação

 O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Em virtude da pandemia do covid-19, o circuito ficou dois anos ausente do calendário (2020 e 2021), retornando para o circo da F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Kevin Magnussen - 1:41.905 (Haas, 2018)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:36.015 (Mercedes, 2018)

Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)

Maior vencedor: Sebastian Vettel (2011, 2012, 2013, 2015 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 364 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 219 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 164 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 117 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 111 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 79 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 583 pontos

2 - Mercedes - 273 pontos

3 - Ferrari - 228 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos

5 - McLaren Mercedes - 115 pontos

6 - Alpine Renault - 73 pontos

7 - Williams Mercedes - 21 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


ALONSO É O EXEMPLO

Foto: Reprodução

No limbo, Valtteri Bottas já está há 10 anos na F1. Aos 34 anos, depois de poles e vitórias na Mercedes, o finlandês voltou para o fim do grid, com uma Alfa Romeo que em breve vai virar Sauber, mas que está todo mundo pensando em 2026, quando chegar a Audi. Ficar mais dois anos sem competir em alto nível incomoda? Sim, mas segundo o finlandês, se as coisas acontecerem com ele do mesmo jeito que com Alonso, vai valer a pena:

“Se você olhar para Fernando, vê um bom exemplo do que pode fazer em termos de performance. Ainda tenho muitos anos. É claro, nesse esporte, você sempre precisa se provar com resultados”, disse.

Claro, Bottas admitiu que talvez Alonso seja uma exceção e não a regra, mas ainda não se vê em decadência. Ele também afirmou que o novo chefe Andreas Seidl já fez algumas mudanças estruturais importantes na equipe, mas que isso só deverá aparecer de forma mais nítida quando a Audi chegar, em 2026.

“Talvez, ele seja uma exceção. Isso não foi feito muitas vezes no esporte, você conseguir ser competitivo com essa idade. Mas cada pessoa é diferente, cada piloto é diferente. Como disse, ele pode ser uma exceção, mas ainda é bastante motivador ver isso. Definitivamente, é um exemplo.

Definitivamente, sinto que ainda não estou em queda. Neste esporte, uma vez que você chega no estágio de ter muita experiência, isso também pode ser atrativo para muitas equipes em certas situações.
Esperar até 2026 para voltar ao pódio? Sim, ficaria feliz em esperar por isso”, finalizou, em entrevista para o portal australiano Speedcafe.

É realmente um caso difícil e até único na F1 moderna. Bottas não é Alonso em uma série de coisas, mas aí a questão é depender se os alemães da Audi vão chegar bem e se adaptar na categoria. É claro que, para o finlandês, o tempo agora começa a ficar escasso e a pulga atrás da orelha aumenta: vale a pena passar por tudo isso na esperança de que as coisas aconteçam daqui 2, 3 anos? 

Tudo bem, e se não der? Bottas certamente não tem a mesma vitrine que Alonso e não saberemos as circunstâncias do futuro. Apostar sem muita convicção é o único caminho. E se a Audi vira a Brawn GP? Nesta vida, um sonhador.


UMA VAGA A MENOS

Foto: Getty Images

A Alfa Romeo, futura Sauber, era uma das poucas vagas ainda disponíveis para 2024. Bottas está confirmadísismo em acordo de muitos anos. Era porque Guanyu Zhou também renovou o contrato com a equipe. O anúncio oficial foi hoje (14).

Os planos de Felipe Drugovich e Mick Schumacher, especulados como candidatos a vaga, foram frustrados. Agora, restam apenas 3 vagas oficiais para 2024. A Alpha Tauri não confirmou nenhum piloto, enquanto que a Williams ainda não renovou com Logan Sargeant, mas deve fazer isso em breve, segundo as publicações europeias.

Theo Pourchaire, da academia da Sauber e ainda na F2, segue como piloto reserva.

É o chinês viável. Zhou tem feito um trabalho aceitável nessa bagunça de transição entre equipes. É difícil apontar qualquer outra situação. A diferença em pontos para Bottas é quase mínima, o que é um pretexto positivo. No entanto, na F1, nem tudo é sobre a pista. Todos nós sabemos disso, mas a jornada de Zhou continua, o que é justo com o talento dele e o contexto bagunçado em que vive entre três equipes, que juntas mal dão uma no momento: Alfa Romeo, Sauber e Audi.

TRANSMISSÃO:

15/09 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)

15/09 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)

16/09 - Treino Livre 3: 6h30 (Band Sports)

16/09 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)

17/09 - Corrida: 9h (Band)