quinta-feira, 29 de março de 2018

UM MÊS PARA SOBREVIVER

Foto: Getty Images
A situação não é novidade. Nos últimos anos, a Force India vem lidando com a crise financeira na equipe. O dinheiro farto que vinha do carismático (porém picareta) Vijay Mallya começou a diminuir. Acusado de evasão, fraude fiscal e lavagem de dinheiro foi preso no ano passado, mas pagou fiança. Os ingleses tentam extraditá-lo para a Índia, onde sonegou bastante grana do governo indiano.

Mesmo assim, os resultados da equipe foram inversamente proporcionais a sua capacidade de investimento. Organizada, com um bom corpo técnico e pilotos competentes ao longo dos anos, em dez anos a Force India saiu do fim do grid para ser a quarta força da F1 nos últimos dois anos. A verdadeira continuação da também carismática Jordan, que conseguiu algumas vitórias e chegou a sonhar com o título de 1999 com Heinz Harold Frentzen.

Com a implementação do Halo e o encarecimento cada vez maior dos custos para sustentar uma equipe, a Force India teve uma queda compreensível de patamar nesse início de temporada. Pérez e Ocon foram apenas 11° e 12°. A quarta força virou a sétima. Pontuar sem os azares dos outros virou tarefa complicada. Mas o pior pode surgir.

As primeiras glórias: pole e segundo lugar de Fisichella em Spa, em 2009. Foto: Getty Images


Desde o ano passado, haviam negociações com um grupo britânico de bebidas energéticas para que fosse assumido as operações da equipe. Tudo estava próximo de um desfecho. Entretanto, não deu certo. Agora, o problema é outro. Bob Fernley, chefão da Force India, tem cerca de um mês para finalizar toda essa situação. Do contrário, a Force India irá acabar.

Ele se diz confiante em um desfecho positivo. Uma outra alternativa, que era antecipar a renda oficial na divisão dos lucros na F1 e premiações, foi vetada pela Williams, que se esforça para ser a equipe mais pau no cu do grid.

Tudo converge para que em 2021 sejam feitas (ou irão tentar) grandes mudanças na F1. Em tudo. Enquanto isso, tudo pode acabar bem antes disso. Vejamos: se a Force India encerrar as operações, teremos a vexatória presença de somente 18 carros (o menor grid de todos). Como consequência, Williams e Sauber passarão a ser as lanternas. Quem vai investir neles? Entende o efeito dominó? Numa visão catastrófica, tudo pode se limitar a 14 carros.

Nos últimos anos, a F1 se assemelha a DTM, onde grandes corporações comandam tudo (leia-se Mercedes, Ferrari e Red Bull). Equipes e pilotos satélites. A maioria das equipes vive grandes dificuldades financeiras. Isso é mais do que um aviso óbvio: que a FIA/Liberty crie condições de tornar a categoria agradável em todos os aspectos para... todos (desculpe a redundância). "Ah mas a Ferrari fica ameaçando sair da F1, Mercedes e Red Bull também". Que saiam. Elas dependem mais da categoria do que o outro. Que criem seu próprio mundinho. Quero ver até onde isso vai dar.

Precisamos de mais Force India, Jordan, Minardi, Lotus, Brabham... ode aos garagistas! Esses sim transmitem a paixão de estar na F1. Que dê tudo certo e isso seja apenas mais um obstáculo superado.

Até!

terça-feira, 27 de março de 2018

O POSTE MIJANDO NO CACHORRO

Foto: Getty Images
Tava com a ideia de escrever sobre a teoria da conspiração e as coincidências envolvendo o abandono das duas Haas que propiciaram a Ferrari de Vettel tomar a frente do GP de Austrália e vencer, numa suposta "semelhança" ao Cingapuragate de 2008 orquestrado por Renault, Flavio Briatore e Pat Symonds.

Isso não faz nenhum sentido. Primeira corrida da temporada, a Haas com um carro bom e com grandes probabilidades de terminar o campeonato na frente de adversários diretos dos italianos como McLaren e Renault e toda a reputação da única equipe estadunidense da F1, além dos pilotos, engenheiros e mecânicos envolvidos. Bom, Cingapura não parecia ter lógica, mas sinceramente vou pagar de inocente e afirmar que não existem relações nesses casos. E isso não será determinante para o título ou não dos ferraristas, pois ficou claro que as flechas de prata estão com a faca e o queijo na mão para o penta de pilotos e construtores.

Escrito isso, vamos ao assunto do post de hoje. Como era de se esperar, a Williams fez uma corrida deplorável. Tem todo um contexto por volta. O FW41 é completamente diferente dos seus últimos quatro predecessores. O primeiro trabalho de Paddy Lowe, com dois inexperientes ao volante, o que aumenta a probabilidade de não saber qual é a real capacidade desse carro.

Foto: LAT Images
Se a postura de Lowe foi proteger os pilotos após os testes em Barcelona, Lance Stroll resolveu chutar o pau da barraca depois da corrida. E quem vai impedi-lo? Afinal, é o dono da equipe. O canadense disse que a Williams "não estava correndo, mas sobrevivendo". Ora, todo mundo sabe que os pilotos são fracos. Sirotkin durou apenas cinco voltas porque uma sacola de sanduíche entrou nas tomadas de ar do carro e superaqueceu os freios. Mesmo assim, esses dois não darão resultados que os ingleses precisam.

Stroll conseguiu terminar atrás do estreante Leclerc com o pior carro do grid. Analisando esse xilique à la Alonso do menino riquinho, a Williams merece tudo isso. Uma equipe tradicional se render a caprichos de pilotos pagantes e ser cobrado por um deles é muito pouco, apenas o início. A Williams merece se ferrar mais. É o poste mijando no cachorro.

A impressão que fica é que estão aguardando apenas a morte do Frank para enterrar de vez a identidade de uma escuderia que já foi tão vencedora, mas que agora se presta a fazer um papel desses na F1.

Até!

segunda-feira, 26 de março de 2018

CAIU DO CÉU

Foto: Getty Images
Depois de cravar uma pole position assustadora para a concorrência, Lewis Hamilton vinha mantendo uma tranquila vantagem de três segundos para Kimi Raikkonen, o segundo colocado. Parecia estar controlando e administrando tudo. Entretanto, a corrida mudou abruptamente quando, de forma inacreditável, as duas Haas, que faziam uma ótima corrida, abandonaram com o mesmo problema: má fixação de uma das rodas logo após o primeiro pit stop. Os americanos provaram que terão um bom ano utilizando praticamente o carro da Ferrari do ano passado, mas perderam pontos importantíssimos na briga pelos construtores. Isso causou um Virtual Safety Car e depois um Safety Car.

Vettel, que era o terceiro, havia alongado a primeira parada e liderava. Hamilton e Raikkonen já tinham feito o primeiro pit stop. Com o VSC, todos tiveram que diminuir a velocidade. Foi aí que o acaso e a oportunidade entraram em ação. Seb aproveitou para fazer a parada e conseguiu voltar a frente de Hamilton. O inglês bem que tentou atacar, mas a turbulência causada por esses carros dificultam as ultrapassagens e Lewis teve que se contentar em chegar em segundo. Vettel venceu na abertura da temporada, uma vitória absolutamente circunstancial e que não condizia com o que estava acontecendo na corrida. Raikkonen foi bem e fechou em terceiro.

A Ferrari sai na frente com importantíssimos 40 pontos no campeonato, de cara. A Mercedes fica com apenas 22: 18 de Hamilton e o péssimo final de semana de Bottas. Bateu no Q3, teve que consertar o carro, largou em 15° e, com dificuldades para ultrapassar, terminou apenas em oitavo, somando quatro pontos. Se esse ano será fundamental para a sua permanência (ou não) na Mercedes, o finlandês começou da pior forma possível.

Foto: Getty Images
Na Red Bull, Ricciardo bem que tentou e fez o possível, mas não foi dessa vez que ele conseguiu um pódio em casa. Certamente teria seu trabalho facilitado se não fosse a autoritária punição da FIA. Foi um dos poucos a conseguir ultrapassar no circuito, ao contrário de seu companheiro de equipe, que não o fez. Verstappen perdeu posição para Magnussen na largada e, ao tentar ultrapassá-lo, rodou e caiu para oitavo. Ganhou as posições dos americanos, mas foi superado por Alonso, nos mesmos moldes de Vettel, e foi incapaz de ficar além da sexta posição. Esses tipos de erros ficam cada vez mais intoleráveis para quem deseja brigar pelo título em breve.

Ah, Fernando Alonso. A Fênix voltou. Pela primeira vez em quatro anos o espanhol conseguiu completar a prova de abertura da temporada. Bastou um motor Renault, um pouquinho melhor, para que aprontasse das suas. Vandoorne, em nono, contribuiu para que em apenas uma corrida a McLaren já marcasse 12 pontos. Tudo bem que poderiam ter sido bem menos em virtude da barbeiragem da Haas, mas para quem marcou só 17 em 2017 inteiro... as perspectivas de melhoras são muito boas. Dá para sonhar com um pódio? Só se a confiabilidade permitir.

Foto: Mark Thompson/Getty Images
A Renault fez seu papel: Hulkenberg em sétimo e Sainz em apenas em décimo. A questão é que não se esperava uma diferença tão grande em relação a Haas. Entretanto, se não fosse o VSC, poderia estar ocupando a posição de Alonso. O equilíbrio é muito grande e a disputa entre esses dois pilotos de nível parecido promete trazer boas consequências para os franceses. A Force India, sem dinheiro, nem com o acaso conseguiu pontuar. Entretanto, chama a atenção a superioridade tão grande de Pérez diante de Ocon. E o resto...

Bem, a Williams está enrascada. Com dois pilotos ruins (estou sendo injusto: não deu para ver qual é a do Sirotkin ainda), será difícil ter boas notícias. Stroll conseguiu terminar atrás do Leclerc de Sauber. E a Honda, mais do mesmo. Render com potência minimamente competitiva são outros quinhentos. É o trio dos lanternas da F1.

A vitória de Vettel veio por acaso. Ainda bem. É bom criar essa aura de disputa e competição, mesmo que nós saibamos que ela seja mentirosa. Entretanto, ao menos pode servir para evitar que Hamilton seja penta em agosto ou setembro talvez. Faltam vinte corridas e muitos acasos irão acontecer por aí.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Austrália:


Até!


sexta-feira, 23 de março de 2018

CHINELADAS

Foto: Getty Images
A F1 voltou, senhoras e senhores! Lewis Hamilton já mostrou quem manda e liderou os dois primeiros treinos livres, seguidos pela Ferrari e pela Red Bull. A grande questão é que as três equipes ora estavam próximas, ora distantes. É uma questão que saberemos a realidade apenas no Q3, com amplo favoritismo das flechas de prata, sobretudo do atual campeão.

Nunca um piloto australiano conseguiu um pódio na corrida realizada em seu país. As coisas começam a se complicar para o sorridente Ricciardo. No segundo treino livre, durante uma bandeira vermelha causada por um fio solto na linha de chegada, o australiano excedeu a velocidade limite para esse tipo de situação e foi punido pela FIA com a perda de três posições no grid de largada. Foi um erro na leitura do painel do volante que causou essa infração para o #3, que por conta disso teve a pena reduzida. Diante do equilíbrio existente entre austríacos e italianos, uma posição de largada ruim pode comprometer a corrida de Ricciardo. Bom para a Ferrari e para Verstappen.

Como não poderia deixar de ser, todo mundo viu claramente a porcaria estética que é o Halo. As onboards ficaram horríveis, é triste de se ver. Na câmera "normal", esse artefato na frente do cockpit muitas vezes impede o rápido reconhecimento do piloto em questão. Depois eu volto para esse assunto.

Foto: Reprodução
 A grande expectativa era saber como a McLaren iria se comportar. Para variar, um problema na exaustão do MCL33 fez Alonso e Vandoorne andarem muito pouco. Entretanto, quando conseguiram ir para a pista, marcaram bons tempos - entre os 10 primeiros. A Fênix já disse que a evolução do carro se dará durante a temporada e que é improvável até mesmo completar a corrida desse fim de semana. Por enquanto, isso é um tapa na cara de todos nós que apenas culpávamos a Honda nesse processo todo.

Voltando para o Halo. O artefato é feio mas abriu oportunidades extraordinárias para o marketing. Na semana passada, uma marca de chnelos anunciou acordo com a McLaren. Agora, a grande novidade: a Force India (que manterá esse nome durante o ano) terá em algumas corridas o patrocínio da Havaianas. Sensacional! Se lançarem um chinelo rosa personalizado da equipe eu compro, viu? Ou até mesmo um laranja papaia da McLaren... Taí a utilidade do Halo. Menti?

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Para finalizar: parece que Haas e Renault brigam pelo posto de quarta força com a McLaren, que fica um pouco para trás nesse início de ano pela falta de confiabilidade em seus equipamentos. Toro Rosso parece estar segura no pelotão intermediário, enquanto Force India, Williams e Sauber parecem ser as mais fragilizadas no momento, por diferentes motivos. Veremos como as coisas se desenrolam.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres do Grande Prêmio da Austrália:



Até!




quinta-feira, 22 de março de 2018

GP DA AUSTRÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais, sempre abrindo a temporada da F1 nos últimos 22 anos (exceção de 2006 e 2010).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:24.125 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:22.188 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002, 2004)


TOTO WOLFF ACREDITA QUE TERÁ BRIGA ACIRRADA COM FERRARI E RED BULL O ANO TODO

Foto: Iol
Como de praxe em todo o início de temporada, a Mercedes tenta se esquivar e dividir a responsabilidade e o favoritismo com seus rivais italianos e austríacos. Apesar de ninguém realmente acreditar nisso, Toto Wolff declarou que imagina Ferrari e Red Bull na cola da Mercedes o ano todo, baseado nos tempos e stints das equipes durante a pré-temporada. "o ano passado a competição foi muito apertada e não houve momento em que podíamos nos permitir a relaxar. A Ferrari colocou uma luta dura e tivemos uma batalha prateada e vermelha. Este ano promete ser uma emocionante batalha entre nós, Ferrari e RBR. Todos na fábrica trabalharam muito duro nos últimos meses para assegurar que vamos entrar na luta com a melhor máquina possível", comentou Wolff.

Outro motivo para o chefão das flechas de prata acreditar que a disputa será mais acirrada é devido ao fato de que cada piloto terá apenas três motores para a temporada, aumentando a probabilidade de ocorrer mais problemas, que podem resultar em punições para seus pilotos. "Ambos os nossos pilotos pareceram razoavelmente felizes com nosso novo carro, mas ainda precisamos ver como pilotado no limite. A redução no número de unidades de potência significa que a confiabilidade de novo terá muita importância em 2018. Nossa resistência nos testes pareceu boa, mas temos de tomar cuidado em tirar qualquer conclusão disso. Apesar de termos conseguido boa milhagem com o novo carro em Barcelona, muitos dos componentes não chegaram nem perto da vida que precisam completar durante a temporada", completou.


O velho blefe. Pelo que foi mostrado em Barcelona, a Mercedes corrigiu os problemas do aquecimento de pneus do ano passado e melhorou ainda mais seu carro para esse ano. Se isso se confirmar, amigos, será uma repetição de 2014 e 2015. Não vai dar nem graça. Enquanto isso, Toto e Hamilton se esforçam para fingir que há emoção e expectativa para o desenrolar da temporada.

HAMILTON NA FERRARI?

Foto: Getty Images
A imprensa inglesa está em polvorosa com a possibilidade de mais uma renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes. Segundo o Sky Sports, os alemães ofereceram um novo contrato de três anos por 120 milhões de libras (R$ 554 milhões). Um possível anúncio de renovação pode ser feito nos próximos dias.

Entretanto, mesmo diante de cifras astronômicas, Toto Wolff não garante a permanência do tetracampeão. Não que as flechas de prata sejam insanas o suficiente para não contarem mais com seus serviços, mas a ameaça é outra, e íntima: a Ferrari. Escuderia mítica de 9 entre 10 pilotos, o chefão da Mercedes teme que o inglês possa encerrar a carreira a equipe italiana nos próximos anos. "Lewis é o melhor piloto da geração moderna. Então, é claro, gostaria de mantê-lo conosco o maior tempo possível. Mas acho que ele tem ao menos mais um contrato antes do seguinte, e a Ferrari segue atraente para qualquer piloto. Ele está feliz na Mercedes, nosso relacionamento vem ficando mais e mais forte. Mas é claro que durante a temporada as coisas podem ficar tensas" comentou, em entrevista ao jornal britânico "Daily Mail".

Caso essa informação seja verdadeira, Hamilton pilotaria até 2021, quando completaria 37 anos. Em sua última declaração, ele disse que não se sente no seu último contrato, dando a entender que irá assinar mais um acordo.Se será pela Mercedes ou por outra equipe, não sabemos. "Não parece o começo do último capítulo, e não sinto como se estivesse prestes a entrar no meu último contrato. Não sei como eu vou me sentir em dois ou três anos mas estou de volta para minha 12ª temporada e estou muito empolgado. Não sei de onde isso vem, esse sentimento de apenas querer ganhar, mas eu realmente mais do que tudo na minha vida, quero ganhar nesse fim de semana na Austrália. Quero sair matando nos treinos, conseguir a pole position e vencer a corrida de forma convincente", comentou.

Não me parece provável que isso aconteça um dia. É muito distante. Não há nem como projetar esse tipo de coisa. Parece aquelas histórias de que o Senna iria se aposentar pela equipe italiana também. 3 anos é muita coisa. 

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 21 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 2

Foto: Continental Circus

Sem mais delongas, vamos com a segunda e última da análise da pré-temporada, projetando o que irá acontecer em Melbourne e no desenrolar da temporada:

RENAULT SPORT F1 TEAM

Pilotos: Nico Hulkenberg (#27) e Carlos Sainz Jr (#55)
Chefe de equipe: Cyril Abiteboul
Títulos de pilotos: 2 (2005 e 2006)
Títulos de construtores: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 35
Pole Positions: 51
Voltas mais rápidas: 31

Foto: F1Mania
O R.S. 18 parece sólido, sóbrio e evoluindo em bons passos. Dessa vez terá dois pilotos no time, o que é fundamental para o desenvolvimento do projeto. Com mais dinheiro e a instabilidade de McLaren e Force India, os franceses parecem nesse instante fincados como a quarta força da F1. O duelo Hulkenberg-Sainz promete. Finalmente o alemão será desafiado nessa sua última oportunidade de ao menos buscar um pódio na categoria. Para o espanhol, é a oportunidade de confirmar o hype de “novo Alonso” e, quem sabe, substituir Ricciardo na Red Bull no próximo ano.

RED BULL TORO ROSSO HONDA

Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Brendon Hartley (#28)
Chefe de equipe: Franz Tost
Vitórias: 1
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 1

Foto: F1
A grande surpresa até aqui. Se todo mundo esperava uma grande chacota com o combo carro ruim + pilotos inexperientes + Honda (o nome diz por si só), parecemos redondamente enganados até aqui. A filial taurina foi uma das que mais andaram nesses oito dias de teste, com a Honda apresentando pouquíssimos problemas. A grande questão: será que o motor japonês foi utilizado em sua máxima potência? Se sim, parece ser promissor. Se não, foi apenas mais do mesmo. Com Gasly e Hartley no volante, tudo fica mais incerto ainda em virtude da inexperiência de ambos na categoria. Entretanto, o teste pode provar que a Toro Rosso Honda não vem para largar nas últimas posições, a princípio.

HAAS F1 TEAM

Pilotos: Romain Grosjean (#8) e Kevin Magnussen (#20)
Chefe de equipe: Gene Haas

Foto: Wheels24
Haas + Ferrari é a mesma parceria dos tempos dos italianos com a Sauber nos anos 2000. Com quase tudo que o regulamento permite oriundo do SF70H, os americanos devem ter um ano melhor, brigando regularmente pelos pontos. Grosjean e Magnussen cometem muitos erros sendo pilotos de características diferentes, mas deixo o meu apoio ao filho do Jan porque foi um dos únicos a sensatar, criticando de forma devida o que é o Halo. Em uma perspectiva otimista, a Haas tem boas chances de brigar com a Renault pelo sétimo lugar nas corridas, o que já é ótimo.

McLAREN F1 TEAM

Pilotos: Fernando Alonso (#14) e Stoffel Vandoorne (#2)
Chefe de equipe: Zak Brown
Títulos de pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)
Títulos de construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)
Vitórias: 182
Pole Positions: 155
Voltas mais rápidas: 155
Foto: AutoBlog PV8

As expectativas serão altas até o fim do ano. Laranja papaia no carro, Renault no lugar da Honda... uma nova era para resgatar o passado vencedor do time de Woking. Realidade: de novo foi a equipe menos andou nos testes. O carro tem potencial para ser a quarta força, mas talvez em um segundo momento. Alguns problemas naturais com o motor francês, mas o superaquecimento do carro permite a pergunta: a Honda era a única vilã? Saberemos durante o ano se os ingleses forem incapazes de solucionar os problemas que lhe assolam até aqui, que deve culminar em um provável abandono no GP da Austrália.

ALFA ROMEO SAUBER F1 TEAM

Pilotos: Marcus Ericsson (#9) e Charles Leclerc (#16)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Voltas mais rápidas: 3

Foto: RaceFans
Alfa Romeo. Charles Leclerc. Motor Ferrari atualizado. Toro Rosso Honda. Parecia lógico, mas os suíços irão continuar no fim do grid. O carro melhorou, é verdade, mas os dos outros também. O processo não funciona do dia para a noite, principalmente para quem não dispõe de tantos recursos financeiros (caso dos suíços) e de pilotos capacitados (caso dos suíços de novo, com Ericsson). A minha torcida é para que os suíços superem a Williams. Leclerc terá todos os olhos voltados nele. Ninguém espera muita coisa da Sauber. Entretanto, se o jovem surpreender e tirar “leite de pedra”, pode estar garantindo precocemente sua vaga como substituto de Kimi Raikkonen na Ferrari em 2019. Isso sim é o que vale ficar de olho em relação aos suíços durante o ano.

Concorda? Discorda? Escreva nos comentários. Em breve mais materiais. A temporada ta chegando! Fui!


terça-feira, 20 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 1

Foto: Getty Images

Senhoras e senhores, a F1 está de volta! Como sempre, Melbourne terá o prazer de abrir a temporada, que terá a Mercedes em busca do pentacampeonato de pilotos e construtores, a Ferrari tentando sair da fila e a Red Bull tentando encostar e voltar a dominar a F1.

Nesse primeiro post, vamos analisar a pré-temporada das primeiras cinco equipes. Todos sabemos que elas não são definitivas, mas que apontam bons indícios para o decorrer do ano na maioria das vezes. Agora, vamos começar:

MERCEDES GRAND PRIX

Pilotos: Lewis Hamilton (#44 - Atual campeão) e Valtteri Bottas (#77)
Chefe de equipe: Toto Wolff
Títulos de pilotos: 6 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016 e 2017)
Títulos de construtores: 4 (2014, 2015, 2016 e 2017)
Vitórias: 76
Pole Positions: 88
Voltas rápidas: 56

Foto: The Week
O comentário geral do paddock é que o W09 evoluiu. Com o comando de James Allison (que projetou o SF70 da Ferrari do ano passado), as flechas de prata resolveram o problema de aquecimento de pneus, o grande calcanhar de Aquiles da última temporada. Hamilton e Bottas elogiaram repetidas vezes o carro durante essas duas semanas. Os tempos não querem dizer muita coisa. Com a pista recapeada e preocupada em fazer longos stints, a Mercedes está sempre escondendo o jogo, e fará isso até o Q2 ou Q3, na madrugada de sexta para sábado. Segue como soberana e favorita ao penta de Hamilton e dos construtores.

SCUDERIA FERRARI

Pilotos: Sebastian Vettel (#5) e Kimi Raikkonen (#7)
Chefe de equipe: Maurizio Arrivabene
Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)
Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)
Vitórias: 229
Pole Positions: 213
Voltas mais rápidas: 244

Foto: Motorsport
O grande desafio do SF71 é mostrar-se tão ou mais capaz que o modelo anterior, projetado por profissionais que já deixaram a equipe ainda em 2016. Em busca de potência e competitividade na reta final, as frequentes falhas no carro de Vettel lhe custaram precocemente brigar pelo título. Pelo que deu para ver em Barcelona, o carro é confiável. Os tempos, vocês já sabem, enganam. A grande pergunta é saber: a Ferrari diminuiu a vantagem em relação aos alemães ou foi superada pelos austríacos? Começaremos a saber a partir de quinta-feira.

ASTON MARTIN RED BULL RACING

Pilotos: Daniel Ricciardo (#3) e Max Verstappen (#33)
Chefe de equipe: Christian Horner
Títulos de pilotos: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Títulos de construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Vitórias: 55
Pole Positions: 58
Voltas mais rápidas: 54

Foto: Motor 1
Os motores Renault seguem inferiores. Os taurinos acompanham de perto o que acontece com a filial Toro Rosso e o início de trabalho com a Honda. Até abril ou maio, terão que definir qual será a nova unidade híbrida da equipe para os próximos anos, visto que os franceses irão parar de fornecer material para uma equipe rival e focar em seus próprios esforços. Dessa vez, Adrian Newey se envolveu desde o início com o projeto, o que é uma brutal diferença. Helmut Marko afirma que o chassi do RB14 é superior ao da Mercedes. Max e Ricciardo parecem confiantes de que estarão na briga agora desde o início. Entretanto, os problemas encontrados em Barcelona trazem muita desconfiança. A Renault não parece ter o mesmo nível de confiabilidade que os motores alemães e italianos, e isso pode fazer a diferença tanto para as corridas quanto para o grid e o limite de três motores por temporada. Aparentemente, os taurinos parecem mais próximos da Ferrari. A questão é saber se o motor francês não irá deixá-los na mão igual nos últimos anos. Qualquer coisa os japoneses estão de olho...

SAHARA FORCE INDIA F1 TEAM

Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Esteban Ocon (#31)
Chefe de equipe: Bob Fernley
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 5

Foto: Race Fans
A maior incógnita do grid, dentro e fora das pistas. Sem dinheiro, preocupada com a venda da equipe e a mudança do nome, tudo isso acabou influenciando no desenvolvimento do VJM11. Aliado a isso, o crescimento natural de McLaren e Renault e as surpreendentes Haas e Toro Rosso podem jogar os (ainda) indianos lá para baixo do grid. Material humano não falta. O problema é dinheiro. Os resultados podem melhorar no segundo semestre, pois uma equipe com Pérez e Ocon tem muito talento e capacidade para crescer, quando o dinheiro entrar e a situação interna se resolver. No momento, talvez a Force India esteja a frente apenas da Williams e da Sauber.

WILLIAMS MARTINI RACING

Pilotos: Lance Stroll (#18) e Sergey Sirotkin (#35)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Foto: Getty Images
Eles merecem tudo isso. Não é surpresa. Nunca saberemos se o FW41 é um carro bom. É o primeiro trabalho de Paddy Lowe com o pessoal de Grove, um projeto totalmente diferente do que era nos últimos quatro anos. Kubica com um braço só anda mais rápido que os titulares. Não é surpresa, todos sabemos. Diante de pilotos inexperientes e despreparados para assumir a titularidade de uma equipe tradicional e relevante, o potencial da Williams é, com boa vontade, desconhecido. Entretanto, nada muito animador. A equipe aos poucos vai regredindo ao período PDVSA: bancado por um piloto, resultados tímidos, fãs insatisfeitos e cada vez menos com a cara de quem é a terceira maior equipe da F1. Com Claire adotando definitivamente os pilotos pagantes, parece ser questão de Frank morrer para que enterrem completamente o seu legado. Penúltima força do grid.

Amanhã, o restante. Até mais!

segunda-feira, 12 de março de 2018

CRUELDADE COM WICKENS

Foto: Grande Prêmio
Robert Wickens fazia a um fim de semana perfeito. Foi apenas o terceiro "rookie" da história a estrear na categoria com pole (os outros dois foram Nigel Mansell e Sebastien Bourdais). Na traiçoeira São Petersburgo, o novato liderava com folga. Diante de tantas bandeiras amarelas provocadas pelos vários acidentes, se mantinha na frente, defendendo e recuperando eventuais perdas de posições nas relargadas;

Chegou a penúltima volta. Mais uma bandeira amarela causada pela batida de Max Chilton. Lá se foi a vantagem construída durante toda a prova diante de Alexander Rossi. Relargada. O carro do vencedor da Indy 500 de 2016 escorrega no fim da reta (algo que já havia acontecido com Scott Dixon e Will Power com o próprio Wickens no início da prova), consequência do novo kit Dallara dessa temporada que dificulta os pilotos, que claramente ainda não estão adaptados, causando mais erros. O bólido bate em Wickens que roda e fica pelo caminho. 108 voltas de trabalho em vão. Uma crueldade.

De novo a vitória em St. Pete caiu dos céus em direção a Bourdais, que volta a triunfar depois do sério acidente sofrido na Indy 500. Ao optar por uma parada mais tardia em relação aos ponteiros, se aproveitou dos acontecimentos caóticos da prova para vencer. Graham Rahal, envolvido em um incidente no início da prova, também foi forçando a fazer essa estratégia e chegou em segundo, bem pertinho. Rossi, apesar da presepada no final, garantiu o terceiro lugar.

Foto: Indy Car
Matheus Leist fez um ótimo terceiro tempo com a A.J. Foyt. As expectativas em torno de sua estreia estavam altas. Mesmo com a inexperiência em poupar equipamento e administrar o ritmo de corrida, o gaúcho manteve-se nas primeiras posições, alternando entre a 2a e a 5a posição. Entretanto, um problema eletrônico forçou seu abandono. Ele até tentou voltar para pista para ganhar mais quilometragem e experiência com o carro, mas acabou batendo. Uma pena. O brasileiro tinha tudo para conquistar um bom resultado logo na estreia, mas já deixou uma primeira impressão muito positiva. Tony Kanaan foi o 11° em uma corrida apagada, também prejudicada em uma batida na primeira volta.

Diferentemente do que aconteceria em uma categoria europeia, Rossi não foi punido. Os americanos são diferentes. Para azar de Wickens e sorte de Bourdais. Cruel. A temporada da Indy promete.

118Sébastien BOURDAISFRADale Coyne Honda 110 voltas
215Graham RAHALEUARLL Honda+0.127 
327Alexander ROSSIEUAAndretti Honda+1.518 
45James HINCHCLIFFECANSchmidt Peterson Honda+1.750 
528Ryan HUNTER-REAYEUAAndretti Honda+1.991 
69Scott DIXONNZLGanassi Honda+2.272 
71Josef NEWGARDENEUAPenske Chevrolet+3.384 
810Ed JONESINGGanassi Honda+4.299 
998Marco ANDRETTIEUAAndretti Honda+4.836 
1012Will POWERAUSPenske Chevrolet+6.127 
1114Tony KANAANBRAFoyt Chevrolet+6.518 
1230Takuma SATOJAPRLL Honda+7.401 
1322Simon PAGENAUDFRAPenske Chevrolet+7.990 
1488Gabby CHAVESCOLHarding Chevrolet+9.227 
1521Spencer PIGOTEUACarpenter Chevrolet+1 volta 
1626Zach VEACHEUAAndretti Honda+1 volta 
1719Zachary CLAMAN DE MELOCANDale Coyne Honda+1 volta 
186Robert WICKENSCANSchmidt Peterson Honda+2 voltasNC
1959Max CHILTONINGCarlin Chevrolet+2 voltas 
2023Charlie KIMBALLEUACarlin Chevrolet+3 voltas 
2120Jordan KINGINGCarpenter Chevrolet+3 voltas 
2232René BINDERAUTJuncos Chevrolet+10 voltasNC
2360Jack HARVEYINGMichael Shank Honda+72 voltasNC
244Matheus LEISTBRAFoyt Chevrolet+94 voltasNC