segunda-feira, 13 de abril de 2020

HORA DE DESCANSAR

Foto: Klemantaski Collection/Getty Images
Stirling Moss morreu aos 90 anos em um domingo de Páscoa. Morte natural. Ele fechou os olhos e descansou, segundo o relato da esposa Susie para a imprensa inglesa.

Com 16 vitórias na categoria, é o não-campeão com mais triunfos na história da Fórmula 1. Contrariando a cultura brasileira de se "não ganhar é ruim", Stirling foi uma das figuras mais condecoradas e reverenciadas nesses 70 anos de F1, sendo inclusive reconhecido por figuras ainda contemporâneas e vivas como o narrador Murray Walker, de 96 anos, a voz do esporte britânico.

Em 11 temporadas, brigou pela taça nas últimas sete. Correu por HWM, ERA, Connaught, Cooper, mas seu auge foi por Mercedes, Maserati, Vanwall, BRM, Lotus e a Ferguson. Na crueldade do esporte, foi tetravice consecutivo (três vezes para Fangio e uma para Mike Hawthorn).

A história de seu grande cavalheirismo e espírito esportivo foi justamente em 1958. Em Portugal, após vencer, o rival Mike foi desclassificado por ter feito uma inversão de marcha na pista, o que era proibido. Moss testemunhou a favor de Mike e, isso, no final, lhe custou o título. Se o rival fosse desclassificado, Stirling seria o campeão da temporada.

Ele foi o primeiro britânico a vencer na corrida local e, nas décadas seguintes, foi inspiração e deu muitos conselhos para a geração seguinte, como Jim Clark, Nigel Mansell, David Coulthard e até mesmo Button e Hamilton, os mais novos.

Moss vencendo em Silverstone, 1957. Foto: Getty Images

Com 16 vitórias, 16 poles, 24 pódios e 19 voltas mais rápidas em 66 corridas é uma marca expressiva e tanto. Em 2000, pela postura e pelos serviços prestados, virou Cavaleiro do Império Britânico. Seguiu por muito tempo no paddock e pilotando carros históricos, mais especificamente até 2016. Com o agravamento de problemas de saúde decorrentes de uma queda de elevador e uma infecção no tórax, anunciou a aposentadoria da vida pública em 2018.

Agora, mais do que nunca, é hora de descansar, definitivamente. Stirling Moss está nos céus dos campeões junto com seus rivais. Que o recado fique bem claro para todos nós.

Até!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

REALIDADE PARALELA

Foto: Getty Images
Com a pandemia pegando, cada um ficou definitivamente na sua bolha. Me deu vontade de escrever, vamos lá:

Cancelaram/adiaram mais uma corrida. Equipes e promotores acreditam ser possível realizar 16/18 corridas em 6 meses. Eles estão no direito de tentar defender o negócio deles. Realidade paralela.

Helmut Marko: o homem teve a ideia de confinar todos os pilotos da academia Red Bull (titulares e reservas das duas equipes) com o objetivo de todo mundo pegar o coronavírus e fazer com que se curassem com os anticorpos agora, evitando de ficar doentes no decorrer da temporada. Óbvio que a ideia não foi pra frente.

Dias atrás (pensava em você) ele disse que teve coronavírus mas que se curou. Logo ele, que está no grupo de risco. Realidade paralela. Isso é uma coisa que eu imaginava que o Bernie Ecclestone diria, por exemplo.

Por falar no Bernie, o senhor de quase 90 anos disse que, por ele, nem teria F1 no ano. Sensato, mas eu achava o contrário. Se ele fosse o dono, certamente já teríamos algumas corridas por aí... Ou não, vai saber qual é o personagem da vez que o malvado favorito escolheu ser.

Além dos gastos e incertezas, ninguém está ansioso pra ver Hamilton ganhar 15 das 20 corridas no ano e ser campeão facilmente mais uma vez. Façam duas temporadas em uma e azar. O problema é que já existem conversas para que o regulamento novo só seja imposto em 2023. Aí não, meu patrão.

A Racing Point pode se despedir nesse ano sem fazer uma corrida, tudo isso porque Stroll pai ano que vem será o chefe da Aston Martin. Nome de grife, investimento de grife, dinheiro, mas o Baby Stroll em um dos carros é rasgar esse dinheiro. É o contraponto da realidade paralela.

Enquanto eu escrevo besteira, eu vivo numa minha realidade paralela por aqui. Atualizações a qualquer momento. Escrevo y escrevo. Saudades, Prior :(

Até!