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domingo, 23 de julho de 2023

INQUEBRÁVEL

 

Foto: Getty Images

Não dá para ser feliz na F1. E a culpa é de Max Verstappen e da Red Bull. O sábado foi até fantástico. O novo formato de classificação (duros no Q1, médios no Q2 e macios no Q3), aliado a chuva de sexta, trouxe uma imprevisibilidade muito bacana, que culminou com a 104a pole de Sir Lewis Hamilton. Ele comemorou como se fosse a prova e todos nós também, afinal a fera poderia ser combatida no domingo, ou ao menos era essa a expectativa.

Ledo engano. Durou menos de uma curva. Três milésimos mais lento, Max já partiu para a ponta ao largar melhor. A McLaren mostra que não é apenas Silverstone e agora disputa com a Mercedes o posto de segundo carro da vez. Belas manobras de Piastri e Norris e um Hamilton que desperdiçou o sábado em poucos metros no domingo. Acontece até com os heptacampeões, mas muito mais méritos para Woking.

Ao marcar o pit de Hamilton, a McLaren "beneficiou" Norris, que no undercut ultrapassou Piastri para ser o segundo colocado. O australiano teve danos no assoalho, o que explica ter batido na trave novamente e ainda não ter subido no pódio. O mais importante é que a evolução da McLaren é sólida. Dois pódios consecutivos assim são raros de acompanhar na história recente da histórica equipe vencedora.

Ao menos no pódio, Pérez segue devendo nas classificações. Difícil escrever que ele fez a parte dele porque sequer chegou em segundo. Nunca a discrepância ficou tão evidente em uma organização vencedora. Ainda errático, uma sombra sorridente e australiana surgiu para tirar ainda mais a paz do mexicano inseguro. Checo em apuros.

A Ferrari segue estagnada, hoje uma quarta força, tímida. Não consegue transformar as voltas rápidas em stints consistentes. Quem perdeu o protagonismo de vez foi a Aston Martin. Ainda faz parte do processo de se tornar uma equipe grande, mas Alonso quase tomou uma volta de Verstappen. O importante foram os pódios do início da temporada, mas aparentemente o limite do time de Stroll foi atingido.

Ricciardo teve a reestreia na F1 prejudicada pela largada ruim de Zhou, que o atropelou e ainda tirou as Alpine da corrida. Alfa Romeo é outra surpresa do sábado, assim como Hulkenberg é o rei das classificações, mas sofre nos domingos. Mesmo com todos esses problemas, o australiano ainda assim terminou a frente de Tsunoda. Será que a Alpha Tauri é tão ruim assim ou estava faltando braço?

Diferentemente do troféu, culpa de Lando Norris, a Red Bull e Verstappen são inquebráveis. 11 vitórias no ano e 12 consecutivas. O livro dos recordes são os únicos adversários à altura. O quão longa será a dominância dos taurinos?

Confira a classificação final do GP da Hungria:


Até!

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CUIDADO COM AS ARMADILHAS

 

Foto: Francois Nel/Getty Images

Imagina você, pressionado por uma equipe, vê um antigo piloto da companhia retornando para a F1 numa equipe satélite e os chefes falando abertamente sobre uma possibilidade de ascensão às suas custas no médio prazo. É hora de começar a dar uma resposta, certo?

Sexta feira é um bom início para isso. Você vai para a pista, pista seca, livre e quer dar a primeira volta rápida com as novas atualizações de seu carro dominante. Eis que a roda encosta na grama e, zás, lá está você no muro em menos de cinco minutos. Constrangedor.

Pois bem, esse foi Checo Pérez na Hungria. Ele não está se ajudando e, nitidamente, sente a pressão. Bom, sabemos que o importante é sábado e domingo, mas faz tempo que ele não rende nem nos sábados. E a Red Bull estreia as primeiras atualizações do ano. As chances do carro estar mais afeito a Max Verstappen são enormes, tanto pelo talento quanto pela hierarquia. O fantasma Ricciardo ameaça o mexicano cada vez mais.

Foto: Getty Images

Depois, a chuva veio e mal deu para andar. Na parte da tarde, a Red Bull e Mercedes optaram por testes de corrida. Leclerc foi o mais rápido, mas os carros estão a menos de um segundo de distância. A vantagem de Tsunoda, quarto colocado, para o reestreante Ricciardo, décimo quarto, não é muita. Assim volta o sorridente australiano para a missão Red Bull 2025 (ou 2024, vai que...)

Hoje não deu muito para saber se Ferrari e Alpine conseguem ser fortes, se Aston Martin reage ou a McLaren vira uma força constante na briga pelo pódio ou Silverstone foi apenas uma exceção. Com isso, certamente, teremos uma classificação e, consequentemente, corrida interessantes, do segundo lugar para trás, é claro.

Hungaroring é o lugar onde surpresas acontecem. Alonso, Button, Kovalainen e mais recentemente Ocon venceram a primeira por lá. Alguns aproveitam as armadilhas que os outros caem, outros não.

Hoje foi Pérez quem escorregou na casca de banana. Quem sabe amanhã ou domingo seja a vez dele armar para os demais?

Confira os tempos dos treinos livres:


Até!

quinta-feira, 20 de julho de 2023

GP DA HUNGRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:16.629 (Mercedes, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:13.447 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 8x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018, 2019 e 2020)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 255 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 156 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 137 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 121 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos

6 - George Russell (Mercedes) - 82 pontos

7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 74 pontos

8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 44 pontos

9 - Lando Norris (McLaren) - 42 pontos

10- Esteban Ocon (Alpine) - 31 pontos

11- Oscar Piastri (McLaren) - 17 pontos

12- Pierre Gasly (Alpine) - 16 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 11 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 411 pontos

2 - Mercedes - 203 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 181 pontos

4 - Ferrari - 157 pontos

5 - McLaren Mercedes - 59 pontos

6 - Alpine Renault - 47 pontos

7 - Williams Mercedes - 11 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos


O VELHO RICCIARDO

Foto: Wikipédia

Obviamente que o grande assunto do final de semana é o recomeço da carreira de Daniel Ricciardo, reestreando na F1 na antiga Toro Rosso, hoje Alpha Tauri. Os meses de ausência também serviram para o australiano reavaliar toda a trajetória. Fora da competição e apenas assistindo as corridas como piloto reserva da Red Bull, esse período serviu para que a chama voltasse a acender. Outro fator importante foi voltar para onde tudo começou: a empresa de energéticos.

"Me desapaixonar pela F1 foi também pelo impacto na minha confiança. Claro, se você está competindo em um esporte ou tentando ser o melhor em alguma coisa, o melhor do mundo em alguma coisa, você realmente precisa de confiança total, crença total, e quando isso começa a diminuir um pouco, a curtição também começa a cair. Foram muitos fatores e, voltar para a Red Bull, a recepção que tive ao voltar para aquela equipe, foi, de uma maneira positiva, um pouco esmagadora.

Quando voltei ao simulador, ainda estava um pouco em dúvida de como seria, se ainda sentiria o carro como costumava sentir, se ainda seria, por falta de palavras melhores, o velho eu. Quando fiz algumas sessões no simulador e voltei a me sentir como eu mesmo, isso me trouxe de volta ao Daniel normal, me apaixonando e pronto para começar de novo.

Quando você está mirando o topo, nem todo mundo consegue, então isso parece muito… São muitas histórias tristes, nem todo mundo tem a trajetória do herói, então acho que foi importante manter a perspectiva e também aprender com tudo isso. Entendi que, se eu ainda quisesse, se ainda tivesse aquele desejo, poderia aprender com alguns dos meus erros ou fraquezas. Não sei, só tentei… Mesmo que não quisesse estar naquela posição, ainda tentei encontrar o lado bom nisso para que pudesse seguir adiante e ser uma versão mais completa de mim mesmo.

É isso que, certamente, estou começando a sentir neste ano. Voltar para a Red Bull e tudo mais me faz sentir como se tudo isso tivesse acontecido por uma razão se usado da maneira certa", disse em entrevista para o site da F1.

É uma jornada espiritual, acima de tudo. Todo mundo está curioso para saber se aquele Ricciardo que tinha pinta de futuro campeão do mundo na Red Bull ainda existe ou o efeito McLaren foi realmente defastador. Talvez a verdade esteja no meio desses extremos, mas começaremos a saber agora, na Hungria. Bem vindo de volta, Ricciardo!

APOSENTADORIA?

Foto: Red Bull Content Pool

Não é a primeira vez que Max Verstappen fala em deixar a F1 no médio prazo. Os motivos? A insatisfação com as sprint race e o aumento do número de corridas no calendário, o que prejudica e desgasta a logística de todos os envolvidos no circo da F1. Nesta semana, ele fez novas declarações, onde acrescentou o desafio da parceria com a Ford a partir de 2026 como outro fator de motivação ou não para seguir na categoria:

"Penso que é um projeto muito interessante para nós. E para mim, é muito importante saber o que está rolando, também para meu futuro com o time. Tudo parece promissor. É claro, vamos disputar contra todas essas montadoras e será difícil, mas os sinais são bons. Agora, precisamos tentar e entregar.

Para a revista alemã Auto Motor und Sport, Max novamente se mostrou descontente com o calendário de 24 corridas que vai entrar em vigor ano que vem, se não tiver imprevistos iguais aos desse ano, como os cancelamentos de China e Ímola.

“É muito para mim, mas temos de lidar com isso. Penso que é ao menos mais lógico do jeito que foi planejado. É o melhor para todo mundo. São mais coisas que precisam acontecer para eu dar certeza se quero ficar muito tempo ou não, mas isto não está ajudando, é uma certeza”, concluiu.

A verdade é que tudo depende de como a Red Bull vai estar daqui três anos. Já ouvimos e lemos essas coisas muitas vezes. No entanto, basta perder a hegemonia que subitamente aquela chama competitiva volta com tudo. Esportistas são competidores viscerais. Raros são aqueles que "param por cima" ou conseguem abrir mão de uma posição de domínio que foi batalhado a vida inteira. Não me parece que Max tenha esse perfil e não sei se, mesmo multicampeão, ele teria esse peso de mudar determinadas situações internas da F1. 

TRANSMISSÃO:
21/07 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
21/07 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
22/07 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
22/07 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
23/07 - Corrida: 10h (Band)







domingo, 31 de julho de 2022

ADULTOS CONTRA CRIANÇAS

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

O que constantemente é pedido, quase como uma torcida por aqui, aconteceu. A Red Bull teve problemas no sábado com Max Verstappen e ele e Pérez largaram atrás. Chance perfeita para a Ferrari ensaiar uma reação cobrada por Mattia Binotto durante a semana.

As coisas já começaram a ficar estranhas, como sempre. Com a chuva e uma temperatura mais amena, a vantagem da Ferrari diminuiu, mas ainda assim era o carro a ser batido. Acontece que Leclerc e Sainz já começaram a dar para trás no sábado, quando George Russell conquistou a primeira pole da carreira de forma surpreendente. Ainda assim, imediatamente atrás e com a Red Bull distante, a chance era evidente.

A largada teve Russell na frente, com os macios, e a Ferrari com os médios. Sainz não teve competência para passar o inglês e estava empatando Leclerc. Os italianos, como sempre, não tomaram uma atitude em prol da equipe e perderam tempo. Enquanto isso, as Red Bull escalavam o grid, naturalmente.

Na primeira janela de pit stops, Sainz, Russell e as Red Bull pararam. Leclerc e Hamilton alongaram o stint. Seriam necessárias duas paradas. O espanhol não teve ritmo para passar Russell e, mesmo parando antes, conseguiu ficar atrás de Leclerc, que estava com um ritmo muito bom. Sem o companheiro "atrapalhando", era caminho livre para Charles, da forma mais difícil, ultrapassasse o #63 e disparasse para a vitória. Enquanto isso, Max ganhou a posição de Hamilton (que demorou para parar) nos boxes e já era o quarto.

Leclerc disparava e Sainz tentava passar a Russell. A dobradinha era provável, mas Verstappen estava por perto, minimizando os danos. Muito natural. Chega o momento da segunda parada. A Alpine, no meio do pelotão, optou pelos pneus duros e perdeu rendimento. Havia um padrão a seguir.

A questão é que, talvez por não ter mais pneus disponíveis, a Ferrari para Leclerc para colocar os duros. Quando Max se aproxima de Sainz e Russell, a Red Bull para imediatamente para colocar os médios (largou com os macios), antecipando tudo e fazendo os outros reagir. Resultado? Sainz e Hamilton alongaram o stint para terminar com os macios, que era a estratégia mais correta para o final da prova.

Mais uma vez, a Ferrari faz uma estratégia bisonha para o piloto número um e privilegia o número dois, que não tem ritmo para maximizar o carro. O resultado? Leclerc virou presa fácil. Max passou, rodou e reultrapassou (essa palavra existe?) o monegasco. Largando em décimo e sem forçar, na base do talento, da estratégia e da consistência, Max partiu para uma vitória improvável e épica, mas ao mesmo tempo tão tranquila que isso não parece significar o feito que aconteceu.

A pista para a Ferrari fazer a dobradinha de Binotto e remontar o campeonato estava longe da frustração intermediária. O pior estava por vir. Mesmo com o pneu macio, Sainz foi ultrapassado por Hamilton e Leclerc, se arrastando, superado por Russell. A cereja do bolo? A parada para os macios no final para terminar em sexto, atrás mesmo de Pérez, que desde Mônaco se arrasta na pista.

Max Verstappen e a Red Bull são adultos competindo contra crianças na F1. A Mercedes de 2022 está se emancipando. Agora já é um adolescente prestes a virar calouro (bixo) na faculdade, pronto para as primeiras experiências da vida. Mais um pódio de Hamilton e Russell juntos. Ritmo de corrida melhor, volta lançada boa... 

Hamilton poderia ter brigado mais pela vitória se não tivesse problemas na asa no sábado e um erro de estratégia da Mercedes no primeiro stint. Ele e Russell não desperdiçam uma oportunidade e deixam no ar o que já está evidente: a pole foi inesperada, mas a vitória parece ser questão de tempo. Além disso, a briga pelo vice-campeonato de construtores está muito aberta. Vai duvidar?

Russell já passou Sainz no campeonato. A Ferrari é a Peter Pan da F1. Se recusa a crescer e, corrida após corrida, afunda. Binotto queria uma dobradinha e termina com um incrível P4 e P6. A Red Bull, sem forçar, tem em Max Verstappen 80 pontos de vantagem nas férias da F1. É uma vantagem que cada vez mais fica irreversível por três motivos: a solidez da Red Bull, o crescimento da Mercedes e a Ferrari cada vez mais afundada nos próprios erros e pressões.

Norris é o melhor do resto, em setimo. Enquanto isso, Ricciardo afunda em 15°. Até teve um brilhareco numa ultrapassagem dupla nas Alpine, mas o tempo dele na McLaren já foi, é desperdício de dinheiro. Por falar em Alpine, a estratégia deu certo, mas Ocon segue "atrapalhando" e fechando Alonso: menos mal que o espanhol conseguiu o oitavo lugar. Dessa vez com a intervenção da equipe, Vettel fechou no top 10 e, agora, cada ponto pode ser o último na categoria.

Na hierarquia da F1, a Red Bull é adulta, a Mercedes é adolescente e a Ferrari é Peter Pan. Max Verstappen tem 80 pontos de vantagem para desfrutar nas férias. No retorno, a Ferrari vai precisar ser perfeita, a Red Bull errar mais que acertar e a Mercedes não crescer tanto. Todo esse cuidado para não afirmar que Max já é bicampeão mundial.

Confira a classificação final do GP da Hungria:


Até!

sexta-feira, 29 de julho de 2022

O QUE É O TIMING...

 

Foto: Getty Images

O que é o timing... Justo quando escrevi que a situação de Vettel era a mais tranquila, que só dependia dele, o alemão, dias depois, faz o anúncio que alguns já imaginavam.

O que é o timing... Sebastian Vettel criou redes sociais para anunciar a aposentadoria da F1 no final da temporada. Aposentadoria? Vettel é contemporâneo de Hamilton, que pra mim sempre vai estar na McLaren com um capacete amarelo. E Seb? Barbarizando na Toro Rosso, vencendo de ponta a ponta na chuva de Monza, a impressão era clara: esse cara vai ser alguém muito grande na categoria.

O que é o timing... com a Red Bull crescendo, faltava o piloto para ser o líder. Tão jovem e mesmo assim, no lugar certo, na hora certa, com o talento que precisava. Sebastian Vettel parecia estar sempre no lugar certo e na hora certa. A simbiose com o carro era impressionante. Era um clichê inevitável: o novo Schumacher. O legado do amigo. Já eram 4 títulos seguidos.

O que é o timing... o novo regulamento veio e Vettel, lentamente, foi perdendo o brilho. Dominado por Ricciardo, rumou para o novo desafio, tal qual o ídolo Schumacher: reerguer a Ferrari. O início foi animador, mas os erros foram ficando cada vez mais expostos e repetitivos, demais para alguém com tanto currículo.

A descendente de Vettel foi tão rápida quanto a ascensão. É brutal demais quando alguém acostumado a vencer se vê relegado a coadjuvante, sem rumo. A tentativa na Aston Martin não dá para chamar de fracasso. Vettel não teve carro e ainda assim conseguiu dois pódios, um deles anulado porque foi desclassificado graças a uma irregularidade da equipe.

O que é o timing... Vettel cada vez mais foi se distanciando da velocidade. Não perdeu a paixão, apenas descobriu outras, além de novos desafios e prioridades. A família. A vida reclusa e fechada, surpreendente para alguém do tamanho de Vettel. O envolvimento com as causas LGBT, ambientais, tornar a F1 e o automobilismo um ambiente mais inclusivo e menos tóxico e preconceituoso. Correr ficou pequeno demais para Seb.

O que é o timing... Vettel escolhe parar e não ser parado. Muitos grandes pilotos não vão ter a possibilidade que o tetracampeão terá: homenageado nas corridas finais, a última tour. 54 vitórias, 4 títulos, 57 poles... Top 5 da F1 em números, indiscutível. Uma carreira de muito sucesso. Ser campeão já é grandioso. Ser tetracampeão, meu amigo, não há muito o que pontuar.

Vettel parte para novos desafios pessoais e profissionais. Tomara que continue no paddock hora ou outra porque é um grande apaixonado pela velocidade. Se não fosse a luta ambiental, escreveria que ele é um “cabeça de gasolina”.

O que é o timing... Vettel certamente não está entre os melhores, mas sim entre os maiores. Esteve no lugar certo, na hora certa. Isso é um mérito tão raro quanto ser um grande piloto, que foi. Se 4 títulos foram demais para a carreira e a qualidade de Seb isso não importa hoje em dia. A história é contada pelos vencedores.

Não é todo dia que vemos um tetra ou um hepta surgir e desaparecer dos nossos olhos. 15 anos passam rápido. Estamos velhos, o mundo gira e a vida passa, todos os dias, numa velocidade implacável. Quando nos dermos conta, estamos aqui, repercutindo a futura aposentadoria de alguém que a gente viu jovem e era chamado de Justin Bieber da F1.

Sobre os treinos da Hungria: é nítido que temos a Ferrari a frente das rivais mais uma vez. A velha pergunta, chata e repetitiva, porém necessária, é: os italianos vão aproveitar a chance? A cada corrida que passa, isso não é o suficiente. Agora, além disso, a Red Bull precisa ter azares e problemas. A conferir. Max já começa a administrar a vantagem, mas não pode pensar em relaxar muito. O esporte é imprevisível.

Quem parece muito bem nesse final de semana, no casamento de estilos, é a McLaren. Discreta até aqui, os dois pilotos estiveram no top 5, o que pode ser um indício promissor. Alonso e até mesmo a Aston Martin de Vettel, agora na tour do adeus, aparecem bem.

Aparentemente, a Mercedes tem algumas dificuldades com o circuito mais travado, o que surpreende. Em tese, com menos dependência das velocidades altas de reta, era para os alemães talvez estarem mais próximos. Por enquanto, não é o caso. Também não acho que é um caso dramático, mas a McLaren pode encrespar essa disputa solitária pela terceira força da F1. 

A última corrida antes da parada começa com uma sensação de nostalgia causada por Vettel. Nostalgia e celebração. O campeonato, não muito emocionante nos pontos, contribui para o brilho do tetracampeão. No calor europeu, Hungaroring é um ponto de chegada e de partida ao mesmo. O fim da primeira parte da temporada; o início do adeus de uma lenda.

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Hungria:



Até!

quinta-feira, 28 de julho de 2022

GP DA HUNGRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:16.629 (Mercedes, 2020)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:13.447 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Esteban Ocon (Alpine)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 8x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018, 2019 e 2020)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 233 pontos
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 170 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 163 pontos
4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 144 pontos
5 - George Russell (Mercedes) - 143 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 127 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 70 pontos
8 - Esteban Ocon (Alpine) - 56 pontos
9 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 37 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos
12- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos
13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos
14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 15 pontos
15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Aston Martin) - 4 pontos
19- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 396 pontos
2 - Ferrari - 314 pontos
3 - Mercedes - 270 pontos
4 - Alpine Renault - 93 pontos
5 - McLaren Mercedes - 89 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos
7 - Haas Ferrari - 34 pontos
8 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 19 pontos
10- Williams Mercedes - 3 pontos

MUITA LENHA PARA QUEIMAR

Foto: Reprodução/Mercedes

Depois de completar 300 GPs, um número significativo, é natural já começar a pensar o futuro a curto-prazo de Lewis Hamilton. Apesar de ter contrato até o fim do ano que vem com a Mercedes, Lewis está sendo constantemente questionado sobre o futuro no esporte, principalmente diante de um 2022 sem grandes possibilidades de triunfo na pista, anormal para um hepta.

Analisando a jornada que está percorrendo, Hamilton afirma ainda se sentir jovem, faminto e confortável na F1:

“Primeiramente, quero agradecer por chegar até aqui. Mas ainda me sinto fresco, e ainda sinto que tenho combustível sobrando no tanque. Estou gostando do que estou fazendo e orgulhoso de trabalhar, todos os dias, com este grupo incrível de pessoas. Estou aproveitando para trabalhar com o esporte mais do que nunca", disse.

Apesar das dificuldades e da nítida evolução da Mercedes no ano, Hamilton admite que vencer em 2022 talvez seja difícil, mas que está determinado a seguir lutando para melhorar o carro, principalmente o do próximo ano.

“Quero voltar a vencer e isso vai levar tempo, mas tenho certeza que vamos sentar algum dia e falar sobre o futuro. Quero continuar construindo. Uma coisa é correr, mas outra é continuar a fazer mais fora do esporte – algo que nós e a Mercedes conseguimos, e vamos, fazer”, finalizou.

Como é bom sentir Hamilton assim. Aquela desilusão do início do ano foi embora. Com as coisas se ajeitando e a compulsão de um competidor tão voraz, é nítido que todas essas atribulações, talvez inéditas na carreira, só servem para motivar e tornar Hamilton, o hepta, cada vez mais forte. Com Russell do lado, a Mercedes tem todas as condições para voltar ao lugar de bicho-papão da F1.

EMPOLGOU

Foto: Getty Images

Mesmo com Leclerc 63 pontos atrás de Verstappen e a Ferrari 82 pontos distantes da Red Bull, o clima é de otimismo entre os italianos, ao menos da boca para fora.

O chefão Mattia Binotto está animado com o progresso e o desempenho da equipe nas últimas duas corridas. Apesar do erro de Leclerc, Binotto acredita que a Ferrari tem grandes chances de vencer todas as corridas restantes no calendário, começando por Hungaroring.

“No final da temporada veremos onde estamos, mas acho que o mais importante é ver que, mais uma vez, tivemos um bom pacote, não há razão para não ganharmos 10 corridas de agora até o final.

Acho que é a maneira de olhar para isso de forma positiva e gosto de ser positivo, mantendo-me otimista. Poderia acontecer algo com Max e Red Bull? Não estou contando com isso, precisamos nos concentrar em nós mesmos e fazer o nosso melhor”, falou.

Mesmo com o duro revés, o chefão saiu da França confiante para a sequência do campeonato:

“Saímos daqui com total confiança no nosso pacote, na capacidade dos nossos pilotos e na nossa velocidade”, encerrou, em entrevista para o De Telegraaf.

O discurso externo tem que ser assim mesmo. Mostrar força, autoconfiança, uma resposta rápida depois do desânimo de domingo. A Ferrari está certa, só precisa fazer mais do que falar e faz tempo que isso não acontece. Além do mais, Binotto precisa mostrar a firmeza que Leclerc não tem, por ser muito "sincericida", digamos assim. 

Se a Ferrari entregar os pontos publicamente, o que resta para fazer até o fim do ano? Como diz o poeta: "ânimo galera, as coisas vão melhorar depois da França". Ou não.

TRANSMISSÃO:
29/07 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
29/07 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
30/07 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
30/07 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
31/07 - Corrida: 10h (Band)

 




domingo, 1 de agosto de 2021

PULVERIZADO

 

Foto: Getty Images

Hungaroring pode proporcionar procissões ou corridas épicas de proporções impressionantes, como por exemplo a corrida de 2006 e de 2003, por motivos diferentes. Nas duas situações, a semelhança com hoje: a primeira vitória de jovens pilotos e também das equipes.

Em 2003, o hoje quarentão Fernando Alonso venceu de ponta a ponta a primeira da Renault em mais um dos retornos da equipe. Vinte anos depois, o espanhol foi preponderante para a história se repetir, na mesma equipe. Em 2006, Jenson Button venceu a primeira na caótica etapa que culminou na primeira vitória da Honda como equipe, também muito tempo depois do retorno.

Para chegar até o resultado, que mistura passado, presente e futuro, é preciso entender como tudo se sucedeu. A chuva que caiu uma hora antes mudou o panorama. Com a pista escorregadia, Valtteri Bottas largou mal e pode ter garantido um novo contrato, ou então o prêmio definitivo de escudeiro do ano.

Num efeito dominó, ele bate em Norris, que bate em Pérez, enquanto Bottas bate em Verstappen. A confusão toda fez Stroll, lá atrás, se chocar com Leclerc e culminar com o abandono de todos os envolvidos, menos o holandês e Ricciardo. Quando Max ficaria no mano a mano para caçar Hamilton, mais uma vez o destino lhe tira da corrida. Quem ria a toa era Hamilton, de novo com caminho livre. Se por um lado Bottas "ajuda" Lewis, por outro pode não ter assinado o contrato de renovação com os alemães.

Com bandeira vermelha e tudo, o que virou praxe, uma nova corrida. Com a pista mais seca, apenas Hamilton não parou com a saída do Safety Car, e isso custou caro. Quando foi, voltou no final do grid. Com o carro avariado e sem condição alguma, parecia uma forma de compensação para Verstappen reagir, mas não foi o caso. Na estratégia e com pneus melhores, lá foi Hamilton escalar o pelotão...

Com os abandonos e sem Hamilton, virou tudo uma grande salada. Boa parte da prova teve como top 3 Ocon, Vettel e Latifi! Sim, o canadense estava roubando a cena. Mais atrás, Sainz, Alonso, Gasly e Tsunoda. Num comboio com a dificuldade de passar e todos com o mesmo desgaste dos pneus, apenas estratégias diferentes no final poderiam fazer algum efeito.

Vettel ficou próximo mas não teve potência no carro para atacar o jovem Esteban Ocon. Quem diria, a promessa escanteada pela Mercedes, que ficou um ano fora da categoria e fez o primeiro pódio no ano passado até começou bem a temporada, mas depois foi dominado por Alonso. Com o alinhamento das estrelas e o talento de quem ainda parece uma eterna promessa, o francês mostrou porque sempre foi badalado desde cedo, segurando a bronca.

Enquanto a parada de Latifi o fazia cair algumas posições, Sainz e Alonso brigavam pelo pódio enquanto Hamilton chegava. Lewis precisava de uma nova parada, diante do desgaste dos pneus. Alonso, que também tinha compostos melhores que os do ferrarista, tentava atacar para garantir um pódio épico para a Alpine, mas Lewis chegou e tudo isso fez a diferença.

O espanhol precisou limitar a se defender, relembrando as velhas brigas de antigos rivais viscerais. Uma linda briga, mostrando que nem a idade impede o talento do quarentão Alonso, que segurou o quanto pode o carro mais dominante da história com pneus mais desgastados. Ah se o espanhol não tomasse tantas decisões equivocadas vítimas do temperamento...

Mas isso também prova que Don Alonso, a Fênix, mudou. Em circunstâncias normais, ele jamais faria o papel de equipe. No entanto, de forma indireta e direta ao mesmo tempo, Alonso foi o grande responsável pela histórica primeira vitória de Esteban Ocon na F1. O tempo que Hamilton perdeu foi o suficiente para não conseguir chegar a tempo nos dois ponteiros. Se a manobra fosse uma ou duas voltas antes, tudo seria diferente.

Ocon é o nome da primeira vitória da Alpine na história e a primeira do retorno do grupo Renault, em 2016. A evolução segue muito tímida mas hoje o alinhamento das estrelas conspirou. Com Alonso combativo e o jovem aproveitando as chances, uma injeção de ânimo para o novo regulamento do ano que vem. Depois de 25 anos sem vitória, são dois triunfos franceses em menos de um ano, sempre em condições excepcionais e, desde Panis com a Ligier em Mônaco 1996, um francês não vencia por uma equipe francesa.

Hamilton consegue não só conter os danos como também pulverizar a vantagem que Max tinha. Os mais afoitos já encerravam o campeonato na Áustria mas, como já escrevi, ainda tem muita coisa pela frente. Em duas provas, Hamilton reassume a liderança do campeonato e acalmem-se, pois ainda há mais doze corridas por aí, mais da metade da temporada!

O consistente Sainz se recuperou do erro de sábado e capitaliza enquanto Leclerc se envolve em acidentes, provocados por ele ou não. Alonso foi o grande nome do dia junto com Ocon e merecia um resultado melhor, apesar da pilotagem quase perfeita. 

A Williams e George Russell saíram da zica, mas o inglês sofre da síndrome de Hulkenberg: mesmo quando tudo vai bem, nem tudo vai tão bem, pois foi superado pelo canadense Latifi na corrida. A Williams mostra números consistentes na tabela do campeonato, o que evidencia a retomada do time, juntamente com o acaso, é claro. 

Diante da frieza dos números, Russell perdeu para Kubica e está perdendo para o piloto pagante da equipe. É o time que finaliza mas leva gol no contra-ataque. Claro que é um grande talento, mas chama a atenção esse "azar". Como o acaso pode protegê-lo enquanto o mal estiver distraído, provavelmente na Mercedes?

O errático Tsunoda deu a volta por cima e deu a consistência necessária para a Toro Rosso. Deixei Vettel para o fim. Um grande final de semana, nota 10 em todos os quesitos: as preocupações e mensagens sociais (vulgo "militância") expostas na Hungria e a corrida oportunista que culminou no segundo lugar. É claro que, por estar tão perto de Ocon, gera uma certa frustração não vencer, mas o alemão parece se reencontrar e fazer o que se espera de um tetracampeão mundial. Recuperar a confiança é primordial.

No entanto, a crueldade veio no fim. Segundo a FIA, Vettel tinha menos de um litro de combustível no carro para fazer o teste do combustível, o que vai contra o regulamento. Com o carro quase em pane seca, não tem conversa: desclassificação. Uma grande atuação que não tem efeitos no campeonato, ou melhor escrevendo, consequências catastróficas: Alpha Tauri e Alpine disparando na briga dos construtores.

Não tem o que contestar. Isso, claro, ajudou quase todo mundo, principalmente Hamilton, o mais sortudo que viu, na canetada, ganhar mais dois pontos de vantagem no campeonato. Raikkonen pulou para a pontuação mas é preciso destacar Mick Schumacher. Mesmo na Haas, não se limitou a sobreviver na pista. Vendeu duro as ultrapassagens feitas. Uma evolução notável. O filho do homem merece algo melhor, como uma Alfa Romeo por exemplo.

Ricciardo, um dos prejudicados pelo incidente, conseguiu a proeza de não encostar nas Williams e ainda ser superado por Verstappen. É a grande decepção do ano e uma grande preocupação para a McLaren. Contratado a peso de ouro, vai sendo tratado igual ele mesmo tratou Vettel quando chegou na Red Bull em 2014. O que pode explicar, apenas a adaptação e um carro "mais feito e adaptado" para Norris?

Recordes e marcas pulverizadas, assim como a vantagem que Verstappen tinha para Lewis. Diante de tanta coisa que já aconteceu, as férias no verão europeu servem para recarregar as energias para a reta final. 12 corridas em um pouco mais de três meses. Se já está assim agora, respire fundo para o que vier!

Confira a classificação final do GP da Hungria:


Até!

sexta-feira, 30 de julho de 2021

O FOCO

 

Foto: Lars Earon/Getty Images

Apesar de todas as conversas dos últimos meses terem sido pautadas na decisão externa de que a Mercedes não atualizaria mais o carro desse ano e pensaria em 2022, bastou três derrotas acachapantes para o discurso mudar. Pressionados por Hamilton, os alemães voltaram aos trabalhos e ao foco em mais um título.

Coincidência ou não, na Inglaterra e agora existem resultados. A Mercedes está mais competitiva e talvez ligeiramente superior a Red Bull em Hungaroring. Bottas e Hamilton marcaram os melhores tempos, com Verstappen em terceiro. Há uma distância enorme para o segundo pelotão, que sempre promete briga entre McLaren, Ferrari, Aston Martin e Pierre Gasly, o solitário.

A mudança da F2 para a F1 em um período com quase nenhum treino pode ser pesado e demandar tempo para adaptação. Pode ser essa a versão da narrativa que Yuki Tsunoda está enfrentando. Depois de uma estreia animadora, o japonês regrediu e bate com facilidade nos treinos. Está explorando os limites e é normal para um jovem estreante de menos de 20 anos. No entanto, a preocupação existe porque sabemos como a Red Bull é incineradora de talentos. 

Como diz o conhecido, é preciso tempo para Tsunoda. A escassez de talentos na academia da Red Bull pode ser um trunfo, o mesmo que fez Sérgio Pérez parar do lado de Max, mas é bom que o japonês pare de causar prejuízo aos cofres da Toro Rosso, ainda mais agora com o teto orçamentário. Alguns diriam que hoje pode ter sido um karma das polêmicas entre os japoneses e os juízes nas Olimpíadas. 

A Mercedes retoma o foco por 2021. Por falar nisso, vai ser um final de semana difícil de se concentrar na F1, em meio aos Jogos Olímpicos acontecendo simultaneamente. É o grande desafio dos próximos dias, aliás.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 29 de julho de 2021

GP DA HUNGRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.


Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:16.629 (Mercedes, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:13.447 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 8x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018, 2019 e 2020)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 185 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 177 pontos

3 - Lando Norris (McLaren) - 113 pontos

4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 108 pontos

5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 104 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 80 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 68 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 50 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 39 pontos

10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos

11- Fernando Alonso (Alpine) - 26 pontos

12- Lance Stroll (Aston Martin) - 18 pontos

13- Esteban Ocon (Alpine) - 14 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto

16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 289 pontos

2 - Mercedes - 285 pontos

3 - McLaren Mercedes - 163 pontos

4 - Ferrari - 148 pontos

5 - Alpha Tauri Honda - 49 pontos

6 - Aston Martin Mercedes - 48 pontos

7 - Alpine Renault - 40 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

O DIA DEPOIS DE AMANHÃ

Foto: Getty Images

Não é oficial, mas Valtteri Bottas, George Russell e a Williams já falam com clareza sobre 2022. O finlandês fala sobre "mudar a mentalidade", pois provavelmente vai estar em uma equipe muito distante de brigar por posições relevantes na temporada.

Enquanto a Mercedes espera o momento adequado para a decisão, a Williams já pensa no sucessor de Russell. Jost Capito, o agora chefão de Grove, admite que há uma lista de pilotos que vai brigar pela missão de substituir o inglês. Nicholas Latifi está mantido pois, como sabem, o pai comprou uma parte da equipe, salvando-a da falência em 2019.

Um dos nomes especulados é de Nico Hulkenberg, o Super Trunfo. O alemão, que estreou na F1 na própria equipe onde fez a pole em Interlagos (2010), está interessado em retornar à F1. Bottas, outro ex-piloto da equipe, também não pode ser descartado.

Apesar de viver uma recuperação financeira, a Williams ainda está distante das equipes mais competitivas. No entanto, para Capito, Grove aos poucos está recuperando a credibilidade e sendo foco de interesse de muitos pilotos, não apenas os jovens ou endinheirados.

“Acho que no momento não excluímos nenhum piloto que estaria disponível no próximo ano.

"O principal é que queremos os melhores pilotos que estão disponíveis e interessados ​​em guiar pela Williams e interessados ​​em fazer o trabalho pela Williams. Não é definitivamente o piloto que quer ser campeão mundial no ano que vem. Para nós, ele estaria na equipe errada.

“Precisamos de pilotos que estejam dispostos a apoiar a equipe, para trazer a equipe de volta, para liderar e melhorar o desempenho. No momento, podemos ver que o interesse dos pilotos em chegar à Williams está aumentando.

“Eu diria que é por causa dos passos positivos que demos recentemente. Acho que estamos bem financeiramente e isso é reconhecido, e estamos dando os passos na direção certa, esperamos continuar assim. Estamos trabalhando duro para a Williams se tornar uma equipe interessante para um piloto no futuro”, disse.

Vai ser no mínimo curioso saber a escolha da Williams pelo seu novo líder. Qual critério que vai ser preponderante? Experiência ou futuro? Como unir as duas coisas diante da nova era da categoria? Veremos.

CATAR NO AQUECIMENTO

Foto: Getty Images

O GP da Austrália, que seria realizado em novembro, foi definitivamente cancelado da temporada. Com isso, há uma data em aberto para que o plano ambicioso da Liberty Media em realizar 23 etapas no ano.

Alguns candidatos são óbvios, como mais uma corrida no anel externo do Bahrein ou outra prova nos Estados Unidos. No entanto, um enlaçe curioso pode fazer com que a F1 desembarque no Catar pela primeira vez na história ainda nesse ano.

Vamos começar por Stephen Ross. O bilionário dono do Miami Dolphins vai ser o responsável pela realização do GP de Miami, que entra no calendário em 2022. Antes da Liberty, Ross se uniu com empresários do Catar para comprar as ações da F1, mas foram vencidos pelos americanos. Essa aproximação e o bom relacionamento que culminou na confirmação da corrida em Miami pode fazer com que a Liberty "retribua o favor" abrindo as portas para o Catar.

Passo 2. A corrida seria no autódromo de Losail, onde já acontecem corridas da MotoGP há alguns anos. Acionistas do Catar tem uma parte das ações do Grupo Volkswagen. Tá, mas o que isso tem a ver?

Bom, Stefano Domenicali era CEO da Lamborghini, uma das marcas do grupo, antes de virar o novo chefão da F1, nesse ano. Um dos objetivos da FIA é finalmente atrair uma ou mais marcas do grupo, como a Audi e a Porsche, para serem fornecedoras de motor a partir do próximo ciclo, em 2025. A partir do ano que vem, a F1 terá apenas Mercedes, Ferrari e Renault como fornecedoras e, dependendo de mudanças no regulamento, pode finalmente ter as marcas alemãs na categoria. Uma corrida no Catar pode ser entendido como um gesto de boa vontade.

A verdade é que, apresentando esses fatos/teorias, fico convencido que não seria aleatório isso acontecer. Afinal, depois de Arábia Saudita, Vietnã, Índia e Coreia do Sul, pensar em critérios talvez seja um pouco demais.

TRANSMISSÃO:

30/07 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)

30/07 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)

31/07 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)

31/07 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)

01/08 - Corrida: 10h (Band)

segunda-feira, 26 de julho de 2021

TEMPO PARA RESPIRAR

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

São quatro meses e estamos indo para a décima primeira corrida. Em tempos não muito distantes, estaríamos nos aproximando do final da temporada, mas não estamos nem na metade.

Nesse meio tempo, chegamos a ter três corridas consecutivas e sem muito descanso. Com mais provas, algumas chegam a ficar no esquecimento, pois o calendário é muito corrido. Não dá tempo para digerir muito. É seguir e seguir.

A F1 chega na Hungria, reduto onde Lewis Hamilton já venceu incríveis oito vezes, numa tensão que há tempos não se via. Vai ser a primeira corrida desde o incidente de Silverstone. As duas semanas sem ação ao mesmo tempo que nos baixam a adrenalina, também nos deixam ansiosos para saber qual será a reação disso tudo.

Quando ficou claro que seria uma disputa mano a mano, mais do que um monólogo da Mercedes, ficou evidente que cada corrida importa e cada momento pode ser decisivo para um ou outro. Essa situação fica cada vez mais nítida agora que Max e Hamilton estão separados por sete pontos, assim como Red Bull e Mercedes estão a apenas quatro.

Essa intensidade na disputa e no número de corridas cobra um preço, até para o público. Mais corridas significam mais atenção e mais esforço para acompanhar. Num campeonato onde tudo está equilibrado, não há margem para não acordar, dormir ou algo do tipo. Tudo pode fazer a diferença. Não há tempo a perder.

O GP da Hungria marca o final da primeira metade da temporada. Incríveis onze corridas, onde a segunda metade, a princípio, terá ainda mais, doze! Ou seja: um campeonato inteiro pela frente. Se agora já estamos com essa sensação de esgotamento, imagina com mais 12 etapas em cinco meses? 

Depois da Hungria, é férias no verão europeu. É tempo para respirar. É tempo para descansar. Ao mesmo tempo, vai ser impossível não estar com a cabeça no futuro, ansiosos para voltar e descobrir o que vai acontecer na segunda metade desse campeonato que se avizinha o mais eletrizante da década. 

Bom, pelo menos têm as Olimpíadas e o retorno do futebol europeu para distrair, bem como a vacina chegando para o pessoal da minha idade, o que talvez permita sonhar em dar umas voltas com responsabilidade.

Até!

domingo, 19 de julho de 2020

SEM DÚVIDA

Foto: Getty Images
Sem dúvida que Hamilton será hepta e vai bater o recorde de vitórias de Schumacher. Agora, faltam seis. Hoje, ele igualou oito vitórias em um mesmo Grande Prêmio - a Hungria, onde as glórias começaram pela Mercedes.

Sem dúvida que Hamilton é muito melhor que os demais, mesmo que o carro da Mercedes ajude. É o mérito do campeão e de uma equipe competente há sete anos, ao contrário dos demais, que seguem errantes. Tirando Verstappen e Leclerc, o resto está em uma outra prateleira. Por isso, sem dúvida é que Bottas não se aproxima de Rosberg. O finlandês não incomoda Lewis e ainda desperdiça oportunidades. Em uma largada pavorosa, teve ali sua corrida comprometida e perdeu três pontos importantes na "briga" pelo campeonato.

Foto: Getty Images
Sem dúvida que Max Verstappen é um supertalento que divide opiniões e parece que precisa de extremos. Hoje, poderia ter sido patético, ao bater o carro na volta de instalação para o grid mas, graças ao trabalho árduo dos mecânicos, não só largou muito bem como fez uma corrida excepcional para que o contexto permitia: de sétimo para segundo, segurando Bottas no final. A Red Bull involuiu. Uma pena, pois Max merece faz tempo um carro veloz e confiável para tentar sonhar contra os alemães. Hoje, nem isso consegue e vive de comemorar segundo lugar. Não é desprezível, claro, mas é pouco para o talento do holandês.

Sem dúvida que a Racing Point é a Mercedes B, assim como os pilotos são de segunda categoria. Checo Pérez, o aproveitador, disse que se sentiu mal no final de semana. Isso pode explicar a inexplicável surra levada pelo menino Stroll. A F1 está muito errada e incompetente quando permitem ao canadense grandes chances de chegar ao pódio. Do jeito que é sortudo, será uma cena recorrente.

Sem dúvida a Ferrari foi ao menos decente com um e trapalhão com o outro. Ao colocar pneus supermacios em Leclerc, acabaram com a corrida do monegasco que, com uma bucha nas mãos, não conseguiu fazer muita coisa no tráfego. Essa Ferrari é muito lenta. Nem pontuou. Vettel, por sua vez, teve uma estratégia correta e somou bons pontos, num sexto lugar aceitável para o contexto. Os problemas dos italianos são tantos que a questão está muito além de um final de semana ruim. Pelo jeito, esse drama vai durar algum tempo considerável.

Albon em quinto fez o que se espera, mesmo em um ambiente pronto para lhe fritar. Depois, em sétimo, o combalido Pérez, seguido de Ricciardo, fazendo o que pode com a Renault, Sainz (nem sempre a McLaren vai ser beneficiada pelas circunstâncias) e o surpreendente Kevin Magnussen.

Sem dúvida que a Haas fez a grande jogada do dia, porém isso quase lhe custou todo o trabalho de domingo: na volta de apresentação, a dupla foi chamada para os boxes e largou de médios. Como todo mundo parou, chegaram a ficar em terceiro e quarto até despencarem normalmente. Além disso, a FIA os puniu com 10 segundos por terem recebido instruções proibidas no rádio. Com isso, o que seriam dois virou um pontinho do dinamarquês, que vale ouro, suado, no mérito. É um banquete para a Haas, afogada no fim do grid. E que regrinha da FIA, hein? Imagina perder todos os pontos por essa palhaçada...

Sem dúvida a Alfa Romeo está melancólica e, sem dúvida, foi uma corrida chata, esquecível. A pior desde Paul Ricard, que por sorte nos livramos em 2020.

É assim que Lewis Hamilton, a cada final de semana que passa, fica maior e mais imortal em todos os sentidos. Sem dúvida.

A Fórmula 1 volta em duas semanas com o Grande Prêmio da Inglaterra.

Até!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

1-2-3-4-...5

Foto: Getty Images
Mercedes, Mercedes, Racing Point, Racing Point. Tão simples quanto contar até 4, foi assim que ficaram as primeiras quatro posições no único treino livre com pista seca nesta sexta-feira, na Hungria.

É pouco? É, mas a amostragem não deixa de ser relevante. Mercedes A e B mais velozes em um circuito travado. Em tese, a coisa melhora para a Ferrari e equilibra em relação a Red Bull e McLaren. Na chuva, Vettel foi o mais rápido, apenas como nota de rodapé, para constar.

A Hungria tem um traçado chato, travado, mas ultimamente tem sido palco de boas corridas, movimentadas. A previsão é de que talvez chova, o equilibra e torna tudo muito incerto, principalmente em um traçado travado, que proporciona muitas escapadas, acidentes e consequentemente Safety Car.

Vai ser uma batalha interessante se Hamilton vai conseguir a oitava vitória em Hungaroring, palco onde venceu pela primeira vez com a Mercedes ou se Bottas, líder, consegue abrir mais uns pontinhos de diferença.

Foto: Getty Images
Hoje faz cinco anos da morte de Jules Bianchi. Quis o destino que a promessa francesa falecesse no mesmo dia que o lendário Juan Manuel Fangio, com uma diferença de 20 anos. Tinha tanto para mostrar na categoria... ainda bem que seu legado tem nome e sobrenome: Charles Leclerc.

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Hungria:



Até!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

GP DA HUNGRIA: Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:17.103 (Red Bull, 2019)
Pole Position: Max Verstappen - 1:14.572 (Red Bull, 2019)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 7x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018 e 2019)

MAIS UM CAPÍTULO NOS BASTIDORES

Foto: Getty Images
Desde o início do ano, a Racing Point enfrenta a desconfiança das concorrentes devido a semelhança com a Mercedes do ano passado, afinal o chassi e o motor são os mesmos.

Agora, um novo capítulo dessa guerra de acusações: a Renault entrou com um protesto contra a equipe junto a FIA após o GP da Estíria, acusando a rival de copiar o desenho dos freios da Mercedes do ano passado, o que seria proibido. A Federação aceitou a denúncia e está investigando a questão.

A Racing Point, em comunicado, respondeu que " está extremamente decepcionada por ver seus resultados no GP da Estíria questionados por um protesto mal concebido e desinformado”, afirmou a Racing Point em comunicado. “Toda e qualquer insinuação de transgressão é firmemente rejeitada pela equipe, que vai tomar todas medidas necessárias para assegurar o uso correto do regulamento de acordo com os fatos”.

A equipe relembrou que o RP20 está apto para correr e que havia passado por uma "sabatina" na pré-temporada, onde a FIA assegurou que não havia nada de errado com o carro.

A força política dos franceses é grande. Parece choro, mas é uma questão que vale muito dinheiro envolvido, principalmente agora em tempos de crise. Não coloco a mão no fogo por nada, mas não duvidaria da força da Renault nesse caso, o que seria uma pena para a boa equipe Racing Point, futura Aston Martin.

SEM PORTA DOS FUNDOS

Foto: Getty Images
A fase que piora a cada corrida não parece intimidar Sebastian Vettel. Ainda sem rumo depois da corrida final, em Abu Dhabi, uma coisa é certa: ele vai continuar na Ferrari até o final, não vai pular da barca  porque está numa má fase ou porque o carro está cada vez menos competitivo. É o que o tetracampeão garantiu.

"Não, eu não vou fugir. Eu tenho algo para provar a mim mesmo e por isso que estou aqui. Muita gente se doou por mim dentro do time nos últimos anos. E por respeito, eu quero devolver esse apoio em um final que valha a pena. Então nem passa pela minha cabeça abandonar o desafio. Claro que, agora, meu futuro está aberto. Então tudo é possível", disse.

Vettel também reafirmou que só continua na F1 se houver alguma vaga interessante. Do contrário, sem perspectivas, volta para casa e curte a esposa e os filhos.

"Se surgir uma proposta de um carro bom, então ficarei interessado. Se não acontecer, certamente eu não sou o tipo de cara que vai ficar na F1 apenas para correr ou para ganhar dinheiro. Essas nunca foram minhas intenções", explicou.

A única vaga interessante no momento é a da Racing Point/futura Aston Martin, em tese. E Vettel está certo: já ganhou quase tudo em grana e esportivamente falando. A despedida pode ser amarga e um pouco triste? Talvez, mas a história é eterna.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 43 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 37 pontos
3 - Lando Norris (McLaren) - 26 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 18 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 18 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 16 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 13 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 12 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos
10- Lance Stroll (Racing Point) - 6 pontos
11- Daniel Ricciardo (Renault) - 4 pontos
11- Esteban Ocon (Renault) - 4 pontos
13- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
14- Sebastian Vettel (Ferrari) - 1 ponto
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 1 ponto

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 80 pontos
2 - McLaren Renault - 39 pontos
3 - Red Bull Honda - 30 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 22 pontos
5 - Ferrari - 19 pontos
6 - Renault - 8 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 7 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

TRANSMISSÃO:










segunda-feira, 5 de agosto de 2019

DIMENSÕES

Foto: Getty Images
O último GP antes das férias da Fórmula 1 deixou um gostinho de quero mais e mostrou a reação da categoria ao adentrar no calendário tradicional europeu em substituição aos chatíssimos tilkódromos. Talvez aí possa estar uma solução para o futuro.

O travado GP da Hungria não permite muitas ultrapassagens, mas é bonito olhar as estratégias, o xeque-mate, a disputa por posições. Max Verstappen e Lewis Hamilton sumiram, travaram um duelo particular, anos-luz a frente do resto. Esta é, portanto, a primeira dimensão.

Max segurou Lewis o quanto pode. No primeiro stint, a vantagem nunca passou dos três segundos. Com os compostos duros, Hamilton tentou atacar, mas o holandês se defendeu bem. A parte da estratégia percebeu que, diante da distância dimensional que existia em relação ao resto, era possível colocar os pneus macios e tirar a vantagem contra o desgastado pneu duro dos taurinos no fim. E foi exatamente o que aconteceu.

Com o grande talento que tem, Hamilton foi fazendo volta mais rápida atrás de volta mais rápida, tirando rapidamente uma vantagem que parecia impossível de ser alcançada. Verstappen tentou responder para quebrar mentalmente o inglês, mas parece ter desgastado o que sobrou dos "neumaticos".

No início, a impressão era óbvia: a Red Bull poderia ter parado imediatamente depois e, com pneus novos, poderia segurar a vitória. No entanto, depois entendi que a vantagem seria pequena e, com um novo composto, talvez Hamilton já voltasse a frente ainda na parada dos boxes e não teria disputa. Max não vence mas mostra, mais uma vez, o aprimoramento enquanto piloto, cada vez menos salvagem, cada vez mais cerebral. A primeira pole era o que faltava, mas é claro que perder faltando três voltas depois de liderar quase toda a corrida não deixa de ser frustrante. Crueldade, agora com o holandês.

Foto: Getty Images
Na segunda dimensão estava a Ferrari, um minuto atrás mais precisamente. Impressionante o "downgrade" daquela que consideravam a favorita no início da temporada. Uma corrida tranquila e melancólica. A exemplo de Verstappen-Hamilton, a Ferrari pode fazer estratégias diferentes com seus pilotos. Vettel, superado o final de semana todo, apostou em um stint maior para terminar com os macios. Conseguiu ultrapassar Leclerc, desgastado com os pneus duros, também na reta final e conquista um pódio um tanto quanto recompensador mas sem brilho coletivo, talvez pessoal. Já Leclerc de novo "morre na praia", uma outra "crueldade". Ele mesmo disse em entrevista que talvez precise administrar melhor os pneus, sobretudo os traseiros. Só assim para evitar mais decepções nas retas finais das corridas.

Na terceira dimensão estava Carlos Sainz Jr, que mal aparece nas corridas mas é um piloto extremamente competente, veloz e tudo aquilo que uma equipe de meio de tabela precisa: um acumulador de pontos. Tá guiando o fino com a McLaren Renault e com ela o espanhol segurou Gasly quase a corrida inteira para chegar em quinto. Sainz teve uma certa badalação por ser filho de uma lenda do rally, mas nos monopostos está vivendo um momento muito bom depois de alguns anos turbulentos no fim da Toro Rosso e na Renault. Para Gasly, o mesmo de sempre: a cada corrida que passa, a moral fica pior e a confiança quase que inexiste. É cruel ser companheiro de Verstappen. O matadouro está sendo ligado...

A quarta dimensão teve, posso escrever, Kimi Raikkonen voltando a pontuar e carregando a Alfa Romeo e Valtteri Bottas. Largou mal, foi ultrapassado por Hamilton e danificou o bico com um "chega pra lá" desnecessário do Leclerc que não teve punição. Além do mais, demoraram a chamá-lo para os boxes e voltou no fim do grid. Com o carro esquentando ao ficar sempre colado nos carros mais lentos, a Mercedes não tem mais aquela dominância nas retas e o finlandês perdeu boa parte da estratégia colado em Ricciardo, no fim das contas o oitavo lugar foi o que dava. No entanto, fica claro que, a exemplo de Gasly, os dias do finlandês nas flechas de prata está com os dias contados.

A quinta dimensão finaliza com Lando Norris trazendo bons pontos para a McLaren, que se consolida como quarta força, e mais uma daquelas provas onde Albon aparece do nada nos pontos. O tailandês faz uma estreia segura na categoria e já é candidato para futuro companheiro de Max Verstappen. A Renault é uma decepção. Quanto mais dinheiro, menos resultados. É um crime Ricciardo ser um coadjuvante, mesmo que hoje tenha aparecido bastante, disputando e defendendo posições. Azar na pista, muita grana no bolso pelo menos.

Hamilton vai ser hexa. No entanto, parece que a Red Bull (ou melhor, Verstappen) virou a segunda força da F1 e pode nascer aí um embate interessante para o segundo semestre. Para o título não tem como, mas é admirável perceber que os taurinos estão podendo competir além das condições anormais de temperatura e pressão. A F1 encerra uma sequência de boas corridas, sempre com a expectativa de que algo acontecia na mãe das pistas sagradas Spa Francorchamps, mas isso é assunto para daqui um mês, infelizmente.

Confira a classificação final do GP da Hungria:


Até!

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

PRA FICAR MAL ACOSTUMADO

Foto: Getty Images
Depois de Paul Ricard, uma revolução aconteceu. Três belas corridas disputadas de diferentes formas mas com a mesma emoção ou mais. Não se tratou apenas da chuva ou da aleatoriedade de um Safety Car, mas sim disputas genuínas na pista, roda com roda, com batidas e tudo mais. Era o respiro que a F1 precisava em meio a uma insuportável dominância da Mercedes que não parece ter fim.

Com uma corridaça como a da Alemanha, ainda bem que no calendário já teremos outra prova logo agora. O bom é que se for uma corrida ruim na Hungria, como tradicionalmente é, teremos uma pausa de três semanas para esquecê-la e até compreender que sonhamos demais, que a Fórmula 1 é isso mesmo. O ruim é que, se uma boa corrida se repetir, ficaremos três semanas sonhando com mais corridaças na Bélgica e na Itália para no fim ser desapontado, mas vai lá, vai que a sina continua.

É com esta fé renovada e querendo aprender com o "karma do salto alto" que a Mercedes tem, pela 3242 vez, a faca e o queijo na mão para vencer sem problemas. Apesar do problema do desgaste em virtude do calor e da chuva nos treinos livres, a previsão é de sol para domingo. Em pista travada, os alemães corrigiram os problemas e mostram força. A Red Bull, que dominava este aspecto até 2014, deve ter mais facilidade que a Ferrari, de carro mais longo.

Os treinos de hoje não podem dizer muita coisa. Com a garoa que caiu nas duas sessões, tudo fica muito embaralhado, a exceção de Williams e Mercedes, ainda mais um treino onde Gasly foi o mais rápido... Alfa Romeo, querendo reverter a decisão da Alemanha, e Renault precisam reagir. A dupla Debi e Lóide da Haas sempre é garantia de entretenimento. Pérez precisa reagir contra o riquinho. Algumas das respostas no meio do pelotão. Lá em cima, o mesmo de sempre: Bottas será apático e irá sepultar suas chances de permanecer? Vettel vai renascer depois da corrida circunstancial? Leclerc vai ter sorte ou não ter um erro bobo capital? Gasly vai passar vergonha contra Max outra vez?

Só domingo para descobrirmos as respostas, seja na via do entretenimento ou na da procissão e marasmo total.

Confira os tempos dos treinos livres:




quinta-feira, 1 de agosto de 2019

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.


Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:16.276 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 6x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016 e 2018)

SEM PACIÊNCIA

Foto: Haas
Apesar do melhor resultado da equipe no ano graças ao caótico GP da Alemanha, não é por isso que Gunther Steiner, chefão da Haas, está satisfeito. Depois dos dois pilotos se tocarem e abandonarem em Silverstone, novamente Magnussen e Grosjean se encontraram na pista de Hockenheim. Na volta 56, K-Mag passou pelo francês mas sem deixar de tocá-lo.

Com as punições para a Alfa Romeo, a dupla herdou a sétima e oitava posições, mas Steiner não se ilude. Sabe que o resultado da corrida foi circunstancial e não está satisfeito com o desempenho do carro e a conduta dos dois pilotos:

"Eu estou surpreso como todo mundo depois do que aconteceu em Silverstone. Eles fizeram de novo. Eu não falei com eles depois da corrida, não tem motivo. Vou falar antes de Budapeste e achar um caminho do que fazer e não fazer. Se eles não entenderem o que significa, terei que falar a cada volta o que fazer, e acho que isso vai acontecer.

Nosso ritmo não foi bom. Ficamos em nono e décimo sem méritos e velocidade. Não vou ficar aqui falando que está fantástico. Não fomos rápidos. Nunca vi isso. Como um carro pode ser tão rápido na classificação e cair desse jeito na corrida? A única coisa que podemos fazer é seguir trabalhando e entender o porquê. Não tem mágica, e hoje, fomos sortudos de nos manter na pista e chegar em nono e décimo, que são pontos duplos, mas foi o único bom momento do dia", afirmou.


Pelo jeito a batata vai assar para os dois muito em breve. Não sei se o carro da Haas é ruim de fato, mas chama a atenção a queda de desempenho entre a classificação e a corrida. Talvez com uma dupla melhor os resultados possam vir, mas o carro também é um problema. O que ficou claro é que Grosjean já deveria ter saído e Magnussen, mesmo que seja um pouquinho melhor (ou menos pior), também parece não servir para a conturbada equipe de Gene Haas.

GASLY "PRESTIGIADO"

Foto: Getty Images

Mais uma vitória e um show de Max Verstappen. Com o mesmo carro, Gasly já tinha ficado uma volta atrás na Áustria e, na Alemanha, ficou atrás das duas Toro Rosso até bater ao tentar passar Alexander Albon. Em metade da temporada, já são mais de 100 pontos atrás do holandês. Parece que guia uma Toro Rosso pintada de Red Bull. Mesmo assim, o francês parece estar prestigiado. Helmut Marko descartou, ao menos da boca para fora, trocá-lo nesta temporada. Christian Horner apenas lamentou a chance desperdiçada dos taurinos encostarem na Ferrari nos construtores:

"São altos e baixos. Ele teve uma classificação forte e um problema no primeiro pit-stop na roda traseira direita, e precisaram segurá-lo pela quantidade de carros no pit-lane. Ele estava se recuperando bem e passou o Vettel na última relargada, mas escapou três vezes na curva 1 e outros carros passaram ele.

"E teve o incidente com o Albon, o que foi frustrante porque era uma boa oportunidade para tirar pontos da Ferrari. Em vez de tirarmos 20 pontos, tiramos apenas 8. Acho que se conseguirmos pontuar com os dois carros, diminuir a distância é o nosso objetivo para a segunda metade da temporada", afirmou em entrevista ao 'Motorsportweek.com'.


Por muito menos Kvyat foi chutado da Red Bull. Gasly não está pronto e nem a Red Bull estava. Foi pega de surpresa com a saída de Daniel Ricciardo. Albon também não estaria e Kvyat, mais experiente e confiante, pode fazer algo melhor, mas este é o problema da academia de pilotos: ser refém esperando que surja toda hora um Vettel, Verstappen ou Ricciardo. É improvável. No entanto, com Verstappen ali, aparentemente não há muita preocupação quanto a isso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 225 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 184 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 162 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 141 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 120 pontos
6 - Pierre Gasly (Red Bull) - 55 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 48 pontos
8 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 27 pontos
9 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 25 pontos
10- Lando Norris (McLaren) - 22 pontos
11- Daniel Ricciardo (Renault) - 22 pontos
12- Lance Stroll (Racing Point) - 18 pontos
13- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
14- Nico Hulkenberg (Renault) - 17 pontos
15- Alexander Albon (Toro Rosso) - 15 pontos
16- Sérgio Pérez (Racing Point) - 13 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 409 pontos
2 - Ferrari - 261 pontos
3 - Red Bull Honda - 217 pontos
4 - McLaren Renault - 70 pontos
5 - Toro Rosso Honda - 42 pontos
6 - Renault - 39 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 31 pontos
8 - Haas Ferrari - 26 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO: