segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

DIFERENTES RETORNOS

 

Foto: Getty Images

E volta o cão arrependido... um cargo de enfeite. O bom menino, agora homem, volta para casa. Daniel Ricciardo será o piloto reserva da Red Bull em 2023.

Pouco, muito pouco pela carreira e o que prometia o australiano, mas não pelas duas temporadas na McLaren. O que ser piloto reserva significa, na prática? Nada!

Mas, na Red Bull, a coisa pode ser diferente. Pérez está em guerra com Verstappen. Apesar do contrato ter sido renovado até 2024, ele é o lado mais fraco e pode ser tirado seja pelo relacionamento com a galinha dos ovos de ouro da Red Bull, seja também pelo desempenho muito inferior a Max. Isso, claro, é nesse momento uma mera hipótese de adivinhação.

Sejamos sinceros: a chance de Ricciardo retornar para a F1 é mínima. É um piloto muito caro, a não ser que aceite recomeçar em um projeto somente para pilotar e ganhar mais dinheiro. Muito difícil imaginar que o sorridente volte a almejar ser protagonista de alguma equipe de fábrica, só se surgir uma nova Brawn e um novo caso do difusor duplo.

Ricciardo seria segundão de Verstappen, caso o time queira se livrar de Pérez e não exista ninguém pronto na academia de pilotos para subir? Com certeza! Seria como ganhar na loteria, até porque não podemos esquecer do que Daniel já mostrou na equipe, quando venceu com facilidade o tetracampeão Vettel.

Claro, ele não estaria ali para fazer frente a Max, mas, num acerto do carro, poderia muito bem voltar aos velhos dias de quando alguns acharam que ele poderia ser um potencial candidato a título.

É o que dá para escrever no momento. Ao menos, Ricciardo vai rever os amigos, se divertir e entender como funciona uma estrutura que agora voltou a ser vencedora e hegemônica na F1.

Além de Ricciardo, outro titular que mudou de ares na categoria durante a Copa e esse início de férias foi Mick Schumacher. Após a oficialização do fim do vínculo do alemão com a Ferrari, uma velha conhecida da família surgiu interessada: agora, assim como o pai, Mick Schumacher é um piloto Mercedes.

Bem, por enquanto é apenas um reserva que a equipe estava precisando, pois perdeu De Vries para a Alpha Tauri e Vandoorne para ser reserva na Aston Martin. Se Mick seria chamado em uma eventual indisponibilidade de Russell ou Hamilton? Não sei, acho difícil. No entanto, assim como quase todas as notícias boas que envolvem o filho, o que vale é a nostalgia do sobrenome.

Ah, ainda acho que Mick merecia mais um ano como titular para tirar a prova definitiva, mas já escrevi sobre isso por aqui, vocês já sabem a minha opinião.

Até!


terça-feira, 13 de dezembro de 2022

DANÇA DOS CHEFES

 

Foto: Divulgação/Ferrari

A F1 luta com unhas e dentes para manter alguma relevância em meio a Copa. No período de férias, onde as atividades só retornam a partir de meados de janeiro, é natural o marasmo. Os pilotos estão definidos, mas hoje foi um dia cheio na parte diretiva de algumas equipes, especialmente os chefões.

Começando por ontem. Jos Capito deixou o comando da Williams depois de dois anos. Ele foi o escolhido pela administração da Dorilton Capital, que comprou a equipe de Claire Williams, lá em 2020. Foi uma peça importante para o início da reestruturação da equipe. Em declarações oficiais do time de Grove, a impressão é que o espanhol vai se aposentar. 

Não há um nome definido ou especulá-lo para substituí-lo, mas Capito é um cara de currículo no automobilismo, em diversas áreas da F1 e em outras categorias. Vai ser necessário um cara experiente e de liderança para que a Williams dê o próximo salto na hierarquia.

Continuando pelo passado. Conforme publicado pela imprensa europeia e repercutido por aqui, a Ferrari anunciou Frederic Vasseur como substituto de Mattia Binotto. O agora ex-Alfa Romeo assume a mítica equipe italiana a partir do dia 9 de janeiro.

Vasseur sobe um patamar na carreira. Acostumado a projetos de longo-prazo sem tanta pressão e com jovens pilotos, agora ele pega algo completamente diferente do que está acostumado. A cobrança por vitórias e desempenhos será insana. Diferentemente de Binotto, Vasseur é calejado na função, o que é uma vantagem importante. Um toque fresco e o jeito de liderar pode ser outro trunfo. A questão é: Vasseur precisa definir que Leclerc está no topo em relação a Sainz. Ajustando isso, a Ferrari pode concentrar ao invés de dividir esforços na empreitada de sair das filas que está há tanto tempo.

Bom, com isso a Alfa Romeo ficou sem pai e nem mãe, mas foi por pouco tempo: instantes depois, a Sauber, que controla a equipe, anunciou que Andreas Seidl será o CEO da equipe, deixando a McLaren. Uma decisão surpreendente, mas que obviamente tem a ver com o futuro.

O alemão Seidl vai ser o cara responsável pela transição entre Alfa Romeo, Sauber e a chegada da Audi, provavelmente. A experiência na McLaren vai ser importante para identificar os pontos fortes e fracos para, a partir da chegada da gigante alemã, também começar a pensar adiante. O alemão já vinha falando em deixar o time, mas deixar a McLaren não deixa de ser surpreendente.

E a McLaren? No efeito dominó, os britânicos também foram rápidos: a solução caseira. O italiano Andrea Stella, que foi por muito tempo engenheiro de pista de Fernando Alonso, foi alçado a chefe do time de Woking. É um cara acostumado a estratégias, mas também vai ser a estreia nessa função tão importante. A McLaren briga com a Alpine pela quarta força. 

Claro que não é nenhuma Ferrari e Stella é um cara de muita rodagem nesse universo, mas todo cuidado é pouco. A McLaren, que busca continuar avançando, também foi ousada. A conferir.

E assim a F1 continua nos surpreendendo, dentro e fora das pistas. No aguardo do novo chefe da Williams e tentando desligar a chavinha e para recomeçar somente em 2023. Ainda há um post inédito por aqui, mas nada de muito importante, apenas relembrar alguns jovens que talvez já estivessem alienados durante a Copa.

Até!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

ANÁLISE DA TEMPORADA 2022: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá, pessoal! Agora vem a parte final da análise da temporada 2022, com os pilotos da Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas.


Foto: Getty Images

Pierre Gasly – 6,5 = O grande fato do francês foi ter conseguido um up na carreira, indo para a Alpine. A Red Bull B é um tubo de ensaio. Não deu pra fazer nada marcante. Gasly apareceu mais nos noticiários do que propriamente na pista, e não é culpa do francês. É que realmente a Alpha Tauri não fez nada de minimamente notável para ser escrito aqui.

Yuki Tsunoda – 6,5 = A mesma coisa que Gasly. O japonês erra mais, é menos regular, é inferior a Gasly. Segunda temporada na F1 e vai ganhar a terceira porque a Red Bull não tem opções na base. O mais curioso é que, agora, Tsunoda vai ser o líder do time, teoricamente falando. Precisa mostrar mais, mesmo que o carro não permita grandes holofotes. Regularidade é o caminho.


Foto: Getty Images

Sebastian Vettel – 7,0 = A temporada de despedida do tetracampeão começou difícil. Ausente por covid, demorou a se adaptar ao carro ruim da Aston Martin. Com o tempo, o carro melhorou timidamente e Vettel conseguiu tirar um pouco mais do carro. Agora ex-piloto, não há muito mais o que dizer sobre Seb por aqui, ainda mais numa análise “técnica” diante desse contexto.

Lance Stroll – 6,5 = A mesma coisa de Vettel. Melhorou no fim, ainda se envolve em acidentes e vai ter outro campeão do mundo como parceiro de time. Em tese, corre sempre leve, porque é o filho do dono. Não há muito o que escrever sobre, também. Mantenho a mesma opinião dos anos anteriores.


Foto: Motorsport Images

Nicholas Latifi – 5,5 = O dinheiro não é mais útil e foi uma chicane ambulante. O pior piloto do grid, ainda assim teve dois destaques: Inglaterra e a corrida onde pontuou. Mesmo assim, conseguiu o feito constrangedor de ser o último do time a chegar nos pontos. Latifi cumpriu “bem” o papel dele e agora não serve mais para a F1. Que seja feliz em outro lugar.

Alexander Albon – 7,0 = Carregou o time, mesmo com um ano de ferrugem na categoria. Estratégias diferentes e bom ritmo. O carro é ruim e o companheiro não é um bom parâmetro, então o tailandês nascido e criado na Inglaterra se saiu muito bem, até fora desse universo. Ele e a Williams podem melhorar para que consigam pontuar mais vezes e sair do fim do grid.

Foto: Getty Images

Valtteri Bottas – 7,5 = Começou muito bem o ano, somando todos os pontos possíveis para a surpreendente Alfa Romeo. O desempenho caiu e o finlandês enfrentou muitos problemas, mas acabou mostrando toda a excelência de ter sido piloto de alto nível por tantos anos na Mercedes. Bottas vai ser fundamental nessa transição da Alfa Romeo/Sauber/Audi. Ele precisa se mostrar apto para ser uma peça chave no longo-prazo.

Guanyu Zhou – 6,5 = Ano de estreia é sempre difícil, ainda mais em um novo regulamento. Se não foram muitos pontos em comparação a Bottas, o chinês não comprometeu. Faltou ritmo ali e aqui, normal para quem é novo e inexperiente, mas teve uma certa regularidade. Precisa mostrar mais na segunda temporada. A pressão na F1 é brutal e a dose de paciência e encorajamento que teve agora certamente vai diminuir com o passar do tempo. Hora da afirmação.

Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5 = Alguns pontos, muitas batidas e muita irregularidade. Já escrevi sobre Mick por aqui, mas a chegada de Magnussen mudou o parâmetro de avaliação, onde o alemão não se mostrou pronto até aqui. Poderia até ter um último ano definitivo, mas a equipe não entendeu assim e, convenhamos, Mick não se ajudou.

Kevin Magnussen – 7,0 = Um retorno inesperado e um desempenho inesperado. Na fogueira, praticamente sem tempo para se readaptar, o dinamarquês foi na prática o líder do time. Fez o que Mick deveria ter feito. Somou a grande maioria dos pontos em uma equipe que começou surpreendentemente na zona de pontuação e depois fez o que pode quando a queda óbvia se concretizou. Cheio de dinheiro e de moral, principalmente após Interlagos, Magnussen retoma o status de líder da equipe de Gene Haas em um espaço cascudo, experiente. Vai ser fundamental para dar o próximo passo do time administrado por Gunther Steiner.

Gostou? Concorda? Discorda? Faça a sua análise também!

Até mais!




quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

VÁ LÁ...

 

Foto: Getty Images

A F1 insiste em virar notícia em meio a Copa, embora hoje não tenha jogos. A questão foi a confirmação dos lugares onde agora vão ter seis (!) corridas de classificação, o dobro em relação ao que foi implementado em 2021 e nesse ano.

Não sei de onde tiraram que o público adorou, mas a FIA e a Liberty insistem que também é uma decisão econômica deixar o final de semana mais "atrativo" na sexta também. Bem, não quero repetir minha opinião, mas a corrida classificatória só deixa tudo morno no sábado. Ninguém vai dar a vida para não ter o domingo prejudicado.

Enfim, hoje a FIA anunciou os seis circuitos que foram agraciados com esse formato xodó dos americanos. O Brasil continua com as corridas classificatórias pelo terceiro ano consecutivo, provavelmente impulsionado pelo fenômeno Magnussen. Convenhamos, no Brasil qualquer coisa pode dar certo. Interlagos tem uma aura diferente.

Os outros cinco lugares são: Áustria, que já teve em 2021, e outras estreias: Spa, Austin, Baku e Catar. 

Além de Interlagos, Spielberg é outro circuito rápido e curto. Austin é um local já tradicional, um autódromo estruturado. Achei interessante a escolha de Spa, a meca da F1, e também Baku, corrida de rua onde o caos costuma acontecer todos os dias e na interrogação Catar, que volta definitivamente ao calendário depois de sediar a atual Copa.

A escolha das corridas classificatórias pode fazer a diferença numa eventual disputa de campeonato. Afinal, na reta final do certame, teremos três de quatro corridas em sequência com esse modelo: EUA, Brasil e Catar, onde só o México está de fora. Esse formato pode mudar a disputa do título, afinal são abordagens completamente distintas no final de semana entre o formato tradicional e o estipulado pelo showbiz americano.

1/4 das corridas ou quase isso terão essa fórmula. Diante de tantos e intermináveis GPs hoje em dia, é um número razoável. Se ele veio pra ficar ou ser ainda mais expandido, infelizmente, ao menos a escolha das corridas foi bem feita. Vá lá, pelo menos tenho mais boa vontade com esse formato. Espero que seja mais suportável também, na prática.

Até!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

ANÁLISE DA TEMPORADA 2022: Parte 1

 

Foto: Getty Images

Olá, pessoal! 2022 terminou, então está na hora da tradicional análise dos pilotos do fim do ano. Nesta primeira parte, vou escrever sobre os pilotos da Red Bull, Mercedes, Ferrari, McLaren e Alpine. Confira!


Foto: Getty Images

Max Verstappen – 9,5 = Temporada quase perfeita. Max fez tudo o que podia, do início ao fim. Contou com a incompetência dos rivais e o grande trabalho da equipe. Os únicos poréns que se pode escrever foram as quebras e Interlagos, onde não se esforçou para evitar o incidente com Hamilton e desrespeitou uma ordem de equipe em prol de Pérez.

Sérgio Pérez – 8,5 = O mexicano evoluiu, mais adaptado ao time, mas continua muito vagalume. No início do ano, chegou a andar no mesmo nível ou mais que Max, mas depois foi sumindo, ficando irregular, o carro mais a feição de Max e isso culminou na perda do vice-campeonato. Mesmo assim, na temporada mais vencedora da carreira, não dá pra falar que foi um ano ruim. A questão é que a régua é muito alta, e Checo precisa estar a altura. Brigas internas públicas não vão ajudá-lo nesse objetivo.


Foto: Getty Images

Lewis Hamilton – 8,0 = Em números, a pior temporada de Hamilton na carreira. Sexto lugar no campeonato, zero poles, zero vitórias e superado pelo novo companheiro de equipe. Assim, parece um desastre. Talvez seja, considerando a régua do heptacampeão. No entanto, Hamilton teve bons momentos no ano, quando não teve azar. Ao seguir outro desenvolvimento para o carro, mais árduo, Lewis sacrificou 2022. Resta saber se isso vai valer a pena para 2023.

George Russell – 9,0 = Um ano espetacular para o estreante na Mercedes, pulando para novos parâmetros e etapas. Simplesmente bateu em Lewis Hamilton em todos os aspectos: vitórias, poles e pódios. A consistência resume tudo. Russell mostra estar pronto para disputar coisas maiores porque mostrou perfil para isso. Só falta a Mercedes voltar a dar um carro capaz disso.


Foto: Getty Images

Carlos Sainz – 7,5 = Pra quem teve o melhor e o segundo melhor carro durante o ano, ser apenas o quinto na temporada é pouco. Muitos erros. Parece que Sainz travou quando precisou assumir maiores responsabilidades. Até mesmo a primeira vitória da carreira veio em circunstâncias equivocadas da Ferrari em relação ao todo. Talvez o espanhol não seja o cara para brigar em disputas de protagonismo, mas os italianos não ajudam os pilotos.

Charles Leclerc – 8,5 = Começou o ano com tudo. Parecia ser o grande nome da temporada. Finalmente a hora de brilhar. No entanto, sucumbiu juntamente com a Ferrari. Erros da equipe e também do monegasco, que se mostrou frágil mentalmente nas grandes disputas, principalmente no mano a mano com Max. Em 2019, acreditava que Charles era um piloto maduro, veloz, consistente e talentoso. Está faltando consistência e equilíbrio emocional para o próximo passo, que é brigar pelo título, ao invés de ser apenas um piloto rápido.


Foto: XPB Images

Lando Norris – 8,5 = O melhor do resto. O único do resto que foi para o pódio. Só isso resume a excelência da temporada de Norris na McLaren. As coisas não começaram positivas, mas o inglês foi o único a conseguir evoluir, correndo praticamente sozinho na disputa dos construtores e também o motivo pela qual a McLaren perdeu um lugar na hierarquia das equipes. Lando é o presente e líder do time. Um piloto confiável, seguro e muito eficiente.

Daniel Ricciardo – 5,5 = Um dos maiores salários da F1 vai ser pago para não correr em 2023. No ano sabático ou o primeiro de ser aposentado, Ricciardo conseguiu ser pior que ano passado. Não teve vitória para mascarar o desempenho que não teve. O mais triste é que nem o australiano sabe os motivos, mas não tinha o que fazer. A saída era a melhor coisa para os lados. Ricciardo precisa se recuperar mentalmente antes de pensar em voltar. O talento precisa estar ali, não é possível que ele tenha desaprendido a pilotar competitivamente.

Foto: Getty Images

Fernando Alonso – 7,5 = O desempenho de sempre, mas também sempre prejudicado por azares e problemas alheios do time, que não queria sua continuidade. O ambiente hostil com Ocon no final também não ajudou. O importante é que Don Alonso, mesmo com mais de 40 anos, mantém o talento e a performance. Agora, um novo desafio improvável: a desorganizada Aston Martin. Não há mais tempo.

Esteban Ocon – 8,0 = O típico piloto que aparece pouco na transmissão, mas sempre entrega o que precisa. Outro que foi muito regular na temporada. O brilhantismo era sempre manter o ritmo e os pontos necessários. O tempo mostrou que o francês não é tão brilhante quanto pintavam, mas ainda assim será o líder de uma equipe de fábrica mesmo sendo tão jovem, justamente porque é regular.

Essa foi a primeira parte da análise. Concorda? Discorda? Em breve, volto com a parte 2!

Até!