quinta-feira, 19 de março de 2020

RECALCULANDO ROTA

Foto: Getty Images
Atualizações do corona vírus:

A F1 declarou férias para as equipes nesse período de março/abril, onde todas as corridas foram canceladas.

O objetivo é usar agosto, originalmente as férias de verão na Europa e onde as equipes descansam, para reagendar corridas que já foram adiadas/canceladas.

Hoje, as corridas de Espanha, Holanda e Mônaco foram canceladas e/ou adiadas. Em Mônaco, o príncipe Albert testou positivo para o coronavírus. Se confirmado, será a primeira vez desde 1954 que as ruas do principado não vão ter uma corrida.

A expectativa é, que se tudo der certo, a temporada comece em junho, no Azerbaijão. Se colocar todas as corridas atrasadas (ao menos as europeias) para o final do ano, estão dizendo que a etapa final, Abu Dhabi, será na metade de dezembro.

Esse último parágrafo é puro chute e especulação. O que mais temos de concreto?

Bom, diante da pandemia e suas consequências, as equipes não teriam tempo para preparar os carros de 2021, do novo acordo. Portanto, todas as equipes concordaram em adiar o novo regulamento para 2022. O teto orçamentário, no entanto, está mantido.

Atordoada, a F1 tenta se organizar, mas para isso vai ter que depender dos avanços da medicina. Convenhamos: ninguém dava nada por essa temporada. O pior: o adiamento das novas regras pega os pilotos de surpresa, pois muitos renovaram apenas para o final desta temporada.

No entanto, parece improvável que aconteçam mudanças, até porque os carros podem nem ir para a pista no ano. O cancelamento da temporada seria lamentável pelas questões contratuais, financeiras e até afetivas (da saudade e etc), mas o adiamento consegue ser pior. Na pior das hipóteses, mais dois anos enfadonhos.

Sim, a F1 está com o coronavírus. A diferença é que se não matá-la, ela vai deixar a categoria bem comprometida por algum tempo. Aí, o que resta no momento é apenas recalcular rotas, buscar soluções que na verdade são mais fugas em prol da sobrevivência e do bom senso do que qualquer coisa.

Até!

terça-feira, 17 de março de 2020

O FUTURO

Foto: Divulgação/Toyota Racing Series
Em tempos de quarentena, uma boa notícia: ontem o brasileiro Igor Fraga, de 21 anos, foi anunciado como mais um piloto da academia da Red Bull, assim como Sérgio Sette Câmara. Igor vai correr a F3 pela equipe Charouz.

Filho de brasileiros e nascido no Japão, Igor conquistou no início do ano o Toyota Racing Series, tradicional evento de início de temporada que acontece na Nova Zelândia com jovens promissores. O brasileiro tem uma trajetória peculiar no automobilismo: sem dinheiro para competir, acabou migrando para o e-sports, onde acabou se destacando muito. Em 2017, venceu a Fórmula 3 brasileira e participou do mundial de e-sports. Em 2018, foi campeão da Copa das Nações de Gran Turismo da FIA e, com o patrocínio do game, voltou para as competições reais.

A conquista do início do ano o credenciou de vez para ocupar um cargo importante na exigente e cobiçada academia dos taurinos. Por questão de hierarquia e experiência, ainda precisa mostrar desempenho na F3 e na F2. A notícia importante é que, mesmo sem patrocínio monetário e já relativamente "velho" para uma promessa (21 anos), Igor vem despontando e tem tudo para continuar provando seu valor.

A contratação do brasileiro mostra que, num futuro não muito distante, o Brasil em breve pode voltar a ter vários pilotos como titulares. Além de Sette Câmara, a Ferrari tem Gianluca Petecof e Enzo Fittipaldi, a Renault tem Caio Collet e a Haas tem Pietro Fittipaldi como piloto reserva, sem contar com Pedro Piquet e Felipe Drugovich que irão estrear na F2 essa temporada.

Só nos resta torcer para essa safra de talentos atingir seus objetivos e, quem sabe, subir para a Fórmula 1.

Até!

sexta-feira, 13 de março de 2020

STAND BY

Foto: Reprodução/Twitter
Com a oficialização do cancelamento do GP da Austrália, a FIA também adiou/cancelou o que seriam as três etapas seguintes: China, Bahrein e Vietnã.

De agora em diante, não faltam especulações do que será a temporada 2020 da Fórmula 1. Alguns acreditam que o ano começa em maio, com o GP de Mônaco, com as corridas da Espanha e Holanda nas férias de agosto.

Helmut Marko acredita que a abertura será no Azerbaijão, em junho.

A verdade é que, diante de uma pandemia e todo o alarmismo mundial, é impossível prever qualquer coisa.

E convenhamos: ninguém está muito interessado nesse ano, que será uma repetição das outras temporadas. Tomara que agilizem o novo Pacto de Concórdia e que já pensem logo em 2021.

O mundo está em stand by, mas até quando?

Até.

quinta-feira, 12 de março de 2020

O ÓBVIO

Foto: Getty Images
Jogos da Champions League com portões fechados. Na América do Sul, alguns países já suspenderam as atividades esportivas e aglomerações. Jogadores de futebol estão com o Covid-19. Na NBA, um jogador contraiu o coronavírus e a temporada está suspensa. O ator Tom Hanks e a esposa também anunciaram que estão doentes.

É um efeito dominó bem evidente. Quase tudo está sendo ou adiado ou, por estar em cima da hora, sendo feito sem a presença de público, fazendo com que as pessoas fiquem em casa, querendo elas ou não (vide a quarentena na Itália e China).

Na Austrália, oito pessoas sentiram-se mal e foram testadas. Apenas um membro da McLaren foi diagnosticado com o coronavírus. Diante disso, a equipe inglesa anunciou que estava fora da corrida.

Na coletiva de imprensa, Hamilton e Vettel se mostraram incomodados com o clima de estranha normalidade. Mesmo diante dos acontecimentos, o dinheiro e os negócios insistem em algo que não há clima algum para acontecer. Interessante dois campeões mundiais externarem esse tipo de pensamento, que qualquer um com bom senso deveria ter.

Pois bem. Segundo reportagem do Motorsport, a corrida será cancelada em um anúncio mais tarde. O fato de alguém da McLaren ter coronavírus além de outros membros das equipes terem sintomas e estarem em quarentena criou um clima desconfortável, onde a maioria das equipes afirmou a FIA que não querem correr. A decisão será oficializada mais tarde.

Repetindo: é o óbvio. Se para a OMS isso já virou pandemia, todos os cuidados devem ser tomadas. Isso é o mínimo e o máximo que precisa ser feito. O resto fica em segundo plano, bem como o futuro da categoria nesta temporada.

Até!

quarta-feira, 11 de março de 2020

GUIA F1 2020: PARTE 2

Foto: F1

Estamos de volta. Ontem, mostramos as cinco melhores equipes do ano passado. Agora, voltamos com o restante. O que esperar deles para 2020?

SCUDERIA ALPHA TAURI HONDA

Foto: RaceFans
Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Daniil Kvyat (#26)
Chefe de equipe: Franz Tost

A Toro Rosso repaginada é a grande novidade do ano. Tecnicamente, é uma equipe estreante. O mais estranho é que isso acontece após a finada Toro Rosso ter alcançado seus melhores resultados na F1. Tudo bem que nenhum deles venceu, mas Kvyat e Gasly foram para o pódio. Os dois rejeitados prometem uma dupla equilibrada. Se continuarem mostrando que ainda existem dois bons pilotos para somar o máximo de pontos possível, a Alpha Tauri vai estar em boas mãos. Do contrário, Helmut Marko pode contar com o brasileiro Sette Câmara quando se cansar deles, o que não é inédito.

BWT RACING POINT F1 TEAM

Foto: Motorsport.com
Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Lance Stroll (#18)
Chefe de equipe: Otmar Szafnauer

Com mais dinheiro, a eficiente estrutura dos tempos de Force India fizeram com que a Racing Point fizesse um bom carro e lançado na pré-temporada sem pressa, sem sustos, o que é fundamental. O resultado desse trabalho competente é promissor: para muitos, hoje é a quarta força da F1. O problema é que a equipe só tem um piloto, porque o outro é o investidor, quem paga a conta. Ao menos é uma grana bem gasta. A Racing Point promete.

ALFA ROMEO RACING ORLEN


Foto: Divulgação

Pilotos: Kimi Raikkonen (#7) e Antonio Giovinazzi (#99)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Títulos de pilotos: 2 (1950 e 1951)
Vitórias: 10
Pole Positions: 12
Voltas mais rápidas: 14

O que escrever sobre a Alfa Romeo? Vai brigar pelo pelotão intermediário. Com Raikkonen batendo o recorde de Rubinho e Giovinazzi buscando afirmação, me parece que as coisas serão iguais, ou seja: bem irregulares.

HAAS F1 TEAM

Foto: Divulgação

Pilotos: Kevin Magnussen (#20) e Romain Grosjean (#8)
Chefe de equipe: Gene Haas          
Voltas mais rápidas: 2

Sem dinheiro, carro ruim e dois pilotos que não ajudam, parece que o grande papel da Haas atualmente é servir de entretenimento para a série da Netflix. No entanto, com os resultados esportivos em decadência, essa pode ser a season finale. Gene Haas já avisou: se as coisas não melhorarem, ele pode deixar a categoria. Não vai mais gastar para ficar na rabeira, e sem patrocínio então... o panorama não é nada animador.

RoKIT WILLIAMS RACING

Foto: RaceFans
Pilotos: George Russell (#63) e Nicholas Latifi (#6)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pódios: 312
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Pior do que tá não fica. Latifi com os dois braços é igual ao Kubica com um só. A Williams andou bastante e não atrasou o lançamento do carro. Só por isso é possível apontar que pelo menos vai dar pra brigar pela penúltima fila, mas nada além disso. O problema ali é de comando. Claire Williams não está capacitada para o cargo. É uma figura que parece apática, sem liderança, sem pulso... ao menos a Williams sobrevive, mas não sei até quando.

Agora é só esperar o início dos treinos livres em Melbourne, isso se o pânico pelo Coronavírus não cancelar tudo de vez.

Até!


terça-feira, 10 de março de 2020

GUIA F1 2020: PARTE 1

Foto: Reprodução

E já é semana de retorno da Fórmula 1, por mais que nem pareça muito. O coronavírus, série na Netflix e o clima de ansiedade para 2021 deixaram tudo em segundo plano. Mas, voilà, vamos mostrar quem são aqueles que irão disputar essa temporada. Spoiler: não mudou quase nada, apenas um ou outro e uma equipe.

MERCEDES-AMG PETRONAS F1 TEAM


Foto: Reprodução

Pilotos: Lewis Hamilton (#44 - Atual campeão) e Valtteri Bottas (#77)
Chefe de equipe: Toto Wolff
Títulos de pilotos: 8 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019)
Títulos de construtores: 6 (2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019)
Vitórias: 102
Pódios: 211
Pole Positions: 111
Voltas rápidas: 75

O W11 é o grande bicho-papão. Rápido, apresentou poucos problemas nos testes. O DAS, polêmica novidade, mostra o quanto os alemães estão ávidos por inovações e melhoramentos mesmo no último ano de regulamento. São mais favoritos do que nunca, e parece ser apenas questão de tempo para Lewis Hamilton se tornar o maior piloto da história.

SCUDERIA FERRARI

Foto: Reprodução
Pilotos: Charles Leclerc (#16) e Sebastian Vettel (#5)

Chefe de equipe: Mattia Binotto
Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)
Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)
Vitórias: 237
Pódios: 765
Pole Positions: 228
Voltas mais rápidas: 253

A Ferrari está sempre em crise. Blefe ou não, a equipe não esconde que o carro precisa melhorar e não descarta jogar a toalha pensando em 2021 se os danos forem irreversíveis. Além do mais, o acordo com a FIA sobre o motor no ano passado revoltou as concorrentes. Na pista, o agora afirmado Leclerc é quem parece ser o cara que vai tentar carregar os italianos nas costas, pois Vettel, no último ano de contrato, pode estar de saída. Ao que tudo indica, será mais um ano na fila para os italianos, mais preocupados com o coronavírus do que qualquer outra coisa.

ASTON MARTIN RED BULL RACING

Foto: Reprodução
Pilotos: Max Verstappen (#33) e Alexander Albon (#23)
Chefe de equipe: Christian Horner
Títulos de pilotos: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Títulos de construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Vitórias: 62
Pódios: 170
Pole Positions: 62
Voltas mais rápidas: 65

Com Max mais amadurecido e consistente, a Red Bull joga as fichas no motor Honda e na aerodinâmica. Com um desempenho mais satisfatório do que esperava, os exigentes austríacos esperam um passo adiante. Agora, eles contam um piloto promissor e regular para pontuar sempre, o tailandês nascido em Londres Alexander Albon. Sem a Aston Martin para o ano que vem, também não é possível descartar que todas as fichas de Adrian Newey já estejam em 2021.

McLAREN F1 TEAM



Foto: Reprodução
Pilotos: Carlos Sainz Jr (#55) e Lando Norris (#4)
Chefe de equipe: Zak Brown
Títulos de pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)
Títulos de construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)
Vitórias: 182
Pódios: 486
Pole Positions: 155
Voltas mais rápidas: 155

Com um pódio depois de sete anos, a McLaren surpreendeu a todos ao se firmar como a quarta força no ano passado. Com Sainz soberbo e Norris cada vez mais promissor, o desafio é seguir evoluindo. É difícil chegar em Red Bull ou Ferrari, portanto o objetivo principal é se manter competitivo e tentar brecar o avanço de Racing Point e Renault, as principais adversárias do ano.

RENAULT F1 TEAM

Foto: Reprodução
Pilotos: Daniel Ricciardo (#3) e Esteban Ocon (#31)
Chefe de equipe: Cyril Abiteboul
Títulos de pilotos: 2 (2005 e 2006)
Títulos de construtores: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 35
Pódios: 100
Pole Positions: 51
Voltas mais rápidas: 31

Com passos mais lentos do que investe, a Renault é sempre uma incógnita. Grande decepção dos últimos anos, parece estar perdida. Apesar de ter um grande piloto e um jovem promissor de volta, é difícil apontar alguma coisa. A briga é particular com a McLaren pela quarta força, e qualquer coisa menos do que isso será mais fracasso ainda.

Voltamos amanhã com o restante das equipes.

Até!

UM PASSO ADIANTE?

Foto: Reprodução/Veja
Sérgio Sette Câmara teve uma semana movimentada. Foi para Marrakech fazer o teste dos jovens pilotos da Fórmula E. Ficou em segundo e fechou com a Dragon para piloto de testes. Um prenúncio de algo estaria errado. Trocar a F2 para ser reserva da Fórmula E?

Na sequência, o brasileiro anunciou que não fazia mais parte da McLaren, onde ele foi piloto reserva no ano passado. Parecia lógico. Se vai para a Fórmula E, não há mais sentido em ficar no time de Woking. Até aí tudo bem. Estaria o filho do presidente do Galo desistindo do sonho da Fórmula 1 e experimentando outras categorias? Chegou até a sondar a Indy...

Na segunda-feira, um anúncio surpreendente. Sérgio está de volta a academia da Red Bull, onde ficou em 2016 e foi dispensado depois de uma F3 Europeia não muito boa. A exemplo de Alexander Albon, que também foi e voltou, além do próprio Daniil Kvyat.

Sette Câmara é o piloto reserva da Red Bull e Alpha Tauri. Vai utilizar o simulador das duas fábricas (Milton Keynes e Faenza) e também vai estar presente nos circuitos caso seja necessário substituir alguns dos pilotos em algum caso excepcional. O outro reserva é Sebastien Buemi, mas convenhamos, é apenas protocolar, pois está envolvido com a Fórmula E.

Essa substituição pode ser a qualquer momento, afinal Helmut Marko não costuma ter paciência com seus pimpolhos. No entanto, por enquanto isso parece improvável, pois Kvyat e Gasly conseguiram pódio com a finada Toro Rosso. É bom não vacilar. Agora o brasileiro está ali, com os pontos necessários para a SuperLicença, pronto para o que der e vier.

Sérgio explicou que a F2 tornou-se desinteressante para ele depois de três temporadas seguidas correndo nos mesmos lugares e, com a Super Licença, não faria sentido. Seria melhor testar novas coisas. Bem, não deixa de ser exótico ser piloto reserva de uma equipe de Fórmula 1 e da Fórmula E. É aquilo: ao menos há mais de uma porta para ele poder entrar...

Diante disso tudo, Sérgio Sette Câmara está dando um passo adiante no sonho da F1 ao virar piloto reserva da Red Bull/Alpha Tauri ou o fato de não estar em competição e ter a credencial do título da F2, por exemplo, pode fazer com que ele fique de fora da vitrine? O que vai pesar mais?

Agora a F1 tem dois brasileiros na reserva (Pietro Fittipaldi na Haas) e três na F2: Pedro Piquet, Felipe Drugovich e Guilherme Samaia. Que um dia voltemos a ter brasileiros no grid.

Até!

segunda-feira, 2 de março de 2020

BLEFE NO DIVÃ?

Foto: Getty Images
Ah, o discurso... ele pode ser feito de tantas maneiras e com vários objetivos diferentes.

Às vezes, se fala apenas o que o outro quer ouvir, mas também pode ser aquilo que as pessoas não querem encarar, e em muitos casos isso é uma terceira via, pois nem o interlocutor e nem o autor da mensagem falam e escutam o que realmente desejam.

Em meio a ameaça mundial do coronavírus que já cancelou a corrida na China e coloca em risco outros circuitos, o discurso mais interessante até aqui é o da Ferrari, que sempre será o personagem principal do enredo da F1.

A equipe mais famosa, mais popular, com mais fãs... e por isso a mais pressionada, que chega para o 12° ano sem título. Nos últimos anos de pré-temporada, a expectativa era sempre animadora: "agora vai! Vamos bater a Mercedes!". Tempos rápidos e reconhecimento dos rivais sempre tornaram os italianos os bicho-papões de Melbourne, até chegar o choque de realidade. Seja pelo carro ou pelos erros de Vettel, a Ferrari segue num círculo vicioso de equívocos, decepções, cobranças e pressões.

Nesta pré-temporada, no entanto, a pista mostrou outra coisa. Problemas no carro, pouca quilometragem na primeira semana e tempos mais lentos do que Mercedes e Red Bull. Leclerc falando que o carro não está bom, assim como o chefão, Mattia Binotto.

O discurso é sempre perigoso, ainda mais na pré-temporada. Ninguém realmente sabe a condição de cada um. Os pneus, a quantidade de combustível, o acerto aerodinâmico, a característica de cada carro dependendo do estilo de pista e das condições climáticas...

Binotto diz que o carro teve problemas desde o início da concepção e que a Ferrari já precisa correr atrás do prejuízo imediatamente na abertura da temporada. A pressão aumenta. Mais um ano sem taça e sem condições de ser competitivo diante da Mercedes, que até inovou com o DAS? Sério mesmo?

No entanto, esse excesso de sincerídio de Binotto e Leclerc me deixam desconfiado. Colocar a equipe numa condição tão inferior será realmente verdade e o discurso, apesar de ser para a imprensa, é interno, ou existe uma tirada de pressão diante das lições aprendidas nos últimos anos?

O coronavírus é a grande preocupação mundial , mas a pressão e a preocupação no lado de Maranello é constante. Imagina essas duas coisas juntas? É o que está acontecendo agora por lá.

A temporada 2020 começa em 10 dias.

Até!