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domingo, 2 de julho de 2023

NÃO BASTA VENCER

 

Foto: Peter Fox/Getty Images

Não tem muito o que falar sobre o final de semana da Áustria. Um domínio absoluto de Max Verstappen, na casa da Red Bull. Perfeito. Dos sonhos. Se Pérez fosse mais consistente, o 1-2 tornaria tudo basicamente 100%. Como Pérez é irregular, apesar de largar em 15°, o carro é tão superior aos demais que ainda assim conseguiu o pódio.

A Ferrari teve o melhor desempenho no ano. Não se atrapalharam, embora Sainz estivesse mais rápido que Leclerc no início. Os papéis até se inverteram. Sainz merecia sorte melhor, foi prejudicado, perdeu ritmo e ficou para trás. Leclerc, mais comedido e até burocrático, voltou ao pódio. Precisa ser menos errático e cumpriu o papel que lhe cabe.

De resto, vimos um colossal Lando Norris tirando muito mais que a McLaren pode extrair. Quer dizer, aí pode existir um caminho, pois o inglês guiou o carro atualizado, enquanto Piastri ainda estava com o antigo. Ainda assim, ser o quarto com essa McLaren mostra o talento e a qualidade do inglês.

Mercedes abaixo do ritmo, assim como Aston Martin. Corridas burocráticas. Um raro Toto Wolff precisando falar de forma mais brusca com Hamilton. O heptacampeão não aguenta mais não conseguir lutar como sempre fez em toda a carreira. Ninguém se acostuma a apenas somar pontos. A Áustria foi um choque de realidade até para o novo W14, embalado pelos pódios anteriores.

Alonso foi o quinto, em corrida correta e nada mais. Para quem ainda sonha em vencer, existem alguns circuitos que a característica do carro não encaixa, como por exemplo esses mais velozes.

Brigas encarniçadas do pelotão pra trás, mas alguns pontos óbvios: Albon está pronto para voltar para a Alpha Tauri e De Vries está de aviso prévio na equipe. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, necessariamente, mas é a realidade que grita nos ouvidos.

Como escrevi sexta-feira, essa palhaçada de limites de pista precisa acabar. É ridículo. Coloca brita e deu. Os comissários analisaram 1.200 voltas "sob investigação". A cada quatro voltas "irregulares", o piloto foi punido com mais 5 segundos no tempo final. O resultado: horas depois da corrida, o resultado final não existia e algumas posições da zona de pontuação foram alteradas. Ocon, por exemplo, levou 30 segundos. 

A F1 passa vergonha a cada corrida por critérios (e a falta deles) descabíveis, como por exemplo colocar Safety Car na pista porque um piloto deu uma escapada na primeira volta. Eu nunca tinha visto isso. Daqui a pouco vai ter bandeira vermelha quando um pássaro cagar na pista.

Para Max Verstappen, não basta vencer. É preciso humilhar e trucidar a concorrência. 81 pontos de vantagem no campeonato, domínio absoluto, vantagem gigante. Tudo perfeito? Não, para Max não basta. Ele queria fazer a volta mais rápida, podia fazer o pit stop e tentar (outra regra ridícula essa de ponto para volta mais rápida; confesso que torci por algum problema para o taurino). E tirou o que seria a melhor volta de Pérez.

Por isso Max Verstappen já é top 5 vencedores da história com apenas 25 anos. E vai chegar em Hamilton e Schumacher rapidinho, num piscar de olhos. O motivo é simples: não está nem no auge e a Red Bull, mantendo essa competência, vai fazer um carro capaz de Max vencer no mínimo em média umas 6 ou 7 corridas por temporada, mesmo se os taurinos não forem o melhor carro ou tiverem ampla concorrência.

Não basta vencer. Max esmaga e humilha os adversários, como se jogasse no fácil no modo carreira.

Confira a classificação final do GP da Áustria:



sexta-feira, 30 de junho de 2023

LIMITES

 

Foto: Vladmir Simicek/AFP

É inacreditável que uma categoria de elite como a F1 tenha que ter corrida Sprint, tal qual uma categoria de base ou de turismo. E o pior: tem bastante gente que acha isso o máximo. O pessoal realmente acredita que é emocionante ver os caras dando voltas sem forçar muito no sábado, pensando no domingo. Realmente, que emoção.

Outra coisa inacreditável é ter "limite de pista" em pleno 2023. Se colocarem grama, brita e subirem as zebras, é natural que os carros irão diminuir a velocidade e não se aproveitar dos tais "limites". A F1 cria essas coisas idiotas e precisa consertar os próprios erros que cometem. Alguém achou isso uma boa ideia, afinal, grama e terra são muito perigosas, aparentemente.

Bom, o principal treino do dia definiu o grid de domingo. Amanhã é perfumaria. Acordar para ver sprint... enfim, a lógica de sempre: Max Verstappen na pole e a Ferrari, num circuito veloz, por perto. O problema é o ritmo de corrida. Aí é que Mercedes e Aston Martin, tímidas, crescem. Norris também é muito veloz, mas fica difícil se sobressair no domingo.

De positivo, a Williams muito bem nas retas com Albon. De Vries transforma Tsunoda em um valor interessante. Hulkenberg surra Magnussen em velocidade e a Alfa Romeo/Sauber/Audi já pensa no futuro sem fazer nada no presente.

A Red Bull não tem limites. Mais uma pole e provável vitória para Max na corrida da casa, repleta de belgas e holandesas, e Sérgio Pérez foi traído pelo limite. A má fase não termina. Eliminado no Q2 porque não conseguiu completar uma volta limpa. Incompetência. Se tivesse brita por ali, nem ele e nem ninguém tentariam levar vantagem. Até quando esse negócio ridículo?

Amanhã teremos a interessantíssima corrida classificatória. Antes disso, o qualyfing. Programa trepidante, assim como o domingo. Bom, a expectativa é que talvez chova no final de semana. 

E isso faria alguma diferença? Max Verstappen, diferentemente de Spielberg, não tem limites.

Confira o grid de largada do GP da Áustria:


Até!

quinta-feira, 29 de junho de 2023

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebeu duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:06.200 (Red Bull, 2021)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Alain Prost (1983, 1985 e 1986) e Max Verstappen (2018, 2019 e 2021) - 3x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 195 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 126 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 117 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 102 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 68 pontos
6 - George Russell (Mercedes) - 65 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 54 pontos
8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 37 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 29 pontos
10- Pierre Gasly (Alpine) - 15 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
12- Alexander Albon (Williams) - 7 pontos
13- Nico Hulkenberg (Haas) - 6 pontos
14- Oscar Piastri (McLaren) - 5 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 321 pontos
2 - Mercedes - 167 pontos
3 - Aston Martin Mercedes - 154 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpine Renault - 44 pontos
6 - McLaren Mercedes - 17 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos
8 - Haas Ferrari - 8 pontos
9 - Williams Mercedes - 7 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos

"SOB CIRCUNSTÂNCIAS CERTAS"

Foto: Getty Images

A FIA se vê pressionada. Por um lado, há várias equipes de olho para entrar na F1 a partir de 2026, quando o novo regulamento de motores entra em vigor. Por outro, enfrenta a resistência das equipes, que não querem dividir o bolo dos lucros, mesmo recebendo um percentual significativo da taxa de inscrição para as novatas, avaliadas em 200 milhões de dólares.

Resumindo: a FIA até se vê aberta para ter uma 11a equipe, mas o processo não vai ser do dia para a noite. E há muitas variáveis.

Além da Andretti, outro time que oficializou interesse na F1 foi a Hitech. Experiente e tradicional nas categorias de base, a equipe tem o aporte do investidor cazaque Vladimir Kim, que detém 25% do grupo Hitech. As principais atuações de Kim estão nos setores de mineração, bancos e aviação por meio da Kazakhmys, holding voltada para a indústria de mineração e metalurgia, e do KAZ Minerals Group, uma das dez maiores produtoras de cobre do mundo. 

Em participação no podcast Waker Webcast, Greg Maffei, CEO da Liberty Media, foi além nos motivos:

“O verdadeiro problema é a forma como a estrutura funciona atualmente. Provavelmente há quatro ou cinco garagens, áreas de paddock onde seria difícil colocar uma 11ª baia. Talvez isso se resolva com dinheiro e tempo, mas não é algo que você estala os dedos e pronto.

A outra questão é que as dez equipes dividem os lucros entre elas, e dividir de 11 formas não é algo que as entusiasma, particularmente.

As equipes agora olham e dizem ‘Bom, espere um pouco, não queremos dividir em 11, estamos muito satisfeitas’, e tudo o que está sendo proposto sobre pagar uma taxa de franquia não as compensa o suficiente pela diluição que haverá com a 11ª equipe", disse.

Então, como seria possível que uma nova equipe consiga convencer FIA, Liberty e as outras concorrentes para se juntar ao clubinho?

“Bom, acho que, nas circunstâncias certas, trabalharemos para ter a 11ª equipe, alguém que possa agregar muito valor aos fãs pela sua posição e tecnologia, como uma OEM, posição em marketing. Alguma combinação assim e podemos imaginar algum tipo de acordo. Mas não sem controvérsia entre as dez”, concluiu.

Ou seja: não temos interesse e iremos dificultar o máximo possível. A F1, com a anuência dos agora nem tão novos donos, é um clubinho administrado por Ferrari, Red Bull e Mercedes. Eles quem mandam e decidem o que fazer, com seus tentáculos e influências, como se fosse a WEC e as equipes satélites. Saudades quando as equipes comiam na mão da FIA e de Bernie Ecclestone, e não o contrário.

MUITAS ALTERNATIVAS

Foto: Divulgação/Red Bull Content Pool

O mercado de pilotos da F1 segue sempre aquecido, com grandes especulações nos períodos entre corridas e principalmente a partir da chegada do verão europeu. A Red Bull e sua academia de pilotos, na Alpha Tauri, é onde mais acontecem as trocas e, como consequência, surgem informações aqui e ali.

Começando por Sérgio Pérez. Três corridas seguidas eliminadas no Q1 e mais próximo do resto do grid que de Max Verstappen já acendem a luz amarela nos taurinos e no sempre exigente Helmut Marko. O reserva é Daniel Ricciardo, um dos maiores pilotos revelados pelo programa. Em julho, em Silverstone, o sorridente australiano vai guiar o carro da Red Bull em testes de pneus. Uma troca seria improvável, visto que Pérez tem contrato até 2024, mas vai servir para analisar e ter um parâmetro do australiano.

Até porque a Alpha Tauri está em processo de quase abandono. Tsunoda corre quase sozinho, enquanto Nyck De Vries sofre para se adaptar a categoria. O holandês pode até mesmo ser sacado durante o ano para a entrada do próprio Ricciardo, o que seria uma espécie de "vestibular", tudo no se: se for para a Alpha Tauri e guiar bem, poderia voltar para o time dos energéticos no próximo ano.

Enquanto isso, Tsunoda quer autonomia e seguir carreira solo. A parceria com a Honda pode ajudar no futuro, quando a Aston Martin e os japoneses começarem a parceria no fornecimento de motores. Até lá, parece apenas um desejo do que algo concreto.

A mesma coisa para Alex Palou. Líder absoluto da Indy e piloto da McLaren, o espanhol deseja se testar na F1 depois de conquistar o provável título na terra do Tio Sam e sabe que a grande vaga disponível seria justamente na Alpha Tauri, embora saiba que outro pupilo dos taurinos esteja na disputa: Liam Lawson, atual vice-líder da Super Fórmula, no Japão.

Resumindo: pode acontecer tudo ou pode acontecer nada. No entanto, o que não vai faltar nos próximos meses são pressão e muitas, mas muitas especulações.

TRANSMISSÃO:
30/06 - Treino Livre: 8h30 (Band Sports)
30/06 - Treino Classificatório: 12h (Band Sports)
01/07 - Classificação para a Sprint: 7h (Band Sports)
01/07 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
02/07 - Corrida: 10h (Band)





quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

VÁ LÁ...

 

Foto: Getty Images

A F1 insiste em virar notícia em meio a Copa, embora hoje não tenha jogos. A questão foi a confirmação dos lugares onde agora vão ter seis (!) corridas de classificação, o dobro em relação ao que foi implementado em 2021 e nesse ano.

Não sei de onde tiraram que o público adorou, mas a FIA e a Liberty insistem que também é uma decisão econômica deixar o final de semana mais "atrativo" na sexta também. Bem, não quero repetir minha opinião, mas a corrida classificatória só deixa tudo morno no sábado. Ninguém vai dar a vida para não ter o domingo prejudicado.

Enfim, hoje a FIA anunciou os seis circuitos que foram agraciados com esse formato xodó dos americanos. O Brasil continua com as corridas classificatórias pelo terceiro ano consecutivo, provavelmente impulsionado pelo fenômeno Magnussen. Convenhamos, no Brasil qualquer coisa pode dar certo. Interlagos tem uma aura diferente.

Os outros cinco lugares são: Áustria, que já teve em 2021, e outras estreias: Spa, Austin, Baku e Catar. 

Além de Interlagos, Spielberg é outro circuito rápido e curto. Austin é um local já tradicional, um autódromo estruturado. Achei interessante a escolha de Spa, a meca da F1, e também Baku, corrida de rua onde o caos costuma acontecer todos os dias e na interrogação Catar, que volta definitivamente ao calendário depois de sediar a atual Copa.

A escolha das corridas classificatórias pode fazer a diferença numa eventual disputa de campeonato. Afinal, na reta final do certame, teremos três de quatro corridas em sequência com esse modelo: EUA, Brasil e Catar, onde só o México está de fora. Esse formato pode mudar a disputa do título, afinal são abordagens completamente distintas no final de semana entre o formato tradicional e o estipulado pelo showbiz americano.

1/4 das corridas ou quase isso terão essa fórmula. Diante de tantos e intermináveis GPs hoje em dia, é um número razoável. Se ele veio pra ficar ou ser ainda mais expandido, infelizmente, ao menos a escolha das corridas foi bem feita. Vá lá, pelo menos tenho mais boa vontade com esse formato. Espero que seja mais suportável também, na prática.

Até!

domingo, 10 de julho de 2022

TRÊS EM UM

 

Foto: Getty Images

O que mudou entre a corrida classificatória e a corrida de hoje? No sábado, tudo parecia encaminhado para mais uma vitória de Max Verstappen na casa da Red Bull. Por ser uma corrida curta e com poucos atrativos, onde há muito a perder, os pilotos não forçam o equipamento. É o antigo warm-up com grife.

O que vimos hoje em Spielberg rende vários capítulos, que vou abordar também no texto de amanhã. Que a Ferrari é um carro mais veloz em volta rápida, não há dúvidas. No entanto, nesse final de semana, foi justamente o contrário: a Ferrari capitalizou no trunfo da Red Bull, o ritmo de corrida.

Era dois contra um porque Pérez forçou uma ultrapassagem na primeira volta, foi tocado por Russell ficou fora da disputa. Max estava contra dois rivais da mesma equipe, lembrando os tempos antes de ser campeão do mundo. Rapidamente, a Ferrari encostou e não teve dificuldades para ultrapassá-lo. Além do ritmo, os pneus da Ferrari estavam durando mais. Uma novidade.

A Red Bull resolveu fazer duas paradas. A Ferrari poderia ter feito uma só ou dividido as táticas entre os dois pilotos, mas a situação estava tão confortável que os italianos ganharam dos taurinos na tática deles. Leclerc ultrapassou Max três vezes para garantir a vitória. A Ferrari tinha a faca e o queijo na mão para uma dobradinha na casa dos rivais.

Quando Sainz se aproximava de ultrapassar Max, o motor explodiu. Quando não é a Ferrari, é a confiabilidade. O mais absurdo foi a demora dos fiscais em prestar o apoio para o espanhol, que teve que sair do carro em meio as chamas. Poderia ter acontecido algo mais grave, mas ainda bem que foi um susto da adrenalina. Um pequeno golpe nas pretensões ferraristas.

Pois o acelerador de Leclerc, momentos depois, começou a ter problemas. Coincidência. A Ferrari, com uma dobradinha encaminhada e sem maiores sustos, podia perder a corrida pela confiabilidade. Max, sem ritmo, cresceu e venceria se tivesse mais algumas voltas. Como o "se" não existe, Charles Leclerc foi o primeiro a receber a bandeira quadriculada pela terceira vez no ano. Foi o primeiro triunfo do monegasco sem largar da pole position.

Max Verstappen pode estar com a famosa "sorte de (bi) campeão"? Tanto em Silvestone quanto hoje, era para o holandês ter muito mais prejuízos na tabela do que realmente teve, mantendo a vantagem de 38 pontos para o novo vice-líder do campeonato, Leclerc.

A Red Bull não sabe porque teve o rendimento tão ruim hoje, no palco onde dominou os últimos anos mesmo sem ter o melhor carro. A ascensão da Ferrari foi circunstancial ou as atualizações da equipe surtiram efeito? Estariam os italianos forçando o motor para acompanhar a Red Bull e isso ter sido a causa do abandono de Sainz? Perguntas que vou tentar responder num texto apropriado, mas deixo a reflexão para vocês.

Hamilton voltou a ter sorte. Graças a Sainz fora e Russell punido e fazendo corrida de recuperação, o Sir teve o terceiro pódio seguido no ano, o quarto na temporada. A Mercedes ficou bem para trás no ritmo de corrida. Depende muito do encaixe do circuito, mas as coisas estão melhorando. Aos poucos, o bicho-papão está voltando... o consistente Russell, mesmo com todos os percalços, conseguiu o quarto lugar. A Mercedes não é a carroça que falam. Pouco a pouco, eles vão voltar a ter chances claras de vencer, a questão é quando.

A Alpine tem em Ocon a constância de Russell na Mercedes. Ele não aparece muito, mas sempre soma os pontos necessários. Sorte esta que falta para Alonso. Não largou na corrida classificatória e precisou lutar muito na corrida, inclusive quase foi jogado para fora da pista por Tsunoda e retrucou com um mítico sinal negativo com a mão esquerda, enquanto fazia a ultrapassagem. Com o Safety Car Virtual, a equipe ainda se atrapalhou na troca dos pneus, mas ainda assim a Fênix consegue um ponto sensacional para quem largou em último. Que a Alpine nem ouse pensar em não renovar o contrato de Don Alonso.

A Haas cresceu nesse final de semana e finalmente teve dois pilotos. Se foi apenas confiança eu não sei, mas Mick Schumacher começou a embalar nos mesmos moldes da F4 e da F2, onde disparou para os títulos. Brigando com Hamilton, agressivo e ultrapassando, Mick alcança o sexto lugar e o melhor resultado da carreira. Definitivamente a confiança está ali e certamente a desconfiança em relação ao futuro diminuiu bastante. Magnussen também ficou nos pontos e a consistência dos dois é fundamental para o futuro financeiro da equipe, abalado sem Mazepin.

A McLaren teve um treino muito ruim mas evoluiu na corrida, tanto é que os dois carros ficaram no top 10, com Norris a frente de Ricciardo, como sempre. A equipe regrediu em relação ao ano passado, mas o que Lando faz fora dos holofotes é notável. Com certeza merece um equipamento melhor.

Do meio para trás, a briga encarniçada de sempre. Albon lutou muito mas não conseguiu os pontos. Gasly envolvido em mais um acidente. Não está no nível do ano passado, embora a Alpha Tauri também esteja abaixo. Aston Martin e Alfa Romeo insuficientes.

O final de semana de Charles Leclerc teve três grandes fatos: as ultrapassagens em Max, o fim do jejum de vitórias (a primeira sem ser a pole) e diminui a diferença para Max Verstappen, Resta a Ferrari não continuar atrapalhando o caminho do monegasco que, com um pouco de sorte, talvez tenhamos uma disputa mais aberta e franca pelo título.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

APERTADO

 

Foto: Adam Pretty/Getty Images via F1

A rápida e cheia de limites de pista Spielberg é uma pista muito dinâmica. A mais curta do calendário, não permite erros para as voltas rápidas, embora permita muitas disputas na pista. É um dos melhores circuitos da temporada, sem dúvidas. 

O que fica ainda melhor se considerarmos que teremos duas corridas, uma mais curta. Hoje, foi definido o grid da corrida classificatória de amanhã. Muito equilíbrio, mas prevaleceu o histórico positivo da Red Bull em casa nos últimos anos. No detalhe e apertado, Max Verstappen sai na frente, mas a disputa está acirrada.

A Ferrari está ali e no detalhe não levou novamente. A Mercedes definitivamente voltou, em termos de ritmo. No entanto, Hamilton e Russell bateram no Q3 e podem ter prejuízos. Ainda assim, George é o quarto. Hamilton não deve ter problemas para escalar o grid, basta escapar da primeira curva.

A sorte da concorrência é que Sérgio Pérez não foi bem no Q2. Não conseguiu encaixar uma volta rápida sem respeitar os limites da pista, mas incrivelmente só foi punido horas depois do treino. Pior para Gasly, que não teve a chance de disputar o Q3. Pior para Max também, que vai estar sozinho na disputa contra as Ferrari amanhã. Se for inteligente, é melhor administrar a vantagem e não correr riscos. Pérez precisa se aproximar dos líderes para fazer uma boa corrida no domingo, que é o que vale.

Na intermediária do grid, a Haas está muito bem, com os dois carros entre os 10. Alonso está sempre brigando, assim como Ocon. Albon fez um bom treino e quase foi para o Q3. Quem parece sem rumo, ao menos em voltas rápidas, é a Aston Martin, o carro mais lento do grid. A McLaren teve problemas e também larga no fim do grid. Surpresa por Norris, nem tanto para Ricciardo.

No curto, rápido e disputado circuito administrado pela Red Bull, qualquer detalhe faz a diferença. Com a Mercedes voltando, a tendência é que seja um final de semana formidável na Áustria.

Confira o grid de largada da corrida classificatória:


Até!

quinta-feira, 7 de julho de 2022

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebeu duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:06.200 (Red Bull, 2021)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Alain Prost (1983, 1985 e 1986) e Max Verstappen (2018, 2019 e 2021) - 3x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 181 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 147 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 138 pontos

4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 127 pontos

5 - George Russell (Mercedes) - 111 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 93 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 58 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 38 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 28 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 16 pontos

13- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 15 pontos

14- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos

15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

17- Mick Schumacher (Haas) - 4 pontos

18- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

19- Lance Stroll (Aston Martin) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 328 pontos

2 - Ferrari - 265 pontos

3 - Mercedes - 204 pontos

4 - McLaren Mercedes - 73 pontos

5 - Alpine Renault - 67 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos

8 - Haas Ferrari - 20 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 18 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


PROVÁVEL CONTINUIDADE

Foto: Divulgação/Alfa Romeo

Antes mesmo do grande susto sofrido com o forte acidente na largada do GP da Inglaterra, Guanyu Zhou já era muito bem quisto internamente pela Alfa Romeo. Os elogios a performance, maturidade e evolução do jovem também podem significar a manutenção do chinês no time para 2023.

Apesar do anúncio da contratação de Zhou falar em "acordo plurianual", além do dinheiro chinês investido, a Alfa Romeo tem planos de, em breve, colocar Theo Pourchaire, hoje vice-líder da F2, no time. Ao que parece, esse é um plano que deve ser adiado.

Beat Zehnder, diretor esportivo da Alfa Romeo, elogiou Zhou:

“Normalmente, com novatos, você sempre tem que contar com uma ou duas batidas. Mas Zhou praticamente não comete erros. As experiências nos dizem que deve haver uma colisão em algum ponto no futuro, mas isso também faz parte do processo de aprendizagem. Ele é, definitivamente, um dos melhores novatos que já tivemos em nosso time”, disse.

Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, o chefão Vasseur já considera a permanência de Zhou.

Confesso que a notícia de Pourchaire me surpreende. O piloto francês é muito jovem e promissor e já é protagonista na F2, mas ainda não via um caminho sólido para a F1. Zhou já mostrou credenciais na F2 e precisa de tempo. É um bom piloto, apesar dos preconceitos e má vontade por ser asiático. Tem uma margem de crescimento muito grande, ainda mais num carro onde Bottas parece extrair o máximo possível, o que é uma bênção e uma maldição: mostra que o carro é bom, mas ter um companheiro de equipe desse quilate certamente também é uma pressão a mais para Zhou. Tomara que continue.

SEM PRESSÃO

Foto: Divulgação/Haas

Após muitos erros e acidentes, finalmente Mick Schumacher marcou os primeiros pontos na F1. A cobrança por resultados era notória e a desconfiança sobre o futuro do alemão ainda é grande, sobretudo com Magnussen dominando o filho do heptacampeão mesmo retornando para a F1 de última hora.

Se o chefão Gunther Steiner está contente com a performance do alemão na última semana, agora ele tem outra preocupação: que a pressão de ter pontuado pela primeira vez se transforme em uma cobrança para Mick pontuar constantemente, mesmo que não tenha carro para isso.

“É um respiro, já que não parecia que conseguiríamos depois da classificação, mas hoje, o carro estava rápido. Também foi muito bom para Mick. Quase não acreditamos no que aconteceu, então é algo muito bom para todos. E para Mick, pelo menos parte da pressão sai e o deixa em paz para pilotar.

É uma questão de confiança. Mas temos de ter cuidado para que a pressão não aumente de novo, com as pessoas dizendo ‘você agora tem de pontuar todas as vezes’, e depois, passando uma ou duas corridas sem pontos, repetindo ‘oh, ele está indo mal'.

Ele precisa ficar calmo. Mas eu disse a ele: ‘Apenas mantenha a calma, vai acontecer. Fique calmo, continue e ignore o mundo lá fora'”, disse.

Carregar o sobrenome Schumacher já é pressão o suficiente, mas acredito que agora Mick vai poder se acalmar e não tentar andar mais que o carro. Claro que o desempenho ainda é deficitário em 2022, mas Silverstone pode simbolizar um novo momento. Com calma, maturidade e quem sabe uma Haas mais competitiva em relação ao grid, agora Mick não tem nada a perder. Mantendo a consistência, o resto é consequência.

TRANSMISSÃO:
08/07 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
08/07 - Classificação: 12h (Band Sports)
09/07 - Treino Livre 2: 7h30 (Band Sports)
09/07 - Corrida Classificatória: 11h (Band e Band Sports)
10/07 - Corrida: 10h (Band)



domingo, 4 de julho de 2021

ACACHAPANTE

 

Foto: Getty Images

Quem diria: a corrida de Paul Ricard teve mais emoção que essas duas da Áustria somadas. 

Max Verstappen está sem adversários. Mais uma vitória de ponta a ponta, um passeio no parque para delírio da massa laranja que delirou em Spielberg. Parecia clima de Libertadores e, na "La Bombonera Austríaca", Max e Red Bull mostraram uma grande superioridade no campeonato até aqui.

Só não foi nota 10 para os taurinos porque Pérez decepcionou hoje. Por mais estranho que possa parecer, o mexicano não tem experiência em carros de ponta e disputas no topo. Hoje, faltou calma para combater  Norris. Na ânsia de se livrar rapidamente do britânico, foi afobado, espalhou e teve a corrida comprometida. Ainda assim, a direção de prova puniu Lando com cinco segundos adicionais. Se tivesse mais calma, poderia esperar para vencer na estratégia, nos boxes, pois ritmo certamente a Red Bull tinha para isso.

Abalado com isso, terminou um dia ruim de trabalho jogando Leclerc duas vezes para a brita. Mesmo com dez segundos de punição, ainda conseguiu salvar um sexto lugar que ficou parado. Sem conseguir passar Ricciardo e até tomando passão de Leclerc antes da parada, a Red Bull perdeu uma dobradinha que talvez poucas vezes possa ser tão fácil de se conseguir.

Por falar na McLaren, que corridaça de Lando Norris, os desde treinos. Desde 2012 que a McLaren não largava na primeira fila. Segurou Pérez e as Mercedes o quanto pode e, mesmo com a punição, mostrou grande ritmo com os pneus duros para pressionar Bottas até o fim e quase conseguir o segundo lugar. É o piloto mais regular da temporada e indiscutivelmente um dos melhores, colocando a McLaren onde deve: a terceira força, enquanto Ricciardo segue bem atrás, de forma constrangedora. Muito ganho para pouco rendimento até aqui.

Se a situação está complicada para a Mercedes, um problema no assoalho não era o que Hamilton esperava, definitivamente. Foi por isso que o inglês perdeu rendimento e ficou de fora do pódio. Com 32 pontos de desvantagem, ou a Mercedes reage rapidamente, ou vai depender do acaso para se manter no topo. Apesar disso, é preciso ter cuidado. É a temporada mais longa da história e ainda estamos distante da metade do calendário. Ainda há tempo, apesar da sequência preocupante de derrotas.

A Ferrari ainda é uma equipe de altos e baixos. Ou faz um ótimo treino ou encaixa um bom ritmo de corrida, mas nunca as duas coisas juntas. Hoje, o ritmo foi bom. Sainz, "o novo Button", quando menos se espera, surge em quinto. Leclerc, mais brilhante, perdeu tempo com Pérez e foi só o oitavo. Falta equilíbrio para os italianos. 

Gasly conseguiu dois pontinhos enquanto Tsunoda colecionou punições. Alonso fechou o top 10 tirando Russell de lá. O inglês larga muito mal. Qualquer erro com um carro como o da Williams é fatal, mas também é fato de que é questão de tempo que isso aconteça. Talvez, mais na frente, o inglês seja recompensado com coisas maiores que um décimo lugar na carreira.

No final da prova, um incidente perigoso na F1 Masters. Raikkonen atropelou Vettel e só não foi muito criticado ou punido porque é justamente Kimi Raikkonen. Lembrou muito aqueles acidentes que o Schumacher sofria na Mercedes, fruto talvez da idade, menos reflexo e agilidade, essas coisas.

A cada semana, a Red Bull impõe uma derrota acachapante para a Mercedes, que precisa reagir urgentemente em Silverstone para que a condição anímica também não interfira na briga pela manutenção do status quo na F1.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


Até!

sexta-feira, 2 de julho de 2021

REPETECO

 

Foto: Getty Images

Apesar da imagem sugerir o contrário, mais uma vez a Áustria com corridas duplas torna a segunda parte um pouco mais chata, repetitiva e prevísivel, naturalmente. Ano passado, por ser início de temporada, tudo isso foi ignorado.

Mesmo que tudo pareça ser um "Vale a Pena Ver de Novo", tivemos alguns elementos diferentes em Spielberg. Hamilton fez o melhor tempo do dia. Na segunda sessão, foram testados pneus mais resistentes que podem ser utilizados na etapa seguinte, na Inglaterra, se aprovados pelas equipes.

Foi só esse humilde blog fazer um post que a Alpine estreou Guanyu Zhou em uma sessão oficial de F1, substituindo Alonso no TL1. Calium Ilott e Roy Nissany também participaram por Alfa Romeo e Williams, respectivamente, substituindo George Russell e Antonio Giovinazzi.

De resto, tudo parece bem nebuloso. Não há necessariamente o que testar, embora todo o drama e os blefes da semana sugiram o contrário. De novidade, mesmo, pode ser a chuva no domingo. Anunciada na semana passada inteira, não deu as caras. No fim do treino, já estava começando a pingar. A previsão é que domingo tenha uma tempestade. Quando anunciam isso, é certo: vai ter céu de brigadeiro domingo em Spielberg.

Tudo parece a mesma coisa até aqui, quase uma sensação de deja vu. Vamos ver se teremos novidades significativas na F1 nesse final de semana. 

Confira os tempos dos treinos livres para o GP da Áustria:



Até!



quinta-feira, 1 de julho de 2021

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebe duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:06.957 (Ferrari, 2018)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 156 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 138 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 96 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 86 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 74 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 58 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 50 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 37 pontos
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 34 pontos
10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 19 pontos
12- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 9 pontos
15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull Honda - 252 pontos
2 - Mercedes - 212 pontos
3 - McLaren Mercedes - 120 pontos
4 - Ferrari - 108 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 46 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 44 pontos
7 - Alpine Renault - 31 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

MUITO DIFERENTE

Foto: Getty Images

Em algum certo ponto, Lewis Hamilton teve alguma disputa cara a cara para bater Sebastian Vettel em 2017 e 2018. Portanto, deve ser um caso semelhante essa briga intensa com Max Verstappen, certo? Para o inglês, não. Lewis explicou as diferenças entre as brigas com Vettel e a disputa atual com Max:

 “Claro que antigamente tínhamos atualizações, e com pessoas que estavam sempre em busca de mudanças no carro. Claro que as coisas são mais calmas agora. Foi uma grande disputa na época, e eu tentei dar o melhor que podia. Acho que a briga nessa temporada tem sido muito boa entre nós dois. Nossas performances são muito parecidas, mas agora isso está mudando”, disse.

Bom, antigamente a Mercedes estava focada no desenvolvimento do carro e não se preocupava com o teto orçamentário recentemente imposto na categoria. Além do mais, 2022 é ano de novo regulamento e, ao menos publicamente, a Mercedes já sinaliza que o foco é total na concepção do W13.

Além do mais, outra diferença óbvia: a Red Bull é mais consistente e menos propensa ao erro do que a Ferrari e Max hoje é um piloto muito melhor que era Vettel na ocasião. Por mais óbvio que seja, nunca é demais frisar: os tempos realmente são outros.

E LÁ VEM ELES DE NOVO

Foto: Getty Images

Nesta semana, em meio ao GP da Áustria, a F1 já pensa nos novos motores que serão implementados na categoria a partir de 2025, substituindo a era híbrida, em vigor desde 2014.

Para isso, a FIA vai se reunir com os representantes dos atuais quatro motores da categoria (Mercedes, Ferrari, Renault e Red Bull, que vai substituir a Honda ano que vem) mais os CEOs de Audi e Porsche, eternamente especulados em uma entrada para a F1.

Embora as negociações já tenham iniciado-se há pelo menos seis meses, ainda não há nenhum indício de acordo ou definição, pelo contrário: muitas dúvidas, o que é natural, pois estamos falando de quatro anos no futuro.

O que se sabe é que Red Bull e Ferrari querem um teto orçamentário de 80 milhões de dólares, enquanto as outras partes defendem um limite de US$ 120 milhões.

A expectativa é que, no sábado, sejam acertadas as questões comuns para, aí sim, mais na frente, combinar aos poucos todas essas definições de uma "nova era" na F1. Todos esses detalhes vão fazer a diferença. Lembrem-se de como a dinastia Mercedes começou, bem antes do carro de 2014 entrar na pista...

TRANSMISSÃO:
02/07 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
02/07 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
03/07 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
03/07 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
04/07 - Corrida: 10h (Band)




domingo, 27 de junho de 2021

SEM DEIXAR DÚVIDAS

Foto: Marko Vojinovic/AFP

O que parecia ser uma corrida com variáveis e disputas, típica do GP da Áustria, foi um verdadeiro monólogo. Quem poderia imaginar que Paul Ricard teria mais drama e emoção? Pois foi isso que aconteceu. Max Verstappen venceu de novo e a Red Bull emplacou quatro vitórias seguidas pela primeira vez desde 2013, ano da última conquista. E sem ser ameaçada. Não foi circunstancial.

Foi uma tarde quase perfeita para os donos da casa, tirando o erro no pit de Sérgio Pérez, que custou o pódio do mexicano. Mérito para Bottas que o segurou e estancou um pouco do péssimo momento que vive. É verdade também que o mexicano poderia ter largado num lugar melhor e abrir uma vantagem, mas dos males o menor.

Além de superior nas retas, a Red Bull apresentou um ritmo superior de corrida e no gerenciamento de pneus, o que outrora era a arma da Mercedes. E Helmut Marko foi além: com compostos mais macios para a corrida da semana que vem, a expectativa é de um desempenho ainda melhor para os taurinos.

A Mercedes parece anestesiada e sem saber o que fazer. Será que o foco já é 2022 e o carro desse ano sofrerá poucas modificações? Certamente não estava nos planos sequer estarem próximos da Red Bull, imagina sofrer um baque desses... Para a sorte dos alemães, esse é o campeonato mais longo da história, ainda há margem para evoluções e mudanças, mas isso precisa começar a ser feito. A Mercedes passiva, que parecia decidir quando e como ganhar, vai ter muitas dificuldades em 2021. Os alemães não se podem dar ao luxo de jogar os dados. Hora de reagir.

No restante do pelotão, destaque sempre para o constante Lando Norris, o melhor do resto e ainda na frente de Bottas no campeonato. Está constrangedor a surra aplicada em Daniel Ricciardo, contratado a peso de ouro. Claro que ainda há margem para adaptação e evolução, mas, como diz a gíria: "tá ficando feio pro 'tal' do australiano, hein?"

A Ferrari, com um ritmo de corrida assustador em Paul Ricard, fez o inverso em Spielberg: treino ruim, corrida boa. Sainz e Leclerc apresentaram bom ritmo, mesmo que o monegasco tenha caído para último ao se envolver em um toque que custou a corrida de Gasly na primeira volta. É nesse equilíbrio que Ferrari e McLaren disputam, corrida a corrida, o terceiro posto. Está faltando Daniel Ricciardo.

Alonso pontuou de novo e parece estar melhor a cada semana, evidenciando a qualidade como piloto apesar da idade e da readaptação, colocando um carro inferior aos demais em condição competitiva. Lance Stroll, olha só, também fez a parte dele hoje, assim como Tsunoda conseguiu um ponto. O japonês é jovem e errar faz parte do aprendizado, embora estejamos falando sobre a Red Bull e Helmut Marko...

George Russell é o retrato da dor. Quando tudo parece conspirar, o universo chega e tira o doce da mão da criança britânica. Em oitavo, um problema com a Williams o manteve zerado, assim como o time de Grove, desde 2019. É frustrante perder oportunidades assim, especialmente quando dessa vez o inglês foi vítima e não algoz da própria sorte (ou azar, no caso).

Em Red Bull Ring, hoje os touros não deixaram dúvida: nesse momento, eles são a força dominante, assinalada em casa, para delírio de holandeses e austríacos, o que serviu como um prêmio de consolação e uma alegria em relação a Euro. Para a Mercedes, fica o alerta: é preciso mais para continuar a dinastia, ou então estamos sentindo o cheiro de passagem de bastão, o leão novo vencendo o leão velho.

Confira a classificação final do GP da Estíria:


Até!

sexta-feira, 25 de junho de 2021

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

 

Foto: Getty Images

A grande notícia da manhã, além de Max Verstappen liderar os dois treinos livres no GP da Estíria, foi a reinserção da Turquia no calendário. Agora, ela ocupa o espaço que estava destinado a Cingapura, circuito que foi cancelado dessa temporada outra vez. A corrida na Turquia será no dia 3 de outubro, fechando outra trinca de corridas consecutivas, entre Rússia e Japão.

É uma novidade e tem tudo para ser mais uma grande etapa. Claro que no ano passado tudo isso foi influenciado pelo final de semana chuvoso, mas mesmo assim é um alento a continuação da corrida turca no calendário. Uma pena que não encontrem espaço para Mugello, porque essa é uma das tantas outras que mereciam espaço, ainda mais em um calendário de 23 corridas.

Nos treinos, vimos um equilíbrio grande, pendendo mais para a Red Bull, o que era esperado. A Mercedes está viva. Num traçado curto, a velocidade faz a diferença nos detalhes, onde é permitido intrusos nesse meio. McLaren e Alpine parecem mais competitivas que a Ferrari, além da Alpha Tauri ter se apresentado bem por hoje.

Quando a fase não é boa, acontece de tudo. Valtteri Bottas conseguiu a proeza de rodar nos boxes. Eu já vi Grosjean bater no pit, mas rodar eu não me lembrava. No mínimo constrangedor, por ser um piloto de "ponta" na equipe de ponta.

A Áustria tem tudo para nos proporcionar duas corridas fantásticas, com muitas disputas. Num circuito veloz, é grande a promessa de um Safety Car e etapas atribuladas, bem no estilo Indy. O campeonato merece e o Red Bull Ring tem tudo para nos entregar grandes espetáculos.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Estíria:








quinta-feira, 24 de junho de 2021

GP DA ESTÍRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Estíria foi realizado pela primeira vez em 2020, quando a Áustria recebeu duas corridas seguidas em virtude da pandemia do coronavírus. Em 2021, a situação se repete, mas dessa vez a corrida com essa nomenclatura acontece primeiro. Estíria é o estado onde fica localizado o Red Bull Ring, em Spielberg.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Volta mais rápida: Carlos Sainz Jr - 1:05.619 (McLaren, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:19.273 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 1x (2020)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 131 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 119 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 84 pontos

4 - Lando Norris (McLaren) - 76 pontos

5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 59 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 52 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 42 pontos

8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 37 pontos

9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 34 pontos

10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos

11- Fernando Alonso (Alpine) - 17 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 10 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 8 pontos

15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto

16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 215 pontos

2 - Mercedes - 178 pontos

3 - McLaren Mercedes - 110 pontos

4 - Ferrari - 94 pontos

5 - Alpha Tauri Honda - 45 pontos

6 - Aston Martin Mercedes - 40 pontos

7 - Alpine Renault - 29 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos


"TÁ DIFÍCIL"

Foto: Reprodução/F1

Decepcionado não, resignado sim. Essa é a sensação que passa por Toto Wolff, chefe da Mercedes, após a equipe ser superada pela Red Bull no último domingo, em Paul Ricard.

Wolff sentiu uma melhora no carro e se disse satisfeito com a evolução em relação as duas corridas anteriores, apesar de não ter sido o bastante.

"Vejo como algo positivo, fizemos enorme progresso com a unidade de potência e a introdução do nosso segundo motor, e o carro é bom. Não há dúvidas sobre isso, mas este ano está difícil”, disse.

Sobre Bottas, revoltado com a estratégia de uma parada e cada vez mais distante da equipe, Toto apenas disse que gostou do desempenho na França e que só o futuro (ou os resultados) dirá.

 “Para ser sincero, acho que ele fez uma boa corrida porque ele estava lá com Lewis e Max. Acho que o desenvolvimento caminha no rumo certo. Vejo um progresso real de Valtteri. A única resposta para os rumores é ter performance na pista”, concluiu.

É a Mercedes no divã. As próximas duas etapas, na Áustria, teoricamente não as favorecem também. É um momento complicado. Como reagir com tão pouco tempo e tantas corridas? O carro da Red Bull parece se adaptar muito mais facilmente que o dos alemães. Seja como for, Toto e cia precisam encontrar essas respostas rapidamente antes que seja tarde demais.


O LIMITE É SETEMBRO


É o que garante Toto Wolff. Provavelmente até Monza, a Mercedes define a dupla de pilotos para a temporada 2022. Ao contrário da arrastada negociação com Hamilton, tanto ele quanto os alemães desejam que, desta vez, tudo seja definido o mais rápido possível. Claro, tudo depende apenas do Sir.

Do outro lado, todo mundo garante que Bottas será substituído por George Russell, um negócio já sacramentado. Para o finlandês, não há muito o que fazer: apenas a própria Williams e a Alfa Romeo são possibilidades, segundo apurou o Grande Prêmio.

Bottas tem sido constantemente criticado por Toto, o cara que o levou para a Williams e depois para a Mercedes, um claro indício de que o rompimento é iminente. O finlandês, na enxuta F1, não terá grandes opções. Ou vai andar na rabeira ou vai ter que pensar em outra categoria, talvez até tirar um ano sabático. 

Essa é a grande peça do quebra-cabeça para a temporada 2022 da F1. 

TRANSMISSÃO:
25/06 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
25/06 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports) 
26/06 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
26/06 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
27/06 - Corrida: 10h (Band)



terça-feira, 18 de maio de 2021

MAIS MUDANÇAS

 

Foto: Motorsport

O efeito da nova onda do Covid não poderia chegar em um timing pior para a Turquia. Com o agravamento da situação no país, que está suspendendo viagens internacionais, os turcos perderam de uma só vez o GP da Turquia e a final da UEFA Champions League pelo segundo ano consecutivo. 

A corrida em Istambul já entraria no lugar do Canadá pelo mesmo motivo do Covid, o que forçou a F1 a tomar uma decisão rápida. O GP da França foi antecipado para o dia 20 de junho e, no dia 27, a organização adicionou uma corrida extra na Áustria, onde a F1 novamente irá correr duas vezes, nos dias 27 de junho e 4 de julho.

A organização do GP do Azerbeijão, corrida do dia 6 de junho, não aceitou inverter a data da prova com a Turquia, o que viabilizaria tudo e não resultaria essa situação, em virtude de ter um jogo da Eurocopa marcado para o dia 14/06. Portanto, seria impossível para a cidade e o país receberem dois eventos grandiosos no mesmo final de semana.

Honestamente? A F1 já tinha caído para cima e, nessa situação, foi mais para cima ainda. O GP da Turquia é legal e é uma pena que não haverá corrida por lá, mas a Áustria, por ser um traçado rápido e curto, proporciona muitas disputas e está entregando ótimas corridas desde que retornou ao calendário da F1. Então, duas corridas por lá é uma grande notícia, mesmo que as circunstâncias não sejam tão propensas a celebração.

Até!


domingo, 12 de julho de 2020

PASSEIO NO PARQUE

Foto: Getty Images
Lewis Hamilton fez o que se espera dele. Pole e vitória dominantes em um final de semana perfeito. Um passeio no parque, praticamente uma turista na pista, mal apareceu na transmissão porque disparou.

Mais do que nunca, o britânico não tem adversários: a Red Bull de Max Verstappen não tem ritmo e consistência o suficiente para fazer frente, nem Bottas. E assim, com a 85a vitória na categoria, Lewis se aproxima dos recordes históricos de Schumacher. Nada pode detê-lo.

Mesmo largando em quarto, a Mercedes sobra em ritmo. Apesar de Max ter dificultado as coisas com o talento que tem, nem isso foi o suficiente para evitar a dobradinha preta. Bottas ainda é líder. Ainda.

O grande barato da Fórmula 1 é o bloco intermediário. Ali a briga come solta e detalhes fazem a diferença. Detalhes e o talento, é claro. Sérgio Pérez, que largou lá atrás prejudicado pelo temporal de sábado, conduziu a Mercedes B para o lugar que devia. Ele tinha ritmo para atacar Albon, apagado e bem distante do trio inicial. O mexicano tentou, mas tocou no tailandês e danificou a asa dianteira. Não parecia ter grandes prejuízos. Pérez errou, mas ao menos tentou. É isso que espera de um piloto, principalmente quem não está compromissado com títulos ou contratos.

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images

Enquanto isso, lá atrás, a boa corrida de Ricciardo em segurar Lance Stroll. Antes, Ocon fazia o mesmo com o australiano, mas acabou abandonando. Mais atrás, Sainz, prejudicado por um problema na roda traseira esquerda no pit stop e Lando Norris, sem ritmo e três posições atrás no grid por um incidente inútil na sexta. Aproveitando-se da ordem de equipe de Zak Brown, a incompetência do canadense e o problema de última hora no mexicano, o britânico conseguiu três ultrapassagens em uma volta para tirar da cartola um quinto lugar excepcional, dadas as condições da McLaren.

Sainz ainda fez a melhor volta. Lando Norris. Agora, um pouco mais maduro, consegue desabrochar, sendo oportunista com o que dispõe. Está fazendo muito mais do que o carro pode entregar. Depois de uma F2 decepcionante e uma temporada de estreia regular, parece que Lando está cada vez mais a vontade no carro. Talentoso e carismático, pode se tornar uma estrela mais adiante. É o melhor início da McLaren desde 2013.

Kvyat completou a zona de pontuação. Como desgraça pouca é bobagem, o episódio de hoje de Patati Patatá da Itália teve como protagonista Leclerc que, por fora, acabou com a corrida dele próprio e de Vettel, que nem parece se importar mais. Crescem os rumores de que o dono da Red Bull quer porque quer ele com Verstappen para 2021. Com Binotto perdido, já escrevemos tanto dessa bagunça da Ferrari que qualquer linha a mais é cansativa.

Faltam apenas seis vitórias para igualar o recorde e apenas seis pontos separam Valtteri de Lewis na tabela. Até quando? Assim segue o show, com o comandante de sempre e agora com novos aspirantes a bons coadjuvantes.

Confira a classificação final do GP da Estíria:



Até!




sexta-feira, 10 de julho de 2020

NOVA(S) VELHA(S) PISTA(S)

Foto: Getty Images
Em mais uma corrida na Áustria, agora sob o nome de GP da Estíria, um treino livre que pode ter sido interessante. A previsão é que amanhã talvez tenha chuva forte, o que impossibilite o treino classificatório de acontecer. Sendo assim, os tempos da segunda sessão de hoje é que definiriam o grid de largada.

Se terminar assim, a pole seria de Max Verstappen. Ele conseguiu desbancar Bottas no final, seguido pela dupla rosa da Racing Point, Sainz e Hamilton em sexto, que usou pneus macios velhos. Lando Norris foi punido com três posições por ultrapassar em bandeira amarela no TL1. Que punição ridícula.

Apesar dos resultados modestos mais uma vez, Vettel diz que o carro está melhor do que na semana passada. Se ele está assim, imagina Leclerc... a Ferrari é uma caixinha de surpresas.

Quem roubou a cena foi Daniel Ricciardo. No início do segundo treino livre, o australiano perdeu a traseira e bateu forte na proteção de pneus. Ele batou o joelho na coluna de direção e saiu mancando, preocupando a todos. No entanto, ele garante que não terá problemas para a corrida, apenas o carro... Seria já um "efeito Alonso" na Renault?

Foto: Reprodução/Scuderia Ferrari
A grande notícia do dia foi o anúncio da FIA de mais duas corridas no calendário, totalizando dez por enquanto. Já está certo que nas próximas semanas teremos mais anúncios. Apesar dos números do coronavírus nas Américas continuarem altos, ainda existe otimismo reiterado pela prefeitura e o governo do Estado de São Paulo para a realização do GP do Brasil. no final do ano.

Pela primeira vez na história, Mugello vai sediar uma corrida de Fórmula 1. A pista da Ferrari, que só serviu para testes coletivos algumas vezes e sempre para a Ferrari (é óbvio), vai ter a alcunha de GP da Toscana Ferrari 1000, em alusão a milésima corrida da escuderia na F1, que será após o GP da Itália. Algarve/Portimão está muito perto de um desfecho semelhante e pode significar para Portugal um retorno após mais de duas décadas.

A outra corrida confirmada é Sochi, que será duas semanas depois de Mugello, no dia 27 de setembro. A China cancelou todos os compromissos internacionais do ano, então é fora do baralho. Resta aguardar os truques da FIA para em breve.

Se é que dá para escrever assim, o lado bom desse momento de exceção na F1 é a entrada de circuitos simples e tradicionais europeus no lugar de bugigangas e tilkódromos modernos e sem vida. Isso dá um ar da F1 antiga, que predominava Europa, Japão, EUA e Brasil, Oportunidade rara para uma corrida em Mugello e tomara que coloquem mais circuitos alternativos nesse calendário diferentão.

Para o final de semana, a previsão é a mesma: a Mercedes é favorita mas segue com esses papos de "carro com problemas de confiabilidade". Como escrito na semana passada, as rivais precisam aproveitar as particularidades dessa temporada, especialmente a anfitriã Red Bull, ainda zerada. Como o circuito de Spielberg é bom, torçamos para que seja uma boa corrida, principalmente se tiver chuva na parada.

Ah, as novas velhas pistas da F1...

Confira a classificação dos treinos livres de sexta:




quinta-feira, 9 de julho de 2020

GP DA ESTÍRIA: Programação

A segunda edição do GP da Áustria deste ano foi nomeada como Grande Prêmio da Estíria, que o estado onde fica localizado o Red Bull Ring, em Spielberg.

Foto: Wikipédia

OS JOELHOS DA DISCÓRDIA

Foto: Getty Images
Capitaneados por Lewis Hamilton, a F1 realizou a manifestação antirracista que apoia o movimento Black Lives Matter, que voltou a tona mais forte ainda após o caso de assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. No entanto, seis dos 20 pilotos resolveram não se ajoelhar e optaram por apenas vestir a camisa com os dizeres de "fim do racismo".

São eles Kimi Raikkonen, Max Verstappen, Charles Leclerc, Carlos Sainz, Daniil Kvyat e Antonio Giovinazzi. Um campeão mundial, duas estrelas e um futuro piloto da Ferrari. É claro que a questão gerou controvérsia e os seis pilotos foram duramente criticados por não aderirem ao movimento e não se posicionarem, embora Leclerc e Verstappen tenham se explicado nas redes sociais o motivo de não terem se ajoelhado.

Hamilton, um dos articuladores, disse estar feliz com o movimento e optou por não tecer comentários acerca dos "seis rebeldes", em declaração para a Autosport:

"Sinceramente, eu não sei os motivos e as opiniões de cada um. Eu sei que há opiniões diferentes entre alguns pilotos, mas isso é algo mais privado e não quero comentar. Acho que ninguém deveria ser forçado a se ajoelhar. Sou muito grato por aqueles que se ajoelharam comigo. É uma mensagem muito poderosa. Só que, decidir se ajoelhar ou não, não é isso que vai mudar o mundo”, destacou.

O inglês, ao invés de se preocupar com essa situação, ele alerta para que a F1 não pare apenas nesse gesto, priorizando ações e atitudes que realmente apresente resultados concretos a médio/longo-prazo.

“Se a gente vai seguir se ajoelhando, eu não sei se teremos outras oportunidades para isso. Certamente não durante os hinos. Acho ótimo que a F1, a Mercedes em particular, percebeu o problema que temos no mundo e resolveu fazer algo a respeito disso. No fim das contas, tudo que fizermos não será suficiente. Precisamos sempre fazer mais. Acho que tivemos maior conscientização nessas últimas semanas. O que nós realmente não precisamos é que isso morra por completo, desapareça e fiquemos sem mudanças”, encerrou.

Sinceramente? Polêmica vazia. Posicionamento não é se ajoelhar, e sim realmente fazer algo concreto, seja público ou não. Essa "histeria do posicionamento de acordo com o que eu penso" só serve para afastar possíveis pessoas que poderiam se interessar a contribuir mas ficam acuadas diante da agressividade e radicalismo dos ditos democráticos e empáticos. Que esse tipo de ato não se limite apenas a tentar agradar a bolha que pouco se importa e quer destruir a categoria. Para quem as pessoas devem se posicionar: para si ou para os outros porque "são pessoas públicas"?

ELES FICAM

Foto: MotorSport
É o que diz Ola Kallenus, CEO da Daimler, empresa-mãe da Mercedes. A revelação foi feita para a Sky Sports antes da largada para o GP da Áustria. 

Apesar da fala assertiva, Toto Wolff desconversa, apenas afirmando que essa sim é uma opção altamente provável. Nada foi assinado oficialmente com os dois pilotos até então
.
"Estou muito feliz com a dupla, em termos de velocidade, performance, mente e colaboração entre ambos, mas nenhuma decisão foi tomada ainda. Em teoria, ambas as vagas ainda estão livres. Mas é claro que Lewis vai ficar se ele quiser. E, depois de ontem, o mesmo vale para Valtteri", resumiu.

Time que está ganhando não se mexe. Bottas não incomoda Hamilton e pode ganhar algumas corridas lá e cá. Hamilton bate recordes e continua em evidência, assim como Toto Wolff e cia, mesmo que o grupo alemão apresente déficit ano após ano mesmo sendo campeões. E trocar Bottas por Russell é seis por meia dúzia, convenhamos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 25 pontos
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 18 pontos
3 - Lando Norris (McLaren) - 16 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 12 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 10 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 8 pontos
7 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos
8 - Esteban Ocon (Renault) - 4 pontos
9 - Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
10- Sebastian Vettel (Ferrari) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 37 pontos
2 - McLaren Renault - 26 pontos
3 - Ferrari - 19 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 8 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 6 pontos
6 - Renault - 4 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

TRANSMISSÃO:







domingo, 5 de julho de 2020

PARTICULARIDADES

Foto: Getty Images
Como todos sabem, esse é um ano diferente. No entanto, apesar das particularidades, o resultado final não será o mesmo.

Toto Wolff fez o drama habitual de destacar que os dois carros poderiam ter abandonado e que foi tudo no sacrifício. Mesmo assim, no limite, as flechas de prata definitivamente não tem um adversário a não ser o imponderável.

Quem poderia ameaçar algo era Verstappen, traído por um problema no motor Honda. A partir dali, Hamilton pressionava e ficava aquele clima de que era questão de tempo para Lewis, punido por ter passado as quatro rodas fora do limite da pista no treino (qual a dificuldade de colocar brita/grama nesses lugares?) no sábado, assumir a ponta e vencer. 

É até raro o imponderável aparecer de forma tão contundente numa era de carros que dificilmente quebram. Seria um fator ficar oito meses sem corrida e desde fevereiro sem mexer nos carros? Os dois carros da Haas que o digam, e assim a corrida ganhou outros contornos.

Enquanto a Mercedes nada de braçada, existe uma briga encarniçada pelas outras posições, tirando Verstappen. Albon, Racing Point, McLaren, Leclerc e talvez Ricciardo, tudo no mesmo ritmo. Vai depender do dia, da pista e das especificidades. 

Hoje, a Mercedes apostou em uma parada, assim como Pérez. Albon, por outro lado, colocou os macios e foi pra cima. Com o Safety Car e faltando poucas voltas, era a chance não só do primeiro pódio mas também da primeira vitória só que, outra vez, havia um Lewis Hamilton no caminho.

Foto: Getty Images
A punição é justa, mas ficou barato para Hamilton. Sou contra essa punição de acrescer tempo no final. Isso beneficia o infrator. Basta fazer uma bobagem qualquer, meter uma vantagem gigantesca que esses segundos acrescidos não significam nada. Apenas um bom Drive Through resolve essa equação de maneira justa. Pior para a Albon, que caiu para o final do grid e depois abandonou. Outra chance de brilhar desperdiçada. Ele não é totalmente inocente. Poderia muito ter esperado mais um pouco e pagou pela inexperiência mas faz parte do processo. É fácil ser engenheiro de obra pronta.

Essa aberração fez, por exemplo, Hamilton quase garantir o pódio. Só não foi porque Norris conseguiu voar no final para o primeiro pódio na carreira. Tudo conspirava mais uma vez para Pérez, mas a Racing Point falhou na estratégia e o mexicano perdeu espaço. Ainda por cima, foi punido por acelerar demais nos boxes. Com o abandono de Stroll, o time do pai Lawrence fez menos pontos do que se esperava.

Voltando para Norris: depois de uma estreia precoce ano passado, onde foi razoavelmente bem, o britânico badalado já começa com tudo em 2020. Importante destacar que a McLaren, com problemas na pré-temporada e problemas financeiros consegue um resultado enorme, importantíssimo nessa disputa encarniçada no bloco intermediário durante todo o ano. Norris também teve coragem e talento para ultrapassar na hora certa e não se contentar com um quarto lugar, brecando Sainz além, claro, de tirar um enorme peso das costas, o do primeiro pódio.

Em segundo ficou a surpreendente Ferrari. Vou tentar escrever mais sobre eles amanhã, mas a situação já é pública: os próximos dois anos serão perdidos. O pódio caiu do céu graças ao oportunismo e talento do monegasco. A incompetência e falta de comando características dos italianos. Vettel, por sua vez, começa a turnê de despedida rodando como sempre e com um constrangedor décimo lugar em uma corrida onde apenas onze completaram. 

Tirando Latifi, que quase estreia com um pontinho, os sobreviventes foram Gasly, Ocon e Giovinazzi. Haas e Alfa Romeo parecem coladas com a Williams na lanterna e a Alpha Tauri parece descolada do grande pelotão intermediário. Vou dar um desconto para o francês porque ele é talentoso e está sem ritmo de corrida. Com a saída de Ricciardo, é natural que cresça e volte a boa forma. Pelo menos é isso que a Renault espera.

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O novo pódio. Interessante que mesmo todo mundo respeitando o distanciamento, o momento de emoção é incomparável. Que o protocolo vá para o inferno. Foi assim que pensou Norris ao abraçar uma eufórica equipe de engenheiros e do chefe/empresário Zak Brown.

Em uma temporada que ninguém sabe o quão próxima do fim ela está, Bottas abre uma vantagem interessante, mas isso não é um drama para Hamilton, favoritaço e pronto para fazer história mais uma vez. No entanto, o desempenho dele na Áustria não é dos mais empolgantes. Para a semana que vem, não pode dar sopa para o azar. Bem que poderiam fazer um traçado invertido para tentar tornar tudo mais interessante, não?

Afinal, só o imponderável pode ameaçar a Mercedes. As particularidades, claro.

Confira o resultado do Grande Prêmio da Áustria:


Até!