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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O INESQUECÍVEL NURBURGRING

Foto: Getty Images
Há 20 anos, a F1 vivia um enredo diferente na briga pelo título e o surgimento de forças surpreendentes. Na ocasião, há exatas duas décadas a Alemanha recebia o Grande Prêmio da Europa, em Nurburgring, a antepenúltima etapa da temporada.

Com Schumacher ausente da disputa em virtude do acidente em Silverstone que quebrou uma das pernas, a Ferrari recorreu a Mika Salo e fez o segundão Eddie Irvine ser alçado a esperança italiana para quebrar o jejum de 20 anos sem taças. Na McLaren, Hakkinen buscava o bicampeonato. Os dois brigavam com muita irregularidade e erros individuais e da equipe. Em Monza, Frentzen, com a Jordan, venceu e se aproximava como uma terceira força, com duas vitórias na temporada. Lembra muito 2008: Hamilton e Massa irregulares e Kubica uma alternativa por algum tempo.

Em Nurburgring, Hakkinen e Irvine estavam empatados, com Frentzen 10 pontos atrás e Coulthard 12. Estava tudo em aberto. O alemão conquistou a segunda pole da história da equipe de Eddie Jordan, seguido por Coulthard, Hakkinen, Panis (Prost), Fisichella (Benetton), Hill (Jordan), Villeneuve (BAR) e Irvine apenas em nono.

Na largada, um problema com as luzes vermelhas forçou uma nova volta de apresentação. Na sequência, após a primeira curva, a Jordan de Hill ficou muito lenta. A Benetton de Wurz desviou dele mas não do brasileiro Pedro Paulo Diniz, que capotou e chegou a perder o aparato do santantônio. Ele foi para o hospital realizar exames de rotina mas não passou de um susto.

Foto: Divulgação
Frentzen, Hakkinen, Coulthard e Ralf Schumacher seguiam no primeiro pelotão, enquanto Irvine demorou para se desvencilhar da Benetton de Fisichella. Começou a chover, mas não em todos os setores da pista. Apresentando a habitual dificuldade, Hakkinen foi perdendo rendimento e foi para os boxes. Irvine e Salo também. A Ferrari queria botar pneus de chuva, mas Irvine não quis. Resultado: o irlandês perdeu muito tempo e estava praticamente alijado da prova. A impressão é que a Ferrari não queria que ele fosse campeão. Imagina todo o investimento para o Schumacher fazer história e a taça parar no Irvine, que sequer continuaria na equipe em 2000?

A chuva parou e Hakkinen se deu mal, precisando parar novamente. Com o tempo seco, Frentzen e Ralf foram aos boxes para reabastecer. Logo ao sair do pit, um problema elétrico sepultou as chances do alemão da Jordan em ser campeão.

Com a pista ainda escorregadia, Coulthard perdeu o controle e bateu. A chuva voltou forte e Ralf liderava. Enquanto isso, Hakkinen e Irvine se engalfinhavam lá atrás, prejudicados pela estratégia e pela má pilotagem. Enquanto isso, Trulli, Herbert, Barrichello, Villeneuve e a dupla da Minardi (Badoer e Gené) escalavam as primeiras posições.

Foto: Sutton Images
A liderança virou uma batata quente. A chuva voltou com tudo e Coulthard bateu. Pouco depois, a pista secou e Ralf parou para trocar de pneus. Fisichella assumiu a liderança, mas na quarta escapada de pista bateu e ficou fora. Na sequência, o líder Ralf teve o pneu traseiro direito estourado e precisou ir para os boxes. Herbert, com a Stewart, assumia a liderança, seguido por Trulli (Prost) e Barrichello (Stewart). Irvine e Hakkinen tentavam de tudo para somar algum ponto. Luca Badoer, com a Minardi, alcançava uma histórica quarta posição.

Até que o motor explodiu e a maior chance do italiano pontuar na carreira também. Ao sair do carro, irritado, começou a chorar copiosamente. Uma das cenas mais tristes da história. Uma crueldade com a Minardi e com Luca.

Foto: Reprodução

Foto: Getty Images
Villeneuve, com problemas eletrônicos, também abandonou. Hakkinen pressionou tanto Irvine que fez o irlandês escapar da pista para fazer a ultrapassagem. No final, sem mais surpresas, Johnny Herbert guiou para a terceira vitória na carreira e a primeira e única da Stewart, já vendida para a Ford, que virou Jaguar em 2000. Trulli resistiu a pressão de Rubinho e chegou em segundo, com o brasileiro atrás. Ralf foi o quarto e Hakkinen conseguiu um ótimo quinto lugar numa péssima corrida. Se Badoer ficou fora, coube a Marc Gené voltar a fazer a Minardi pontuar depois de quatro anos, com Irvine em sétimo.

Foto: Getty Images
Jackie Stewart fazia história ao ser mais um a vencer como piloto e dono de uma equipe própria. Hakkinen abriu dois pontos de vantagem para Irvine faltando duas etapas: a estreia da Malásia e o tradicional Japão. Nada melhor do que falar desta grande corrida em momentos onde se questiona se a vitória de Vettel foi merecida. Herbert mereceu vencer? Ou seria Frentzen, Coulthard, Ralf ou Fisichella? O que vale é que é isso que entra para a história: a disputa, o imponderável e a emoção da incerteza.

Até!

quarta-feira, 12 de junho de 2019

JACKIE STEWART, 80

Foto: Reprodução
Nesta terça-feira, um dos maiores pilotos da história do automobilismo fez aniversário. Sir Jackie Stewart agora tem 80 anos. Tricampeão, dono de equipe, comentarista e ativista por carros e circuitos mais seguros para os pilotos, talvez seja complicado tentar resumir sua história, mas irei tentar:

Jackie nasceu em Milton, na Escócia, a 15 milhas de Glasgow. A família vendia carros da Austin e da Jaguar em uma concessionária. O pai foi um motociclista amador e o irmão foi um piloto com reputação local, tendo participado do GP da Inglaterra de F2 de 1953.

Na infância, não teve diagnosticada uma dislexia, o que dificultou o processo de aprendizado. Como isso não era muito conhecido na época, Jackie era chamado de "burro" e outras coisas por alunos e professores. Aos 16 anos, saiu da escola e foi trabalhar na garagem do pai como auxiliar de mecânico. Stewart só foi diagnosticado com a doença aos 41 anos. Ele pediu para fazer o exame após perceber sintomas do filho que eram iguais ao dele quando criança. "Quando você tem dislexia e você encontra algo em que você é bom, você coloca mais nisso do que qualquer outra pessoa; você não pode pensar o jeito das pessoas espertas, então você está sempre pensando fora da caixa."

Stewart participou na adolescência da equipe de tiro da Grã-Bretanha, onde quase foi atleta olímpico. Comprou o primeiro carro aos 13 anos de idade, juntando as gorjetas que ganhava quando trabalhava com o pai. Ele entrou para o mundo do automobilismo ao aceitar o convite de um dos clientes do pai para testar vários carros no circuito de Oulton Park.

Em 1962, ainda em dúvidas se queria ser piloto, testou diversos carros em várias competições. Com um bom desempenho, chamou a atenção de Ken Tyrrell, ainda comandando a Cooper na Fórmula Júnior, que entrou em contato com Jimmy. Após alguns testes com a Cooper, Stewart era mais veloz que Bruce McLaren, o que fez Tyrrell oferecer um contrato para Jackie.

Estreou na F3 em 1964 pela Tyrrell. Com uma temporada impressionante, foi o campeão. Durante o ano, recebeu convite para correr pela Cooper. Recusou, querendo mais experiência em pista. No ano seguinte, fez testes com a Ferrari em Le Mans e pela Lotus, impressionando Colin Chapman e Jim Clark. Recusou a oferta para ir para a F2, onde também foi campeão.

A primeira corrida na F1 foi em 1965, guiando a Owen Racing, com um sexto lugar na África do Sul. Logo na estreia em Mônaco foi o segundo colocado. Com três segundos lugares em quatro corridas, a primeira vitória da carreira veio em Monza. Um terceiro lugar no campeonato mostrava que o futuro era brilhante para Jackie.

Foto: DevianArt
1966 parecia promissor, mas só parecia. Apesar de vencer na abertura do campeonato e logo em Monte Carlo, o carro tinha sérios problemas de confiabilidade e Jackie só não abandonou quando em quarto e quinto (Holanda e Alemanha). Além do mais, sofreu um gravíssimo acidente na Bélgica.

"Ele bateu num poste telefônico e aterrissou numa vala na perigosa curva Masta. O carro do escocês ficou preso de cabeça para baixo com o tanque de gasolina cheio por 25 minutos. Graham Hill e Bob Bondurant resgataram Stewart com um kit de ferramentas, tomando o cuidado de não provocar nenhuma fagulha que levasse a um incêndio, já que o combustível estava vazando." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)

Depois do acidente, Stewart tornou-se o grande ativista da segurança nas pistas, em uma época onde haviam muitos acidentes e mortes de pilotos, além da falta de estrutura para proteger o público. Segundo seus cálculos, um piloto que correu naquela época por cinco anos tinha dois terços de morrer na pista.

"Fiquei preso no carro por vinte e cinco minutos, incapaz de me mover. Graham e Bob Bondurant me pegaram usando as chaves do kit de ferramentas de um torcedor. Não havia médicos e não havia para onde me colocar. Eles, na verdade, me colocaram na parte de trás de uma van. Depois uma ambulância me levou para um local de primeiros socorros perto da torre de controle e eu fui deixado em uma maca, no chão, cercado por pontas de cigarro. Fui colocado numa ambulância com uma escolta policial e a escolta policial perdeu a ambulância, e a ambulância não sabia como chegar a Liège. Na época, eles pensaram que eu tinha uma lesão na coluna vertebral. Como se viu, eu não estava gravemente ferido, mas eles não sabiam disso."

"Percebi que, se isso era o melhor que tínhamos, havia algo muito errado: coisas erradas com a pista de corrida, os carros, o lado médico, o combate a incêndios e as equipes de emergência. Havia também bancos de grama que eram plataformas de lançamento, coisas em que você ia direto, árvores desprotegidas e assim por diante. Os jovens de hoje simplesmente não entenderiam isso. Era ridículo."

Foto: Reprodução
Naquele ano, Stewart teve mais sucesso em outras competições. Ele quase venceu a Indy 500, chegando em sexto. Em 1967, as coisas não melhoraram muito. Apenas um segundo lugar na Bélgica e um terceiro na França, o resto foram todos abandonos.

Em 1968, transferiu-se para a Matra e foi uma ótima escolha. Com um bom carro, Stewart acabou perdendo duas corridas ao se machucar em uma corrida da F2. A primeira vitória no ano veio na chuva, na Holanda. A segunda vitória também veio em solo molhado, em Nurburgring, com históricos quatro minutos de vantagem em relação ao resto. Ele também venceu em Watkins Glen, mas ficou com o vice. O campeão foi Graham Hill.

1969 foi o ano mágico, com amplo domínio da Matra e de Jackie Stewart. Com seis vitórias no ano, incluindo duas voltas de vantagem na Espanha, um minuto na França e mais de uma volta em Silverstone, Jackie Stewart sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Foi o primeiro piloto da história a liderar ao menos uma volta de todas as corridas do ano.

"Quase campeão antecipado de 1969, Stewart foi um dos protagonistas de uma batalha épica pela vitória em Monza. Contra Jochen Rindt, Bruce McLaren e Jean-Pierre Beltoise, o escocês liderou a maior parte da prova, mas teve de resistir a um fortíssimo ataque dos adversários, sobretudo o austríaco, e ganhou com 0s08 de vantagem. A vitória deu a Stewart seu primeiro título na F1." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)


Com cinco carros, chegada de Monza 1969 é uma das mais épicas da história. Foto: Reprodução


Foto: Reddit
Na Tyrell em 1970, Stewart não conseguiu ser competitivo o bastante para defender o título. Com apenas uma vitória e quatro pódios, foi o quinto colocado naquele ano. Na temporada seguinte, outro ano avassalador de Stewart e a Tyrell: seis vitórias no ano e o bicampeonato mundial. Na época, foi gravado um documentário esquecido: o "Fim de semana de um campeão", onde Stewart e o cineasta polonês Roman Polanski ficaram quatro dias juntos, com Polanski acompanhando todos os passos, dos preparativos até a festa da vitória. Ela só veio ao grande público mais de 40 anos depois.




Na época, os pilotos disputavam várias categorias pelo mundo todo. Viajando bastante, Stewart estava sofrendo de mononucleose e cruzou o Oceano Atlântico 186 vezes naquele ano. No ano seguinte, não correu na Bélgica por estar sofrendo de gastrite. Naquela temporada, ele foi condecorado com a Ordem do Império Britânico, passando a ser chamado de "Sir". Mesmo com quatro vitórias, Stewart não foi páreo para um certo Emerson Fittipaldi, que conquistou seu primeiro título.

Em 1973, Jackie disse que ia se aposentar. Com cinco vitórias, a última foi a mais significativa. Uma dobradinha com a Tyrell e a de número 27, tornando-se o maior vencedor da história da F1 até então.

"Nada me deu mais satisfação do que vencer em Nürburgring e, no entanto, sempre tive medo. Quando saí de casa para o Grande Prêmio da Alemanha, costumava fazer uma pausa no final da entrada e dar uma longa olhada para trás. Nunca tinha certeza de que voltaria para casa."

O tri veio com um quarto lugar em Monza. Se o recorde de vitórias veio na Alemanha, Stewart deixou de fazer sua centésima e última corrida na F1, nos EUA, depois que o companheiro de equipe François Cevert morreu em um trágico acidente nos treinos para o GP dos EUA, em Watkins Glen.

Stewart teve 27 vitórias, 43 pódios e 17 poles, além de 15 voltas mais rápidas. Seu recorde de vitórias foi superado somente 15 anos depois por Alain Prost, de quem Stewart nutria grande admiração.


Foto: Reprodução

Fora das pistas, Stewart manteve seu trabalho para que as pistas continuassem mais seguras e adequadas para todos em um final de semana. Infelizmente, isso custou a vida de muitos pilotos e quase levou outros tantos até que se houvesse alguma solução efetiva para isso.

Para muitos, esse discurso de Stewart prejudicou o esporte, sempre visto na adrenalina e para os pilotos "explorarem o limite", além de aumentar os custos para os promotores de corridas.

"Eu teria sido um campeão mundial muito mais popular se tivesse dito o que as pessoas queriam ouvir. Eu poderia estar morto, mas definitivamente seria mais popular."

A abordagem mais conservadora ficou simbolizada em um clássico vídeo quando ele, entrevistador, discute com Ayrton Senna sobre os riscos que o brasileiro dava a ele próprio e aos outros competidores com suas manobras "ousadas", incluindo o "acidente da vingança" do Japão contra Prost, em 1990.


Em 1997, Stewart voltou a F1 como dono da equipe com o próprio nome. Na primeira temporada, Rubinho conseguiu um ótimo segundo lugar em Mônaco. Em parceria com a Ford, em 1998 a equipe não foi tão competitiva, mas em 1999 Rubinho conquistou vários pódios e também foi neste ano que a Stewart venceu a primeira e única corrida em sua existência, no caótico GP da Europa, com Johnny Herbert em primeiro e Rubens Barrichello em terceiro.


Última vez de Jackie Stewart no alto do pódio. Foto: Getty Images
No fim do ano, Steward vendeu a equipe para a Ford, que a transformou na Jaguar. Stewart seguiu como comentarista e mais recentemente como embaixador da F1 e de marcas como a Rolex, Heineken, entre outras.

Ano passado, Stewart esteve aqui em Porto Alegre e participou do evento no Gasômetro que teve a Williams de Rubens Barrichello. Ovacionado pelos gaúchos, a campanha também repetia o "bordão": "Quando você dirige, nunca beba". RELEIA

E esse foi o texto sobre a lenda Jackie Stewart, agora com 80 anos. Vida longa a essa grande figura humana e do esporte a motor. Parabéns!

Até!


segunda-feira, 20 de junho de 2016

VOLTANDO A ESTACA ZERO

Foto: Reprodução
Baku reservou muitas expectativas para os fãs e a imprensa. Um circuito "de rua", com retas e curvas estreitas, tinha tudo para ter acidentes e emoção. Definitivamente, não foi o caso. A corrida foi uma bela porcaria: Chata, monótona e sem graça. Rosberg não tinha nada a ver com isso e venceu de ponta a ponta, liderando todas as 51 voltas, com direito a volta mais rápida e tudo. O fato de Hamilton ter batido no sábado e largado em décimo, sem ter condições de brigar pela vitória, contribuiu com essa chatice. Em um péssimo fim de semana, Lewis foi apenas o quinto e viu a desvantagem para Nico voltar a ser de 24 pontos.

O que chamou de todos após a corrida foi a questão do problema de perda de potência do W06 Hybrid. Como a regra da FIA proíbe o contato dos engenheiros com os pilotos, eles mesmos tiveram que solucionar a questão. O carro teve um problema com a configuração do sistema de recuperação de energia, que fazia o carro perder de três a quatro décimos de segundo por volta. Rosberg mexeu rapidamente e conseguiu resolver, ao contrário de Hamilton. O tricampeão precisou de 12 voltas para fazer o mesmo. Enquanto isso, discutia com os engenheiros no rádio e mostrou-se incomodado pela proibição da orientação sobre os procedimentos do carro. Não pega mal um grande talento como Hamilton não conseguir resolver os problemas de sua Mercedes, ainda mais quando Rosberg o faz com grande facilidade. Também não podemos exigir que pilotos sejam engenheiros para conseguir elucidar o complexo funcionamento das unidades de potência e outras funções. Será que Hamilton realmente precisa priorizar mais a fábrica e as funções do carro ao invés das noitadas e a agitada vida de pop star nos Estados Unidos?

Foto: AP
 O grande destaque do fim de semana foi Sérgio Pérez, outra vez. Um desempenho fantástico: Se não fosse a troca de câmbio ocasionada pelo acidente no TL3, teria largado em segundo. Tudo bem, ficou em sétimo. Mesmo assim, imprimiu um ritmo forte com a Force India (graças a característica do circuito) e foi escalando as posições, até ultrapassar Raikkonen na última volta para garantir o terceiro lugar. Tudo bem que Kimi já tinha uma punição de cinco segundos por cortar a linha do pit lane na reta e que o mexicano iria herdar aquela posição de qualquer forma, mas Pérez foi lá e passou, dando o recado: Passei na pista. Foi o seu sétimo pódio na carreira, o segundo em sete corridas na temporada, o quarto na Force India... Sou fã do Checo e afirmo: Seria justíssimo se a Ferrari ou uma equipe maior oferecesse um contrato para ele no ano que vem! Enquanto isso, Hulkenberg foi o nono e Vettel chegou tranquilo em segundo.

Foto: Reprodução
A Red Bull teve um desempenho bem discreto. Os taurinos encontraram problemas no desgaste dos pneus e tiveram que parar duas vezes. Ricciardo foi o sétimo e Verstappen o oitavo. Bottas, que não fez um bom qualyfing, se recuperou na corrida e foi o sexto, parando apenas uma vez. O contrário de Massa. Seu desempenho foi pífio. Mesmo largando em quinto e com as características da pista favoráveis ao FW38, o brasileiro sofreu com a (falta de) aquecimento dos pneus e conquistou um suado décimo lugar. "Uma corrida para esquecer", segundo o próprio. Certo. Foi sua pior corrida no ano.

O outro Felipe, pelo contrário, teve seu grande desempenho no ano. Mesmo assim, não foi o suficiente para pontuar pela Sauber: Foi o 12°. Foi combativo, brigou, ganhou posições, disputou roda com roda, fez o possível para ficar próximo do pelotão intermediário. Foi muito superior que Ericsson, o 17°. É importante mostrar serviço para tentar impressionar alguma equipe (leia-se Renault) para o ano que vem. Mesmo tirando tudo do carro suíço, continuou zerado na tabela de classificação. Triste.

Confira a classificação do Grande Prêmio da Europa:


A próxima etapa será o Grande Prêmio da Áustria, em Spielberg, nos dias 1, 2 e 3 de julho. Até!

sábado, 18 de junho de 2016

O MOTOR MERCEDES VAI DOMINAR?

Foto: Getty Images
O tão aguardado treino em Baku mostrou alguns aspectos interessantes. Naturalmente, é um circuito desafiador. Mais ainda quando ninguém conhece de forma concreta a pista, a não ser por simulador ou video game. Algumas previsões já podem ser feitas:

A Mercedes está sobrando, principalmente Hamilton. Ele foi o mais rápido nos dois treinos, metendo três e seis décimos em Rosberg. Importante salientar que o alemão abandonou o TL2 nos 20 minutos finais, com problemas no carro. Enfim, Lewis tem tudo para ser pole position amanhã, no treino classificatório.

Além das flechas de prata, o top 5 foi composto de carros com o motor Mercedes. Em um circuito com retas intermináveis, não é surpresa. No TL2, Pérez em 3°, Bottas em 4° e Hulkenberg o 5°. No TL1, Bottas foi o 3° e uma surpreendente McLaren de Fernando Alonso em 4° (Honda com bons indicadores no speed trap - será que aguentam a corrida inteira?) e Vettel em 5°. Ferrari e Red Bull não tiveram um bom dia de treinos, terminando aquém da onde normalmente ficam. Ricciardo foi o primeiro a bater no muro de Baku, no TL1, destruindo a suspensão e a roda traseira esquerda.

Foto: Reprodução
Outro piloto que teve um dia preocupante foi Felipe Massa. Enquanto Bottas andou muito bem, o brasileiro foi apenas o 16°, apresentando extrema dificuldade no aquecimento dos pneus. A Williams corre contra o tempo para solucionar o problema. A pista de Baku passou por alguns ajustou durante as sessões: Depois do primeiro treino livre, foi constatado que a maioria dos pneus (aliás, a Pirelli segue como fornecedora exclusiva da F1 até 2019) estavam danificados, com cortes no composto traseiro esquerdo. As zebras seriam as responsáveis pelos talhos na borracha. O problema foi causado por parafusos e rebites, usados para prender as zebras, que acabaram se soltando e ficando expostos. A pista passou por diversas inspeções e, por conta disso, o treino classificatório da GP2 foi adiado.

Foto: Reprodução
A Sauber de Nasr sempre nos surpreende. Quando acho que a situação não tem como piorar, é capaz de nos depararmos com algo pior. O brasileiro está usando o mesmo motor da Austrália (com quilometragem ultrapassada), o resultado foi a última posição. O novo pacote aerodinâmico talvez vá para a pista em Silverstone, no dia 10 de julho. Até lá, Nasr precisa se acostumar com um C35 inguiável. Também não há garantia nenhuma de que o tal pacote irá de fato ser útil a equipe. Só ver o exemplo do ano passado.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

GP DA EUROPA - Programação

 Grande Prêmio da Europa foi disputado pela primeira vez em 1983, no circuito de Brands Hatch (1983 e 1985). Também foi disputado em duas oportunidades em Jerez (1994 e 1997) e uma vez em Donington (1993).
A corrida é mais conhecida por ter sido sediada em Nurburgring em 12 edições (1984, 1995, 1996, 1999 até 2007) e posteriormente em Valencia (2008 até 2012).
Depois de três anos fora do calendário, o GP da Europa retorna em um novo palco: O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado terá 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Flávio Gomes/Grande Prêmio

ESTATÍSTICAS:
Último vencedor: Fernando Alonso (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1994, 1995, 2000, 2001, 2004 e 2006)

RICCIARDO RENOVA COM A RED BULL ATÉ 2018

Foto: CDN

A imprensa europeia noticiou na terça-feira (14) que o australiano renovou com a equipe taurina por mais duas temporadas, com aumento de salário. Ricciardo teria um reajuste e seu salário anual seria, a partir de agora, de 20 milhões de Euros. Um dos nomes mais cotados para ir a Ferrari, a Red Bull novamente se antecipou a concorrência e fechou a dupla de pilotos da equipe nas próximas temporadas, pois Max Verstappen também tem longo contrato.

Parece ser uma decisão acertada do menino sorriso. Como o novo regulamento entra em vigor no ano que vem, é sempre interessante estar debaixo das asas de Adrian Newey. A Red Bull também renovou com o contrato com a Renault para fornecimento de motores até 2018 (a partir do ano que vem, a Toro Rosso volta a utilizar a unidade de potência francesa), mas continuará utilizando o nome da TAG Heuer. Os austríacos vêm com tudo para retomar a hegemonia da F1 no futuro!

ÚLTIMA EDIÇÃO DO GP DO BRASIL?

Foto: Piervi Fonseca
2016 pode ser o último ano do Grande Prêmio do Brasil no calendário da F1, embora tenha contrato com a FIA até 2020. O motivo do impasse: A briga entre a FOM e a Rede Globo. Desde meados de 2014, a emissora carioca deixou de exibir os treinos classificatórios, passando apenas as corridas (mas não todas, como sabemos). Ecclestone estaria insatisfeito com a forma como a TV tem agido com a F1. A Globo alega que, em virtude do país não ter mais pilotos brigando por títulos e vitórias, o esporte perdeu atratividade e não gera mais audiência
.
O chefão disse, ainda no Canadá, que Interlagos não está garantido para o ano que vem. Outro entrave seria a crise econômica. Bernie não acredita que a Prefeitura de São Paulo tenha condições de cumprir as exigências do contrato que ficaram pendentes, como a recapeamento completo da pista. Essas cláusulas permitem o rompimento do contrato.

Em nota oficial, a Prefeitura de São Paulo respondeu que está "seguindo à risca o projeto de reforma do autódromo de Interlagos que, este ano, está em sua terceira fase. Para o GP desse Para o GP deste ano, a área de paddock será ampliada, melhorando ainda mais as condições de trabalho das equipes." A Organização ainda completou afirmando que não existe condição legal para que o contrato seja rompido e sugeriu que as pessoas ignorem as declarações do chefão da F1.


Realmente, não é a primeira vez (e nem será a última) que esses boatos circulam. Todo ano é a mesma ladainha. E, como quase sempre, não dá em nada. Espero que dessa vez também seja assim. Entretanto, não ter nenhum piloto e não ter a corrida na F1 seria, definitivamente, o fim da categoria em solo tupiniquim.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 116 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 107 pontos
3 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 78 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 72 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 69 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 50 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 44 pontos
8 - Felipe Massa (Williams) - 37 pontos
9 - Sérgio Pérez (Force India) - 24 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 22 pontos
11- Romain Grosjean (Haas) - 22 pontos
12- Nico Hulkenberg (Force India) - 18 pontos
13- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 18 pontos
14- Fernando Alonso (McLaren) - 18 pontos
15- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
16- Jenson Button (McLaren) - 5 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 223 pontos
2 - Ferrari - 147 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 130 pontos
4 - Williams Mercedes - 81 pontos
5 - Force India Mercedes - 42 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 32 pontos
7 - McLaren Honda - 24 pontos
8 - Haas Ferrari - 22 pontos
9 - Renault - 6 pontos

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

VÍDEOS E CURTINHAS #15

Foto: Divulgação
Pois bem...

Semana passada, tivemos a confirmação de que Grosjean irá mesmo para a Haas ser o primeiro piloto da equipe americana ano que vem. É grande também a especulação que ele ficará apenas essa temporada na Haas e que em 2017 substitua Kimi Raikkonen na Ferrari. Seu companheiro de equipe deve ser Esteban Gutiérrez, piloto reserva da Ferrari, que possui parceria técnica com Haas, praticamente uma equipe B dos italianos.

No lugar do francês, a Renault/Lotus cogita colocar Jolyeon Palmer, campeão da GP2 ano passado, como companheiro de equipe de Pastor Maldonado. Dupla insossa, não acham?

A Manor, surpreendendo a todos, anunciou que vai correr com o motor Mercedes ano que vem. Má notícia para a McLaren, que pode ser superada pelos nanicos e para a Red Bull, que estava negociando com os alemães (Nos próximos dias, abordarei mais essa questão). Com isso, crescem os rumores de que Pascal Wehrlein, piloto reserva da Mercedes, seja um dos pilotos da Manor ano que vem.

Foto: Divulgação

Por falar em McLaren, Jenson Button, o interminável. Mais um ano de contrato, confirmado por Ron Dennis. O campeão de 2009 estava dividido e até desmotivado com a péssima temporada do pessoal de Woking, mas seguirá como parceiro de Alonso para 2016, onde eles e os japoneses da Honda tentarão não repetir o fiasco dessa temporada. Quem diria, mas ainda veremos os "velhinhos" na próxima temporada - Alonso, Button, Massa e Kimi - Talvez metade desses se aposente ano que vem, hahaha

A Toro Rosso teria fechado acordo com a Ferrari para o ano que vem. Segundo o F1 Today.net, os Italianos disponibilizariam a versão 2015 da unidade de potência do cavalinho rampante para o pessoal de Frank Tost. Pode não ser grande coisa, mas certamente a equipe satélite da Red Bull andaria na frente de Lotus, Sauber, McLaren, Haas e Manor mesmo assim. Nada mal, pois eles têm apenas a responsabilidade de abastecer a mãe Red Bull com jovens talentos.

RELEMBRAR É VIVER: Há 41 anos, Emerson Fittipaldi era bicampeão do mundo em seu primeiro ano na McLaren. Foi o primeiro título de Woking nos pilotos e nos construtores. O título foi comemorado nos EUA, após Emmo contar com o abandono de seus rivais Clay Regazzoni, da Ferrari, e Jody Scheckter, da Tyrell. Confira a reportagem especial da Globo no ano passado, quando foi comemorado os 40 anos da conquista:


E há 30 anos, Nigel Mansell, então com 32, vencia pela primeira vez na carreira, no GP da Europa. Entretanto, corrida ficou marcada pelo pega entre Senna, na Lotus e Keke Rosberg, na Williams. O Finlandês vinha pressionando o brasileiro até que ia ultrapassá-lo, mas Senna fechou a porta e fez Keke rodar, fazendo com que Piquet, na Brabham, batesse na Williams que estava a sua frente, abandonando a prova. Irritado, Rosberg foi para os boxes e ficou 1 minuto atrás de Senna. Prestes a levar uma volta do brasileiro, ele simplesmente não deixou a Lotus passar, e Mansell aproveitou o embalo para ultrapassar Senna e disparar na frente. Não satisfeito, Keke prendeu Senna mais um tempinho, deixando caminho livre para Mansell finalmente brilhar na F1. Essa corrida também marcou o primeiro título de Alain Prost na carreira. Veja!