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segunda-feira, 3 de julho de 2023

NOVOS TEMPOS, NOVOS PARÂMETROS

 

Foto: Getty Images

É praticamente impossível comparar esporte tão longevo sob o mesmo critério. Os tempos mudam, as circunstâncias e contextos também, assim como a tecnologia.

Na F1, não dá para comparar os anos 1980 com os anos 1950 e 1960, assim como não são comparáveis os anos 1990 com os atuais. Tudo é subjetivo, a tecnologia muda, os regulamentos também, então depende muito do critério, de puxar a sardinha para cada brasa e também a dose de saudosismo. O meu tempo é sempre melhor que os dos outros, e por aí vai.

Os números absolutos também são relativos. Por exemplo, antigamente eram poucas corridas (quando o calendário teve 16, passou a ser muito!). Com um equilíbrio maior entre os carros e mais quebras em virtude do menor desenvolvimento tecnológico, era muito raro empilhar tantas vitórias no ano ou em campeonatos consecutivos.

As coisas começaram a mudar justamente no final dos anos 1980, quando as hegemonias começaram a ganhar força. Você sabe: McLaren Honda, depois a Williams, Ferrari de Schumacher, Red Bull de Vettel, Mercedes de Hamilton e agora a Red Bull de Verstappen.

Todo esse contexto explica porque, tão jovem, Verstappen já está entre os cinco maiores vencedores da história da categoria e provavelmente será top 3 em menos de um ano. Com 26 anos. Uma loucura. Os motivos, além do talento excepcional, são: precocidade (pilotos estreiam cada vez mais jovens; o próprio Max entrou na categoria sendo um menor de idade), maior tempo de hegemonia e mais corridas para ganhar numa mesma temporada quando tiver um carro dominante ou muito bom.

Os grandes da história se valeram de todos esses aspectos. Só ver a lista, os números e as hegemonias. A diferença é que uns tiveram mais tempo no topo do que outros.

Listas são relativas. Números são números. Eles não falam tudo. É por isso que existem as discussões sobre quem é o melhor piloto da história, se é Senna, Schumacher, Fangio, Clark, Hill ou Jackie Stewart. Como comparar eras diferentes? É possível?

A discussão não é essa, e sim que as pessoas não devem se impressionar ou achar um absurdo quando pilotos alcançam marcas tão impressionantes ainda tão jovens. É a F1. Os novos e atuais tempos. Um esporte cada vez mais precoce e para jovens. No entanto, engana-se que é qualquer um que pode acrescentar tais estatísticas. A lista mostra por si só. A história também.

Até!

terça-feira, 14 de março de 2023

2021, O DELÍRIO E A NOVA ERA

 

Foto: Getty Images

A temporada fantástica em termos de emoção, drama e polêmica, com contornos de filme hollywoodiano, fez com que a F1 estourasse fora da bolha em 2021. Ainda em um mundo no final da pandemia, a rivalidade entre o midiático Lewis Hamilton e o grande ídolo da bolha hardcore da F1, Max Verstappen, catapultou o sucesso da audiência da F1.

A série da Netflix e os movimentos da Liberty Media desde 2016 tiveram o grande ápice em dezembro de 2021. Ápice e decadência. A decisão do campeonato foi muito contestada, como vocês sabem. Basicamente, o então diretor de provas Michael Mais fez uma interpretação pessoal do regulamento e isso ajudou Max a ganhar o primeiro título. Mais do que isso, derrotar uma hegemonia.

Para quem não era muito afeito a categoria, poderia se pensar que a F1 deveria ser assim sempre. Emoção até a última volta da última corrida. Como vocês sabem, 2021 foi uma ilusão, um ponto fora da curva. A F1 é feita de hegemonias.

Pegando desde os anos 1980, tivemos os domínios absolutas da McLaren Honda, a Williams dos anos 1990, a Ferrari de Schumacher, a Red Bull de Vettel e a Mercedes de Hamilton. Se atentem a um detalhe.

Com os regulamentos e eras mudando esporadicamente, não é coincidência que tivemos três hegemonias consecutivas, praticamente. Schumacher, Vettel e Hamilton. Cinco, quatro e sete anos, respectivamente.

Carros dominantes sempre existiram em uma temporada, talvez duas ou três. Tivemos a Benetton de Schumacher, a McLaren do Hakkinen, a Renault de Alonso. O detalhe fundamental: naquela época, os testes eram livres e ilimitados. Equipes com estrutura podiam recuperar terreno no mesmo ano caso o início fosse complicado. Foi assim que a Ferrari garantiu o hexa para Schumacher em 2003, por exemplo.

A McLaren, na primeira corrida de 1998, deu volta em quase todo mundo. Se fosse com o regulamento atual, eles teriam vencido quase todas as corridas. No entanto, as equipes se desenvolveram e houve uma luta pelo campeonato, embora naquele ano Mika Hakkinen tenha garantido o primeiro título da carreira.

A troca de forças da F1 depende de novos regulamentos e desenvolvimentos de projetos a longo prazo. O primeiro caso é o famoso conto de fadas da Brawn. Uma leitura diferenciada do regulamento e a história foi feita.

Red Bull e Mercedes tiveram um carro bem nascido e, no caso dos alemães, uma grande vantagem inicial com o motor. Tanto é que a Williams, um dos piores carros do grid, passou a andar na frente justamente pela superioridade do motor alemão em relação aos demais.

Em regulamentos novos, é preciso tempo para que o equilíbrio seja alcançado. Vejam quanto tempo a Ferrari e a Honda demoraram para ser competitivas. A Renault ainda não chegou lá. 2021 foi o final de todo um processo.

Agora, com o novo regulamento iniciado no ano passado e que vai durar mais três ou quatro temporadas, a vantagem é da Red Bull. A Mercedes perde terreno ao fazer uma aposta equivocada. Sem testes ilimitados, vai demorar para que Ferrari, Mercedes ou qualquer outra cheguem no ápice do desenvolvimento. A Red Bull vai fazer isso primeiro. Talvez, no último ano do regulamento, possamos ter esse equilíbrio maior de forças.

Portanto, 2021 é uma ilusão. A F1 é feita de eras. A F1 moderna é construída por eras cada vez maiores. No momento, estamos no tempo de Max Verstappen e da Red Bull. Acostumem-se até, quem sabe, a chegada do novo regulamento.

Até!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

DIFERENTES RETORNOS

 

Foto: Getty Images

E volta o cão arrependido... um cargo de enfeite. O bom menino, agora homem, volta para casa. Daniel Ricciardo será o piloto reserva da Red Bull em 2023.

Pouco, muito pouco pela carreira e o que prometia o australiano, mas não pelas duas temporadas na McLaren. O que ser piloto reserva significa, na prática? Nada!

Mas, na Red Bull, a coisa pode ser diferente. Pérez está em guerra com Verstappen. Apesar do contrato ter sido renovado até 2024, ele é o lado mais fraco e pode ser tirado seja pelo relacionamento com a galinha dos ovos de ouro da Red Bull, seja também pelo desempenho muito inferior a Max. Isso, claro, é nesse momento uma mera hipótese de adivinhação.

Sejamos sinceros: a chance de Ricciardo retornar para a F1 é mínima. É um piloto muito caro, a não ser que aceite recomeçar em um projeto somente para pilotar e ganhar mais dinheiro. Muito difícil imaginar que o sorridente volte a almejar ser protagonista de alguma equipe de fábrica, só se surgir uma nova Brawn e um novo caso do difusor duplo.

Ricciardo seria segundão de Verstappen, caso o time queira se livrar de Pérez e não exista ninguém pronto na academia de pilotos para subir? Com certeza! Seria como ganhar na loteria, até porque não podemos esquecer do que Daniel já mostrou na equipe, quando venceu com facilidade o tetracampeão Vettel.

Claro, ele não estaria ali para fazer frente a Max, mas, num acerto do carro, poderia muito bem voltar aos velhos dias de quando alguns acharam que ele poderia ser um potencial candidato a título.

É o que dá para escrever no momento. Ao menos, Ricciardo vai rever os amigos, se divertir e entender como funciona uma estrutura que agora voltou a ser vencedora e hegemônica na F1.

Além de Ricciardo, outro titular que mudou de ares na categoria durante a Copa e esse início de férias foi Mick Schumacher. Após a oficialização do fim do vínculo do alemão com a Ferrari, uma velha conhecida da família surgiu interessada: agora, assim como o pai, Mick Schumacher é um piloto Mercedes.

Bem, por enquanto é apenas um reserva que a equipe estava precisando, pois perdeu De Vries para a Alpha Tauri e Vandoorne para ser reserva na Aston Martin. Se Mick seria chamado em uma eventual indisponibilidade de Russell ou Hamilton? Não sei, acho difícil. No entanto, assim como quase todas as notícias boas que envolvem o filho, o que vale é a nostalgia do sobrenome.

Ah, ainda acho que Mick merecia mais um ano como titular para tirar a prova definitiva, mas já escrevi sobre isso por aqui, vocês já sabem a minha opinião.

Até!


segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

ANÁLISE DA TEMPORADA 2022: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá, pessoal! Agora vem a parte final da análise da temporada 2022, com os pilotos da Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas.


Foto: Getty Images

Pierre Gasly – 6,5 = O grande fato do francês foi ter conseguido um up na carreira, indo para a Alpine. A Red Bull B é um tubo de ensaio. Não deu pra fazer nada marcante. Gasly apareceu mais nos noticiários do que propriamente na pista, e não é culpa do francês. É que realmente a Alpha Tauri não fez nada de minimamente notável para ser escrito aqui.

Yuki Tsunoda – 6,5 = A mesma coisa que Gasly. O japonês erra mais, é menos regular, é inferior a Gasly. Segunda temporada na F1 e vai ganhar a terceira porque a Red Bull não tem opções na base. O mais curioso é que, agora, Tsunoda vai ser o líder do time, teoricamente falando. Precisa mostrar mais, mesmo que o carro não permita grandes holofotes. Regularidade é o caminho.


Foto: Getty Images

Sebastian Vettel – 7,0 = A temporada de despedida do tetracampeão começou difícil. Ausente por covid, demorou a se adaptar ao carro ruim da Aston Martin. Com o tempo, o carro melhorou timidamente e Vettel conseguiu tirar um pouco mais do carro. Agora ex-piloto, não há muito mais o que dizer sobre Seb por aqui, ainda mais numa análise “técnica” diante desse contexto.

Lance Stroll – 6,5 = A mesma coisa de Vettel. Melhorou no fim, ainda se envolve em acidentes e vai ter outro campeão do mundo como parceiro de time. Em tese, corre sempre leve, porque é o filho do dono. Não há muito o que escrever sobre, também. Mantenho a mesma opinião dos anos anteriores.


Foto: Motorsport Images

Nicholas Latifi – 5,5 = O dinheiro não é mais útil e foi uma chicane ambulante. O pior piloto do grid, ainda assim teve dois destaques: Inglaterra e a corrida onde pontuou. Mesmo assim, conseguiu o feito constrangedor de ser o último do time a chegar nos pontos. Latifi cumpriu “bem” o papel dele e agora não serve mais para a F1. Que seja feliz em outro lugar.

Alexander Albon – 7,0 = Carregou o time, mesmo com um ano de ferrugem na categoria. Estratégias diferentes e bom ritmo. O carro é ruim e o companheiro não é um bom parâmetro, então o tailandês nascido e criado na Inglaterra se saiu muito bem, até fora desse universo. Ele e a Williams podem melhorar para que consigam pontuar mais vezes e sair do fim do grid.

Foto: Getty Images

Valtteri Bottas – 7,5 = Começou muito bem o ano, somando todos os pontos possíveis para a surpreendente Alfa Romeo. O desempenho caiu e o finlandês enfrentou muitos problemas, mas acabou mostrando toda a excelência de ter sido piloto de alto nível por tantos anos na Mercedes. Bottas vai ser fundamental nessa transição da Alfa Romeo/Sauber/Audi. Ele precisa se mostrar apto para ser uma peça chave no longo-prazo.

Guanyu Zhou – 6,5 = Ano de estreia é sempre difícil, ainda mais em um novo regulamento. Se não foram muitos pontos em comparação a Bottas, o chinês não comprometeu. Faltou ritmo ali e aqui, normal para quem é novo e inexperiente, mas teve uma certa regularidade. Precisa mostrar mais na segunda temporada. A pressão na F1 é brutal e a dose de paciência e encorajamento que teve agora certamente vai diminuir com o passar do tempo. Hora da afirmação.

Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5 = Alguns pontos, muitas batidas e muita irregularidade. Já escrevi sobre Mick por aqui, mas a chegada de Magnussen mudou o parâmetro de avaliação, onde o alemão não se mostrou pronto até aqui. Poderia até ter um último ano definitivo, mas a equipe não entendeu assim e, convenhamos, Mick não se ajudou.

Kevin Magnussen – 7,0 = Um retorno inesperado e um desempenho inesperado. Na fogueira, praticamente sem tempo para se readaptar, o dinamarquês foi na prática o líder do time. Fez o que Mick deveria ter feito. Somou a grande maioria dos pontos em uma equipe que começou surpreendentemente na zona de pontuação e depois fez o que pode quando a queda óbvia se concretizou. Cheio de dinheiro e de moral, principalmente após Interlagos, Magnussen retoma o status de líder da equipe de Gene Haas em um espaço cascudo, experiente. Vai ser fundamental para dar o próximo passo do time administrado por Gunther Steiner.

Gostou? Concorda? Discorda? Faça a sua análise também!

Até mais!




terça-feira, 22 de novembro de 2022

A ESPADA

 

Foto: Getty Images

O sobrenome, a influência, o dinheiro. Por incrível que pareça, existem malefícios e grandes responsabilidades quando alguém com essas características se aventura em qualquer área.

Não é uma romantização de nada, até porque chegar lá já é extremamente difícil. Muitos certamente não mereciam uma chance se não tivessem essa série de vantagens, mas que culpa eles têm? São raros os casos onde a competência caminha lado a lado.

Um exemplo na F1 são os Hill e os Rosberg. É evidente que os filhos tiveram um pouco mais de facilidade para chegar na categoria, mesmo Damon, que estreou na F1 com mais de trinta. A partir de uma série de obstáculos que são pulados, o resto depende do dito talento de quem foi alçado a aquela posição.

Tem aqueles que são melhores que o sobrenome. Ele ajuda? Claro, mas o tempo mostra que o talento é muito maior. Max Verstappen é o grande expoente disso. Não precisa escrever mais nada.

Do outro lado, temos Mick Betsch. Sobrenome da mãe para não atrair burburinho. Só depois Schumacher. Títulos na F4 e na F2, com arrancada sensacional, e Mick parou na F1 e na Ferrari. Conquistou com mérito? Sim. Teve vantagens financeiras e de influência pelo sobrenome? Também.

A Haas. O primeiro ano não era para mostrar muito. O combo era cruel: novato e carro péssimo. Mick fez o básico: atropelou o fraco Mazepin. A expectativa para o segundo ano seria um salto de qualidade, uma progressão.

Vem a guerra e Mazepin sai de cena. Volta o experiente Magnussen. Evolução na dificuldade. O dinamarquês, mesmo um ano enferrujado, é páreo duro. Mick precisa dar uma resposta melhor. E ela não veio. Magnussen o bateu com facilidade, seja em pontos, regularidade e menos prejuízos a um time frágil financeiramente.

Mick bateu muito. Pressionado pelo companheiro e por nunca pontuar? Talvez. Pressionado pelo sobrenome? Sim. Usufruiu de tudo na carreira também graças ao sobrenome? Também.

Gunther teria mais paciência com Mick se ele não fosse Schumacher? Não sei. Mick chegaria na Haas se não fosse pela Ferrari e pelo sobrenome? Não sei, talvez não.

O que quero escrever é Mick deveu nessa segunda temporada. O desempenho de Magnussen o deixou exposto, isso é inegável. No entanto, duas temporadas não são o suficientes para fazer um julgamento definitivo do piloto. Tsunoda, outro novato, também enfrenta dificuldades. Zhou, estreante, idem. É normal.

As questões são urgentes. A Haas precisa de dinheiro e segurança. Mick não oferece, hoje, essas situações. Mesmo com o sobrenome ou apesar dele, o caminho foi o rompimento. Honestamente falando, acredito que o alemão mereceria uma terceira temporada na equipe americana. A definitiva. Sem desculpas.

Vandoorne merecia ficar na F1. Wehrlein merecia ficar na F1. Nasr não merecia sair da categoria daquele jeito. Entendem? Citei outros tantos talentosos e que não têm o peso de Schumacher e a vida continuou. A do alemão também vai. Ele é jovem e não me surpreenderia se retornasse ao grid. Vai que tenha mais equipes ou alguma oportunidade de ocasião...

O que quero escrever é o seguinte: o sobrenome também é uma forma de viver e morrer pela espada na F1. Em um dia você se aproveita, no outro é “vítima” do próprio entorno que você não escolheu ter, mas certamente não quis abrir mão para continuar crescendo na carreira.

Até!

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

INTERLAGOS É DEMAIS

 

Foto: Getty Images

Não leve a mal. Confesso que não estou (ou estava) tão empolgado para a corrida desse final de semana, mesmo no Brasil, mesmo em Interlagos.

Estou com outras prioridades e trabalhos, a temporada está em ritmo de férias... não sentia a mesma vibração de sempre.

Bem, isso se dissipou quando comecei a assistir o treino livre. Muito equilíbrio e alguns testes para o treino classificatório de sexta.

Cara, estou de saco cheio dessas corridas classificatórias. É antinatural. Ninguém se arrisca pensando no domingo. O pior é que inventaram de dobrar o número para o ano que vem. Quem realmente acha legal isso?

E o Brasil foi escolhido pelo segundo ano consecutivo. A questão é que Interlagos tem uma aura que transforma tudo em coisa legal, que dá certo, dando um toque épico a qualquer situação.

Por exemplo, esse fim de temporada chato e sem graça. Interlagos simplesmente se recusa a ser chata e sem graça. Deve ser a energia caótica desse país, que dá brankito todos os dias e impede o marasmo e a normalidade que uma sociedade dita evoluída supostamente tem.

Eis que a chuva chega no autódromo logo depois do treino livre, que teve Pérez como o mais rápido. A partir daí, só reproduzo o que vi e ouvi depois. Diante de outros trabalhos, não consegui acompanhar o treino classificatório. O que mais aconteceria nesse fim de temporada tão sem graça?

É Interlagos, Leonardo. Pelo que li, a chuva e o tempo instável tornaram a sessão totalmente instável e aberta. A pista foi secando e os pilotos batalhando a cada segundo pela melhor situação da pista, que mudava a cada momento. No Q1, saíram Latifi, Zhou, Bottas, Tsunoda e Mick Schumacher. Atenção.

No Q2, ficaram de fora Albon, Gasly, Vettel, Riccardo e Stroll. Com a pista secando, ainda havia dúvida entre o pneu seco e o intermediário. O céu de São Paulo, aquela altura, já estava escuro.

Leclerc foi o único a ir de intermediários, o que foi um engano. Com o pneu macio, Magnussen aproveitou a pista e surpreendentemente fez a volta mais rápida. Vale frisar que o time americano foi competitivo no TL1.

Muita calma. Faltava muito tempo e a tendência natural era os tempos caírem, porque não existia mais chuva. Bom, Russell acabou errando e causou uma bandeira vermelha. A tensão estava no ar. Aquele cheiro de surpresa paulistana, da chuva vindo da represa e do caos ressignificando tudo deu o ar da graça.

Quando tudo parecia que seria resolvido da forma padrão, a chuva forte volta e nada mais poderia ser feito. Tudo bem, é um treino para a corrida classificatória, mas precisamos considerar que Kevin Magnussen e a Haas conquistaram a primeira pole position de suas carreiras.

Uma festa ensandecida nos boxes de Kevin e o carismático Gunther Steiner, o chefão. Diante de tanto caos desde a criação do time de Gene, finalmente uma recompensa. A Haas tem um quê de simpática pelo Drive To Survive, mas vejam como a vida é maluca. Até meados de fevereiro, Magnussen estava na Nascar, continuando a carreira nos EUA depois do fim da F1.

Até que Vladimir Putin resolve mudar a história, não só do Inter, mas também da própria. A guerra e as sanções permitiram ao time falido se livrar do psicopata Mazepin. Quem seria o ficha 1? Pietro Fittipaldi? Não, Kevin Magnussen, que conhece todos os atalhos do time que havia ficado só uma temporada ausente. Um retorno triunfal à la Felipe Massa.

E a pole do consistente Kevin chegou. Não é qualquer um que é alçado pela McLaren até a F1, fazendo o único pódio da carreira justamente na corrida de estreia e sem estar no pódio (Kevin herdou o terceiro lugar após a desclassificação de Ricciardo). Passou pela Renault e fez um trabalho honesto na primeira passagem. Nem todo mundo precisa ser um prodígio para merecer um lugar ao sol.

Escrevi, há anos, que Magnussen tinha virado um journeyman, à cata de aventuras, solitário e um tanto quanto diferente do novo padrão da categoria. Ele precisava de uma grande história para contar aos netos e ser lembrado pelos fãs mais hardcores. O momento chegou e justamente em Interlagos, a terra prometida que transformou Nico Hulkenberg (futuro companheiro de equipe) em prodígio, José Carlos Pace em nome de autódromo, Fisichella e a última alegria de Eddie Jordan e onde Lewis Hamilton virou, de fato, brasileiro.

Provavelmente Magnussen será esquecido no final de semana porque a tendência é perder as posições. Max é o favorito a vitória, larga em segundo. Podemos ter uma dobradinha brasileira, mas Hamilton larga um pouco mais atrás. Russell parece mais credenciado, assim como Leclerc. Bom, isso não é o mais importante.

Magnussen tem a própria história e o momento brilhante. Tem que aproveitá-lo porque, como Eminem bem sabe, eles valem ouro. Precisariam ser congelados, mas isso ainda não é possível.

Por falar em oportunidade, a contrastante situação de Mick Schumacher, que larga em último. Constrangedor para o filho do Michael, que vê a aventura da F1 terminando logo na segunda temporada. Uma pena, mas vocês sabem que sou suspeito para escrever sobre o Schumaquinho.

É lá que eu estou paz. Magnussen entra para o hall dos momentos marcantes, inesperados e contagiantes da F1. O sábado e o domingo nem precisariam existir, mas quem sabe Interlagos, a terra prometida, não presenteia outro felizardo improvável nesse final de semana? Não me leve a mal.

Confira o grid de largada da corrida classificatória do GP de São Paulo:


Até!

terça-feira, 4 de outubro de 2022

A QUESTÃO HAAS

 

Foto: MotorSport Images

Sem dúvida, o caso dos americanos é o mais intrigante entre as vagas disponíveis para 2023. Nunca é demais lembrar que o ano começou com Mazepin, mas graças a guerra foi possível se livrar dele e trazer Magnussen com um bom dinheiro. O time de Gene Haas caiu para cima.

Mazepin era tão fraco que serviu apenas para valorizar as ações de Mick Schumacher, como se o problema fosse apenas o carro muito deficitário. A chegada do experiente dinamarquês expôs as fragilidades do filho de Michael.

Logo no retorno, Magnussen fez bons pontos, enquanto Mick sofria com problemas de desempenho e acidentes. Uma pressão natural, por ser quem ele é, e também por estar perdendo para alguém que chegou na equipe às pressas, por mais que já conhecesse o ambiente.

A notícia da provável descontinuidade de Mick no programa da academia de pilotos da Ferrari é, na verdade, o que pode ser o grande divisor de águas na carreira do alemão e na trajetória da Haas. Supostamente livre no mercado, mas sem o apoio dos italianos, Mick teria o final da temporada para tentar impressionar as equipes disponíveis, que no caso são Alpine e Williams e talvez a Alpha Tauri, se Gasly for para Alpine. Duas opções, portanto.

A Ferrari, como contrapartida a parceria técnica que tem com a Haas, ela pode usar da influência para colocar algum de seus pilotos de academia por lá. Sem Mick, dizem que o candidato natural seria Antonio Giovinazzi, hoje reserva da Ferrari. Um nome experiente.

A grande questão é: o que Gene Haas quer? Qual o objetivo? Magnussen é o cara da liderança do time e trouxe um belo acordo financeiro nesse retorno às pressas. O problema financeiro da equipe é notório, não a toa se abraçaram no Mazepin. Há algum outro piloto rico no mercado disposto a parar na Haas?

Se a resposta for não, a Ferrari tem carta branca. Aliás, os italianos podem ter a voz ativa simplesmente na base da chantagem: ou colocamos o que queremos, ou a parceria técnica acaba. Aí a Ferrari escolhe Giovinazzi, por exemplo.

É fato que o italiano sucumbiu nos anos que teve na Alfa Romeo, mas ainda tenho certa simpatia pelo o que ele fez na F2 em 2016, sendo vice-campeão sem patrocínio algum e numa equipe fundo de quintal. O problema é que isso foi há quase sete anos e devemos olhar para frente.

Magnussen e Giovinazzi, considerando essa a escolha óbvia, seria uma dupla bem equivalente. Nada demais, mas equivalente. Dois jovens que outrora já foram promessas e hoje são apenas coadjuvantes, o que não é nenhum demérito. Nem todo mundo é Verstappen ou Hamilton.

O que chama a atenção é que a Haas aparentemente não tem nenhuma ideia de qual caminho seguir. Magnussen está ali por um acaso, graças a Putin.

E se não tiver guerra ou algum conflito na Dinamarca em 2023? Ou alguma questão diplomática com a Itália neofascista? Qual o projeto da Haas na F1? Sobreviver? Pagar as contas? Seduzir a Porsche e tentar recuperar o prejuízo ao focar somente nos EUA, como sempre foi? Muitas dúvidas e divagações.

A Haas é um grande mistério.

Até!

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

MUITAS HIPÓTESES

 

Foto: MotorSport

Com a temporada cada vez mais desinteressante pela falta de concorrência a Max Verstappen, é inegável que os principais assuntos nos próximos meses sejam o mercado de transferências sobre as vagas restantes no grid para 2023.

A aposentadoria de Vettel desencadeou um verdadeiro efeito dominó na situação. É claro que já sabemos de Alonso na Aston Martin e a confirmação de Piastri na McLaren. O resto, aos poucos, começa a tentar se definir. Vou tentar ir por partes.

Começando pela Alpine, é claro. O candidato é Pierre Gasly. O próprio Helmut Marko afirma que a saída dele, de contrato com os taurinos até 2023, depende de uma indenização financeira. É a única exigência para a equipe francesa ter dois compatriotas no time.

Se a Alpine tirar um piloto da Alpha Tauri, quem seria o substituto? Bom, para começar, podem ser dois: Tsunoda ainda não está oficialmente garantido para o ano que vem. O desempenho irregular, atrelado a falta de paciência tradicional dos taurinos com os jovens pilotos, é sempre um motivo para dispensa.

O que pode salvar o japonês é o fato da academia da Red Bull não ter um nome pronto para subir. Vips foi desligado, Daruvala, Hauger e Lawson não empolgam. Como Pérez já foi contratado em virtude disso, não seria surpresa pensar fora da caixinha?

Helmut Marko admitiu, após a corrida na Holanda, que há um acordo com o americano Colton Herta. Faltam duas condições: a ida de Gasly para a Alpine e a FIA liberar a superlicença para o piloto da Indy, que não tem os pontos necessários para isso.

Considerando que a categoria e a Liberty estão desesperadas por um piloto americano para alavancar o engajamento, assim como dar maior visibilidade para Alpha Tauri (empresa de moda), não seria difícil que isso acontecesse. Afinal, Herta tem 34 dos 40 pontos necessários.

Se Tsunoda não ficar, quem poderia ser um candidato? Sim, ele mesmo: Felipe Drugovich. Segundo a imprensa, o brasileiro foi visto conversando com Marko no motorhome no último final de semana. Com o cartaz de provável campeão da F2, Drugo precisa ter o alinhamento das estrelas para poder brilhar (saída de Gasly, não renovação com Tsunoda, negativa para Herta).

Enfim, este é um assunto que pretendo abordar no texto de amanhã. Continuarei lá.

A Haas também tem dúvidas. Dizem que Mick Schumacher vai deixar a academia da Ferrari no final do ano, o que torna a permanência do alemão um ponto de interrogação. Com a parceria técnica dos americanos com os italianos, geralmente uma das vagas pode ter influência da Ferrari, assim como foi Mick na própria equipe e anteriormente Gutierrez e Giovinazzi, este na Alfa Romeo.

Aliás, o italiano é apontado como um candidato em potencial justamente por esse motivo. Sem o apadrinhamento da Ferrari, apenas o sobrenome pode não ser o suficiente para manter Mick, que também já foi ligado a especulações a Alpine e a própria Alpha Tauri (lembram quando Marko elogiou o alemão lá no início do ano?)

Na futura ex-Alfa Romeo, Zhou tem apelo até de Bottas para a permanência. É um ano de adaptação e o chinês não se envolve em acidentes. Precisaria de mais tempo e paciência para se desenvolver, além do fato de levar muito dinheiro para os suíços. No caso da Alfa Romeo, uma das alternativas poderia ser o reserva Theo Pourchaire, membro da academia. No entanto, o francês ainda é muito jovem e poderia esperar mais. Outro ano maturando na F2 é um caminho mais adequado.

A própria Williams tem incertezas. Latifi fica? Só pelo dinheiro. A recuperação financeira do time é suficiente para dispensá-lo? Não sabemos. Interessados não faltariam, mesmo sendo a pior equipe do grid. A prioridade, claro, é alguém com dinheiro, mas já vimos que alguns acordos podem ser costurados. Albon, da Red Bull, foi parar lá, mesmo com a Williams sendo parceira de motores da Mercedes.

Aliás, e se a Alpha Tauri resolver chamar Albon (que tem contrato) de volta, caso não tenha alternativas? Ela já fez isso algumas vezes com Kvyat... e é uma solução que faz sentido, pois o tailandês nascido e criado na Inglaterra está tirando leite de pedra. E se a Williams precisa, então, de mais de uma vaga? Candidatos não faltariam, de todos os nichos.

Dúvidas e questões que devem ser resolvidas até o final do ano, no mais tardar ano que vem. Afinal, quanto mais cedo esses acertos, melhor para o desenvolvimento do carro de acordo com a característica dos pilotos.

Esse mercado tem tudo para ser mais emocionante que o atual Mundial de F1. Fofoca sempre rende, não é mesmo?

Até!


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA 2022: Parte 2

 Olá, amigos e amigas! Vem aí a parte final da análise parcial da temporada 2022, agora com Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas:

Foto: Autosport

Pierre Gasly = 6,5 – O carro derrubou Gasly. Também não há grande motivação. No limbo, o francês cumpre tabela. O desempenho não é o mesmo dos últimos anos. São poucos pontos e muitos problemas e falta de ritmo. Também não penso ser apenas coincidência esse marasmo diante da falta de perspectiva na carreira no médio prazo. Pierre é um grande ponto de interrogação.

Yuki Tsunoda = 6,5 – O japonês comete alguns erros, bate, roda, mas está mais competitivo e adaptado a categoria. O desempenho melhorou e chegou a superar Gasly. Só está atrás nos pontos por problemas no carro. Por isso é necessário ter calma com os jovens. Sem os inúmeros testes como antigamente, demora para haver uma evolução notável. Leva tempo. O japonês está em bom caminho, beneficiado pelo fato da Red Bull hoje não ter nenhum prodígio viável para acelerar o processo de uns e queimar outros. Sorte para Yuki, que assim pode se desenvolver no tempo possível diante da fogueira que é a Alpha Tauri/Toro Rosso.


Foto: Getty Images

Sebastian Vettel = 6,5 – A tour de despedida começou com um forte sinal. Batidas na Austrália e ausências nas primeiras etapas por Covid. Já parecia, desde o início, que Vettel se despedia, o que foi confirmado depois. Não tem muito o que escrever. Não é mais aquele mesmo piloto, mas, mesmo assim, faz o possível em um carro que não é bom. Que tenha um final de carreira compatível com as conquistas que teve.

Lance Stroll = 6,0 – Está lá pelo pai. É o que sempre escrevo. Com o carro ruim, fica até difícil falar algo. Sem muitas condições de brilhar, conquista poucos pontos e ainda assim é superado por um futuro aposentado, embora tetracampeão. Stroll cumpre um papel, um sacrifício para a continuidade de uma equipe e dos investimentos do pai, Tio Patinhas.


Foto: Motorsport

Nicholas Latifi = 5,0 – Outro que está de contagem regressiva na F1. Evoluiu ano passado, involuiu nesse ano, com o novo regulamento. Uma chicane ambulante e sem velocidade. Pela experiência que tem, não deveria ser batido tão facilmente por Albon, mas aí lembrei que é um pagante gente boa. Com a Williams mais estruturada, o dinheiro do canadense não faz tanta diferença, então é desfrutar das corridas que restam na categoria e não dar muito prejuízo para o time com batidas.

Alexander Albon = 7,0 – No retorno para a categoria, faz o que pode com a Williams. Aliás, pontuar com esse carro já é um grande feito. Albon tem consistência e briga com o que pode. A Red Bull tentou queimar a reputação do rapaz, mas o tailandês nascido e criado na Inglaterra é um bom valor. Nem oito e nem oitenta. Na Williams, vai ser o líder e, se tiver oportunidade, certamente vai conquistar alguns pontinhos épicos.


Foto: Getty Images

Valtteri Bottas = 7,5 – Começou muito bem na nova equipe, marcando pontos e levando o lastro e a experiência de tantos anos numa estrutura ambiciosa e vencedora. No entanto, está sendo vítima dos problemas da Alfa Romeo nas últimas etapas, marcando menos pontos e abandonando mais. No limbo, Bottas é líder de um projeto que precisa de tempo para dar certo. Ainda assim, a ex-Sauber está um nível acima do ano passado, o que é um sinal positivo para continuar avançando.

Guanyu Zhou = 6,5 – Estrear no ano que muda o regulamento é um desafio duplo. Com a má vontade de quem apenas vê em Zhou um chinês com dinheiro, o viável está fazendo um bom trabalho diante de todo o contexto. Se adaptando e enfrentando muitos problemas, teve poucas boas atuações, mas marcou pontos logo na estreia. Assim como Tsunoda, a tendência é que cresça com o passar do tempo na categoria. Os caminhos são favoráveis: dinheiro e talento existem. Assim, Zhou pode continuar a caminhada sem maiores percalços.


Foto: Getty Images

Mick Schumacher = 6,5 – Um início de ano que certamente destruiria reputações de quem não tem Schumacher no sobrenome. A benção e a maldição disfarçada. Mick bateu muito e foi facilmente vencido por Magnussen, que chegou no time às pressas. No primeiro desafio mais competitivo na F1, está sucumbindo. É preocupante. No entanto, com duas corridas nos pontos e a habitual ascensão demorada, Mick pode deslanchar de agora em diante, com menos pressão. Ainda assim, está devendo, por ser um Schumacher e alguém promissor, mas ainda dá tempo de terminar o ano com mais impressões positivas que negativas.

Kevin Magnussen = 7,5 – Retornando de paraquedas numa equipe à deriva, Kevin conseguiu ser um protagonista que nem antes havia conseguido. Quase todos os pontos foram feitos por ele enquanto as rivais patinavam e a Haas surpreendentemente ocupava as primeiras posições. Com a falta de dinheiro do time e os rivais crescendo com as atualizações, os pontos ficaram mais raros. Mick cresceu, mas Kevin ainda é mais regular. Um retorno para F1 acima das expectativas. De mero tapa buraco de luxo, Kevin pode voltar a ser o manda-chuva da Haas, o que seria uma reviravolta aleatória demais para a carreira.

Essa foi a análise parcial da temporada. Concorda? Discorda? Agora, toda a ansiedade e expectativa para o retorno das últimas etapas do ano!

Até mais!


domingo, 10 de julho de 2022

TRÊS EM UM

 

Foto: Getty Images

O que mudou entre a corrida classificatória e a corrida de hoje? No sábado, tudo parecia encaminhado para mais uma vitória de Max Verstappen na casa da Red Bull. Por ser uma corrida curta e com poucos atrativos, onde há muito a perder, os pilotos não forçam o equipamento. É o antigo warm-up com grife.

O que vimos hoje em Spielberg rende vários capítulos, que vou abordar também no texto de amanhã. Que a Ferrari é um carro mais veloz em volta rápida, não há dúvidas. No entanto, nesse final de semana, foi justamente o contrário: a Ferrari capitalizou no trunfo da Red Bull, o ritmo de corrida.

Era dois contra um porque Pérez forçou uma ultrapassagem na primeira volta, foi tocado por Russell ficou fora da disputa. Max estava contra dois rivais da mesma equipe, lembrando os tempos antes de ser campeão do mundo. Rapidamente, a Ferrari encostou e não teve dificuldades para ultrapassá-lo. Além do ritmo, os pneus da Ferrari estavam durando mais. Uma novidade.

A Red Bull resolveu fazer duas paradas. A Ferrari poderia ter feito uma só ou dividido as táticas entre os dois pilotos, mas a situação estava tão confortável que os italianos ganharam dos taurinos na tática deles. Leclerc ultrapassou Max três vezes para garantir a vitória. A Ferrari tinha a faca e o queijo na mão para uma dobradinha na casa dos rivais.

Quando Sainz se aproximava de ultrapassar Max, o motor explodiu. Quando não é a Ferrari, é a confiabilidade. O mais absurdo foi a demora dos fiscais em prestar o apoio para o espanhol, que teve que sair do carro em meio as chamas. Poderia ter acontecido algo mais grave, mas ainda bem que foi um susto da adrenalina. Um pequeno golpe nas pretensões ferraristas.

Pois o acelerador de Leclerc, momentos depois, começou a ter problemas. Coincidência. A Ferrari, com uma dobradinha encaminhada e sem maiores sustos, podia perder a corrida pela confiabilidade. Max, sem ritmo, cresceu e venceria se tivesse mais algumas voltas. Como o "se" não existe, Charles Leclerc foi o primeiro a receber a bandeira quadriculada pela terceira vez no ano. Foi o primeiro triunfo do monegasco sem largar da pole position.

Max Verstappen pode estar com a famosa "sorte de (bi) campeão"? Tanto em Silvestone quanto hoje, era para o holandês ter muito mais prejuízos na tabela do que realmente teve, mantendo a vantagem de 38 pontos para o novo vice-líder do campeonato, Leclerc.

A Red Bull não sabe porque teve o rendimento tão ruim hoje, no palco onde dominou os últimos anos mesmo sem ter o melhor carro. A ascensão da Ferrari foi circunstancial ou as atualizações da equipe surtiram efeito? Estariam os italianos forçando o motor para acompanhar a Red Bull e isso ter sido a causa do abandono de Sainz? Perguntas que vou tentar responder num texto apropriado, mas deixo a reflexão para vocês.

Hamilton voltou a ter sorte. Graças a Sainz fora e Russell punido e fazendo corrida de recuperação, o Sir teve o terceiro pódio seguido no ano, o quarto na temporada. A Mercedes ficou bem para trás no ritmo de corrida. Depende muito do encaixe do circuito, mas as coisas estão melhorando. Aos poucos, o bicho-papão está voltando... o consistente Russell, mesmo com todos os percalços, conseguiu o quarto lugar. A Mercedes não é a carroça que falam. Pouco a pouco, eles vão voltar a ter chances claras de vencer, a questão é quando.

A Alpine tem em Ocon a constância de Russell na Mercedes. Ele não aparece muito, mas sempre soma os pontos necessários. Sorte esta que falta para Alonso. Não largou na corrida classificatória e precisou lutar muito na corrida, inclusive quase foi jogado para fora da pista por Tsunoda e retrucou com um mítico sinal negativo com a mão esquerda, enquanto fazia a ultrapassagem. Com o Safety Car Virtual, a equipe ainda se atrapalhou na troca dos pneus, mas ainda assim a Fênix consegue um ponto sensacional para quem largou em último. Que a Alpine nem ouse pensar em não renovar o contrato de Don Alonso.

A Haas cresceu nesse final de semana e finalmente teve dois pilotos. Se foi apenas confiança eu não sei, mas Mick Schumacher começou a embalar nos mesmos moldes da F4 e da F2, onde disparou para os títulos. Brigando com Hamilton, agressivo e ultrapassando, Mick alcança o sexto lugar e o melhor resultado da carreira. Definitivamente a confiança está ali e certamente a desconfiança em relação ao futuro diminuiu bastante. Magnussen também ficou nos pontos e a consistência dos dois é fundamental para o futuro financeiro da equipe, abalado sem Mazepin.

A McLaren teve um treino muito ruim mas evoluiu na corrida, tanto é que os dois carros ficaram no top 10, com Norris a frente de Ricciardo, como sempre. A equipe regrediu em relação ao ano passado, mas o que Lando faz fora dos holofotes é notável. Com certeza merece um equipamento melhor.

Do meio para trás, a briga encarniçada de sempre. Albon lutou muito mas não conseguiu os pontos. Gasly envolvido em mais um acidente. Não está no nível do ano passado, embora a Alpha Tauri também esteja abaixo. Aston Martin e Alfa Romeo insuficientes.

O final de semana de Charles Leclerc teve três grandes fatos: as ultrapassagens em Max, o fim do jejum de vitórias (a primeira sem ser a pole) e diminui a diferença para Max Verstappen, Resta a Ferrari não continuar atrapalhando o caminho do monegasco que, com um pouco de sorte, talvez tenhamos uma disputa mais aberta e franca pelo título.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

APERTADO

 

Foto: Adam Pretty/Getty Images via F1

A rápida e cheia de limites de pista Spielberg é uma pista muito dinâmica. A mais curta do calendário, não permite erros para as voltas rápidas, embora permita muitas disputas na pista. É um dos melhores circuitos da temporada, sem dúvidas. 

O que fica ainda melhor se considerarmos que teremos duas corridas, uma mais curta. Hoje, foi definido o grid da corrida classificatória de amanhã. Muito equilíbrio, mas prevaleceu o histórico positivo da Red Bull em casa nos últimos anos. No detalhe e apertado, Max Verstappen sai na frente, mas a disputa está acirrada.

A Ferrari está ali e no detalhe não levou novamente. A Mercedes definitivamente voltou, em termos de ritmo. No entanto, Hamilton e Russell bateram no Q3 e podem ter prejuízos. Ainda assim, George é o quarto. Hamilton não deve ter problemas para escalar o grid, basta escapar da primeira curva.

A sorte da concorrência é que Sérgio Pérez não foi bem no Q2. Não conseguiu encaixar uma volta rápida sem respeitar os limites da pista, mas incrivelmente só foi punido horas depois do treino. Pior para Gasly, que não teve a chance de disputar o Q3. Pior para Max também, que vai estar sozinho na disputa contra as Ferrari amanhã. Se for inteligente, é melhor administrar a vantagem e não correr riscos. Pérez precisa se aproximar dos líderes para fazer uma boa corrida no domingo, que é o que vale.

Na intermediária do grid, a Haas está muito bem, com os dois carros entre os 10. Alonso está sempre brigando, assim como Ocon. Albon fez um bom treino e quase foi para o Q3. Quem parece sem rumo, ao menos em voltas rápidas, é a Aston Martin, o carro mais lento do grid. A McLaren teve problemas e também larga no fim do grid. Surpresa por Norris, nem tanto para Ricciardo.

No curto, rápido e disputado circuito administrado pela Red Bull, qualquer detalhe faz a diferença. Com a Mercedes voltando, a tendência é que seja um final de semana formidável na Áustria.

Confira o grid de largada da corrida classificatória:


Até!

quinta-feira, 7 de julho de 2022

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebeu duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:06.200 (Red Bull, 2021)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Alain Prost (1983, 1985 e 1986) e Max Verstappen (2018, 2019 e 2021) - 3x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 181 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 147 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 138 pontos

4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 127 pontos

5 - George Russell (Mercedes) - 111 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 93 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 58 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 38 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 28 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 16 pontos

13- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 15 pontos

14- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos

15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

17- Mick Schumacher (Haas) - 4 pontos

18- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

19- Lance Stroll (Aston Martin) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 328 pontos

2 - Ferrari - 265 pontos

3 - Mercedes - 204 pontos

4 - McLaren Mercedes - 73 pontos

5 - Alpine Renault - 67 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos

8 - Haas Ferrari - 20 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 18 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


PROVÁVEL CONTINUIDADE

Foto: Divulgação/Alfa Romeo

Antes mesmo do grande susto sofrido com o forte acidente na largada do GP da Inglaterra, Guanyu Zhou já era muito bem quisto internamente pela Alfa Romeo. Os elogios a performance, maturidade e evolução do jovem também podem significar a manutenção do chinês no time para 2023.

Apesar do anúncio da contratação de Zhou falar em "acordo plurianual", além do dinheiro chinês investido, a Alfa Romeo tem planos de, em breve, colocar Theo Pourchaire, hoje vice-líder da F2, no time. Ao que parece, esse é um plano que deve ser adiado.

Beat Zehnder, diretor esportivo da Alfa Romeo, elogiou Zhou:

“Normalmente, com novatos, você sempre tem que contar com uma ou duas batidas. Mas Zhou praticamente não comete erros. As experiências nos dizem que deve haver uma colisão em algum ponto no futuro, mas isso também faz parte do processo de aprendizagem. Ele é, definitivamente, um dos melhores novatos que já tivemos em nosso time”, disse.

Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, o chefão Vasseur já considera a permanência de Zhou.

Confesso que a notícia de Pourchaire me surpreende. O piloto francês é muito jovem e promissor e já é protagonista na F2, mas ainda não via um caminho sólido para a F1. Zhou já mostrou credenciais na F2 e precisa de tempo. É um bom piloto, apesar dos preconceitos e má vontade por ser asiático. Tem uma margem de crescimento muito grande, ainda mais num carro onde Bottas parece extrair o máximo possível, o que é uma bênção e uma maldição: mostra que o carro é bom, mas ter um companheiro de equipe desse quilate certamente também é uma pressão a mais para Zhou. Tomara que continue.

SEM PRESSÃO

Foto: Divulgação/Haas

Após muitos erros e acidentes, finalmente Mick Schumacher marcou os primeiros pontos na F1. A cobrança por resultados era notória e a desconfiança sobre o futuro do alemão ainda é grande, sobretudo com Magnussen dominando o filho do heptacampeão mesmo retornando para a F1 de última hora.

Se o chefão Gunther Steiner está contente com a performance do alemão na última semana, agora ele tem outra preocupação: que a pressão de ter pontuado pela primeira vez se transforme em uma cobrança para Mick pontuar constantemente, mesmo que não tenha carro para isso.

“É um respiro, já que não parecia que conseguiríamos depois da classificação, mas hoje, o carro estava rápido. Também foi muito bom para Mick. Quase não acreditamos no que aconteceu, então é algo muito bom para todos. E para Mick, pelo menos parte da pressão sai e o deixa em paz para pilotar.

É uma questão de confiança. Mas temos de ter cuidado para que a pressão não aumente de novo, com as pessoas dizendo ‘você agora tem de pontuar todas as vezes’, e depois, passando uma ou duas corridas sem pontos, repetindo ‘oh, ele está indo mal'.

Ele precisa ficar calmo. Mas eu disse a ele: ‘Apenas mantenha a calma, vai acontecer. Fique calmo, continue e ignore o mundo lá fora'”, disse.

Carregar o sobrenome Schumacher já é pressão o suficiente, mas acredito que agora Mick vai poder se acalmar e não tentar andar mais que o carro. Claro que o desempenho ainda é deficitário em 2022, mas Silverstone pode simbolizar um novo momento. Com calma, maturidade e quem sabe uma Haas mais competitiva em relação ao grid, agora Mick não tem nada a perder. Mantendo a consistência, o resto é consequência.

TRANSMISSÃO:
08/07 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
08/07 - Classificação: 12h (Band Sports)
09/07 - Treino Livre 2: 7h30 (Band Sports)
09/07 - Corrida Classificatória: 11h (Band e Band Sports)
10/07 - Corrida: 10h (Band)



domingo, 3 de julho de 2022

MAIS SORTE QUE JUÍZO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

A corrida de hoje em Silverstone mostrou que nem sempre quem vence faz uma boa corrida ou apenas o suficiente para ganhar. Claro, é óbvio que fez o suficiente se recebeu a bandeirada primeiro, mas isso também está ligado a outras circunstâncias que só o contexto faz questão de lembrar. Para os livros de história, não, até porque ela é contada pelos vencedores.

Talvez isso soe chato ou ranzinza, mas tudo bem. O importante é que finalmente Carlos Sainz venceu a primeira na carreira, justamente no final de semana onde fez também a primeira pole. Depois de bater na trave com a McLaren e em algumas etapas desse ano, o espanhol fez o hino do país voltar a tocar na F1 depois de nove anos, novamente com a Ferrari, onde Alonso triunfou pela última vez. Finalmente Sainz entregou o resultado que se esperava, embora as circunstâncias tenham sido bem distintas.

Começando pela largada e o forte acidente que interrompeu a corrida em uma hora. Gasly foi prensado por Russell, tocou no inglês, que tocou no carro de Zhou que capotou, quicou na brita passou por cima da proteção de pneus. Se não fosse a grade, acertaria o público e poderíamos ter uma tragédia.

Claro que foi assustador, mas não achei que haveria algum perigo. O Halo pode ter feito (ou fez) sua parte, mas capotamento é algo que sempre existiu na F1 e nem sempre dá para colocar tudo na conta desse artefato. Do contrário, muita gente teria morrido nos anos 1990 e 2000. O santantônio sim é uma invenção mais importante, mas esse assunto de segurança é cansativo e já escrevi sobre, então deixa pra lá.

O acidente que poderia ter sido mais grave foi o do Albon. Com o incidente acontecendo na curva, todo mundo freou. Vettel bateu em Albon, que bateu no guard rail e foi para o meio da pista, batendo e sido batido de frente, em T. A sorte é que os carros haviam diminuído a velocidade, mas se fosse igual na F2, em 2019... Por sorte e pela tecnologia, Albon e Zhou estão bem e devem participar da corrida da semana que vem.

Com a largada anulada, que tinha Verstappen na frente e Hamilton em terceiro, veio aí a primeira sorte de Sainz. Com a segunda largada, foi agressivo e cresceu para cima de Max, fechando-o. Foi o único mérito do espanhol hoje. Pérez foi tocado por Leclerc enquanto tentava se aproveitar da briga na frente e teve o bico danificado, precisando parar e ir para o fim do pelotão. 

Como sempre, o ritmo da Red Bull era superior e Sainz sentiu a pressão. Errou sozinho e facilitou o trabalho de Max, que parecia caminhar para mais uma vitória no ano. No entanto, passou por uma zebra e danificou o carro e furou um dos pneus. Desde então, não teve mais ritmo e praticamente se arrastou na pista, nos padrões Red Bull, claro. Sem os taurinos na briga, isso era uma ótima notícia para o campeonato.

A Ferrari tinha a faca e o queijo na mão para finalmente fazer outra dobradinha e recolocar Charles Leclerc de volta a briga pelo campeonato. No entanto, a Ferrari resolveu não ser totalmente Ferrari. A bagunça e a burrice estiveram lá, mas em nenhum momento eles intercederam a favor de quem briga pelo título. Leclerc, também com o carro danificado, ainda assim era mais rápido que Sainz. Enquanto isso, Hamilton chegava de mansinho e sonhava com uma vitória apoteótica em casa outra vez. A Mercedes tem ritmo com os pneus usados e é o grande trunfo da segunda metade do campeonato. A vitória dos alemães está mais próxima do que imaginávamos.

Quando a Ferrari finalmente se livrou de Sainz e priorizou Leclerc, Hamilton tinha uma boa situação na corrida, mas a Mercedes também não ajudou. Foi muito conservadora na troca de pneus. Os duros não tiravam tanta diferença, apesar de Hamilton ter uma óbvia vantagem para as últimas vantagens. Tudo parecia dar certo em linhas tortas, até que um problema no carro de Ocon, sobrevivente da primeira largada, mudou a corrida.

O Safety Car trouxe Pérez de volta para a briga e poderia prejudicar ainda mais Max, que era o nono e estava brigando com a Haas pelos pontos. Faltando poucas voltas, o gabarito era colocar os pneus macios e virar sprint race. Loucura total. Mas a Ferrari, ah a Ferrari... o principal piloto do time permaneceu na pista com os pneus duros. Por quê? A McLaren de Norris demorou a parar e Vettel e Magnussen também não trocaram pneus. Os dois últimos foram presas fáceis.

Leclerc foi presa, mas deu trabalho. Mostrou talento e jogou duro até com Sainz, que se aproveitou e se livrou na ponta, ainda que com dificuldades. Com os pneus novos, Pérez foi espetacular na briga com Hamilton e passou os dois. No entanto, o tempo que perdeu na disputa o tirou da briga pela vitória. Leclerc também, graças a burrice da Ferrari, perdeu o lugar no pódio para Hamilton, que teve o terceiro no ano e o décimo terceiro em Silverstone, sendo dez seguidos. Foi feito para Silverstone. 

De novo, Sainz teve mais sorte que juízo. Parecia que a Ferrari queria dar a ele a primeira vitória de uma vez, independente do contexto, para não desmotivá-lo. Apenas não entendi acabarem com Leclerc. Com Max lá atrás, era a chance de encostar no campeonato, e a oportunidade foi desperdiçada de novo. Ainda no fim, Max brigou com unhas e dentes pelo sétimo lugar e finalmente Mick Schumacher marcou os primeiros pontos da carreira. Emocionalmente na questão da nostalgia. Tomara que isso dê a confiança necessária para o alemão continuar trabalhando na Haas, onde a batata dele já estava começando a queimar.

Don Alonso, sem problemas, consegue um grande quinto lugar. Se tivesse mais carro e/ou potência, poderia ter se beneficiado da briga que acompanhou na parte final da prova. Norris andou em quarto a corrida toda mas um erro da McLaren o fez perder duas posições, ainda assim está bem. E Daniel Ricciardo? Mesmo numa corrida maluca, conseguiu ser o 13° de 14 carros que completaram a prova. Infelizmente, parece não ter mais solução. É constrangedor.

Vettel consegue mais dois pontos para a Aston Martin e Magnussen fechou o top 10. Cruel para Latifi, que teve um final de semana mágico para seus padrões e ainda assim não pontuou. Fui inventar de elogiar Tsunoda e ele acabou com a corrida dele e de Gasly. Certamente deve ter aquela conversa bacana e instrutiva com Helmut Marko...

O que nós queríamos, de certa forma, aconteceu: mais emoção e imprevisibilidade. Com Max fora do caminho, era a chance da Ferrari voltar a briga pelo título com Leclerc. O que vimos, no entanto, não deixou de ser imprevisível: os italianos priorizaram o segundo piloto que, com mais sorte que juízo, venceu a primeira na carreira. Que isso também sirva para dar mais confiança ao pressionado espanhol, mas é uma sacanagem tremenda com Leclerc, que luta sozinho contra três equipes, aparentemente.

Confira a classificação final do GP da Inglaterra:


Até!

quinta-feira, 9 de junho de 2022

GP DO AZERBAIJÃO: Programação

 O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, recebe a F1 desde 2016. Nesse ano, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão. O circuito retorna ao calendário depois de estar ausente em 2020 em virtude do coronavírus.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado tem 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:43.009 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:40.495 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)

Maior vencedor: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Sérgio Pérez - 1x (2017), (2018), (2019) e (2021)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 125 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 110 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 84 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 50 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 48 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 40 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Fernando Alonso (Alpine) - 10 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

15- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 5 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 235 pontos

2 - Ferrari - 199 pontos

3 - Mercedes - 134 pontos

4 - McLaren Mercedes - 59 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 41 pontos

6 - Alpine Renault - 40 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Ferrari - 7 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


UM TEMPO PARA MICK

Foto: Haas F1 Team

Com dois acidentes fortes na temporada e uma batida em Miami que o impediu de pontuar pela primeira vez na carreira, a situação de Mick Schumacher na Haas em 2022 é desconfortável. Se em 2021 não houve muitos problemas para superar Mazepin, a chegada do experiente Magnussen pressiona o alemão, principalmente agora que a equipe americana está no bolo dos pontos. Dizem que a Haas está começando a perder a paciência com o alemão...

O apoio público, no entanto, veio de outra equipe: a Alpha Tauri, através do chefe de equipe Franz Tost.
“Vocês não deveriam descartar Mick tão rápido. Eu continuo acreditando nele. Você não pode esquecer que Mick venceu a Fórmula 3 e a Fórmula 2, isso não acontece simplesmente por acidente.

Talvez, Mick só precise de um pouco mais de tempo. Ele deveria receber isso. É apenas sua segunda temporada na Fórmula 1 e nós temos carros completamente novos, que são difíceis de pilotar”, disse para a F1 Insider.

Outro apoio público veio do compatriota Norbert Haug, ex-vice-presidente de automobilismo da Mercedes e que trabalhou com Michael, o pai de Mick Schumacher.

“Ele simplesmente tenta extrair tudo do carro. Se você virar alguns centímetros antes, pode ter consequências desastrosas. No entanto, a equipe deve continuar o apoiando agora. Se ele conseguir desatar o nó em seu sistema, vai conseguir marcar pontos”, afirmou.

O apoio público de outras partes é importante, mas a Haas está ficando impaciente. Magnussen chegou há pouco tempo e elevou o sarrafo. Mick ainda não saiu do zero. Talvez, como Russell, as coisas começem a deslanchar quando marcar o primeiro ponto. Para isso, no entanto, é preciso ser mais consistente e menos propenso a acidentes. 

Como Tost pontuou, Mick venceu a F4 e a F2. Não dá para descartá-lo, mas o filho de Michael precisa se ajudar. Talvez a Ferrari não consiga segurar essa vaga se o panorama não mudar no curto-prazo.

LONGE DO FIM

Foto: Getty Images

Heptacampeão mundial, maior número de poles e de vitórias. Um currículo desses já fala por si. Quando alguém alcança isso, onde é possível ir além? Buscando o octa tirado na última volta em Abu Dhabi, Hamilton encontra-se pela primeira vez em dificuldades na Mercedes. Com a idade avançada, o desgaste com a FIA e as conquistas que têm, muita gente aponta que o britânico pode estar se despedindo da F1.

Não é o caso. Hamilton rechaçou os boatos e reafirmou que a motivação é a mesma de quando estreou, em 2007. O contrato com a Mercedes vai até 2023.

“Vamos pegar esta temporada. Provavelmente, não vou ganhar o título, mas sinto o mesmo prazer em correr de quando comecei. Por que eu deveria parar? Talvez um dia eu não aguente mais a pressão, estarei cansado, mas esse dia ainda não chegou”, disse.

E o Sir foi além: a motivação para voltar ao protagonismo continua em alta com os parceiros da Mercedes, que lhe deram seis títulos:

“Claro que acredito [que posso voltar a brigar pelo título]. Estou com esses caras [Mercedes] há 10 anos. Eu sei como eles funcionam e o tipo de cultura que nós temos: ganhamos e perdemos juntos. Eles estão muito motivados. Eles dão suas almas para tentar nos levar de volta ao topo”, falou para o jornal italiano Corriere della Sera.

Hamilton 2022 é um Schumacher 2005. De tanto tentarem, finalmente conseguiram tirar o britânico do protagonismo. Com um companheiro de equipe muito bom, o desafio interno é enorme. O ego do esportista sempre fica ferido. Ninguém ganha sete títulos e mais de 100 vitórias e poles sendo desmotivado. Hamilton, com certeza, vai voltar mais forte do que nunca, se a Mercedes acertar a mão no W14.

TRANSMISSÃO:
10/06 - Treino Livre 1: 8h (Band Sports)
10/06 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
11/06 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
11/06 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
12/06 - Corrida: 8h (Band)

quinta-feira, 5 de maio de 2022

GP DE MIAMI: Programação

O Grande Prêmio de Miami acontece pela primeira vez na história, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 86 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 59 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 54 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 49 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 38 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos

7 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 28 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 24 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 20 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto

17- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 124 pontos

2 - Red Bull RBPT - 113 pontos

3 - Mercedes - 77 pontos

4 - McLaren Mercedes - 46 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 25 pontos

6 - Alpine Renault - 22 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos

10- Williams Mercedes - 1 ponto


APOSENTADORIA? SÓ O TEMPO DIRÁ

Foto: Aston Martin

Aos 34 anos e com contrato encerrando no final da temporada, é normal que comecem a levantar dúvidas, suspeitas e desinformações sobre o futuro de Sebastian Vettel na Fórmula 1.

Ausente das duas primeiras etapas em virtude da Covid, Vettel estreou muito mal na Austrália, onde bateu várias vezes. No entanto, conseguiu um ótimo oitavo lugar em Ímola, conquistando os primeiros pontos da Aston Martin no ano.

Mesmo com estrutura e investimento, a Aston Martin está aquém do que deveria, e isso certamente pode pesar na decisão de Seb, que aparentemente ainda não definiu o futuro. Tudo depende de como vai estar o carro:

“Acho que é uma daquelas grandes decisões, mas a equipe está crescendo. Há coisas que parecem ser bem promissoras. A resposta é: o tempo dirá. Vou avaliar alguns pontos importantes, para ver o quão promissor será o futuro e em quanto tempo isso acontecerá. Não estou tão velho, acho que tenho ainda muitos anos pela frente, então isso não é problema.

O objetivo final é esse: vencer e lutar por pódios e vitórias, e estamos longe disso atualmente. Mas, como eu disse, há muito trabalho [em andamento], então também é muito animador saber onde estamos agora, dar esses pequenos passos e definir o caminho para o futuro."

Acostumado a vencer e brigar por títulos, vitórias e poles, Vettel vive uma nova realidade na Aston Martin: do meio para trás do grid, sendo um mero coadjuvante. O alemão admitiu que é necessário uma motivação diferente para seguir adiante e recomeçar nas ambições para voltar ao topo:

“Com toda a honestidade, eu tive uns 15 anos incríveis, venci campeonatos e muitas corridas, lutei por pole-positions, consegui muitos pódios e, obviamente, o sabor era ótimo. Não é segredo que, quando não se está nessas condições, o gosto é diferente. Mas sim, estou disposto a experimentar isso novamente. Essa é a natureza do esporte”, concluiu.

Mesmo que Vettel esteja longe do auge, ele é um tetracampeão. Assim como Raikkonen, ele que precisa escolher quando e onde parar. Dinheiro e glória não são problemas para Seb, obviamente, então a questão motivacional e o projeto apresentado pela Aston Martin, onde também é acionista, vão fazer a diferença. 

Na verdade, o futuro de Vettel está nas mãos de Lawrence Stroll e a capacidade dele fazer a equipe evoluir rapidamente. Do contrário, Vettel pode fazer o que quiser sem problemas, desde a aposentadoria e curtir a vida com a família ou então andar no meio do grid.

UM NOVO MUNDO

Foto: Getty Images

No fim do grid e com Mazepin de companheiro, a tarefa de Mick Schumacher era tranquila: chegar na frente do russo porque não havia mais o que fazer.

No entanto, com o novo regulamento, a Haas deu um salto no grid, brigando por pontos e se embolando com as equipes. Mazepin saiu graças a guerra e o experiente Kevin Magnussen voltou. A barra está mais alta. Magnussen, mesmo chegando de última hora, tem sido o responsável pelos pontos do time até aqui.

Mick, por sua vez, continua zerado e abaixo do dinamarquês. Para Gunther Steiner, há uma explicação: Mick não está acostumado a brigar por posições na F1 e isso está fazendo a diferença nas corridas.

“Ele tem que aprender a pilotar na frente. É mais apertado no meio do grid. Eu disse a ele que quanto mais alto você sobe, mais rarefeito fica o ar. É algo novo para ele usar o carro para uma manobra de ultrapassagem. Na temporada passada, sempre estávamos atrás e ele raramente conseguia fazer isso. Ele quer melhorar e é por isso que investe tanto tempo”.

Em Ímola, Mick tentou passar Alonso na primeira curva, bateu no espanhol, rodou e comprometeu a corrida. A barra subiu e o alemão não está bem. Magnussen chegou de última hora. É claro que é um novo regulamento, mas a verdade é que Schumaquinho poderia entregar um desempenho melhor. 

A pressão pelo sobrenome sempre vai existir e, no passado, Schummi sempre evoluiu, mesmo não sendo brilhante. É preciso sair desse desconforto para mostrar que é de fato um bom piloto. Acredito em Schumaquinho nesse novo universo, onde é capaz de brigar por posições e por pontos na F1.

TRANSMISSÃO:
06/05 - Treino Livre 1: 15h30 (Band Sports)
06/05 - Treino Livre 2: 18h30 (Band Sports)
07/05 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
07/05 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
08/05 - Corrida: 16h30 (Band)



quinta-feira, 24 de março de 2022

GP DA ARÁBIA SAUDITA: Programação

 O Grande Prêmio da Arábia Saudita aconteceu pela primeira vez na história em 2021, em um circuito de rua da capital Jidá, com 27 curvas e 6.175 km de extensão, o segundo maior da temporada.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.511 (Mercedes, 2021)

Volta Mais Rápida: Lewis Hamilton - 1:30.734 (Mercedes, 2021)

Último Vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior Vencedor: Lewis Hamilton (2021) - 1x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 26 pontos

2 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 18 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 15 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 12 pontos

5 - Kevin Magnussen (Haas) - 10 pontos

6 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 8 pontos

7 - Esteban Ocon (Alpine) - 6 pontos

8 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 4 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

10- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 44 pontos

2 - Mercedes - 27 pontos

3 - Haas Ferrari - 10 pontos

4 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

5 - Alpine Renault - 8 pontos

6 - Alpha Tauri RBPT - 4 pontos


FALTA POUCO

Foto: Getty Images

Além do início dos sonhos no GP do Bahrein, a Ferrari já trabalha para o futuro. A renovação com Carlos Sainz, cujo vínculo se encerra no final da temporada, está encaminhada, quase pronta. Só falta colocar no papel.

Foi isso o que falou tanto o piloto quanto o chefe, Mattia Binotto.

“Acho que estamos próximos. Muito perto. Muito, muito perto. Extremamente perto. Quase lá”, afirmou Sainz em entrevista coletiva depois da corrida.

“Acho que encontramos um acordo. É apenas uma questão de colocar no papel”, disse Binotto.

É um grande acerto. A dupla da Ferrari, embora não tenha grife, se completa. Dois pilotos talentosos e Sainz é um acumulador de pontos, regular. Vai ser fundamental na campanha dos construtores e já deixou evidente: se Leclerc bobear, o espanhol vai estar lá, pronto para aproveitar a oportunidade.

PROBLEMA NÃO É O MOTOR

Foto: Getty Images


A abertura da temporada mostra que, nesse momento, a Mercedes não está no topo da cadeia alimentar da F1. Um dos motivos, segundo os especialistas, pode ser o fato do motor alemão ser menos potente que os da Ferrari e da Red Bull. Há uma outra corrente que afirma que o mais provável é o problema de arrasto e o fato de o W13 quicar muito na pista.

A primeira hipóetese é negada pela equipe, embora Williams, Aston Martin e McLaren (todas usando o motor alemão) tenham ficado no fim do grid e reclamado publicamente durante a semana. Para Toto Wolff, a segunda hipótese pode ser a mais precisa.

“Precisamos analisar os níveis de arrasto primeiro, antes de fazermos um julgamento sobre estarmos ou não estarmos devendo potência. Acho que não existe uma grande diferença entre as unidades de potência”, disse Wolff.

Em Jidá, onde as retas são maiores, provavelmente deverão ser um problema maior para os alemães e seus clientes. Ainda é cedo e não há tempo para grandes ajustes. Só o futuro pode dizer se é problema de motor, arrasto ou ambos. Cedo ou tarde veremos quem é o profeta.

TRANSMISSÃO:
25/03 - Treino Livre 1: 11h (Band Sports)
25/03 - Treino Livre 2: 14h (Band Sports)
26/03 - Treino Livre 3: 11h (Band Sports)
26/03 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
27/03 - Corrida: 14h (Band)