terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

INCERTEZA

 

Foto: Alpha Tauri

Pré-temporada e a semana que marca o início da temporada também é um período aberto a especulações e informações, desde se Stroll vai participar da estreia pela Aston Martin até uma informação que ganhou força nos últimos dias.

A Alpha Tauri (nome da marca de roupas da Red Bull), antiga Toro Rosso e de propriedade dos taurinos desde 2006, quando compraram a Minardi, pode estar com os dias contados.

A informação é do Auto Motor und Sport. Enquanto a equipe mãe foi bicampeã com Max Verstappen e voltou a conquistar os construtores depois de nove anos, a prima pobre foi a penúltima colocada no Mundial de Construtores.

Depois que Dietrich Mateschitz morreu, em outubro, a Red Bull passa por uma ampla reestruturação. Atualmente, a companhia é administrada por um conselho formado por Franz Watzlawick [CEO do Negócio de Bebidas], Alexander Kirchmayr [CFO] e Oliver Mintzlaff [CEO de Projetos Corporativos e Investimentos].

Segundo Mintzlaff, os gastos da Alpha Tauri estão ficando insustentáveis e algumas alternativas foram debatidas. Além disso, algumas filiais das lojas de moda estão prestes a fechar.

A primeira possibilidade é fazer com que a Alpha Tauri se mude definitivamente para a Inglaterra e fique mais integrada a Red Bull. Atualmente, a fábrica fica em Faenza, Itália (antiga sede da Minardi) e o setor de aerodinâmica em Bicester, Inglaterra. Assim, os custos seriam reduzidos em médio e longo prazo. A outra alternativa é radical: vender a equipe.

Segundo a revista alemã, existem duas interessadas: a Andretti, como sempre, babando para chegar na F1, mas a publicação aponta o favoritismo para a Hitech, muito tradicional nas categorias de base e que tem parceria com a Red Bull na F2 e na F3, colocando os pilotos da academia de pilotos dos taurinos por lá.

A questão é: a Red Bull sempre teve como premissa revelar pilotos para a equipe mãe. A não ser que exista negociações e acordos, esse clima de incerteza, em tese, pode acabar com o principal papel da escuderia na F1 até então.

A não ser que, pós-Mateschitz, a empresa passe por um novo posicionamento estratégico, o que obviamente afetaria a F1, a começar pelo fim da equipe B. O fato é que há tempos a Red Bull rompeu com o preconceito de ser uma “fábrica de energéticos” e é considerada uma montadora, ao menos na categoria.

Esta é uma decisão que muda não só a própria empresa, mas também pode impactar a F1. Imagina a Andretti pegando uma estrutura dessas praticamente pronta? E a Hitech, com excelência na base, pode continuar usufruindo da experiência e expertise da Red Bull para as estruturas de equipe e pilotos?

Enfim, ainda é tudo muito prematuro e especulativo, mas o próprio Helmut Marko falou que tudo depende dos acionistas, além do próprio desempenho da Alpha Tauri, é claro.

Seria esse um fator de pressão para essa temporada? Com Tsunoda e De Vries, dois pilotos verdes na categoria, esse não é um cenário que se apresenta muito favorável para superar e se desenvolver.

Até!


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

GUIA TEMPORADA 2023: Parte 1

 

Foto: Getty Images

A F1 2023 está chegando! E com ela, os tradicionais posts de apresentação das equipes, pilotos e o que espero deles na temporada! Nesta primeira parte, vou analisar Red Bull, Ferrari, Mercedes, Alpine e McLaren:

ORACLE RED BULL RACING

Foto: Reprodução/Red Bull

Pilotos: Max Verstappen (#1) e Sérgio Pérez (#11)

Chefe de Equipe: Christian Horner

Títulos de Pilotos: 6 (2010, 2011, 2012, 2013, 2021 e 2022)

Títulos de Construtores: 5 (2010, 2011, 2012, 2013 e 2022)

Vitórias: 92

Pódios: 234

Pole Positions: 81

Voltas Mais Rápidas: 84

Max busca o tricampeonato e a Red Bull o hexa de construtores, o segundo consecutivo. Com a relação abalada com Pérez, a prioridade não muda muito: a equipe é do holandês. Com Adrian Newey e a expertise de uma equipe experiente e vencedora, os taurinos desejam se manter no topo. A questão é se o relacionamento, agora conturbado dos pilotos, pode atrapalhar em algo. Vettel e Webber não eram melhores amigos, mas agora os tempos são outros: a Mercedes quer buscar o tempo perdido e a Ferrari tenta surpreender.

SCUDERIA FERRARI

Foto: Reprodução/Ferrari

Pilotos: Charles Leclerc (#16) e Carlos Sainz Jr (#55)

Chefe de Equipe: Frederic Vasseur

Títulos de Pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2003, 2004 e 2007)

Títulos de Construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1976, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)

Vitórias: 241

Pódios: 793

Pole Positions: 242

Voltas Mais Rápidas: 258

O início bom virou nada, como sempre. Ao menos o início foi bom, mas não é o bastante para a Ferrari sair da fila. A equipe e os pilotos precisam errar menos, além de definir prioridades internas. Com Frederic Vasseur como novo chefe, os italianos tentam azeitar as estruturas para serem competitivos o ano todo, sem perdas de desempenho e erros técnicos e individuais. É difícil esperar algo dos italianos nesse sentido, mas uma hora até relógio parado acerta. Seria essa vez, depois de 16 anos?

MERCEDES-AMG PETRONAS F1 TEAM


Foto: Reprodução/Mercedes

Pilotos: George Russell (#63) e Lewis Hamilton (#44)

Chefe de Equipe: Toto Wolff

Títulos de Pilotos: 9 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020)

Títulos de Construtores: 8 (2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021)

Vitórias: 125

Pódios: 281

Pole Positions: 136

Voltas Mais Rápidas: 100

A Mercedes quer recuperar o ano perdido. Estranhamente ausente da disputa em 2022, quando errou no carro, os alemães querem o trono de volta. Com Russell mais adaptado e a melhor dupla do grid, os dois pilotos estão famintos. Hamilton, zerado pela primeira vez na carreira, tenta não desperdiçar o que pode ser uma das últimas temporadas na carreira. Se derem um carro para os dois, aí vai ser difícil segurar tanto talento e regularidade em uma temporada tão longa.

BWT ALPINE F1 TEAM


Foto: Reprodução/Alpine

Pilotos: Esteban Ocon (#31) e Pierre Gasly (#10)

Chefe de Equipe: Otmar Szafnauer

Vitórias: 1

Pódios: 2

Uma equipe 100% francesa e mais jovem: sai Alonso, entra Gasly, antigo desafeto de Ocon na base. Pode ser uma dupla explosiva, mas agora Esteban virou o líder de fato do time, que se fincou como a quarta ou a “melhor do resto”. Com a estrutura que tem, o objetivo é se aproximar do trio e beliscar mais pódios ou vitórias, agora que tecnicamente a Renault seja a Alpine. E sem desavenças entre os pilotos igual no ano passado, é claro.

McLAREN F1 TEAM


Foto: Reprodução/McLaren

Pilotos: Lando Norris (#4) e Oscar Piastri (#81)

Chefe de Equipe: Andrea Stella

Títulos de Pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)

Títulos de Construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)

Depois de muitas polêmicas extrapista, Oscar Piastri chega para substituir o compatriota Daniel Ricciardo. Um ano parado e o prodígio campeão da F3 e F2 enfrenta Lando Norris, evoluindo cada vez mais e tornando-se uma realidade, um líder de fato do time. A McLaren deu alguns passos para trás em 2022, mas graças a Lando, ainda assim permaneceu no pelotão de cima, digamos. Com o promissor e pressionado Piastri prometendo ajudar mais nos pontos, é inegável que se o carro melhorar, essa dupla pode dar muito trabalho na temporada. Veremos.

Essa foi a parte 2. Em breve volto com a parte final da análise da temporada! Até!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

MAIS UM PASSO NA JORNADA

 

Foto: Aston Martin

Quem poderia imaginar, durante a pandemia (que por si só já era inimaginável), que Alonso retornaria a categoria e ainda teria uma transferência para a Aston Martin, que ainda não existia na época? E mais: quem poderia imaginar que o brasileiro então desconhecido Felipe Drugovich, que estreava na F2, conquistaria o título e teria oportunidade de correr numa montadora gigante ao lado do espanhol numa pré-temporada?

Pois bem, o destino está aí: Felipe Drugovich, recém contratado pela equipe, vai participar dos três dias de pré-temporada, que começa daqui a pouco, no Bahrein. A diferença é que neste ano serão apenas essas datas para testes, diferentemente dos seis ou oito dias dos anos anteriores. Ou seja: o tempo de adaptação para quem chega na F1, que já é escasso, vira quase um matadouro nesse primeiro momento.

O brasileiro teve algumas experiências já, mas a maior parte é no simulador. Claro que ele ainda está fresco com as disputas da F2, mas o post vai por outro caminho. Honestamente, recebi como uma surpresa positiva a oficialização do Drugo. Pensei, pelas circunstâncias, que o escolhido seria o outro piloto reserva recentemente contratado: Stoffel Vandoorne, ex-prodígio da McLaren, que estava na Mercedes e conquistou a Fórmula E.

Os patrocínios e as negociações penderam para o brasileiro. É interessante notar que Drugo foi o primeiro escolhido pelo Lawrence Stroll e staff para integrar a academia da escuderia. Isso diz muita coisa e a escolha é outro indicativo. 

Por último, mas não menos importante, é que esqueci de mencionar o motivo da ausência do Stroll: um acidente de bicicleta. O canadense é um ponto de interrogação até mesmo para a abertura da temporada, na semana que vem. Ó a estrela do Drugo aí. Quem sabe?

O desempenho vai ser difícil de mencionar. Drugovich vai estar tapando buraco e enfrentando Don Fernando Alonso. Claro que a equipe vai exigir parâmetros, mas só três sessões (se o brasileiro participar de todos os dias) não há muito o que melhorar em relação a uma possível estreia, caso Stroll realmente continue ausente.

O que quero escrever, para finalizar o texto, é que nós, pachecos, precisamos valorizar esses momentos. Drugovich teve que vencer uma F2 numa equipe média depois de três temporadas para ter uma chance numa equipe como piloto reserva e agora tem possibilidade de fazer testes e possivelmente substituir um piloto em alguma corrida.

Para quem não tem sobrenome ou academia de pilotos por trás, é um feito e tanto, independente do que aconteça após esses dias no Bahrein. Felipe Drugovich dá mais um passo enorme na jornada da carreira.

Até!

domingo, 5 de fevereiro de 2023

VELHA CONHECIDA

 

Foto: Getty Images

Na última sexta-feira, tivemos um anúncio importante para a F1 porque envolve grandes marcas. A atual campeã do mundo, a Red Bull, depois de quase fechar com a Porsche, anunciou que terá como parceira a Ford a partir de 2026, quando entra em vigor a nova especificação de motores.

Até lá, os taurinos mantém a parceria com a Honda, embora o nome oficial da unidade de potência seja Red Bull Power Trains. As duas empresas já foram parceiras no Mundial de Rali, então não é exatamente uma novidade essa junção.

A Ford voltará para a F1 depois de mais de 20 anos. Sempre com o motor Cosworth, a empresa entrou de vez após comprar a Stewart no fim de 1999 e transformar na Jaguar. A operação não teve grandes resultados e, para vocês verem como é o destino, quem comprou a equipe foi uma tal de Red Bull. O último ano da Ford na F1 foi justamente com o motor Cosworth pela Jordan, em 2005.

Até lá, os americanos vão ter tempo para trabalhar em um regulamento inédito para todos. A opção da Red Bull é novamente interessante pois, assim como a Honda, a aposta é pela exclusividade. Os americanos também vão, obviamente, ser os motores da Alpha Tauri.

E a relação com a Honda? Segundo Christian Horner, a propriedade intelectual não será afetada. Os japoneses vão seguir nessa parceria vencedora e sairão definitivamente de cena. O desafio da Ford, depois de tanto tempo fora, é continuar mantendo a Red Bull competitiva. É claro que não sabemos como estarão as coisas daqui três temporadas, mas a pressão nos americanos já é imensa. A Honda demorou alguns anos para se acertar, mas deu certo. A Ford tem essa responsabilidade.

A popularidade da F1, principalmente no país da empresa, foi um fator influente. São os benefícios do modelo da Liberty, assim como o interesse da Andretti, que Domenicali e os europeus insistem em esnobar, o que é lamentável.

A F1, aos poucos, volta a ser atraente para as montadoras. Falta a Porsche, eterna lenda. Falta mais uma equipe. Que seja a Andretti. O que falta, também, é que a F1 não seja refém delas, e isso o presidente da FIA parece que não quer ser. 

O futuro parece animador em termos de estrutura. Esperamos que também seja em termos de competição. Até lá, alguns bons anos, mas já estamos começando a nos preparar para uma nova era na categoria.

Até!