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terça-feira, 14 de março de 2023

2021, O DELÍRIO E A NOVA ERA

 

Foto: Getty Images

A temporada fantástica em termos de emoção, drama e polêmica, com contornos de filme hollywoodiano, fez com que a F1 estourasse fora da bolha em 2021. Ainda em um mundo no final da pandemia, a rivalidade entre o midiático Lewis Hamilton e o grande ídolo da bolha hardcore da F1, Max Verstappen, catapultou o sucesso da audiência da F1.

A série da Netflix e os movimentos da Liberty Media desde 2016 tiveram o grande ápice em dezembro de 2021. Ápice e decadência. A decisão do campeonato foi muito contestada, como vocês sabem. Basicamente, o então diretor de provas Michael Mais fez uma interpretação pessoal do regulamento e isso ajudou Max a ganhar o primeiro título. Mais do que isso, derrotar uma hegemonia.

Para quem não era muito afeito a categoria, poderia se pensar que a F1 deveria ser assim sempre. Emoção até a última volta da última corrida. Como vocês sabem, 2021 foi uma ilusão, um ponto fora da curva. A F1 é feita de hegemonias.

Pegando desde os anos 1980, tivemos os domínios absolutas da McLaren Honda, a Williams dos anos 1990, a Ferrari de Schumacher, a Red Bull de Vettel e a Mercedes de Hamilton. Se atentem a um detalhe.

Com os regulamentos e eras mudando esporadicamente, não é coincidência que tivemos três hegemonias consecutivas, praticamente. Schumacher, Vettel e Hamilton. Cinco, quatro e sete anos, respectivamente.

Carros dominantes sempre existiram em uma temporada, talvez duas ou três. Tivemos a Benetton de Schumacher, a McLaren do Hakkinen, a Renault de Alonso. O detalhe fundamental: naquela época, os testes eram livres e ilimitados. Equipes com estrutura podiam recuperar terreno no mesmo ano caso o início fosse complicado. Foi assim que a Ferrari garantiu o hexa para Schumacher em 2003, por exemplo.

A McLaren, na primeira corrida de 1998, deu volta em quase todo mundo. Se fosse com o regulamento atual, eles teriam vencido quase todas as corridas. No entanto, as equipes se desenvolveram e houve uma luta pelo campeonato, embora naquele ano Mika Hakkinen tenha garantido o primeiro título da carreira.

A troca de forças da F1 depende de novos regulamentos e desenvolvimentos de projetos a longo prazo. O primeiro caso é o famoso conto de fadas da Brawn. Uma leitura diferenciada do regulamento e a história foi feita.

Red Bull e Mercedes tiveram um carro bem nascido e, no caso dos alemães, uma grande vantagem inicial com o motor. Tanto é que a Williams, um dos piores carros do grid, passou a andar na frente justamente pela superioridade do motor alemão em relação aos demais.

Em regulamentos novos, é preciso tempo para que o equilíbrio seja alcançado. Vejam quanto tempo a Ferrari e a Honda demoraram para ser competitivas. A Renault ainda não chegou lá. 2021 foi o final de todo um processo.

Agora, com o novo regulamento iniciado no ano passado e que vai durar mais três ou quatro temporadas, a vantagem é da Red Bull. A Mercedes perde terreno ao fazer uma aposta equivocada. Sem testes ilimitados, vai demorar para que Ferrari, Mercedes ou qualquer outra cheguem no ápice do desenvolvimento. A Red Bull vai fazer isso primeiro. Talvez, no último ano do regulamento, possamos ter esse equilíbrio maior de forças.

Portanto, 2021 é uma ilusão. A F1 é feita de eras. A F1 moderna é construída por eras cada vez maiores. No momento, estamos no tempo de Max Verstappen e da Red Bull. Acostumem-se até, quem sabe, a chegada do novo regulamento.

Até!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

CORRIDA PORTUGUESA COM CERTEZA!

 

Foto: Getty Images

25 anos longe do calendário da F1, no mínimo duas gerações de fãs não são familiares ao tempo onde Portugal recebia anualmente um Grande Prêmio. Então, no post de hoje, vamos relembrar algumas corridas marcantes nesse circuito.

Começando, é claro, por 1985. Quem não sabe que foi em Estoril que Ayrton Senna fez sua primeira pole e venceu de baixo de um dilúvio bem no feriado de Tiradentes e no dia que morreu Tancredo Neves, o então presidente que iria tomar posse após a ditadura militar? Relembre:


1990: Na antepenúltima etapa da temporada, a disputa era entre Senna na McLaren contra Prost na Ferrari. No entanto, o paddock tinha algumas informações quentes: o surpreendente Jean Alesi, na Tyrrell, optou por assinar com a Ferrari. O francês chegou a estar alinhado com a poderosa Williams. Os italianos também ofereceram contrato de um ano para Alessandro Nannini, mas este recusou.

Nigel Mansell, desgostoso com o tratamento na Ferrari, tinha anunciado aposentadoria para o final do ano. No entanto, informações davam conta de que o inglês assinaria com a Williams por duas temporadas. Quis também o destino que Mansell conquistasse a única vitória na temporada em Estoril. A corrida acabou dez voltas mais cedo depois do acidente entre Alex Caffi (Arrows) e Aguri Suzuki (Larrousse). Senna chegou a frente de Prost e deu um passo importante para conquistar o bicampeonato.



1992: mais uma vez o extra-pista foi marcante em Estoril. Naquele final de semana, foi confirmado o retorno de Alain Prost para a F1 na poderosa Williams, assim como o acerto da ida de Nigel Mansell para a Indy, na equipe Newman-Haas. Campeão na Hungria, o Leão venceu pela nona vez na temporada, um recorde até então.



1993: de volta a F1, Prost tinha o "carro de outro planeta", em mais uma temporada hegemônica da Williams. Naquele final de semana, mais bombas: Michael Andretti tinha saído da McLaren e voltado para o CART, nos Estados Unidos. Para o seu lugar, estreou um certo Mika Hakkinen como companheiro de equipe de Ayrton Senna... o brasileiro, por sua vez, anunciou para os jornalistas brasileiros que não continuaria na McLaren em 1994 e afirmou que Prost estava se aposentando. Dito e feito: o francês falou pouco depois e confirmou a decisão.

Na pista, Prost sacramentou o tetracampeonato mundial com um segundo lugar, atrás de Michael Schumacher, que venceu pela Benetton. Na época, o francês foi apenas o segundo piloto da história a atingir quatro conquistas ou mais.

Foto: AutoRacing




1995: a penúltima vez em Estoril, um pouco depois que nasci, tinha Schumacher cada vez mais perto do bicampeonato com a Benetton, mas a Williams tentava incomodar. David Coulthard largou na pole e venceu pela primeira vez na carreira antes de partir para a McLaren. A corrida também foi marcada pelo acidente na largada entre Katayama (Tyrrell), Luca Badoer (Minardi), Roberto Pupo Moreno, Pedro Paulo Diniz (ambos da Forti Corse) e Andrea Montermini (Pacific).



Essa são algumas das lembranças do Grande Prêmio de Portugal, de volta ao calendário, de forma excepcional, neste 2020 inédito no também novo circuito de Algarve, em Portimão. 

Até!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O INESQUECÍVEL NURBURGRING

Foto: Getty Images
Há 20 anos, a F1 vivia um enredo diferente na briga pelo título e o surgimento de forças surpreendentes. Na ocasião, há exatas duas décadas a Alemanha recebia o Grande Prêmio da Europa, em Nurburgring, a antepenúltima etapa da temporada.

Com Schumacher ausente da disputa em virtude do acidente em Silverstone que quebrou uma das pernas, a Ferrari recorreu a Mika Salo e fez o segundão Eddie Irvine ser alçado a esperança italiana para quebrar o jejum de 20 anos sem taças. Na McLaren, Hakkinen buscava o bicampeonato. Os dois brigavam com muita irregularidade e erros individuais e da equipe. Em Monza, Frentzen, com a Jordan, venceu e se aproximava como uma terceira força, com duas vitórias na temporada. Lembra muito 2008: Hamilton e Massa irregulares e Kubica uma alternativa por algum tempo.

Em Nurburgring, Hakkinen e Irvine estavam empatados, com Frentzen 10 pontos atrás e Coulthard 12. Estava tudo em aberto. O alemão conquistou a segunda pole da história da equipe de Eddie Jordan, seguido por Coulthard, Hakkinen, Panis (Prost), Fisichella (Benetton), Hill (Jordan), Villeneuve (BAR) e Irvine apenas em nono.

Na largada, um problema com as luzes vermelhas forçou uma nova volta de apresentação. Na sequência, após a primeira curva, a Jordan de Hill ficou muito lenta. A Benetton de Wurz desviou dele mas não do brasileiro Pedro Paulo Diniz, que capotou e chegou a perder o aparato do santantônio. Ele foi para o hospital realizar exames de rotina mas não passou de um susto.

Foto: Divulgação
Frentzen, Hakkinen, Coulthard e Ralf Schumacher seguiam no primeiro pelotão, enquanto Irvine demorou para se desvencilhar da Benetton de Fisichella. Começou a chover, mas não em todos os setores da pista. Apresentando a habitual dificuldade, Hakkinen foi perdendo rendimento e foi para os boxes. Irvine e Salo também. A Ferrari queria botar pneus de chuva, mas Irvine não quis. Resultado: o irlandês perdeu muito tempo e estava praticamente alijado da prova. A impressão é que a Ferrari não queria que ele fosse campeão. Imagina todo o investimento para o Schumacher fazer história e a taça parar no Irvine, que sequer continuaria na equipe em 2000?

A chuva parou e Hakkinen se deu mal, precisando parar novamente. Com o tempo seco, Frentzen e Ralf foram aos boxes para reabastecer. Logo ao sair do pit, um problema elétrico sepultou as chances do alemão da Jordan em ser campeão.

Com a pista ainda escorregadia, Coulthard perdeu o controle e bateu. A chuva voltou forte e Ralf liderava. Enquanto isso, Hakkinen e Irvine se engalfinhavam lá atrás, prejudicados pela estratégia e pela má pilotagem. Enquanto isso, Trulli, Herbert, Barrichello, Villeneuve e a dupla da Minardi (Badoer e Gené) escalavam as primeiras posições.

Foto: Sutton Images
A liderança virou uma batata quente. A chuva voltou com tudo e Coulthard bateu. Pouco depois, a pista secou e Ralf parou para trocar de pneus. Fisichella assumiu a liderança, mas na quarta escapada de pista bateu e ficou fora. Na sequência, o líder Ralf teve o pneu traseiro direito estourado e precisou ir para os boxes. Herbert, com a Stewart, assumia a liderança, seguido por Trulli (Prost) e Barrichello (Stewart). Irvine e Hakkinen tentavam de tudo para somar algum ponto. Luca Badoer, com a Minardi, alcançava uma histórica quarta posição.

Até que o motor explodiu e a maior chance do italiano pontuar na carreira também. Ao sair do carro, irritado, começou a chorar copiosamente. Uma das cenas mais tristes da história. Uma crueldade com a Minardi e com Luca.

Foto: Reprodução

Foto: Getty Images
Villeneuve, com problemas eletrônicos, também abandonou. Hakkinen pressionou tanto Irvine que fez o irlandês escapar da pista para fazer a ultrapassagem. No final, sem mais surpresas, Johnny Herbert guiou para a terceira vitória na carreira e a primeira e única da Stewart, já vendida para a Ford, que virou Jaguar em 2000. Trulli resistiu a pressão de Rubinho e chegou em segundo, com o brasileiro atrás. Ralf foi o quarto e Hakkinen conseguiu um ótimo quinto lugar numa péssima corrida. Se Badoer ficou fora, coube a Marc Gené voltar a fazer a Minardi pontuar depois de quatro anos, com Irvine em sétimo.

Foto: Getty Images
Jackie Stewart fazia história ao ser mais um a vencer como piloto e dono de uma equipe própria. Hakkinen abriu dois pontos de vantagem para Irvine faltando duas etapas: a estreia da Malásia e o tradicional Japão. Nada melhor do que falar desta grande corrida em momentos onde se questiona se a vitória de Vettel foi merecida. Herbert mereceu vencer? Ou seria Frentzen, Coulthard, Ralf ou Fisichella? O que vale é que é isso que entra para a história: a disputa, o imponderável e a emoção da incerteza.

Até!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

A CORRIDA 1000

Foto: F1i
Ah, a China. Diferente de alguns que acham ruim o palco da milésima corrida ser em um país sem tradição, não se pode mudar o calendário. Diversidade é tudo. Lógico que Silverstone seria histórico, mas o mundo precisa girar. A China também é um palco histórico onde Schumacher venceu pela última vez e está no calendário desde 2004, onde Rubinho foi o responsável pela primeira vitória.

Bom, o intuito do post é relembrar outras corridas com números marcantes. Vamos lá:

CORRIDA N° 100: GP DA ALEMANHA DE 1961


Foto: Reprodução
A primeira corrida da F1 foi em 1950. Portanto, a centésima edição foi realizada 11 anos depois, no antigo traçado de Nurburgring, na Alemanha. Os carros já estavam no famoso formato das "baratinhas" e o bico tubarão da Ferrari. Phil Hill, da equipe italiana, saiu na pole. No entanto, a vitória ficou com Stirling Moss, da Lotus. Wolfgang Von Trips foi o segundo e estava muito perto de ser o primeiro alemão campeão, mas acabou falecendo semanas depois, no GP da Itália, em um acidente que também vitimou 14 espectadores. O título ficou com Hill e a Alemanha finalmente conheceu seu primeiro campeão apenas 33 anos depois.


CORRIDA N° 200: GP DE MÔNACO DE 1971

Foto: Reprodução YouTube
Mais dez anos se passaram e a F1 já era outra, bem mais moderna, se aproximando dos conceitos da indústria aeronáutica. O palco era luxuoso. Na pista, ficou evidenciado o domínio da Tyrell de Jackie Stewart, que fez a pole e venceu com grande autoridade a segunda das seis etapas conquistadas na temporada que lhe deu o segundo título mundial.


CORRIDA N° 300: GP DA ÁFRICA DO SUL DE 1978

Foto: Reprodução
Na terceira etapa da temporada, Niki Lauda (que deixou a Ferrari após o bicampeonato em 1977) fez a pole com a Brabham. No entanto, a corrida foi marcada por muitas quebras nos ponteiros, começando pelo próprio austríaco. Na sequência, Mario Andretti, Riccardo Patrese e Patrick Depailler sentiram o cheiro da vitória, mas diferentes infortúnios os impediram. No final, sobrou para o sueco Ronnie Peterson vencer na última vitória, ultrapassando o francês. Meses depois, a favoritíssima Lotus de Andretti seria campeã, enquanto que o companheiro sueco faleceria no GP da Itália.



CORRIDA N° 400: GP DA ÁUSTRIA DE 1984

Foto: Reprodução


Em 1984, Brabham, Ferrari e McLaren disputavam o título. O brasileiro Nelson Piquet foi o pole, mas a equipe de Woking formada por Niki Lauda e Alain Prost era superior na corrida. Dito e feito. Em Spielberg, o piloto da casa não tomou conhecimento e escalou o pelotão para vencer tranquilamente pela única vez em casa no ano em que conquistou o tricampeonato por meio ponto de vantagem diante de Prost.


CORRIDA N° 500: GP DA AUSTRÁLIA DE 1990

Foto: Reprodução
A corrida 499 foi marcada pelo bicampeonato de Ayrton Senna no famoso "acidente da vingança" com Alain Prost na primeira curva de Suzuka. O brasileiro largou na pole, mas abandonou no final da prova com problemas no câmbio. Piquet, na Benetton, herdou a liderança. Nas voltas finais, foi atacado pela Ferrari de Nigel Mansell, mas o brasileiro deu uma fechada para garantir a vitória que encerrava aquela temporada.


CORRIDA N° 600: GP DA ARGENTINA DE 1997

Foto: Reprodução
Uma das temporadas mais disputadas da história teve como confronto a Williams de Villeneuve contra a Ferrari de Schumacher. Dominando o início de temporada, o canadense foi o pole, enquanto o alemão saiu em terceiro e abandonou na primeira curva em um acidente com Barrichello, ainda na Stewart. Apesar de controlar a prova toda, Villeneuve teve que superar uma pressão da outra Ferrari, de Eddie Irvine, para vencer. Ele seria o campeão no final do ano depois daquela famosa disputa com o alemão.



CORRIDA N° 700: GP DO BRASIL DE 2003

Foto: Getty Images


Uma das maiores corridas da história da Fórmula 1 também em um número emblemático. Essa você já conhece: início da temporada de 2003 com muito equilíbrio entre Ferrari, McLaren e Williams. Rubinho foi pole e largou com pneu de chuva, apesar de estar nublado. Foi perdendo posições na largada mas depois com o retorno da chuva acabou assumindo a ponta. Enquanto isso, na curva seguinte ao S do Senna, muitos carros batiam forte por ali, incluindo Schumacher, Montoya, Button, Wilson... Rubinho vinha para vencer até que uma pane seca pôs fim ao seu sonho de ganhar em casa. Depois, com a dupla da McLaren na frente, Raikkonen errou, Coulthard parou e de mansinho Fisichella assumiu a liderança com a Jordan. Webber e Alonso bateram forte na subida do Café, o que interrompeu definitivamente a corrida. Um erro foi feito e a vitória foi dada para Raikkonen, o que só foi desfeito de fato na corrida seguinte, em Ímola. A última vitória da Jordan.




CORRIDA N° 800: GP DE CINGAPURA DE 2008

Foto: Divulgação
Outra corrida histórica e que vocês já sabem a história. Primeira corrida em Cingapura, primeira corrida noturna e a disputa entre Massa e Hamilton. O brasileiro largou na frente e liderava tranquilo até que Nelsinho Piquet bateu de propósito e provocou um Safety Car para beneficiar Alonso. Na parada, a mangueira de combustível ficou e o brasileiro se ferrou. Alonso venceu pela primeira vez no retorno a Renault e no ano seguinte ficou comprovada a farsa.




CORRIDA N° 900: GP DO BAHREIN DE 2014

Foto: AUSmotive.com
Esse eu também já falei e não faz muito tempo. No início da era híbrida, Rosberg e Hamilton duelavam pelo topo. A corrida ficou marcada pela disputa dos dois, onde o inglês segurou até o fim para vencer, com Sérgio Pérez surpreendendo com a Force India e fechando em terceiro.



Bem, essas foram as corridas do 100 até o 900. Vejamos como será a milésima e espero estar por aí na 1100, 1200... até!




terça-feira, 20 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - PARTE 1

Foto: Reprodução

Olá, amigos!

Nesse fim de semana, Fernando Alonso faz no mínimo um “até logo” na F1, pois o espanhol ainda deixou em aberto um possível retorno para a categoria a partir de 2020. Se isso vai acontecer nós não sabemos, mas aproveitamos o final dos quase 17 anos na categoria (2002 ele foi piloto de testes) para relembrar a carreira do bicampeão e considerando um dos maiores pilotos da história. Vamos lá:

HISTÓRIA

Fernando Alonso nasceu no dia 29 de julho de 1981 em Oviedo, capital da região autônoma das Astúrias, no norte da Espanha. A mãe trabalhava numa loja de departamento e o pai era mecânico em uma fábrica de explosivos perto da cidade. José Luis, o pai, era um kartista amador e queria passar sua paixão pela velocidade para os filhos. Ele construiu um kart para Lorena, irmã mais velha de Alonso mas ela não se interessou, ao contrário de Fernando, que com três anos de idade deu suas primeiras arrancadas por aí.


Alonso competiu em competições de kart pela Espanha ajudado pelo pai, que também era mecânico. A família não tinha condições financeiras de apoiar Fernando nas competições, mas as vitórias do jovem kartistas atraíram patrocinadores. Sem grana pra comprar pneus para chuva, Alonso aprendeu a controlar o kart com pneus slicks. O kart foi fundamental para o espanhol lidar com diferentes estilos de pilotagem, uma de suas grandes qualidades na F1.



Alonso foi tetracampeão espanhol de kart de forma consecutiva, além da Copa do Mundo Júnior da modalidade em 1996. No ano seguinte, ele venceu o italiano Inter-A. Em 1998, foi a vez de vencer o Espanhol Inter-A, além de ser vice-campeão europeu na mesma temporada.


Com 17 anos, o compatriota Adrián Campos deu a Alonso a oportunidade de testar uma Minardi. Em três dias de testes no circuito de Albacete, Ferdi igualou os tempos de Marc Gené. Para 1999, Alonso competiu no Euro Open MoviStar. Na segunda etapa, outra vez em Albacete, venceu pela primeira vez. Alonso foi campeão com apenas um ponto de vantagem para Manuel Giao depois de vencer e fazer a volta mais rápida na última corrida. No fim do ano, Alonso fez outro teste pela Minardi e foi um segundo e meio mais rápido do que os outros pilotos que testaram o carro.

Em 2000, o último passo: a Fórmula 3000. Mais jovem do grid, Alonso demorou sete corridas para marcar os primeiros pontos, quando teve duas vitórias e dois segundos lugares, terminando o campeonato em quarto, atrás do brasileiro Bruno Junqueira, do francês Nicolas Minassian e do australiano Mark Webber.

MINARDI (2001)

Foto: Minardi
Alonso foi o terceiro piloto mais jovem da história (na época, é claro) a estrear na F1. Foi também a primeira temporada da Minardi sob a administração de Paul Stoddart. O carro não era nem rápido e tampouco confiável.

Fazendo o que podia, o espanhol chamou a atenção das equipes maiores. A Sauber chegou a cogitar contratá-lo para substituir Kimi Raikkonen, mas preferiu ficar com o brasileiro Felipe Massa.  No entanto, seu empresário Flavio Briatore tinha outros planos. Ele queria colocar o espanhol na Benetton, no lugar de Jenson Button. Com a Renault comprando a equipe inglesa/italiana, Alonso ficou como piloto de testes na temporada seguinte. 

Na última corrida da temporada, no Japão, Alonso foi o 11°, a frente de carros como a Prost de Frentzen e a BAR de Olivier Panis, além das duas Arrows e do então companheiro de equipe, o malaio Alex Yoong. Anos depois, Stoddart classificou a corrida da Fênix como “53 voltas de classificação”. O espanhol ficou atrás na tabela do outro companheiro de equipe que teve na temporada, o brasileiro Tarso Marques. O melhor resultado da temporada foi o décimo lugar na Alemanha, o que hoje lhe daria um ponto na F1.


RENAULT (2003-2006): PRIMEIRAS VITÓRIAS E FIM DA ERA SCHUMMI

Foto: MotorSport
Em 2002, Alonso foi apenas piloto de testes da equipe francesa, onde andou 1.642 voltas e mais 52 pela Jaguar em um teste em Silverstone. Como planejado, Briatore sacou Jenson Button e colocou o espanhol para correr junto com o italiano Jarno Trulli. É claro que a imprensa britânica não gostou da decisão. Em entrevista para a F1 Racing, o diretor técnico Mike Gascoyne disse que era a decisão certa a se fazer porque a equipe estava impressionada com o trabalho realizado pelo espanhol como piloto de testes.

E a justificativa fez sentido. Logo na segunda etapa, na Malásia, Alonso sagrou-se o piloto mais jovem da história a ser pole position e também o mais jovem a ir no pódio na mesma corrida, quando foi o terceiro. Foi a primeira vez que um piloto espanhol conseguiu tal façanha na categoria. Na corrida seguinte, no Brasil, Alonso bateu forte depois de não ver as bandeiras amarelas agitadas e os destroços na pista causadas pelo acidente da Jaguar de Mark Webber. 




Na Espanha, corrida da casa, outro feito histórico: segundo lugar. Além disso, Alonso conseguiu a primeira vitória da carreira em uma atuação esplêndida na Hungria, sagrando-se o mais jovem a vencer uma corrida na história da F1. Ele terminou o campeonato em sexto, com 55 pontos e quatro pódios.


Com uma Ferrari dominante em 2004, Alonso não pode fazer muita coisa. Manteve os quatro pódios (Austrália, França, Alemanha e Hungria). Em Mônaco, bateu e jogou a culpa em Ralf Schumacher. Na França, foi pole e quase venceu, se não fosse a extraordinária atuação de Michael Schumacher, vencedor com quatro paradas. Nas últimas três etapas da temporada, Trulli foi demitido e substituído por Jacques Villeneuve. Alonso fez 59 pontos e terminou o campeonato na quarta posição.



Em 2005, outro italiano como companheiro de equipe: Giancarlo Fisichella. Na corrida de abertura, na Austrália, a chuva atrapalhou o treino de Alonso, que ainda assim conseguiu chegar em terceiro. 

Ele venceu as duas corridas seguintes (Malásia e Bahrein) largando da pole e venceu a terceira seguida em uma batalha épica contra Schumacher em Ímola. O espanhol revelou que estava com o motor avariado. O problema só foi descoberto depois do treino e a equipe optou por correr ao invés de trocar o motor e ser penalizado com 10 posições no grid.



A McLaren melhorou e Raikkonen venceu as duas seguintes, na Espanha e em Mônaco. Era o único adversário de Alonso, visto que Ferrari e Williams estavam bem abaixo de seus potenciais. Raikkonen iria vencer pela terceira vez seguida em Nurburgring, mas o estouro da suspensão dianteira-esquerda na última vez fez Alonso herdar uma improvável e importantíssima vitória no campeonato. 


Alonso bateu no Canadá e não disputou a corrida dos Estados Unidos em virtude do Caso Michelin. Na França, fez a terceira pole e venceu pela quinta vez na corrida da casa da equipe. Em Silverstone, outra pole, mas dessa vez o espanhol foi superado pela McLaren de Montoya. Na Alemanha de novo, outra vez Raikkonen liderava até sofrer um problema hidráulico, e lá foi Alonso vencer mais uma.

Na Hungria, Alonso largou só em sexto e terminou apenas em 11° depois de se envolver em um acidente com Ralf Schumacher. Na reta final, Alonso terminou em segundo em três provas consecutivas. Raikkonen venceu na Turquia e na Bélgica e terminou em quarto na Itália, reduzindo a vantagem de Alonso em apenas um ponto.

O título veio com um terceiro lugar em Interlagos. Alonso sagrou-se o mais jovem campeão da história da F1, o primeiro da Espanha e terminou com a Era Schumacher. Após a corrida, ele declarou: “eu quero dedicar este campeonato a minha família e a todos os meus amigos próximos que me apoiaram durante a minha carreira. A Espanha não é um país que tenha a cultura da F1e nós tivemos que lutar sozinhos, cada passo do nosso caminho, para fazer isso acontecer. Um obrigado muito especial também para a minha equipe –eles são os melhores na F1 e nós fizemos isso juntos. Eu vou dizer que sou campeão, mas nós somos todos campeões – e eles merecem isso.” Em entrevista anos depois, Alonso disse que essa foi sua grande corrida da carreira: “Foi um sonho se tornando realidade e um dia muito emocionante. Nas últimas voltas, eu pensava estar ouvindo barulhos do motor –de todos os lugares! Mas estava tudo ok. Eu posso lembrar do meu alívio quando cruzei a linha de chegada”.



Nas etapas finais, no Japão e na China, Alonso e Renault sagraram-se ainda campeões de construtores. O espanhol foi terceiro em Suzuka e venceu em Shangai.

Em 2006, defendendo o título, Alonso já começou vencendo no Bahrein, superando Schumacher e saindo da quarta posição. Na Malásia, ficou em segundo, atrás de Fisichella. Na Austrália, venceu após superar a Honda de Jenson Button. Largando em uma posição ruim em San Marino, Alonso recebeu o troco de Schumacher em Ímola e foi superado também no GP da Europa, mesmo largando na pole. O troco veio justamente na Espanha, onde venceu pela primeira vez. Em Mônaco, herdou a pole de Schumacher, punido em 10 posições depois de parar deliberadamente o carro depois completar sua volta no Qualyfing e também venceu.

Alonso chegou a quatro vitórias seguidas ao vencer em Silverstone e no Canadá, as duas largando da pole position. Alonso foi o primeiro piloto da história a terminar as nove primeiras corridas da temporada em primeiro ou segundo, sendo igualado depois por Sebastian Vettel em 2011. 

Schumacher respondeu em Indianápolis, quando venceu e o espanhol terminou em quinto. Nova vitória do alemão na França, com Alonso em segundo. O espanhol ficou em quinto na Alemanha e a vantagem para o heptacampeão era de 11 pontos.

Na Hungria, Alonso foi penalizado no Qualyfing e só largou em 15°, Schummy ficou em 11° pelo mesmo motivo. Na corrida, Alonso se encaminhava para uma vitória épica na chuva quando uma porca da roda soltou de seu carro após o pit stop. Schumacher fez apenas um ponto depois que Robert Kubica foi desclassificado.

Alonso foi o segundo na Turquia, onde Felipe Massa venceu pela primeira vez na carreira. Na Itália, uma corrida desastrosa. Um furo na parte de trás da carroceria fez Alonso largar apenas em quinto. No entanto, o espanhol foi punido por ter atrapalhado Felipe Massa e caiu para décimo. Um problema no motor o fez abandonar e com a vitória de Schummy a vantagem caiu para apenas dois pontos.

Na China, Alonso fez a pole na chuva mas ficou em segundo. Com a vitória de Schumacher, o campeonato estava empatado, com o alemão na frente pelo número de vitórias. No Japão, a Ferrari largou na pole, mais de um segundo a frente das Renault, que ficaram em quinto e sexto. No entanto, na corrida, Alonso pulou para segundo e venceu após Schumacher abandonar com um problema no motor. Com 10 pontos de vantagem, bastava um oitavo lugar no Brasil para ser bicampeão.



Massa venceu em Interlagos e Alonso foi o segundo, Schumacher o quarto. Alonso bicampeão mundial, outra vez no Brasil. O espanhol sagrou-se o mais jovem bicampeão da história e a Renault também venceu os construtores por 5 pontos. Desde 2005 Alonso já tinha acertado com a McLaren para a temporada de 2007, onde, sem o recém-aposentado Michael Schumacher, prometia ser o novo dono da F1.


Até que surgiu um certo Lewis Hamilton... mas isso é assunto para o próximo post. Até mais!

quarta-feira, 11 de abril de 2018

PIT STOPS BISONHOS

Foto: Pinterest
Em duas etapas, tivemos três casos de pit stops errados que chamaram a atenção, seja pelo erro e pela consequência dentro e fora da pista. Na Austrália, a Haas errou nas duas paradas e jogou fora um quarto e um quinto lugar incríveis que Grosjean e Magnussen estavam conquistando. No domingo, o dispositivo acionado erradamente fez com que Raikkonen saísse antes do pneu traseiro esquerdo ser trocado, quebrando a fíbula e a tíbula do mecânico da Ferrari. Ele passa bem.

Pois bem, aqui vai ser apenas um espaço para relembrar pit stops que deram errado e/ou foram perigosos.

Não tem como fugir do usual. Fui pelo que me lembrei de cabeça: Jos Verstappen e a Benetton quase virando churrasco em 1994, Schumacher atropelando Nigel Stepney em 2000 (o próprio Nigel morreu assim, ano passado ou retrasado), a Ferrari do Schumi também pegando fogo na Áustria em 2003, a famosa bomba de gasolina no carro do Massa em 2008... Enfim, como deu para ver, a Ferrari tem amplo envolvimento nesses casos. Sem contar quando Hamilton, na segunda corrida pela Mercedes, deu uma passadinha no lugar da McLaren, sua antiga casa.











Bonus track: Albers e a bomba de gasolina no GP da França de 2007



Até!

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

LEMBRANÇA

Foto: Continental
25 anos atrás. Um ano depois de estrear na F1 na mesma pista, o jovem Michael Schumacher, aos 23 anos, venceu pela primeira vez na carreira, pela Benetton. Outras noventa vitórias estavam por vir, você sabe. Ele foi o terceiro alemão a vencer na categoria, rompendo uma sequência de 17 anos sem vitórias do país.

O campeonato daquele ano já estava liquidado por Nigel Mansell. Seu companheiro de equipe, Riccardo Patrese, completou o pódio da primeira vitória de Schumi. Ayrton Senna foi o quinto.

Relembre:



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

IMPECÁVEL

Foto: Getty Images
Mais um final de semana especial para Lewis Hamilton. Depois de igualar e superar o número de poles de seu ídolo Ayrton Senna, justamente em Spa ele empata com Michael Schumacher como o maior poleman da história da categoria, culminando com a vitória número 58 da carreira.

A corrida da Bélgica foi pouco movimentada, mas mesmo assim foi boa e emocionante. A atuação do inglês e de Vettel foram espetaculares. Os dois guiaram no limite. Vettel caçou Lewis a corrida inteira. Tentou, colocou o carro do lado, mas não conseguiu vencer. Entretanto, forçou a concentração do tricampeão da primeira a última curva. Surpreende que a Ferrari tenha dado trabalho para a Mercedes. Será que a história se repete semana que vem?

Ricciardo, Ricciardo... basta uma chance, uma oportunidade, ele vai e aproveita as circunstâncias da corrida. Que talento. Aproveitou a punição de Raikkonen por não diminuir a velocidade diante de uma bandeira amarela localizada (e a exagerada punição de três pontos na carteira) e a linda ultrapassagem em cima de Bottas, com pneu macio, na relargada. Com o carro inferior e mesmo assim, em condições normais, foi capaz de estar em seu sexto pódio na temporada. Ah se a Red Bull pudesse brigar pelo título...

Foto: Getty Images
Enquanto isso, Max Verstappen assiste nos boxes. Seis abandonos em doze corridas, cinco vezes ocasionadas por problemas no carro da Red Bull. A equipe sequer informou o problema de hoje. Max esbravejou no rádio. Mais do que nunca os taurinos necessitam de um carro confiável e competitivo para manter Max na equipe. Do contrário, o holandês já procura, desde agora, novos ares para no mínimo daqui dois anos. Não testem a paciência do garoto. Se é frustrante para quem assiste, imagina para o piloto?

Foto: Reprodução
Casos de Família: parte dois. Mais uma vez o inimigo da Force India são seus próprios pilotos. E os dois são culpados. Primeiro: Pérez defende excessivamente sua posição diante do companheiro de equipe e muitas vezes é um "gatinho" com os outros. Segundo: Ocon está sendo tão inconsequente quanto o mexicano. Se não tirar o pé e bater no companheiro de equipe é um sinal de quem não vai aceitar quietinho a posição na equipe, talvez não seja a atitude mais inteligente a ser tomada com seus superiores. Bob Fernley já disse que existem "milhares de maneiras" dos dois não se encontrarem mais nas pistas.

Diante da competitividade de ambos, que acreditam que mandam na equipe por diferentes razões (dinheiro e talento), os indianos têm sorte que dificilmente perderão a quarta posição no mundial. A atitude "subversiva" de Ocon pode agradar aos fãs, mas também pode afastá-lo, pelo menos por enquanto, da Mercedes. Pérez, nitidamente mais frustrado ainda por ter que se contentar em permanecer na Force India, parece ter como objetivo frear o hype do talentoso francês. Ou os dois se entendem, ou os dois podem até dançar no fim das contas.

Felipe Massa, para mim, foi o piloto do dia. Diante da Williams que cada vez mais regride e parecia não ter nenhum indicativo de um bom resultado esse fim de semana, o brasileiro foi aguerrido, fez ultrapassagens, teve uma boa estratégia e sorte para chegar em oitavo, garantindo pontos importantes para a equipe de Glove. Hulkenberg, com um carro de motor inferior a Ferrari e Mercedes, conseguiu um grande sexto lugar, carregando sozinho os franceses nos construtores. Grosjean se impõe ainda mais na disputa contra o errático Magnussen. Sainz garante seus pontinhos enquanto Kvyat e Palmer estão atolados. Alonso brilhou no início da corrida, mas a falta de potência e confiabilidade o fizeram não completar uma prova pela oitava vez na temporada.

Foto: Getty Images

O brasileiro Sérgio Sette Câmara venceu pela primeira vez na Fórmula 2. Na corrida de sábado ele chegou em sexto. Com o grid invertido, ele largou em terceiro na corrida de domingo, mas assumiu a ponta logo na largada e venceu. Foi o primeiro final de semana que Sette Câmara pontuou, somando 23 pontos, o 13° na classificação. Charles Leclerc, futuro piloto da Sauber, é o líder e virtual campeão, com 218 pontos. Olivier Rowland é o segundo, com 159 pontos e Arlem Markelov é o terceiro com 150 pontos. A última vitória brasileira havia sido em 2014, com Felipe Nasr, também em Spa. Faltam seis etapas: Monza, Jerez e Abu Dhabi.

Foto: F1Fanatic
Mick Schumacher guiou a Benetton B194 do pai Michael, que foi campeão mundial pela primeira vez com esse bólido, no palco sagrado onde Schummy venceu pela primeira vez na carreira, há 25 anos. Confira o vídeo. É emocionante. Dói saber que Michael não seja capaz de olhar esse lindo momento.


Confira a classificação final do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, já na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro.

Até mais!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

PIQUET, 65

Foto: MotorSport
Hoje Nelson Piquet completa 65 anos. Um dos maiores pilotos da história não só do Brasil mas de todo o automobilismo. Dispensa apresentações. O post de hoje é um tributo com três vitórias inesquecíveis de Nelson. Vamos lá:

1980 - Na época, o Brasil estava há cinco anos sem vitórias. A última havia sido por Emerson Fittipaldi em 1975. Depois que fundou a Copersucar, o país vivia vacas magras. Entretanto, o jovem Nelson Piquet, aos 23 anos e na terceira temporada na F1, venceu pela primeira vez na categoria no dia 30 de março de 1980, no Grande Prêmio dos Estados Unidos-Oeste, em Long Beach. Largando na pole, liderou de ponta a ponta e venceu facilmente. Emerson Fittipaldi foi o terceiro em seu último pódio na F1. Nessa corrida, Clay Regazzoni se envolveu em um acidente com John Watson e ficou paraplégico. Tudo isso com a narração de Galvão Bueno pela Bandeirantes!


1983 - Na abertura da temporada onde seria bicampeão, Piquet largou em quarto em sua casa, Jacarepaguá. Apesar de Keke Rosberg dominar os treinos, o brasileiro deu show na corrida, onde ultrapassou o finlandês, Prost e Patrick Tambay e na sexta volta já liderava, de onde não saiu mais. Nessa corrida teve pela primeira vez a execução do Tema da Vitória para o triunfo de um piloto brasileiro.


1990 - Na corrida 500 da F1, o bicampeonato de Senna já havia sido definido no Japão, onde Piquet havia vencido com a histórica dobradinha com Roberto Pupo Moreno pela Benetton. O tricampeão também venceu a última prova daquela temporada em mais uma disputa com Nigel Mansell. Senna, pole e líder por 61 voltas até rodar e abandonar. Piquet assumiu a liderança e era atacado pelo inglês. Na última volta, pressionado, o brasileiro aproveitou a retardatária Brabham para ficar com um carro de distância sobre Mansell na última curva e ficou na parte limpa. O inglês, na parte suja, tentou passar, mas Piquet fechou a porta, forçando Mansell a ter que tirar o pé e evitar uma batida. Piquet terminou em terceiro naquele Mundial.



Por enquanto é isso, pessoal. Em breve a parte 2 da análise parcial da temporada. Até mais!



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 1

Foto: F1Fanatic
Fala, galera! Essa semana temos a despedida de dois grandes pilotos que marcaram época na Fórmula 1: Jenson Button e Felipe Massa. Começarei os especiais primeiro escrevendo sobre o inglês e na semana que vem tentarei fazer um balanço da carreira de Massa, já finalizada. Vamos a primeira parte do resumo da carreira de Jenson Button:

2000-2002: Williams, Benetton e Renault

A estreia em Melbourne.Foto: Getty Images
Jenson estreou na F1 em 2000, aos 20 anos. No ano anterior, ele chegou a fazer testes na McLaren e na Prost. A vaga na Williams ficou disponível após a equipe dispensar Alex Zanardi. Frank Williams promoveu testes "eliminatórios" entre o britãnico e o então campeão da Fórmula 3000, o brasileiro Bruno Junqueira. Jenson se saiu melhor e foi contratado, sendo o britânico mais jovem da história a estrear na F1. Sua primeira aparição foi cercada de expectativas: Gerhard Berger o chamou de "fenômeno" e foi comparado a Ayrton Senna. 

Na corrida de estreia, ele bateu no treino e largou em penúltimo. Na corrida, ia realizando uma ótima corrida de recuperação, mas abandonou faltando 11 voltas para o final. Na prova seguinte, chegou em sexto no Brasil e sagrou-se o mais jovem a pontuar na categoria até então. Embora Button tenha conseguido bons desempenhos, ele também alternava momentos ruins, normal para um iniciante. Superado por Ralf, a Williams estava de olho em Montoya. Depois do colombiano vencer as 500 milhas de Indianapólis, ele foi anunciado para seu lugar para a temporada de 2001. Com contrato na Williams até 2003, Button foi emprestado por duas temporadas a Benetton.

Seus melhores resultados foram largar em terceiro em Spa e chegar em quarto no Grande Prêmio da Alemanha vencido por Rubens Barrichello. Um vídeo curioso foi durante o Safety Car do GP da Itália, onde o líder Schumacher freou bruscamente na reta e Button teve que virar para o lado para não bater nos outros carros, danificando o carro e abandonando logo em seguida. Ele terminou em oitavo o campeonato, com 12 pontos, metade de Ralf Schumacher, seu companheiro de equipe.


Foto: Reddit
Seu companheiro de equipe foi o italiano Giancarlo Fisichella. A Benetton havia sido arrecém comprada pela Renault, que voltaria a ter uma equipe própria na F1. Foi uma temporada difícil. O carro da Benetton era muito pouco competitivo, e Jenson foi constantemente batido por Fisichella. Button foi o 17° no Mundial de Pilotos, com apenas dois pontos oriundos do quinto lugar também do Grande Prêmio da Alemanha. Durante a temporada, foi especulada a sua saída da equipe antes mesmo do fim do ano. Flávio Briatore, o chefe, disse: "Ou ele mostra que é bom ou ele deixa o grande escalão de pilotos", oferecendo a chance de sair. 

Foto: Getty Images
Apesar das críticas, Jenson manteve-se na equipe. Dessa vez, seu companheiro de equipe foi outro italiano: Jarno Trulli. Button trabalhou duro com a equipe durante as férias e se sentia confiante para o ano de 2002. Na Malásia, logo na segunda etapa, tinha tudo para conquistar seu primeiro pódio. Ele estava em segundo quando o carro sofreu uma quebra de suspensão. Com a queda de rendimento, terminou em quarto. Seu desempenho tinha melhorado muito, apesar de ser superado na maioria dos treinos pelo experiente piloto italiano. Ele queria continuar na Renault, mas no GP da França foi anunciado que ele sairia da equipe para a entrada do então piloto de testes Fernando Alonso. Briatore foi criticado e respondeu: "O tempo vai dizer se estou errado", e acusou Jenson de ser um "playboy preguiçoso". Pouco tempo depois, Button assinou um contrato de dois anos com a BAR Honda para ser companheiro de equipe de Jacques Villeneuve, campeão mundial de 1997. O britânico foi o sétimo colocado no campeonato com 14 pontos, cinco a mais que Trulli.

Amanhã, a parte 2 da carreira de Jenson Button! Até!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A PRISÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA

Foto: Divulgação
Há 25 anos, no dia 23 de agosto de 1991, o mundo da F1 conheceu um certo alemão de nome Michael Schumacher, que estreava na categoria aos 22 anos de idade, pela Jordan, também estreante naquele ano. O que muitos não sabem é que um fato ocorrido em dezembro de 1990 desencadearia essa história maravilhosa.

Centro de Londres. Hyde Park Corner. O piloto nascido em Luxemburgo e de nacionalidade belga e francesa Bertrand Gachot, à época com 27 anos, dirigia rumo a um escritório de uma empresa que estava disposta a lhe patrocinar para a F1 na temporada de 1991. Então, aconteceu uma pequena confusão com um taxista (os carros não chegaram a se tocar). Irado, esse cara perdeu as estribeiras e veio correndo em direção ao carro de Gachot, abriu a porta do veículo e puxou o francês pela gravata. A namorada do piloto tinha em sua bolsa uma garrafa de gás CS, entregou para Gachot, que borrifou na cara do taxista. Ele anotou a placa do carro e prestou queixa na polícia.

Foto: Getty Images
O tempo passou, e Gachot estava na Jordan em 1991; vinha animado de um quinto lugar no Canadá e de um teste muito bom na Hungria, onde sentia que finalmente as "coisas iam se encaminhar bem". Bem, no dia 14 de agosto de 1991, o piloto teve que se apresentar a um tribunal inglês. Ouviu o improvável: 18 meses de detenção por causa de uma agressão com arma a um motorista e mais 6 meses por posse de garrafa CS, proibida na Inglaterra". Gachot saiu do sonho da F1 a dois anos de cadeia por usar um spray.

Diante desse fato, o chefão da equipe, Eddie Jordan começou a se mexer. De início, pensou nos nomes de Keke Rosberg (aposentado desde 1986), Derek Warwick e Stefan Johansson. A notícia de que um lugar da Jordan estava disponível deixou o paddock em alvoroço. Dias depois, Eddie contou que recebeu uma ligação da Mercedes. Schumacher, até então, era apenas um piloto da academia de jovens talentos da Mercedes, junto com Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger, onde disputava o grupo C do Mundial de Esporte-Protótipos.

Jochen Neerspach, diretor de competições da empresa alemã, disse que havia chegado a um acordo com um dos pilotos para correr na Bélgica e ofereceram 150 mil libras de pagamento. Um valor espetacular para a Jordan, que não tinha verba para terminar a temporada. Dias depois, estavam Willi Weber e o jovem Schumacher na fábrica da equipe moldando o assento do carro. Ele nunca havia pilotado em Spa, embora morasse cerca de 100 km do local. Schummy havia sido o campeão da F3 alemã no ano anterior.

Foto: Divulgação
Foram realizados testes em Silverstone. O alemão foi 1 segundo mais rápido que o melhor tempo da equipe na pista, do seu companheiro de carro Andrea De Cesaris. Em Spa, nos treinos, outro massacre: 7 décimos mais rápido que o italiano, que era muito veloz. Schumacher estreou na F1 largando em 7°, contra o 11° lugar de De Cesaris. Entretanto, Schummi quase não disputou na corrida. O piloto belga Philippe Adams ganhou recurso na justiça para correr pela Jordan, pois em 1990 ele assinou contrato para correr no time mas acabou indo para outro, e Eddie não devolveu a quantia de 150 mil libras. Em conversa com o chefão Bernie Ecclestone, o dinheiro foi adiantado e pago a Adams. Fim do empecilho.

Todavia, a estreia de Schumacher durou apenas alguns metros.A quebra de embreagem, ocasionada na hora da largada (ele nunca havia largado com tanque cheio - VEJA ABAIXO:)


O que aconteceu depois todo mundo sabe: Logo na corrida seguinte, foi costurado um acordo entre Briatore, Bernie e Schummi, que foi para a Benetton, substituindo Roberto Pupo Moreno, que foi dispensado, correndo com Nelson Piquet, que se aposentou no fim daquele ano. O resto é história...

E Gachot? Bom, ele saiu da prisão depois de dois meses e chegou a correr na Larousse. Depois, foi dono da Pacific Racing em 1994 e 1995. Atualmente, é um empresário de sucesso, dono da Hype Energy Drink (que patrocina a Force India) desde 2000, com participação no mercado de 40 países. Vencedor de Le Mans e um ótimo empreendedor, ele vê seu filho correndo nas competições menores e sonhando com a F1. Que ele não jogue spray nos outros. Qualquer coisa, se não der certo, que tome conta das empresas do pai.

Até!

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O RETORNO DA ALEMANHA

Foto: Enciclopédia F1
Uma nação que tem 11 títulos mundiais e 164 vitórias ficou sem um GP na última temporada. Por problemas financeiros em Nurburgring, Bernie Ecclestone cortou a corrida do calendário. Originalmente acordada para acontecer em anos, Hockenheim volta ao circo nesse ano, mas deseja manter a corrida nas próximas temporadas, em virtude da crise de Nurburgring.

A primeira edição da prova foi realizada em 1970, vencida pelo austríaco e campeão póstumo daquela temporada Jochen Rindt, a bordo da Lotus. Em 1971, a corrida não fez parte do calendário e foi vencida pelo belga Jacky Ickx, da Ferrari. O GP retornou ao circo da F1 apenas em 1977, quando Niki Lauda venceu, de Ferrari.

Jochen Rindt, o primeiro vencedor da corrida em Hockenheim. Foto: Getty Images

Infelizmente, o circuito teve cinco casos de acidentes fatais: Em 1968, o tricampeão Jim Clark faleceu após sofrer um acidente durante uma prova de Fórmula 2. Com isso, foram feitas duas chicanes de cada uma das duas retas longas do traçado, aumentando-o para 21 metros e deixando a pista dividida nas quatro retas mais o complexo do estádio. Quatro anos depois, foi a vez do Neozelandês Bert Hawthorne. Em 1980, duas tragédias: O francês Patrick Depailler e o austríaco Markus Hottinger. Diante disso, o circuito ganhou mais uma chicane (a Bremskurve), na Ostkurve, passando a ter oito metros de perímetro. Além disso, tivemos outros incidentes graves, como o acidente de Didier Pironi em 1982 e diversas capotagens em largadas nas últimas décadas.

O Brasil tem sete vitórias em Hockenheim. A primeira foi em 1981, com Nelson Piquet, na Brabham. Depois, o país alcançou cinco vitórias seguidas: Mais duas de Piquet (1986 e 1987) e três de Senna (1988, 1989 e 1990).









Nos anos 1990, vou destacar o incêndio da Benetton de Jos Verstappen no pit-stop em 1994 e a última vitória da carreira de Gerhard Berger em 1997 pela Benetton, na semana em que perdeu o pai, depois de ficar um mês e meio afastado por uma cirurgia.




A pista sofria muitas críticas por ser muito grande (embora fosse extremamente popular) e o público acompanhar apenas 45 voltas. As arquibancadas no estádio não acompanhavam muita coisa porque as ultrapassagens aconteciam no retão da Floresta Negra. Depois da corrida do ano 2000, a FIA exigiu que o tamanho do circuito fosse diminuído, ameaçando retirá-lo da F1. A última edição da Hockenheim "antiga" foi em 2001. Antes disso, é óbvio que iria postar a histórica vitória de Rubens Barrichello pela Ferrari, saído da 18a posição, a primeira na carreira e a primeira do Brasil desde a morte de Senna.



Em 2002, Hermann Tilke fez o novo traçado para Hockenheim, completamente diferente do traçado anterior. Toda a parte da Floresta Negra foi removida, sobrando apenas a primeira e a última reta. A parte removida foi desasfaltada e replantada com árvores, eliminando a possibilidade de serem usadas. Desde então, muitas críticas de fãs, pilotos e chefes de equipes ao atual traçado. Para mim, Hockenheim de verdade é a que existiu até 2001. 

De 1995 até 2006, eram disputadas duas corridas em solo alemão. O GP em Nurburgring era chamado de GP da Europa ou de GP de Luxemburgo (em 1997 e 1998). A partir de 2007, Nurburgring não sediou mais o GP Europeu, e as duas pistas revezavam na realização do GP: Nurburgring em anos ímpares e Hockenheim nos anos pares. Esse revezamento durou até 2014, pois em 2015 o circuito de Nurburgring não teve condições financeiras de sediar o GP.

Em Hockenheim, foram disputadas 34 provas:
4 vitórias de Michael Schumacher (1995, 2002, 2004 e 2006)
3 vitórias de Fernando Alonso (2005, 2010 e 2012)
3 vitórias de Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990)
3 vitórias de Nelson Piquet (1981, 1986 e 1987)
2 vitórias de Gerhard Berger (1994 e 1997)
2 vitórias de Nigel Mansell (1991 e 1992)
2 vitórias de Alain Prost (1984 e 1993)
1 vitória de Nico Rosberg (2014)
1 vitória de Lewis Hamilton (2008)
1 vitória de Juan Pablo Montoya (2003)
1 vitória de Ralf Schumacher (2001)
1 vitória de Rubens Barrichello (2000)
1 vitória de Eddie Irvine (1999)
1 vitória de Mika Hakkinen (1998)
1 vitória de Damon Hill (1996)
1 vitória de René Arnoux (1983)
1 vitória de Patrick Tambay (1982)
1 vitória de Jacques Laffite (1980)
1 vitória de Alan Jones (1979)
1 vitória de Mario Andretti (1978)
1 vitória de Niki Lauda (1977)
1 vitória de Jochen Rindt (1970)

Vitórias por equipe:
11 vitórias da Ferrari
9 vitórias da Williams
6 vitórias da McLaren
2 vitórias da Benetton
2 vitórias da Lotus
1 vitória da Mercedes
1 vitória da Renault
1 vitória da Brabham
1 vitória da Ligier

Vitórias por nacionalidade:
7 vitórias do Brasil
6 vitórias da Alemanha
5 vitórias do Reino Unido
5 vitórias da França
4 vitórias da Áustria
3 vitórias da Espanha
1 vitória da Colômbia
1 vitória da Finlândia
1 vitória da Austrália
1 vitória dos Estados Unidos

Esse foi o resumão da corrida em HOCKENHEIM (não estão contidas as estatísticas de Nurburgring!). Até o próximo post!