terça-feira, 22 de dezembro de 2015

TEXTOS ESPECIAIS: A arquibancada pulsa, treme e respira

Eaí, pessoal! Vamos para o segundo texto da série de textos especiais que eu escrevi durante o semestre para a faculdade. Enquanto a F1 não vem, dessa vez o texto é sobre futebol e a experiência de acompanhar um jogo no estádio. Os detalhes do antes, durante e depois você acompanha agora! Lê aí! 
P.S: O texto é do dia 27 de outubro.

A ARQUIBANCADA PULSA, TREME E RESPIRA

Foto: Globoesporte.com
Um sábado de sol maravilhoso em Porto Alegre. É um alento. Muitos gaúchos ainda sofrem com os efeitos dos fortes temporais que alagaram e causaram (e ainda causam) transtornos nas moradias das cidades do Estado. Pois bem, parece que hoje o tempo está ótimo. O que fazer em Porto Alegre num sábado de tarde ensolarado? Ir para o jogo de futebol, é claro.

Com a primeira semana do horário de verão em vigor, o sol irradiava. Eram cinco e meia da tarde. O treino da Fórmula 1 estava sendo adiado (e posteriormente cancelado) em virtude dos temporais causados pelo Furacão Patrícia. “Vamos logo”, insistiu o pai. E fomos. Vesti a camisa do Inter e uma calça jeans. Coloquei dinheiro, identidade e carteira de sócio nos bolsos, além do celular e da chave. “Bote um casaco, vai esfriar de noite”, alertou o pai.

Não coloquei casaco nenhum. Estava quente e não ia ficar segurando para colocar só depois. “É frescura dele”, pensei, como sempre. Saímos a pé. Da Azenha até o Beira-Rio, a distância não é grande. Sempre que vou ao estádio, percorro o mesmo caminho. Botafogo, José de Alencar, uma rua que faz esquina com a Padre Cacique que eu não sei o nome e a avenida. Chegamos. Eu, meu pai e uma massa de colorados esperançosos por mais uma vitória de seu time. Durante o caminho, o de sempre: Flanelinhas fazendo de tudo para que os carros estacionem na rua ou em um estacionamento, vendedores comercializando cerveja e refrigerante no isopor, vários estabelecimentos no Parque Marinha do Brasil disputando ferozmente o espaço para a venda de churrasquinhos, cachorros-quentes e bebidas. Sem contar no clássico Tele-X, tradicional ponto de encontro dos torcedores para lanchar e “molhar a palavra” antes da partida (Saudade, MekAurio).

A primeira vez

Chegamos no Beira-Rio, subimos a rampa, passamos pelos stewards, passamos a carteirinha pela catraca e entramos. Estava escutando a rádio no fone de ouvido. Tudo sobre as informações do jogo, escalações, análises e palpites dos torcedores que também estavam nos arredores do estádio. Muita festa. O clima era feliz, alegre e confiante. O pai segurava o casaco com uma mão enquanto seu inseparável rádio de pilha estava na outra.  Ficamos na Superior, na fileira mais alta, com as pernas apertadas no banco da frente. Estávamos preparados para a batalha que se sucederia logo a seguir.

As informações chegavam a todo o vapor, via fone de ouvido. Até que escutei algo diferente: O clube disponibilizou ônibus para os desabrigados irem do Ginásio Tesourinha para a partida. Muitos colorados, que no momento estavam morando provisoriamente no Ginásio, estavam lá, nas arquibancadas. Um belo gesto do Inter. Para muitos, seria a primeira vez no Novo Beira-Rio, talvez a primeira vez em um estádio de futebol mesmo, contando o novo e o velho estádio do colorado.  Infelizmente, com os ingressos mais caros, uma boa camada da população não possui condições financeiras de ir a uma partida de futebol. O elitismo dos ingressos e as “Arenas modernas” segregaram e delimitaram o público que pode frequentar um estádio de futebol.  Isso, além das próprias dificuldades financeiras que a maioria dos desabrigados enfrentam, são fatores que ajudam a explicar o fato de que para a grande maioria deles seja a primeira experiência na “cancha”, acompanhando seu clube do coração.

Quantas histórias maravilhosas estão lá, esperando alguém para que sejam contadas e desvendadas? Quantos relatos distintos da “primeira vez” em um jogo de futebol podem ser descritos, seja pela perspectiva de um repórter ou a da pessoa envolvida, através de uma crônica como essa, por exemplo? Mais tarde, talvez, a criança ou até mesmo o adulto que viu o jogo pode contar as suas impressões e memórias de um dia tão especial. Durante 90 minutos, todas as dificuldades que essas pessoas passam e estão passando serão momentaneamente esquecidas, como se nunca existissem. Irão acompanhar o jogo, como se nada mais existisse e importasse. Eles irão se divertir e sentir sensações únicas. Não, o futebol “não é só um jogo”.

Cornetas e impaciência

Começa o jogo. Todo mundo animado. Qualquer jogada feita, seja ela certa ou errada, a torcida aplaude e incentiva. Passados alguns minutos, o Inter começa mal o jogo. Em uma saída de bola errada, quase que o colorado sofre o gol. A torcida xinga e se assusta com a possibilidade, mas tudo vira alívio, grito e aplauso quando o perigo é desfeito. Erros de passe. Irritação geral. “Tem que tirar esse cara, ele é muito ruim”, esbravejava um senhor do meu lado esquerdo. No direito, o pai. O juiz sempre é alvo. “Tá querendo aparecer”, “É um murrinha”, vaias e xingamentos inapropriados para o texto foram exclamados pelo torcedor, já impaciente com um empate chato e um jogo ruim. Intervalo. Alguns mais exaltados já vaiaram o time, enquanto outros aplaudiam, como se quisessem dizer “Fiquem calmos e apoiem o Inter”. 

Aos poucos, o público disperso nas cadeiras vai as dependências do estádio para ir ao banheiro e comprar lanches e bebidas. A raiva momentânea vai embora. No ouvido, a análise do primeiro tempo. O de sempre: A equipe não está bem, tem que melhorar, o treinador precisa mexer no segundo tempo, etc. É um momento de reflexão. Como se fosse um treinador, começo a pensar nas alternativas do segundo tempo. “Tem que tirar Fulano e deslocar Beltrano para a zaga e colocar Ciclano no meio”, pensava, como se fosse um José Mourinho ou Josep Guardiola. Ao menos no estádio e na minha cabeça, eu era. E muito melhor que eles, diga-se de passagem.

A explosão

Segundo tempo. As pessoas voltam a se acomodar em seus lugares para mais 45 minutos de luta. O panorama não muda. A partida segue truncada e a vitória parece ser algo distante, irreal, um delírio. A irritação aumenta. “Mexe nesse time, técnico desgraçado”, disse um. “Tira esse cara, pelo amor de Deus”, exclamava outro. Uma voz irritada, do topo do estádio, gritava a plenos pulmões: “Pombas, mexe nesse time logo, carvalho”. A cada lance errado, um urro furioso, vaias, a frustração começa a aparecer. Pouco depois, quase que o Joinville abre o placar. Se o técnico não age, a torcida faz a sua parte. Começa a cantar e empurrar o time.

No início, não mudou muita coisa. “É só bico e balão, só assim pra fazer gol”, concordavam os torcedores, muitos deles nunca haviam se encontrado na vida, mas se comunicavam como se fossem velhos amigos de infância. Escanteio para o Inter. Os jogadores pedem o apoio da torcida, que levanta, canta, grita e pula, tudo para empurrar o time e marcar o gol. Escanteio curto (um câncer do futebol moderno). Bola devolvida na direita e o maestro da equipe, o camisa 10, cruza magistralmente com sua canhotinha habilidosa. O centroavante nem precisou pular para cabecear e fazer o que melhor sabe: O gol. Festa! Torcedores pulam, gritam, comemoram. Dão socos no ar, se abraçam, cumprimentam, beijam. Abracei o pai e gritava loucamente “Goool” e outros impropérios. Abracei o cara do meu lado como se fossemos íntimos.

O futebol proporciona isso. Milhares de pessoas que nunca se viram antes (e talvez nunca se encontrem depois do jogo) estão unidos por uma paixão, um bem maior. No gol, “o grande momento do futebol”, a emoção em ver na TV e no estádio é completamente diferente. Abraçar desconhecidos, sem preconceito racial ou de classe. Na bancada, como dizem os portugueses, somos todos iguais. Somos todos paixão. Só o futebol pode proporcionar isso. E, reitero, ele não é só um jogo.

Tensão, alegria e fim

Se existe algo que tortura e causa angústia um apaixonado por futebol é o final de um jogo apertado. Os minutos demoram dias para passar. A pressão da equipe visitante é fortíssima. Não dá nem para respirar. A todo momento, desespero e calma estão lado a lado. Um, querendo que o jogo termine logo. O outro, o lado mais racional, pede que os jogadores valorizem a posse de bola e segurem o resultado. Não tem jeito, é só bico e balão, não é mesmo?

Não importa se o adversário é o vice-lanterna do campeonato, o torcedor pessimista sempre acredita que o time vai tomar o gol de empate no fim. A pressão aumenta. Os torcedores, como se fossem regidos por um maestro oculto, sinalizam com os braços pedindo o fim da peleja. Todo mundo fica de pé, aguardando o apito final. Bola no meio-campo, o juiz apita. Explosão no Beira-Rio. Torcedores gritam, comemoram, se abraçam. Valeu a pena. Todo mundo vai feliz para a casa curtir os embalos de sábado à noite. Espera um pouco. Os jogadores seguem em campo. O juiz marcou falta. Os mais desavisados, que estavam prestes a deixar o estádio, ficam congelados. A tensão volta com contornos violentos. “Não pode ser, esse juiz tá de brincadeira”, “Quer aparecer” e outros xingamentos pesados voltam à tona.
 
Não durou muito. Segundos depois do primeiro apito, veio o segundo, e agora derradeiro. Segundos que duraram umas três horas, no mínimo. Fim de jogo. Um a zero. Suado e sofrido. Time não jogou bem. Ninguém se importa. A vitória veio. Agora sim, dá para sair e curtir o fim de sábado, saboreando a vitória. Para os desabrigados, muitos deles testemunharam a primeira vitória de seu clube do coração in loco. Ironia: Se não fosse a enchente, a comoção e a solidariedade das pessoas, provavelmente a grande maioria dos presentes seguiriam sem acompanhar seu time no estádio. Não haveria desabrigados, nem campanhas, tampouco ações sociais. Uma triste realidade.

O pai tinha razão. Esfriou bastante. Já era noite. O vento do Guaíba gelava e arrepiava meu corpo. Como sempre, fingia que estava bem, sem deixar transparecer que estava com frio. Não, não era necessário pegar o casaco. “Até voltar para casa, meu corpo vai estar aquecido e nem vou sentir nada”. Pode ser verdade. Confesso que não lembro se o nariz escorreu ou algo do gênero. Sobrevivi ao vento, tensão, sofrimento e raiva. Ganhamos. É o que importa. Agora é curtir e se preparar para a próxima batalha no Beira-Rio, que certamente será pior e mais difícil, mas única. Como todo jogo de futebol. “Cada jogo tem uma história”, já dizia o poeta.

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 3

Semana de Natal, já gostaria de desejar a todos um ótimo Natal com muita alegria, felicidade e amor.
Bom, tá na hora de terminar isso aqui, quase um mês depois do fim do campeonato. Vou analisar as equipes restantes (Sauber, McLaren e Manor) e a estreante Haas. Vamos lá!

Foto: FOX Sports
SAUBER F1 TEAM - Felipe Nasr (13°colocado) e Marcus Ericsson (18°colocado) - Nota = 6,5
Depois de um 2014 desastroso, onde zeraram na temporada e terminaram somente à frente da finada Caterham, a Sauber evoluiu, até porque era impossível ficar pior. A contratação de Ericsson, com experiência de um ano na Caterham e Felipe Nasr, então vice-campeão da GP2, contribuiu para o desenvolvimento da equipe tanto no sentido técnico quanto no financeiro. Os suíços aproveitaram o começo cambaleante das concorrentes Lotus, Toro Rosso e Force India para acumular muitos pontos (principalmente Nasr). Todavia, sem recursos, começou a ser alcançada e ficou bem para atrás no fim da temporada, brigando com a McLaren pelo posto de 9° melhor carro da F1. Com passos lentos porém firmes e sóbrios, a Sauber pode almejar um 6° ou 7° lugar para o ano que vem. Os dois pilotos estão mantidos.

FELIPE NASR = Nota 7,5 - Um começo arrebatador. Melhor brasileiro da história a estrear na F1, com um empolgante quinto lugar na Austrália. Despertou muita animação da imprensa e torcedores. Nasr errou pouco na temporada. Sempre foi consistente e com frequência ficou a frente de Ericsson. Entretanto, passou a temporada inteira com problemas nos freios, que eram impossíveis de serem resolvidos. Precisa melhorar nas classificações (foi superado pelo Sueco) e chegou a andar atrás de Ericsson nas corridas europeias. Não foi superado graças a gordura acumulada nos vários pontos que conquistou com o 5° lugar da Austrália e o sexto na Rússia. No fim das contas, foi um bom ano de estreia.

MARCUS ERICSSON = Nota 6,5 - É claramente inferior a Nasr. Contudo, cresceu na segunda metade do campeonato, mas foi insuficiente para conquistar bons pontos e apenas superou as Manors. Talvez, para os próximos anos, a Sauber precise de outro piloto que consiga aliar habilidade e o fator financeiro. Vamos ver o que o Sueco é capaz de fazer com o C35, em tese superior ao C34 desse ano.

Foto: Getty Images
McLAREN HONDA - Fernando Alonso (17°colocado) e Jenson Button (16°colocado) = Nota 5
Simplesmente ridícula. A Honda teve dois anos para testar o novo motor no carro da McLaren da temporada 2012, mas nada adiantou. Os japoneses recusam trocar informações com a fábrica de Woking, e o resultado é esse. Desde o início do ano, incontáveis problemas, punições, estouros de motor... A McLaren virou chacota, e só restou para Alonso e Button brincarem com a situação no GP Brasil. Pior que isso foram as declarações do Yasuhisa Arai, uma presepada atrás da outra, falando que a McLaren ia evoluir e brigar por vitórias no fim do ano. Digno de risada. Ano após ano, a McLaren está perdendo patrocinadores (Vodafone, Santander e TAG Heuer) e não consegue atrair ninguém. Será que irão ter o mesmo destino da Williams, que se apequenou nos últimos anos? A diferença é que Frank Williams reconheceu e soube trabalhar com humildade para lidar com essa situação. A McLaren de Ron Dennis, ao que parece, não.

FERNANDO ALONSO = Nota 6 - Difícil analisar os pilotos, diante de um carro tão ruim. Alonso foi hospitalizado ainda na pré-temporada depois de um misterioso problema elétrico, em Jerez. Com o MP4-30 inguiável e recheado de problemas, fez apenas 11 pontos no ano, com um quinto lugar na Hungria como melhor marca, Todavia, foi superado por seu companheiro de equipe, fato inédito na carreira (se considerarmos a pontuação, pois tecnicamente Alonso perdeu de Hamilton em 2007 e Tarso Marques em 2001 na tabela de classificação).

JENSON BUTTON = Nota 6,5 - Parecia resignado com os problemas da Honda e em fim de carreira. Porém, novamente teve o contrato renovado para mais uma temporada. Pode ser seu último ano de F1. Sem um bom carro (sensação já vivida na Honda de 2007 e 2008), contou com vários problemas, mas no fim bateu Alonso por quebrar menos. A grande questão é se a Honda vai melhorar a unidade de potência para o ano que vem. Do contrário, a McLaren entrará em apuros (mais ainda, acredite).

Foto: MotorSport
MANOR - Roberto Merhi (19°colocado) e Will Stevens (21°colocado) = Nota 5
A ex-Marussia faliu, mas voltou à F1 aos 45 do 2° tempo, graças a um investidor britânico. Correndo com o motor da Ferrari 2014, apenas figurou no grid. Para o ano que vem, já assinaram com a Mercedes e é grande a expectativa para saber quais serão os pilotos da equipe: Rio Haryanto e Pascal Wehrlein são os favoritos.

ROBERTO MERHI = Nota 5,5 - Com um carro tão ruim e atrasado, é difícil, quase impossível, fazer qualquer avaliação. Superou Will Stevens nos treinos e corrida. Isso é o bastante.

WILL STEVENS = Nota 5 - Foi superado por Merhi. É o bastante.


HAAS F1 TEAM - EXPECTATIVA

Depois de muito tempo, uma equipe estadunidense está de volta à F1. A última havia sido a Lola, nos anos 1980. Com experiência da Nascar e Indy, a Haas não é uma simples aventureira na categoria. Evidentemente que não irão andar na frente de imediato, mas aparentemente estão montando uma boa estrutura de trabalho. Firmaram uma parceria técnica com a Ferrari, que cedeu peças, o túnel de vento e o motor para a montagem do carro, além do piloto de testes, o mexicano Estebán Gutiérrez como titular do time. Será companheiro de Romain Grosjean, que preferiu um novo desafio do que continuar na incerta (hoje finada) Lotus (hoje Renault e não mais incerta, mas não tão competitiva a curto prazo). Com Vergne e Vandoorne no mercado, eu não contrataria Gutiérrez (ou Gutierros, para os mais íntimos). Negócios são negócios, fazer o quê... A Haas começa com um projeto mais seguro que as últimas novatas que entraram na categoria (Hispania, Caterham e Virgin). Eles possuem mais dinheiro e investimento também. Diante de tudo isso, creio que os americanos devem começar de forma tranquila, adquirindo experiência para quem sabe, com o passar dos anos, andar com a turma da frente. O fato de ser uma espécie de equipe B da Ferrari (que antigamente era a Sauber) pode impedir isso. A F1 está ansiosa para ver o que Gene Haas e sua trupe é capaz de fazer na F1 (e quanto tempo vão aguentar na categoria, por que não?)

P.S: Texto da F-E sairá em breve. Quando? Não sei, mas não vai demorar muito.
P.S.2: Amanhã sai o segundo texto da série "textos especiais", não perca! Até!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

TEXTOS ESPECIAIS: O amparo do magnata

Oi, gente! Então, com uma semana de atraso, vou estrear uma seção que já estava pensando há alguns meses em fazer aqui no blog. São textos que eu fiz na cadeira de Produção Jornalística da FAMECOS/PUCRS, do professor Tibério Vargas Ramos. Se possível, irei tentar publicar ao menos um texto por semana durante as férias da F1.

Vou iniciar o novo quadro com ele (não poderia ser diferente): Bernie Ecclestone! Tem a ver com sua vida pessoal, profissional e um empreendimento recente no Brasil. Confere aí!

O AMPARO DO MAGNATA

Com muito dinheiro no bolso, onde você faria um investimento empreendedor? O britânico Bernie Ecclestone escolheu uma cidade brasileira, desconhecida por muitos
Foto: Grande Prêmio
Fortuna estimada em quase 5 bilhões de dólares. Um dos maiores investidores do mundo e um dos patrões desportivos mais bem pagos. De vendedor de carros usados na famosa rua Warren de Londres a dono absoluto e revolucionário nos negócios de gestão da Fórmula 1 há mais de 30 anos, esse senhor de 84 anos tem muitas histórias e polêmicas para contar.
Um desses causos é saber como e por que um homem tão rico e poderoso é visto com frequência em uma cidade de quase 70 mil habitantes localizada no interior de São Paulo e distante 132 quilômetros da capital paulista. Calma, garanto que tudo tem uma explicação simples e lógica.
Antes de mais nada, é necessário saber quem é essa figura. Trata-se de Bernard Charles Ecclestone, ou simplesmente Bernie Ecclestone. Nasceu em St Peter South Elmham em 1930, numa aldeia distante três milhas ao sul de Bungay em Suffolk, no leste da Inglaterra. Nos anos 1950, ingressou na carreira automobilística, que não durou muito. Foram apenas duas corridas na Fórmula 1, em 1958. Depois de um grave acidente, percebeu que seu ramo era outro: Os negócios.
Começou a fazer investimentos lucrativos no mercado imobiliário e no financiamento de empréstimos, gerindo sua concessionária de carros usados nos finais de semana. Ao mesmo tempo, começou a agenciar pilotos. Um de seus clientes, Lewis-Evans, faleceu após o motor de seu carro explodir na corrida do Marrocos, vítima de queimaduras graves. Abalado, retirou-se do esporte a motor pela segunda vez. Na década seguinte, tornou-se empresário do austríaco Jochen Rindt (único campeão póstumo da F1, em 1970) e co-proprietário da equipe dois da Lotus. Em 1971, passou a ser dono da equipe Brabham numa aquisição que custou 100 mil libras. A escuderia cresceu e foi nela que o brasileiro Nelson Piquet foi campeão do mundo em 1981 e 1983.  Nos anos 1980, Bernie já era dirigente da FOCA (Associação dos Construtores da Fórmula 1) e em 1987 vendeu a Brabham por 5 milhões de libras.
Em um “golpe de mestre”, conseguiu fazer com que a FOCA (que hoje virou FOM, presidido por Ecclestone – Formula One Management) tivesse o direito de negociar os direitos de transmissão das corridas com autorização da FIA, criando a FOPA (Fórmula 1 Participações e Administração) que dividiu a receita em 47% para as equipes, 30% para a FIA e 23% para o próprio Bernie. As equipes se revoltaram e nos anos 1990 foi assinado o Pacto de Concórdia, que negocia os direitos de transmissão e a taxa de inscrição anual das equipes para a disputa do Campeonato Mundial de Fórmula 1. É assim que Bernie ganha dinheiro: Uma porcentagem da venda dos direitos aqui, uma porcentagem das ações das empresas que gerenciam a F1 (como a FOM) e outros negócios pessoais acolá, e o seu patrimônio foi aumentando.
Segundo lista da Forbes de 2011, Bernie é a quarta pessoa mais rica do Reino Unido, com fortuna estimada em US$ 4,2 bilhões. Foi casado por quase 25 anos com a modelo croata Slavica Radic. Se na F1 Bernie é o “chefão”, não podemos dizer o mesmo em sua vida conjugal. Segundo o que está escrito em uma de suas biografias, intitulada Não sou um Anjo (Editora Novo Conceito, 2011), de Tom Bower, ele constantemente apanhava de sua ex, sempre desconfiada de uma possível infidelidade do marido. Slavica era vista constantemente no paddock e costumava beber muito, às vezes ficando agressiva, humilhando Bernie fisicamente (que chegava a se esconder em outros quartos da casa onde moravam) e psicologicamente (chegou a chamá-lo de anão em público – ele bate no ombro da modelo). Ela constantemente ameaçava ir embora, até que o fez. Pediu o divórcio em 2009. Dizem que Ecclestone pagou cerca de R$ 1,5 bilhão no acordo.
No mesmo ano, uma brasileira entrou na vida do magnata. Durante visita para o Grande Prêmio do Brasil, em novembro, Bernie conheceu Fabiana Flosi, advogada de 38 anos, que na época trabalhava na organização do evento. Paixão à primeira vista. Casaram-se em 2012.  Os laços com o Brasil já não eram somente profissionais.
O empresário estava procurando uma casa de campo no Brasil. Só conhecia as cidades grandes e as de praia, apesar de visitar o país há 45 anos. Foi aí que entrou o município de Amparo. Nem sua esposa brasileira conhecia esse lugar. Fundada em 1829, é famosa por suas lavouras de café, principalmente a partir do ciclo do ouro do café iniciado em 1850. Uma dessas fazendas famosas é a centenária Ycatu (desde 1879), que Bernie conheceu ao acaso, através da indicação de um amigo que queria vender a propriedade. Comprou-a e deparou-se com mais de 120 mil pés de café.
O refúgio de Bernie Ecclestone no Brasil tornou-se público em maio, quando o chefão anunciou uma entrevista coletiva surpresa na cidade. Para quem acompanha automobilismo, não fazia sentido nenhum o que estava acontecendo. Chegava a ser surreal. “Todos que moram aqui são pessoas de sorte”, afirmou Bernie. A coletiva anunciava a nova empreitada de Ecclestone no ramo dos negócios: Ele deseja comercializar a sua marca de café gourmet da fazenda, a Celebrity Coffee of Amparo. Por enquanto, ela é servida somente no paddock da Fórmula 1.
Atual prefeito da cidade, Luiz Vitale Jacob (PSDB) conta que foi procurado por Fabiana após a aquisição da fazenda. Ela perguntou sobre a infraestrutura da cidade em relação a hospitais, restaurantes e o setor de serviços. Desde então, mantém contato frequente com o empresário, que chegou a visitar a prefeitura em sua última aparição na cidade. Constantemente é visto pelos moradores em restaurantes e no centro histórico. Sua presença ainda choca e surpreende os amparenses. Segundo o prefeito, “é a oportunidade perfeita de lançar a cidade de Amparo para o resto do mundo”.
Esse é um pouquinho de Bernie Ecclestone. Repleto de histórias e polêmicas para serem desvendadas. Para muitos, um “exímio empresário, empreendedor e negociante”. Para outros, um “picareta que deveria estar na cadeia”. Todavia, é inegável o seu carisma, mesmo caduco e considerado por muitos um “vilão” acerca das críticas dos fãs de Fórmula 1 a falta de emoção, competitividade e alternância entre os carros nas corridas. A F1 e Bernie chegam a se confundir sendo uma entidade só. Com certeza será um dia histórico quando ele deixar o poder, por conta própria ou por questões de saúde. O que sabemos, entretanto, é que ele vai estar ocasionalmente relaxando e produzindo café na Fazenda Ycatu, com sua esposa e a paz de espírito de um homem que nasceu pobre e hoje é um dos maiores empresários do mundo, deixando um futuro próspero para muitas gerações de sua família – Com polêmica, irregularidades e problemas na justiça.
Por hoje é isso, até o próximo texto!

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 2

Fala, galera! Então, vamos continuar o resumo do ano da F1. Dessa vez, escreverei sobre a Red Bull, Force India, Toro Rosso e Lotus. Vamos lá!

Foto: Motorsport
RED BULL RACING - Daniel Ricciardo (8° lugar) e Daniil Kvyat (7° lugar) = Nota 7,5
Outro ano prejudicado pela falta de potência do motor Renault. Helmut Marko, Christian Horner e Adrian Newey perderam a paciência com os franceses e protagonizaram momentos de vergonha alheia ao humilhar a Renault durante o ano inteiro. Ok, os franceses não conseguiram trazer melhorias para o motor, mas foi desnecessário tudo isso. O mais grave é que a escuderia austríaca xingou os franceses e alardearam para todos que iriam trocar de fornecedor. Sonharam com a Mercedes, receberam um sonoro não. Negociaram com a Ferrari e exigiram o mesmo motor da equipe italiana, e também receberam não. Desesperados, chegaram até a consultar a Honda, que recusou, pois está em uma parceria exclusiva McLaren. Restou a equipe de energéticos arrependida voltar atrás, se desculpar e manter o motor Renault para o próximo ano, batizado com o nome do novo patrocinador TAG Heuer. Em virtude dessa e outras circunstâncias, a Red Bull passou zerada no ano pela primeira vez desde 2008, mas mostrou que a eficiência aerodinâmica ainda está em dia.

DANIEL RICCIARDO = Nota 7,5 - Dessa vez, sem vitórias. Também é verdade que enfrentou diversos problemas nas classificações e corridas, desperdiçando alguns pontos importantes. Nos pontos, foi derrotado pelo novato companheiro de equipe, uma mancha que incomoda. Ricciardo foi o "Vettel de 2014". Continua um excepcional piloto, refém de um bólido com uma unidade de potência que lhe permita brigar por poles e vitórias. Fez o que pode.

DANIIL KVYAT = Nota 8 - Até Mônaco, parecia que sua cabeça ainda estava na Toro Rosso. Coincidência ou não, seu rendimento cresceu após levar um puxão de orelha público do chefe Helmut Marko. O quarto lugar em Monte Carlo o impulsionou para seu primeiro pódio na carreira, o 2° lugar na Hungria. Contou com os azares de Ricciardo, mas também fez sua parte, andando muito bem e tendo um rendimento constante. A tendência é que a pressão aumente, pois mais cedo ou mais tarde Max Verstappen irá para a equipe taurina, e provavelmente no seu lugar.

Foto: Divulgação

FORCE INDIA - Nico Hulkenberg (10° colocado) e Sérgio Pérez (9° colocado) = Nota 8
Até Silverstone, estava utilizando o carro do ano passado. A escuderia de Vijay Mallya ainda segue com problemas financeiros e, a que tudo indica, irá tornar-se Aston Martin. Entretanto, quando utilizou o carro desse ano, a diferença foi brutal. A regularidade (não tão presente em Nico esse ano, na verdade) dos pilotos e os avanços da equipe permitiram resultados espetaculares, como o terceiro lugar de Pérez na Rússia. No fim do ano, chegou a ser a terceira ou quarta força da F1. Com 7 anos de F1, a Force India se estabeleceu como equipe média, mas busca alçar voos maiores, apesar das dificuldades financeiras. Aston Martin vem aí?

NICO HULKENBERG = Nota 7 - Começou o ano constante como sempre. Todavia, falta um resultado expressivo na F1 para o alemão de 28 anos, vencedor das 24 horas de Le Mans. Nessa temporada, um agravante: Se envolveu em diversos acidentes, incomum para a sua habilidade e potencial. Foi uma de suas temporadas mais fracas na categoria.

SÉRGIO PÉREZ = Nota 9 - Em termos de pilotagem, foi o melhor ano de sua carreira. Mais maduro, teve uma pilotagem constante, com menos erros (vide GP da Hungria). Precisa ser mais veloz nos treinos. Contudo, nas corridas, o que é mais importante, parece sempre funcionar na estratégia dos longos stints, administrando os pneus e parando o mais tarde possível para retornar com pneus novos e atacar nas voltas finais. Foi assim que conseguiu o pódio na Rússia (também graças ao acidente dos finlandeses Raikkonen e Bottas na última volta). Um ano inesquecível para o mexicano, que enfim pode correr no seu país, delírio daqueles que acompanhavam de perto o grande prêmio.

Foto: AutoSport
SCUDERIA TORO ROSSO - Max Verstappen (12° colocado) e Carlos Sainz Jr (15° colocado) = Nota 7,5
Chegou a andar na frente da matriz Red Bull. Com dois pilotos jovens, ousados e inexperientes, chamou a atenção da mídia e dos fãs (principalmente Verstappinho). Com o frágil motor Renault e diversos problemas mecânicos, além dos acidentes (principalmente de Sainz), não podem fazer muita coisa. Agora, a expectativa é pelo motor 2015 da Ferrari para o ano que vem. Com mais experiência e um bólido mais rápido, Max e Sainz podem brigar com mais frequência pelos pontos.

MAX VERSTAPPEN = Nota 9 - Achei ele um pouco superestimado pela mídia e fãs. De fato, é. É um talento nato, com grande potencial, mas muita calma. Se envolveu em uma bobagem em Mônaco e foi crucificado injustamente por conta da idade (à época, com 17; agora, com 18). Na segunda metade da temporada, cresceu: Pontuou em oito corridas consecutivas. Mostrou ser muito agressivo e arrojado, buscando ultrapassagens em pontos que geralmente os pilotos não arriscam. Ele não é assim. Max é diferente. Se trilhar um caminho sólido, pode tornar-se campeão mundial. Sua vantagem é sua juventude muito precoce, o que lhe permite muitos anos na F1.

CARLOS SAINZ = Nota 7 - Os números não mostram muito bem a diferença entre ele e o seu companheiro de equipe holandês. Verstappen é melhor que Sainz, de fato, mas não é uma diferença muito grande. Sainz largou na frente mais vezes que Verstappinho, porém se envolveu em mais acidentes e teve mais problemas no carro, o que obviamente o prejudicou na comparação com o companheiro prodígio. O espanhol não pode fazer muita coisa, impossibilitado pelos problemas já citados acima, mas certamente vai precisar mostrar mais ano que vem, pois sabemos como a Toro Rosso adora incinerar seus jovens pilotos (Buemi, Alguersuari e Vergne que o digam).


LOTUS F1 TEAM - Romain Grosjean (11° colocado) e Pastor Maldonado (14° colocado) = Nota 7
Com problemas financeiros desde 2013, a Lotus agora é moda do passado. Devido as dívidas, os mecânicos foram diversas vezes impedidos de entrar nos boxes da equipe. Bernie Ecclestone teve que constantemente intervir e pagar as pendências, enquanto os funcionários comiam nos boxes das outras equipes. Dentro da pista, Maldonado se envolveu em diversos acidentes e problemas e Grosjean atingiu uma maturidade impensável para quem era o "maníaco da primeira curva" em 2012. O pódio na Bélgica coroou o seu trabalho. Agora, com o retorno da Renault, investimentos pesados serão realizados a médio-prazo e, quem sabe, os franceses voltam aos tempos de glória da década passada.

ROMAIN GROSJEAN = Nota 7,5 - De saída para a Haas, Grosjean sempre teve menos quilometragem nos treinos em relação a Maldonado, pois frequentemente cedeu o carro em uma das sessões de sexta para o futuro titular, Jolyon Palmer. Guiou muito bem e conquistou um pódio improvável diante dos inúmeros problemas da Lotus. Agora, a aventura é na nova equipe americana, já almejando a vaga de 2017 da Ferrari. O francês amadureceu e evoluiu muito.

PASTOR MALDONADO = Nota 6 - É quase improvável que termine as corridas. Proporciona momentos de puro entretenimento ao bater e se envolver em acidentes com outros pilotos. Foi atropelado por Grosjean nos treinos. É um piloto rápido, mas que nunca está com a cabeça no lugar, por isso está sempre propenso a inúmeros erros e presepadas. Entretanto, está garantido no ano que vem, sempre bancado pela grana da PDVSA. Maldonado é um showman às avessas, mas poderia ter mais atuações memoráveis como a da Espanha em 2012 ao invés de ser chacota nas redes sociais.

Amanhã tem novidade no blog! Te liga! Fui!

domingo, 13 de dezembro de 2015

MARCOS GOMES CAMPEÃO

Foto: Fernanda Freixosa
O ano no automobilismo está quase no fim. Hoje foi realizada a grande decisão da Stock Car - Cacá Bueno buscava o hexa, enquanto Marcos Gomes buscava o título inédito. Deu Gomes.

A chuva na classificação de sábado jogou os dois para o fim de pelotão. Em tese, melhor para Gomes, com vantagem na tabela. A corrida teve muitos acidentes, parecia brincadeira de carro-choque.

Largando em 27º, o líder do campeonato e favorito ao título foi atingido na confusão da largada e acabou embaixo dos pneus. O paulista do carro #80 da VRT ainda conseguiu ir para os boxes, ficou uma “eternidade” parado para que os mecânicos consertassem seu carro e voltou à pista com sete voltas de desvantagem para todo o pelotão.

Sorte dele que Cacá Bueno também teve problemas. Largando em 26° (precisava ao menos chegar em quarto para ser campeão), teve o capô danificado e não pode fazer nada. Com isso, não houve realmente uma disputa. Os dois se prejudicaram no início e isso sacramentou o título de Marcos Gomes.

Aliás, Marquinhos é o primeiro filho de campeão que conquista a taça. Seu pai, Paulo Gomes, é tetracampeão da Stock Car.

Átila Abreu venceu, seguido por Diego Nunes e Felipe Fraga, que completaram o pódio.

Nessa semana: Análises a caminho e novidade (será?)!

Até!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

SPYGATE, O RETORNO?

Foto: Autoracing
Fala, galera! Pois bem, escrevi ontem que iria estrear uma novidade no blog. Entonces, diante da notícia potencialmente importante, decidi adiar por algum tempinho. Por incrível que pareça, não gosto de ficar prometendo as coisas justamente pelo risco delas não se concretizarem e eu passar por uma situação embaraçosa. Mas enfim, segue o jogo.

O assunto de hoje pode se desdobrar em um grande escândalo nos próximos dias. A notícia é a seguinte: A Mercedes está processando o ex-engenheiro Benjamin Hoyle por supostamente salvar informações confidenciais da equipe (que inclui dados de quilometragem, informações sobre a fabricação das unidades de potência e códigos de corridas) para supostamente repassar a Ferrari, também sua suposta futura equipe.

Hoyle estava na Mercedes desde 2012. É o maior especialista no que diz respeito a perfomance e desempenho de Motor de Combustão Interna (ICE). Ele anunciou que deixaria a equipe no final do contrato (nesse ano) e iria para uma outra equipe. Sabendo disso, os alemães o afastaram de todas as atividades relacionadas a F1 e o repassaram para a DTM. Um caso semelhante é o do grego Peter Prodromou, que ficou um ano na geladeira da Red Bull após anunciar sua ida para a McLaren.

Enfim, Hoyle teria surrupiado arquivos de F1 da Mercedes para repassar ao pessoal da Ferrari, sua futura (ou não) equipe. Em uma ação judicial de 19 de outubro, a Mercedes alegou que as "atitudes de Hoyle foram calculadas para destruir ou danificar seriamente a relação de confiança" que ele tinha com a marca. "Benjamin Hoyle e, potencialmente, a Ferrari tiveram uma vantagem ilícita."

Agora, a Mercedes tenta impedir que Hoyle trabalhe em qualquer outra equipe na próxima temporada, assim como o retorno dos documentos, arquivos e pagamento de honorários legais.

Foto: Grande Prêmio
Relembrando o Spygate: Em 2007, o ex-chefe de mecânicos da Ferrari, Nigel Stepney, entregou ao engenheiro Mike Coughlan, da McLaren, um dossiê que continha informações confidenciais a respeito do projeto dos italianos. A FIA descobriu e afastou Stepney (hoje, já falecido) da F1 por 15 e multou a McLaren em 100 milhões de dólares, além da exclusão da escuderia britânica do campeonato de 2007, vencido por Kimi Raikkonen.

Ainda é muito cedo para prever qualquer desdobramento do caso. O que parece bem claro é que a Mercedes vai fazer de tudo para impedir que a Ferrari se aproxime e ameace seu reinado. O caso do túnel do vento da Haas também vai ser utilizado pelos alemães como argumento para tentar punir a Ferrari e evitar a perda da hegemonia da F1. Agora, é aguardar as repercussões e novas informações do escândalo.

Até lá!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 1

Salve, pessoal! Começarei hoje os tradicionais posts com a análise e os comentários do desempenho de cada equipe e dos pilotos nesse ano. Hoje, vamos com as ponteiras: Mercedes, Ferrari e Williams. Vamos lá!

Foto: F1Fanatic
MERCEDES AMG F1 - Lewis Hamilton (campeão) e Nico Rosberg (vice-campeão) = Nota 10
Mais uma temporada implacável dos alemães. 16 vitórias na temporada e 19 poles. Uau. O W06 Hybrid mostrou a que veio e a Mercedes fez 3 pontos a mais em relação ao ano passado. Confirmaram as expectativas. Para o ano que vem, a tendência é que ainda estarão a frente, o que não sabemos é se essa distância para a Ferrari ou uma outra equipe vai aumentar ou diminuir em relação ao final dessa temporada.

Lewis Hamilton = Nota 10 - Com menos problemas, o título veio de forma mais fácil. Sua pilotagem foi espetacular, muito superior ao ano passado. Fez mais poles e, obviamente, venceu mais. Aniquilou Rosberg até ser campeão, quando relaxou e desde Cingapura teve uma queda de rendimento devido a mudanças na pressão dos pneus após o episódio na Itália. Nada que o preocupe, a princípio, para 2016. É o grande favorito para o tetra-campeão.

Nico Rosberg = Nota 8 -  Foi amplamente superado pelo seu companheiro de equipe e apenas garantiu o vice-campeonato ao engatar 3 vitórias seguidas no fim do certame, quando já estava tudo decidido. Com equipamento mais capacitado, teve trabalho para superar Vettel e apenas mostrou serviço contra Hamilton agora, na saideira da temporada. A grande dúvida é se seu crescimento é um sinal de que ano que vem as coisas serão diferentes na Mercedes ou se deve a um relaxamento natural pós-título de Hamilton, regado a festas e bebedeiras.

Foto: Divulgação
SCUDERIA FERRARI - Sebastian Vettel (3° colocado) e Kimi Raikkonen (4° colocado) = Nota 9
A evolução em relação ao ano passado foi visível. Primeiramente, por vencer corridas (em 2014, passaram em branco). Em segundo, o grande responsável pelo desempenho da equipe foi a evolução do motor, colocando os italianos no mesmo nível ou até superior as Mercedes. Seb venceu 3 provas e conquistou a pole em Cingapura, se redimiu a temporada apática pela Red Bull. Raikkonen teve muitas barbeiragens e perdeu pontos importantes para a equipe, embora tenha garantido a renovação de contrato e possível aposentadoria pela Scuderia. Agora, é aguardar para saber se os Italianos conseguirão dar o pulo do gato ou vão esperar 2017, com as novas regras e especificações da categoria.

Sebastian Vettel = Nota 9 - Estava cercado de muitas dúvidas em relação ao seu real potencial em virtude do fraco desempenho com a Red Bull em 2014. Entretanto, parece ter acabado com as desconfianças logo na Malásia, quando venceu sua primeira corrida pelos tifosi. Vettel extraiu o máximo da Ferrari. Sempre constante, venceu quando pôde e brigou pelo segundo lugar do Mundial até o México. Suas três vitórias foram em circunstâncias diferentes, mas que mostram sua qualidade. Salvo as atuações no Bahrein e em solo mexicano, o tetracampeão foi muitíssimo bem.

Kimi Raikkonen = Nota 6 - Ficou devendo. A expectativa era um desempenho melhor, pois o SF15-T é um bólido muito superior ao carro de 2014. Entretanto, Kimi se envolveu em muitos acidentes (em grande parte, causados por ele próprio, sendo assim, culpado - principalmente com Bottas, duas vezes) e perdeu muitos pontos para  Ferrari. Quase foi superado pelo compatriota da Williams. É provável que ano que vem seja a sua última temporada pela F1. Espero que o IceMan faça bonito e apague as últimas temporadas melancólicas que fez.

Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio
WILLIAMS MARTINI RACING - Valtteri Bottas (5° colocado) e Felipe Massa (6° colocado) = Nota 8
Com menos investimentos e o avanço das rivais Ferrari e Red Bull (e Force India na segunda metade do ano), perdeu força. Hoje, talvez seja a terceira, quarta ou quinta força da F1. Com o bom motor Mercedes, conseguiu resultados satisfatórios. Todavia, quando dependeu da aerodinâmica em circuitos mais travados (Cingapura e Mônaco, por exemplo), seu desempenho foi muito ruim. Seus pilotos são medianos e nada mais. O que prejudica a equipe são os péssimos pit stops e estratégias de corridas capitaneadas por Rob Smedley. Que coisa horrível! Precisam treinar e muito para 2016! O FW38 é totalmente diferente do modelo anterior. Portanto, a Williams 2016 é um mistério.

Valtteri Bottas = Nota 7,5 - Nunca embarquei na hype gigantesca que colocaram no finlandês. Muitas achavam (e ainda acham) que Bottas tem potencial para ser campeão do mundo, que é um piloto espetacular e valeria o investimento de 12 milhões de euros que a Ferrari supostamente teria feito para contratá-lo no meio do ano. Não acho. É um bom piloto e só. Consistente, sólido e erra pouco. Acumula muitos pontos, o que é importantíssimo. Entretanto, não tem o diferencial de um Hamilton, Vettel ou Alonso, por exemplo. Superou outra vez Massa na pontuação, mas isso não quer dizer muita coisa. Seu futuro é uma incógnita. Grosjean parece ser o favorito para a Ferrari em 2017. Talvez a Mercedes, caso Hamilton e Rosberg continuem se estranhando nas declarações...

Felipe Massa = Nota 7 - Foi uma temporada diferente do brasileiro. Geralmente, começa muito mal o ano, mas depois se recupera após as férias de julho. Neste ano, foi o contrário. Acumulou muitos pontos no início e teve uma queda de rendimento (assim como toda a equipe) no final. Perdeu de novo para Bottas. Ao menos, foi uma temporada consistente. Há tempos que Massa não sofria com problemas e acidentes. Porém, ainda sofre com os stints longos e administração de pneus. Seu futuro é incerto. Talvez seja sua última temporada. Tomara que não.

Bom pessoal, por enquanto é isso. Durante a semana, quem sabe, farei a parte dois.
Se liguem que tem NOVIDADE chegando no blog! Até mais!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

INFORMAÇÕES E ESPECULAÇÕES

Foto: Divulgação
Se o pessoal pensou que com o término da temporada as equipes e dirigentes estariam já de férias sem fazer nada, estão muito enganados. Desde segunda, muita coisa aconteceu de importante na F1 e no automobilismo, além das especulações, claro. Vamos conferir:

BREAKING NEWS: Agora é oficial - A Renault está de volta a F1 como escuderia (não sabemos até quando...) Os franceses retornam após venderem a equipe para o grupo de investimentos Genii, comandado por Gerard Lopez, em 2012. O grande empecilho era a negociação com Bernie Ecclestone sobre a Renault ter direito de receber uma maior distribuição do dinheiro como "equipe histórica" (afinal, os franceses entraram na F1 em 1978, entre idas e vindas...) . Ao todo, foram exatos 300 GPs disputados no período que compreendeu 1977 a 1985, e depois, entre 2002 e 2011. A fábrica conquistou 35 vitórias, 51 poles e 100 pódios. Fernando Alonso, com 105 GPs e 17 vitórias, foi o responsável por levar o time ao topo do mundo ao faturar os títulos das temporadas 2005 e 2006, no auge da Renault na F1.

Foto: Getty Images
BERNIE/TODT CONTRA-ATACAM: O Conselho Mundial da FIA anunciou ontem que Ecclestone e Jean Todt terão poder para tomar decisões em relação a estrutura, motores e redução de custos na categoria sem precisar da aprovação das equipes. A FIA aprovou também mudanças no número de tokens que as fabricantes poderão utilizar nos próximos anos: 32 em 2016, caindo para 25 na temporada 2017.

As áreas de proteção ao redor da cabeça dos pilotos terá o material modificado, ganhando mais rigidez para aumento da segurança.

Além disso, a entidade fez mudanças no gerenciamento dos pneus, dando certa dose de liberdade para as equipes escolherem os compostos. A Pirelli levará três tipos diferentes de pneus para cada corrida e os times poderão escolher o que desejarem para dez dos 13 jogos de pneus disponibilizados a cada final de semana de prova.

A partir da próxima temporada, a asa móvel será permitida imediatamente após o Safety Car Virtual ser desativado. Além disso, o recurso passará a ser utilizado nos treinos livres - o objetivo é evitar períodos de bandeira vermelha nas sessões.

CALENDÁRIO 2016: A princípio, teremos 21 provas ano que vem. Se confirmar, será a temporada mais longa da história. Junto com as 19 etapas desse ano, serão acrescentadas o retorno do GP da Alemanha e a inclusão do estreante GP da Europa nas ruas de Baku, capital do Azerbaijão, no mesmo fim de semana das 24 horas de Le Mans. O GP dos EUA corre risco. O Circuito das Américas registrou um grande corte financeiro no último mês e foi chamado pelo presidente, Bobby Epstein, de "financeiramente devastador". Ou seja, tudo é uma incógnita.

Outras novidades são a Rússia saindo de Outubro e sediando corrida em Maio, na quarta etapa e a Malásia, que estava no início do calendário desde 2001, volta para o fim, agora na 16a etapa, em 2 de outubro. O Brasil manteve-se como penúltima etapa, dia 13 de novembro e Abu Dhabi fecha a temporada no dia 27. Calendário completo:

AUSTRÁLIA - 20/3
BAHREIN - 3/4
CHINA - 17/4
RÚSSIA - 1/5
ESPANHA - 15/5
MÔNACO - 29/5
CANADÁ - 12/6
EUROPA - 19/6
ÁUSTRIA - 3/7
INGLATERRA - 10/7
HUNGRIA - 24/7
ALEMANHA - 31/7
BÉLGICA - 28/8
ITÁLIA - 4/9
CINGAPURA - 18/9
MALÁSIA - 2/10
JAPÃO - 9/10
ESTADOS UNIDOS - 23/10
MÉXICO - 30/10
BRASIL - 13/11
ABU DHABI - 27/11

Foto:Ausmotive
TORO ROSSO FERRARI 2015 em 2016: Com a permissão de que as montadoras forneçam especificações de motor do ano anterior homologados pelo Conselho Mundial da FIA ontem, ficou aberto o caminho para o retorno da parceria entre Toro Rosso e Ferrari. O acordo já vinha sendo costurado há algum tempo, mas o pessoal de Maranello não poderia oferecer motores novos para mais de três equipes além dela mesma. Foi com a Ferrari que a Toro Rosso viveu seu melhor momento na F1, em 2008, quando Vettel venceu o GP da Itália.

Foto: AutoSport
GP2 vira F2: O Conselho Mundial de F1 anunciou ontem que a GP2 irá se tornar a F2, extinta desde 2012 e que voltará a ser o último degrau antes da F1. Agora, é hora de formalizar um contrato com a categoria para assegurar o seu retorno em breve. O Conselho Mundial também afirmou, em nota, que já acionou o presidente da FIA para iniciar as tratativas com os promotores da GP2 para agilizar os processos legais. A GP2 existe desde 2005, criada por Flávio Briatore.

Foto: Arte grandepremio.com.br
ASTON MARTIN DE VOLTA? Ao que tudo indica, sim. Segundo o diretor de operações da Force India, Otmar Szafnauer, o anúncio está próximo, provavelmente com o desfecho do negócio na próxima semana, em entrevista a AutoSport. A Aston Martin abandonou a F1 há 55 anos. Se o acordo se confirmar, a Aston Martin chegará no melhor momento da Force India na F1: Quinto lugar nos construtores, com 1 pódio de Sérgio Pérez.


Por enquanto é isso, voltaremos semana que vem para começar as análises desta temporada que passou! Até lá!



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

TESTES DE ABU DHABI

Foto: Divulgação
Ontem foi o primeiro dia dos testes de Abu Dhabi. O objetivo é as equipes testarem o novo composto ultra-macio da Pirelli, além de outras possíveis alterações aerodinâmicas antes dos testes de fevereiro do ano que vem.

Bom, é estranho dizer isso, mas a McLaren de Vandoorne terminou com o melhor tempo do dia. Será que o pessoal de Woking está cumprindo a estratégia das equipes pequenas, que consiste em andar com o mínimo de combustível possível e marcar os melhores tempos para buscar algum acordo de patrocínio? Me parece o caso.

Raikkonen foi o segundo e Ericsson o terceiro. Apenas nove pilotos titulares participaram da sessão (Kimi, Vettel, Ericsson, Palmer, Ricciardo, Verstappen, Hulkenberg, Bottas, Kvyat e Sainz). Confira os tempos:

1 -   Stoffel Vandoorne   (McLaren)       1m44s103 (99)
2 -   Kimi Raikkonen      (Ferrari)       1m44s456 (56)
3 -   Marcus Ericsson     (Sauber)        1m44s480 (50)
4 -   Jolyon Palmer       (Lotus)         1m44s568 (90)
5 -   Sebastian Vettel    (Ferrari)       1m44s940 (56)
6 -   Pascal Wehrlein     (Mercedes)      1m45s605(107)
7 -   Daniel Ricciardo    (Red Bull)      1m45s805 (57)
8 -   Max Verstappen      (STR)           1m45s849 (54)
9 -   Nico Hulkenberg     (Force India)   1m45s852 (71)
10 -  Valtteri Bottas    (Williams)       1m45s940 (103)
11 -  Daniil Kvyat        (Red Bull)      1m46s309 (48)
12 -  Carlos Sainz Jr     (STR)           1m46s995 (56)
13 -  Adderly Fong        (Sauber)        1m48s439 (57)
14 -  Alfonso Celis Jr    (Force India)   1m48s545 (65)
15 -  Rio Haryanto        (Manor)         1m49s593 (56)
16 -  Jordan King         (Manor)         1m49s661 (59)

Nessa semana, já saíram muitas notícias da F1 para a temporada que vem e os anos subsequentes. Pretendo, em breve, fazer um resumão com as informações mais importantes e relevantes! Até lá!

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ATÉ NUNCA, 2015!

Foto: Divulgação
Quando acaba a temporada de F1, principalmente quando o ano é chato pra c#$%#$, dois sentimentos vêm em mente: A primeira é de que "Graças a Deus esse troço acabou, não aguentava mais. Que ano que vem seja diferente!". A outra é: "Corrida só daqui 4 meses." Abu Dhabi sempre nos premia com shows pirotécnicos, celebridades e uma corrida monótona, quase sempre simbolizando um fim de feira, um fim de ano para pilotos e equipes loucos para farrear e trabalhar para melhorar o carro do próximo ano.

Pois bem, essa prova resumiu a temporada: O domínio da Mercedes, com a Ferrari um pouquinho atrás, a Force India como terceira força após estrear o bólido desse ano e a Williams/Red Bull brigando pela quarta força. Ah, como sempre, os mecânicos da Williams fazem cagada no pit stop: Dessa vez, o sortudo do dia foi Bottas. A equipe simplesmente não viu que a McLaren de Button passou na frente e liberou o carro do finlandês, que bateu com o bico na traseira do MP4-33. Além do prejuízo, mais 5 segundos de punição (ok, não fazia mais diferença mesmo...)  por saída perigosa. Bottas foi o 13° e terminou em quinto no Mundial.

Rosberg termina a temporada com seis poles e três vitórias seguidas. Fica a sensação de que "só conseguiu isso graças ao relaxamento de Hamilton". É uma meia verdade. Entretanto, vale lembrar que ano passado o Alemão fez mais poles que o tricampeão e já estava largando na ponta desde o Japão. Enfim, resta saber se isso tudo é fogo de palha ou Nico irá realmente ser tão combativo contra Lewis quanto foi ano passado.

Foto: Getty Images
Massa foi burocrático e terminou em oitavo. Ao contrário dos últimos anos, teve um início muito bom, mas depois caiu de rendimento, juntamente com o carro. Temporada nota 6. Mesmo assim, a melhor desde 2008. Todavia, novamente não foi o suficiente para superar o companheiro de equipe. Em treze temporadas, só venceu o companheiro em 2005 (Villeneuve) e 2008 (Raikkonen) e onze derrotas. Ao que tudo indica, ano que vem será a sua última temporada. Acelera, Felipe!

Felipe Nasr estreou na F1 em 13°,  com 27 pontos. Foi beneficiado pelos 20 pontos que conquistou na Austrália e na Rússia. Fez além do que poderia com essa Sauber que não evoluiu durante o ano, o que já era esperado. Agora, com mais recursos, é esperar que os suíços melhorem um pouquinho e que Nasr consiga fazer vitrine para, quem sabe, ir para uma equipe maior em 2017.

A temporada foi tão previsível que aconteceu algo que chamou a atenção: Nas dez primeiras posições do Mundial,  cinco equipes com seus dois pilotos na ordem: Mercedes, Ferrari, Williams, Red Bull e Force India:


Na GP2, o que chamou a atenção foi o grave acidente que ocorreu na corrida 2, horas antes da corrida de F1. Logo nas primeiras curvas, o francês Pierre Gasly (DAMS) rodou ao tentar uma ultrapassagem em Raffaele Marciello (Trident) e foi atingido pelo compatriota Norman Nato (Arden). Em um efeito dominó, quatro carros que vinham atrás (Daniel de Jong, Nicholas Latifi e Sean Gelael e Artem Markelov) não conseguiram desviar, se chocaram e acabaram empilhados na barreira de proteção. Já Arthur Pic (Campos Racing) conseguiu desviar de Gasly, mas ao retornar à pista, acabou acertando Sergey Sirotkin (Rapax). Ninguém sofreu ferimentos graves.


A prova ficou paralisada por 40 minutos em virtude da espera para consertar a barreira de proteção. Contudo, com a proximidade da prova de F1 e a barreira danificada e inacabada, optou-se pelo cancelamento da prova. Não foram computados pontos. Será que fariam isso se o título estivesse em aberto? Lembrando: O talentoso belga Stoffel Vandoorne foi campeão há algum tempo. Confira a classificação final da prova de F1 e da GP2:

1º - Stoffel Vandoorne - 341,5
2º - Alexander Rossi - 181,5
3º - Sergey Sirotkin - 139
4º - Rio Haryanto - 138
5º - Mitch Evans - 135
6º - Alex Lynn - 110
7º - Raffaele Marciello - 110
8º - Pierre Gasly - 110
9º - Nobuharu Matsushita - 68,5
10º - Richie Stanaway - 60
---
20º - André Negrão - 5


A F1 permanece em Abu Dhabi para a saideira: Serão realizados testes de fim de ano na terça e na quarta. Depois, férias. As atividades só serão retomadas para os testes da pré-temporada 2016, em fevereiro. As sessões no Circuito da Catalunha serão realizadas entre o dia 22 de 25 de fevereiro e 1º e 4 de março. Com 21 etapas - duas a mais que este ano, por causa do retorno do GP da Alemanha e da estreia do GP da Europa, no Azerbaijão, a temporada 2016 tem início marcado para 20 de março, com o GP da Austrália.

P.S: Em breve serão realizados posts analisando a temporada. Até!



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

FIM DE NOVELA?

Foto: Corlate
Depois de muito reclamar, girar e polemizar, parece que a Red Bull finalmente solucionou seu problema de fornecimento de motor para o ano que vem. Pelo menos é o que Christian Horner disse hoje. Ele falou que o anúncio deve ser oficializado nos próximos dias. E adivinhem com quem??? Sim, exatamente, a tão criticada e atacada Renault!!

Os taurinos tentaram negociar com Ferrari, Mercedes e até a Honda, mas recebeu um não de todos eles. Para não ficar sem motor, tiveram que contar com a ajuda de Bernie Ecclestone. Depois de inúmeras críticas e humilhações públicas a Renault, Dietrich Mateschitz, Horner, Helmut Marko e Cia precisaram engolir seco a permanência da montadora francesa como parceira, ao menos por mais um ano. Certamente que terão que se desculpar publicamente pelos inúmeros impropérios ditos recentemente. Será um ano de transição, segundo Horner. Para a temporada que vem, Mario Illien, dono da fabricante Ilmor, vai ter maior participação no projeto. Para quem chegou até a dizer que ia abandonar a F1 no fim do ano, foi uma bela recuada para manter o atual acordo e buscar novas soluções para 2017.

Ah sim, hoje tivemos os treinos livres. Com todo mundo fazendo ajustes pensando no ano que vem, Abu Dhabi está em um clima de fim de feira. Hamilton foi o mais rápido pela manhã, e Rosberg deu o troco de tarde. Carlos Sainz Jr teve o TL2 prejudicado por problemas, o que se tornou uma constante nessa temporada. Confira a classificação dos dois treinos livres:



E para finalizar, saiu a lista dos pilotos que correrão nos testes da semana que vem, após o GP de Abu Dhabi. Nomes como Massa, Nasr, Hamilton, Rosberg, Alonso e Button estão fora. Contrariando a sugestão da Pirelli, apenas três equipes irão com os pilotos titulares - Ferrari, Red Bull e Toro Rosso. A Mercedes vai com Pascal Wehrlein, campeão da DTM, enquanto a Williams irá somente com Bottas. Na Force India, o mexicano Alfonso Celis, anunciado semana passada, vai correr no lugar do compatriota Sérgio Pérez e Adderly Kong substitui Nasr. Confira a lista completa:

Mercedes: Pascal Wehrlein (ALE)
Ferrari: Sebastian Vettel (ALE) e Kimi Raikkonen (FIN)
Williams: Valtteri Bottas (FIN)
RBR: Daniel Ricciardo (AUS) e Daniil Kvyat (RUS)
Force India: Nico Hulkenberg (ALE) e Alfonso Celis (MEX)
Lotus: Jolyon Palmer (GBR)
STR: Carlos Sainz (ESP) e Max Verstappen (HOL)
Sauber: Adderly Fong (HKG) e Marcus Ericsson (SUE)
McLaren: Stoffel Vandoorne (BEL)
Manor: Rio Haryanto (IDN) e Jordan King (GBR)


GP DE ABU DHABI - Programação

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (RBR, 2009)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:38.481 (RBR, 2011)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 3x (2009, 2010 e 2013)

MANOR COM FUTURO INCERTO. DE NOVO.

Foto: MotorSport

Mais um período de transformação. Com a saída de John Booth, Graeme Lowdon e Bob Bell, a Manor Marussia vive novamente um período de incertezas na F1. Apesar do acordo para a utilização de motores Mercedes para o ano que vem, a equipe novamente apresenta problemas financeiros. Mesmo assim, não diminuiu em nada a vontade dos pilotos em permanecer na escuderia na próxima temporada.

Will Stevens afirmou que a troca no comando da equipe não afeta o processo de renovação contratual e que deseja continuar na Manor em 2016:Estamos ainda conversando e não há nada de concreto neste momento, mas espero resolver tudo o mais rápido possível. Acho que estamos indo na direção correta, entretanto", disse. Na verdade, por ora, o meu foco está na corrida final do campeonato, porque queremos terminar bem a temporada", seguiu.

Alexander Rossi seguiu no mesmo discurso: Ainda não temos nada, mas eu estou satisfeito com o meu desempenho. Tudo isso tem sido importante e uma boa experiência para o futuro. Eu fiz o máximo que deu aqui. A equipe foi incrível, mas temos de esperar e ver o que acontece no futuro. Espero permanecer aqui", declarou. Esses problemas financeiros afastaram, por ora, Pascal Wehrlein, piloto reserva da Mercedes, da Manor. Candidato a essas duas vagas não faltam. Quem aparecer com mais grana, leva. Isso se a equipe sobreviver. Todavia, depois do ano passado, eu acredito em tudo.

GERARD LÓPEZ DIZ QUE COMPRA DA LOTUS PELA RENAULT ESTÁ PRATICAMENTE CERTA

Foto: Motor Diesel

O empresário de Luxemburgo reafirmou na Sky Sports que o negócio, arrastado há alguns meses, está concluído. Ele ainda aproveitou para dizer que, caso a Renault recue e cancele o negócio, isso não significa que a Lotus vai acabar. "Eles me pediram para permanecer na equipe, então quando o acordo acontecer, eu ainda vou estar aqui."

Pastor Maldonado e Jolyon Palmer já foram anunciados como pilotos da equipe de Enstone para 2016. Uma dupla ruim, aliada aos problemas financeiros da Lotus e o pífio motor Renault, tem tudo para não dar certo, ao menos em curto prazo. Entretanto, "vamos aguardar", já dizia o poeta.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 363 pontos - CAMPEÃO
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 297 pontos
3 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 266 pontos
4 - Valtteri Bottas (Williams) - 136 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 135 pontos
6 - Felipe Massa (Williams) - 117 pontos
7 - Daniil Kvyat (Red Bull) - 94 pontos
8 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 84 pontos
9 - Sérgio Pérez (Force India) - 68 pontos
10- Nico Hulkenberg (Force India) - 52 pontos
11- Max Verstappen (Toro Rosso) - 49 pontos
12- Romain Grosjean (Lotus) - 49 pontos
13- Felipe Nasr (Sauber) - 27 pontos
14- Pastor Maldonado (Lotus) - 27 pontos
15- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 18 pontos
16- Jenson Button (McLaren) - 16 pontos
17- Fernando Alonso (McLaren) - 11 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 660 pontos (CAMPEÃO)
2 - Ferrari - 407 pontos
3 - Williams Mercedes - 257 pontos
4 - Red Bull Renault - 178 pontos
5 - Force India Mercedes - 120 pontos
6 - Lotus Mercedes - 73 pontos
7 - Toro Rosso Renault - 66 pontos
8 - Sauber Ferrari - 36 pontos
9 - McLaren Honda - 27 pontos

TRANSMISSÃO

Foto: Arte Globoesporte.com

terça-feira, 24 de novembro de 2015

VÍDEOS E (NÃO) CURTINHAS #18

Foto: F1 Madness
Salve, galera. Assim como a F1, estou 90% de férias. Como a última etapa é na sempre emocionante Abu Dhabi, o foco das notícias estão em outras coisas. Vamos lá:

GRUPO DE ESTRATÉGIA EM PARIS: O pessoal da FIA, da FOM e as equipes se reuniram hoje na capital francesa para debater temas que podem mudar a categoria a partir de 2017. Um dos assuntos na mesa, segundo a AutoSport, é a questão do motor alternativo. Três fornecedores se inscreveram para o processo: A britânica AER, a tradicional Ilmor e recentemente (mais conhecido como hoje) a histórica Mecachrome, que fornece os motores da GP2. A proposta vai contra os objetivos das principais montadores da F1 atual: Mercedes, Honda, Sauber e McLaren se opõem. Por outro lado, Red Bull, Toro Rosso e Force India se declararam a favor dessa alternativa. A ideia é escolher um dos projetos de motor independente para diminuir o poderio das montadoras e reduzir os custos das equipes com menor orçamento.

Outro assunto na reunião é a possível adoção do  efeito solo, proposta pela Red Bull para inclusão nas novas normativas aerodinâmicas que a categoria busca implementar para a temporada. O objetivo do Grupo de Estratégia é proporcionar uma F1 mais rápida, com carros entre 5 e 6s mais velozes e pneus que sejam mais aderentes e mais largos.

Além disso, o Grupo de Estratégia vai debater a possibilidade de realizar pequenas mudanças em termos de aerodinâmica, mas já visando a próxima temporada da F1, bem como discutir os testes de pneus e a requisição da Pirelli, que pediu um carro mais atualizado para desenvolver os pneus para 2017 ao longo do ano que vem.

Vale lembrar que todas as propostas debatidas e aprovadas pelo Grupo de Estratégia não viram regra logo de imediato, uma vez que tudo precisa ser oficialmente ratificado pelo Conselho Mundial da FIA. O próximo e derradeiro encontro do Conselho será realizado em dezembro.

Foto: AP
ADIANTAMENTO: Sauber e Manor entraram em contato com Bernie Ecclestone para pedir adiantamento de pagamentos relacionados às suas posições nos Construtores (8° e 10°, respectivamente), segundo a AutoSport. Ou seja: A situação tá pronta, o que, convenhamos, não é nenhuma novidade. A medida visa facilitar o desenvolvimento dos bólidos da próxima temporada. A FOM, presidida pelo próprio Tio Bernie, realiza pagamentos mensais entre fevereiro e novembro. Porém, entre dezembro e janeiro - período de testes e a confecção de carros, ou seja, o maior custo e demanda de dinheiro, as equipes precisam se virar com o que tem disponível. Bom, no caso de ambos, o que não tem. Logicamente, isso compromete o desenvolvimento do C35 e do novo carro da Manor. Com o desenvolvimento prejudicado, novamente irão ficar para trás, por isso a urgência em conseguir alguma graninha emprestada antes deste período que a FOM "fecha a mão" para as equipes. Recentemente, a Force India também fez isso, e a FOM aceitou. Ela estaria sendo mais permissiva nesse quesito em virtude da falência da Caterham e Marussia no ano passado. Entra ano e sai ano, as mesmas equipes com menos grana e mais custos altíssimos e elevadíssimos. Ninguém se interessa em entrar na F1 e as garageiras ficam de saída. Se continuar assim, o futuro é sombrio.


"Leave me alone, i know what i'm doing"


Alonso reclamando de Petrov após perder o título em 2010

Por fim, a Manor anunciou Jordan King e Rio Haryanto como pilotos nos testes da semana que vem, no circuito de Yas Marina, após o GP de Abu Dhabi. Atualmente, ambos estão disputando a GP2. Haryanto é o 4°, enquanto King é o 12° No dia 1° de Dezembro, King vai assumir o carro da equipe inglesa pela primeira vez na carreira. Haryanto, por outro lado, já teve a honra de pilotar a Marussia nos testes de 2010 e 2012. 

Por enquanto é isso, até mais!

PARA ASSISTIR

Foto: Rodrigo Mattar
Domingo fez 40 anos da fundação da única equipe brasileira na Fórmula 1, a Copersucar Fittipaldi, um projeto ousado e idealizado pelos irmãos Wilsinho e Emerson Fittipaldi. A história completa está na ótima reportagem do Reginaldo Leme no Esporte Espetacular do último domingo. Vale a pena dar uma conferida clicando nesse link!


E quarta-feira, às 19h45, na ESPN, estreia o documentário "Paixão, Suor e Graxa”, que teve seu blog “Bandeira Quadriculada” como ponto de partida, na faixa “ESPN Filmes". O longa de 72 minutos de duração, narrado por Emerson Fittipaldi e dirigido por Michel Dubret e Alethea Miranda, presta homenagem aos pioneiros do automobilismo brasileiro e à memória do esporte no país. Imperdível!


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

VIROU PASSEIO

Foto: Reprodução
E Hamilton segue sem vencer no Brasil. Nico Rosberg dominou do início ao fim e venceu o GP do Brasil pelo segundo ano consecutivo, o oitavo triunfo alemão em solo brasileiro (4 de Schumacher + 2 de Vettel). O tricampeão até tentou imprimir ritmo para pressionar o alemão, mas sem sucesso. Nico sobrou, pelo segundo ano consecutivo, em Interlagos e garantiu matematicamente o vice-campeonato. Para completar o pódio padrão da temporada 2015, Sebastian Vettel. Raikkonen foi o quarto e Bottas, largando bem, foi o quinto. Os dois finlandeses disputam em Abu Dhabi para ver quem vai terminar o campeonato em quarto. Hulk novamente foi bem, em sexto, e Kvyat parece que irá vencer Ricciardo na disputa interna da Red Bull. Grosjean, Verstappen e Maldonado completaram o top 10.

A corrida foi um porre. Sem chuva e sem competitividade, foram raríssimos os momentos de "emoção" na prova.  As Mercedes saíram em disparada e a Ferrari estava consolidada em 3° e 4°, Bottas em 5°... Sobraram algumas disputam no pelotão intermediário entre Pérez, Nasr, Ricciardo e as Lotus. O destaque mesmo foi Verstappen, que passou duas vezes no S do Senna, deixando o carro por dentro na saída do S. É, sem dúvida, um grande talento a ser lapidado!

Foto: Getty Images
O destaque negativo do fim de semana foi Felipe Massa. Mais lento que Bottas desde a sexta-feira, ficou preso ao oitavo lugar, um resultado ruim, dado o seu histórico no circuito e as condições que seu carro oferece para andar ao menos em 5° ou 6°, no momento. Mas piorou: O Brasileiro foi desclassificado da prova por irregularidades na pressão e temperatura do pneu traseiro direito, após uma inspeção que é realizada pela FIA e a Pirelli minutos antes da corrida.  Os comissários identificaram que o pneu traseiro direito do carro do brasileiro estava com 137ºC de temperatura, 27ºC acima da medida permitida de 110ºC, e com pressão 0.1psi libras por polegada quadrada absoluta, abaixo do mínimo de 20.5psi, limites estabelecidos pela Pirelli. Uma corrida para esquecer. Diferentemente do habitual, Massa começou muito bem o ano e está terminando a temporada com uma queda de rendimento. Será o 6° colocado no Mundial de Pilotos.

Felipe Nasr foi combativo e fez o que pode. Tentou chegar a zona de pontuação apostando em apenas duas paradas, mas perdeu rendimento devido ao desgaste dos pneus no final da prova e terminou em 13° (agora 12°). Para Nasr, o desafio é a Sauber oferecer um carro melhor para que o Brasileiro possa pontuar mais em 2016 e chamar a atenção de alguma equipe grande em 2017.

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Brasil:

A última etapa da Fórmula 1 2015 será o Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Até lá!