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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #35: BATALHAS E OUTRAS LEMBRANÇAS

Foto: Reprodução
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:

Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.



Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.



1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.



2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.



2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada. 



2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.

Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

OUTRAS HISTÓRIAS DE MONZA

Foto: Getty Images
Depois de publicar um material especial sobre a corrida pós-morte de Enzo Ferrari, o post de hoje relembra outras corridas marcantes realizadas em Monza. Sem mais delongas:

1983. Alain Prost (Renault), René Arnoux (Ferrari) e Nelson Piquet (Brabham) chegaram na Itália brigando pelo título. Enquanto isso, os preparativos para a adoção do motor turbo na temporada seguinte já estava sendo feitos. Fora da jogada, a McLaren TAG-Porsche, de Niki Lauda e John Watson, começava os testes.

Na pole, um italiano, mas não era a Ferrari. Com a Brabham, Riccardo Patrese superou os franceses Patrick Tambay e Arnoux. Piquet era o quarto e Prost largava em quinto. Na largada, Piquet pula para a segunda posição e herda a liderança logo na segunda volta depois do motor de Patrese estourar. Líder do campeonato, Prost teve um problema elétrico em sua Renault e abandonou na 35a volta.

No fim das contas, Piquet venceu, com a Ferrari de Arnoux em segundo e a Renault de Eddie Cheever em terceiro. Faltando duas etapas para o fim do campeonato, Prost liderava com 51, Arnoux tinha 49 e Piquet 46. O resto da história vocês já conhecem...


Pulamos dez anos no tempo. A grande expectativa da época era saber quando Prost iria se tetra e se iria continuar na categoria depois disso. Um bom indício disso foi a pole, com Damon Hill fechando a fila da Williams. Alesi (Ferrari) e Senna (McLaren) na segunda fila.

Na largada, Senna, Hill e Berger se tocam, o que causa um incidente mais grave que envolve cinco carros: a Sauber de J.J. Lehto, a Jordan de Marco Apicella e Rubens Barrichello e as Footwork de Aguri Suzuki e Derek Warwick. Tentando se recuperar, Senna tenta passar a Ligier de Martin Brundle, bate e faz os dois abandonarem.

Prost se encaminhava para uma vitória tranquila quando teve um problema no motor, na volta 48, e abandonou. Enquanto isso, Damon Hill fez uma corrida espetacular de recuperação e venceu com incríveis 40 segundos de vantagem para o segundo colocado, Jean Alesi. Mais incrível ainda foi ter colocado uma volta do terceiro em diante. Michael Andretti conquistou seu melhor resultado na F1, mas foi demitido da McLaren. Um jovem finlandês de nome Mika Hakkinen o substituiu.

Mesmo assim teve tempo para um acidente espetacular. Christian Fittipaldi tentou ultrapassar o Pierluigi Martini, parceiro de Minardi. O italiano freou na reta e fez o carro do brasileiro decolar e dar um loop. Pra sua sorte, acabou caindo de frente sem grandes sustos.

Foto: Motorsport


1998. Disputa acirrada de Michael Schumacher e Mika Hakkinen. O alemão largou na pole com a surpreendente Williams de Jacques Villeneuve alinhando em segundo. A dupla da McLaren ficou na segunda fila. A corrida foi um passeio de Schumacher, que venceu sem dificuldades. Dessa vez, teve dobradinha ferrarista em Monza, pra delírio dos tifosi. Eddie Irvine foi o segundo e Ralf Schumacher, com a Jordan, chegou em terceiro. Pela primeira vez dois irmãos estavam em um pódio na F1.


Finalmente. 2008. Enquanto Hamilton, Massa e até Kubica duelavam pelo título, um temporal em Monza fez tudo mudar. Grandes surpresas e a história sendo feita. Um tal de Sebastian Vettel fez sua primeira pole na carreira, a primeira e até hoje única da Toro Rosso e o mais jovem da história a conseguir tal feito. Heikki Kovalainen (McLaren) ficou em segundo e uma surpreendente segunda fila formada por Mark Webber (Red Bull) e Sebastien Bourdais (Toro Rosso). Massa foi o sexto e Hamilton somente o 15°.

A largada com Safety Car fez Vettel disparar na frente. Hamilton, Alonso e Kubica optaram por fazer uma parada mais longa, ganhando posições. Lewis chegou a ser o segundo, mas a pista secou e os três foram obrigados a fazer um novo pit stop. No fim das contas, Vettel dominou o fim de semana todo e venceu pela primeira vez na carreira e até então o mais jovem da história a conseguir tal feito, bem como o responsável pela única vitória da Toro Rosso até aqui. Kovalainen foi o segundo e Kubica (BMW Sauber) o terceiro, com Alonso (Renault) em quarto, Heidfeld (BMW Sauber) em quinto, Massa em sexto e Hamilton em sétimo.

A vantagem do inglês para o brasileiro caiu para um ponto (78 a 77), e Cingapura prometia ser uma corrida histórica, a primeira realizada à noite. Bem, foi histórica, né?



Menção honrosa para 2003: depois de ter sido dominado na Hungria (levando uma volta do vencedor Alonso), a Ferrari reagiu e começou a caminhada do hexa de Schumi em Monza. Largado na pole, manteve a posição para vencer e seguir na liderança do campeonato. Montoya foi o segundo e Rubinho o terceiro, com Raikkonen em quarto. Faltando duas etapas para o fim, três pilotos de três equipes diferentes disputavam o título, uma raridade naqueles anos de Era Schumi.




Espero que tenham gostado.

Até!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

INSANO

Foto: Grande Prêmio
Estava ansioso para poder escrever sobre uma das corridas mais épicas dos últimos 30 anos. Teve tudo que certamente não existe mais na F1. Acidentes, drama e um desfecho surpreendente.

Pra começar, com a chuvarada que estava na hora da largada, nem teria corrida. Iam esperar o circuito secar. Bom, ainda bem que naquela época não tinha essa frescura. Em 1998, a briga pelo título tinha a McLaren de Mika Hakkinen, que tinha o melhor carro e começou aquele ano de forma dominante, contra a Ferrari de Michael Schumacher, que reagiu logo em seguida. Antes de Spa, a vantagem do finlandês era de sete pontos (77 a 70).

No sábado, com tempo bom, a lógica: dobradinha da McLaren na pole. Uma surpreendente Jordan de Damon Hill parou no terceiro lugar, deixando as Ferrari de Schumacher e Irvine em quarto e quinto.

No entanto, mesmo no seco, o treino de sábado deu uma palhinha do que viria, com os acidentes de Jacques Villeneuve, numa combalida Williams Mecachrome, e Mika Salo (Arrows).




No domingo, a largada com chuva era uma realidade. Depois de todo mundo sair da primeira curva, Coulthard foi tocado por Irvine e acabou batendo de frente, voltando para a pista. Diante da falta de visibilidade para quem vinha atrás (com a água subindo fica impossível enxergar), o que aconteceu em seguida foi um grande efeito dominó: a Ferrari de Eddie Irvine, a Benetton de Alexander Wurz, a Sauber de Johnny Herbert, as Tyrrell de Ricardo Rosset e Tora Takagi, as Stewart de Rubens Barrichello e Jos Verstappen, as Arrows de Pedro Paulo Diniz e Mika Salo e as Prost de Jarno Trulli e Olivier Panis bateram entre si, causando o maior engavetamento da história da categoria. O resultado só poderia ser um: bandeira vermelha para retirar os carros e a sujeira da pista.



Mais de uma hora depois, a corrida teve uma nova largada. Rubinho, Panis, Salo e Rosset não participaram da relargada porque não tinham um carro reserva. Nisso, Damon Hill largou melhor e pulou para a liderança. Hakkinen rodou e foi acertado pela Sauber de Herbert. Fim de prova para o líder do campeonato e caminho aberto para Schumi vencer e assumir a liderança. A outra McLaren, de Coulthard, também se envolveu em um incidente com Wurz e caiu para a última posição.


Algumas voltas depois, Schumacher finalmente ultrapassou Hill e arrancou para a vitória, o que lhe daria a liderança no campeonato. Com 40 segundos de vantagem para o rival, Schumi foi passar o retardatário Coulthard. O escocês freou demais quando o alemão estava bem perto, não conseguiu desviar e acabou batendo na traseira da McLaren. Schumacher chegou a levar o carro sem bico e com três rodas para os boxes, mas não tinha o que fazer. Fim de prova e a grande chance de virar líder ir por água abaixo (com perdão do trocadilho). Possesso, o alemão resolveu invadir os boxes da McLaren para tirar satisfações, mas acabou contido pela turma do "deixa disso".


Pouco depois, Irvine rodou sozinho e pôs fim a corrida da Ferrari justamente na etapa número 600 na categoria. Com isso, Hill pulou para a liderança e o irmão de Michael, Ralf, ficou em segundo. Uma improvável dobradinha da Jordan se formou. Pra deixar tudo mais apimentado, a Benetton de Fisichella bateu em cheio na Minardi do Shinji Nakano, fazendo com que o Safety Car entrasse de novo na pista.

Com apenas seis carros na pista, coube ao campeão mundial de 1996 segurar a pressão do companheiro Ralf para vencer pela última vez na carreira e a primeira da equipe Jordan, logo com uma dobradinha. Também foi o último pódio da carreira de Jean Alesi, em terceiro com a Sauber. Heinz Harald Frentzen (Williams) foi o quarto, o brasileiro Pedro Paulo Diniz (Arrows) foi o quinto e Jarno Trulli (Prost) fechou aqueles que completaram a prova.

No fim das contas, pode-se dizer que os pontos que Schumacher perdeu fizeram falta na briga pelo título. Anos depois, Coulthard admitiu que fez um "brake test" na reta de Spa a pedido da equipe para beneficiar Hakkinen na disputa do título. Ralf, brigado com a Jordan rumo a Williams, também disse anos depois que, a pedido de Eddie Jordan e dos antecedentes da prova, não atacou Hill e se contentou com um segundo lugar.


Resumo da ópera: que insano! Será que Spa ainda é capaz de proporcionar essas emoções para a gente?

Até!

terça-feira, 17 de julho de 2018

HISTÓRIAS DE HOCKENHEIM

Foto: Instituto Ayrton Senna
No post de hoje, quatro histórias de corridas disputadas em Hockenheim. O Grande Prêmio da Alemanha volta ao calendário depois de dois anos fora, envolto em diversos problemas financeiros entre o circuito de Nurburgring. Diante da nova política da Liberty Media em valorizar os palcos históricos da Europa, a tendência é que os alemães não irão ficar de fora tão cedo do circo, justamente de onde são a atual tetracampeã do mundo de construtores e o piloto que busca o penta. Vamos lá:

Na temporada onde a McLaren destroçou as rivais (saudades, né?), Hockenheim mais uma vez foi palco da disputa Senna x Prost. Por falar nisso, duas semanas antes, o circuito teve o show de Michael Jackson em sua Bad Tour.

Na pista, o mesmo de sempre: o MP4/4 passando por cima de todos. Senna na pole e Prost em segundo. O francês tinha seis pontos de vantagem no campeonato (54 a 48), com quatro vitórias de cada um em oito etapas no ano. Na largada, o brasileiro se manteve na frente, enquanto o francês foi superado pela Ferrari de Gerhard Berger e a Benetton de Alessandro Nannini. Nelson Piquet, com a Lotus, acabou acertando a barreira de pneus logo na largada e abandonou.

Depois de doze voltas, Prost voltou a segunda posição e assim ficou definido: vitória tranquila de Senna, a quinta no ano e a décima primeira na carreira, diminuindo para apenas três pontos a desvantagem para o francês. Berger e Alboreto chegaram em terceiro e quarto para a Ferrari, Ivan Capelli com a March e Thierry Boutsen com a Benetton fecharam o top 6. Maurício Gugelmin foi o oitavo.


Pulamos dez anos. A McLaren seguia com o melhor carro, mas dessa vez tinha a ameaça de Schumacher com a Ferrari. Bem, na Alemanha isso não foi o caso. Hakkinen e Coulthard fizeram a dobradinha tanto no treino quanto na corrida, assim como Villeneuve pela Williams fechando o pódio. Damon Hill marcou seus primeiros três pontos com a Jordan em quarto, seguido pelos irmãos Michael e Ralf Schumacher fechando o top 6. Mika abriu 16 pontos de vantagem para Schumacher, consolidando a liderança da McLaren nos construtores. Rubinho, na Stewart, e Pedro Paulo Diniz, na Arrows, abandonaram logo no início da prova.


Cinco anos depois, uma nova disputa acirrada pelo título. Schumacher se recuperava de um início ruim, enquanto Raikkonen mantinha regularidade com a McLaren. No meio da temporada europeia, surgiu uma nova força: Juan Pablo Montoya e sua Williams. Ele fez a pole e venceu com mais de um minuto de vantagem em relação ao segundo colocado David Coulthard, com Jarno Trulli completando o pódio. Com pneu traseiro esquerdo furado faltando três voltas, Schumacher foi só o sétimo, chegando atrás de Cristiano da Matta. Raikkonen e Barrichello bateram na largada. Com o resultado, o colombiano assumiu a segunda posição do campeonato, seis pontos atrás do alemão.



Dez anos atrás. Outra disputa acirradíssima entre Ferrari e McLaren. Lewis Hamilton e Felipe Massa, ponto a ponto. Na Alemanha, Hamilton não teve dificuldades para fazer a pole e vencer. Nelsinho Piquet, que largou em 17°, aproveitou um Safety Car na pista para fazer uma parada a menos e chegar num surpreendente segundo lugar com a Renault, levando Felipe Massa com ele para o pódio. Foi a última vez que dois brasileiros estiveram no pódio. Isso não acontecia desde 1991, na Bélgica, quando Senna venceu e Piquet ficou em terceiro. Barrichello, na Honda, bateu e abandonou.

Com o resultado, Hamilton assumia a liderança do campeonato com 58 pontos, deixando Massa com 54, Raikkonen 51 e Kubica 48. Foi o único pódio de Nelsinho na F1, que no ano seguinte acabou demitido depois do escândalo do Cingapuragate.

Foto: Getty Images


Conclusão: saudades quando os brasileiros, a McLaren e a Williams brigavam lá na frente.

Até!

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A QUARTA ETAPA, HÁ 20 ANOS

Foto: Getty Images
Bom, como o GP do Azerbaijão será realizado apenas pela segunda vez, é complicado traçar algum tipo de paralelo histórico. Tava difícil pensar em algum post que se encaixasse aqui. Mas tentei.

Bom, no post do Bahrein eu relembrei o contexto daquele início do campeonato de 2008. Pra não virar uma série sobre o campeonato de 2008 (não que não mereça um especial, foi um campeonato incrível), quis apostar em outras frentes. Poderia falar dos 15 anos que Schumacher venceu um dia depois da morte da mãe, mas isso já foi abordado em outros lugares e a ideia aqui é buscar algo mais "trash" e diferente.

No caso, diferente até mais: a quarta etapa do campeonato de 1998. Depois do (último) título da Williams no ano anterior, os ingleses ficaram para trás com o motor Mecachrome após a saída da Renault. Coube a McLaren e a Ferrari polarizarem a disputa do título. Na abertura da temporada, na Austrália, uma surpreendente ordem de equipe fez Mika Hakkinen vencer pela segunda vez consecutiva, deixando David Coulthard em segundo. Michael Schumacher abandonou e saiu atrás na disputa.

No Brasil, outra dobradinha inglesa, na mesma ordem, com Schumacher em terceiro. A superioridade da McLaren era evidente. A sequência foi quebrada com a vitória de Schumacher no último GP da Argentina realizado até então, com Hakkinen em segundo e Coulthard apenas em sexto.

San Marino era a primeira corrida europeia do ano. Com a McLaren superior, não difícil colocar os dois carros na primeira fila: Coulthard fez sua sétima pole position, com as duas Ferrari logo atrás.

Haviam três brasileiros na categoria, e os três em carros bem ruins: Barrichello, na Stewart, foi o 17°; na mesma fila estava Pedro Paulo Diniz, com a Arrows e fechando o grid, de Tyrrell (a última temporada da escuderia), Ricardo Rosset.

Foto: Getty Images
Na largada, Hakkinen pulou para a liderança. Teoricamente, a hierarquia do time de Woking estava definida. Com um circuito travadíssimo, parecia que a corrida se manteria dessa forma. Pois bem, com um problema no câmbio, o finlandês abandonou e Coulthard, 20 segundos à frente, assumiu a ponta. No final, com problemas no carro, foi administrando a vantagem para um faminto Schumacher chegar em segundo, quatro segundos e meio atrás. Irvine completou o pódio, a dupla da Williams (Villeneuve e Frentzen) e Alesi (Sauber) nos pontos.

Nenhum dos três brasileiros completou a prova. Rosset e Diniz tiveram problemas no motor, enquanto Rubinho sequer largou.

O panorama do campeonato era o seguinte: Hakkinen se manteve com 26 pontos; Coulthard chegou a 23 e Schumacher 20. A briga durou até o fim, o que garantiu o primeiro título mundial de Mika.

Baseado no relato, a corrida não foi das melhores. Comparando com o que nós estamos vendo ultimamente, não chega a ser muito distinto. Enfim, essa "série" serve para comparar as épocas e o conceito de equilíbrio e desequilíbrio dos campeonatos, a qualidade das corridas, etc.

Espero no futuro começar outra série especial. Até mais, por enquanto!


terça-feira, 1 de novembro de 2016

VÍDEOS E CURTINHAS #26

Foto: Getty Images
Vettel foi o grande perdedor de ontem. Além de Verstappen não ter lhe dado passagem, o alemão perdeu o terceiro lugar e caiu para quinto, ficando atrás das duas Red Bull. Mais: tudo que está ruim pode piorar. De acordo com o regulamento da FIA, o tetracampeão pode ser multado e até mesmo suspenso do GP do Brasil depois da série de xingamentos a Charlie Whiting. Para isso, o diretor teria que apresentar uma denúncia ao Conselho Mundial, o que ainda não aconteceu. Vettel já pediu desculpas. A pressão de não conseguir vencer pela Ferrari deixou Vettel amargo. Ontem foi o ápice de todo seu mal humor durante o ano. Deu até para esquecer que ele chamou Massa de ridículo durante a disputa de posição dos dois na primeira parte da prova. Suspender seria mais uma atitude ditatorial da FIA, que não tem critérios nas punições há quase uma década. O xingamento de Vettel é um desabafo contra aqueles que estão matando a F1 e transformando esse esporte a motor em uma chatice sem fim. O alemão tem meu apoio.

* ROSS BRAWN - A informação do conceituado jornal alemão Auto Bild dá conta de que o ex-chefão da Ferrari, Benetton e Mercedes teria aceitado substituir o eterno Bernie Ecclestone no comando da categoria. Ele teria o apoio do grupo Liberty Media (novo acionista majoritário da F1) e do seu ex-colega de equipe italiana e presidente da FIA Jean Todt. O anúncio é questão de tempo. Em entrevistas recentes, Brawn estava reticente em retornar como chefe de equipe novamente, afirmando que "já tinha feito de tudo nessa função". A grande dúvida é saber qual seria a nova função de Bernie. A F1 deseja se tornar mais atrativa para os jovens, com a utilização das redes sociais como forma de interação e engajamento. Brawn no comando seria uma F1 cada vez mais a favor das gigantes e contra as pequenas, e isso não é bom. Enfim, o que resta é aguardar para ver se estou apenas chutando, baseado em seu histórico como dirigente ferrarista na metade dos anos 1990 e 2000.

* ESPECULAÇÕES - A Haas começou negociações com Magnussen. Gutiérrez não fica.
Queda de braço - O paddock tem certeza que Ocon será o parceiro de Pérez na Force India. A Globo insiste que detalhes separam o anúncio de Nasr no time de Vijay Mallya. É aguardar para ver quem tem razão. A vaga da Renault? Ninguém sabe, ninguém viu. O francês da Manor tem prioridade para assinar com o time também. Com isso, Wehrlein entraria na parada da Force India. Ilações confusas.
Stroll pode ser anunciado oficialmente ainda nessa semana. A Williams prepara um evento de apresentação, pois agora o canadense é maior de idade.

Foto: Tumblr
HAKKINEN - Ontem fez 17 anos (!!!) da conquista do bicampeonato, em Suzuka. Hoje, completam-se 18 anos do seu primeiro título, também em terras nipônicas. Confira!









Até!

sábado, 24 de setembro de 2016

UM EXEMPLO PARA TODOS NÓS

Foto: Getty Images

As Paralimpíadas terminaram há cinco dias. Histórias de superação, força de vontade, garra, luta e técnica foram expostos ao mundo inteiro, mostrando que é possível competir em altíssimo nível em qualquer circunstância, por mais difícil que possa parecer.


Alex Zanardi. Não há nenhum adjetivo que possa descrever esse homem. Todo mundo sabe que ele sofreu um acidente na Indy em 2001, perdeu as duas pernas, MUITO sangue e teve sete paradas cardíacas. Ficou em coma por um pouco mais de um mês e se recuperou. Chegou a retornar ao automobilismo, vencendo corridas de turismo. Conciliou a velocidade das pistas com o paraciclismo, até se dedicar exclusivamente para o segundo. Em Londres, foram duas medalhas de ouro, assim como no Rio, tornando-se o maior campeão paralímpico da modalidade.

Foto: Andrew Matthews/ PA via AP

Além de Zanardi ter corrido sem muito sucesso na F1 (Jordan, Minardi e Lotus no início da carreira), foi no CART/Indy que ele fez seu nome e criou o mito. Estreou na categoria em 1996, após as frustrações na F1. Na Chip Ganassi, foi o terceiro colocado logo na temporada de estreia, com 132 pontos, três vitórias e seis pódios.

Zanardi sempre foi duro na pista, protagonizando vitórias e momentos históricos (como o do vídeo acima), com ultrapassagem e um show para os fãs. Diante de uma adaptação tão rápida no automobilismo americano, foi bicampeão em 1997 e 1998. Nesses dois anos, colecionou 12 vitórias e 22 pódios. Um desempenho tão impressionante que lhe rendeu o retorno à F1.


Na expectativa e esperança de um novo “efeito Villeneuve” (campeão da Indy em 1996 e da F1 em 1997) a Williams apostou em Zanardi para o ano de 1999, juntamente com Ralf Schumacher, repleto de picuinhas, problemas de relacionamento e difícil trato no paddock. Não deu certo, saiu zerado e “queimado”. Muitos ainda pensam que na Indy qualquer “bração” é campeão, que os melhores estão na F1 e tudo mais. São esportes completamente diferentes, e o automobilismo americano precisa ser respeitado. Enfim, não vou desvirtuar o assunto do tópico.

Gostaria apenas de mostrar que Alex Zanardi precisa ser um exemplo para todos nós. Precisamos pensar nos obstáculos que ele supera e no que ele significa para superarmos os nossos problemas. Ele é um ser inspirador, vencedor, humano e extraordinário.