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domingo, 3 de setembro de 2023

10

 

Foto: ANP

Pela primeira vez na história, um piloto vence dez corridas consecutivas. Max Verstappen já está na história. Poucas vezes se viu um conjunto piloto e carro tão imbatíveis. O resto é chover no molhado. A vitória veio depois de 15 voltas de muita pressão em cima de Carlos Sainz. Com pneus desgastados, o espanhol fritou eles na primeira curva e o resto é história.

A corrida teve duas voltas a menos porque o motor de Tsunoda falhou na volta de apresentação. Muitos protocolos e enrolações, até quando o dia estava lindo e ensolarado em Monza. As burocracias da FIA irritam demais.

Mesmo largando na pole e terminando em terceiro, pressionado por três pilotos a corrida inteira e ultrapassado por dois, Carlos Sainz fez a melhor corrida da carreira, justamente num palco especial como Monza é para os tifosi. Foi combativo, vendeu caro a ultrapassagem para Max, não resistiu ao carro de Checo Pérez e segurou Leclerc. A Ferrari liberou a briga e por pouco não teve acidente dos dois.

Tudo porque Sainz foi muito aguerrido. Se as vezes falta velocidade e ritmo, o espanhol sabe ler muito bem as situações da corrida. O que sobra em velocidade falta em constância e equilíbrio para Leclerc. Grande final de semana dentro do possível para a Ferrari e especialmente para Sainz, que sai muito fortalecido para a sequência da temporada.

A Mercedes foi terceira força. Um adendo a essas punições que não punem: Hamilton tirou Piastri dos pontos e teve só cinco segundos de acréscimo, que foram facilmente revertidos com o ritmo da corrida. Ou seja: alguém que comete uma infração não paga por ela porque a pena chega a ser risível. Voltem com o drive through!

Alexander Albon e a Williams de meio de tabela. Que trabalho impecável de recuperação da equipe que até ontem era a pior do grid. Méritos para a Dorilton Capital e a chegada do ex-Mercedes James Vowles. Muito rápida de reta, Monza casou certinho com o carro de Grove e dessa vez não teve apendicite para impedir os pontos do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Com uma temporada de afirmação, Albon pode se permitir a novos voos na carreira.

A McLaren também chegou a ter problemas entre os pilotos. Norris tenta usar a influência para se afirmar como um primeiro piloto intocável, mas Piastri está evoluindo e vai fazer frente com o passar do tempo no time. O australiano foi vítima de Hamilton hoje, mas vai ser interessante esses dois jovens pilotos se encontrando na pista com frequência.

Alonso fez o possível e Bottas voltou para os pontos. Liam Lawson fez um trabalho correto, embora aí mesmo em Monza De Vries pontuou com a Williams e deu o "golpe" na Red Bull. 

Sem muito o que comentar, a grande pergunta é: quando a Red Bull (15 vitórias seguidas) e Max Verstappen vão deixar de ganhar? Russell e a Mercedes em Interlagos foram os últimos que se atreveram a vencer nesse meio tempo. 

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

É DO BRASIL!

 

Foto: Joe Portlock/Getty Images

Escrever sobre o que eu não vi é complicado, mas vamos lá, não podia deixar passar: um ano depois de Felipe Drugovich ser o primeiro brasileiro a conquistar a F2, hoje Gabriel Bortoleto, agenciado pela Fênix Alonso, foi campeão da F3!

A verdade é que o título já estava encaminhado há tempos, era só uma questão de confirmação matemática. E ela veio hoje, pois nenhum dos "concorrentes" de Gabriel conseguiram a pole position para o final de semana, o que foi suficiente para garantir o título.

Escreverei mais sobre Bortoleto em breve, mas as perspectivas são positivas. Ganhar a F3 com autoridade e ter o apoio nos bastidores de um certo Fernando Alonso são coisas importantes. Agora, só falta se aproximar de uma academia de pilotos para o futuro ficar mais garantido. No entanto, agora é o momento de celebrar: Gabriel Bortoleto do Brasil!

Por falar em Alonso e Drugovich, Drugo foi para a pista no TL1 da F1, no lugar de Stroll. Ele tem direito a guiar em duas sessões de treino livre por ano, obrigatório para todos os novatos. Foi o 18°, mas é um resultado normal, afinal ele não guiava o carro titular desde que substituiu o próprio Stroll na pré-temporada do Bahrein, em março.

Por falar em Brasil, uma atitude imbecil da FIA. A Federação, em virtude da disputa judicial que Felipe Massa abriu sobre tentar ser coroado o campeão de 2008, pediu gentilmente para o brasileiro não comparecer a Monza. Inclusive, a FIA tirou um dos cartazes da torcida da Ferrari que exclamava o brasileiro como o campeão daquele ano. Justamente no palco onde Massa é amado pelos tifosi, foi impedido de entrar. Ele, que é embaixador da categoria.

Ou seja, o cara foi prejudicado pelo regulamento da própria Federação e ganha como tratamento ser um pária, não poder pisar nos autódromos, como se a culpa fosse dele por ir atrás de seus direitos. É um absurdo que beira o inacreditável. Vamos ver se terão colhões de fazer isso em Interlagos.

Bom, nos treinos, tivemos mais um erro de Pérez, problemas com Stroll e Carlos Sainz fazendo a volta mais rápida do dia. Num circuito veloz como Monza, o motor vai fazer a diferença. Diferença para o pódio, porque sabemos que Max Verstappen está pronto para ser o primeiro piloto da história a vencer dez corridas seguidas.

Ah, a Mercedes renovou com Hamilton e Russell até 2025. Escreverei sobre na semana que vem.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 339 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 168 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 156 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 99 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 75 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 15 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 540 pontos

2 - Mercedes - 255 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 215 pontos

4 - Ferrari - 201 pontos

5 - McLaren Mercedes - 111 pontos

6 - Alpine Renault - 73 pontos

7 - Williams Mercedes - 15 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


O PONTO DA VIRADA

Foto: Getty Images

30 de abril. A última vez que Max Verstappen foi derrotado, também, na verdade, serviu como momento chave para que o holandês entendesse melhor o carro e partisse para essa sequência avalassadora de nove vitórias seguidas (e contando).

Foi uma das raras corridas onde Max foi, de fato, mais lento que Pérez. Uma vitória inapelável para o mexicano, tanto que nem a Red Bull se atreveu a tentar fazer jogo de equipe. Em entrevista coletiva depois de vencer em casa, Max expandiu sobre a importância do processo de Baku para a sequência da temporada e o modo como pilota o carro de 2023.

“Acho que aprendi bastante desde a corrida em Baku, algumas coisas que poderia fazer com o carro, como acertá-lo. Claro que não venci lá, mas experimentei um monte de coisas e diferentes ferramentas no carro. Por isso fui um tanto inconsistente durante a corrida, mas em determinado ponto, consegui um bom ritmo com o que encontrei”, afirmou.

Claro que agora isso faz todo o sentido. No entanto, lembro que Max estava bastante insatisfeito depois da corrida, tanto que até Horner o repreendeu. Assim como ano passado, Max sente dificuldade no início, mas depois se adapta (e as atualizações privilegiam ele, obviamente) e o resultado todos sabemos. 

Dá pra considerar isso uma "dor de crescimento" ou as imaturidades de Max dos anos anteriores que tornaram o piloto que ele é hoje? Não sei, cabe um bom debate ou algum texto no futuro, talvez.

PRESTIGIADO

Foto: Getty Images

Com um desempenho tão discrepante em relação a Max Verstappen, Sérgio Pérez está mais ameaçado do que nunca na Red Bull, apesar de ser o vice-líder do campeonato e com contrato até 2024. É da natureza dos taurinos alterações repentinas e desempenhos imediatos. A chegada de Ricciardo na Alpha Tauri, como uma espécie de teste para o médio-prazo, também é um sinal. No entanto, Christian Horner tratou de acalmar os ânimos:

“A situação de Checo para o próximo ano está clara. Ele é um piloto Red Bull. Temos um acordo com ele. Independente dos acordos, estamos satisfeitos com o trabalho que ele está fazendo. Vocês viram a pilotagem dele hoje, ele teve azar com o limitador de velocidade do pit-lane [que rendeu uma punição de 5s]. Ele é segundo no campeonato mundial, é o único piloto além de Max que venceu GPs neste ano”, frisou.

A resposta de Horner vem após Helmut Marko deixar nas entrelinhas que nada estava garantido para o ano que vem, apesar do contrato em vigor. Horner aproveitou para defender o piloto, afirmando que o "problema" é Max Verstappen, pois o holandês está tão fantástico que qualquer um perto dele parece alguém muito inferior.

“Max está em um período da carreira dele em que é simplesmente intocável e não acho que tenha qualquer outro piloto do grid que seja capaz de atingir o que ele está fazendo naquele carro. Ser companheiro de equipe dele é, provevalmente, em alguns aspectos o trabalho mais inviável, pois o barômetro é muito alto.

Você precisa olhar a performance no papel e nos resultado. Se Max não estivesse lá, Checo teria vencido outras quatro ou cinco corridas. Então ele está fazendo o trabalho dele. É o segundo no campeonato mundial. Vocês viram a performance dele hoje. Ele deu azar por ser punido por velocidade. E, tomara, que ele possa acrescentar à lista de vitórias dele até o fim do ano”, encerrou.

Existem meias verdades. Pérez está muito mal, Verstappen está excelente, mas a diferença não deveria ser tão grande. É até constrangedor, mesmo sabendo que o mexicano está na Red Bull para ser o segundo piloto. O problema é que chegaram a acreditar que Checo seria uma ameaça a Max, autorizada pela Red Bull.

Nunca foi o caso. Pérez está sim devendo e a pressão de Ricciardo vai ser muito grande, ao menos não agora, devido a lesão do australiano. No futebol, a fala de Horner é o tipo de declaração que a gente desconfiaria. Ao lembrarmos que a organização austríaca tem modus operandi semelhante, a desconfiança faz sentido.

TRANSMISSÃO:
01/09 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
01/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/09 - Corrida: 10h (Band)

quarta-feira, 17 de maio de 2023

OUTRA PAUSA FORÇADA

 

Foto: Reprodução/Twitter

As fortes chuvas e alagamentos no norte da Itália anteciparam uma tendência que começava a se desenhar ontem, quando o autódromo de Ímola foi evacuado: a pedido do vice primeiro-ministro, Matteo Salvini, o GP de Emília Romagna foi cancelado.

Em virtude do calendário inchado, certamente a prova só deverá voltar ao calendário no ano que vem. Com contrato expirando em 2025, a tendência é uma renovação automática de um ano como compensação ao que aconteceu, embora seja muito prematuro afirmar qualquer coisa.

Sendo bem sincero, eu só acredito nesse cancelamento justamente pela imposição do governo italiano. Mesmo com o autódromo alagado, ainda acho que a F1 tentaria correr até as últimas circunstâncias, tudo pelo contrato, mesmo que isso significasse mais constrangimento, como o que aconteceu na Bélgica em 2021.

A F1 não cancelava um evento nas vésperas desde a Austrália, em 2020, quando a pandemia começou. Talvez seja só coincidência, mas no tão falado "maior calendário da história", voltamos agora para o número padrão de 2022, que já é alto.

Sem China e Ímola, o início de temporada é ainda vagaroso, embora agora é que as coisas apertem de vez. Talvez seja um sinal para que o número de corridas diminua, pois o ritmo de trabalho e as viagens são desumanas para quem está na base da pirâmide.

Por outro lado, o número excessivo de corridas também pode ter sido um fator para que a F1/Liberty não tenha se desgastado, pois assim também ajuda na própria imagem, posando de sensata e mandando solidariedade e apoio para quem precisa nesse momento difícil lá no norte da Itália.

Afinal, antes seriam três corridas seguidas, agora são duas: a F1 volta na semana que vem, em Mônaco, e depois vai para Barcelona.

Até!

domingo, 11 de setembro de 2022

ATÉ ASSIM

 

Foto: MotorSport

Monza é a corrida mais rápida do ano. Em 1h15, temos tudo definido. Um circuito rápido, onde a posição de largada faz a diferença para o resultado final, a não ser que você seja Max Verstappen.

Ele e Sainz, com motor novíssimo em folha, foram abrindo o grid. Em poucas voltas, Max já estava rapidamente em segundo, atrás de Leclerc. Com a diferença de pneus, a estratégia poderia ser um fator chave para decidir. E estratégia e Ferrari...

A primeira mudança na corrida foi o abandono de Vettel, que gerou um VSC. A Ferrari chamou Leclerc para colocar os médios. A intenção era boa: ter pneus novos para o final da corrida. O problema é que a ideia da Red Bull e das outras equipes eram diferentes: uma parada só, terminando com os duros. Pérez foi o pioneiro. Saindo de trás, chegou a ter problemas no freio, mas se recuperou, assim como Hamilton.

O Sir mostra que a Mercedes demora para pegar no tranco, mas depois o carro reage bem. Desse jeito, falta o algo mais para vencer um Max Verstappen e uma Red Bull no estado da arte. O mesmo vale para o senhor consistência Russell. 

Verstappen e a Red Bull estão muitos degraus acima do resto, tanto que bastou uma parada porque o ritmo, mesmo com os macios, era insano. A esperança era Leclerc, com novos pneus, se aproximar e arriscar algo no fim, mas não foi possível. Tudo bem, desta vez a Ferrari tentou. Não dava para competir com os taurinos em condições normais.

A condição anormal surgiu. Justo na melhor corrida do ano, no palco onde venceu pela última vez, Ricciardo abandonou em uma posição complicada para o carro ser retirado da pista com rapidez. Faltavam oito voltas. Tinha tudo para que, ao menos, houvesse uma tentativa de pressão para Max, por mais difícil que fosse.

Acontece que o carro de Ricciardo demorou para ser retirado da pista e não haveria tempo de reorganizar o grid para a relargada. Não foi algo tão grave para bandeira vermelha. Entretenimento tem limite. E assim terminou a corrida: com o Safety Car, Max venceu mais uma, agora largando em sétimo. São 11 vitórias no ano. Mais três e ele passa a ser o que mais venceu em uma temporada. O campeonato pode acabar em Cingapura. Basta mais uma vitória e Leclerc fazer no máximo dois pontos. Não duvido de nada.

Sainz fez uma boa corrida e chegou em quarto, seguido por Hamilton e Pérez. Norris se destacou perante as Alpine, que zeraram. Alonso abandonou. Gasly voltou aos pontos, assim como Zhou.

O grande destaque inesperado foi Nyck De Vries. Treinou com a Aston Martin na sexta. É piloto reserva da Mercedes. No sábado, Albon teve diagnosticado um caso de apendicite e não tinha condições de correr no final de semana. As estrelas se alinharam e o holandês de 27 anos, campeão da F2 em 2019 e da F-E recentemente, enfim estreou na categoria.

Fez um treino honesto no sábado e, beneficiado pelas punições, largou em oitavo. Na corrida, também esteve com um bom ritmo e a entrega saiu melhor que a encomenda. Não só foi bem, como ainda conquistou o nono lugar. Estreando na categoria direto nos pontos, com a pior equipe do grid, mostrando desempenho.

Se antes De Vries era um candidato potencial pela relação da Mercedes com a Williams, agora há algo mais consistente. E o mais impressionante: sem treinar com o carro. Isso constrange Latifi. A questão é saber se a grana do canadense ainda é suficiente para algo, porque o desempenho obviamente não. A Williams está se recuperando financeiramente, e talvez ter uma dupla de pilotos de fato ajude a equipe ter um avanço mais significativo.

Não foi a primeira e nem a última vez que uma corrida termina com o Safety Car. Teve até um campeonato que acabou assim. E tem gente que acredita que o do ano passado também deveria... ao menos é o que diz a Mercedes. A Red Bull discorda. A FIA seguiu as regras, diferentemente de Michael Masi.

Regras são regras, até a página dois. O problema foi a lentidão em tirar o carro de Ricciardo. Anticlímax total, mas faz parte. Uma regra imbecil precisa ser quebrado, pelo bem do bom senso. A F1 vira refém das próprias manias e se enrola toda em momentos como esse. Nem tão ao céu, nem tanto a terra. Sem rigidez, mas sem virar Netflix.

Verstappen vence pela primeira vez em Monza. Nunca tinha ido sequer ao pódio. O holandês vence largando de todos os lugares. Desta vez, também vence de forma inédita com a bandeira amarela. De todos os jeitos e maneiras. Até assim a Red Bull sobra. O campeonato deve acabar no Japão, mas não duvido que seja em Cingapura, a julgar pela sorte, competência e incompetência de Red Bull e Ferrari, respectivamente...

Disparado nas pesquisas, Max tem tudo para confirmar os números e vencer a F1 2022 no primeiro turno.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

LOUCO, MAS NÃO TANTO

Foto: Marco Canoniero/Getty Images

 Notícias diversas em Monza, desde a morte da Rainha Elizabeth II até a configuração do grid de largada.

E louco pensar que a Rainha talvez fosse uma das poucas, se não a única pessoa viva desde o início da F1 e que estava lá na corrida inaugural em Silverstone, em 1950. Na época, ela ainda era princesa e o Rei era o pai, George VI. Foi a única vez que um rei acompanhou uma corrida in loco.

74 anos. É claro que o clima é de consternação, porque a F1 é uma categoria britânica. Quase todas as fábricas estão lá, mesmo das equipes que não são necessariamente de lá, como a Mercedes e a Red Bull, por exemplo. Vamos acompanhar algo inédito não só na categoria, mas também na modernidade. A Premier League, por exemplo, cancelou a rodada. Aqui, teve político que cancelou atividades.

O mundo inteiro consternado com a morte de uma rainha...

Bom, voltando para a F1. Porsche e Red Bull encerraram as negociações de forma oficial, anunciada pelos alemães. A Porsche queria ser uma equipe/acionista, os taurinos não, por isso a desavença que causou o fim do negócio. Como sempre escrevo, só acredito vendo quando se trata de Audi e Porsche. O alvo deve ser a McLaren ou alguém mais disposto a ceder, desde que seja do interesse e ambição do Grupo Volkswagen. 

Tem muita água para rolar nessa ponte.

O grid vai ser um festival de punições outra vez. Vestappen perde cinco por trocar outra parte do motor. Pérez dez. Tsunoda tem as dez da corrida passada e aproveitou para trocar o motor. Bottas, com muitos problemas no motor, também acumulou punições (15). Sainz trocou tudo, assim como Hamilton, e vão largar no fim do grid.

Monza é uma pista curta, rápida e com muitas retas. No atual regulamento, é um cenário propício para a troca. No entanto, para ganhar muitas posições, isso pode ser um problema. Todo mundo ligando o DRS gera um trenzinho. Quem larga mais atrás pode ter mais dificuldades, como são os casos de Sainz e Pérez.

Max, largando não tão atrás, tem boas possibilidades, como sempre. A situação fica mais limpa para Leclerc, um dos mais rápidos de sexta (como sempre, também). Russell, o regular e as Alpine podem sonhar com alguma coisa, quem sabe até Norris.

Se Ricciardo venceu ano passado, imagina agora, com o grid e a corrida em abertos, o que pode acontecer? Seria um sopro ao menos para a emoção e competitividade do Mundial porque pensando no campeonato, mesmo com muito boa vontade, é bem complicado.

Tentando forçar alguma coisa, é possível afirmar: é a última chance para Leclerc e Ferrari. Vai que Enzo Ferrari não abençoe os caminhos de alguma forma, igual já fez em tantas outras?

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (McLaren)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 310 pontos
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 201 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 188 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 175 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 158 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 82 pontos
8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos
9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos
10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos
13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos
14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos
15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos
19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 511 pontos
2 - Ferrari - 376 pontos
3 - Mercedes - 346 pontos
4 - Alpine Renault - 125 pontos
5 - McLaren Mercedes - 101 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos
7 - Haas Ferrari - 34 pontos
8 - Alpha Tauri RBPT - 29 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 25 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

MUDANÇA DE FOCO

Foto: Getty Images

O que parecia mera formalidade pode nem mais acontecer. A parceria técnica entre Porsche e Red Bull, dada como certa e que só precisava de uma confirmação oficial após a regulamentação dos motores para 2026, estagnou.

Inicialmente, a Porsche compraria metade das ações da Red Bull e viraria fornecedora de motores do time. Os taurinos deram para trás em virtude da perda de forças pelo número de ações vendidas, além do valor de mercado do time ter aumentado em comparação com o ano passado, quando as negociações começaram. As informações são do site alemão F1-insider.com.

“A Porsche não vai se tornar nossa acionista. Temos toda a oportunidade de construir nossos motores”, disse Helmut Marko.

Outro motivo é que a Honda sinalizou que talvez possa voltar a ser fornecedora a partir de 2026.

“A Red Bull disse que seremos fabricantes de motores a partir de 2026. Houve negociação com a Porsche. Estamos comprometidos em construir um motor. É para ser o primeiro motor da história da Red Bull. É um novo capítulo, mesmo que tenhamos ou não algum parceiro com o trem de força é um assunto a discutir. Nada está fechado”, declarou Christian Horner.

Os alemães já estariam pensando em um plano B: a McLaren. Um dos trunfos pode ser Andreas Seidl, o chefe de equipe que liderou a Porsche no WEC entre 2014 e 2017.

A novela Porsche/Audi eu só acredito quando largarem. Até lá, sempre vou ter um pé atrás, mesmo que tenham adaptado o novo regulamento só para a chegada deles. É muito tempo de especulação e conversa fiada. A cada ano, uma narrativa e história diferente. Nem me surpreendo mais. É claro que seria interessante qualquer associação, no papel, mas entre o desejo, a especulação, a assinatura do contrato e a corrida de fato, falta muita coisa. Muita coisa mesmo.

RASCUNHO

Foto: Getty Images

Ainda não é oficial e precisaria da aprovação do Conselho Mundial de Esporte a Motor da FIA, mas a F1 já começa a ter algo mais concreto para o calendário de provas do ano que vem.

Com 24 etapas, duas a mais que neste ano, vai ser a temporada mais extensa da história. A ideia da FIA é começar em março e terminar no final de novembro.

O Bahrein abriria os trabalhos, no dia 5 de março. Há um asterisco que se chama China. A princípio, a etapa em Shangai volta, mas tudo depende da liberação do governo chinês para a entrada e saída de estrangeiros em virtude da Covid-19.

Azerbaijão e Ímola inverteriam a ordem, com a corrida italiana abrindo a temporada europeia. A Espanha, que geralmente é o abre-alas do velho continente, deve ser remanejada para depois do GP de Mônaco, em junho.

A Bélgica, que geralmente abre a metade final da temporada, pode encerrar a primeira parte, em julho. O retorno das férias de verão europeu caberia a Holanda.

O Catar, que chega definitivamente na F1, estaria marcado para outubro, antes das corridas na América do Norte. O GP de São Paulo está marcado para o dia 5 de novembro, na semana do feriado de Finados.
Las Vegas estrearia na corrida noturna do sábado, 18 de novembro. Oito dias depois, como sempre, Abu Dhabi fecharia a temporada 2023.

É esperar a confirmação do novo calendário. Com muitas corridas, vai ser tudo ainda mais extenuante para todos os envolvidos. A FIA e a Liberty precisam encontrar um equilíbrio e a solução não é tirar os circuitos mais tradicionais em detrimento dessas corridas sem identidade que estão invadindo o calendário.

TRANSMISSÃO:
09/09 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
09/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
10/09 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
10/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
11/09 - Corrida: 10h (Band)


domingo, 12 de setembro de 2021

REDENÇÃO

 

Foto: Getty Images

Monza viveu mudanças de panorama nesse final de semana. Se na sexta a expectativa era de domínio da Mercedes, o sábado viu Hamilton entregar de bandeja uma grande vantagem para Max Verstappen consolidar na corrida. No entanto, novamente não foi isso o que vimos.

Se Hamilton largou muito mal no sábado, Verstappen apenas largou mal hoje. Ricciardo pulou para a ponta e Hamilton foi bem, passando Norris e indo pra cima de Max. Como sempre, o holandês foi duro e o inglês cedeu, perdendo a posição que tinha ganho de Norris.

As McLarens seguravam Verstappen e Hamilton. Com o potente motor Mercedes e o mesmo pneu, a exceção de Lewis, as particularidades de um circuito de alta e a turbulência que conhecemos fizeram com que as ultrapassagens fossem bem escassas. Apenas Pérez e Bottas, de motor novo, que driblaram esse quesito.

Ricciardo controlava a corrida até o pit stop. Aí a corrida começou a mudar. Verstappen também foi para os pits, mas um problema na roda traseira direita fez com que o holandês tivesse uma parada de 11 segundos. Corrida perdida e prejuízo enorme, pois certamente não teria como alcançar Hamilton. O inglês finalmente se livrou de Norris e assumiu a ponta, quando parou. A Mercedes também não fez um bom pit stop e Lewis saiu com 4 segundos, até o inevitável acontecer.

Um grande incidente é constituído de pequenas coisas que separadas não são grandes, mas juntas formam o desastre necessário. A exemplo do que vimos em Silverstone, dessa vez Hamilton não quis ceder. Estava na frente e tinha a preferência, mas espalhou Max. O holandês, sabendo que dificilmente teria outra chance de se aproximar da Mercedes, optou, como sempre pelo tudo ou nada. Geralmente os adversários recolhem, mas Hamilton não. 

O resultado foi os dois fora e o carro de Max em cima da Mercedes de Hamilton, lembrando as disputas de Schumacher e Hill em 1995, até nesse quesito. No frigir dos ovos, graças aos dois pontos da corrida classificatória, Max aumentou para cinco a vantagem no campeonato. Podia ser mais ou então poderia perder essa vantagem, então o abandono foi mais vantajoso para ele nesse sentido. 

No entanto, Max foi punido com três posições na largada de Sochi, o que pode fazer a diferença para o campeonato. Como não pode ser punido em pista, ganha esse gancho pesado. A FIA não podia não fazer nada, e isso é uma consequência da escolha de Max.

Foto: Getty Images

O caminho ficou livre para a McLaren. Na confusão, Leclerc ficou entre eles mas Lando facilmente o superou. Estava feita a dobradinha. Desde 2010 a McLaren não fazia 1-2 e desde o Brasil 2012 que o time de Woking não vencia. Para Norris, um sabor amargo. Até tentou um jogo de equipe, mas hoje era dia de Ricciardo e do shoey. Dominando o companheiro o ano todo e perde justo na grande glória. Lembra os casos de Ralf Schumacher e Barrichello perdendo para o Hill e Herbert em 1999. Acontece.

Ricciardo vive um ano muito mais difícil que ele imaginava. Norris é talentoso, é uma boa competição. A vitória traz confiança, sem dúvida, ainda mais sendo o responsável por quebrar tantos jejuns da equipe. Com a cabeça boa, certamente vai ter menos pressão para desenvolver o trabalho, principalmente para 2022.

Bottas herdou a punição de Pérez, que usou o limite de pista para passar Leclerc, e fechou o pódio. Correu mais solto, agora que já tem um futuro traçado. Pode ser um diferencial na disputa pelo título porque o mexicano está muito mais instável do que nunca, lembra o Fisichella nos tempos de Alonso. A ausência de Lewis e Max mostram como são diferentes em relação aos companheiros.

A Ferrari mostra que ainda está atrás do pelotão de elite, enquanto que a Alpine e Williams conseguem pontos importantes. É notória a evolução do time de Grove, com os dois pontuando. Stroll hoje superou Vettel, muito errante, assim como a dupla da Haas, que segue trocando batidas e rodadas no fundo do grid. Prejudicada pela corrida de sábado, Tsunoda nem largou e Gasly também. A Alpha Tauri não participou da corrida. 

Monza pode ser uma redenção para Ricciardo. A vitória na terra da família paterna, além de histórica pelos tantos significados, também pode significar uma virada de chave nessa altura da carreira do sorridente australiano.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

PREPARANDO O TERRENO

 

Foto: Getty Images

Na segunda vez da já insuportável treino e corrida classificatória (espero que desistam disso em breve), a Mercedes mostrou força. Com a atualização do motor, o que fará com que largue no fim do grid, Valtteri Bottas sai em vantagem amanhã, mas é claro que o grande beneficiado disso será Lewis Hamilton, que tem chances claríssimas de largar na pole e conquistar pontos que podem ser determinantes para o título.

A Mercedes, com motor mais atualizado, mostra grande vantagem e favoritismo para domingo. O forte da Red Bull sempre foi a aerodinâmica, então tende a sofrer em circuitos de alta. Não a toa, também com motor Mercedes, a McLaren esteve muito próxima e forçou os taurinos a sacrificar o treino de Pérez para fazer com que Max não tivesse tanto prejuízo.

Com Bottas fora do caminho para o domingo, Hamilton ganha grande ajuda nos dois dias para vencer e retomar a liderança. A Red Bull não parece ser páreo, enquanto que a grande notícia do dia foi uma boa sessão de Daniel Ricciardo. Será que está finalmente no ritmo do carro?

Pelo que foi visto até aqui, a Mercedes se prepara para retomar a liderança de pilotos nesse final de semana. Max e a Red Bull precisam tirar um coelho da cartola para evitar o que parece ser inevitável.

Confira o grid de largada da corrida classificatória:


Até!

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Pierre Gasly (Alpha Tauri)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 224,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 221,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 123 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 114 pontos
5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 108 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 92 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 89,5 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 66 pontos
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 56 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 44 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 35 pontos
13- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 18 pontos
14- Lance Stroll (Aston Martin) - 18 pontos
15- George Russell (Williams) - 13 pontos
16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 344,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 332,5 pontos
3 - Ferrari - 181,5 pontos
4 - McLaren Mercedes - 170 pontos
5 - Alpine Renault - 90 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 84 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 53 pontos
8 - Williams Mercedes - 20 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 3 pontos

ENTRE OS MELHORES

Foto: Getty Images

Depois de garantir mais um ano na Alpha Tauri, Pierre Gasly foi fortemente elogiado pelo chefe, Franz Tost. Os resultados do francês desde que voltou para a equipe satélite da Red Bull são satisfatórios: segundo lugar no Brasil ainda em 2019, vitória histórica em Monza no ano passado, um pódio nesse ano e o quarto lugar no último GP da Holanda.

Isso reforça a opinião de Tost, que diz que o francês é um dos melhores pilotos da F1:

"Sempre estive convencido em relação a ele”, disse Tost. “Acho que ele surpreendeu algumas outras pessoas. Para mim, Gasly pertence [à lista] dos melhores pilotos da Fórmula 1 na atualidade”, disse.

A situação de Gasly é incômoda. Ele não vai voltar para a Red Bull porque lá está Verstappen. Na Alpha Tauri, claramente já atingiu um teto. O jeito é esperar uma vaga melhor, tal qual o caminho que Sainz trilhou nos anos anteriores. Ainda acho que o francês deveria ficar de olho na Alpine. Afinal, uma hora ou outra Fernando Alonso vai ter que pendurar as luvas.

ROTA DE COLISÃO

Foto: Getty Images

Com o pior carro do grid, a única alternativa dos pilotos da Haas é disputar posições com eles mesmos, e é isso que está sendo feito de maneira bem perigosa no decorrer da temporada. Na Holanda, mais um capítulo desse imbróglio.

No início da corrida, Mazepin fechou deliberadamente Schumacher, que reclamou. É um histórico já extenso. O russo fez a mesma coisa no Azerbaijão. Mazepin, por outro lado, reclama que Mick desobedeceu uma ordem de equipe na preferência de quem deveria abrir primeiro a volta na classificação de sábado.

Entre reclamações e condutas perigosas, Gunther Steiner está no meio do caminho. O chefão, ao menos publicamente, adota uma postura neutra, evitando o atrito e colocando panos quentes na situação:

"Esse tipo de coisa não pode acontecer. Precisamos resolver essa situação muito rapidamente. [A prensada] é um lance difícil. Eu não acho que podemos culpar muito o Nikita, mas é claro que precisamos trabalhar em cima disso e ter uma conversa privada. Já falei com os engenheiros e concordamos que nossa prioridade é conseguir resultados. Não vamos aceitar esses comportamentos e precisamos resolver isso”, disse.

Gunther está numa situação difícil. Ele não pode ficar contra quem paga as contas do time e tampouco virar as costas para o melhor piloto da equipe, apadrinhado da Ferrari e simplesmente com o sobrenome Schumacher. Agora, não há muito prejuízo, a Haas não pontua. Mas e quando valer algo importante? Mazepin vai continuar agindo como um psicopata mimado? Provavelmente sim. Nesse caso, poderemos ter sérios problemas...

TRANSMISSÃO:
10/09 - Treino Livre 1: 9h30 (Band Sports)
10/09 - Classificação: 13h (Band Sports)
11/09 - Treino Livre 2: 7h (Band Sports)
11/09 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
12/09 - Corrida: 10h (Band)


domingo, 18 de abril de 2021

ROUND A ROUND

 

Foto: Mark Thompson/ Getty Images

A segunda corrida da temporada prometia ser muito interessante. Vantagem mínima no grid, Pérez na frente de Verstappen e os dois sedentos por Hamilton. No meio do pelotão, Ferrari e McLaren se desgarravam das demais e esperavam alguma coisa de diferente, o que aconteceu: a chuva obrigou a todos a largar com o pneu intermediário, alguns com o de chuva.

Verstappen deu show na largada e, contrariando seu retrospecto, venceu a corrida na primeira curva, quando se livrou de Pérez e Hamilton e disparou na frente. Ou nem tanto. Com o spray, carros juntos e dificuldade em enxergar,  Latifi rodou e, voltando pra pista, se deparou com o Mazepin. O canadense estava atravessado, mas o russo já fez uma vítima logo na primeira volta. Safety Car.

Verstappen disparou, seguido de Hamilton e o excelente Leclerc, que aproveitou uma corrida caótica de Pérez para ficar em terceiro. Na sequência, Norris se livrava de Ricciardo e tentava se aproximar. Chamou a atenção como o britânico venceu facilmente o australiano, mais uma vez.  Gasly continuou com os pneus de chuva extrema e pagou o preço, precisando ir aos boxes e caindo para o fim do pelotão.

A pista secou e ficou numa condição perigosa. Molhada e seca ao mesmo tempo, quem saísse dos trilhos correria riscos. E foi o que aconteceu. Ao tentar se livrar de retardatários, Hamilton errou. Fazia tempo que não acontecia. Ao escapar, parecia que não tinha mais volta. Ele não atolou, deu ré e voltou pra pista, uma volta atrás de Verstappen e com uma corrida de recuperação a fazer. A questão parecia liquidada.

Eis que, na volta seguinte, um grande acidente: Russell tentou passar Bottas por fora na primeira curva e, pegando a parte molhada, perdeu o controle e os dois bateram forte. Bandeira vermelha. Tudo parado e permitida a recuperação de voltas dos retardatários. Russell foi pra cima de Bottas. Um simbolismo nesse acidente. O presente que vai virar passado e o presente que vai virar futuro da Mercedes, em tese. Russell fez uma série de acusações e tudo isso irritou Toto Wolff.

Bottas fazia uma corrida tenebrosa e ser ultrapassado por uma Williams seria a marca evidente desse processo. O inglês, por sua vez, desperdiça mais uma vez os pontos para a equipe. Tá na hora de pensar mais no coletivo do que na promoção pessoal.

Com a relargada, Verstappen não teve problemas para desfilar rumo a primeira vitória no ano. Norris, em grande final de semana, aproveitou a punição de Pérez e se enfiou no pódio, livrando-se também de Leclerc. O mexicano, tentando persegui-lo, errou e jogou todo o final de semana fora, onde foi mais rápido que Max e certamente seria importante para atrapalhar Hamilton que, sem nada a ver com isso, galgou posições rumo ao segundo lugar original que, diante das circunstâncias, precisa ser celebrado. Não só isso, mas junto com a melhor volta da corrida. Isso é que separa os dois no campeonato até aqui.

A Ferrari parece muito mais consistente e, mesmo com Sainz errando, conseguiu um ótimo quinto posto. Ricciardo, ainda abaixo de Norris, foi o sexto. Gasly conseguiu se recuperar para ser o sétimo, enquanto Tsunoda mostrou um final de semana errático. Faz parte, é a segunda etapa da carreira somente. Na briga pelos últimos pontos, Raikkonen cometeu uma infração e foi penalizado com 30 segundos que o tirou do top 10, colocando lá Ocon e Alonso, os primeiros três pontos da Alpine na categoria.

Pela primeira vez em muito tempo, Alonso foi  vencido sem muitas dificuldades por um companheiro de equipe. Fruto da inatividade e da idade chegando? Talvez. Escrevi lá atrás que enxergava, a esse ponto da carreira, muito mais como uma última dança do que propriamente um desempenho de bicampeão.

Quem está apanhando de forma inexplicável é Vettel. Stroll mais uma vez ficou nos pontos e o tetracampeão longe, mas muito longe dos pontos. Muita gente tem dúvidas se ele realmente permanece na F1 desse jeito. Coincidência ou não, Hulkenberg assinou como piloto reserva da escuderia semanas atrás.

Na Haas, Mazepin é Mazepin e Mick é Mick. Carro ruim e pilotos inexperientes. O russo é inapto para a categoria, mesmo assim é importante ver o filho do Schummi na frente dele sem muitos sustos.

Mais equilibrado do que nunca, Mercedes e Red Bull sobram as demais. McLaren e Ferrari recuperam terreno e deixam Alpine, Aston Martin e Alpha Tauri um degrau abaixo.

Vitória de Max Verstappen num campeonato que, assim como uma luta de boxe, vai ser disputada round a round, onde pontuar é muito mais importante do que dar show e tentar sempre buscar o nocaute.

Confira a classificação do GP de Emília Romagna:



Até!

sexta-feira, 16 de abril de 2021

APERTADO

 

Foto: Getty Images

Ímola é um circuito apertado, sem muitas condições de ultrapassagem. Portanto, uma corrida onde naturalmente a classificação será fundamental para definir as pretensões de cada um. No entanto, uma particularidade especialmente interessante: um circuito antigo que não tem áreas de escape. É brita, grama e muro. Errou, um abraço. Os pilotos devem estar concentrados o tempo todo.

Leclerc errou uma vez e bateu no segundo treino livre, o que força a Ferrari a trabalhar em dobro para reparar os danos. Isso pode comprometer o final de semana do monegasco. Outro que vai bater é Mazepin, mas isso não é uma surpresa.

A Mercedes parece melhor ajustada para Ímola e não deve sofrer tanto. Bottas foi o mais veloz nos dois treinos. Ele também fez a pole ano passado, o que não diz muita coisa. Verstappen teve um problema no eixo de transmissão no segundo treino livre e preocupa. 

As brigas interessantes, como sempre, ficam no miolo. McLaren, Aston Martin, Alpha Tauri, Alpine e Ferrari. A cada prova esse pelotão vai lutar bravamente pelo posto de ser o melhor do resto, apenas esperando algum infortúnio em Mercedes e Red Bull.

Ímola não deve ser emocionante, mas sim tensa, como sempre foi depois de 1994. Apenas agora cheguei a conclusão de que em dois meses de F1 só tivemos duas corridas e, em tese, teremos mais 21 ou 20 em 7 meses. Parece que o GP do Canadá será novamente cancelado em virtude da falta de acordo em relação a bolha da F1 e as restrições sanitárias impostas pelo país na pandemia. 

Vai ser um longo ano, muito apertado, igual Ímola.

Confira a classificação dos dois treinos livres:




Até!


quinta-feira, 15 de abril de 2021

GP DE EMÍLIA ROMAGNA: Programação

 O Autódromo Internacional Enzo e Dino Ferrari recebeu corridas da Fórmula entre 1980 e 2006. Desde 1981 era realizado o Grande Prêmio de San Marino. Em 2020, em virtude da pandemia de Coronavírus, o autódromo volta para o calendário para sediar o GP de Emília-Romagna, região onde fica o autódromo na cidade de Ímola.

Em 2021, a corrida novamente entra no calendário de última hora, substituindo o cancelado GP do Vietnã.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:13.609 (Mercedes, 2020)
Volta mais rápida: Lewis Hamilton - 1:15.484 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2020) - 1x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 25 pontos
2 - Max Verstappen (Red Bull) - 18 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 16 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 10 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 8 pontos
7 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 6 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 4 pontos
9 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
10- Lance Stroll (Aston Martin) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 41 pontos
2 - Red Bull Honda - 28 pontos
3 - McLaren Mercedes - 18 pontos
4 - Ferrari - 12 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 2 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 1 ponto

NO LIMITE

Foto: Reprodução/Lamborghini

Não se trata do retorno do reality show da TV Globo, marcado para o mês de maio, mas sim a situação do calendário da Fórmula 1. É o que diz Stefano Domenicali, que desde o início do ano é o novo chefão da F1.

Questionado pela revista alemã Auto Motor und Sport, o italiano afirmou que não é possível aumentar o calendário neste momento e também justificou o aumento de corridas (ano passado, se não fosse a pandemia, teríamos 21 etapas; no fim, foram realizadas 17):

“Acho que mais de 23 corridas é muito improvável, talvez até seja praticamente impossível. No momento, há muito interesse em organizar GPs. No futuro, vamos ter de pensar de forma mais cuidadosa sobre quais países são importantes para nossa estratégia.

“Alguns dos eventos do último ano continuaram no calendário por serem palcos históricos com circuitos espetaculares. Mas esses palcos também precisam ter a força financeira para organizar um evento”, disse.

Ou seja: a F1 precisa de dinheiro, ainda mais que ainda vai ficar por um tempo sem a renda das bilheterias e a presença de público nos autódromos. Esse é um dos motivos que a FIA quer mais seis milhões de dólares do governo canadense para confirmar a etapa de Montreal no calendário deste ano, em junho.

O pessoal do paddock comenta que acha inviável todas as 23 corridas serem realizadas. Em alguns países, como o nosso, a situação do coronavírus está bem complicada e não sabemos como vão estar as coisas no futuro, tanto é que o calendário atual sofreu várias mudanças ainda em janeiro.

A F1 quer dinheiro. Isso explica porque Arábia Saudita, Abu Dhabi e outras corridas da Ásia são tão importantes e palcos históricos como Interlagos, Silverstone e Ímola sofrem a cada renovação. A F1 não se paga pela história, mas abdicar desses palcos é um corte profundo na identidade da categoria. 

Vale a pena pelo dinheiro fácil? Também duvido que todo o calendário será reproduzido, em virtude das questões sanitárias que são diferentes em todo o planeta.

SEM ÓDIO

Foto: Getty Images

É o que pede Lando Norris. Em uma live na Twitch, o britânico se irritou com as piadas e as críticas dos "haters" do russo Nikita Mazepin, que teve uma estreia desastrosa na F1 na corrida do Bahrein. Além do mais, o russo já é uma figura controversa no automobilismo de base, seja pelas manobras na pista, a influência do pai bilionário e o caso de assédio que foi exposto logo depois que ele foi anunciado piloto da Haas.

“Não precisam odiá-lo pela rodada, certo? Vou começar a banir. É meio difícil, acho que muito disso acontece por ter sido a primeira corrida dele e com 18 carros na frente.

Tinha muita turbulência e ele provavelmente tinha pouco downforce naquele ponto, porque todo o ar estava sendo puxado por todos os carros na frente. Ele corrigiu muito, foi tudo tão rápido que foi difícil salvar, eu diria. Não tinha muito que ele pudesse ter feito, é complicado. Um pouco ambicioso demais no acelerador? Olhando para trás, sim, mas é a combinação de ser um trecho complicado e o carro não tornando as coisas tão fáceis para ele também. Quanto pior o carro que você tem, é mais fácil você rodar”, completou o britânico.

Na sequência, Lando ironizou seus seguidores, questionando por quê eles não atacaram Mick Schumacher, que rodou mas não bateu, da mesma forma.

Bom, acho louvável essa defesa boa samaritana e corporativista do Norris, mas na boa: o russo tá pouco se lixando para ele, suas defesas e todo o resto. Norris pode até ser uma das vítimas da irresponsabilidade do russo no futuro, vai saber. Aí quero ver onde fica esse discurso empático e ponderado.

TRANSMISSÃO:

16/04 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
16/04 - Treino Livre 2: 9h30 (Band Sports)
17/04 - Treino Livre 3: 6h (Band Sports)
17/04 - Classificação: 9h (Band para SP e Band Sports)
18/04 - Corrida: 10h (Band)





quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS

 

Foto: McLaren

A virada do ano não fez desaparecer os problemas do passado. Pelo contrário. A F1 já muda o calendário que, a princípio, será o mais extenso da história.

E vai começar uma semana mais tarde que o normal. Em virtude da Austrália exigir uma quarentena de duas semanas e uma biosfera para quem vai ao país, isso fez com que fosse inviável nesse momento a ida da F1 para lá. A corrida foi adiada para o final da temporada, mais precisamente para o dia 21 de novembro. Desde Adelaide que a corrida australiana não ia para o fim do ano.

A abertura da temporada será, portanto, no Bahrein, mas a data foi mantida: 28 de março. Será a terceira que a corrida de Sakhir começa o ano. Como efeito dominó, toda a logística foi modificada.

A pré-temporada, que seria na Espanha no início de março, será também no Bahrein, entre os dias 11 e 14 de março. A única vez que o país sediu esses treinos havia sido em 2014.

O coronavírus também provocou outras mudanças no calendário. A China pediu adiamento da corrida mas, a princípio, vai ficar fora da temporada de novo. Para o seu lugar, no dia 18 de abril, a F1 confirmou mais uma edição do GP de Emília Romagna, em Ímola, a segunda corrida do ano.

A terceira corrida, no dia 9 de maio, ainda não foi oficialmente anunciada. Como o espaço é de uma semana, parece ser improvável que seja em outro continente. Portanto, Vietnã está fora sem sequer existir. Provavelmente teremos o retorno do GP de Portugal, em Portimão.

Com o GP da Austrália sendo remanejado para 21 de novembro, isso provocou efeito-dominó em outras duas etapas: O GP de São Paulo, em Interlagos, foi antecipado para 7 de novembro, uma semana antes do original. 

As corridas finais foram empurradas: Arábia Saudita (que sequer tem um layout do circuito ainda) será dia 5 de dezembro e Abu Dhabi encerra os trabalhos no dia 12/12. A temporada mais longa da história começa e termina uma semana depois do previsto.

Sinceramente? Já disse que esse tanto de corrida é demais e desvaloriza a importância do espetáculo de um evento de Fórmula 1. Sobre os circuitos, podiam tirar Paul Ricard, Barcelona, Sochi, Arábia Saudita e Abu Dhabi de uma vez. Como isso não vai acontecer, poderiam ter colocado Mugello e Istambul ao invés de Ímola e Portimão, mas é o que tem pra hoje.

De resto, aguardamos os lançamentos dos carros e uma última informação: agora todos os treinos livres vão ter uma hora de duração. Menos tempo para treinar, mas convenhamos: o pessoal mal vai para a pista. Acho que todos ganham.

Ano novo, velhos problemas e soluções nem tão inéditas assim.

Até mais!

domingo, 1 de novembro de 2020

E CONTANDO...

 

Foto: Getty Images

São 93 vitórias de Lewis Hamilton e sete títulos consecutivos da Mercedes, um novo recorde na F1. E contando... Apesar de parecer fim de festa para Toto, cada vez mais convencido de que vai deixar a equipe no final do ano, Hamilton ainda faz um drama e tenta chamar a atenção afirmando "que pode não estar aqui ano que vem", ele mesmo que também diz ter muito mais a conquistar na categoria.

É uma simbiose que se torna sinônimo da maior hegemonia da história da Fórmula 1. Apesar disso, a equipe tem seu patinho feio e azarado. Bottas é inqualificável, e hoje ainda teve o azar de ficar com um pedaço da asa do carro de Vettel no assoalho na corrida toda, o que custou uma possível vitória. Para piorar, Hamilton foi aos boxes bem no momento em que entrou o Safety Car Virtual, para sepultar de vez as chances do finlandês. Hamilton está a 19 pontos do heptacampeonato, na Turquia.

Mas Bottas também teve sorte porque conseguiu salvar a segunda posição graças ao pneu estourado de Verstappen. Ao tentar uma estratégia diferente, a Mercedes usou o finlandês para marcar território e deixou Hamilton com a pista livre, com pneu melhor apesar do desgaste. Uma vitória à la Schumacher. A Red Bull errou e viu o pneu traseiro direito de Max explodir, o que de certa forma mudou tudo lá atrás.

O inqualificável Stroll fez mais uma corrida deplorável, mostrando a qualquer um com QI com mais de dígitos que ele só está lá porque é filho do papai. Pior: mostrou um instinto homicida ao atropelar o mecânico da Racing Point que claramente se inspirou em Neymar. Fez todo um malabarismo e contorcionismo desnecessário para valorizar o incidente. Se tivesse VAR, não teria sido marcado nada.

 Pérez, largando de 11°, tinha tudo para confirmar o pódio até ser chamado de forma suspeita para os boxes numa burrada e perder essa condição. Melhor para Ricciardo, que herdou o posto e resistiu aos ataques de Kvyat, em grande apresentação no ano (a melhor), provavelmente em seu canto do cisne. Gasly, com o lindo capacete de Senna, abandonou na nona volta. Poderia estar no bolo, mas o australiano tem tudo para confirmar e ser o melhor do resto. Será que já se arrependeu de deixar a Renault e ir para a McLaren em uma situação inferior?

Por falar em burrada, é preciso ter sorte e competência na vida até para atravessar a rua, já dizia Nélson Rodrigues. George Russell é atropelado todas as semanas. Quando finalmente tinha chances límpidas de pontuar pela primeira vez, bateu estando atrás do Safety Car. Lembrou a decepção de Badoer ao abanadonar em 1999. O inglês é promissor, mas se não aproveitar as frestas que lhe oferecem... Digo o mesmo para Ocon, hoje vítima do motor francês estourado.

De contratos renovados, os dois pilotos da Alfa Romeo estiveram juntos na zona de pontuação pela primeira vez no ano, o que é uma "resposta" para os críticos e um estímulo para Giovinazzi, pois sabemos que Raikkonen não se importa com nada. A McLaren claramente virou a quinta força outra vez e, sem investimento, pode voltar a estagnar nas posições intermediárias. Sainz já está chegando em Norris na tabela.

Em um circuito travado, curto e pequeno, Ímola poderia compensar na imprevisibilidade de apenas Raikkonen conhecer a fundo o circuito. No final, o Safety Car até deu um suspense, mas foi uma corrida previsivelmente insuportável. Ah, Vettel. Quando não é ele que caga na entrada é a Ferrari que faz caca na saída. Um "erro" no pit e lá se foi mais uma chance de pontuar. Agora o tetracampeão está atrás de Kvyat e apenas alguns pontos a frente de Nico Hulkenberg, que só largou duas vezes em 2020.

Ah, Albon. Ele definitivamente assinou hoje a saída da Fórmula 1. O contexto não ajuda e ele também não. Parece que desistiu da causa. Uma pena. Escreverei mais sobre no post de amanhã.

Mais uma vitória para Hamilton, mais um título para a Mercedes e, em duas semanas, mais um título para Lewis Hamilton igualar mais um recorde da Fórmula 1. E assim o mundo segue, girando e contando...

Confira a classificação final do GP de Emília Romagna:


Até!

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

GP DE EMÍLIA ROMAGNA: Programação

 O Autódromo Internacional Enzo e Dino Ferrari recebeu corridas da Fórmula entre 1980 e 2006. Desde 1981 era realizado o Grande Prêmio de San Marino. Em 2020, em virtude da pandemia de Coronavírus, o autódromo volta para o calendário para sediar o GP de Emília-Romagna, região onde fica o autódromo na cidade de Ímola.

Foto: Wikipédia

EU TÔ AQUI

Foto: Reprodução/Alpha Tauri

Depois de mais uma grande corrida na temporada, onde chegou em quinto depois de largar em nono, Pierre Gasly falou sobre o futuro. Com a indefinição na Red Bull, o francês, vencedor do GP da Itália, lembrou que é o piloto que mais pontuou com a Alpha Tauri: agora são 63, a mesma quantidade que no ano passado, quando estava com a Red Bull.

"Vamos ver… Ao final de tudo, é a Red Bull quem decide para onde vai cada piloto. Vamos ver o que acontce comigo. O que posso fazer é entregar bons resultados. E marquei mais pontos com a AlphaTauri do que qualquer outro”, disse.

Helmut Marko admitiu que, caso não siga com Albon, a tendência é buscar por pilotos de fora da academia de pilotos, o que deixa Pérez e Hulkenberg em boa situação. É inegável que Gasly merece retornar para onde estava, fez por merecer, os resultados estão aí. 

A questão é: a Red Bull o merece de volta? Talvez o francês tenha que olhar para outros horizontes, tal qual Sainz fez. Como já escrito antes, talvez a vaga que Gasly realmente precisa disputar no curto prazo é a Renault/Alpine, sendo independente.

ATUALIZAÇÃO: foi confirmado que Pierre Gasly continua na Alpha Tauri por mais uma temporada.

23 EM 2021

Foto: Getty Images

Ainda não é oficial, mas segundo a revista alemã Auto und Motor Sport, a ideia da F1 no ano que vem é de ter 23 etapas, com o retorno das corridas que foram canceladas neste ano.

A temporada começaria dia 21 de março na Austrália, em Melbourne. No entanto, apenas 19 dos 23 circuitos estariam confirmados. Há um grande ponto de interrogação sobre as presenças de Estados Unidos, México, Brasil e até Arábia Saudita, que entraria no calendário com um circuito de rua em Jeddah.

Na boa? 23 etapas com essa Fórmula 1 sem graça seria tortura para quem trabalha e quem assiste. É supervalorizar e também tirar a importância de um Grande Prêmio, fazendo ele acontecer em todas as semanas. Nunca pensei que pudesse dizer isso, mas antigamente quando tinha 15, 16, até 18, estava ótimo. 

Qual a perspectiva pra 23 etapas com um campeonato de um carro só? Inflar ainda mais os números de Hamilton? Isso é loucura. 

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 256 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 179 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 162 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Renault) - 80 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 75 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 74 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 65 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 64 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 63 pontos
10- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 59 pontos
11- Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 40 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 18 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 14 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 435 pontos
2 - Red Bull Honda - 226 pontos
3 - Racing Point Mercedes  - 126 pontos
4 - McLaren Renault - 124 pontos
5 - Renault - 120 pontos
6 - Ferrari - 93 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 77 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 5 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO





terça-feira, 27 de outubro de 2020

MUITO ALÉM DA TAMBURELLO

 

Foto: Getty Images

Ímola virou sinônimo de morte, de tragédia, especialmente para nós brasileiros. É claro que a morte de Senna na Tamburello deixa marcas eternas na lembrança popular de todos, mesmo os que odeiam o esporte. Também teve a morte de Ratzenberger e os acidentes de Piquet e Berger, mas este post serve para mostrar que o Auódromo Enzo e Dino Ferrari é muito mais do que um cemitério e também teve histórias importantes de disputas, rivalidade e inimizade.

Começamos por 1982. A Ferrari tinha uma grande superioridade e era favorita para o título. Depois de Nelson Piquet e Keke Rosberg terem sido desclassificados da corrida anterior, no Brasil, a FOCA resolveu boicotar a corrida, que teve somente a participação das equipes de fábrica (Ferrari, Alfa Romeo e Renault) e mais quatro equipes que "amarelaram" na hora H e formaram um grid de só 14 carros.

Na pista, as Ferrari assumiram a ponta após as duas Renault quebrarem. Com uma grande possibilidade de fazer uma dobradinha, algo que não acontecia desde Itália-1979, a Ferrari pediu que os pilotos se acalmassem e não fizessem bobagem. Villeneuve, que era o líder, entendeu que a ordem era manter as posições, mas Didier Pironi não. Na última volta, o francês ultrapassou o canadense e venceu pela primeira vez com a Ferrari. Gilles ficou furioso, prometeu nunca mais falar com Pironi e morreu na corrida seguinte durante os treinos para o GP da Bélgica.



1989. Berger bate forte na Tamburello no início da corrida e provoca uma bandeira vermelha. O carro da Ferrari pega fogo mas milagrosamente o austríaco só tem alguns ferimentos nas mãos. 

Na relargada, Senna passa Prost e vence, buscando o bicampeonato. Prost não gostou nada porque disse que o brasileiro violou um acordo que tinham feito antes da relargada, pois foi dito entre os dois que quem largasse na frente não seria atacado pelo outro até depois da primeira curva, porque a superioridade dos carros ingleses era enorme sobre as demais equipes que não valeria a pena um confronto logo na primeira curva de cada corrida.

A partir disso, a rivalidade entre os dois ficou cada vez maior e o final vocês já sabem.



1997. Particularmente, acho a corrida desse ano interessante porque, no meio da rivalidade entre Villeneuve e Schumacher, Heinz Harald Frentzen venceu pela primeira vez na carreira, com a Williams. 1997, o famoso campeonato onde o canadense e o alemão nunca dividiram o mesmo pódio o ano todo. Foi também a primeira dobradinha entre pilotos alemães na história da F1.



2003. Na manhã de domingo, morreu Elizabeth Schumacher, de 55 anos, vítima de cirrose hepática. Os filhos, Michael e Ralf, largavam na primeira fila e decidiram correr. Na pista, Michael conseguiu a primeira vitória na temporada e foi para o pódio, sem comemorar. Na coletiva, foi substituído pelo chefão Jean Todt.



2005. Com um início arrasador em um novo regulamento, a Renault e o jovem Fernando Alonso despontavam como candidatos ao títulos junto com a McLaren. Por outro lado, a Ferrari sofria com os pneus Bridgestone e a incapacidade de trocar durante a prova. 

Largando lá atrás, mesmo assim, Schumacher fez sua primeira grande corrida do ano e, mesmo pressionando Alonso, o espanhol venceu mais uma na temporada. Essa corrida tem um significado enorme: finalmente alguém capaz de segurar o alemão sem temê-lo. Foi o começo da caminhada do primeiro título de Fernando e o fim da "era Schumacher". No ano seguinte, Schumacher superou o recorde de poles de Ayrton Senna e deu o troco no espanhol.



E agora, o que o circuito diferente (sem a chicane final) vai nos proporcionar no próximo final de semana?

Até!