terça-feira, 29 de junho de 2021

NOVO LAR

 

Foto: Divulgação

Uma notícia que passou despercebida na última semana foi o anúncio de que, a partir de 2023, o Grande Prêmio da Rússia será disputado no autódromo de Igora Park, em São Petersburgo, substituindo o circuito que fica no Parque Olímpico de Sochi, na F1 desde 2014.

Quais os motivos da troca? Primeiro, a corrida de Sochi nunca foi emocionante ou chamativa. Segundo e mais importante: além de ser um desejo de Vladimir Putin, isso encaixou com a ideia da F1/Liberty Media em colocar corridas em destinos turísticos. São Petersburgo é perto da Finlândia, que ainda tem dois pilotos importantes por lá, além de ser naturalmente mais turística que Sochi, apenas conhecida pelos Jogos Olímpicos de Inverno e recentemente a Copa do Mundo.

O circuito é projetado por Hermann Tilke, o que não sei se é algo de bom. De qualquer forma, nos próximos meses é que serão anunciados mais detalhes sobre o circuito, como o traçado por exemplo.

O fato é que a Liberty não se importa com circuitos ou importância histórica. Além do aspecto financeiro, presente desde os tempos de Bernie, essa questão "turística" está colocando a F1 em lugares no mínimo bizarros como Miami, Arábia Saudita, Abu Dhabi, entre outros. Não espero grandes coisas a não ser uma corrida esquecível como sempre.

Até! 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

DANDO ASAS

 

Foto: Red Bull Content Pool

Quatro vitórias seguidas com muita autoridade. Parece uma volta no tempo quando o final da dinastia Vettel/Red Bull emendou nove vitórias em 2013, mas estamos em 2021. No último ano do regulamento, era de se esperar um foco total de todas as equipes para o projeto de 2022 o que, obviamente, culminaria em mais um ano de supremacia da Mercedes. Não é o que estamos vendo.

Além do assoalho e de um motor Honda cada vez mais potente e de saída da categoria, o que pode explicar a ascensão da Red Bull é que, agora, a equipe tem dois pilotos, apesar de Pérez ainda não estar totalmente estável. Estando com frequência entre os primeiros e incomodando Hamilton, isso força os alemães ao erro, e o resultado nós estamos vendo aí.

2021 é uma temporada atípica. É o último do velho regulamento e também a mais longa da história. Oito provas em três meses. Restam 15 para ser disputadas em quase seis. Muita coisa ainda vai acontecer e viradas podem estar vindo. No entanto, a Red Bull aparenta estar um carro muito mais equilibrado e mais adaptável as circunstâncias do que em relação ao rival.

Max Verstappen está cada vez mais maduro e pronto para assumir a responsabilidade de que, agora, não corre mais sem a pretensão, e sim precisa entregar resultados e desempenhos regulares de um postulante ao título. Não é preciso ser sempre genial e propenso a riscos, mas um pouco de ritmo e pragmatismo é o que separa os campeões de pilotos apenas velozes.

Tudo isso com Sérgio Pérez fazendo o papel de fiel escudeiro, roubando pontos de Hamilton e da Mercedes. A vantagem da Red Bull está ali, nos pilotos e nos construtores.

Ainda é cedo para falar em virada, até porque ninguém sabe o que será do ano que vem, nem ao menos uma passagem de bastão. No entanto, o que parece, até o momento, é que o leão velho pode estar, lentamente, perdendo a batalha para o leão mais jovem e faminto. Questão de território. A Red Bull está dando asas e o touro está voando alto até aqui.

Até!

domingo, 27 de junho de 2021

SEM DEIXAR DÚVIDAS

Foto: Marko Vojinovic/AFP

O que parecia ser uma corrida com variáveis e disputas, típica do GP da Áustria, foi um verdadeiro monólogo. Quem poderia imaginar que Paul Ricard teria mais drama e emoção? Pois foi isso que aconteceu. Max Verstappen venceu de novo e a Red Bull emplacou quatro vitórias seguidas pela primeira vez desde 2013, ano da última conquista. E sem ser ameaçada. Não foi circunstancial.

Foi uma tarde quase perfeita para os donos da casa, tirando o erro no pit de Sérgio Pérez, que custou o pódio do mexicano. Mérito para Bottas que o segurou e estancou um pouco do péssimo momento que vive. É verdade também que o mexicano poderia ter largado num lugar melhor e abrir uma vantagem, mas dos males o menor.

Além de superior nas retas, a Red Bull apresentou um ritmo superior de corrida e no gerenciamento de pneus, o que outrora era a arma da Mercedes. E Helmut Marko foi além: com compostos mais macios para a corrida da semana que vem, a expectativa é de um desempenho ainda melhor para os taurinos.

A Mercedes parece anestesiada e sem saber o que fazer. Será que o foco já é 2022 e o carro desse ano sofrerá poucas modificações? Certamente não estava nos planos sequer estarem próximos da Red Bull, imagina sofrer um baque desses... Para a sorte dos alemães, esse é o campeonato mais longo da história, ainda há margem para evoluções e mudanças, mas isso precisa começar a ser feito. A Mercedes passiva, que parecia decidir quando e como ganhar, vai ter muitas dificuldades em 2021. Os alemães não se podem dar ao luxo de jogar os dados. Hora de reagir.

No restante do pelotão, destaque sempre para o constante Lando Norris, o melhor do resto e ainda na frente de Bottas no campeonato. Está constrangedor a surra aplicada em Daniel Ricciardo, contratado a peso de ouro. Claro que ainda há margem para adaptação e evolução, mas, como diz a gíria: "tá ficando feio pro 'tal' do australiano, hein?"

A Ferrari, com um ritmo de corrida assustador em Paul Ricard, fez o inverso em Spielberg: treino ruim, corrida boa. Sainz e Leclerc apresentaram bom ritmo, mesmo que o monegasco tenha caído para último ao se envolver em um toque que custou a corrida de Gasly na primeira volta. É nesse equilíbrio que Ferrari e McLaren disputam, corrida a corrida, o terceiro posto. Está faltando Daniel Ricciardo.

Alonso pontuou de novo e parece estar melhor a cada semana, evidenciando a qualidade como piloto apesar da idade e da readaptação, colocando um carro inferior aos demais em condição competitiva. Lance Stroll, olha só, também fez a parte dele hoje, assim como Tsunoda conseguiu um ponto. O japonês é jovem e errar faz parte do aprendizado, embora estejamos falando sobre a Red Bull e Helmut Marko...

George Russell é o retrato da dor. Quando tudo parece conspirar, o universo chega e tira o doce da mão da criança britânica. Em oitavo, um problema com a Williams o manteve zerado, assim como o time de Grove, desde 2019. É frustrante perder oportunidades assim, especialmente quando dessa vez o inglês foi vítima e não algoz da própria sorte (ou azar, no caso).

Em Red Bull Ring, hoje os touros não deixaram dúvida: nesse momento, eles são a força dominante, assinalada em casa, para delírio de holandeses e austríacos, o que serviu como um prêmio de consolação e uma alegria em relação a Euro. Para a Mercedes, fica o alerta: é preciso mais para continuar a dinastia, ou então estamos sentindo o cheiro de passagem de bastão, o leão novo vencendo o leão velho.

Confira a classificação final do GP da Estíria:


Até!

sexta-feira, 25 de junho de 2021

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

 

Foto: Getty Images

A grande notícia da manhã, além de Max Verstappen liderar os dois treinos livres no GP da Estíria, foi a reinserção da Turquia no calendário. Agora, ela ocupa o espaço que estava destinado a Cingapura, circuito que foi cancelado dessa temporada outra vez. A corrida na Turquia será no dia 3 de outubro, fechando outra trinca de corridas consecutivas, entre Rússia e Japão.

É uma novidade e tem tudo para ser mais uma grande etapa. Claro que no ano passado tudo isso foi influenciado pelo final de semana chuvoso, mas mesmo assim é um alento a continuação da corrida turca no calendário. Uma pena que não encontrem espaço para Mugello, porque essa é uma das tantas outras que mereciam espaço, ainda mais em um calendário de 23 corridas.

Nos treinos, vimos um equilíbrio grande, pendendo mais para a Red Bull, o que era esperado. A Mercedes está viva. Num traçado curto, a velocidade faz a diferença nos detalhes, onde é permitido intrusos nesse meio. McLaren e Alpine parecem mais competitivas que a Ferrari, além da Alpha Tauri ter se apresentado bem por hoje.

Quando a fase não é boa, acontece de tudo. Valtteri Bottas conseguiu a proeza de rodar nos boxes. Eu já vi Grosjean bater no pit, mas rodar eu não me lembrava. No mínimo constrangedor, por ser um piloto de "ponta" na equipe de ponta.

A Áustria tem tudo para nos proporcionar duas corridas fantásticas, com muitas disputas. Num circuito veloz, é grande a promessa de um Safety Car e etapas atribuladas, bem no estilo Indy. O campeonato merece e o Red Bull Ring tem tudo para nos entregar grandes espetáculos.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Estíria:








quinta-feira, 24 de junho de 2021

GP DA ESTÍRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Estíria foi realizado pela primeira vez em 2020, quando a Áustria recebeu duas corridas seguidas em virtude da pandemia do coronavírus. Em 2021, a situação se repete, mas dessa vez a corrida com essa nomenclatura acontece primeiro. Estíria é o estado onde fica localizado o Red Bull Ring, em Spielberg.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Volta mais rápida: Carlos Sainz Jr - 1:05.619 (McLaren, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:19.273 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 1x (2020)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 131 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 119 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 84 pontos

4 - Lando Norris (McLaren) - 76 pontos

5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 59 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 52 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 42 pontos

8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 37 pontos

9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 34 pontos

10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos

11- Fernando Alonso (Alpine) - 17 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 10 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 8 pontos

15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto

16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 215 pontos

2 - Mercedes - 178 pontos

3 - McLaren Mercedes - 110 pontos

4 - Ferrari - 94 pontos

5 - Alpha Tauri Honda - 45 pontos

6 - Aston Martin Mercedes - 40 pontos

7 - Alpine Renault - 29 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos


"TÁ DIFÍCIL"

Foto: Reprodução/F1

Decepcionado não, resignado sim. Essa é a sensação que passa por Toto Wolff, chefe da Mercedes, após a equipe ser superada pela Red Bull no último domingo, em Paul Ricard.

Wolff sentiu uma melhora no carro e se disse satisfeito com a evolução em relação as duas corridas anteriores, apesar de não ter sido o bastante.

"Vejo como algo positivo, fizemos enorme progresso com a unidade de potência e a introdução do nosso segundo motor, e o carro é bom. Não há dúvidas sobre isso, mas este ano está difícil”, disse.

Sobre Bottas, revoltado com a estratégia de uma parada e cada vez mais distante da equipe, Toto apenas disse que gostou do desempenho na França e que só o futuro (ou os resultados) dirá.

 “Para ser sincero, acho que ele fez uma boa corrida porque ele estava lá com Lewis e Max. Acho que o desenvolvimento caminha no rumo certo. Vejo um progresso real de Valtteri. A única resposta para os rumores é ter performance na pista”, concluiu.

É a Mercedes no divã. As próximas duas etapas, na Áustria, teoricamente não as favorecem também. É um momento complicado. Como reagir com tão pouco tempo e tantas corridas? O carro da Red Bull parece se adaptar muito mais facilmente que o dos alemães. Seja como for, Toto e cia precisam encontrar essas respostas rapidamente antes que seja tarde demais.


O LIMITE É SETEMBRO


É o que garante Toto Wolff. Provavelmente até Monza, a Mercedes define a dupla de pilotos para a temporada 2022. Ao contrário da arrastada negociação com Hamilton, tanto ele quanto os alemães desejam que, desta vez, tudo seja definido o mais rápido possível. Claro, tudo depende apenas do Sir.

Do outro lado, todo mundo garante que Bottas será substituído por George Russell, um negócio já sacramentado. Para o finlandês, não há muito o que fazer: apenas a própria Williams e a Alfa Romeo são possibilidades, segundo apurou o Grande Prêmio.

Bottas tem sido constantemente criticado por Toto, o cara que o levou para a Williams e depois para a Mercedes, um claro indício de que o rompimento é iminente. O finlandês, na enxuta F1, não terá grandes opções. Ou vai andar na rabeira ou vai ter que pensar em outra categoria, talvez até tirar um ano sabático. 

Essa é a grande peça do quebra-cabeça para a temporada 2022 da F1. 

TRANSMISSÃO:
25/06 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
25/06 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports) 
26/06 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
26/06 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
27/06 - Corrida: 10h (Band)



terça-feira, 22 de junho de 2021

ALPINE E A RENOVAÇÃO

 

Foto: Getty Images

O futuro da Alpine está definido no médio prazo. Alonso tem mais um ano de contrato e, na semana passada, a equipe anunciou a permanência de Esteban Ocon até 2024. O francês frisou que, agora, não tem mais vínculo algum com a Mercedes.

O contrato longo é uma grande vitória para Esteban que, vítima da própria Mercedes e de uma categoria com poucos carros, se viu forçado a fazer um ano sabático ainda com vinte e poucos anos. Apesar da incerteza, retornou em uma grande equipe de fábrica que sempre esteve de olho no talento, fechando definitivamente as portas com a Mercedes, que o colocou dentro do jogo.

Apesar de não ser um post para falar exclusivamente sobre isso, Ocon sempre foi considerado um prodígio mas até agora não engrenou. Enfrentou dura competição interna mas perdeu para todos. Conquistou um pódio no ano passado, o que tira essa pressão, mas fica claro que talvez não seja esse fenômeno que foi vendido, apenas um bom piloto.

O intuito do post é frisar que, sendo uma equipe de fábrica e com jovens pilotos na academia, a Renault fez uma escolha: Ocon tem um longo contrato e Alonso vai escolher quando se aposentar. Com isso, os jovens talentos da equipe não vão ter muito espaço por agora. Estou falando, é claro, de Guanyu Zhou, atual líder da F2, Christian Lundgaard e até o brasileiro Caio Collet, iniciando na F3 nessa temporada.

Diferente das outras montadoras, que podem desovar os jovens em outros carros, a Renault não tem essa opção. Apesar de reunir esses talentos, a montadora opta, por agora, em "brecar" a carreira desses jovens em prol de Ocon e do bicampeão Alonso. 

Como fica para o chinês, caso seja campeão da F2 nesse ano? Não dá para descartar um "chinês viável" na F1... mas isso é problema da Renault e assunto para mais adiante. A Alpine/Renault fez a sua escolha por agora.

Até!

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O REI ESTÁ NU

 

Foto: Motorsport Images

Em sete anos, a Mercedes nunca esteve tão frágil na F1 na posição de dominante ou "macho alfa". Embora a Ferrari tenha ensaiado alguma oposição entre 2017 e 2019, em nenhum momento os italianos conseguiram capitalizar da mesma forma que os taurinos agora.

Já são três vitórias seguidas da Red Bull. Em duas provas, um domínio absoluto. Em Mônaco, a Mercedes sequer competiu. Em Baku, erros e azares comprometeram Max e Hamilton, embora ali já existisse uma dobradinha da Red Bull em curso, o que gerou a vitória de Pérez, com Bottas muito distante da briga.

Na França, território alemão em tese, houve uma clara melhora e uma expectativa pela retomada do controle. No entanto, o que vimos foi uma Red Bull bem competitiva também. No domingo, com um ritmo de corrida superior, a Mercedes sucumbiu pela estratégia, a pressão e a imposição da Red Bull, que venceu à força no final.

Em uma posição de dominância, as vezes o suficiente é o suficiente, com perdão da repetição. No entanto, nessa temporada, expostos a uma competição cada vez mais equilibrada e onde tudo pode decidir, num calendário extenuante de 23 etapas, a Mercedes não está sabendo reagir com a postura da Red Bull, logo quando era justamente o contrário.

Bottas está de saída e cada vez entrega menos. Junto a isso, finalmente a Red Bull tem dois pilotos. Agora, a Mercedes precisa marcar dois e Bottas está mais atrás. O jogo virou. Assim, por anos a Mercedes conseguiu controlar Vettel e Verstappen quando ambos ameaçavam uma ruptura na força dominante.

Por justamente ser um calendário extenso (estamos na oitava de 23 provas), ainda é muito cedo e há muito o que percorrer. Cada ponto faz a diferença, então é bom a Mercedes se apressar e solucionar os problemas.

Afinal, já estão murmurando por aí que o rei está nu, e o alfaiate já está começando a se preparar para deixar o reino.

Até!

domingo, 20 de junho de 2021

PRESSÃO E IMPOSIÇÃO

 

Foto: Getty Images

Paul Ricard foi a corrida de sempre. Sem abandonos, o que tornou tudo incerto e interessante foi a estratégia diferente da Red Bull, o que trouxe expectativa e catarse para o fim da prova. Nenhum abandono ou evento aleatório. Portanto, um bom indicador de desempenho, mesmo que seja específico para hoje.

Verstappen jogou fora a liderança na primeira curva e a Mercedes parecia com um ritmo de corrida bem melhor. Hamilton administrava a vantagem e Pérez estava distante de Bottas, o que já seria esperado. No meio do pelotão, Ferrari e McLaren invertiam os papéis: se um tem dificuldade em volta lançada, hoje os vermelhos foram pavorosos no ritmo de corrida. Zero pontos e Leclerc em 16°. Norris e Ricciardo escalaram o grid e fizeram o papel de terceira força. Apesar do australiano ainda estar devendo, hoje foi um bom alento. Resta a ambos melhorar nos sábados.

Em meio a esse grande parêntese, Bottas parou primeiro, talvez para atrair a Red Bull a uma parada imediata e forçar Verstappen a se preocupar mais com o segundo lugar do que o primeiro, algo recorrente nos últimos anos. Max o fez, mas surpreendentemente Hamilton não, e isso foi fatal. Duas voltas na pista e uma vantagem controlada virou perda de posição, com Max na frente e Bottas pressionando. Um erro inexplicável da Mercedes. Estaria ela sentindo a pressão do campeonato?

Com mais potência, Max segurava as Mercedes na reta igual fez em Baku, mostrando que o carro dos taurinos parece estar muito mais adaptável as condições das pistas de forma mais rápida que a própria Mercedes, algo inimaginável até o início do campeonato. No entanto, a Red Bull fez o que parecia um erro: parou Max faltando 20 voltas, colocando os pneus médios. Aí também fica o outro erro da Mercedes: por que não marcar Max e parar também? Os alemães preferiram pagar pra ver e seguiram até o fim.

Max foi chegando, foi chegando e passou os dois sem dificuldades para vencer a terceira na temporada, igualando Hamilton. Bottas deu uma espalhada e Hamilton não resistiu, o que gerou algumas críticas. Heptacampeão, Lewis sabe que isso é uma maratona de 23 corridas e nada se decidia naquela curva. Apesar de não ser o ideal, o segundo lugar tem pontos importantes. Faltam mais 16 provas. Bottas já está de saída da Mercedes mesmo e, dessa vez, não teve a corrida atrapalhada. Não havia o que fazer, mas a Mercedes segue reclamando dele.

Para piorar, no fim Pérez, com mais ritmo, tomou o lugar do pódio que era do finlandês. Depois de sete etapas, finalmente Sérgio se encaixou com o carro. Ainda precisa ser mais rápido nos treinos, mas inegavelmente trouxe para a Red Bull o que se esperava: um legítimo segundo piloto que incomoda as Mercedes, e talvez seja esse o motivo para o fim de ciclo de Bottas: ele não consegue mais fazer o mesmo com Max.

Alonso e Vettel também estão pegando o ritmo. Mais um top 10 e superando seus jovens parceiros de equipe. Gasly carrega a Alpha Tauri enquanto o jovem Tsunoda segue batendo. Imagina como deve estar Helmut Marko... o francês está pronto para o próximo passo, a equipe B da Red Bull já está pequena para Pierre.

George Russell atingiu o melhor resultado na Williams sem abandonos. Mesmo assim, foi o 12°. Resta saber quando será anunciado por Toto Wolff.

É inegável que, pela primeira vez, a Red Bull está, de fato, superior a Mercedes. A classificação mostra isso. Hoje, foi uma vitória da imposição, categórica. Para a Mercedes, um grande sinal de alerta: nunca estiveram tão ameaçados nesses sete anos e, agindo sob pressão, as coisas não estão funcionando. O rei está nu!

Confira a classificação do GP da França:


Até!


sexta-feira, 18 de junho de 2021

VOLTANDO AOS NEGÓCIOS

 

Foto: Getty Images

Essa pista simplesmente não dá. Até o treino vira algo desanimador. Talvez sejam essas linhas que causam um mal estar visual. Sei lá. Só sei que Paul Ricard é, de longe, o final de semana mais desanimador do ano. Ainda bem que tem Euro.

Na pista, podemos ver que a Mercedes volta ao favoritismo. Saindo dos circuitos de rua travados, não tem pra ninguém, tanto é que Bottas foi o mais rápido e só não ficou em primeiro no TL2 porque estava com pneus médios. Claro, todos sabemos o que vai acontecer amanhã e domingo, mas isso mostra o poderio alemão.

Efeito corrida da casa ou não, a Alpine fez um dos melhores treinos do ano, colocando Alonso e Ocon (de contrato renovado até 2024) no top 5. Pode ser a chance de ganhar bons pontos na temporada, se embolando com McLaren, Ferrari e até Alpha Tauri. A Aston Martin é que ficou para trás e parece retomar a normalidade pré-corridas de rua, mesmo assim, é cedo afirmar.

Um final de semana que tem tudo para mostrar a Mercedes de volta aos negócios e retomando a normalidade. Num circuito de testes ou de "videogame", o imponderável simplesmente não existe. Só isso para fazer algo despertar no domingo. Vai ser difícil.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da França:



Até!



quinta-feira, 17 de junho de 2021

GP DA FRANÇA: Programação

 O Grande Prêmio da França foi o primeiro a ter justamente o nome "Grande Prêmio". A primeira edição aconteceu em 1906, nos arredores de Le Mans.

No calendário desde 1950, a corrida francesa passou por diversos circuitos, entre eles Reims (1950-1951, 1953-1956, 1958-1961, 1963 e 1966), Rouen-Les-Essarts (1952, 1957, 1962, 1964 e 1968), Charade (1965, 1969-1970), Dijon (1974, 1977, 1979, 1981 e 1984), Paul Ricard (1971, 1973, 1975-1976, 1978, 1980, 1982-1983, 1985-1990) e mais recentemente Magny Cours (1991-2008).

Dez anos depois de ter saído do calendário, a F1 retorna ao país no lendário circuito de Paul Ricard. Em 2020, em virtude da pandemia do coronavírus, a corrida não foi disputada, retornando ao calendário em 2021.

Foto: Wikipédia


ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:09.593 (Ferrari, 1990)

Pole Position: Nigel Mansell - 1:04.402 (Ferrari, 1990)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1994, 1995, 1997, 1998, 2001, 2002, 2004 e 2006) - 8x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 101 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 69 pontos

4 - Lando Norris (McLaren) - 66 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 52 pontos

6 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 47 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 42 pontos

8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 31 pontos

9 - Sebastian Vettel (Aston Martin) - 28 pontos

10- Daniel Ricciardo (McLaren) - 26 pontos

11- Fernando Alonso (Alpine) - 13 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 9 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 8 pontos

15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto

16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


COSNTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 174 pontos

2 - Mercedes - 148 pontos

3 - Ferrari - 94 pontos

4 - McLaren Mercedes - 92 pontos

5 - Alpha Tauri Honda - 39 pontos

6 - Aston Martin Mercedes - 37 pontos

7 - Alpine Renault - 25 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos



"UM PASSO LÓGICO"

Foto: AFP

Assim define Helmut Marko, consultor da Red Bull, sobre a possível (e provável) ida de George Russell para a Mercedes em 2022, substituindo Valtteri Bottas. Essa é a grande movimentação da dança das cadeiras da F1 para a próxima temporada.

“Seria um passo lógico. Você não pode enrolar ele por muito mais tempo, a demora não faz mais sentido, mesmo se o Hamilton estiver infeliz”, afirmou.

Se o futuro de Russell parece lógico e desenhado, como ficaria Valtteri Bottas? Para Marko, certamente seu destino será a Red Bull, embora Pérez também tenha contrato até o final do ano. O austríaco deixou bem claro o que aguarda o finlandês caso ele deixe a Mercedes no fim do ano:

"Eu consigo apenas pensar na troca com o Russell. Creio que a Williams será a única opção para ele", completou, em entrevista para a F1 Insider.

Bottas afirma que deseja continuar na categoria, com ou sem Mercedes. Com as outras equipes com contratos bem amarrados a curto/médio-prazo, realmente voltar para onde tudo começou seria uma das poucas alternativas. Bottas aceitaria sair do luxo ao lixo? Acho difícil, mas por enquanto são apenas conjecturas.


O SONHO AMERICANO

Foto: Getty Images

Com duas corridas no calendário a partir do ano que vem e uma equipe do país, a F1 não tem um piloto estadunidense no grid desde 2015, quando Alexander Rossi correu no GP de Cingapura.

Gunther Steiner, chefão da Haas, afirmou nessa semana que a ideia é, no futuro, a Haas finalmente contratar um piloto do país.

Estamos continuamente à procura e também seguimos falando sobre isso com Stefano Domenicali. Estamos olhando para o que pode ser feito e tentando fazer um plano para o futuro”.

No entanto, esse futuro não é tão próximo. Atualmente, não há nenhum piloto americano com a superlicença, e todos são muito jovens, principalmente os da F1. Os pilotos da Indy não têm superlicença, o que é sempre uma controvérsia.

Além do mais, com dificuldades financeiras e a parceria técnica com a Ferrari, Mick Schumacher e Nikita Mazepin certamente vão permanecer algum tempo no time de Gene Haas. Portanto, para Steiner, o jeito é não ter pressa.

“Acho que não precisa ser algo imediato, você não pode fazer nada para conseguir alguém por causa da superlicença. Isso vai acontecer. Só precisamos ser pacientes por algum tempo. Existem alguns caras na Fórmula 2, na Fórmula 3, que parecem promissores. Vamos ver o que pode ser feito", completou.

Bom, tudo depende do talento e, o mais importante, de grana. Americanos ricos não são raridade, mas quais deles estão inseridos no automobilismo europeu? São universos diferentes. 

Alexander Rossi mostrou na Indy que poderia pleitear por uma vaga, assim como Colton Herta e Josef Newgarden, por exemplo. Entretanto, a questão é mais complexa. Só o tempo pode nos responder isso.

TRANSMISSÃO:
18/06 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
18/06 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
19/06 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
19/06 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
20/06 - Corrida: 10h (Band)

terça-feira, 15 de junho de 2021

A INSUPORTÁVEL PAUL RICARD

 

Foto: Getty Images

Espero que isso seja um texto zica, mas essa não é a intenção. Ao retornar ao calendário, Paul Ricard mostrou corridas insuportáveis, chatíssimas, torturantes, com essas linhas confusas onde ninguém sabe o que é pista e o que é área de escape. 

Minhas expectativas são nulas, existe até um sentimento de frustração. É um pouco de trauma também. A última prova eu assisti à noite, gravada, depois de trabalhar na Copa América. No meio do caminho, me perguntei: por que eu ainda assisto isso? Por que estou assistindo isso numa noite fria de domingo?

Esse meu post resume toda a raiva que eu estava com aquela corrida e com a F1. Estou suportando mais. Talvez seja a velhice que me acomodou minha raiva e mal humor. Talvez seja também porque em pandemia não dá pra fazer nada de diferente, mas também não faria domingo de manhã. Tá no inferno, abraça o capeta.

O traçado não ajuda. Difícil algo imprevisível acontecer. É claro que a Fórmula 1 e o automobilismo não foram feitos para o imponderável, ainda mais com a tecnologia de hoje. Acho que agora a diferença é que realmente estou preparado mentalmente para uma corrida insuportável, adaptando Lédio Carmona para a Fórmula 1.

A França, tão tradicional, merecia uma pista melhor e mais relevante. Volta, Magny Cours! Paul Ricard, desse jeito, não dá mais. Em uma temporada de 23 corridas, talvez essa seja uma das mais dispensáveis. Até que me provem o contrário, dormir no frio não é uma opção ruim, mas é claro que não farei isso. Estarei "acordado" só para ter o prazer de escrever, no fim, que eu avisei, ou de que zica forçada funciona também.

A insuportável Paul Ricard... ah, pelo menos nesse ano vai ter a Eurocopa no mesmo horário. Qualquer coisa, já sabem. 

Até!

segunda-feira, 7 de junho de 2021

SEM RISADINHA

 

Foto: Getty Images

Se tem alguém que ainda não tem motivos para sorrir na temporada, esse é Daniel Ricciardo. Recém chegado na McLaren, o australiano ainda está claramente se adaptando a um novo ambiente de equipe e um carro diferente da Renault, com características distintas. 

Diante disso e ao mesmo tempo, o sorriso precisa tentar se entender o mais rápido possível enquanto está sendo sumariamente batido por Lando Norris. A diferença entre os dois é de 40 pontos, desproporcional a qualidade dos dois pilotos.

Diferentemente de Alonso e Vettel, que voltaram ao topo da hierarquia interna com os resultados do GP do Azerbaijão, Ricciardo parece ainda não ter confiança no novo carro, tampouco adaptado as características. Apagado, ainda bateu na classificação e vem sendo muito mais lento, inclusive levando uma volta de Norris em Mônaco, o que foi constrangedor.

Na Renault, o cenário foi semelhante. Ricciardo encontrou dificuldades pontuais com Hulkenberg, mas depois pegou o ritmo e superou o companheiro de equipe, assim como fez com Ocon no ano passado. Norris é um desafio mais difícil, então Ricciardo precisa apertar o passo. É o que todo mundo espera, principalmente a McLaren, que não pagou barato pela sua contratação.

Pode-se dizer que o bonde da história passou para Ricciardo. O tempo e o esporte são cruéis com o timing e o contexto das situações. No entanto, ganhando bem e numa equipe de fábrica, o tempo precisa ser amigo do australiano, o que não vem sendo.

Nesse momento, o carismático sorriso está no modo sem risadinha. A situação não está divertida para ele.

Até!

domingo, 6 de junho de 2021

CÉU, INFERNO E PURGATÓRIO

 

Foto: Getty Images

Baku é a melhor adição ao calendário da Fórmula 1 em muito tempo. Obrigado Bernie Ecclestone pela fidalguia. Um circuito de rua que permite brigas, defesas, ultrapassagens e imprevisibilidades. Um pacote completo contra o marasmo.

Leclerc, mais uma vez pole, foi naturalmente perdendo terreno. Hamilton sustentava a ponta, com Verstappen e Pérez, com grande largada, na sequência. Pela primeira vez em muito tempo, a Red Bull tinha vantagem numérica contra a Mercedes na disputa, o que abria mais possibilidades de estratégia para fazer o undercut. Dito e feito. Hamilton parou primeiro e perdeu tempo. Max veio imediatamente e voltou na ponta, assim como Pérez. O momento da corrida?

Enquanto Max disparava para mais uma vitória, Pérez era o herói do dia ao segurar Lewis Hamilton praticamente a corrida inteira. Dobradinha da Red Bull, aumentando a vantagem no campeonato de pilotos e construtores. O cenário dos sonhos, o céu cheio de touros e energéticos e o inferno prateado.

No meio do caminho, Vettel e Gasly já davam indícios de uma boa corrida. Stroll, que não tinha parado, bateu sozinho. Um furo no pneu. Safety Car e todo mundo colado outra vez.

Max conseguiu disparar novamente, enquanto o mexicano seguia segurando Hamilton, com Vettel e Gasly. Tudo controlado. Eis que na volta 47, Max Verstappen bate sozinho. Furo no pneu. Não só perdia uma vitória fundamental, mas Hamilton, com um carro muito inferiorizado no final de semana, lucrava um segundo lugar, reassumia a liderança e ainda poderia ter uma última tentativa de vencer atacando Pérez. Mudança de endereço.

Foto: Getty Images

Inexplicavelmente, tivemos duas voltas de Safety Car e bandeira vermelha faltando três voltas para o fim. Uma decisão no mínimo questionável, aquela altura do campeonato. Todo mundo poderia trocar tudo e apostar na largada para definir a prova. Parecia que aquilo tinha sido feito para Hamilton finalmente se livrar de Pérez e vencer. 

E por alguns segundos, isso realmente aconteceu. Hamilton largou melhor, mas acabou, por acidente, acionando um botão do volante que simplesmente "tira" o freio do carro. Passou reto e perdeu não só a vitória e o segundo lugar, mas também os pontos. Uma raridade: Lewis desperdiçou uma oportunidade de ouro de abrir boa margem no campeonato de novo. 

Foto: Getty Images

Enquanto isso, Pérez aproveitou para vencer a primeira pela Red Bull, tirando a pressão que sempre carrega de Helmut Marko. Em uma declaração na sexta-feira, ele disse que finalmente tinha entendido o carro. Coincidência ou não, sai com uma vitória importantíssima. 

No meio do caminho, Sebastian Vettel se livrou de Leclerc e Gasly e herdou um segundo lugar mágico. Nas últimas duas semanas, ressurgiu o piloto tetracampeão que talvez nem Vettel se lembrava. Além da sorte, foi um grande desempenho. Todos os pilotos o cumprimentaram depois, inclusive o eterno rival Don Alonso. Uma imagem bacana.

Gasly, outro com um forte final de semana, segurou na marra Charles Leclerc em uma grande disputa, conquistando um pódio importante com a Alpha Tauri. É evidente que o francês merece um carro melhor. Com o caminho abreviado na Red Bull, é interessante olhar para novos ares e se inspirar num certo Carlos Sainz Jr...

Don Alonso usou da experiência para sair do décimo até um improvável sexto lugar nas últimas duas voltas. O espanhol encontra-se em dificuldades mas dessa vez o resultado veio, os mesmos casos para Raikkonen e Tsunoda. Na McLaren, quem não se encontra é Ricciardo, que ainda segue sendo facilmente batido por Norris.

Na Mercedes, Bottas esteve desaparecido a corrida toda. Num misto de incapacidade e sensação de abandono por parte da Mercedes, é melancólico essa provável fim de passagem na equipe. Russell deve estar feliz da vida...

Hamilton e Verstappen passaram pelo céu e o inferno, terminando no purgatório. O lugar nos céus, neste domingo, foram para Pérez, Vettel e Gasly. Qualquer uma das partes pode lamentar o ocorrido e pensar em algo além, mas no fundo ambos saíram no lucro. O campeonato agradece.

Confira a classificação final do GP do Azerbaijão:


Até!


sexta-feira, 4 de junho de 2021

CHEGARAM DE NOVO?

 

Foto: Getty Images

Em Baku, outro circuito de rua com muitas armadilhas, alguns resultados se repetiram. Red Bull e Ferrari na frente, Leclerc forçando demais e batendo e as Mercedes muito abaixo. Então parece definitivo?

Mais ou menos. Que Red Bull e Ferrari estarão fortes eu não tenho a menor dúvida. São os grandes favoritos. Para isso, Max e Leclerc não podem errar, Pérez precisa melhorar nas classificações e Sainz manter a consistência. A Mercedes não conseguiu acertar a volta nos treinos e está com um novo motor. Talvez tenha andado com a potência mínima. Não acredito em um desempenho tão fraco quanto parece.

Na porção intermediária, Gasly segue bem e Alonso reagiu. Com o motor Ferrari, a Alfa Romeo tenta novos pontos com Giovinazzi. Num circuito cheio de armadilhas e atribulações, Baku promete ser uma corrida agitada, incerta e emocionante como sempre foi, seja por qualquer acidente virar Safety Car, seja por não existir áreas de escape e as frenagens resultar em escapadas que façam com que o carro dê ré.

Diferente de Monte Carlo, o treino não é tão decisivo assim. Portanto, uma bagunça no grid não seria ruim para os protagonistas porque domingo vai ter emoção de sobra, seja nas ultrapassagens, seja no Safety Car. Será que a Red Bull e a Ferrari vão chegar de novo?

Confira a classificação dos treinos livres para o GP do Azerbaijão:






quinta-feira, 3 de junho de 2021

GP DO AZERBAIJÃO: Programação

 O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, irá receber a F1 pela quinta vez na história. Em 2016, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão. O circuito retorna ao calendário depois de estar ausente em 2020 em virtude do coronavírus.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado tem 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:43.009 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:40.495 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)

Maior vencedor: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas - 1x (2017), (2018) e (2019)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 101 pontos

3 - Lando Norris (McLaren) - 56 pontos

4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 47 pontos

5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 44 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 40 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 38 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 24 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos

10- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos

11- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 10 pontos

12- Lance Stroll (Aston Martin) - 9 pontos

13- Fernando Alonso (Alpine) - 5 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos

15- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 149 pontos

2 - Mercedes - 148 pontos

3 - McLaren Mercedes - 80 pontos

4 - Ferrari - 78 pontos

5 - Aston Martin Mercedes - 19 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 18 pontos

7 - Alpine Renault - 17 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 1 ponto

SEM PRESSA

Foto: Getty Images

Em meio a disputa do título, a Red Bull entende que ainda não é a hora de discutir sobre a renovação de contrato de Sérgio Pérez ou a busca de outro parceiro para Max Verstappen em 2022. 

O motivo é simples: a briga pelo título, onde atualmente a Red Bull lidera tanto nos pilotos quanto nos construtores, mas também porque os taurinos entendem que certamente Max terá um piloto competitivo ao seu lado, por entender que a Red Bull sempre será visada no mercado de pilotos.

“Nós começaremos a conversar sobre isso no verão, pelo menos. Somos muito visados no mercado de pilotos. Eu não creio que um piloto vá entrar em negociações ou acordo com outra equipe antes de tentar um acordo conosco.

Agora estamos totalmente focados no Mundial e não vemos problemas aqui sobre quem será o companheiro de equipe de Max Verstappen no próximo ano. Certamente será um piloto competitivo. Mas ainda há tempo”, disse.

Marko ainda esclareceu que Gasly, na Alpha Tauri, ainda tem mais dois anos de contrato com a Red Bull, mas que o assunto "pilotos" vai começar a ser discutido somente a partir de agosto ou setembro.

Faz sentido. Nem estamos próximos da metade da temporada ou das férias de verão. Até lá, muita coisa precisa acontecer. Todo mundo que mudou de equipe ou chegou agora está em processo de adaptação. Precocidade demais, agora, pode ser um problema. Calma, sem pressa.

PONTE PARA O FUTURO


Ainda no embalo da Indy 500, onde foi comentarista da britânica Sky Sports na transmissão, Lando Norris viu o colega de McLaren Pato O'Ward chegar em quarto lugar. O britânico foi além: em um futuro distante, deseja tentar a sorte na prova mais importante do automobilismo mundial.

“Eu assisto, com certeza. Normalmente, é no fim de semana de Mônaco. Assisto como costumo fazer com o máximo de corridas possíveis da Indy. No momento, não é algo que gostaria de fazer agora, prefiro focar apenas na F1. Mas é algo para pensar no futuro. Eu adoraria correr em algum momento, mas não agora”, disse para a revista Racer.

Norris ainda comparou a Indy com Mônaco, destacando que o Brickyard envolve mais estratégia e o carro/piloto no limite para vencer, o que dá mais prestígio:

O legal em Mônaco é a história do lugar. Se você for pole e liderar na curva 1, a vitória está praticamente garantida de alguma forma, então não é tão incrível de vencer. Na Indy, você precisa fazer esse algo incrível com a estratégia, o combustível, coisas assim. Mônaco, não.

“Acho que a Indy é um evento de mais prestígio porque as pessoas observam como algo único e diferente do que normalmente veem. Então, é algo que gostaria de tentar”, finalizou.

Bom, certamente isso será lembrado quando Norris tentar daqui uns 15 ou 20 anos. Não é para agora, embora a McLaren tenha voltado para o grid da Indy recentemente. Muito legal ver essa integração, mostrando que existe um mundo muito além da F1.

TRANSMISSÃO:

04/06 - Treino Livre 1 - 5h30 (Band Sports)

04/06 - Treino Livre 2 - 9h (Band Sports)

05/06 - Treino Livre 3 - 6h (Band Sports)

05/06 - Classificação - 9h (Band e Band Sports)

06/06 - Corrida - 9h (Band)


terça-feira, 1 de junho de 2021

FOGO ALTO

 

Foto: Motorsport Images

Além do desempenho muito abaixo do que se espera de um piloto da Mercedes, o processo de fritura de Valtteri Bottas da equipe parece ter chegado no seu principal apoiador desde a base: o chefe Toto Wolff.

Tudo porque, em entrevista na semana passada, Toto culpou o finlandês pelo abandono em Mônaco. A justificativa do alemão foi que Bottas não parou no lugar exato, o que influenciou em todo o problema subsequente. Parece inacreditável colocar qualquer culpa em Bottas nesse incidente, mas a palavra veio não só de forma oficial, como de alguém que está no topo da pirâmide da Mercedes.

O que esse tipo de declaração pode acarretar? Defender a equipe e jogar o piloto aos leões não é uma maneira muito inteligente de gerar um bom clima interno. Se isso acontecesse com Hamilton, Toto falaria assim em público? Vocês sabem que não. Em outras ocasiões onde Bottas até mereceria um puxão de orelha público Toto não o fez, e age assim justamente agora, quando o finlandês está com o contrato acabando e parece iminente a chegada de George Russell para 2022. Sem contar que até o futuro de Lewis Hamilton é uma grande dúvida.

Diante de todos os fatos e as palavras de quem falou publicamente, para mim é mais do que evidente que Bottas está sendo fritado em fogo alto. É questão de tempo para que o ciclo na Mercedes chegue ao fim, carbonizado igual o carro preto da Mercedes.

Até!