segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

NOVA GERAÇÃO

Foto: Reddit

Fala, galera! Pela primeira vez na história da F1 teremos mudanças significativas em quase todas as equipes. Depois de muitos anos com opções conservadoras e renovações duvidosas, parece que os chefões e as diretorias resolveram repensar suas escolhas, a exceção de Mercedes e Haas, que seguem com suas duplas.

O post de hoje vai abordar as carreiras de alguns novatos que vêm se destacando na base e terminaram como consequência subindo para a categoria principal. São os casos de Lando Norris, Antonio Giovinazzi, Alexander Albon e George Russell. Vamos lá:

ANTONIO GIOVINAZZI

Foto: Auto Sport

Tecnicamente, o italiano não está fazendo sua estreia na F1. No ano passado, na mesma Sauber, disputou as duas primeiras etapas (Austrália e China) no lugar do machucado Pascal Wehrlein. Foi 12° em Albert Park e abandonou em Xangai.

Dessa vez, o italiano vai estrear, de fato, como titular da equipe suíça, tendo nada mais nada menos que o campeão Kimi Raikkonen como parceiro. Além disso, Giovinazzi quebra uma sequência de quase oito anos sem um piloto italiano na categoria. O último titular foi Jarno Trulli com a Caterham, no já distante ano de 2011.

Na quinta-feira Antonio completou 24 anos, o que na precocidade de hoje pode ser considerado uma estreia tardia na F1, nos moldes dos anos 1980 e 1990, mas os últimos serão os primeiros, certo? Vandoorne que o diga... Bem, que o italiano tenha a longevidade que o belga não teve.

Giovinazzi começou no kart com 12 anos e logo na primeira temporada foi campeão italiano e europeu da modalidade em 60 cilindradas. Com 18 anos, foi para os monopostos disputar a Formula Pilota China, onde foi campeão com seis vitórias. Com o título, acabou correndo na última etapa da Formula Abarth, em Monza. Sendo piloto convidado, o italiano conseguiu duas vitórias e um segundo lugar.

No ano seguinte, Giovinazzi foi correr na F3 Europeia. Em fase de adaptação, terminou o campeonato em 17°, com 31 pontos. No mesmo, competiu  na F3 Britânica, onde foi vice-campeão com duas vitórias, sete pódios e 135 pontos. Em 2014, assinou com a Carlin e correu apenas a F3 Europeia. Com duas vitórias, duas poles e sete pódios, o italiano terminou o campeonato em sexto, com 238 pontos.

Em 2015, continuou na F3 e seguiu impressionando. Com incríveis seis vitórias, quatro poles e vinte pódios, mesmo assim foi outra vez vice, com 412,5 pontos. A exemplo de 2013, correu outra vez na Masters Of Formula 3, onde foi vencedor, e correu pela primeira vez o GP de Macau, onde terminou em quarto.

O passo natural era chegar na GP2, o penúltimo estágio antes da F1. Correndo pela Prema, foi companheiro de equipe de Pierre Gasly, vice-campeão da Fórmula Renault 3.5 em 2014. O começo não foi dos melhores: saiu zerado nas duas primeiras etapas, mesmo largando as duas vezes na pole reversa. A recuperação veio em Baku, quando venceu as duas corridas, sendo o primeiro da categoria a fazer isso desde Davide Valsecchi em 2012.



Em Spa, apesar de ter feito a pole, o companheiro e rival Gasly venceu a corrida do sábado, a que vale mais pontos. Giovinazzi venceu a corrida de domingo. Em Monza, outra pole. No entanto, acabou sendo desclassificado em virtude de o carro ter descumprido questões do regulamento. Largando em último, foi beneficiado por um Safety Car para vencer a corrida de domingo.

O italiano chegou a ser o líder do campeonato quando venceu pela quinta vez na temporada, na Malásia, numa disputa com Sergey Sirotkin. Apesar da vantagem na bateria final, em Abu Dhabi, a vitória de Gasly na primeira etapa fez com que Giovinazzi precisasse tirar 12 pontos de vantagem na corrida final.



O italiano chegou na frente de Gasly, mas Alex Lynn venceu e Giovinazzi foi vice-campeão por oito pontos. Se fosse campeão, teria sido o primeiro novato a ganhar desde Nico Hulkenberg.

Depois do campeonato, Giovinazzi foi anunciado como piloto reserva da Ferrari. Após as duas corridas pela Sauber, seguiu os últimos dois anos sendo reserva de Ferrari, Haas e Sauber, participando de alguns treinos livres por essas duas equipes e trabalhando bastante no simulador, além de ter participado de algumas etapas da Le Mans Ásia, do WEC, além das 24 Horas de Le Mans desse ano, quando terminou em quinto pela AF Corse na categoria LMGTE Pro.


ALEXANDER ALBON

Foto: FOX Sports Asia
O segundo tailandês da história da categoria nasceu em 23 de março de 1996. Vai ter quase 23 anos em sua estreia na categoria. Apesar de defender a bandeira do país asiático, Albon nasceu e vive em Londres desde sempre. Nigel Albon, o pai, também foi piloto e participou do Campeonato Britânico de Carros de Turismo e do Porsche Carrera Cup. Albon filho é budista, tendo estudado na escola de Ipswich, no nordeste da Inglaterra.


Começou no kart aos 8 anos, vencendo o campeonato de Hoddesdon. Até os 15 anos, Albon venceu diversos campeonatos na Inglaterra e também foi vice-campeão mundial e europeu na modalidade. A estreia nos monopostos foi em 2012, na Fórmula Renault 2.0. Com patrocínio da Red Bull, Albon fez um ano terrível: não marcou pontos e acabou sendo cortado da academia dos taurinos.

A temporada seguinte foi só um pouco melhor: conquistou a pole no Red Bull Ring. Fez 22 pontos e foi o 16°. Em 2014, mesmo sem vencer, foi o terceiro colocado: uma pole em Nurburgring e 117 pontos. Em 2015, Albon migrou para a F3 Europeia, onde foi o sétimo, com duas pole positions, quatro vitórias e cinco pódios, totalizando 187 pontos.

No ano seguinte, foi para a GP3. Com quatro vitórias pela ART, Albon foi vice-campeão, perdendo para o então companheiro de equipe Charles Leclerc. No ano passado chegou na F2, correndo pela ART e tendo Nobuharu Matsushita como parceiro de equipe. Na corrida de abertura, no Bahrein, largou em nono e chegou em sexto. Com o grid invertido, pulou para segundo diante dos problemas do japonês. No entanto, um toque na largada com Luca Ghiotto forçou o tailandês a chegar apenas em sétimo.

Na Espanha, uma largada feroz prenunciava a disputa entre Leclerc, o pole, Albon e Ghiotto. Com os dois nos boxes, Albon iria parar depois, mas um Safety Car prejudicou seus planos. Mesmo assim, com pneus mais frescos, chegou em quinto. Na corrida reversa, duelou outra vez com o monegasco e foi superado nas voltas finais, caindo para a oitava posição.

Em Mônaco, faltou milésimos para largar na pole, conquistada por Charles Leclerc. Com um acidente na largada e posterior problemas de tráfego, Albon terminou num decepcionante quarto lugar. Na corrida invertida, largou em quinto e chegou em sexto.

Albon chegou a ficar fora das etapas de Baku depois de ter quebrado a clavícula numa corrida de mountain bike. O retorno foi logo depois, na Áustria. Ainda com a clavícula quebrada e com marcas da cirurgia realizada, fez o quarto tempo, mostrando que era possível chegar no pódio pela primeira vez na categoria. Largando em terceiro diante da desclassificação de Sérgio Sette Câmara, foi superado no fim pelas DAMS de Oliver Rowland e Nicholas Latifi e chegou em quinto. No entanto, o primeiro pódio veio na corrida reversa, chegando em segundo.Terminou a temporada com o segundo lugar na corrida reversa de Abu Dhabi e chegou em décimo no campeonato, com 86 pontos.





Nesse ano, Albon desabrochou. Largando de trás e aparecendo praticamente só no final da corrida, o tailandês terminou em terceiro o campeonato, com 212 pontos. Teve quatro vitórias na temporada (Baku 1, Silverstone 1, Hungria 1 e Rússia 1), além de oito pódios.



No final do ano, já tinha assinado contrato com a e.DAMS para correr na Fórmula E, chegando até a viajar para testar o carro nos testes de pré-temporada. No entanto, diante da ótima temporada na F2 aliada a falta de opções da Red Bull em sua academia para efetivar algum piloto, Helmut Marko teve que recorrer ao demissionário piloto de 2012 que, assim como Hartley, está de volta para a família taurina logo na Toro Rosso para fazer a estreia na F1, algo que parecia bem fora das possibilidades mas que se mostrou digna de merecimento diante da temporada esplendorosa que Albon realizou nesta temporada.

LANDO NORRIS

Foto: McLaren
Esse você já viu o histórico AQUI, no ano passado. O que se pode complementar é que Lando, apesar de vice-campeão da F2 e de ter subido para a McLaren, não provou o hype e fez uma temporada até decepcionante, com alguns erros e bem longe do piloto brilhante apontado anteriormente. Lando sequer brigou diretamente pelo título (coube isso a Albon). Na McLaren, mesmo em uma equipe deficiente, vai ter que provar o hype e mostrar que não está lá por ser empresariado pelo chefe Zak Brown, até porque Sainz é bem vencível. 

GEORGE RUSSELL

Foto: Getty Images

O piloto da Williams vai estrear na F1 com 21 anos, completados no dia 15 de fevereiro. Nascido em King’s Lynn, Norfolk, o britânico começou no kart aos 7 anos e ficou até aos 15, conquistando diversos títulos nacionais e culminando com a conquista mundial em 2013.

Em 2014, estreou nos monopostos na Fórmula Renault. Apesar de ter se ausentado de uma etapa por estar doente, Russell terminou em quarto o campeonato, com apenas um pódio, na Áustria. No mesmo ano, o britânico também participou da Eurocup Fórmula Renault, vencendo as duas corridas que participou, em Moscou e em Jerez, onde também largou na pole, apesar de ser apenas um piloto convidado.

No mesmo ano, Russell participou da F4. Disputando ferrenhamente o título com o companheiro de equipe Arjun Maini (Lanan Racing) e a dupla da HHC Motorsport (Sennan Fielding e Raoul Hyman). Largando da pole, Russell venceu e foi campeão, três pontos a frente de Maini.

Como prêmio pelo título, Russell pode testar um carro da GP3 da Arden em Abu Dhabi. No fim daquele ano, foi eleito o mais jovem vencedor do prêmio McLaren Autosport. Como consequência, foi chamado para participar do programa de jovens pilotos britânicos, sendo o mais jovem a ser recrutado para tal.

Em 2015, subiu para a F3, na Carlin. Venceu logo na abertura, em Silverstone, e também na segunda corrida, superando Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi, por exemplo. Russell conseguiu mais dois pódios, em Spa e em Norisring, terminando em sexto no campeonato e sendo o vice entre os novatos, perdendo para Charles Leclerc.No Masters of Formula 3, Russell largou em quarto e chegou em segundo, atrás do companheiro de equipe Giovinazzi. No ano seguinte, terminou a F3 em terceiro, com duas vitórias.

Para 2017, Russell foi para o GP3 Series, com a ART Grand Prix. Começou a temporada com um quarto e quinto lugares, na Catalunha. Em Silverstone, voltou a ser pole e venceu a primeira corrida, além de chegar em quarto na segunda, assumindo a liderança do campeonato. Em Spa, uma perfomance dominante: vitória e um segundo lugar, além de pole e volta mais rápida, aumentando a vantagem no campeonato.

Em Monza, diante da chuva, a corrida de sábado foi cancelada. No domingo, Russell venceu pela quarta vez na temporada. Quatro vitórias, três poles e cinco pódios foram o suficiente para o britânico garantir o título. Em Jerez, garantiu o título ainda na corrida 1, ao chegar em quarto, faltando ainda outras três etapas para acabar o campeonato.

No mesmo ano, foi anunciado como piloto da academia da Mercedes, participando dos testes de pneus na Hungria. Russell também participou de treinos livres no Brasil e em Abu Dhabi pela Force India, além de ser oficializado como piloto reserva da equipe alemã.

Nesse ano, foi para a F2. Largou em segundo e chegou em quinto na abertura do campeonato, em Bahrein. Em Baku, estava se encaminhando para vencer pela primeira vez, mas um Safety Car na hora errada fez o britânico vencer apenas na corrida 2, quando largou em 12°. A segunda vitória da temporada veio em Barcelona, numa batalha eletrizante com Nyck De Vries. Com o quarto lugar da corrida 2, Russell era o vice-líder da tabela. Em Mônaco, um problema no treino livre o fez largar longe dos pontos e sair zerado de lá.

Depois disso, Russell engrenou na temporada. Vitória na corrida 1 na França, seguida de uma vitória e um segundo lugar na Áustria e dois segundos lugares em Silverstone.  Na Hungria, apenas um oitavo lugar na corrida 2, que foi recompensada com uma sequência impressionante de pontos, incluindo três vitórias nas últimas cinco corridas (Monza 2, Rùssia 2 e Abu Dhabi 1) e dois quartos lugares, o que culminou com o título e a confirmação de que iria para a F1 na Williams para o ano que vem antes mesmo do título ser matematicamente confirmado.





Bem pessoal, essas são as histórias dos novatos... isso que nem nos aprofundamos em Verstappen, Gasly, Leclerc... É a nova geração chegando de forma tão rápida e avassaladora que nos faz nos sentirmos velhos. É o tempo, o rito de passagem... caras como Hamilton, Vettel, Grosjean e Hulkenberg são os “veteranos”, sem contar o retorno improvável de Kubica e o amadurecimento de Pérez.

Até mais pessoal, talvez tenha sido o último post do ano. Se for mesmo, que o 2019 de vocês seja maravilhoso! Até mais, com muito conteúdo e sempre buscando melhorar mais e mais!

Obrigado!



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ANÁLISE DA TEMPORADA 2018 - Parte 2

Foto: Daily Express

Fala, galera! Segunda e última parte da tradicional análise da temporada. Agora, com as equipes que restam: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber. Vamos lá!

WILLIAMS

Foto: F1i
Lance Stroll – 5,0: Conseguiu a proeza de ser superado em treinos pelo lanterna do campeonato. Como recompensa, vai subir para a Force India (Ou Racing Point, sei lá que diabos vai ser o nome) graças ao dinheiro do pai Lawrence, como sempre. Tem um ritmo de corrida melhor, mas isso não quer dizer muita coisa. Queimar etapas custa a reputação de piloto pagante eterno. Agora, a concorrência é Pérez, não um semiaposentado Massa ou o novato Sirotkin. A competição vai ser mais alta, assim como a chance de capitalizar mais pontos também. Será que Stroll vale mais do que ser o contrapeso do pai?

Sergey Sirotkin – 5,0: Perder para Stroll é o fim da picada, mesmo que a Williams seja uma porcaria e o russo seja o novato. Uma passagem sem brilho, sem graça, sem muito o que comentar além disso. Que seja feliz em outra categoria.

TORO ROSSO

Foto: LAT Images
Pierre Gasly – 7,5: Com um “carro-experiência”, teve alguns brilharecos que foram significativos. O quarto lugar no Bahrein foi o ponto alto, assim como outros grandes resultados pontuais em Mônaco. Pegar a Toro Rosso nessa temporada era uma verdadeira bucha de canhão. Ninguém poderia esperar algo. Pelo que garganteia a Red Bull, confirmada pela equipe satélite, o motor evoluiu e falha menos. Significa bater de frente com os tubarões? Não, mas permite um crescimento animador para as próximas temporadas. Por falar em crescimento, a brecha de Ricciardo permite a Gasly lutar com Verstappen. Vai ser difícil e provavelmente deve ser derrotado. Cabe ao francês justificar a que veio. A primeira amostra foi positiva.


Brendon Hartley – 5,0: A própria equipe comentou que o neozelandês em nenhum momento pareceu ter se adaptado ao carro, talvez fruto de um longo tempo sem correr em monopostos. A verdade é que Hartley teve poucos brilhos (em alguns treinos) e quase nenhum nas corridas, seja por acidentes, falta de velocidade, problemas da Honda ou as três coisas juntas. Assim como Sirotkin, não vai fazer falta. Não é mau piloto e com certeza vai continuar se destacando nas outras categorias.

HAAS

Foto: Grand Prix 247
Romain Grosjean – 5,5: Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos, apesar de acreditar que a ascensão de Leclerc tenha limado as opções do time de Gene Haas. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.

Kevin Magnussen – 7,0: Brigou até o final pelo posto de melhor do resto. Começou bem a temporada mas depois teve altos e baixos. Ainda assim, o jeito durão e o fato de ser odiado por quase todos os pilotos o faz ser um personagem interessante e às vezes até sensato quando discorda do Halo e fala de forma franca com todos. Esse mesmo comportamento está lhe fazendo virar quase uma chicane ambulante. Precisa parar com isso. Conseguiu superar Grosjean sem dificuldades e tem tudo para fazer de novo no ano que vem. Com isso, vai garantindo mais alguns anos na categoria, o que parecia impensável depois de ter sido dispensado pela McLaren, mostrando que há sim luz no fim do túnel.


McLAREN

Foto: Autoracing
Fernando Alonso – 7,0: A última (?) temporada de Alonso na F1 começou promissora assim como a equipe. Pontos nas primeiras etapas e o sentimento de que “nós podemos lutar”. Bom, o sonho virou pesadelo na sequência e isso mostrou para todos que o chassi da McLaren não era tão ótimo quanto parecia ser para justificar o fim da parceria com a Honda. Sem desempenho e carro, Alonso foi murchando até perceber que não tinha mais forças para andar outra vez com carros tão ruins. Com o mínimo, conseguiu bons pontos. Tomara que possamos continuar desfrutando de seu talento ainda com grande assiduidade.


Stoffel Vandoorne – 5,5: Mais um fritado pelo péssimo momento da McLaren. Claro que o belga não se ajudou e fez uma temporada horrível, mas no ano passado foi reportado pela própria equipe que Vandoorne foi “sacrificado” ao não testar os novos componentes do carro, que iam todos obviamente para Alonso. Não acredito que alguém tenha desaprendido a guiar, ainda mais um cara com um currículo tão invejável quanto o de Vandoorne. Parece ter sido o caso de uma jovem promessa, o leão da base que não confirmou no “profissional”. As circunstâncias não ajudaram e o belga agora precisa retomar a confiança na F-E. Não é o ideal, mas ainda torço para seu improvável retorno a categoria.


SAUBER

Foto: Getty Images
Marcus Ericsson – 6,0: Não é exagero dizer que essa foi justamente a melhor temporada do sueco. Talvez tenha sido a que a Sauber mais evoluiu, o que também é uma surpresa. O que não foi novidade é que ele perdeu de novo para um companheiro de equipe. Reestabelecendo a ordem natural das coisas, dessa vez ele saiu. Mesmo assim, impressiona ter sido tão dominado por alguém novo como Leclerc. Claro que o talento dele é diferenciado, mas o sueco mostrou que já estava fazendo hora extra na F1 e de certa forma saiu por cima da Sauber rumo ao sonho americano.


Charles Leclerc – 8,0: Repleto de grandes momentos, a mostra de seu talento ficou evidenciada quando acertou aquela volta na chuva no Brasil que garantiu a ida pro Q3. Charles é um piloto pronto. Mostrou maturidade, consistência e velocidade. Diante da temporada frágil de Vettel, o monegasco começa na Ferrari sem nada a perder e é o futuro da categoria. Verstappen também que se cuide porque agora há outro jovem com potencial em uma equipe grande como parâmetro para comparação. Leclerc somou pontos importantíssimos e ajudou na evolução da Sauber, aliada ao retorno da Ferrari como parceira dos suíços. Sem dúvidas o novato do ano e futuro protagonista da F1 daqui não muito tempo.

Essas foram as minhas análises. Concordam? Discordam? Comentem!

Até mais!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ANÁLISE TEMPORADA 2018 - Parte 1

Foto: Fox Sports

Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e Renault:

MERCEDES

Foto: Race Fans
Lewis Hamilton – 10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!

Valtteri Bottas – 8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.

FERRARI

Foto: Divulgação/Ferrari
Sebastian Vettel – 8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca, Vettel  precisa provar que não é apenas fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.


Kimi Raikkonen – 8,5: Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo, mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de guiar onde tudo começou, na Sauber.

RED BULL

Foto: James Allen

Daniel Ricciardo – 8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não pode ficar.


Max Verstappen – 8,5: O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram (exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter 20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro minimamente confiável para brigar lá na frente.

FORCE INDIA (RACING POINT)

Foto: Grand Prix 247


Sérgio Pérez – 7,5: O único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que vem.

Esteban Ocon – 7,0: Outro caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams, pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro incerto.

RENAULT

Foto: Race Fans
Nico Hulkenberg – 7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais, está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.


Carlos Sainz – 7,0: Foi uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria. Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.

Semana que vem tem a parte 2. Até mais!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 3

Foto: MotorSport

Olá, amigos! Aqui vai mais uma parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. Para acompanhar as outras partes, clique nos links abaixo:

Agora, vamos ao trabalho:

FERRARI (2010-2014): MAIS POLÊMICAS E FRUSTRAÇÕES

Foto: RaceFans
Depois da passagem conturbada e dos dois anos “sabáticos” (mas igualmente polêmicos) na Renault, Alonso voltava para o protagonismo de quem era bicampeão mundial, agora com o surpreendente retorno de Michael Schumacher na  Mercedes. Agora, o desafio era na antiga rival, a Ferrari, que dispensou o campeão mundial Kimi Raikkonen, que tinha mais um ano de contrato, e manteve Felipe Massa na equipe, completamente recuperado do acidente na Hungria na temporada passada.

Na estreia, no Bahrein, Alonso largou em terceiro, atrás de Massa e do pole Vettel. Na largada, o espanhol passou o brasileiro e depois assumiu a liderança após um problema no motor do carro da Red Bull. Alonso foi o quinto piloto da história a estrear na Ferrari com uma vitória (Fangio 1956, Andretti 1971, Mansell 1989 e Raikkonen 2007). Na Austrália, Alonso de novo largou em terceiro, atrás das Red Bull. Na largada, na pista molhada, foi acertado por Jenson Button e caiu para a última posição, conseguindo se recuperar e chegar em quarto. Outra vez saindo em terceiro na China, Alonso queimou a largada, foi punido e caiu para 15°, mas foi beneficiado por vários Safety Car para chegar em quarto.




Na Espanha, Alonso largou e manteve-se em quarto até o final, quando um problema nos freios de Vettel e nos pneus de Hamilton o alçaram para o segundo lugar. Em Mônaco, um acidente no último treino livre o impediu de participar do treino e largou em último, em 24°. Ainda assim, chegou em sexto, com direito a ultrapassagem de Schumacher na última curva após a saída do Safety Car, mas o alemão foi punido. No Canadá, Alonso largou e chegou em terceiro. Em Valência, o espanhol vinha em quarto mas terminou em oitavo após ser prejudicado pela entrada do Safety Car após o acidente entre Mark Webber e a Caterham de Kovalainen.

Na Inglaterra, Alonso largou em terceiro. Largando mal, penalizado por ultrapassagem ilegal em Kubica e com problemas no carro, foi somente o 14°, um minuto atrás do vencedor Mark Webber. Na Alemanha, Alonso foi apenas 2 centésimos mais lento que o pole Vettel. Na largada, Alonso passou Vettel, mas foi superado por Felipe Massa. Mais rápido que o brasileiro durante várias voltas mas sem conseguir passar, o espanhol reclamou para a equipe e exigiu a passagem para o primeiro lugar, o que foi atendido logo depois com a famosa mensagem do “Fernando is faster than you” para Felipe Massa. Alonso venceu, mas o clima não estava bom, tanto com o companheiro de equipe quanto com os fãs e a imprensa, que desaprovaram a manobra à la Áustria 2002, que envolveu a própria Ferrari.


Na Hungria, Alonso outra vez largou em terceiro, atrás das Red Bull e chegou em segundo depois de uma penalidade aplicada para Vettel. Na Bélgica, Alonso largou só em décimo e foi atingido por Rubens Barrichello na largada. Ele chegou a ficar em oitavo até abandonar no fim da prova. Na casa da Ferrari, em Monza, Alonso largou na pole pela primeira vez com a equipe. Na largada, foi ultrapassado por Button, mas uma boa estratégia nos boxes garantiu a vitória para enlouquecer os tifosi, a 24ª da carreira de Ferdi, a terceira na temporada e a primeira da Ferrari em casa desde 2006 (e até hoje a última).

Em Cingapura, onde sempre mostra muita força, a Fênix fez a pole diante das Red Bull e das McLaren. Na corrida, Alonso foi atacado o tempo todo por Vettel mas conseguiu vencer chegando apenas três décimos a frente do alemão. No Japão, terceiro lugar, atrás das Red Bull. Na sequência, vitória no novo circuito da Coreia do Sul após Vettel abandonar com problemas no motor.


Em Abu Dhabi, com oito pontos de vantagem para ser campeão, Alonso largou em terceiro. Na largada, foi superado por Button. Um erro de estratégia da Ferrari fez o espanhol parar cedo demais. Marcando Webber, que bateu no muro e foi para os boxes, Alonso voltou atrás da Renault de Vitaly Petrov e foi incapaz de passar o russo no travado circuito, perdendo o título para o jovem Sebastian Vettel.

Em 2011, a temporada não começou bem. Apesar do quarto lugar na Austrália, a distância de mais de um minuto para Vettel assustou. Com a Ferrari confirmando o péssimo rendimento inicial, Alonso chegou em quinto na Malásia e em sétimo na China, sendo superado por Felipe Massa em ambas. O primeiro pódio do ano veio só na Turquia, quando ficou boa parte da prova em segundo, só ultrapassado por Webber no final, faltando sete voltas.

 Na corrida da casa, Alonso renovou com a Ferrari até 2016. Largou em terceiro e chegou a assumir a liderança na largada, mas foi superado pelas Red Bull na primeira parada nos boxes e terminou em quinto, uma volta atrás. Em Mônaco, depois de largar em quarto, Alonso perseguia Vettel pelo segundo lugar. Com os pneus gastos, os dois foram beneficiados por um acidente que provocou bandeira vermelha, fazendo o espanhol alcançar o melhor resultado no ano, em segundo.No caótico GP do Canadá, Alonso abandonou após ser tocado por Button e ficado na brita. Em Valência, chegou em segundo. 

Na Inglaterra, os difusores foram banidos, o que daria em tese vantagem para a Ferrari crescer no campeonato. Alonso era o segundo colocado quando um erro no pit stop do líder Vettel permitiu ao espanhol vencer pela primeira vez no ano. 


Na Alemanha, ficou em segundo depois de duelar com o vencedor Hamilton e Mark Webber. O quarto pódio consecutivo veio na Hungria, quando terminou em terceiro. O quinto pódio seguido não veio porque foi superado por Webber e Button nas voltas finais de Spa. Na Itália, chegou a liderar após a largada, mas não resistiu a Vettel e Button, sendo capaz de se defender de Hamilton e conseguir um pódio na casa da Ferrari. Alonso conseguiu mais três pódios: segundo no Japão, terceiro na Índia e segundo em Abu Dhabi. Na corrida final, no Brasil, foi o quarto, a mesma posição final na classificação do campeonato.

A Ferrari não parecia estar melhor para a temporada 2012. No entanto, na abertura da temporada, na Austrália, Alonso largou só em 12° depois de rodar no cascalho durante o Q2. Na corrida, chegou em quinto. Na Malásia, largou em nono. A corrida, disputada na chuva, fez Alonso assumir a liderança na volta 16. Na cola estava a Sauber de Sérgio Pérez, cada vez mais próximo de assumir a ponta. No entanto, estranhamente o mexicano rodou e diminuiu o ritmo, dando a Alonso uma improvável vitória. 



O terceiro lugar em Mônaco fez o espanhol assumir a liderança do campeonato. No entanto, o quinto lugar no Canadá fez Alonso perder a ponta para Lewis Hamilton.
Uma das maiores corridas da carreira de Alonso foi em Valencia, no GP da Europa. Largando em 11°, o espanhol foi escalando o grid e contou com os abandonos de Vettel e Hamilton. Em Silverstone, na chuva, Alonso fez a primeira pole da Ferrari desde 2010, mas chegou em segundo na corrida. Alonso de novo fez a pole numa chuvosa Alemanha e venceu a corrida, mantendo a liderança do Mundial.


Na Bélgica, se envolveu em um grave acidente na primeira curva quando foi acertado pela Lotus de Romain Grosjean. No Japão, outra vez Alonso foi atingido num acidente de primeira volta e perdeu pontos importantes na briga pelo título.




No fim da temporada, com o crescimento da Red Bull e a queda da Ferrari, Alonso não foi páreo e perdeu mais uma vez o sonho do tri para Sebastian Vettel no Brasil, chegando três pontos atrás graças a um segundo lugar em Interlagos e a quinta posição do alemão.

Alonso começou a temporada de 2013 largando em quinto na Austrália, numa sessão que só terminou no domingo em virtude da forte chuva no sábado. No final da primeira volta, o espanhol já era o terceiro. Depois, parando mais cedo, passou Vettel e chegou em segundo, atrás de Kimi Raikkonen. Na Malásia, largou em terceiro. Na segunda curva, acabou acertando a traseira de Vettel e danificou a frente do carro. A equipe mandou Alonso seguir na pista para ir nos boxes mais tarde e se aproveitar dos pneus mais novos, afirmando que o bico do carro não seria problema. No entanto, logo na segunda volta, o bico se soltou do carro e Alonso abandonou. 

A Fênix finalmente venceu pela segunda vez na Espanha largando do quinto lugar, em uma atuação espetacular. Essa foi a última vitória da carreira.



 No entanto, depois de chegar em sétimo em Mônaco, Alonso já estava 29 pontos atrás de Vettel. Com a Ferrari sem rendimento e a Red Bull sobrando a partir dos novos pneus Pirelli, mais duros, terem entrado em vigor na segunda parte da temporada,  foi um passeio do alemão, que virou tetra com muitas corridas de antecipação e várias quebras de recordes. Apesar disso tudo, Alonso foi outra vez vice de Vettel.

A nova F1 de 2014, a era híbrida, teve diversas novidades e prometia mudar as forças da categoria, dominada pela Red Bull. A Ferrari tentava se aproveitar e Alonso via nisso uma nova  oportunidade para buscar o tricampeonato. Uma das mudanças era que cada piloto deveria escolher um número fixo para atuar na categoria. Alonso escolheu o #14, número com o qual foi campeão mundial de kart e era considerado também “número da sorte”. Agora com Kimi Raikkonen como companheiro de equipe, Alonso e Ferrari tiveram uma temporada difícil, com diversas críticas do espanhol para a equipe, conturbando ainda mais o clima entre as duas partes.

Alonso esteve perto de vencer na Hungria, mas foi superado no final pela Red Bull de Daniel Ricciardo. Alonso foi só o sexto no campeonato e outro pódio só, na China. Apesar do pior campeonato na Ferrari, sobrou em relação a Raikkonen. Com a falta de resultados, Luca di Montezemolo foi demitido do comando da Ferrari. No lugar entrou Marco Mattiacci, que bateu de frente com Alonso. O resultado foi a saída de ambos da equipe. O rival Vettel ocuparia o seu lugar.

Sem clima para ir para a Red Bull e a impossibilidade óbvia de ser companheiro de Hamilton outra vez, Alonso novamente não tinha grandes opções. Dessa vez, a Renault já não existia. A única opção era a McLaren, outra ponte implodida pelo espanhol, parecia impossível. A McLaren não vinha de temporadas competitivas e encerrou a parceria com a Mercedes, apostando no retorno com a Honda, visando reeditar os tempos áureos de Senna e Prost. Um campeão do mundo eles já tinham, Jenson Button. Qual o outro que estava dando sopa no mercado?

E na útima parte, tudo sobre o improvável retorno de Alonso para a McLaren e o convívio com Ron Dennis. Até!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 2

Foto: Getty Images

Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.

Vamos lá:

McLAREN (2007): GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS

Foto: RaceFans

Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.

Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.

Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol (e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia. Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren. 


Semanas depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto, enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha, em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar em terceiro.

Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.




Spygate e briga com Hamilton e Ron Dennis:

Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren, incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780 páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e entregue ao projetista britânico.

O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores, como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.

Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos 1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole. Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez Alonso se antecipar. 



O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades. 

Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da Ferrari.

Voltando...

Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.

Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25 milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de Nelsinho Piquet.

RENAULT (2008-2009): NOVAS POLÊMICAS


Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.

No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a telemetria dos dois carros desmentiu isso.  Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.

Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto, se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.

No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol era  o quinto a corrida toda, quando a chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto. Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos construtores.

Cingapuragate:

Foto: Race Fans

Na primeira corrida noturna da história, um problema na pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano seguinte. 







Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1. Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.

Voltando...

No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.

O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono, chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a surpreendente Brawn GP. 

No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta. Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.

Praticamente sem combustível, marcou a única pole da temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente. Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.

O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que ele “fazia parte disso tudo”.

No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta, quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da Renault.

Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores. Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault, oitava colocada nos construtores.

Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!