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segunda-feira, 29 de maio de 2023

A ERA

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Estar no lugar certo e na hora certa é um timing que cada vez está mais comum, com a tecnologia e os novos regulamentos da F1 que não permitem mais os testes ilimitados.

Claro, antes disso tivemos a dinastia Schumacher e os domínios da McLaren e Williams nos anos 1990, mas o que Vettel/Red Bull, Mercedes/Hamilton e agora Verstappen/Red Bull estão fazendo será cada vez mais corriqueiro.

Tirando Vettel, que é um talento indiscutível mas com menos títulos do que “deveria”, Hamilton e Verstappen caminham para a história. Não fizeram isso somente pela superioridade dos carros, mas pelos momentos que definem quem é ou não um gênio, alguém que pode estar com propriedade na mesa dos melhores de todos os tempos.

A pole de Verstappen em Mônaco mostra a mistura perfeita da maturidade com a natureza agressiva do piloto. Max sempre foi até as últimas consequências. Besta ou bestial. Na Arábia Saudita, enquanto disputava o título inédito, colocou tudo a perder na última curva de onde também seria pole.

Em Mônaco, bicampeão, com o melhor carro e o único adversário largando no fim da fila, Max poderia tranquilamente não arriscar e somar os pontos necessários para aumentar a distância. Pensar no campeonato longo. São 22 corridas, afinal, ainda mais em Mônaco. Qualquer deslize e tchau.

E mesmo assim, quando tinha mais a perder do que a ganhar, a eternidade entrou em ação. Uma volta perfeita, no limite, que valeu mais do que uma pole position e uma vitória histórica no palco histórico e mais glamourizado da F1.

É Max Verstappen mostrando que ele é muito além do carro da Red Bull. Isso a gente sabe, não há dúvida, mas as vezes é necessário relembrar, chocar, se fazer entender na marra. A ducha de água fria, pois todos torciam por outra história, o retorno da Fênix, é mais um daqueles momentos.

De certa forma, foi a mesma catarse de quando o quarentão Schumacher fez a mesma pole em Mônaco, há 11 anos. Tudo bem que ele estava punido e não largou na posição de honra, mas a volta de desaceleração com o número um em riste é o que entrou para a história.

O sábado da pole e o domingo do controle da situação, na chuva, no seco e na mistura de ambos, é que definem Max Verstappen, muito mais do que os números e estatísticas.

É puramente o talento geracional do novo momento, da atual era, não tão mais nova, não tão novidade, mas ainda assim impactante.

Até!


NEM ASSIM...

 

Foto: Getty Images

Mônaco é Mônaco. O sábado pode decidir o final de semana. Pérez bateu no Q1 e encerrou o papo de que pode brigar com Max. Tem gente que acreditava nisso inocentemente... Max Verstappen fez a volta voadora mais triste dos últimos tempos e impediu que Don Fernando, a Fênix, voltasse a posição de honra depois de mais de 10 anos.

Haveria uma esperança no domingo, mas estava ali acesa uma possibilidade pela vitória e o fim do jejum. Era preciso acreditar e esperar a oportunidade.

Em Monte Carlo, as oportunidades são escassas. Depende de erros, batidas ou de uma mudança climática. Até a volta 52, o marasmo já esperado. A chuva entra em ação e promete um final de corrida caótico. Só o clima para desafiar Max Verstappen.

Don Fernando tinha a grande chance. 2023 finalmente voltou a sorrir e agora era o ápice. Pódios são bacanas, mas o que as pessoas lembram são as vitórias. O timing era complicado, pois em 2/3 da pista ainda estava seco. Alguns apostaram nos intermediários, Max e Sainz, por exemplo.

Alonso tinha a grande chance. Escolha da equipe ou feeling do piloto. Por uma volta, a escolha. A Fênix manteve os pneus de pista seca. O circuito piorou. A sorte é que a vantagem diante dos demais era muito grande. 

Alonso perdeu a grande chance da vitória consagradora em Mônaco, onde já venceu e por anos preteriu pela Indy, que foi disputada horas depois. Por uma escolha, por uma volta. Pela reação pós-corrida, foi muito mais no feeling do que uma imposição da equipe. Acontece. Os gênios envelhecem e erram.

O mais impressionante é que, mesmo com o tempo virando drasticamente, não houve Safety Car, nem acidentes graves, apenas toques normais. Necessário elogiar a perícia de todo mundo. No fim das contas, nem a mãe natureza impediu mais um triunfo de Max Verstappen.

Sem Pérez, que enquanto tudo isso acontecia, foi apenas o 16°, outro que herdou um lugar no pódio foi Esteban Ocon, o primeiro francês desde Olivier Panis a conseguir tal feito. A Alpine precisava dar uma resposta depois de um início fraco e com direito a críticas públicas do presidente.

A "nova Mercedes" teve um bom resultado, mas um circuito de rua nunca é um parâmetro aceitável para definir qualquer coisa, seja boa ou ruim. Na Ferrari, Sainz segue mostrando que tem um limite na hora H e que Leclerc perdeu a chance de um pódio em casa por uma punição no sábado - outra vez a irregularidade dando as caras.

A McLaren conseguiu pontos humildes importantes com os dois pilotos. Lawrence precisa perceber que o filho é um atraso na Aston Martin. Sargeant ser passado por todo mundo nessa pista me assustou um pouco. O rapaz está pronto para a F1?

Enfim, vai ser difícil parar duas Red Bull. O erro humano e a mãe natureza estão aí, mas nada parece deter Max Verstappen.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!

sexta-feira, 26 de maio de 2023

O ACERTO NO PRINCIPADO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

O cancelamento de Ímola mudou os planos de muitas equipes, que enxergaram a necessidade de trazer as atualizações dos carros em Monte Carlo. Ferrari, Mercedes e Aston Martin pensaram assim, por exemplo.

A Mercedes dá adeus ao "zeropod", que não deu certo, e adota os sidepods mais largos. É a tentativa de recuperar terreno, embora qualquer resultado em Mônaco não seja algo que possa ser amplamente levado em consideração.

Por exemplo, no TL1, Sainz foi o mais rápido e Aston Martin e Mercedes também se mostraram competitivas. Verstappen reclamou do acerto, mas foi o mais veloz no TL2 e Sainz bateu. 

Em uma corrida com características distintas, a torcida é para que a monotonia seja quebrada, embora a Red Bull siga muito forte e favorita. Alonso sonha com uma vitória e a Mercedes está ali, se fingindo de morta para depois... enfim.

Mônaco é um espaço onde muitos afirmam que o dia realmente decisivo é o sábado, quando se define o grid de largada. Pois bem, um pequeno adendo: a classificação será transmitida apenas no Band Sports. A Band, na TV aberta, optou por mostrar a última rodada da Bundesliga. Decisão acertada, aliás, mas isso é outro assunto.

Que Mônaco seja Mônaco em todas as nuances de Monte Carlo.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 25 de maio de 2023

GP DE MÔNACO: Programação

 O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Em 2020, em virtude do coronavírus, a corrida de rua não foi realizada pela única vez na história, retornando ao calendário nesta temporada.


Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:12.909 (Mercedes, 2021)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:10.166 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)

Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 85 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 74 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 65 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 46 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 39 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 38 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 4 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 195 pontos

2 - Ferrari - 169 pontos

3 - Mercedes - 120 pontos

4 - McLaren Mercedes - 50 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 39 pontos

6 - Alpine Renault - 34 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


"FUTURO CAMPEÃO"

Foto: Getty Images

Apenas quatro corridas e quatro pontos no começo da jornada na F1, mas o otimismo com Oscar Piastri é grande na McLaren. E não é qualquer entusiasta: é simplesmente o CEO Zak Brown, que foi até a justiça para tirar o australiano da Alpine e substituir o compatriota Daniel Ricciardo.

Apesar das dificuldades que o carro encontra e também por ter alguém como Lando Norris como companheiro de equipe, Brown não poupa palavras elogiosas para o campeão da F3 e da F2:

“Estamos muito impressionados, ele é muito focado e não cometeu nenhum grande erro. Apenas a exploração típica dos limites, ou o travar de uma roda aqui e ali. Ele não esteve em todas essas pistas, então as primeiras indicações são de que temos um futuro campeão mundial em nossas mãos", disse.

Brown também se disse satisfeito com a adaptação de Piastri na categoria (o australiano ficou 2022 parado após conquistar F3 e F2 na sequência) e também se mostrou muito empolgado com a dupla de pilotos, ressaltando que agora a responsabilidade é da McLaren em oferecer um carro compatível com a qualidade dos pilotos.

“A combinação de Lando Norris e Oscar Piastri, não consegui pensar em uma dupla de pilotos melhor. Oscar fez um trabalho fantástico e está trocando tempos de volta com Lando agora, e é isso o que queremos.

O Oscar tem sido impressionante desde que o colocamos no carro. Ele é muito maduro. Ele é muito focado e muito técnico. Nós apenas temos que trabalhar para dar a ele um carro mais rápido agora”, finalizou.

É uma dupla promissora. É claro que Piastri ainda precisa mostrar mais, mesmo que o carro não permita tanto no momento. Um passo de cada vez. Um cara que venceu F3 e F2 no primeiro ano tem credenciais mais do que suficientes para ter esse tipo de tratamento. 

A questão conturbada com a Alpine aumenta a pressão no jovem, mas se ele e a McLaren desenvolverem aquilo que se espera de ambos, o futuro de Piastri e de Woking pode ser muito produtivo e esperançoso.

O CÃO ARREPENDIDO VOLTOU DE NOVO

Foto: Getty Images

A Gazzetta Dello Sport noticiou e as partes confirmaram, na quarta-feira (24), o anúncio da parceria entre a Honda e Aston Martin para que os japoneses sejam os fornecedores de motores do time a partir de 2026, quando o novo regulamento da F1 entra em vigor.

A Honda saiu da F1 oficialmente no final de 2021, quando, depois de anos de trabalho, conseguiu voltar a ser campeã juntamente com a Red Bull, após anos constrangedores na tentativa de reeditar o momento mágico da McLaren dos anos 1980 para o agora.

Com melhoras na parte elétrica e combustível 100% sustentável, os japoneses e a Aston Martin se encontram numa ocasião bem ambiciosa: a Red Bull já acertou com a Ford para o período e o time de Lawrence Stroll entende que, para ser protagonista, é preciso ter um fornecedor próprio: chega de pegar as sobras da Mercedes.

O acordo, inicialmente, é até 2030.

Tem tudo para isso aí dar bom, a princípio: Stroll pai é ambicioso e os japoneses metódicos. Eles demoram, mas entregam resultado. Claro, está tudo muito distante, então as outras variáveis são meramente especulativas hoje em dia: quem será o parceiro de Stroll nesse novo momento? O carro vai encaixar com o motor no novo regulamento? O bólido será bem nascido? O know-how japonês da última década ainda é útil para uma nova revolução tecnológica na F1? Espero responder isso daqui três anos.

TRANSMISSÃO:
26/05 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
26/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
27/05 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
27/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
28/05 - Corrida: 10h (Band)


terça-feira, 23 de maio de 2023

A MESMA DANÇA

 

Foto: Getty Images

Quase três meses de temporada e a impressão é que a F1 não engrenou, de fato. Um motivo é óbvio: não há competição. Serão 22 corridas onde a Red Bull vai reinar sozinha e apenas questões pontuais que vão impedir um ano perfeito, até porque isso nunca existiu e nem vai existir.

As coisas parecem mornas não só pela falta de um antagonista a um inevitável tri de Max Verstappen, mas também porque a F1 só corre em circuito de rua. É uma coisa sem graça, que foge do histórico da categoria. Parece uma F-E. Não tem espaço, não tem emoção, só apostam em bandeiras amarelas ou vermelhas como se fosse a Indy para forçar alguma pseudo emoção.

A corrida cancelada de Ímola adiou as atualizações prometidas por quase todas as equipes. É evidente que um circuito de rua como Mônaco não é o palco ideal para nada, então tudo será novamente adiado para a outra semana, em Barcelona, tradicional palco da pré-temporada (menos nesse ano).

Então, novamente, teremos que confiar na mística de Mônaco ou na metereologia diferente, desde que não cancele as atividades igual semana passada.

E assim, parece que não será um ano que vai engrenar. Falta sal, faltam personagens, tramas, narrativas. Fica difícil até de tentar construir um texto durante a semana. Está difícil, talvez eu não consiga mais extrair algo de diferente ou enxergar relevância nos detalhes atuais.

Ou talvez esteja de saco cheio de escrever sobre F1, ou da F1 em si, ou do rumo que a categoria está levando, ou do marasmo provocado pelos acontecimentos que fogem de algum controle da categoria.

Ah, eu finalizo esse texto com o óbvio: Mônaco é um lugar histórico e tem que ter cadeira cativa na categoria, assim como Silverstone, Interlagos, Monza, Suzuka, entre outros circuitos antigos e históricos. O problema não é correr lá uma vez por ano, e sim dar um monte de volta em circuitos genéricos como Baku, Arábia Saudita, Miami ou Las Vegas.

Até!


domingo, 29 de maio de 2022

BONANÇA MEXICANA

 

Foto: Getty Images

Não foi dessa vez que a Ferrari e Leclerc espantaram a zica. Uma mistura de azar e incompetência dos italianos, onde o monegasco foi vítima. Vamos por partes.

A F1 nunca mais vai correr na chuva. Tá certo que, por ser em um circuito apertado e difícil, a chance de diversos acidentes seria altíssima, então deu para entender. O problema é que esse processo sempre se repete. Qual o sentido em fazer pneu de chuva se é proibido correr quando cai um pingo no chão?

A largada foi adiada o quanto foi possível e duvido que quisessem repetir o constrangimento da Bélgica, menos de um ano depois. Com a pista secando e os carros largando em movimento atrás da Safety Car, a procissão habitual prosseguiu. Apenas Stroll e Latifi, pra variar, erraram e pararam no final do grid.

Com a pista secando, a estratégia faria a diferença. Parar e trocar os pneus no momento certo matariam a questão. Lá atrás, Gasly dava show com os intermediários e tinha mais ritmo. Até ultrapassar conseguiu!

Diante disso, a Red Bull antecipou a parada de Pérez com os intermediários. No entanto, a pista foi secando. Max entrou logo depois e Sainz colocou os pneus duros. A Ferrari não só demorou com Leclerc como fez o então líder colocar os intermediários para depois ter os duros. Duas paradas e o quarto lugar. Inocência, burrice e incompetência italiana que perdeu 16 ou 17 pontos fundamentais para a briga no campeonato. A Ferrari era de longe quem tinha mais ritmo e velocidade no Principado.

Mesmo fazendo duas paradas, Pérez estava num ritmo muito bom outra vez, a exemplo da Espanha. Impressionante como o mexicano se adaptou ao carro dessa temporada, melhorando os resultados e andando próximo de Max. Foi contratado exatamente para isso. O erro no sábado o beneficiou para poder largar na frente do holandês e não precisar fazer jogo de equipe.

O melhor dos mundos precisava acontecer para sonhar com uma vitória: a exemplo da primeira vitória de Massa em 2006, na Turquia, Pérez precisava de uma Ferrari entre ele e Max. Lá estava Sainz. No trenzinho da alegria, o mexicano se aproximava da vitória.

Mônaco precisava de um drama e ele veio com um pequeno susto. Mick Schumacher bateu forte e o carro chegou a partir em dois. Nada de grave com o alemão, que segue zerado no ano e colecionando acidentes. A chegada de Magnussen foi a pior coisa que poderia acontecer para o cartaz do Schumaquinho. Segue com dificuldades. Tardiamente, a direção acionou a bandeira vermelha e tudo poderia mudar.

A Red Bull preferiu os pneus médios e a Ferrari os duros. A ideia era buscar se distanciar, visto que com pneus iguais a Ferrari tinha mais aderência. Os dois pilotos taurinos se viram em uma polêmica: passaram com duas rodas na linha amarela no retorno dos boxes, o que em tese não pode. No entanto, diante das condições de pista e o fato da roda não ter ultrapassado totalmente a linha (segundo a FIA), não houve punições.

Diante de tantas paralisações, dessa vez a FIA optou por finalizar a corrida no limite de três horas. No final, 64 voltas completadas das 77 previstas. Os pneus da Red Bull se deterioraram e Sainz foi pra cima. O trenzinho da alegria estava feito mas nada mudou.

Sérgio Pérez vence pela terceira vez na carreira, a primeira no ano e é o quinto latinoamericano a vencer no Principado, o que não acontecia desde Juan Pablo Montoya. É um ano incrivelmente consistente de Checo. Na Arábia Saudita, teve azar no Safety Car. Na Espanha, foi impedido de ganhar. Em Mônaco, teve sorte, ritmo e a boa estratégia da equipe para vencer. O mexicano vive um momento único.

O journeyman, diferentemente da lógica da F1, vive o auge nos últimos dias da carreira. Depois de passar por tanta coisa, está colhendo os frutos de anos no underground e pódios escassos em equipes falimentares apenas agora. Consistente e ajudando a Red Bull, Checo pleiteia mais uma renovação pelos taurinos, porque não há nenhum talento pronto para subir. 

No entanto, não se enganem: mesmo que ande bem e esteja próximo de Max no campeonato, a equipe é dele e o papel continue o mesmo, apesar do mexicano as vezes tentar insistir externamente o contrário. Se nem Ricciardo que era cria do energético teve esse privilégio, imagina um forasteiro. Pés no chão. Checo precisa desfrutar momentos dourados como o de hoje. É um herói nacional mexicano.

No campeonato, Max sai muito fortalecido. Sem ritmo, ainda assim consegue colocar mais três pontos de vantagem em relação a Leclerc, prejudicado pela burrice da equipe. Mais uma chance desperdiçada pela Ferrari. E é assim que os campeonatos são perdidos. Sainz está batendo na trave e precisa de mais regularidade e velocidade para finalmente vencer a primeira na carreira.

O regular Russell outra vez foi o melhor do resto, seguido do segundo melhor da F1 B, Lando Norris. Finalmente Alonso teve um final de semana sem problemas e ficou em sétimo. Com dificuldades, Hamilton foi só o oitavo. Parece que a Mercedes regrediu em circuitos de baixa. A ver como será em Baku, circuito de rua cheio de retas. Numa disputa com o heptacampeão, Ocon fechou demais a porta e foi punido com cinco segundos, perdendo os pontos. Bottas herdou o nono lugar e Vettel conseguiu um pontinho, em décimo.

Ricciardo segue na jornada ruim. Mesmo em condições malucas, mais uma vez ficou longe de pontuar e a batata está assando ainda mais. Gasly tentou mas segue atrás de Tsunoda nos pontos. Zhou ainda está se adaptando na categoria e segue distante de Bottas.

Se Mônaco não oferece milhares de ultrapassagens artificiais, a tensão e a estratégia em uma corrida diferente como a de hoje valem muito a pena. Diante de vários circuitos iguais do Tilke ou aqueles circuitos de rua insossos, não tem problema em Mônaco continuar no calendário. Isso sequer deveria ser cogitado pela geração Drive to Survive, que parece gostar apenas de artificialidades. São 23 corridas no ano. Qual o problema de Mônaco? Existem milhares de pistas horríveis e sem a carga histórica de Monte Carlo para sair do calendário e efetivar Mugello e o retorno de Sepang, por exemplo.

Vida longa a Mônaco, que hoje foi digna de um capítulo que premiou o azarão que nunca desistiu de lutar e está sendo recompensado agora, nos últimos anos. Depois da tempestade, veio a bonança mexicana. Apimentada, intensa e cheia de sentimentos.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!


sexta-feira, 27 de maio de 2022

PRA ESPANTAR A ZICA?

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Modificando as tradições, agora os treinos livres de Mônaco também são nas sextas-feiras. Com carros cada vez maiores e largos, a possibilidade de ultrapassagens é quase nula. O que pode fazer a diferença no principado? A classificação e os acidentes, é claro.

Há um componente a mais nesse ano: a possível possibilidade de chuva para o final de semana, o que embaralharia tudo de vez. Seria loteria pura. Enquanto isso não acontece, os treinos de hoje foram ensolarados.

Se nada incrível acontecer, parece que só a zica pode parar a Ferrari de novo. Leclerc, que corre em casa, dominou os dois treinos. Se no ano passado ele fez pole com aquele carro fraco, imagina agora? O monegasco é o favorito absoluto do final de semana, se não bater (algo comum em Mônaco) ou a Ferrari acusar algum problema de confiabilidade. É a chance de Sainz se reabilitar também, ajudando os italianos no campeonato.

Possivelmente, pode ser uma corrida para a Red Bull administrar os danos e contar com o azar ou incompetência dos rivais. Pérez parece cada vez melhor, inclusive foi mais rápido que Max hoje. Só o fato do mexicano andar na frente nos treinos livres mostra como ele se adaptou bem ao carro taurino desse ano. No passado, nem isso acontecia. No entanto, nada muda e ele vai continuar o 1B, não interessa a situação da corrida.

A Mercedes parece ter regredido. O porpoising e a instabilidade voltaram. Talvez em circuitos de baixa a solução encontrada em Barcelona não funcione. É aguardar para ver.

Ricciardo... nem no Principado, onde já venceu, parece haver luz no fim do túnel. Bateu no treino livre e evidencia o péssimo momento que vive, coincidindo com as críticas públicas do chefão Zak Brown. Por outro lado, quem sabe essa pancada não tenha sido o último impacto de vez para ressurgir na temporada?

A glamourosa e chata Mônaco sempre tem espaço para surpresas, drama e suspense. É preciso fazer 78 voltas perfeitas. Uma distração é muro e adeus. Com chuva e carros ainda não tão confiáveis em termos de durabilidade, quem sabe podemos ter uma corrida cheia de alternativas, emoções e suspense em Monte Carlo. Independente disso, ela jamais deveria sequer ser cogitada a sair do calendário, por mais enfadonha que possa ser as vezes. Mônaco é F1 e vice-versa.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 26 de maio de 2022

GP DE MÔNACO: Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Em 2020, em virtude do coronavírus, a corrida de rua não foi realizada pela única vez na história, retornando ao calendário nesta temporada. 

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:12.909 (Mercedes, 2021)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:10.166 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 85 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 74 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 65 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 46 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 39 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 38 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 4 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 195 pontos

2 - Ferrari - 169 pontos

3 - Mercedes - 120 pontos

4 - McLaren Mercedes - 50 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 39 pontos

6 - Alpine Renault - 34 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


PÉ NO FREIO

Foto: Getty Images

O sonho de Fernando Alonso conquistar a tríplice coroa do automobilismo está muito distante. Prestes a completar 41 anos, o espanhol, que já disputou três edições (e ficou ausente em 2019, no Bump Day), está focado na reta final da carreira na Fórmula 1.

No entanto, é outro o motivo para o espanhol esfriar o interesse em uma possível nova participação na Indy: o aeroscreen.

“É um objetivo menor agora. As últimas duas tentativas na Indy com o aeroscreen tornaram o carro um pouco diferente, e conversando com alguns colegas, os carros ficaram mais difíceis de pilotar e de seguir um ao outro. Ficou menos divertido. Em 2017, foram várias ultrapassagens e eu amei aquela corrida. Teve menos amor nos últimos anos sem poder ultrapassar.

E tem o fator de risco. Na Indy 500, acontecem grandes acidentes todo ano. Agora eu estou totalmente focado na Fórmula 1. Quando eu parar, não sei se estarei tentado a tentar de novo. Não é completamente um ‘não’, mas virou um projeto menor”, disse em entrevista para a BBC.

O tempo parece que definitivamente passou para Alonso. Além do ritmo, tem a questão da competitividade com uma idade tão elevada. Melhor dar tempo ao tempo, mas pelo menos o espanhol tentou e saiu da bolha. É um sinal que o tempo passa para todos nós, não tem jeito.

DECEPCIONADO

Foto: Getty Images

Parece até que Zak Brown esperou o meu texto da segunda-feira para expor o que está achando do desempenho de Daniel Ricciardo na McLaren até aqui. O chefão não teve papas na língua e pela primeira vez fez duras críticas públicas ao australiano:

“Lando (Norris), definitivamente, tem uma vantagem. Nós obviamente gostaríamos de ver Daniel (Ricciardo) mais perto de Lando em termos de performance, para termos uma boa disputa interna. Mas Daniel simplesmente não está confortável ainda com o carro. Estamos tentando de tudo. Foi, novamente, um fim de semana decepcionante", disse.

Ricciardo só pontuou na corrida de casa, em Melbourne. Na Espanha, mesmo largando a frente de Norris, chegou em 12°, enquanto o inglês foi o oitavo, mesmo debilitado por uma amidalite.

“Com exceção de Monza e algumas outras corridas, (Ricciardo) não tem cumprido as expectativas dele e as nossas. Penso que tudo que você pode fazer é continuar trabalhando duro como time, manter a comunicação interna e seguir acelerando, esperando que o que não está encaixando no momento, encaixe o quanto antes”, continuou Brown.

Também empresário de Norris, o chefão aproveitou para elogiar o cliente, demonstrando a qualidade do inglês perante a concorrência interna e comparando com os pilotos das principais equipes da F1:

“Acho que isso também aponta o quão bom Lando é. Quando você olha para a diferença entre Leclerc e Sainz, Verstappen e Pérez… penso que Lando é um dos melhores pilotos do mundo no momento e, quando você vê que a distância entre companheiros de equipe existe, é meio que um elogio para ele”, concluiu.

Bem, Zak Brown basicamente repetiu o que eu escrevi no texto. O estranho é fazer isso publicamente, o que deixa uma mensagem potente: a paciência está acabando. Ricciardo custa muito caro para entregar tão pouco. O ultimato público pode ser, de fato, a última oportunidade para o australiano.

TRANSMISSÃO:
27/05 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
27/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
28/05 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
28/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
29/05 - Corrida: 10h (Band)

domingo, 23 de maio de 2021

OPORTUNIDADE

 

Foto: Getty Images

As corridas da F2 mostraram que não haveria a mínima chance de ultrapassagem em Mônaco. Portanto, tudo seria praticamente definido no sábado. Era a oportunidade de Charles Leclerc fazer história em seu país. Até fez, com a pole, mas a batida no muro custou não largar. Além de não deixar os outros melhorarem a volta, o que mexeria no grid, a oportunidade acabou sendo repassada para Max Verstappen, o segundo que virou pole.

Sobre a prova, não tem o que falar. Não há ultrapassagens, apenas a espera por acidentes ou problemas aleatórios. Coitado do Bottas. Quando finalmente bateu Lewis Hamilton, a incapacidade da Mercedes tirar a roda do carro lhe custou o pódio. Muito azar. O que parecia uma oportunidade para Lewis reagir na corrida virou pó por um erro da Mercedes. Ao antecipar a parada para tentar ultrapassar Gasly, os demais também pararam e Hamilton ficou pra trás. Corrida irreconhecível do campeão. Prenúncio de maiores dificuldades em Baku?

A antecipação de Hamilton permitiu oportunidades para quem estava atrás. Com estratégias certeiras, Pérez e Vettel subiram para a quarta e quinta posição, respectivamente. Finalmente o tetracampeão estreou na Aston Martin. Uma boa dose de confiança para alguém que precisa tanto. Até Stroll fez a estratégia correta e se deu bem. Final de semana horrível para a Mercedes.

Max venceu de ponta a ponta e, pela primeira vez, terminou como líder do campeonato. A Red Bull também agradece por ter feito muito mais pontos que os alemães. A ausência de Leclerc deu pressão e oportunidade para Carlos Sainz. 

Se a frustração de uma possível única vitória da Ferrari no ano poderia se abater, o espanhol aproveitou para garantir quem sabe o único pódio na temporada. Falta a Leclerc menos erros nas horas decisivos. Sem Bottas, Norris escalou para o terceiro lugar e escancarou como anda surrando Daniel Ricciardo. Até deu uma volta nele!

Gasly, Ocon e Giovinazzi conseguiram grandes resultados. Alonso e Raikkonen continuam em dificuldades, enquanto Tsunoda já começa a sentir um calor vindo de Helmut Marko. Depois do Bahrein, está tendo muitas dificuldades para ser competitivo.

O charme da chatíssima Monte Carlo dá oportunidades para todos. A presênça da ausência de Charles Leclerc ajudou Max, Carlos e Lando, enquanto atrapalhou Lewis, que também não se ajudou. 

A Red Bull, mesmo vencendo menos, está na frente. Baku, outra corrida de rua, pode proporcionar mais um grande final de semana para os taurinos. As flechas de prata precisam reagir. No Azerbaijão, uma nova rodada de oportunidades para todos.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!


quinta-feira, 20 de maio de 2021

SURPRESA

 

Foto: Getty Images

Mônaco é um traçado com características únicas. O palco, retornando para o calendário da F1, pode mostrar uma particularidade bem surpreendente neste final de semana.

Um circuito de baixa, que depende mais da boa aerodinâmica, sem tanta predominância das unidades de potência. No que seria uma arma para a Red Bull, a Mercedes de Hamilton foi superior, mesmo errando e sendo atrapalhado nas voltas rápidas, algo normal, dado o tráfego numa pista curta e estreita.

No entanto, quem realmente surpreendeu as casas de apostas foi a Ferrari. Com um ritmo forte, o carro certamente não é tão ruim quanto o do ano passado. Com o motor e o chassi melhores, numa pista de baixa e características distintas, pode até quem sabe ser uma terceira força. Charles Leclerc foi o mais rápido e Sainz ficou entre os ponteiros o tempo todo.

Claro, uma coisa é treino livre, outra coisa é classificação e corrida. Encaixar a volta certa no momento faz total diferença, especialmente em Monte Carlo.

No final do treino, Mick raspou no muro. Latifi quase bateu e Alonso danificou a asa dianteira no TL1. Ricciardo com dificuldades, Vettel um pouco melhor, Mazepin não bateu e Yuki Tsunoda com problemas. Curto, rápido e sucinto, igual o GP de Mônaco, tirando o sucinto, claro.

Será que teremos surpresa no Principado?

Confira a classificação dos treinos livres para o GP de Mônaco:






quarta-feira, 19 de maio de 2021

GP DE MÔNACO: Programação

 O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Em 2020, em virtude do coronavírus, a corrida de rua não foi realizada pela única vez na história, retornando ao calendário nesta temporada.

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:14.260 (Red Bull, 2018)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:10.166 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 94 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 80 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 47 pontos

4 - Lando Norris (McLaren) - 41 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 40 pontos

6 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 32 pontos

7 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 24 pontos

8 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 20 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 10 pontos

10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 8 pontos

11- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos

12- Fernando Alonso (Alpine) - 5 pontos

13- Yuki Tusnoda (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 141 pontos

2 - Red Bull Honda - 112 pontos

3 - McLaren Mercedes - 65 pontos

4 - Ferrari - 60 pontos

5 - Alpine Renault - 15 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 10 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos


QUESTÃO DE TEMPO

Foto: Getty Images

Zak Brown aposta e torce que os rivais Lewis Hamilton e Max Verstappen certamente irão se bater em alguma disputa durante a temporada.

O chefão da McLaren afirmou que esses confrontos são ótimos para o esporte e espera que os dois se encontrem na pista para que, assim, exista possibilidade de suas McLaren aproveitarem a chance para ir ao pódio ou até mesmo a brigar por uma vitória, que não acontece desde o GP do Brasil de 2012, quando Jenson Button venceu e Sebastian Vettel sagrou-se tricampeão mundial.

“Acho que as rivalidades são ótimas para o esporte, e ter esses dois caras lutando é bom. Espero que, em algum momento ao longo do ano, isso crie uma oportunidade para nós, já que acho que é somente questão de tempo para que os dois estejam determinados a não desistir numa Curva 1 e que nenhum deles tire o pé”, comentou.

Brown ainda elogiou a experiência e as capacidades do heptacampeão, ressaltando que ele não precisa provar nada para ninguém.

Acho que isso é ótimo para a Fórmula 1. Lewis vem tendo vida muito fácil depois daquele ano com Nico. Então acho que é uma grande rivalidade. Acho que Max fez Lewis avançar, ainda que ele não precisasse disso. Mas ele está, definitivamente, no auge da sua forma.

“Está claro que Lewis é um piloto muito inteligente. Você pode notar que ele está lá esperando a hora certa para atacar, ele não é muito ansioso. É a experiência”, concluiu.

Também acredito que isso vá acontecer, principalmente em um circuito mais complicado ou na reta final do campeonato, quando o desespero tomar conta de um ou de outro. Convenhamos que batidas são sempre legais, o que também propicia a chance de outros pilotos conseguirem resultados improváveis e históricos. Se não fosse o covid e o erro da Mercedes, jamais teríamos escutado o hino mexicano no alto do pódio, por exemplo.

PARA SEMPRE?

Foto: Red Bull Content Pool

O futuro de Max Verstappen na F1 sempre é alvo de especulações. Há anos, muitos acreditam que certamente o holandês irá para a Mercedes, principalmente quando Lewis Hamilton sair de cena. 
O holandês, que quase foi para as flechas de prata antes de preferir assinar com os taurinos e chegar na F1 com a Toro Rosso, mais uma vez deu pistas do futuro.

Max, se tiver o pacote ideal, pretende guiar pela a Red Bull por toda a carreira mas isso, claro, depende das condições de trabalho competitivas que a empresa de energéticos vai oferecer para Max ao longo dos anos.

"Talvez continue a pilotar pela Red Bull em toda a minha carreira na F1. Depende do quanto tempo seremos competitivos e do quanto serei competitivo, claro. Vencer me motiva, ou melhor, somente a chance de vencer.", disse para o site holandês Racing News 365.

A resposta de Max é protocolar. Os pilotos querem os melhores carros, que propiciam as vitórias e os títulos. A Red Bull no momento só possibilita vitórias esporádicas. Com o novo regulamento e o movimento dos pilotos, nunca se sabe. Max disse apenas o óbvio.

TRANSMISSÃO:
20/05 - Treino Livre 1: 06h30 (Band Sports)
20/05 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
22/05 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
22/05 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
23/05 - Corrida: 10h (Band)


quinta-feira, 19 de março de 2020

RECALCULANDO ROTA

Foto: Getty Images
Atualizações do corona vírus:

A F1 declarou férias para as equipes nesse período de março/abril, onde todas as corridas foram canceladas.

O objetivo é usar agosto, originalmente as férias de verão na Europa e onde as equipes descansam, para reagendar corridas que já foram adiadas/canceladas.

Hoje, as corridas de Espanha, Holanda e Mônaco foram canceladas e/ou adiadas. Em Mônaco, o príncipe Albert testou positivo para o coronavírus. Se confirmado, será a primeira vez desde 1954 que as ruas do principado não vão ter uma corrida.

A expectativa é, que se tudo der certo, a temporada comece em junho, no Azerbaijão. Se colocar todas as corridas atrasadas (ao menos as europeias) para o final do ano, estão dizendo que a etapa final, Abu Dhabi, será na metade de dezembro.

Esse último parágrafo é puro chute e especulação. O que mais temos de concreto?

Bom, diante da pandemia e suas consequências, as equipes não teriam tempo para preparar os carros de 2021, do novo acordo. Portanto, todas as equipes concordaram em adiar o novo regulamento para 2022. O teto orçamentário, no entanto, está mantido.

Atordoada, a F1 tenta se organizar, mas para isso vai ter que depender dos avanços da medicina. Convenhamos: ninguém dava nada por essa temporada. O pior: o adiamento das novas regras pega os pilotos de surpresa, pois muitos renovaram apenas para o final desta temporada.

No entanto, parece improvável que aconteçam mudanças, até porque os carros podem nem ir para a pista no ano. O cancelamento da temporada seria lamentável pelas questões contratuais, financeiras e até afetivas (da saudade e etc), mas o adiamento consegue ser pior. Na pior das hipóteses, mais dois anos enfadonhos.

Sim, a F1 está com o coronavírus. A diferença é que se não matá-la, ela vai deixar a categoria bem comprometida por algum tempo. Aí, o que resta no momento é apenas recalcular rotas, buscar soluções que na verdade são mais fugas em prol da sobrevivência e do bom senso do que qualquer coisa.

Até!

segunda-feira, 27 de maio de 2019

MERGULHANDO PARA O HEXA

Foto: Getty Images
Razoavelmente dá pra dizer que tivemos alguma competição pela vitória neste GP de Mônaco. O resto eu não sei, afinal dormi umas 30 voltas.

Hamilton segurou Verstappen por mais de 40 voltas e em boa parte dizia não ter pneu. Uma vitória "heroica", com o espírito de Niki Lauda, que observava a todos lá do céu. Heroico mesmo é pontuar com a cadeira elétrica da Marussia.

Voltando pro Lauda, foi muito legal a homenagem da Mercedes com o detalhe vermelho no Halo e os bonés para o grid. Hamilton com o capacete vermelho me fez mais lembrar Schumacher do que o austríaco, diferentemente de Vettel. Os dois cascos são bonitos.

Verstappen ganhou a posição nos boxes,mas uma saída perigosa feita pela Red Bull o fez ter cinco segundos de punição. Apertou Hamilton a corrida toda e só nas últimas voltas o "instinto Max" aflorou e tentou uma manobra desesperada, que na verdade só faria Hamilton perder algo. Afinal, com a punição, dificilmente levaria a prova. Essa soma de tempo é ridícula. Bom mesmo era o stop and go. Imagina vencer e não levar?

Discretíssimo, o que é uma boa notícia, Vettel mal apareceu e ganhou um segundo lugar dos céus, com Bottas em terceiro. É inacreditável que a diferença entre Verstappen e Gasly seja apenas de uma posição.

Foto: Getty Images
Carlos Sainz segue evoluindo com a McLaren. O outrora superestimado espanhol de novo colocou Lando Norris no bolso para conseguir uma boa posição com a equipe, combalida moralmente com o fracasso no projeto Indy. Consistentes durante todo o final de semana, a dupla da Toro Rosso foi recompensada com sete pontos. Kvyat mais uma vez conquista um grande resultado por lá. Nada mal a estreia de Albon no principado.

Ricciardo salvou mais um problemático final de semana da Renault e foi o nono, com Romain Grosjean em décimo. A Alfa Romeo fechou o grid e Giovinazzi conseguiu a proeza de ficar atrás de Kubica. É o novo Vandoorne mesmo, não tem jeito.

Charles Leclerc tentou alegrar o domingo de quem acorda cedo para assistir uma procissão que não é uma missa mas pecou por forçar demais. Fez uma ultrapassagem, na outra danificou o carro e abandonou mais um final de semana caótico onde foi mal tratado pela Ferrari, logo em casa...

Hamilton chega a quatro vitórias em seis corridas e 17 pontos de vantagem. Bottas pode ser combativo, ter evoluído e tudo mais, mas fica claro que a questão é quando Hamilton será hexa e quando ele irá igualar o recorde de vitórias de Schumacher.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Amanhã sai o texto da Indy. Até!

sexta-feira, 24 de maio de 2019

VAI TER COMPETIÇÃO?

Foto: Getty Images
Nunca se deve responder a pergunta logo de cara, mas não, não teremos competição.

Nesta temporada, a Mercedes parece ter resolvido o seu calcanhar de aquiles, que são as curvas de baixa. Na Espanha foi um passeio, e agora em Mônaco as perspectivas são as melhores. O resultado? A dupla foi a mais veloz nos dois treinos livres.

A Red Bull é a única que pode talvez incomodar, mas o treino de hoje certamente deve ter sido bem desanimante. O problema é que, em Mônaco, Max bateu todos os anos e, considerando que a Red Bull hoje é um carro só (apesar de Gasly estar lentamente evoluindo), isso é um risco muito grande.

A Ferrari está fora de qualquer disputa. O carro é um fracasso. Será que vai dar tempo de fazer alguma versão B mesmo sem os treinos de antigamente? Vettel e Leclerc devem brigar novamente pelo quarto e quinto lugares, sempre considerando que Gasly é cadeira cativa em sexto e não deve passar disso. Será?

O que fica de positivo para a Ferrari é o lindo capacete de Vettel em homenagem a Niki Lauda. Bem que esse poderia ser fixo, hein?

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images
Outros destaques: o ótimo treino de Alexander Albon e finalmente Giovinazzi reagindo na Alfa Romeo. Será fogo de palha para ambos? Por outro lado, a McLaren pode enfrentar um pouco mais de dificuldades, assim como a Haas. Racing Point e Renault fora da parada. Stroll levando mais de 1 segundo do resto do pelotão. Williams segue sua triste sina. O mais engraçado que li durante a semana é que Mônaco não teria como "mostrar os avanços aerodinâmicos" da equipe. Que avanços?

Resta torcer que o imponderável do Principado nos ajude a ficar acordado antes da Indy. Do contrário, ao menos vamos ganhar umas boas horas de sono antes do que realmente importa.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP de Mônaco:




quinta-feira, 23 de maio de 2019

GP DE MÔNACO - Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:14.260 (Red Bull, 2018)
Pole Position: Daniel Ricciardo - 1:10.810 (Red Bull, 2018)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (Red Bull)
Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)

VERSTAPPEN SE DIZ SURPRESO COM O 3° LUGAR NA TABELA ATÉ AQUI

Foto: BeIn Sports
Dois pódios e todas as corridas entre os quatro primeiros. Este é Max Verstappen, atual terceiro colocado no Mundial de F1, a frente das duas Ferrari, outrora consideradas favoritas ao título no início do ano. Tudo isso surpreende o jovem holandês.

“Estamos satisfeitos com nossos resultados até aqui, por completo”, disse Verstappen, questionado pelo site americano Motorsport.com duraante evento em Zandvoort. “É o máximo que podemos alcançar. Somamos o máximo de pontos que poderíamos somar em cada fim de semana e estamos em terceiro no Mundial [de Pilotos], na frente da dupla da Ferrari, onde nós não costumamos estar”, apontou.

Apesar da classificação inicial, Max acredita que a Red Bull ainda é a terceira força do campeonato e que deve ser naturalmente ultrapassada pela Ferrari nas próximas corridas.

“Resumindo todas as corridas, nós fomos a terceira melhor equipe. Espero que a gente consiga melhorar isso para virar a segunda. Como equipe, você sempre quer mais. Mesmo assim, se você puder falar para si mesmo que maximizou os resultados, você precisa ficar satisfeito”, encerrou.


É o melhor início de temporada de Max Verstappen na F1. Se não teve um desempenho brilhante, foi regular e aproveitou todas as oportunidades. O talento e o arrojo estão lá. O amadurecimento parece estar vindo. Aproveitando as oportunidades, Max está tirando tudo e mais um pouco da Red Bull e é exatamente o que se espera de um líder de equipe e potencial campeão mundial. Ainda é cedo para afirmar, mas é possível colocar o braço a torcer e dizer finalmente que Max amadureceu.

HOMENAGENS PARA LAUDA

Foto: Getty Images
Este espaço é para algumas repercussões do mundo do esporte a motor sobre o falecimento de Niki Lauda, na última segunda-feira (20). Vamos a algumas delas:

- Nico Rosberg: “Caro Niki. Obrigado por tudo que fez por mim. Aprendi muito com você. Sua paixão, seu espírito de luta, de nunca desistir, a sua crença que sempre terá uma segunda vez na vida, e a sua paciência com nós novatos. Eu e todos os seus 100 milhões de fãs ao redor do mundo, que também foram inspirados a nunca desistir nos momentos mais difíceis, estão pensando em você e sua família, e desejam que você descanse em paz”.

- Ferrari: “Hoje é um dia triste para a F1. A grande família Ferrari soube, com profunda tristeza, da morte do nosso amigo Niki Lauda, tricampeão mundial, duas vezes com a Scuderia. Você vai permanecer para sempre em nossos corações e nos dos tifosi”, escreveu a Ferrari nas redes sociais.

“Todos na Ferrari estão profundamente tristes com a notícia da morte do nosso querido amigo Niki Lauda. Nossas sinceras condolências vão todas para sua família e amigos”.

"Acho que graças a sua bravura e seu carisma indiscutível, ele ajudou esse esporte a ser conhecido e amado no mundo. Tenho lembranças dele dizendo que minha abordagem suíça era exatamente o necessário para trazer ordem para a italiana Ferrari. Isso era o Niki, direto, mesmo sem concordar com ele o tempo inteiro, você não poderia deixar de gostar dele" - Mattia Binotto, chefe da Ferrari

"É um dia muito triste pra mim. Fui sortudo de ver ele correr para os fãs da Ferrari e para a Fórmula 1. Niki nos deixa após sofrer muito, e isso é doloroso para mim. Ele ganhou muito com a Ferrari e também com outras equipes, sempre foi um amigo. Era um piloto fantástico, um homem de negócios de sucesso e uma pessoa incrível. Sentirei sua falta" - Piero Ferrari, vice-presidente.

-Bernie Ecclestone:  “Quando ele estava no hospital, uma coisa que ele queria fazer era voar novamente. E ele queria ir a algumas corridas.Niki foi uma pessoa excepcional. Depois daquele acidente, ele ter voltado, algo que ele não deveria ter feito, levando em conta o fato que ele não iria conseguir. E ele conseguiu e pilotou de novo, foi novamente campeão do mundo. Ele foi uma pessoa muito especial. Sinto muito a falta dele. Ele sabia o que falar e quando falar. Ele não se continha quando havia alguma coisa no seu caminho. Como piloto, ele foi um super piloto. Niki era daqueles caras que sempre sabiam quando estava no limite e sabia se dava para buscar um pouco mais. Ele voltava depois da classificação e dizia que havia um pouco mais a buscar. As pessoas o respeitavam e o ouviam. Mesmo na equipe, as pessoas o ouviam. Ele era uma influência constante. Ele passou por alguns momentos ruins, negócios, como qualquer um. Ele amava a F1.


-Toto Wolff: “Antes de tudo, em nome da equipe e de todos da Mercedes, quero enviar nossas sinceras condolências a Brigit, aos filhos, à sua família e aos amigos próximos. Niki sempre vai ser uma das maiores lendas do nosso esporte. Ele uniu heroísmo, humanidade e honestidade dentro e fora do cockpit. Sua morte deixa um vazio na F1. Nós perdemos não apenas um herói que encenou o retorno mais notável já visto, mas também um homem que trouxe clareza e franqueza preciosos para a F1 moderna. Ele vai fazer muita falta como nossa voz do senso comum. Como companheiro de equipe ao longo dos últimos seis anos e meio, Niki sempre foi brutalmente honesto e totalmente leal. Foi um privilégio contar com ele em nossa equipe e testemunhar o quanto significava para ele fazer parte do sucesso do time. Niki, você é simplesmente insubstituível, não haverá jamais outro alguém como você. Foi uma honra chamá-lo de nosso presidente, e foi meu privilégio chamá-lo de meu amigo."

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 112 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 105 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 66 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 64 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 57 pontos
6 - Pierre Gasly (Red Bull) - 21 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 14 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 13 pontos
9 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 13 pontos
10- Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 10 pontos
12- Daniel Ricciardo (Renault) - 6 pontos
13- Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
14- Lance Stroll (Racing Point) - 4 pontos
15- Alexander Albon (Toro Rosso) - 3 pontos
16- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 3 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 217 pontos
2 - Ferrari - 121 pontos
3 - Red Bull Honda - 87 pontos
4 - McLaren Renault - 22 pontos
5 - Racing Point Mercedes - 17 pontos
6 - Haas Ferrari - 15 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos
8 - Renault - 12 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 6 pontos

TRANSMISSÃO:







terça-feira, 29 de maio de 2018

A INEVITÁVEL COMPARAÇÃO

Foto: Getty Images

Fim de semana com as duas provas mais importantes do automobilismo, no mesmo dia e apenas separadas por algumas horas. Mesmo que sejam de estilos e abordagens diferentes, é impossível não colocar Mônaco e Indianápolis no mesmo pote e tirar como conclusão qual das duas é a melhor.

Mônaco: o charme, o príncipe Albert, as celebridades, andar nas ruas de Monte Carlo, tão estreitas e desafiadoras para um carro tão largo como o de um F1. “Andar de bicicleta na sala”, diz Nelson Piquet. Sinceramente, não sei o quem interessa isso, só os ricaços que ficam em suas hiates curtindo a vida adoidada que possuem. De resto, o que vale para nós todo esse glamour assistindo pela TV de manhã, com sono e remela no olho?

Praticamente todos os pilotos foram unânimes em descascar a corrida de ontem. "Extremamente chata. Quer dizer, essa provavelmente é a corrida mais chata da F1. Sem um safety-car, uma bandeira amarela... O esporte precisa pensar um pouco sobre o espetáculo, porque é bem decepcionante", foi o que disse Fernando Alonso. Lewis Hamilton: "A mais chata de todas. Foram as 78 voltas mais longas de todas, não foi uma corrida. Não teve qualquer emoção. Não houve nenhuma ação. Quando a prova acabou, apenas agradeci."

Tirando casos exceepcionais (chuva e acidentes diversos), Mônaco é sim diferente. Aproveitando o clima de cassino, qualquer coisa pode acontecer, mas isso tem sido cada vez mais raro. Qual foi a última vitória realmente surpreendente? A do Trulli em 2004, talvez? A culpa não é só do circuito. A F1 tem sua parcela de responsabilidade. Ela não se ajuda. Com regras complicadas e carros que são naturalmente difíceis de acompanhar por perto em circuitos, não é difícil entender que em um circuito de rua isso será ainda mais impossível de ser feito.


Vitória de Trulli foi a última "surpresa" de Mônaco, em 2004. Foto: Getty Images

“É preciso ter ultrapassagens”. Claro. Apenas não concordo com as ultrapassagens artificiais, aquelas com o DRS. Uma corrida não se torna boa só porque teve 3242 trocas de posição onde basta um botão e deixar o carro da frente sem defesa. A disputa também pertence ao espetáculo. Alonso e Schumacher em 2006 que o digam. A aerodinâmica precisa ser repensada, mas não pode ser no 8 ou no 80. É preciso ter disputa, com chances de atacar e se defender de uma posição, não uma procissão ou uma artificialidade. Mônaco e toda a F1, hoje, não tem nenhuma das duas coisas. Para valorizar o espetáculo, é necessário criar condições para isso. A Liberty já entendeu o recado. Agora é ver o que eles estão tramando para o ano que vem e as novas regras de 2021.



Na Indy, o novo kit foi traiçoeiro. Carros mais lentos e muitas escapadas de traseiras fizeram vítimas experientes. Também não foi uma corrida repleta de ultrapassagens, exceto nas relargadas e o show de Alexander Rossi, que largou lá atrás. A Indy é uma prova muito mais democrática. Ela respeita a tradição do Bump Day e sempre dá a oportunidade para algum underdog fazer história. Ontem, por exemplo, se a amarela se mantivesse por mais algumas voltas, Oriol Servià ou Stefan Wilson (irmão do Justin) poderiam ter quebrado a banca. Não foi possível. Takuma Sato foi o vencedor do ano passado. Alexander Rossi, recém saído da F1, teve uma vitória caída do céu.

O fato é que, nesse final de semana, as duas corridas deixaram a desejar. Por tudo o que representam, o público merecia algo melhor. Evidente que nem sempre é possível fazer a corrida dos sonhos. A Indy se aproxima mais disso com vencedores diferentes, muitas surpresas e histórias de vida. O caso da F1 é muito mais preocupante. Apesar do equilíbrio das três equipes em termos de números (duas vitórias para cada), as corridas dependem basicamente do imponderável, e não é sempre que ele acontece. E quando não se concretiza, as corridas não passam de uma procissão por Mônaco.

Rossi foi um dos poucos ousados a fazer grandes ultrapassagens ontem. Foto: Autoweek

Até!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

MARCHA LENTA

Foto: Getty Images
Dois anos da decepção, a redenção. Finalmente Daniel Ricciardo venceu no Principado. Pela primeira vez na carreira a vitória veio largando da pole, o que quebra uma "tradição" de vitórias em atuações espetaculares, repletas de ultrapassagens, ousadia e reviravoltas. Bom, se considerarmos que o motor de sua Red Bull perdeu 160 cv devido a um problema e fez com que o australiano usasse apenas seis marchas durante mais da metade da corrida, pode-se considerar que foi uma vitória épica. Depende da boa vontade de quem julga. Segurar o pelotão com um carro 20 km/h mais lento na reta em Mônaco é ou não é um feito louvável? Eu acho. Uma bela vitória da Red Bull em sua corrida número 250, que teve de David Coulthard de Super Homem até o Shoey de Ricciardo no pódio de Monte Carlo.

O parágrafo está bem longo. É muito difícil escrever mais do que isso. Todos sabemos o que Mônaco representa no glamour e na parte esportiva. Bem, hoje não teve esporte. Foi um passeio, corroborado pelos próprios pilotos. O problema é da pista ou da aerodinâmica? Ou os dois? Na F2, há ultrapassagens. Hoje, apenas Max, que fez outra bobagem e saiu em último, ousou porque é de sua índole e porque nada podia piorar. Agora, tem metade dos pontos de seu companheiro e 2 x 0 em vitórias na temporada. Situação difícil.

Os carros da F1 não ajudam a ultrapassar. Ficar muito atrás gera turbulência. Soma-se isso a um circuito de rua e boom... confesso que dormi 16 voltas. O resto do grid ficou quase igual. Vettel, Hamilton (que estranhamente parou cedo e queria parar de novo; ia cometer uma bobagem tremenda e perder muitas posições), Raikkonen e Bottas completaram o passeio urbano.

Foto: Getty Images
Depois de Ricciardo, o piloto do dia foi Ocon. A primeira boa corrida do ano. Um ótimo sexto lugar para a Force India que cresceu nas últimas semanas. Outro que foi bem foi Pierre Gasly, marcando mais pontos para a Toro Rosso em sétimo. O motor nipônico é frágil, então aproveitar um circuito de rua e um carro com razoável aerodinâmica torna-se quase obrigação para quem deseja ganhar alguns euros a mais nos construtores. Hulkenberg, Verstappen e Sainz completaram o top 10.

Alonso teve um problema no câmbio e passou zerado pela primeira vez no ano. Agora, só os líderes que foram os únicos a serem presença constante nos pontos (a vantagem de Hamilton para Vettel caiu para 14 pontos). Correndo em casa, Leclerc perdeu o controle do carro e bateu em Hartley na saída do túnel. Depois, foi comprovado que havia um problema no freio de sua Sauber. Faz parte do aprendizado do jovem prodígio. Como escrito antes: muita calma nessa hora. Ademais, o mesmo de sempre: Grosjean e Williams agonizando no fim do grid.

Foto: AOL
O domingo foi dos australianos. A Indy foi proporcionalmente decepcionante. Escreverei com maior afinco sobre isso amanhã. Para dar uma maior emoção e imprevisibilidade, Sato, o vencedor do ano passado, bateu em James Davison. A partir de então, a dinâmica seguiu com mais acidentes.

O novo kit da Indy também fracassou. Poucas ultrapassagens, o que é ruim, e muitos carros saindo de traseira, proporcionando dificuldades, sobretudo aos experientes. Danica Patrick se despediu batendo. Ed Jones (esse nem é tão experiente), Bourdais, Hélio Castroneves e Tony Kanaan se envolveram em batidas. Uma pena para o baiano, que vinha para brigar pela vitória, mas teve um pneu furado e mudou a estratégia. Helinho quer voltar no ano que vem. Muito bacana ver o carinho do público americano com ele.

Alexander Rossi largou em penúltimo e deixou um show. Ultrapassagens por fora, arriscadas. Mereceu mais vencer hoje do que em 2016. Mas não se trata de merecimento, é fazer tudo certo na hora certa e contar com a sorte e competência. Ed Carpenter tinha tudo para ganhar. Perdeu relargando mal. Oriol Servià e Stefan Wilson, irmão de Justin, quase protagonizaram zebras históricas. "Sobrou" para Will Power, com fama de não andar bem em ovais, vencer pela primeira vez a prova histórica, que teve Scott Dixon em terceiro. O gaúcho Matheus Leist fez o que pode. Discreto com sua A.J. Foyt, foi o 13°. Uma corrida de sobrevivência. É o que vale, sendo um rookie em um ano tão desafiador com a mudança do kit.

Esse é o texto introdutório de algo mais amplo que tentarei escrever amanhã. Confira a classificação final do GP de Mônaco e das 500 Milhas de Indianápolis:



Até!