quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

RECOMEÇANDO - Parte 2

Foto: Getty Images

Hoje (ou ontem) aconteceu o segundo e último dia de testes dos novos pneus de chuva da Pirelli no circuito de Paul Ricard, na França. Apenas a McLaren não mudou de piloto: Na Ferrari, Vettel substituiu Kimi e Kvyat entrou no lugar de Ricciardo.

Ao contrário da primeira sessão, o tetracampeão colocou a Ferrari no topo da classificação, anotando o tempo de 1:06.750, seguido de Kvyat (1:06.833) e Vandoorne (1:07.758).

O belga voltou a ter problemas no motor e novamente abandonou a sessão antes do previsto. Ao todo, foram dadas 659 voltas, totalizando 2326 quilômetros percorridos.

Agora é aguardar os testes de pré-temporada em Barcelona, daqui quatro semanas. Até lá!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

RECOMEÇANDO

Foto: Getty Images
Aos poucos, a F1 e o blog estão voltando as suas atividades. Teremos mais alguns posts em breve (espero eu).

Pois bem, a Pirelli convidou a Red Bull, McLaren e Ferrari para testar os novos compostos de chuva hoje e amanhã no circuito de Paul Ricard, na França. Pois bem, no primeiro dia, a Red Bull, sem o roxo no carro do ano pasasdo após a saída da Infiniti, fez o melhor tempo da sessão, anotado por Daniel Ricciardo: 1.08.713.

Foto: Getty Images
Campeão da GP2 e rumo ao Japão para disputar a Super Fórmula em 2016, o belga Stoffel Vandoorne guiou o MP4-30 e terminou em segundo (1:09.131). Contudo, a equipe de Woking andou apenas 87 voltas, em virtude de mais um problema no motor da Honda (chega a ser pleonasmo). O planejamento era que cada equipe andasse 99 voltas, e a McLaren foi a única que não "cumpriu" o combinado.

Kimi Raikkonen ficou quase um segundo atrás de Ricciardo (1:09.637) e disse preferir os pneus do ano passado.

As equipes utilizaram os carros da temporada passada sem qualquer alteração de peças e equipamentos. O circuito foi molhado artificialmente (Bernie curtiu isso), através do sistema de irrigação do autódromo. Os três carros saíam ao mesmo tempo e andavam 10 voltas. Logo após, voltavam para os boxes até que a pista fosse molhada novamente.

Foto: Getty Images
OUTRAS NOTÍCIAS: Manor contratou Pat Fry e Nikolas Tombazis (ambos ex-Ferrari) para a equipe técnica. Esperamos que não se repita a situação de Bob Bell e Graeme London, que integraram a escuderia e depois saíram do projeto repentinamente.

A Manor, por sinal, segue com o mistério no anúncio da dupla de pilotos. Um que está praticamente certo é o indonésio Rio Haryanto, que deve trazer consigo 15 milhões de Euros de uma empresa de seu país. Pascal Wehrlein, Alexander Rossi e Will Stevens brigam pela única (?) vaga restante na F1 para a temporada 2016.

Por enquanto é isso, voltaremos em breve com os textos e outros posts, ainda em ritmo de férias e pré-temporada. Até!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

TEXTOS ESPECIAIS: "Aqui tem de tudo que é estilo e classe social"

Olá! O texto de hoje é uma entrevista. O resto vai estar descrito no texto. Tenham todos uma boa semana!

“Aqui tem de tudo que é estilo e classe social”

Ele é uma figura muito conhecida do bairro Azenha. Seu estabelecimento, o “André Cabelereiro”, localizado na rua 20 de Setembro, é um ponto de encontro para quem deseja conversar sobre quase tudo e qualquer tipo de assunto. A barbearia do simpático André Valim, 42 anos, morador de Viamão, reúne pessoas de diferentes idades e personalidades, e ele consegue se adaptar ao estilo da freguesia. Valim também falou sobre sua vida pessoal e deu seus pitacos sobre a sociedade atual. Confira:

Foto: Leonardo Sá
Há quanto tempo você tem esse estabelecimento?
– Eu tenho esse ponto há 18 anos (desde 1997). Trabalhava na barbearia do meu pai, na Carlos Barbosa, e decidi abrir meu próprio negócio.

Por quê?
–  Porque queria trabalhar sozinho e abrir meu próprio espaço, ser independente.

Você mora em Viamão. Por quê manter um estabelecimento em Porto Alegre ao invés de abrir uma barbearia em um local mais próximo?
– Já pensei nessa possibilidade. Entretanto, decidi permanecer aqui para não perder os clientes antigos. Muitos deles frequentavam a barbearia do meu pai e depois de um tempo vieram e viraram fregueses do meu estabelecimento.

Em termos de personalidade, seus clientes são muito diferentes uns dos outros? Qual é a sua relação com eles?
– Ah sim, existem “vários” tipos de clientes. Tem de tudo aqui: Os mais falantes, os mais quietos, de tudo que é estilo e classe social (Um dos seus clientes mais famosos é o comentarista de futebol Guerrinha). O último cliente, por exemplo (O “Japonês”). Ele nunca falou uma palavra sequer comigo. A primeira vez que ouvi a voz dele foi quando você perguntou sobre como ele sabia da existência do local. Por outro lado, alguns clientes acham estranho quando eu não puxo assunto. Muitos deles pedem que eu avise no celular quando o local está vazio para que venham sem ficar na fila de espera. Às vezes, eu envio, mas na maioria dos casos não tem como. Estou trabalhando, tenho que dar total atenção ao meu serviço e ao cliente.

Qual é a sua rotina de trabalho? Qual é o dia que tem mais movimento?
– Eu trabalho cinco dias por semana. Não abro no domingo e na segunda para resolver questões particulares, relacionadas a minha esposa e os meus dois filhos. Geralmente o dia que a barbearia fica mais cheia é no sábado, quando as pessoas aproveitam o final de semana para cortar o cabelo e a barba.

Quais são os seus hobbies quando não está no trabalho ou quando não há clientes no local?
– Aqui na barbearia, eu fico vendo TV. Adoro história e assistir documentários, principalmente os da Segunda Guerra Mundial. Também gosto de olhar filmes. E futebol, é claro. Assisto quase tudo, mastem uma coisa que eu detesto: fofoca de artista (risos).Também adoro ler, sou fissurado em livros.

Percebi. (Havia uma estante com três livros – Um de Nietzsche, a bíblia e um livro espírita). Quais são seus autores favoritos?
– Gosto muito de filosofia e de Nietzsche, mas leio de tudo. Sou muito fã de Nietzsche, comprei alguns livros dele num sebo aqui perto e viciei. Admiro os pensamentos dele... Sou muito aberto a novos autores e temáticas diferentes. Você viu na estante, estou lendo a bíblia e livros sobre espiritismo, mas me considero agnóstico. Esses dias eu vi um debate entre um evangélico e um espírita, me admirei muito com a argumentação do espírita. Não foi aquela coisa de apelar, gritar e essas baixarias, foi puro conhecimento. Estou admirado. Fico lendo aqui na barbearia e em casa, principalmente. Recentemente, terminei o livro “Capitão Philips” e “Símbolos”, do Dan Brown. Olhei algumas reportagens e artigos do Richard Dawkins, gostei muito. Certamente o próximo livro que eu vou ler será dele.

Algum outro hobby?
– Ah, eu adoro cozinhar. Sou uma pessoa muito caseira, gosto de ficar em casa com minha esposa e meus filhos, não sou muito de sair, só quando é necessário. Fico brincando com as crianças durante o dia e aproveito o tempo para fazer pratos mais elaborados. Um churrasco no domingo ou um jantar durante a semana. Uso bastante o forno à lenha que tenho em casa e convido meu irmão para comer com a gente. Gosto muito.

Você falou em uma das respostas sobre as mensagens de celular com os clientes. És assíduo nas redes sociais?
– Não tenho Facebook, nem WhatsApp e nem Twitter. Aliás, me incomodo muito com o Twitter. A pessoa vai lá e fica postando tudo o que faz, até quando vai no banheiro. Acho ridículo isso (risos). Minha esposa tem todas essas redes e fica me pressionando para abrir uma conta no Facebook. Não quero me envolver em problema. Um cliente, mulherengo, foi marcado em uma foto com outra mulher enquanto tinha relacionamento com uma outra. Nem preciso dizer que deu problema, né? Não quero confusão para o meu lado. Não tenho vontade de usar e não sinto falta. Minha esposa que fica o dia inteiro conectada (risos). Meu irmão já me disse: “Ainda bem que tu não tens essas redes, é muita confusão. Se puder, fique longe delas (risos). ”

Para encerrar: Em 18 anos, certamente deve ter acontecido um monte de fatos inusitados na barbearia. Poderia me contar alguma história engraçada que aconteceu aqui?
– Tem uma muito boa: Tinha um senhor que todo santo dia batia na porta e perguntava o preço do corte. E eu sempre respondia o mesmo valor, que deveria ser uns 15 ou 20 reais, não me lembro. E esse senhor sempre respondia: “Ah tá, vou lá pegar o dinheiro e já venho aqui, me aguarde! ” E eu esperava... E ele nunca vinha! (risos). Ele vinha para cá todo dia e sempre dizia isso, era folclórico. Mas, depois de um tempo, eu cansei. O homem veio e fez a pergunta de sempre: “Quanto custa o corte?”. E eu, dessa vez, respondi sem titubear: “80 reais!”. Ele tomou um susto e nunca mais voltou (risos).

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

TEXTOS ESPECIAIS: O homem por trás da tradição

Buenas, pessoal! Primeiro post de 2016 chegando! Enfim, era para eu ter postado um texto na semana passada com alguns dizeres desejando um feliz ano novo e etc, entretanto acabei viajando em cima da hora no dia que está previsto a postagem (terça ou quarta, dependendo do ponto de vista), e então ficamos sem post.

Enfim, ficam os meus votos para vocês e vamos ao que interessa: O texto de hoje foi produzido na época do feriado de 20 de Setembro no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha. "Desvendei" quem foi o autor da ideia da criação do parque Harmonia e posteriormente do Acampamento Farroupilha, que tornou-se uma grande tradição entre os gaúchos nessa época do ano. E, acredite, não é algo tão antigo assim:

O HOMEM POR TRÁS DA TRADIÇÃO

Foto: Jornal NH
Que o Acampamento Farroupilha é uma tradição dos gaúchos e um sucesso de público todos nós já sabemos. A edição de 2015, encerrada no último domingo (20), contou com a presença de 1,2 milhão de pessoas no Parque Harmonia, segundo os organizadores. O que muitos não conhecem é a história do Acampamento, quem o idealizou e há quanto tempo existe (menos do que você pode imaginar).

A ideia de criar um local para atividades relacionadas as tradições gaúchas surgiu nos anos 1970 e é de autoria de Curt Zimmermann. Engenheiro agrônomo, passou sua adolescência morando nas proximidades da rua Barão do Amazonas, no bairro Glória, na época uma área com características rurais. Apesar de estar ligado as tradições, só passou a conhecer a fundo a cultura gauchesca e a história do Estado quando começou a falar com o tradicionalista Glaucus Saraiva, em 1971. No mesmo ano, foi convidado a coordenar a execução de um gramado no terreno que envolvia a construção do Galpão Crioulo do Palácio Piratini, idealizado e projetado por Glaucus:

– Conheci nesta ocasião este apaixonado e estudioso gaúcho, que explanava a importância da cultura à nossa tradição, frisando ser necessário que os habitantes desta terra tivessem mais informações sobre o assunto, pelo fato de nossos antepassados terem deixado fartos rastros de bravura, gravados neste solo, caracterizando a história de um povo guerreiro e defensor deste sul desta grandiosa nação – Contou.

Curt, engenheiro da divisão de parques e praças da Secretaria Municipal de Obras e Viação de Porto Alegre (Smov), concluiu a construção do Parque Marinha do Brasil em 1981. No mesmo ano, o secretário RenzoFrancischini pediu que Curt o acompanhasse para conhecer uma área que ficava em frente ao prédio da Smov, que ia da Avenida Ipiranga até a Usina do Gasômetro. Analisando a topografia, concluiu que era possível fazer o aterro para abrigar o novo parque. Ele recebeu todo o apoio com máquinas para fazer o trabalho e materiais da antiga CRT, CEEE e Brigada Militar, além da doação de telhas, capim santa fé, saibro e brita fina. Curt relatou: "A execução desta obra em tempo recorde, foi algo realmente surpreendente, pois não havia verba prevista no orçamento do município para a execução do parque da Harmonia. O aporte financeiro foi mínimo."

Surgia o Parque Porto dos Casais. Mais tarde, o nome foi modificado para a nomenclatura conhecida atualmente, o Parque da Harmonia, por sugestão do então vereador Glênio Peres. Ainda em 1981, o parque já acolhia seus primeiros frequentadores, que faziam churrascos nos quiosques aos finais de semana. O local foi inaugurado oficialmente no dia 4 de setembro de 1982, servindo de parada para os gaúchos que visitavam a Capital durante a Semana Farroupilha. Os frequentadores mais antigos faziam suas gauchadas bebendo e tocando gaita ponto e violão, principalmente nos finais de semana, quando o parque é bastante utilizado por famílias.

Pela obra, Curt Zimmermann recebeu uma placa alusiva do prefeito e foi homenageado com o título de cidadão emérito da Câmara de Vereadores. Ele é contra o uso do Acampamento como palanque político. "Ao cruzares esta porteira, pendura no cabide da humildade teus preconceitos, diferenças e rivalidades, mas, se ainda conservares algum orgulho, que este seja o de ser gaúcho", afirmou.

Nos primeiros anos, não existia exatamente um acampamento, e sim grupos de amigos ou piquetes que ficavam na área da “fazendinha”. Eles cavalgavam até o parque um ou dois dias antes do 20 de setembro e ficavam ali como se fosse uma pousada ou ponto de concentração. Em 1984, a “Fazendinha do Harmonia” passou a ser administrada pela extinta Epatur( empresa pública municipal, responsável pelo turismo na Capital) . Em 1987, o Harmonia recebeu o nome de Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e foi realizado oficialmente o 1° Acampamento Farroupilha. Desde então, os acampamentos incorporam CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) e DTGs, piquetes e entidades diretamente ligadas à cultura nativista gaúcha. Em 1990, passou a ser cobrado espaço para comércio, quando a entidade 1ª Região Tradicionalista assumiu a coordenação. Em 1997, foram substituídos pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).

Com o passar dos anos, o número de entidades acampadas no Parque Harmonia aumentou consideravelmente a ponto de ser construída uma praça de alimentação e pontos comerciais, em 2004. Em 2005, acontece a profissionalização da festa, sendo obrigatória a apresentação de projetos culturais por parte das entidades acampadas e contrapartida financeira de todas as organizações comerciais (bancos, redes de comunicação, etc).


Os tradicionalistas têm muito a agradecer Curt Zimmermann. Seu pioneirismo em construir um local para a difusão e concentração da cultura nativista gauchesca mostrou-se muito acertada. Tanto é verdade que todo ano o Acampamento Farroupilha é aguardado ansiosamente pelos gaúchos e “estrangeiros” que desejam conhecer um local recheado de tradições gaúchas na cultura, gastronomia e moda (por que não?). Que venha o Acampamento 2016 com muita costela de chão, vaneirão truco e bombacha.

Até o próximo post, pessoal!