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terça-feira, 14 de março de 2023

2021, O DELÍRIO E A NOVA ERA

 

Foto: Getty Images

A temporada fantástica em termos de emoção, drama e polêmica, com contornos de filme hollywoodiano, fez com que a F1 estourasse fora da bolha em 2021. Ainda em um mundo no final da pandemia, a rivalidade entre o midiático Lewis Hamilton e o grande ídolo da bolha hardcore da F1, Max Verstappen, catapultou o sucesso da audiência da F1.

A série da Netflix e os movimentos da Liberty Media desde 2016 tiveram o grande ápice em dezembro de 2021. Ápice e decadência. A decisão do campeonato foi muito contestada, como vocês sabem. Basicamente, o então diretor de provas Michael Mais fez uma interpretação pessoal do regulamento e isso ajudou Max a ganhar o primeiro título. Mais do que isso, derrotar uma hegemonia.

Para quem não era muito afeito a categoria, poderia se pensar que a F1 deveria ser assim sempre. Emoção até a última volta da última corrida. Como vocês sabem, 2021 foi uma ilusão, um ponto fora da curva. A F1 é feita de hegemonias.

Pegando desde os anos 1980, tivemos os domínios absolutas da McLaren Honda, a Williams dos anos 1990, a Ferrari de Schumacher, a Red Bull de Vettel e a Mercedes de Hamilton. Se atentem a um detalhe.

Com os regulamentos e eras mudando esporadicamente, não é coincidência que tivemos três hegemonias consecutivas, praticamente. Schumacher, Vettel e Hamilton. Cinco, quatro e sete anos, respectivamente.

Carros dominantes sempre existiram em uma temporada, talvez duas ou três. Tivemos a Benetton de Schumacher, a McLaren do Hakkinen, a Renault de Alonso. O detalhe fundamental: naquela época, os testes eram livres e ilimitados. Equipes com estrutura podiam recuperar terreno no mesmo ano caso o início fosse complicado. Foi assim que a Ferrari garantiu o hexa para Schumacher em 2003, por exemplo.

A McLaren, na primeira corrida de 1998, deu volta em quase todo mundo. Se fosse com o regulamento atual, eles teriam vencido quase todas as corridas. No entanto, as equipes se desenvolveram e houve uma luta pelo campeonato, embora naquele ano Mika Hakkinen tenha garantido o primeiro título da carreira.

A troca de forças da F1 depende de novos regulamentos e desenvolvimentos de projetos a longo prazo. O primeiro caso é o famoso conto de fadas da Brawn. Uma leitura diferenciada do regulamento e a história foi feita.

Red Bull e Mercedes tiveram um carro bem nascido e, no caso dos alemães, uma grande vantagem inicial com o motor. Tanto é que a Williams, um dos piores carros do grid, passou a andar na frente justamente pela superioridade do motor alemão em relação aos demais.

Em regulamentos novos, é preciso tempo para que o equilíbrio seja alcançado. Vejam quanto tempo a Ferrari e a Honda demoraram para ser competitivas. A Renault ainda não chegou lá. 2021 foi o final de todo um processo.

Agora, com o novo regulamento iniciado no ano passado e que vai durar mais três ou quatro temporadas, a vantagem é da Red Bull. A Mercedes perde terreno ao fazer uma aposta equivocada. Sem testes ilimitados, vai demorar para que Ferrari, Mercedes ou qualquer outra cheguem no ápice do desenvolvimento. A Red Bull vai fazer isso primeiro. Talvez, no último ano do regulamento, possamos ter esse equilíbrio maior de forças.

Portanto, 2021 é uma ilusão. A F1 é feita de eras. A F1 moderna é construída por eras cada vez maiores. No momento, estamos no tempo de Max Verstappen e da Red Bull. Acostumem-se até, quem sabe, a chegada do novo regulamento.

Até!

terça-feira, 4 de maio de 2021

A ETERNA MONTMELÓ

 

Foto: AutoCircuito

Presente há muito tempo no calendário da F1, Montmeló também virou a casa da pré-temporada regular da categoria. Apesar de uma reforma que extinguiu a última curva, em alta velocidade, transformando-a em uma chicane, isso piorou o traçado, maçante, repetitivo e com poucas variações de estratégia justamente porque todas as equipes conhecem todos os detalhes de Barcelona.

Por isso, é difícil de lembrar grandes corridas inesquecíveis nos tempos modernos. Tentando puxar para a antiguidade: 

1996: primeira vitória de Michael Schumacher com a Ferrari - isso dispensa comentários:



2001: Mika Hakkinen liderava de ponta a ponta pra vencer a primeira na temporada 2001, mas o motor mercedes estourou na última volta e a vitória caiu no colo de Schumacher. Esse, entre outros motivos, fez o finlandês se aposentar no final do ano.



2016: na primeira corrida na Red Bull após a troca com Daniil Kvyat, Max Verstappen aproveitou a batida entre as duas Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton, segurou Kimi Raikkonen e venceu pela primeira vez na Fórmula 1, o mais jovem da história a conseguir tal feito.



Montmeló estava (ou está?) em vias de sair do calendário, só não saiu por problemas em outros circuitos como o Vietnã e a pandemia do coronavírus que cancelou muitas provas ano passado e nesse também. Pode ser uma das últimas edições nesse circuito tão tradicional e cheio de histórias, mas que há tempos não existe uma corrida empolgante. 

Espero que seja dessa vez. 

Até!


terça-feira, 25 de agosto de 2020

VÍDEOS E CURTINHAS #40

 

Foto: Alfa Romeo

Salve, pessoal! Notícia é o que não falta para este post, então vamos lá, sem enrolação:

- Apesar de Callium Ilott ser o líder do campeonato e o estreante Robert Shwartzman ser o segundo melhor piloto da academia da Ferrari na F2, a tendência mesmo é que Mick Schumacher esteja na F1 em 2021. Pelo que disse Mattia Binotto, a intenção, é claro, que o Schumaquinho comece na Haas ou na Alfa Romeo, equipes parceiras dos italianos. Talvez fosse uma decisão óbvia, mas Mick vem se mostrando um piloto apenas comum na F2. 

Como escrito antes, Ilott está merecendo mais e Shwartzman é muito mais talentoso. Enfim, Mick vai subir pelo sobrenome como todos sabiam. O mais engraçado é que se o alemão conseguir um resultado espetacular nas primeiras corridas, ninguém vai lembrar do "histórico na base". Sainz Jr e Vandoorne estão aí para lembrar disso.

Foto: Getty Images

E a Williams finalmente foi vendida. O anúncio foi na semana passada. O fundo de investimento americano Dorilton Capital efetuou a compra, sem valores divulgados publicamente. Oficialmente, a Williams deixa de ser uma garagista, o fim de uma era. Francamente, a Williams que todo mundo conhecia acabou com o fim da parceria com a BMW. O que vimos nos últimos 15 anos foi uma triste decadência que levou até esse momento. Com esse tal fundo de investimento e o papai Latifi bancando tudo, os ingleses pelo menos irão sobreviver. Eu fico pensando: o que leva um fundo de investimentos a comprar uma equipe de Fórmula 1? Como são um fundo, duvido muito que estejam no jogo só para lavar dinheiro. Eu aposto que, dentro de alguns anos, irão passar o negócio adiante recebendo menos do que gastaram.

Foto: Racer

- Jean Todt e Roger Penske em Indianápolis, no final de semana. O presidente da FIA disse abertamente que gostaria que a F1 voltasse para o Brickyard, onde teve provas entre 2000 e 2007. Tudo depende, é claro, da Liberty, que certamente deve achar mais interessante correr nas ruas de Miami... ah, além disso, aposto que aquela curva com esses pneus farofa iam causar muito temor em alguns telespectadores mais frescos... volta, Indianápolis!

Foto: FIA

A FIA anunciou as últimas quatro datas da temporada 2020. Como surpreendente, temos o retorno do GP da Turquia, ausente desde 2011 e sempre lembrado como o palco da primeira vitória de Felipe Massa, o maior vencedor nesse circuito. Além disso, teremos duas corridas no Bahrein (o GP do Bahrein e o GP de Sakhir), com a temporada se encerrando, é claro, em Abu Dhabi, no dia 13 de dezembro. Como escrito antes, é legal esse retorno a pistas esquecidas e que certamente nunca estarão de volta em situações normais. Seria bem legal se a Malásia retornasse. É um dos melhores traçados feitos pelo Tilke e faz falta no calendário. Confira as datas das corridas restantes na temporada 2020:

30/08 - GP da Bélgica
06/09 - GP da Itália
13/09 - GP da Toscana (Mugello)
27/09 - GP da Rússia
11/10 - GP de Eifel (Nurburgring)
25/10 - GP de Portugal
01/11 - GP de Emília-Romagna (Ímola)
15/11 - GP da Turquia
29/11 - GP do Bahrein
06/12 - GP de Sakhir
13/12 - GP de Abu Dhabi

Foto: Getty Images

Dono de uma boate na Sardenha, ele mandou reabrir em meio a pandemia. Lá, 60 pessoas, entre frequentadores e infectados, foram infectados com o covid. Depois, foi jogar bola numa pelada, sendo um dos jogadores Sinisa Mijalhovic, atual técnico do Bologna, que depois também esteve com covid.

Aos 70 anos, Flavio Briatore está internado em um hospital em Milão em estado grave em decorrência do coronavírus. Não duvide da gripezinha. Melhoras ao chefão, um dos malvados favoritos da história da F1.

Vídeos: hoje faz 35 anos da última vitória de Niki Lauda. Aproveite!

Como essa semana é o Grande Prêmio da Bélgica, impossível não postar a histórica ultrapassagem de Mika Hakkinen em Michael Schumacher há vinte anos:




Até!


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

NO TOPO

Foto: Sutton Images

No domingo, Hamilton irá ser coroado como hexacampeão, o quinto título pela Mercedes, sendo o outro com o motor alemão na McLaren. O texto desta semana relembra outra conquista dos alemães, dessa vez como motor da equipe inglesa, há vinte anos.

A história já foi contada brevemente por aqui, agora em todos os detalhes:

1999. Grande Prêmio do Japão. Mais uma vez, o circuito de Suzuka decidiria um título mundial. De um lado estava o atual campeão, Mika Hakkinen. Do outro, o irlandês e segundão da Ferrari, Eddie Irvine, que vinha de vitória na Malásia e era o líder do campeonato: 70 a 66. No entanto, bastava para Hakkinen a vitória para ser campeão sem depender de ninguém. No meio deles, um possível fiel da balança que já ajudou Eddie na etapa anterior: Michael Schumacher, recuperado da fratura na perna que o tirou de praticamente todo o ano de 1999 em Silverstone.

A polêmica tinha sido a desclassificação da Ferrari na etapa de Kuala Lumpur, o que daria o título antecipado para Hakkinen. No entanto, uma apelação bem-sucedida dos italianos manteve a disputa para a terra nipônica. Schumacher, prometendo ajudar Irvine, fez logo a pole, com Hakkinen logo atrás e Coulthard e Frentzen (Sauber) na segunda fila, com Irvine somente em quinto. Aí as coisas começavam a complicar...

Hakkinen fez uma largada fulminante e não tomou conhecimento de Schumacher para assumir a liderança. Olivier Panis, com a Prost, pulou para a terceira posição, seguido de Irvine, Coulthard e Frentzen. Mika foi abrindo loucamente para Schumacher e principalmente para Eddie, preso atrás da Prost. O finlandês chegava a ser dois segundos mais rápido por volta. Não se sabia se a Ferrari tinha preparado uma ou duas paradas. Enquanto isso, Hakkinen fazia a corrida de campeão, depois de tantos erros e atuações apagadas durante o ano.

Com a primeira parada dos pilotos, Coulthard superou Irvine e deixava o irlandês cada vez mais longe do título, com a estratégia de duas paradas. No entanto, o britânico rodou e bateu de frente, danificando o bico, e abrindo o caminho para Irvine.

Lá na frente, seguiu sentando a bota e conseguiu uma vantagem confortável de seis segundos. Coulthard, com o bico danificado, parou e voltou a frente de Schumacher, limitando sua corrida a apenas atrapalhar o alemão, matar qualquer chance de reação e sacramentar o bi de Mika.  E assim o fez. Mika Hakkinen venceu de ponta a ponta e garantiu o bicampeonato mundial, com Schumacher e Irvine completando o pódio. O jejum da Ferrari seguia, mas convenhamos, ninguém parecia triste com a derrota do irlandês, já acertado com a Jaguar para 2000.

Foto: Getty Images

Não chegou a ser uma hegemonia tal qual hoje, mas dois títulos seguidos, os primeiros da parceria McLaren Mercedes, mostravam a força do conjunto, que ainda era superior a Ferrari de Schumi que acertava e que, nos anos seguintes, fez história.

A Mercedes, enquanto equipe e motores, está desde os anos 1990 como protagonista da Fórmula 1. Domingo, veremos a história ser feita com Lewis Hamilton. Somos privilegiados. Até quando as flechas de prata vão seguir dando as cartas na F1?


Até!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O INESQUECÍVEL NURBURGRING

Foto: Getty Images
Há 20 anos, a F1 vivia um enredo diferente na briga pelo título e o surgimento de forças surpreendentes. Na ocasião, há exatas duas décadas a Alemanha recebia o Grande Prêmio da Europa, em Nurburgring, a antepenúltima etapa da temporada.

Com Schumacher ausente da disputa em virtude do acidente em Silverstone que quebrou uma das pernas, a Ferrari recorreu a Mika Salo e fez o segundão Eddie Irvine ser alçado a esperança italiana para quebrar o jejum de 20 anos sem taças. Na McLaren, Hakkinen buscava o bicampeonato. Os dois brigavam com muita irregularidade e erros individuais e da equipe. Em Monza, Frentzen, com a Jordan, venceu e se aproximava como uma terceira força, com duas vitórias na temporada. Lembra muito 2008: Hamilton e Massa irregulares e Kubica uma alternativa por algum tempo.

Em Nurburgring, Hakkinen e Irvine estavam empatados, com Frentzen 10 pontos atrás e Coulthard 12. Estava tudo em aberto. O alemão conquistou a segunda pole da história da equipe de Eddie Jordan, seguido por Coulthard, Hakkinen, Panis (Prost), Fisichella (Benetton), Hill (Jordan), Villeneuve (BAR) e Irvine apenas em nono.

Na largada, um problema com as luzes vermelhas forçou uma nova volta de apresentação. Na sequência, após a primeira curva, a Jordan de Hill ficou muito lenta. A Benetton de Wurz desviou dele mas não do brasileiro Pedro Paulo Diniz, que capotou e chegou a perder o aparato do santantônio. Ele foi para o hospital realizar exames de rotina mas não passou de um susto.

Foto: Divulgação
Frentzen, Hakkinen, Coulthard e Ralf Schumacher seguiam no primeiro pelotão, enquanto Irvine demorou para se desvencilhar da Benetton de Fisichella. Começou a chover, mas não em todos os setores da pista. Apresentando a habitual dificuldade, Hakkinen foi perdendo rendimento e foi para os boxes. Irvine e Salo também. A Ferrari queria botar pneus de chuva, mas Irvine não quis. Resultado: o irlandês perdeu muito tempo e estava praticamente alijado da prova. A impressão é que a Ferrari não queria que ele fosse campeão. Imagina todo o investimento para o Schumacher fazer história e a taça parar no Irvine, que sequer continuaria na equipe em 2000?

A chuva parou e Hakkinen se deu mal, precisando parar novamente. Com o tempo seco, Frentzen e Ralf foram aos boxes para reabastecer. Logo ao sair do pit, um problema elétrico sepultou as chances do alemão da Jordan em ser campeão.

Com a pista ainda escorregadia, Coulthard perdeu o controle e bateu. A chuva voltou forte e Ralf liderava. Enquanto isso, Hakkinen e Irvine se engalfinhavam lá atrás, prejudicados pela estratégia e pela má pilotagem. Enquanto isso, Trulli, Herbert, Barrichello, Villeneuve e a dupla da Minardi (Badoer e Gené) escalavam as primeiras posições.

Foto: Sutton Images
A liderança virou uma batata quente. A chuva voltou com tudo e Coulthard bateu. Pouco depois, a pista secou e Ralf parou para trocar de pneus. Fisichella assumiu a liderança, mas na quarta escapada de pista bateu e ficou fora. Na sequência, o líder Ralf teve o pneu traseiro direito estourado e precisou ir para os boxes. Herbert, com a Stewart, assumia a liderança, seguido por Trulli (Prost) e Barrichello (Stewart). Irvine e Hakkinen tentavam de tudo para somar algum ponto. Luca Badoer, com a Minardi, alcançava uma histórica quarta posição.

Até que o motor explodiu e a maior chance do italiano pontuar na carreira também. Ao sair do carro, irritado, começou a chorar copiosamente. Uma das cenas mais tristes da história. Uma crueldade com a Minardi e com Luca.

Foto: Reprodução

Foto: Getty Images
Villeneuve, com problemas eletrônicos, também abandonou. Hakkinen pressionou tanto Irvine que fez o irlandês escapar da pista para fazer a ultrapassagem. No final, sem mais surpresas, Johnny Herbert guiou para a terceira vitória na carreira e a primeira e única da Stewart, já vendida para a Ford, que virou Jaguar em 2000. Trulli resistiu a pressão de Rubinho e chegou em segundo, com o brasileiro atrás. Ralf foi o quarto e Hakkinen conseguiu um ótimo quinto lugar numa péssima corrida. Se Badoer ficou fora, coube a Marc Gené voltar a fazer a Minardi pontuar depois de quatro anos, com Irvine em sétimo.

Foto: Getty Images
Jackie Stewart fazia história ao ser mais um a vencer como piloto e dono de uma equipe própria. Hakkinen abriu dois pontos de vantagem para Irvine faltando duas etapas: a estreia da Malásia e o tradicional Japão. Nada melhor do que falar desta grande corrida em momentos onde se questiona se a vitória de Vettel foi merecida. Herbert mereceu vencer? Ou seria Frentzen, Coulthard, Ralf ou Fisichella? O que vale é que é isso que entra para a história: a disputa, o imponderável e a emoção da incerteza.

Até!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

AS ERAS MERCEDES

Foto: Getty Images

Pessoal, com o iminente penta de Hamilton e da Mercedes, o post de hoje vamos mostrar as três eras recentes da Mercedes sendo campeã na F1 nos últimos 20 anos.

1998 - Depois de retornar para a F1 como fornecedora da McLaren em 1996, os alemães e os ingleses encerraram o jejum de títulos e logo na terceira temporada sagraram-se campeões com Mika Hakkinen;



2008 - Quase 9 anos depois, a McLaren e a Mercedes voltaram a ser campeões, na já famosa e tão mencionada corrida disputada no Brasil onde Lewis Hamilton conquistou o primeiro título (e vai conquistar o quinto já neste final de semana).


2014 - Quatro anos depois de virar equipe, a Mercedes se beneficiou na mudança de regulamento e nos motores híbridos para mandar na F1. A disputa caseira entre Hamilton e Rosberg durou até o final, com o inglês conquistando o bicampeonato.



É isso pessoal, até a próxima!

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #35: BATALHAS E OUTRAS LEMBRANÇAS

Foto: Reprodução
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:

Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.



Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.



1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.



2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.



2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada. 



2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.

Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

INSANO

Foto: Grande Prêmio
Estava ansioso para poder escrever sobre uma das corridas mais épicas dos últimos 30 anos. Teve tudo que certamente não existe mais na F1. Acidentes, drama e um desfecho surpreendente.

Pra começar, com a chuvarada que estava na hora da largada, nem teria corrida. Iam esperar o circuito secar. Bom, ainda bem que naquela época não tinha essa frescura. Em 1998, a briga pelo título tinha a McLaren de Mika Hakkinen, que tinha o melhor carro e começou aquele ano de forma dominante, contra a Ferrari de Michael Schumacher, que reagiu logo em seguida. Antes de Spa, a vantagem do finlandês era de sete pontos (77 a 70).

No sábado, com tempo bom, a lógica: dobradinha da McLaren na pole. Uma surpreendente Jordan de Damon Hill parou no terceiro lugar, deixando as Ferrari de Schumacher e Irvine em quarto e quinto.

No entanto, mesmo no seco, o treino de sábado deu uma palhinha do que viria, com os acidentes de Jacques Villeneuve, numa combalida Williams Mecachrome, e Mika Salo (Arrows).




No domingo, a largada com chuva era uma realidade. Depois de todo mundo sair da primeira curva, Coulthard foi tocado por Irvine e acabou batendo de frente, voltando para a pista. Diante da falta de visibilidade para quem vinha atrás (com a água subindo fica impossível enxergar), o que aconteceu em seguida foi um grande efeito dominó: a Ferrari de Eddie Irvine, a Benetton de Alexander Wurz, a Sauber de Johnny Herbert, as Tyrrell de Ricardo Rosset e Tora Takagi, as Stewart de Rubens Barrichello e Jos Verstappen, as Arrows de Pedro Paulo Diniz e Mika Salo e as Prost de Jarno Trulli e Olivier Panis bateram entre si, causando o maior engavetamento da história da categoria. O resultado só poderia ser um: bandeira vermelha para retirar os carros e a sujeira da pista.



Mais de uma hora depois, a corrida teve uma nova largada. Rubinho, Panis, Salo e Rosset não participaram da relargada porque não tinham um carro reserva. Nisso, Damon Hill largou melhor e pulou para a liderança. Hakkinen rodou e foi acertado pela Sauber de Herbert. Fim de prova para o líder do campeonato e caminho aberto para Schumi vencer e assumir a liderança. A outra McLaren, de Coulthard, também se envolveu em um incidente com Wurz e caiu para a última posição.


Algumas voltas depois, Schumacher finalmente ultrapassou Hill e arrancou para a vitória, o que lhe daria a liderança no campeonato. Com 40 segundos de vantagem para o rival, Schumi foi passar o retardatário Coulthard. O escocês freou demais quando o alemão estava bem perto, não conseguiu desviar e acabou batendo na traseira da McLaren. Schumacher chegou a levar o carro sem bico e com três rodas para os boxes, mas não tinha o que fazer. Fim de prova e a grande chance de virar líder ir por água abaixo (com perdão do trocadilho). Possesso, o alemão resolveu invadir os boxes da McLaren para tirar satisfações, mas acabou contido pela turma do "deixa disso".


Pouco depois, Irvine rodou sozinho e pôs fim a corrida da Ferrari justamente na etapa número 600 na categoria. Com isso, Hill pulou para a liderança e o irmão de Michael, Ralf, ficou em segundo. Uma improvável dobradinha da Jordan se formou. Pra deixar tudo mais apimentado, a Benetton de Fisichella bateu em cheio na Minardi do Shinji Nakano, fazendo com que o Safety Car entrasse de novo na pista.

Com apenas seis carros na pista, coube ao campeão mundial de 1996 segurar a pressão do companheiro Ralf para vencer pela última vez na carreira e a primeira da equipe Jordan, logo com uma dobradinha. Também foi o último pódio da carreira de Jean Alesi, em terceiro com a Sauber. Heinz Harald Frentzen (Williams) foi o quarto, o brasileiro Pedro Paulo Diniz (Arrows) foi o quinto e Jarno Trulli (Prost) fechou aqueles que completaram a prova.

No fim das contas, pode-se dizer que os pontos que Schumacher perdeu fizeram falta na briga pelo título. Anos depois, Coulthard admitiu que fez um "brake test" na reta de Spa a pedido da equipe para beneficiar Hakkinen na disputa do título. Ralf, brigado com a Jordan rumo a Williams, também disse anos depois que, a pedido de Eddie Jordan e dos antecedentes da prova, não atacou Hill e se contentou com um segundo lugar.


Resumo da ópera: que insano! Será que Spa ainda é capaz de proporcionar essas emoções para a gente?

Até!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

OS GÊNIOS TAMBÉM ERRAM

Foto: Getty Images
A ideia do post era falar sobre os erros de Sebastian Vettel em momentos decisivos durante a carreira. Pesquisando e lembrando outras coisas de cabeça, decidi expandir para erros de outros grandes pilotos e alguns outros problemas que lhes custaram possíveis títulos.

A lista vai ser predominantemente de fatos recentes, pois não fiz uma pesquisa das décadas anteriores, então estarei devendo.

Vou começar com o próprio Vettel. Por incrível que pareça, quando ele erra é sinal de que será campeão, ao menos era assim até o ano passado. Em 2010 por exemplo, cometeu alguns deslizes que poderiam ter custado o seu primeiro título. Na Austrália, liderava até bater sozinho. Na Turquia, o famoso e histórico enrosco com Mark Webber, com direito a sinal de maluco e tudo mais.




Webber chegou a liderar o campeonato e tinha grandes chances de ser campeão. No entanto, bater sozinho diante da chuva da Coreia do Sul após sofrer um grave acidente de bicicleta minou com a sua única chance de título na carreira.




No ano seguinte, Seb caminhava para ser bicampeão sem sustos. Na caótica corrida do Canadá, liderava tranquilamente até escapar na última volta e perder a vitória para Jenson Button.


Em 2012, Vettel largou mal e foi tocado pela Williams de Bruno Senna, quase perdendo o título na primeira volta em Interlagos. O resto da história vocês já sabem: se recuperou e conquistou o tricampeonato.


Bem, no ano passado vocês lembram o que aconteceu...


Hamilton também sabe a sensação de fraquejar na hora decisiva. Na temporada de estreia, em 2007, estava prestes a fazer o inacreditável: ser campeão da F1 como novato. Bastavam alguns pontos na China, onde foi pole, e no Brasil para sacramentar a conquista. Bem...




Em 2016, ao começar muito mal a temporada e vendo Rosberg disparar na liderança, Hamilton poderia ter começado a reação na Espanha, quando largou na pole. Foi superado na largada e, ao tentar passar Nico...


Antes de Vettel, a última vez que um líder havia abandonado por uma batida foi Fernando Alonso, no Canadá, em 2005. Pra sua sorte, foi em uma temporada onde ele e a Renault sobraram, conquistando ambos o primeiro título.



Em 2010, durante o último treino livre, o espanhol bateu e a Ferrari não teve como recuperar o carro para o qualyfing. Largando de trás, Alonso perdeu pontos preciosos para a disputa do título...



2012. 29 pontos de vantagem para Vettel com um carro muito inferior. Alonso começou a perder o tri na largada do Japão ao se envolver em um incidente com Grosjean na largada.


Líder batendo sozinho não é novidade e também é impossível não lembrar do caso mais famoso de todos:


Raikkonen durante a temporada de 2005 estava 22 pontos atrás de Alonso na etapa de Nurburgring. Na última volta, a suspensão não aguenta e a McLaren bate na última volta, complicando ainda mais as chances do IceMan naquele ano...



Até o maior campeão de todos os tempos aprontou das suas. Em 1998, ele ia dar uma volta em cima de Coulthard no caótica GP da Bélgica. Quase rolou briga nos boxes. Em 2003, o ano do hepta, o título veio com contornos dramáticos, com direito a batida em Takuma Sato e incidente com o irmão Ralf.




Pra fechar, Mika Hakkinen. Sem Schumacher na disputa do título (tinha quebrado a perna no acidente de Silverstone), as coisas ficaram ao seu feitio para o bicampeonato de 1999. Entretanto, engana-se quem pensa que ele veio fácil. Pelo contrário. O finlandês teve que lutar até o fim contra o insosso Eddie Irvine, que chegou a prova final como líder do Mundial, e até algumas corridas antes a Jordan de Frentzen também estava no páreo. O sofrimento veio muito em conta de erros primários de Mika, como é o caso da rodada na Alemanha, quando liderava:



Moral da história: todos erram, inclusive os grandes. A questão é como dar sequência para não errar e sobrepor o talento em relação aos obstáculos existentes na categoria. Todo mundo tem teto de vidro, e quem não errou, adivinhe, ainda vai errar.

Até mais!


terça-feira, 17 de julho de 2018

HISTÓRIAS DE HOCKENHEIM

Foto: Instituto Ayrton Senna
No post de hoje, quatro histórias de corridas disputadas em Hockenheim. O Grande Prêmio da Alemanha volta ao calendário depois de dois anos fora, envolto em diversos problemas financeiros entre o circuito de Nurburgring. Diante da nova política da Liberty Media em valorizar os palcos históricos da Europa, a tendência é que os alemães não irão ficar de fora tão cedo do circo, justamente de onde são a atual tetracampeã do mundo de construtores e o piloto que busca o penta. Vamos lá:

Na temporada onde a McLaren destroçou as rivais (saudades, né?), Hockenheim mais uma vez foi palco da disputa Senna x Prost. Por falar nisso, duas semanas antes, o circuito teve o show de Michael Jackson em sua Bad Tour.

Na pista, o mesmo de sempre: o MP4/4 passando por cima de todos. Senna na pole e Prost em segundo. O francês tinha seis pontos de vantagem no campeonato (54 a 48), com quatro vitórias de cada um em oito etapas no ano. Na largada, o brasileiro se manteve na frente, enquanto o francês foi superado pela Ferrari de Gerhard Berger e a Benetton de Alessandro Nannini. Nelson Piquet, com a Lotus, acabou acertando a barreira de pneus logo na largada e abandonou.

Depois de doze voltas, Prost voltou a segunda posição e assim ficou definido: vitória tranquila de Senna, a quinta no ano e a décima primeira na carreira, diminuindo para apenas três pontos a desvantagem para o francês. Berger e Alboreto chegaram em terceiro e quarto para a Ferrari, Ivan Capelli com a March e Thierry Boutsen com a Benetton fecharam o top 6. Maurício Gugelmin foi o oitavo.


Pulamos dez anos. A McLaren seguia com o melhor carro, mas dessa vez tinha a ameaça de Schumacher com a Ferrari. Bem, na Alemanha isso não foi o caso. Hakkinen e Coulthard fizeram a dobradinha tanto no treino quanto na corrida, assim como Villeneuve pela Williams fechando o pódio. Damon Hill marcou seus primeiros três pontos com a Jordan em quarto, seguido pelos irmãos Michael e Ralf Schumacher fechando o top 6. Mika abriu 16 pontos de vantagem para Schumacher, consolidando a liderança da McLaren nos construtores. Rubinho, na Stewart, e Pedro Paulo Diniz, na Arrows, abandonaram logo no início da prova.


Cinco anos depois, uma nova disputa acirrada pelo título. Schumacher se recuperava de um início ruim, enquanto Raikkonen mantinha regularidade com a McLaren. No meio da temporada europeia, surgiu uma nova força: Juan Pablo Montoya e sua Williams. Ele fez a pole e venceu com mais de um minuto de vantagem em relação ao segundo colocado David Coulthard, com Jarno Trulli completando o pódio. Com pneu traseiro esquerdo furado faltando três voltas, Schumacher foi só o sétimo, chegando atrás de Cristiano da Matta. Raikkonen e Barrichello bateram na largada. Com o resultado, o colombiano assumiu a segunda posição do campeonato, seis pontos atrás do alemão.



Dez anos atrás. Outra disputa acirradíssima entre Ferrari e McLaren. Lewis Hamilton e Felipe Massa, ponto a ponto. Na Alemanha, Hamilton não teve dificuldades para fazer a pole e vencer. Nelsinho Piquet, que largou em 17°, aproveitou um Safety Car na pista para fazer uma parada a menos e chegar num surpreendente segundo lugar com a Renault, levando Felipe Massa com ele para o pódio. Foi a última vez que dois brasileiros estiveram no pódio. Isso não acontecia desde 1991, na Bélgica, quando Senna venceu e Piquet ficou em terceiro. Barrichello, na Honda, bateu e abandonou.

Com o resultado, Hamilton assumia a liderança do campeonato com 58 pontos, deixando Massa com 54, Raikkonen 51 e Kubica 48. Foi o único pódio de Nelsinho na F1, que no ano seguinte acabou demitido depois do escândalo do Cingapuragate.

Foto: Getty Images


Conclusão: saudades quando os brasileiros, a McLaren e a Williams brigavam lá na frente.

Até!

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A QUARTA ETAPA, HÁ 20 ANOS

Foto: Getty Images
Bom, como o GP do Azerbaijão será realizado apenas pela segunda vez, é complicado traçar algum tipo de paralelo histórico. Tava difícil pensar em algum post que se encaixasse aqui. Mas tentei.

Bom, no post do Bahrein eu relembrei o contexto daquele início do campeonato de 2008. Pra não virar uma série sobre o campeonato de 2008 (não que não mereça um especial, foi um campeonato incrível), quis apostar em outras frentes. Poderia falar dos 15 anos que Schumacher venceu um dia depois da morte da mãe, mas isso já foi abordado em outros lugares e a ideia aqui é buscar algo mais "trash" e diferente.

No caso, diferente até mais: a quarta etapa do campeonato de 1998. Depois do (último) título da Williams no ano anterior, os ingleses ficaram para trás com o motor Mecachrome após a saída da Renault. Coube a McLaren e a Ferrari polarizarem a disputa do título. Na abertura da temporada, na Austrália, uma surpreendente ordem de equipe fez Mika Hakkinen vencer pela segunda vez consecutiva, deixando David Coulthard em segundo. Michael Schumacher abandonou e saiu atrás na disputa.

No Brasil, outra dobradinha inglesa, na mesma ordem, com Schumacher em terceiro. A superioridade da McLaren era evidente. A sequência foi quebrada com a vitória de Schumacher no último GP da Argentina realizado até então, com Hakkinen em segundo e Coulthard apenas em sexto.

San Marino era a primeira corrida europeia do ano. Com a McLaren superior, não difícil colocar os dois carros na primeira fila: Coulthard fez sua sétima pole position, com as duas Ferrari logo atrás.

Haviam três brasileiros na categoria, e os três em carros bem ruins: Barrichello, na Stewart, foi o 17°; na mesma fila estava Pedro Paulo Diniz, com a Arrows e fechando o grid, de Tyrrell (a última temporada da escuderia), Ricardo Rosset.

Foto: Getty Images
Na largada, Hakkinen pulou para a liderança. Teoricamente, a hierarquia do time de Woking estava definida. Com um circuito travadíssimo, parecia que a corrida se manteria dessa forma. Pois bem, com um problema no câmbio, o finlandês abandonou e Coulthard, 20 segundos à frente, assumiu a ponta. No final, com problemas no carro, foi administrando a vantagem para um faminto Schumacher chegar em segundo, quatro segundos e meio atrás. Irvine completou o pódio, a dupla da Williams (Villeneuve e Frentzen) e Alesi (Sauber) nos pontos.

Nenhum dos três brasileiros completou a prova. Rosset e Diniz tiveram problemas no motor, enquanto Rubinho sequer largou.

O panorama do campeonato era o seguinte: Hakkinen se manteve com 26 pontos; Coulthard chegou a 23 e Schumacher 20. A briga durou até o fim, o que garantiu o primeiro título mundial de Mika.

Baseado no relato, a corrida não foi das melhores. Comparando com o que nós estamos vendo ultimamente, não chega a ser muito distinto. Enfim, essa "série" serve para comparar as épocas e o conceito de equilíbrio e desequilíbrio dos campeonatos, a qualidade das corridas, etc.

Espero no futuro começar outra série especial. Até mais, por enquanto!


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

UMA OUTRA FRUSTRAÇÃO

Foto: Wikipédia
Na semana passada, a grande notícia no mundo da F1 foi o fim da vexatória segunda passagem da parceria entre McLaren e Honda. Com a pausa no calendário, o blog resolve contar a história de outra parceria da McLaren que fracassou e que muita gente não lembra. Vamos lá.

Voltamos para o final de 1993. No primeiro ano após o fim da satisfatória parceria com a Honda (!), a McLaren resolveu apostar nos motores Ford para brigar com a imbatível combinação Williams Renault de 1992. Não deu certo. Apesar das cinco vitórias de Ayrton Senna na temporada, em nenhum momento o conjunto de Woking foi páreo para Alain Prost, que sagrou-se tetracampeão e se aposentou. A Williams terminou o campeonato com 168 pontos, o dobro da McLaren Ford, segunda colocada (sendo 73 pontos de Senna, 7 de Michael Andretti e 4 de Mika Hakkinen).


Insatisfeito com tamanha inferioridade, Senna estava disposto a ir para a Williams substituir Prost e voltar a brigar por títulos. Para tentar segurar o brasileiro, a McLaren recebeu propostas, uma delas da Lamborghini, que equipava o carro da Larrousse. A Crysler, que detinha a marca na época, forneceu alguns motores para a equipe de Woking fizesse os testes.

Senna testando a McLaren Lamborghini, em 1993. Foto: Getty Images
Senna fez o teste no circuito de Estoril e gostou. Disse que o motor precisava de mais potência mas que tinha tudo para fazer uma grande temporada em 1994. Hakkinen pilotou em Silverstone. Com aquele motor V12, foi cerca de um segundo e meio mais veloz do que em relação ao carro equipado com o Ford V8. Parecia o suficiente para que fosse feita a aposta na Lamborghini e de quebra convencesse Senna a permanecer na equipe.

Não foi o que aconteceu. No fim daquele ano, a McLaren anunciou de forma surpreendente um acordo com a Peugeot, que até então jamais havia participado da F1. A empresa entrou na categoria para combater a compatriota e dominante Renault. Até hoje não se sabe os motivos para que o negócio com a Lamborghini não tenha sido concretizado. Com Senna indo para a Williams, abria-se uma vaga para pilotar a equipe que tinha mais vitórias na F1 até então (104).

1994 era uma temporada importante. Estava sendo implementado um novo regulamento. A suspensão ativa, os freios assistidos e ABS e o controle de tração foram banidos. O objetivo era dar ênfase as habilidades do piloto para que elas se sobresaíssem (parece familiar esse assunto, não?). A Peugeot queria o compatriota Philippe Alliot como companheiro de Hakkinen. A pressão e o desejo de interferência enfureceram Ron Dennis. Alliot estava na F1 desde 1984 e tinha a fama de ser um piloto rápido mas propenso a acidentes. A escolha de Dennis foi Martin Brundle, também veloz, porém mais constante que o francês. 

Alain Prost testando o MP4/9 na pré-temporada de 1994. Foto: Pinterest
Antes disso, o recém-aposentado Prost chegou a testar o MP4/9 durante os testes de pré-temporada. Diante do “tanque” em que estava metido, acabou desistindo de se desaposentar. O novato motor francês já dava indícios de que não andaria no nível desejado pelos ingleses naquele primeiro momento (de novo, parece familiar, né?). Na época, segundo reportagem de Flávio Gomes para a Folha, o chassi do carro era “decente, um carrinho estreito, moderno, com cara de mau e, se tivesse um motor decente, certamente daria trabalho”.

A primeira versão do MP4/9 foi alimentado pelo motor Peugeot A4 V10, que produzia cerca de 700 cv. Logo nas duas primeiras corridas ele se mostrava pouco confiável, tanto Hakkinen quanto Brundle abandonaram nas duas primeiras corridas da temporada (Brasil e Pacífico) com falhas no motor. Na terceira etapa, em Ímola, foi introduzido o A6 V10 de 760 cv. Houve uma significativa melhora que levou Hakkinen ao terceiro lugar na fatídica prova e Brundle ao segundo lugar em Mônaco, corrida seguinte. Apesar disso, as falhas nos testes, treinos e corridas eram freqüentes e o motor era conhecido como uma “granada de mão”. O problema de confiabilidade persistiu até a Itália. No meio do caminho, Hakkinen conseguiu outro pódio, o terceiro lugar em Silverstone.

Hakkinen conquistou seis pódios com o MP4/9. Foto: Car Throttle



O finlandês chegou a enfileirar quatros pódios seguidos (Bélgica, Itália, Portugal e Jerez). Entretanto, em nenhum momento a McLaren sequer flertou com a vitória e terminou uma temporada zerada pela primeira vez desde 1980. Ron Dennis apostava na rivalidade francesa para alcançar um rápido desenvolvimento do novato motor Peugeot. Com os problemas constantes não sendo resolvidos, criou-se uma dúvida em relação a continuidade no projeto.

Hakkinen terminou o campeonato em quarto lugar, com 26 pontos. Brundle foi o sétimo, com 16. Os 42 pontos do conjunto McLaren Peugeot deixaram a equipe apenas em quarto nos construtores, 74 pontos atrás da campeã Williams Renault (118), 59 da Benetton Ford (campeã mundial com Michael Schumacher) e 29 da Ferrari. Um vexame para quem dominava a F1 no início da década.

Diante não só desses números como também do desempenho, a McLaren encerrou sua parceria com a Peugeot em apenas uma temporada e anunciou o acerto de um projeto com a Mercedes para 1995, que durou vinte temporadas (até 2014). A história nós sabemos: vitórias, competitividade e três títulos mundiais, dois de Hakkinen (1998 e 1999) e um de Lewis Hamilton (2008).




E a Peugeot, “que fim levou?” (leia com a voz de Milton Neves): bom, no ano seguinte os franceses fecharam acordo com a Jordan e posteriormente com a equipe Prost. Os resultados continuaram sendo ruins e a divisão de motores foi vendida para a preparadora Asiatech, que fechou em 2002.

Estatisticamente, podemos dizer que a McLaren vem de duas parcerias ruins nas últimas três que firmou. Resta saber se a McLaren Renault 2018-2019-2020 irá igualar ou piorar a situação. Até!

Brundle em Mônaco 1994. Foto: José Inácio





quarta-feira, 7 de junho de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #31

Foto: Getty Images
Fala, galera! Mais uma semana de corrida com algumas notícias e boatos fresquinhos. Vamos lá:

TRANSFERINDO A RESPONSABILIDADE - Com Hamilton 25 pontos atrás de Vettel, aliado a vitória dominante da Ferrari em Mônaco enquanto a Mercedes conquistou um tímido quarto e sétimo lugares, Toto Wolff parece estar colocando o favoritismo do Mundial para os italianos. Em entrevista, ele afirmou que "infelizmente, a Mercedes não tem o melhor carro". Creio que é blefe. Sim, é fato que a Ferrari foi muito melhor na última prova, mas o mérito de Vettel está na regularidade, tanto é que Hamilton e Bottas fizeram mais pole-positions. A diferença é o ritmo de corrida. Sem dúvida alguma, o momento é favorável para os vermelhos. Veremos como as flechas de prata irão reagir.

MASSA 2018? - A aposentadoria repentina de Rosberg permitiu a Massa e, consequentemente, ao Brasil continuar com um representante na F1. Com o papel de ser o "tutor"do jovem Lance Stroll, o brasileiro é o único que pontuou pela equipe até agora (20 pontos), o que justifica o sexto lugar da Williams, atrás de Force India (já distante) e Toro Rosso, com Haas e Renault apenas seis pontos atrás. Se seguir essa lógica, existe a chance da equipe da Grove terminar o ano em oitavo, até porque Stroll não demonstra nenhum sinal de que evoluiu até aqui.

Sentindo-se relaxado e tranquilo, Massa declarou que, se sentir que está na direção certa, pretende continuar na F1 por mais uma temporada. Pois bem, a Williams precisa optar entre se sujeitar ao dinheiro de um bilionário e não ter ambições ou ganhar menos e ter dois pilotos jovens, motivados e capazes de levar o time para a frente. Claramente, a escolha foi pelo primeiro, mas até quando isso vai valer a pena? Massa, que não tem nada a ver com isso, agradece. O Brasil também.

Foto: Jorge Sá
DE VOLTA? - Há 20 anos fora do circo, corre o rumor na imprensa europeia de que Portugal negocia o retorno para a F1. Segundo a revista "Autosport", representantes do autódromo de Algarve, construído em 2008, estão conversando com pessoas ligadas a F1. Isso seria um pedido do próprio governo português, com o apoio do prefeito da cidade de Portimão, sede do autódromo. A publicação frisa que as conversas estão em um estágio inicial, longe e sem previsão de alguma definição, seja positiva ou negativa para o desfecho do negócio.

Nos anos 1980 e 1990, o circuito de Estoril recebeu a F1 e saiu do calendário por apresentar estrutura defasada e falta de segurança. Vale lembrar que a Liberty Media deseja recolocar circuitos e praças tradicionais na categoria. França e Alemanha, por exemplo, estarão de volta ano que vem. Com a possibilidade de negociar um preço mais acessível do que nos tempos de Bernie, podemos esperar que talvez, nos próximos anos, o retorno dos gajos na F1. O último resquício foi com Tiago Monteiro em 2006, pela Midland. Antes disso, conquistou o único pódio português na F1 pela Jordan em Indianápolis, no inesquecível GP de seis carros.

RELEMBRE: O GP do Canadá completa 50 anos na F1. Em 1999, a corrida ficou marcada pelos acidentes de Damon Hill, Jacques Villeneuve e Michael Schumacher no muro da última curva, que desde então passou a ser intitulado de "Muro dos Campeões". O vencedor foi Mika Hakkinen, o único campeão que passou ileso nessa corrida.


Outra edição destacada é a de 35 anos atrás. Em 1982, Nelson Piquet venceu. Entretanto, o que ficou marcado foi a morte do piloto Ricardo Paletti. Na largada, a Ferrari de Didier Pironi ficou parada e o Osela do italiano bateu. O forte impacto contra o volante causou lesões no tórax e o piloto ficou preso nas ferragens. Enquanto a equipe médica tentava realizar o resgate, o tanque de combustível do carro explodiu e o carro pegou fogo. Paletti foi resgatado sem vida, mas foi declarado morto no hospital, vítima de hemorragia. Ele tinha 23 anos e fazia sua primeira temporada na F1.




Por enquanto é isso, até mais!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

VÍDEOS E CURTINHAS #26

Foto: Getty Images
Vettel foi o grande perdedor de ontem. Além de Verstappen não ter lhe dado passagem, o alemão perdeu o terceiro lugar e caiu para quinto, ficando atrás das duas Red Bull. Mais: tudo que está ruim pode piorar. De acordo com o regulamento da FIA, o tetracampeão pode ser multado e até mesmo suspenso do GP do Brasil depois da série de xingamentos a Charlie Whiting. Para isso, o diretor teria que apresentar uma denúncia ao Conselho Mundial, o que ainda não aconteceu. Vettel já pediu desculpas. A pressão de não conseguir vencer pela Ferrari deixou Vettel amargo. Ontem foi o ápice de todo seu mal humor durante o ano. Deu até para esquecer que ele chamou Massa de ridículo durante a disputa de posição dos dois na primeira parte da prova. Suspender seria mais uma atitude ditatorial da FIA, que não tem critérios nas punições há quase uma década. O xingamento de Vettel é um desabafo contra aqueles que estão matando a F1 e transformando esse esporte a motor em uma chatice sem fim. O alemão tem meu apoio.

* ROSS BRAWN - A informação do conceituado jornal alemão Auto Bild dá conta de que o ex-chefão da Ferrari, Benetton e Mercedes teria aceitado substituir o eterno Bernie Ecclestone no comando da categoria. Ele teria o apoio do grupo Liberty Media (novo acionista majoritário da F1) e do seu ex-colega de equipe italiana e presidente da FIA Jean Todt. O anúncio é questão de tempo. Em entrevistas recentes, Brawn estava reticente em retornar como chefe de equipe novamente, afirmando que "já tinha feito de tudo nessa função". A grande dúvida é saber qual seria a nova função de Bernie. A F1 deseja se tornar mais atrativa para os jovens, com a utilização das redes sociais como forma de interação e engajamento. Brawn no comando seria uma F1 cada vez mais a favor das gigantes e contra as pequenas, e isso não é bom. Enfim, o que resta é aguardar para ver se estou apenas chutando, baseado em seu histórico como dirigente ferrarista na metade dos anos 1990 e 2000.

* ESPECULAÇÕES - A Haas começou negociações com Magnussen. Gutiérrez não fica.
Queda de braço - O paddock tem certeza que Ocon será o parceiro de Pérez na Force India. A Globo insiste que detalhes separam o anúncio de Nasr no time de Vijay Mallya. É aguardar para ver quem tem razão. A vaga da Renault? Ninguém sabe, ninguém viu. O francês da Manor tem prioridade para assinar com o time também. Com isso, Wehrlein entraria na parada da Force India. Ilações confusas.
Stroll pode ser anunciado oficialmente ainda nessa semana. A Williams prepara um evento de apresentação, pois agora o canadense é maior de idade.

Foto: Tumblr
HAKKINEN - Ontem fez 17 anos (!!!) da conquista do bicampeonato, em Suzuka. Hoje, completam-se 18 anos do seu primeiro título, também em terras nipônicas. Confira!









Até!