quinta-feira, 31 de agosto de 2017

LEMBRANÇA

Foto: Continental
25 anos atrás. Um ano depois de estrear na F1 na mesma pista, o jovem Michael Schumacher, aos 23 anos, venceu pela primeira vez na carreira, pela Benetton. Outras noventa vitórias estavam por vir, você sabe. Ele foi o terceiro alemão a vencer na categoria, rompendo uma sequência de 17 anos sem vitórias do país.

O campeonato daquele ano já estava liquidado por Nigel Mansell. Seu companheiro de equipe, Riccardo Patrese, completou o pódio da primeira vitória de Schumi. Ayrton Senna foi o quinto.

Relembre:



quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CASOS DE FAMÍLIA

Foto: LAT Images
Episódio de hoje: quero passar meu companheiro de equipe mas ele quer me matar.

Rápida cronologia:

Canadá - Mais rápido, Ocon pede para que a equipe mande Pérez dar passagem e seguir ganhando posições. O mexicano recusou. Vettel vinha atrás dos dois e os ultrapassou. Pérez, aparentemente, não foi tão agressivo na defesa de posição do que em relação ao seu colega de equipe.

Baku - O primeiro atrito. Na disputa por posições, Ocon passa Pérez e "prensa" o mexicano. Os dois se deram mal. Diante de uma corrida tão tumultuada, a Force India perdeu uma grande chance de vencer pela primeira vez na história da categoria, além de jogar um pódio quase certo.

Foto: Motorsport
Bélgica - Pérez bate de leve em Ocon na largada, na subida da Eau Rouge. Mais tarde, o francês tenta passar o mexicano, que "prensa" o #31 quase no muro. Ocon não tira o pé e bate no mexicano, que teve o pneu furado. Parece ter sido o limite.

Declarações de Ocon acusaram seu "parceiro" de tentar lhe matar. Pouco depois, recuou, alegando que aquilo foi dito no calor do momento. Iriam ter uma conversa de "homem para homem". Pérez se desculpou pelo primeiro toque mas ficou chateado com a declaração de Ocon. A Force India deu um basta: eles não irão mais se encontrar na pista, e há maneiras de fazer isso acontecer.

Foto: Reprodução/Sky Sports
O comportamento de Pérez dentro e fora das pistas sempre foi motivo de críticas, desde os tempos de Sauber. Na McLaren, foi taxado de arrogante pelos mecânicos e conseguiu até tirar do sério o polido Button. Na Force India, não teve grandes tumultos com Hulkenberg, mas fica claro como ele não aceita perder, principalmente para um novato na equipe e que completou seu primeiro ano na categoria justamente na semana passada. Por enquanto, está na frente: 56 a 47.

Ocon é mais um daqueles pilotos que serão protagonistas do futuro da F1. Bancado pela Mercedes, não tem medo de ir para cima e já está aprendendo as consequências disso desde cedo: os abandonos, perdas de pontos e puxões de orelha. Por ter mais talento natural, provavelmente deve assumir uma posição de destaque dentro da própria equipe indiana antes de migrar para a Mercedes. Junto com Verstappen, é o mais agressivo na pista quando o assunto é ultrapassagens. Imagina os dois dividindo uma curva.

Pérez dificilmente irá arranjar algo melhor. Mesmo que tenha dinheiro, seus atos de insubordinação o afastam da Ferrari, por exemplo. Talvez ele mesmo saiba disso. Não deixou boa impressão na McLaren que, como vimos, começava a sua derrocada. Dificilmente os indianos irão conseguir domar suas feras: os dois acham que mandam por motivos diferentes (dinheiro e talento). A Bélgica não foi a última vez que os dois disputaram posição.

Isso obrigaria a Vijay Mallya e seus pares a tomarem uma atitude: o cantinho da disciplina (alô, Super Nanny).

Fiquem atentos aos próximos episódios dessa crise de relacionamento que chama a atenção na F1. Voltamos a qualquer momento para uma nova lavação de roupa suja.

Até!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

IMPECÁVEL

Foto: Getty Images
Mais um final de semana especial para Lewis Hamilton. Depois de igualar e superar o número de poles de seu ídolo Ayrton Senna, justamente em Spa ele empata com Michael Schumacher como o maior poleman da história da categoria, culminando com a vitória número 58 da carreira.

A corrida da Bélgica foi pouco movimentada, mas mesmo assim foi boa e emocionante. A atuação do inglês e de Vettel foram espetaculares. Os dois guiaram no limite. Vettel caçou Lewis a corrida inteira. Tentou, colocou o carro do lado, mas não conseguiu vencer. Entretanto, forçou a concentração do tricampeão da primeira a última curva. Surpreende que a Ferrari tenha dado trabalho para a Mercedes. Será que a história se repete semana que vem?

Ricciardo, Ricciardo... basta uma chance, uma oportunidade, ele vai e aproveita as circunstâncias da corrida. Que talento. Aproveitou a punição de Raikkonen por não diminuir a velocidade diante de uma bandeira amarela localizada (e a exagerada punição de três pontos na carteira) e a linda ultrapassagem em cima de Bottas, com pneu macio, na relargada. Com o carro inferior e mesmo assim, em condições normais, foi capaz de estar em seu sexto pódio na temporada. Ah se a Red Bull pudesse brigar pelo título...

Foto: Getty Images
Enquanto isso, Max Verstappen assiste nos boxes. Seis abandonos em doze corridas, cinco vezes ocasionadas por problemas no carro da Red Bull. A equipe sequer informou o problema de hoje. Max esbravejou no rádio. Mais do que nunca os taurinos necessitam de um carro confiável e competitivo para manter Max na equipe. Do contrário, o holandês já procura, desde agora, novos ares para no mínimo daqui dois anos. Não testem a paciência do garoto. Se é frustrante para quem assiste, imagina para o piloto?

Foto: Reprodução
Casos de Família: parte dois. Mais uma vez o inimigo da Force India são seus próprios pilotos. E os dois são culpados. Primeiro: Pérez defende excessivamente sua posição diante do companheiro de equipe e muitas vezes é um "gatinho" com os outros. Segundo: Ocon está sendo tão inconsequente quanto o mexicano. Se não tirar o pé e bater no companheiro de equipe é um sinal de quem não vai aceitar quietinho a posição na equipe, talvez não seja a atitude mais inteligente a ser tomada com seus superiores. Bob Fernley já disse que existem "milhares de maneiras" dos dois não se encontrarem mais nas pistas.

Diante da competitividade de ambos, que acreditam que mandam na equipe por diferentes razões (dinheiro e talento), os indianos têm sorte que dificilmente perderão a quarta posição no mundial. A atitude "subversiva" de Ocon pode agradar aos fãs, mas também pode afastá-lo, pelo menos por enquanto, da Mercedes. Pérez, nitidamente mais frustrado ainda por ter que se contentar em permanecer na Force India, parece ter como objetivo frear o hype do talentoso francês. Ou os dois se entendem, ou os dois podem até dançar no fim das contas.

Felipe Massa, para mim, foi o piloto do dia. Diante da Williams que cada vez mais regride e parecia não ter nenhum indicativo de um bom resultado esse fim de semana, o brasileiro foi aguerrido, fez ultrapassagens, teve uma boa estratégia e sorte para chegar em oitavo, garantindo pontos importantes para a equipe de Glove. Hulkenberg, com um carro de motor inferior a Ferrari e Mercedes, conseguiu um grande sexto lugar, carregando sozinho os franceses nos construtores. Grosjean se impõe ainda mais na disputa contra o errático Magnussen. Sainz garante seus pontinhos enquanto Kvyat e Palmer estão atolados. Alonso brilhou no início da corrida, mas a falta de potência e confiabilidade o fizeram não completar uma prova pela oitava vez na temporada.

Foto: Getty Images

O brasileiro Sérgio Sette Câmara venceu pela primeira vez na Fórmula 2. Na corrida de sábado ele chegou em sexto. Com o grid invertido, ele largou em terceiro na corrida de domingo, mas assumiu a ponta logo na largada e venceu. Foi o primeiro final de semana que Sette Câmara pontuou, somando 23 pontos, o 13° na classificação. Charles Leclerc, futuro piloto da Sauber, é o líder e virtual campeão, com 218 pontos. Olivier Rowland é o segundo, com 159 pontos e Arlem Markelov é o terceiro com 150 pontos. A última vitória brasileira havia sido em 2014, com Felipe Nasr, também em Spa. Faltam seis etapas: Monza, Jerez e Abu Dhabi.

Foto: F1Fanatic
Mick Schumacher guiou a Benetton B194 do pai Michael, que foi campeão mundial pela primeira vez com esse bólido, no palco sagrado onde Schummy venceu pela primeira vez na carreira, há 25 anos. Confira o vídeo. É emocionante. Dói saber que Michael não seja capaz de olhar esse lindo momento.


Confira a classificação final do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, já na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro.

Até mais!

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

ENTRANDO NA RETA FINAL

Foto: Getty Images
Finalmente a F1 voltou! Todos ansiosos e com saudade, ainda mais nessa temporada onde há uma disputa entre duas equipes. Hoje vai ser um "drops", um aquecimento para o que realmente importa: o final de semana;

- Raikkonen, como sempre, vai muito bem em Spa e foi o mais rápido no primeiro treino livre. Estimulado e sem pressão depois de renovar o contrato, seu histórico lhe permitir sonhar uma quinta vitória em solo belga. Para isso, terá que torcer contra Vettel. Do contrário, será o habitual escudeiro;

- Hamilton liderou o segundo treino livre. A Mercedes é franca favorita em Spa e em Monza, na semana que vem. Os circuitos necessitam de menos carga aerodinâmica, o calcanhar de aquiles dos alemães. Se nada der errado, Hamilton e Bottas são os grandes favoritos do final de semana. Basta a Mercedes para de vacilar nos momentos que podem lhe ajudar. Vettel estará sempre por perto para somar o maior número de pontos possíveis e vencer, por que não?

Foto: Getty Images
- Felipe Massa: a fase não é boa. Bateu logo na primeira tentativa de volta rápida no TL1. O brasileiro atacou a zebra forte demais na saída da última perna das curvas "Les Combes", perdeu e frente e, na tentativa de corrigir, acabou sendo projetado para a o muro, causando a única bandeira vermelha do dia. Com o chassi danificado, não conseguiu participar do TL2. O fim de semana deve ser difícil para Williams. Sem poder andar e em virtude de um erro, pior ainda. Síntese de uma equipe gigante que não ambiciona mais nada desde o fim da parceria com a BMW;

- Palmer: Ficou em 10° e 11° nos treinos. Pressionado e praticamente fora da equipe para o ano que vem, espera-se minimamente que ao menos faça um ponto na temporada. Apesar dos pesares, não creio que isso será possível nesse final de semana. A pista não favorece a Renault, mas será uma briga encarniçada com Williams e Toro Rosso. Haas e McLaren bem atrás;

Foto: Getty Images
- Vandoorne: o belga teve confirmada a sua permanência na McLaren. Necessária a resposta diante da pressão descabida de alguns fãs e jornalistas, ainda mais na sua corrida da casa. O belga, com um carro decente em mãos, tem tudo para ser um dos protagonistas da F1 no médio-prazo. Basta a McLaren colaborar.

- Alonso: especulação sem sentido a dele indo para a Williams. Sair de uma equipe de fábrica para uma versão A1 da Mercedes para paparicar Stroll. Só Massa, que estava aposentado, aceitaria isso. Alonso tem o maior salário da categoria. O dinheiro de Lawrence não fará falta. É melhor permanecer na caquética McLaren do que numa Williams sem futuro, entregue a Mercedes e Stroll. Ou então que vá para a Indy, se realmente deseja desafios e entrar para a história do automobilismo.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Bélgica:




quinta-feira, 24 de agosto de 2017

GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:43.726 (Ferrari, 2002)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

VERSTAPPEN QUER CARRO COMPETITIVO PARA FICAR NA RED BULL

Foto: Getty Images

O contrato do holandês vai até o final de 2019. Entretanto, Max já pensa em alternativas caso os taurinos não consigam brigar por títulos nas próximas temporadas. Seu ano é decepcionante: muitos abandonos por problemas no carro e apenas um pódio, na China. Com isso, ele está 50 pontos atrás de Daniel Ricciardo na disputa interna da equipe.

Durante a etapa da DTM em Zandvoort, em seu país natal, Max atendeu os jornalistas e falou sobre seu futuro na Fórmula 1. Ele pretende continuar na equipe onde tem contrato. "Atualmente, não estamos onde quero estar, mas isso não significa que você deve sair. Agora é o momento de trabalhar duro", afirmou.

No entanto, essa possibilidade não está descartada caso os problemas persistam. "Se não melhorarmos em dois ou três anos, aí seria uma história completamente diferente. Estamos trabalhando para sermos melhores agora, e depois do ano que vem vamos ver o que vai acontecer no futuro", encerrou.

Max é um futuro campeão mundial, provavelmente será o mais jovem da história. Talento, arrojo e competitividade ele tem de sobra. É óbvio que precisa ser lapidado, mas os predicados existem. Diante de ofertas sedutoras de Mercedes e Ferrari e quem sabe da McLaren, caso os britânicos melhorem (o que é improvável), o desejo de ser campeão irá bater mais forte. Comparando com o basquete, igual Lebron quando saiu do Cavaliers e foi para o Miami Heat e agora com Kevin Durant no Golden State Warriors.

No entanto, Adrian Newey e companhia são mais do que capazes para fazer as coisas acontecerem. Só falta a Renault ter mais potência de motor, o que permite de fato a Red Bull ser uma candidata real ao título no ano que vem ou em 2019.

ROSBERG NÃO DESCARTA RETORNO AO AUTOMOBILISMO PELA F-E

Foto: Getty Images

O atual campeão mundial de F1 afirmou, em entrevista para a agência de notícias DPA, que no futuro ele pode ser chefe de equipe ou piloto de alguma categoria, mas não da F1. Ele considera que lá sua carreira está definitivamente encerrada.

Prestes a ser papai pela segunda vez, ele não tem pressa caso decida retornar. Correr sempre foi divertido para mim, então vamos ver o que acontece. Eu sempre serei um apaixonado pelo esporte e sempre haverá opções para me envolver. Não precisa ser amanhã, pode ser em dez anos, mas sempre será uma possibilidade", afirmou.

Um dos caminhos interessantes para Nico seria a Fórmula E. A categoria do futuro está com um bom número de montadoras no certame: Audi, BMW, Citroën, Jaguar, Porsche, Renault e Mercedes.
"É o futuro do mundo. Será divertido ver todas estas fábricas colocarem suas cartas na mesa. Vai mudar nosso mundo completamente. Temos carros que vão se autoguiar, e não em 20 anos, é um processo que já está em curso. Estou muito interessado em ver como nossas vidas serão simplificadas por isso", encerrou.

Rosberg seria um atrativo e tanto na F-E, caso decida se aventurar por lá nos próximos anos. Entretanto, parece não fazer sentido abandonar a melhor equipe da F1 depois do título para retornar a uma categoria ainda embrionária mas bastante competitiva. Talvez o intuito seja se divertir em um novo conceito de competição automobilística sem a rigidez e o desgaste das 21 etapas da F1, o que deixaria Nico relativamente ausente de sua família, agora que terá dois bebês em casa.

Vou encerrar por aqui porque estou imaginando coisas demais, mas resumindo: seria interessante Nico se experimentar em um novo ambiente, agora que não irá mais correr com a pressão da necessidade de ser campeão do mundo, feito que já conquistou contra nada mais nada menos que Lewis Hamilton. Que faça bom proveito.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 202 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 188 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 169 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 117 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 116 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 67 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 56 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 45 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 35 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 26 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 23 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 18 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 18 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
16- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
17- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
18- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 357 pontos
2 - Ferrari - 318 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 184 pontos
4 - Force India Mercedes - 101 pontos
5 - Williams Mercedes - 41 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 39 pontos
7 - Haas Ferrari - 29 pontos
8 - Renault - 26 pontos
9 - McLaren Honda - 11 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:






quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SE QUEDA

Foto: Sky Sports
Surpresos? Nem um pouco, né? É o modo Ferrari de trabalhar, conservadora até o fim. Basta ver que o último piloto a permanecer menos de quatro temporadas na equipe foi Ivan Cappelli, quando foi dispensado antes do fim da sua primeira temporada, em 1992.

Desde então, segundões como Irvine, Barrichello, Massa e agora Kimi permanecem um bom tempo na equipe mesmo entregando resultados aquém da capacidade que o carro possui. Entretanto, tenho que ser justo: esse ano, com um equipamento melhor, Raikkonen flertou com a vitória no mínimo duas vezes, além da pole em Mônaco. Uma melhora notável em relação ao seu próprio desempenho nos últimos quatro anos. Diante disso, a renovação seria justa.

Afinal, era o desejo de Vettel, e tudo se encaixa: um piloto principal com um "segundão" de grife, campeão mundial. Aliás, outra coisa que pesa: querendo ou não, Raikkonen é o último campeão da Ferrrari. Isso é muito valorizado pelos tifosi.

Uma grande pessoa, um piloto que já passou do auge e está ocupando uma vaga valiosíssima na F1, claramente sem disposição, motivação e saco para continuar, mas lhe pagam bem. Esse é Kimi Raikkonen, que seguirá na Ferrari até a benevolência da alta cúpula ferrarista, e de Vettel, claro.

Enquanto isso, Pérez já pode matutar que dificilmente irá retornar a uma equipe grande. Já não é mais uma promessa. O futuro pertence a Charles Leclerc e até Antonio Giovinazzi, em um futuro distante, pois estamos tratando de Ferrari, lembre-se. O bom é que a categoria mantém um de seus pilotos mais populares e experientes, o que ajuda no engajamento e para que nós não se sintamos tão velhos assim.

Até!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: F1Fanatic
Meu primeiro texto com 22 anos de idade, escrito ainda aos 21. Voltamos com a parte final da análise do desempenho dos pilotos nessa primeira metade da temporada, agora com os dez últimos na classificação do campeonato. Confira:

Foto: F1
Felipe Massa – 6,5 = O começo da temporada foi ótimo. Acumulou os pontos que pode. Com a manutenção das deficiências dos carros anteriores no FW40, não consegue render em circuitos travados e/ou com chuva. Foi muito, mas muito mais rápido que Stroll, o que pode viabilizar sua permanência na categoria após uma aposentadoria relâmpago no ano passado. Canalizando esforços para 2018, o primeiro com Paddy Lowe a frente do projeto da equipe de Grove, Massa brigará pelos últimos pontos disponíveis, precisando ter a sorte que historicamente não tem, como em Baku, onde poderia ter vencido. Deve continuar na Williams.

Foto: F1Fanatic
Lance Stroll – 6,5 = Não está pronto para a Fórmula 1. Entretanto, sua nota é a mesma de Felipe pelo motivo óbvio do pódio em Baku, onde teve competência de apenas não se envolver em acidentes. Não tem velocidade e sofre em guiar o carro. É normal, visto que tem apenas 18 anos e queimou etapas importantes. Entretanto, o dinheiro que tem e esse pódio conquistado ao acaso irá garantir o canadense na F1 por muito tempo, mesmo que dificilmente entregue algo a mais para a Williams. Pois então, já fez mais que eu esperava: está na história da categoria como o mais jovem a ir para o pódio, o que é lamentável. A vida não é justa.

Foto: F1Fanatic
Romain Grosjean – 6,5 = Altos e baixos com a Haas. Está levando vantagem diante do duro Kevin Magnussen. Está sendo atormentado pelos problemas de freio desde o ano passado (mesma reclamação que Felipe Nasr tinha ano passado, com a Sauber).  Com menos recursos, cada ponto conquistado é importante na briga por milhões de euros a mais no orçamento do ano que vem. Seu grande objetivo é bater o dinamarquês, o que vem acontecendo até aqui.

Foto: AutoSport
Kevin Magnussen – 6,5 = Seu grande momento na temporada foi mandar Hulkenberg chupar suas bolas após o GP da Hungria. De fato, o filho puxou o pai Jan, sem papas na língua e com comportamentos de certa forma criticáveis na pista. Ele espalhou Hulk sem necessidade. Durante a temporada, está fazendo um duelo equilibrado com Grosjean, mais experiente na categoria e na equipe. Seu estilo fanfarrão já gera muitos fãs e haters. Ao contrário dos últimos anos, dessa vez sua permanência em uma equipe está garantida.

Foto: Motorsport
 Fernando Alonso – 7,0 = Tema do último post, é um desafio escrever algo inédito por aqui. Vou tentar: com um carro horrível, só o fato de completar uma corrida é digno de comemoração. Quando pontuou pela primeira vez, já foi incrível. Quando foi o sexto na Hungria e com a volta mais rápida da corrida, é o ápice. Um desperdício de talento, sem dúvida. A Liberty precisa dar um jeito para segurar seu grande meme e símbolo de carisma na atual F1 (quem diria, hein?). O talento continua ali, e isso ninguém pode tirar. A Honda deveria se envergonhar em simplesmente não dar um motor decente para o espanhol em três anos de trabalho.

Foto: DNA India
Pascal Wehrlein – 7,0 = Pontuar duas vezes com o pior carro do grid e com o motor Ferrari do ano passado já justifica a nota do alemão, ainda mais que ele fez essas proezas após se recuperar de um grave acidente na pré-temporada que o impossibilitou de participar das primeiras corridas da temporada. Portanto, não estava 100%. No meu mundo paralelo, Wehrlein estaria na Mercedes nessa temporada ou na Force India na próxima. Azar de Bottas. Como isso não vai acontecer, resta ao talentoso alemão torcer pela benevolência de Toto Wolff para achar algum lugar melhor no ano que vem. Seu talento precisa ser lapidado em desafios maiores.

Foto: F1Fanatic
Daniil Kvyat – 5,0 = O pior piloto do ano. Desempenho fraco e acidentes lamentáveis. Infelizmente, não se justifica mais a permanência do russo na F1. Sua renovação já foi forçada, meio que uma espécie de reparo ao fato de ter sido rebaixado da Red Bull. Estar atrás de Wehrlein no campeonato e ter mais pontos na carteira do que no campeonato resumem seu momento. É uma pena, pois torço para o russo. Entretanto, o programa de pilotos da Red Bull está numa entresafra desgraçada, tanto é que mesmo assim, Pierre Gasly não foi chamado para a Toro Rosso, e parece que não será novamente. Para o segundo semestre, a indagação: será Kvyat suspenso por um GP por fazer os 12 pontos de infração na carteira da FIA?

Foto: Racing Motor Sports
Stoffel Vandoorne – 6,5 = Críticas injustas me deixam puto. Enquanto são benevolentes e chamam Stroll de “superestrela” por um pódio acidental em um carro que deveria pontuar regularmente e não esporadicamente, o talentoso belga sofre por ser companheiro de Alonso. Obviamente, todas as atualizações e peças dirigem-se ao espanhol. Com o carro problemático e defasado, a distância para Alonso é ainda maior do que seria se ambos estivessem em condições igualitárias na equipe. Participou de incidentes na Espanha e em Mônaco (onde teve grande chance de marcar muitos pontos), mas foi para as férias com um pontinho no campeonato, o que traz alívio e confiança para seguir o trabalho. Vandoorne, com um carro bom, tem tudo para ser protagonista da F1. 

Foto: Motorsport
Jolyon Palmer – 5,0 = Zerado com a Renault. Sua renovação foi um absurdo, o que já tinho escrito por aqui e no Twitter. Desempenho fraco ou acidentes. Quando não é isso, o carro quebra. O campeão da GP2 de 2015 pode sequer terminar a temporada. O hype Kubica está vindo com tudo. Mas, convenhamos, Jolyon não fez o suficiente para merecer uma segunda temporada na F1, e conseguiu piorar seu desempenho mesmo com a evolução do bólido francês. Melhor o pai Jonathan encontrar outra categoria para o filho em 2018.

Foto: Portal Race
Marcus Ericsson – 5,5 = Outro que não deveria estar na F1. Entretanto, não tem o que fazer no fraquíssimo carro da Sauber. Ainda assim, consegue a proeza de perder nos três anos em que esteve na equipe, dois como piloto dos investidores suecos. Evidente que Wehrlein e Nasr são muito melhores que ele, mas diante de tais regalias isso pega muito mal, mais ainda no caso do piloto alemão, que conquistou seus melhores resultados sem estar com 100% das condições físicas. Todavia, como é o dono da equipe, seguirá completando o fim do grid e aparecendo raramente na transmissão da FOM.

Essa foi a minha análise dos pilotos até aqui na temporada. Você concorda? Discorda? Comente!

Até mais!


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

PIQUET, 65

Foto: MotorSport
Hoje Nelson Piquet completa 65 anos. Um dos maiores pilotos da história não só do Brasil mas de todo o automobilismo. Dispensa apresentações. O post de hoje é um tributo com três vitórias inesquecíveis de Nelson. Vamos lá:

1980 - Na época, o Brasil estava há cinco anos sem vitórias. A última havia sido por Emerson Fittipaldi em 1975. Depois que fundou a Copersucar, o país vivia vacas magras. Entretanto, o jovem Nelson Piquet, aos 23 anos e na terceira temporada na F1, venceu pela primeira vez na categoria no dia 30 de março de 1980, no Grande Prêmio dos Estados Unidos-Oeste, em Long Beach. Largando na pole, liderou de ponta a ponta e venceu facilmente. Emerson Fittipaldi foi o terceiro em seu último pódio na F1. Nessa corrida, Clay Regazzoni se envolveu em um acidente com John Watson e ficou paraplégico. Tudo isso com a narração de Galvão Bueno pela Bandeirantes!


1983 - Na abertura da temporada onde seria bicampeão, Piquet largou em quarto em sua casa, Jacarepaguá. Apesar de Keke Rosberg dominar os treinos, o brasileiro deu show na corrida, onde ultrapassou o finlandês, Prost e Patrick Tambay e na sexta volta já liderava, de onde não saiu mais. Nessa corrida teve pela primeira vez a execução do Tema da Vitória para o triunfo de um piloto brasileiro.


1990 - Na corrida 500 da F1, o bicampeonato de Senna já havia sido definido no Japão, onde Piquet havia vencido com a histórica dobradinha com Roberto Pupo Moreno pela Benetton. O tricampeão também venceu a última prova daquela temporada em mais uma disputa com Nigel Mansell. Senna, pole e líder por 61 voltas até rodar e abandonar. Piquet assumiu a liderança e era atacado pelo inglês. Na última volta, pressionado, o brasileiro aproveitou a retardatária Brabham para ficar com um carro de distância sobre Mansell na última curva e ficou na parte limpa. O inglês, na parte suja, tentou passar, mas Piquet fechou a porta, forçando Mansell a ter que tirar o pé e evitar uma batida. Piquet terminou em terceiro naquele Mundial.



Por enquanto é isso, pessoal. Em breve a parte 2 da análise parcial da temporada. Até mais!



terça-feira, 15 de agosto de 2017

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 1

Foto: Motorsport
Já é tradição: durante as férias de verão na Europa, a F1 para por quatro semanas. Durante esse período, faço a análise da metade da temporada + uma corrida que se passou. Sem mais delongas, vamos às notas:

Foto: Sky Sports
Sebastian Vettel – 9,5 = Condução quase irrepreensível, exceção o descontrole emocional em Baku e o furo do pneu em Silverstone. Quando a Ferrari tinha um ritmo melhor, foi combativo, conseguindo poles e vitórias na base de undercuts e da superioridade da Ferrari. Quando a Mercedes cresceu nas últimas provas, foi preciso: quase sempre no pódio, perdendo o mínimo de pontos possíveis. Pontuou em todas as provas. Entretanto, a metade final será complicada para a Ferrari. O W08 Hybrid parece ter se acertado e a maioria dos circuitos favorece aos alemães, exceção talvez de Cingapura, Suzuka e Sepang, talvez Interlagos. Se manter o ritmo dessa primeira parte, Vettel será penta ou certamente venderá muito caro o título para Hamilton.

Foto: Boletim do Paddock
Lewis Hamilton – 9,0 = É menos consistente que Vettel. Quando vence, sobra. Quando a Mercedes tem dificuldades, está sendo superado por Bottas nos treinos, o que não era esperado, apesar de recuperar em algumas corridas. Ainda é o favorito ao título, dispõe de melhor equipamento, mas precisa ter cuidado com Bottas. Apesar de ser o piloto número um, tem apenas uma pequena distância para o finlandês, e aparentemente a Mercedes está trabalhando para que os dois briguem livremente pelo campeonato. Se Hamilton tiver menos problemas nas corridas onde a Mercedes não é dominante e conseguir o maior número de pontos possíveis igual Vettel, será tetracampeão mundial.

Foto: Motorsport
Valtteri Bottas – 9,0 = Vem fazendo muito mais do que todos imaginavam. Tão combativo quanto Rosberg ou até mais, considerando que esse ano as flechas de prata tem um concorrente ao título. Veloz nos treinos, não consegue repetir o ritmo nas corridas. Apesar de tudo, possui duas vitórias. Claramente Bottas já fez o suficiente para garantir mais um ano na equipe alemã. Se conseguir acumulando pontos e comendo pelas beiradas, tem pequenas chances de surpreender. Seu título seria uma das maiores zebras da F1 nas últimas décadas.

Foto: Motorsport
Daniel Ricciardo – 8,5 = Faz o que pode com a Red Bull. Teve seu trabalho recompensado pela sorte e competência (óbvio) em Baku. Está se beneficiando dos inúmeros infortúnios de Verstappen para ter uma vantagem mentirosa no mundial, mas o problema não é do australiano. O que podemos dizer é que: tomara que os taurinos consigam dar um carro para os dois brigarem pelo título nos próximos anos. É um desperdício ambos brigando apenas por pódios esporádicos.

Foto: XPB Images
Kimi Raikkonen – 7,5 = Outra temporada medíocre recompensada com mais uma renovação com a Ferrari. É o segundão da Ferrari, mas pouco consegue atrapalhar as Mercedes, tanto é que está atrás de Ricciardo e sequer venceu na temporada. É verdade que nas duas oportunidades que teve ele foi podado pela equipe em prol de Vettel, mas era para o IceMan estar fazendo muito mais. Enfim, teremos mais um ano com o finlandês no grid andando atrás do alemão.

Foto: The Sun
Max Verstappen – 7,0 = Problemas com o carro e sua imprudência resultam em  um ano frustrante. Apenas um pódio, na China. Entretanto, com largadas agressivas (até demais) e defesa de posição implacável, Max dá aperitivos de suas habilidades. Precisa trabalhar mais a cabeça e parar de se preocupar em querer ser o “vilão” da F1. Não precisa disso. Entretanto, parece que só aprenderá essa lição quando sua inconseqüência resultar em um grave acidente ou um incidente que lhe impossibilite de brigar pelo título quando tiver essa oportunidade em um futuro não muito distante. Enquanto isso, seguirá com seus limitados brilhos proporcionados pela sua habilidade e pela falta de competitividade da Red Bull.

Foto: Motorsport
Sérgio Pérez – 7,5 = Outra temporada consistente. Só falta o pódio. Ao que tudo indica, mais uma vez sua ida para a Ferrari será frustrada. Está duelando fortemente com o companheiro de equipe Ocon, onde já se estranharam duas vezes e perderam uma grande chance de brilhar em Baku. Pérez precisa controlar os nervos na guerra interna e respeitar a ordem de comando. Para ser piloto da Ferrari, é necessário ser ou um gênio, ou um bom capacho.

Foto: DNA India
 Esteban Ocon – 7,5 = Chegou chegando na Force India. Ele e Wehrlein deveriam estar brigando pela vaga na Mercedes, mesmo com Bottas surpreendendo na equipe alemã. Anda de igual para igual com o experiente mexicano, há quatro anos na Force India e há sete na F1. Tem potencial para ser campeão do mundo. Em breve será piloto Mercedes, disso não há dúvida. Precisa amadurecer, obviamente, mas sua pequena amostra é entusiasmante.

Foto: Motorsport
Carlos Sainz Jr – 7,0 = Entrega bons resultados na Toro Rosso. A temporada pífia de Kvyat aumenta seu hype. É alvo da Renault. Já viu que dificilmente irá ascender para a Red Bull, por isso está tentando de todas as formas se livrar dos taurinos. Uma das formas é conquistar resultados consistentes na pista. Entretanto, cometeu algumas barbeiragens na temporada, mas seu saldo é positivo.

Foto: F1Fanatic
Nico Hulkenberg – 7,0 = O legítimo acumulador de pontos, mas que falta estrela. Está famoso pela ríspida discussão com Kevin Magnussen na Hungria. Enquanto aguarda por Kubica no ano que vem, vai surrando o fraco Palmer. Seu caso é o mesmo de Sainz: seus companheiros de equipe pouco ou nada os ameaçam. Com o dinheiro que a Renault possui, tem tudo para, quem sabe, finalmente abocanhar os resultados expressivos que todo mundo acreditou que ele um dia iria conquistar. É a sua última chance, e não pode mais falhar na hora H.

Essa é a parte um da análise da temporada, pessoal. Nos próximos dias, disseco a atuação da metade final do grid. O que acharam? Concordam? Discordam? Comentem!
Até mais!

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O FUTURO DE ALONSO

Foto: Motorsport
Em certo ponto da carreira, Alonso disse: “só me aposento depois que conquistar o tri.” Essa parecia uma realidade não muito distante, afinal o asturiano era o legítimo “sucessor” de Michael Schumacher. Era.

O então bicampeão mundial certamente não esperava que em pleno auge surgiriam dois grandes talentos que acabariam lhe ofuscando na década seguinte: um alemão chamado Sebastian Vettel e a promessa inglesa Lewis Hamilton, com o hype de ser o primeiro negro na F1 estreando justamente na McLaren, sendo companheiro de equipe da Fênix.
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A história vocês já sabem. A arrogância custou muito caro para a carreira de Alonso. Decisões erradas impediram que o espanhol pudesse ter feito mais história na F1. O começo de tudo, é claro, foi a guerra na McLaren, que lhe obrigou a retornar a Renault, onde tanto trabalhou, mas estava longe de ser aquela equipe onde esteve dois anos antes. Em uma espécie de exílio no cockpit francês, se juntou ao antigo inimigo, a Ferrari, com o objetivo de ser campeão com os italianos.

2006: parecia que Alonso seria o sucessor de Schumacher... Foto: F1 Fan Site
Sorrisos só por aí... relação belicosa com o estreante Hamilton entrou para a história
Foto: Motorsport
A passagem de Alonso na Ferrari foi brilhante, espetacular. Com muito menos potencial que a Red Bull e durante certo ponto até diante de McLaren e Lotus, Ferdi foi três vezes vice-campeão mundial, sendo que teve chances claras de ser campeão nas duas primeiras, logo na estreia pela Ferrari, podendo repetir o feito de Kimi Raikkonen.

A inesquecível reclamação com Petrov e a perda em Interlagos parecem ter selado o destino de Alonso. O tri poderia ter sido tetra, penta, hexa... Bastava permanecer na McLaren e ter jogo de cintura, fruto da falta de gestão da carreira, perdida por descontroles emocionais.

Uma deixa para postar um dos carros mais bonitos da história
Foto: Wikipedia Commons

Talvez Alonso tenha sofrido um “castigo” maior que ele merecia. Nem seu maior hater poderia imaginar que, dez anos depois da briga na McLaren, o espanhol retornaria para a equipe, posaria para fotos sorridente com Ron Dennis no retorno da mítica parceria McLaren Honda que no fim das contas é um retumbante fracasso, fazendo com que o Espanhol competisse na Indy 500 de tão desgostoso que está com a categoria.

O parágrafo sem pontuação (propositalmente feito assim, como se fosse uma frase cuspida sem nenhum planejamento) vai ser explicado agora: acredito que a única coisa boa para Alonso nesses últimos anos, além do salário anual que recebe dos japoneses, foi sua imagem. Sempre muito crítico (e ainda é) com os problemas da McLaren, o espanhol adotou uma linha bem humorada, simpática e carismática, sendo um dos pilotos favoritos dos fãs, justamente quando sua carreira esportiva está praticamente no fundo do poço da F1. 

Carrasco Petrov: um dos três vices pela Ferrari. Foto: MotorSport
O ultimato de Alonso a McLaren é uma jogada desesperada ou calculada? Sem espaço nas principais equipes por conta de seu passado, o espanhol tem apenas a McLaren como opção remota para tentar voltar a vencer,  o que não acontece desde 2013, ainda na Ferrari. Com a Renault trazendo Kubica de volta, a alternativa de Alonso é “rezar” para que a Honda faça progressos, o que parece improvável, visto que em três anos a equipe andou para trás. A esperança é que a equipe de Woking consiga um acordo com um novo fornecedor, mesmo que isso signifique o processo evidente de pequenez deflagrada na McLaren há cinco anos.

Por isso a Fênix pensa em alternativas. Com o objetivo de conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo, disputou a Indy 500. Não descarta retornar em breve, quem sabe até participar de alguma temporada. Lá, as coisas são um pouco mais iguais. Se sua participação em Indianápolis foi um sucesso de público e audiência, imagina uma temporada inteira? Certamente não superaria a F1, obviamente, mas a categoria certamente iria ganhar muito mais notoriedade, principalmente na Europa. Depois, quem sabe, o objetivo final: Le Mans.

Indy: próximo destino? Foto: UPI
Por mais que o sonho do tricampeonato de Alonso esteja praticamente sepultado, o espanhol aprendeu nesses anos de perrengue que o automobilismo é muito mais que o glamour da F1. Quem sabe, ao optar por esse caminho, ele finalmente não acerta alguma das suas decisões na carreira?

Até!





quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O DIA K

Foto: Getty Images
Com um batalhão de fotógrafos e um ótimo público presente em Hungaroring, finalmente Robert Kubica voltou a guiar um F1 da temporada atual depois de seis anos. No segundo e último dia dos testes coletivos da F1, o polonês andou 142 voltas (duas corridas), em 20 stints. Ele fez o quarto melhor tempo do dia (1:18.572), um segundo mais lento que Hulkenberg e menos de um décimo mais lento que Palmer. O melhor do dia foi Sebastian Vettel. Ontem, o mais rápido foi o virtual campeão da F2 e grande promessa monegasca Charles Leclerc, da academia de pilotos da Ferrari.

Foto: Getty Images
Os testes visam acertos para a temporada 2018. Como não sabemos o peso de cada carro nas voltas, não dá para levar à vera a comparação dos tempos de Kubica com os pilotos da Renault. É claro que é um indicativo animador, pois na primeira vez em que pilota o RS17 o polonês foi bem, embora não tenha ficado plenamente satisfeito com seu desempenho.

Após a sessão, ele disse aos jornalistas que estava muito feliz mas que precisava melhorar bastante, o que é natural, dada a falta de experiência com o novo bólido da F1, que exige mais fisicamente do piloto. Sua principal dificuldade com lidar com tantas coisas novas a bordo do RS17, além de sentir cansaço ao final do dia. Afinal, ele trabalhou por oito horas em um circuito tão desgastante como o húngaro, no escaldante verão europeu.

Kubica passou pelos testes da FIA e completou os 300 km mínimos exigidos para tirar a superlicença. Com mais testes nos simuladores, parece ser questão de tempo que seja oficializado como piloto da Renault para o ano que vem, sendo parceiro de Hulkenberg. Provavelmente no início o alemão levará vantagem, mas acredito no talento do polonês. Seu retorno para a categoria não é motivo de alegria apenas para os fãs e pilotos e a categoria, mas também um elemento para atrair o público médio com a sua história de superação. O toque humano e da persistência que a Liberty tanto deseja para conquistar ainda mais audiência e diminuir as barreiras que a F1 de Bernie construiu com os torcedores nas últimas décadas.

Será, com certeza, uma grande vitória, em uma F1 onde apenas jovens pilotos endinheirados e presentes nas academias das principais equipes podem adentrar esse universo tão e cada vez mais exclusivo.

Confira os tempos de ontem e de hoje, e explicarei um por um quem são os novatos que representaram as equipes nesses dois dias de testes:



Lando Norris - O britânico de 19 anos é o atual campeão da Fórmula MSA e da Toyota Racing Series. Com isso, tornou-se piloto da academia da McLaren. Atualmente, corre pela Carlin no Campeonato Europeu de F3. Fala-se que, no futuro, pode assumir um cockpit da equipe britânica, principalmente se Alonso deixar a equipe.

Lucas Auer - É sobrinho de Gerhard Berger. Corre no DTM.

George Russell - O britânico de 19 anos é o atual líder da GP3, correndo pela ART. Está desde o início do ano no programa de piloto da Mercedes. Provavelmente irá para a F2 no ano que vem.

Nikita Mazepin - O russo de 18 anos tem dinheiro. Com lobby, talvez tenha possibilidade de chegar na F1. Atualmente disputa a Fórmula 3, mesma categoria de Pietro Fittipaldi. Atualmente, é o 12° colocado, com 52 pontos. Seu melhor resultado foi um segundo melhor na corrida 1 de Spa Francorchamps.

Nicholas Latifi - O canadense de 22 anos pertence a Renault. Disputa a F2 pela DAMS.

Sean Gelael - Anotem esse nome... a versão indonésia de Stroll. O piloto de 20 anos tem muito dinheiro, tanto é que está na Toro Rosso. Ele corre pela Arden na F2.

Santino Ferrucci - Americano com sobrenome italiano, pertence a Ferrari. Está na F2. É mais um daqueles que podem ter uma vaga na Haas ou Sauber nos próximos anos.

Gustav Malja - Sueco, assim como os donos da Sauber. Está na sua segunda temporada na F2. No ano passado, pilotou pela Trident e pela Rapax. Esse ano está na Racing Engineering. Tem 21 anos.

Charles Leclerc - O mais badalado e a nova promessa do automobilismo para o futuro. Com 19 anos, lidera com sobras a F2, tal qual Vandoorne fez em 2015. É da academia de pilotos da Ferrari. Com suas atuações, existem grandes chances dele estrear na F1 ano que vem pela Sauber, e futuramente ir para a Ferrari. Anotem esse nome.

Nobuharu Matsushita - Apoiado pela Honda, já fez testes pela McLaren e agora pela Sauber, onde os japoneses tinham um acordo para o fornecimento de motores, cancelado na semana passada. Com isso, suas chances acabaram por lá. Entretanto, existe uma negociação da Toro Rosso com os japoneses e, quem sabe, pode parar por lá. Está na F2 há duas temporadas, alternando vitórias com algumas barbeiragens. Normal. Certamente um dos melhores pilotos japoneses dos últimos anos que pode ingressar na F1.


Por enquanto é isso. Até!