terça-feira, 2 de novembro de 2021

ESTAMOS MAL ACOSTUMADOS

 

Foto: Getty Images

Estamos vivendo um final de ano como há muito não se via na F1. Dois pilotos de duas equipes diferentes brigando pelo título até a última corrida. A última vez que isso aconteceu foi em 2012, há quase dez anos, quando a Red Bull de Sebastian Vettel triunfou diante da Ferrari de Fernando Alonso aqui em Interlagos.

Desde então, Vettel conquistou o tetra de forma esmagadora e vimos a Mercedes dominar a era híbrida. Desde 2014, apenas nesse ano e em 2016 chegamos a corrida final com o título em aberto. Em 2014, é bom frisar, apenas porque existiu a infame regra da pontuação dobrada, que manteve Rosberg vivo no campeonato mas Hamilton foi campeão sem maiores problemas.

Portanto, 2016 foi a última vez que vimos essa indecisão até a última volta. A diferença é que ali eram carros da mesma equipe. Agora, uma disputa entre duas. Max Verstappen e Lewis Hamilton podem premiar a melhor e mais emocionante temporada da F1 justamente desde 2012, há quase uma década.

É normal períodos de domínio e dinastias avassaladoras. Na década passada, ainda na Era Schummi, tivemos decisão em 2003 e em 2006. No pós-Schumacher, talvez os campeonatos mais emocionantes de todos os tempos. Em 2007, o título improvável de Kimi Raikkonen. 2008, a maior decisão de todas: Massa, Hamilton, Glock... e vocês já sabem o que aconteceu.

2010, quando quatro pilotos tinham chances matemáticas de título, até hoje inédito. E aí chegamos em 2012. A era híbrida, com poucos testes, fez a Mercedes nadar sozinha praticamente sete anos. A Ferrari tentou encostar, mas não tinha o equilíbrio e a constância que hoje possui a Red Bull.

Ano que vem muda tudo e ainda tem o teto orçamentário. É possível afirmar que, quem largar melhor, vai colher os frutos por um bom tempo. Se alguém se desenvolver muito melhor que os outros tal qual a Mercedes fez, podemos ter uma nova era de dominância.

Escrevo tudo isso para chegar a conclusão que, infelizmente, estamos mal acostumados. Nessa época do ano, tudo já estaria definido e seria um clima de férias. Não dessa vez. Vamos desfrutar. Vai saber quando duas ou mais equipes e pilotos vão chegar nesse estágio num equilíbrio e suspense tão grande quanto em 2021.

Até!


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