quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 - Parte 2

Foto: Bleacher Report
Oi, galera! Tá saindo da jaula a parte dois e final da análise da temporada 2016 da F1. Sim, cometi um equívoco: escrevi que iria seguir a ordem da classificação desse ano dos construtores, mas estava tão ansioso para escrever sobre o Kvyat que coloquei a Toro Rosso na frente. Desculpem!

Agora, a parte dois, com a McLaren como primeira equipe a ser analisada:

FERNANDO ALONSO - O acidente cinematográfico logo na etapa inaugural, na Austrália, parecia que seria um sinal de que 2016 seria igual ou pior que 2015. Não. A McLaren evoluiu e Alonso, quando teve oportunidade, não desperdiçou. Destaque para a atuação no GP dos Estados Unidos, onde passou Sainz e Massa no final com muito arrojo e polêmica. Fica a dúvida para o ano que vem: a equipe de Woking vai evoluir a ponto de brigar por pódios ou Alonso provavelmente terá uma despedida melancólica da F1? Para quem era considerado o "novo Schumacher"... NOTA = 7,0

JENSON BUTTON - Muitos consideram que Button poderia ter se aposentado antes. Seu desempenho não era empolgante, e nesse ano ele foi batido pelo companheiro de equipe espanhol. Sem muita paciência para andar no fim, Jenson foi "aposentado" em detrimento de Vandoorne e, embora negue, pode voltar em 2018 para o lugar de Alonso. Sem o "milagre" de 2009 e a grande temporada de 2011, que Jenson curta a aposentadoria para ser feliz. NOTA = 6,5

Foto: F1
ROMAIN GROSJEAN - Seu início surpreendente e espetacular no início da temporada animou a todos. A Haas começou fazendo muito mais do que se imaginava. Entretanto, as dificuldades apareceram. Normal. Romain e Haas sumiram durante a temporada, com muitos problemas e desempenhos ruins. Nada mal para quem não está acostumado com o modus operandi da F1, categoria europeia, muito diferente do modo como as categorias estadunidenses são conduzidas. Com passos sóbrios e pequenos, a Haas pode evoluir nos próximos anos, contando com a ajuda da Ferrari. E Romain pode ir para a equipe italiana, por quê não? NOTA = 7,0

ESTEBAN GUTIÉRREZ - Inacreditável Guti retornar a F1. Seu dinheiro não compensa. Desempenho ridículo, muitos xiliques e choros. Nem parece que foi campeão da GP3. Em três temporadas na F1, só chegou no top 10 uma vez. É também ridículo como ele provavelmente permanecerá na categoria, graças ao seu dinheiro mexicano. NOTA = 3,0

Foto: F1 Fanatic
KEVIN MAGNUSSEN - Todo mundo sabia que a Lotus 2015 travestida de Renault iria sofrer na temporada, mas não tanto. Kevin, piloto muito conceituado pelo histórico vencedor na base, não conseguiu ser o líder que os franceses tanto esperavam, embora seja difícil cobrá-lo muita coisa. Em muitos treinos, foi superado pelo fraco Palmer, e também se envolveu em acidentes. Terá sua última chance na Haas, por duas temporadas. Lá, terá um francês duro de vencer. Será uma boa briga. NOTA = 6,0

JOLYON PALMER - Campeão da GP2, também não pode ficar na F1. Ou talvez na Manor, no máximo. Acidentes incríveis e desempenho sofrível, mesmo no bólido horrível da Renault. Tirou a sorte grande no ano que vem ao permanecer na equipe, mas será dominado por Hulk. NOTA = 4,0

Foto: GP Update
FELIPE NASR - Inexplicavelmente dominado por Ericsson durante o ano. Não sei se a equipe o sabotou desde o início (afinal, os suecos da Tetrapak compraram a equipe de Peter), mas seus desempenhos foram sofríveis na maior parte do ano, e isso pegou mal no circo da F1. A responsabilidade não pode ser totalmente dele. Entretanto, o mundo cruel da F1 exige muito dinheiro, que Nasr não tem, e isso provavelmente irá custar sua vaga na equipe e até mesmo na Manor. Os dois pontos conquistados no Brasil tem um peso importante na análise. Se não fosse isso, a Sauber ficaria em último lugar nos construtores. NOTA = 6,0

MARCUS ERICSSON - Piloto que não mostrou muitos atributos mas dominou o companheiro de equipe em largadas e chegadas de posições. Entretanto, na hora importante,  no diferencial, acabou não conseguindo entregar aquilo que a Sauber exige, por isso é menos piloto que Nasr. Ericsson foi aquele time que teve 80% de posse de bola, mas aos 45 do 2° tempo sofreu um contra-ataque, levou o gol e perdeu o jogo. Mas seu cargo segue prestigiado para os próximos anos! NOTA = 6,0

Foto: Getty Images
PASCAL WEHRLEIN - O provável novo "injustiçado" da F1 impressionou. Conseguiu ir para o Q2 cinco vezes e conseguiu um pontinho heroico na Áustria. Mesmo assim, perdeu algumas classificações para Haryanto e a coisa ficou mais equilibrada com a chegada de Ocon, e isso talvez tenha pesado contra o talentoso alemão. Ao ser preterido pelo francês na Mercedes para a Force India e, ao que tudo indica, na equipe-mãe, o psicológico do garoto precisa ser trabalhado. Lidar com duas frustrações em tão pouco tempo pode afetar seu desempenho. Seu prêmio de consolação deve ser a Sauber para 2017. Não sei se isso é bom. NOTA = 6,5


Ocon, Haryanto e Vandoorne não completaram 90% das corridas. Portanto, fica difícil fazer qualquer análise a respeito. Prefiro ver mais o francês e o belga em ação no ano que vem para opinar.

E essa foi a análise da temporada 2016 da F1. Gostaram? Concordam? Enfim, até o próximo post.

Caso não volte, desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2017!

Até!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 - Parte 1

Foto: The Sun
Fala, galera! Depois de uma pausa necessária para descanso, essa semana teremos as últimas postagens do ano. Em virtude do inacreditável suspense sobre o retorno (ou não) de Felipe Massa, sua série especial fica, por ora, adiada até um segundo momento de 2017. Hoje iremos começar a analisar individualmente os pilotos da temporada 2016 da F1. Começarei pelas seis primeiras equipes colocadas no ano (Mercedes, Red Bull, Ferrari, Force India, Williams e McLaren). Vamos começar:

NICO ROSBERG - Eficiente e agressivo quando necessário. Aproveitou os erros e problemas de Hamilton para começar a temporada com quatro vitórias seguidas. Chegou a ficar 19 pontos atrás de Lewis no meio do ano, mas teve forçar para reagir, reultrapassá-lo na tabela e garantir o título inédito antes da surpreendente aposentadoria. Se no final ele foi bastante pragmático e arriscou pouco, apenas administrando a vantagem, é verdade que quando precisou ser agressivo também foi, contra Verstappen em Abu Dhabi. NOTA = 9,5

LEWIS HAMILTON - Começo ruim, com acidentes, problemas e largadas péssimas. Esses fatores impediram Lewis de ser tetra. Quando não teve infortúnios e/ou erros, sobrou como sempre. Com mais vitórias e poles na temporada, o vice fica marcado por esses problemas e a quebra da Malásia. Talvez, se tivesse acordado mais cedo para o campeonato e treinasse largadas antes, estaria desfrutando do quarto título mundial, o terceiro seguido. Como não existe "se"... NOTA = 9,5

Foto: ABC
DANIEL RICCIARDO - Herdou a vitória na Malásia, mas era para ter vencido antes em Mônaco, se a Red Bull não errasse na estratégia. Na Espanha, também poderia ter sido o ganhador, mas foi "sacrificado" outra vez nas paradas. É incrivelmente certeiro e preciso nas ultrapassagens, sem bater ou jogar alguém para fora da pista. Muitos (inclusive a Autosport) consideram o australiano o melhor piloto da temporada, o que não é nenhum absurdo. Seu desempenho cresceu após a chegada de Max a equipe. Tem tudo para brigar pelo campeonato do ano que vem. NOTA = 9,0

MAX VERSTAPPEN - Começou ainda na Toro Rosso e foi efetivado a Red Bull, substituindo Kvyat. Diante da crítica de quase todo mundo, Max mostrou porque é o maior talento da atual F1 ao vencer logo na estreia pela equipe taurina, na Espanha. Mostrando maturidade impressionante e qualidade sensacional, tenho certeza que o holandês em breve empilhará muitas taças de campeão mundial da F1. A atuação no Brasil é uma das melhores coisas que eu já vi na vida, digno de Senna, Schumacher, Hamilton ou Vettel. Todavia, sua juventude ainda lhe atrapalha em várias coisas: erros e um comportamento também imaturo (sim, ele alterna maturidade com imaturidade), com batidas e defesas de posição muito criticadas, que colocavam a integridade física dos pilotos em perigo. Não tenho dúvidas de que Max será campeão mundial em breve. NOTA = 9,0

Foto: F1
SEBASTIAN VETTEL - Ano difícil para o tetracampeão. Pela segunda vez na carreira, passou o ano sem vitórias. O ambiente efervescente da Ferrari não ajuda. Creio que o próximo ano não seja tão positivo também. Seb já poderia preparar o terreno para se transferir para a Mercedes em 2018. Nesse ano, cometeu muitos erros e bateu bastante, com dois incidentes de destaque com Kvyat. Seu grande momento na temporada foi xingar Charlie Whiting e a disputa com Verstappen no México. Perdeu para Raikkonen nos treinos. Segundo pior ano da carreira do alemão, que não tem uma boa perspectiva na Ferrari para 2017. NOTA = 8,0

KIMI RAIKKONEN - Escrevi no ano passado que esse seria seu último ano. Deve ser o próximo. Kimi evoluiu em relação a 2014 e 2015, mas ainda assim está muito longe de seu auge, na McLaren. Embora tenha sido o último campeão da Ferrari, sua passagem pela equipe italiana é bem ruim. Muito burocrático, foi batido por Vettel nos pontos. O saldo positivo foi ter sido mais veloz nos treinos, uma característica marcante dos seus tempos áureos que estava adormecida. Para o ano que vem, a tendência é repetir os últimos anos: atuações burocráticas em sua grande maioria e alguns brilharecos e desempenhos ruins escassos. NOTA = 8,0

Foto: F1
SÉRGIO PÉREZ - Mais uma vez Checo mostrou o seu valor. Diante do badalado Hulkenberg, o mexicano sobrou na Force India. No momento certo, aproveitou para brilhar e conquistar mais dois pódios, em Mônaco e em Baku. Na corrida monegasca, mais uma vez apostou em uma estratégia diferente e foi premiado com isso. No GP da Europa, iria largar em segundo. Punido com cinco posições pela troca de câmbio, largou em sétimo e chegou em terceiro em um final de semana espetacular. Checo vem melhorando nos treinos, tentando ser mais constante. Entretanto, sua maior característica é modificar a estratégia na corrida para surpreender. Em três anos com Hulk de companheiro de equipe, venceu em dois. Tem tudo para conseguir um carro melhor em 2018. Tem capacidade para isso. NOTA = 8,5

NICO HULKENBERG - O hype em cima de Hulk existe desde quando foi pole pela Williams no Brasil, em 2010. Desde então, decisões erradas e "azares" transformaram um piloto em potencial no novo Jean Alesi ou Nick Heidfeld dos tempos modernos. Com muitos acidentes e poucas corridas como destaque, Nico teve um ano normal. Sem Le Mans nessa temporada, ficou difícil sobressair. A mudança para a Renault é a última chance de brilhar na categoria. Entretanto, quando tudo parecia que ia virar, surge a informação de que Nico foi procurado para substituir o outro Nico, na Mercedes. Os franceses negaram. Como líder da equipe de Enstone para 2017, Hulkenberg vive um ano decisivo para seu futuro para a F1. É agora ou nunca. NOTA = 7,0

Foto: F1 Fanatic
VALTTERI BOTTAS - Com o carro da Williams bastante inferior ao dos últimos anos, o finlandês não conseguiu produzir muita coisa. Sempre constante e aproveitando as oportunidades, foi premiado com o pódio no Canadá, a melhor atuação individual de sua carreira. Beliscando sempre o sétimo ou o nono lugar, o que era disponível, Bottas não teve dificuldades para bater Massa de novo. O futuro piloto da Mercedes (?) pode ganhar a grande chance de sua carreira ano que vem, ou permanecer na equipe de Glove para ser líder no novo regulamento e com um piloto adolescente como parceiro de equipe. O futuro dirá. NOTA = 7,5

FELIPE MASSA - O último ano (?) da carreira do brasileiro foi melancólico. A queda de rendimento dele e da equipe ficaram evidentes. Nem a reação no segundo semestre e as boas largadas apareceram. Felipe se retira do circo no momento certo: sem espaço em carros competitivos e na descendente da carreira. Entretanto, isso pode mudar. Caso Bottas vá para a Mercedes, Felipe pode voltar para a categoria depois de sair pela porta da frente, repleto de homenagens, carinho e respeito dos fãs e do mundo da F1. Um piloto experiente, sem nada a perder, em um novo regulamento. Difícil fazer alguma projeção, mas seu retorno garantiria o Brasil na F1, pois a situação de Nasr é complicada. Enfim, Massa escolheu a hora certa para sair. Que curta outra categoria e o descanso merecido depois de 15 anos dedicados integralmente a F1. NOTA = 6,5

CARLOS SAINZ JR - Bastou Verstappen ir para a Red Bull para o espanhol começar a se destacar, apesar do motor defasado da Toro Rosso e dos inúmeros problemas mecânicos durante o ano. Mesmo assim, conseguiu bons pontos e aniquilou o apático e depressivo Kvyat no ano. Alvo de interesse de Renault e até Ferrari, o espanhol já deixou claro que quer alçar voos maiores. Com a improvável promoção a Red Bull (a não ser que Ricciardo vá para a Ferrari em 2018), a tendência é que o espanhol pressione a saída para outra equipe de fábrica. A Red Bull vai dificultar ao máximo, mas não resta outra opção a Sainz. NOTA = 7,0

DANIIL KVYAT - Um dos piores pilotos do ano. Sua cabeça virou uma grande montanha russa. De piloto Red Bull e com pódio na China a rebaixado para a Toro Rosso duas semanas depois. Na "nova velha equipe", seu desempenho seguiu pífio e patético. Sem conhecer o carro, foi tratorizado por Sainz. O russo parecia deprimido. Impossível não ficar com pena do que aconteceu com ele. Alguns pequenos lampejos de recuperação durante o ano e só. Teoricamente, não era nem para permanecer na F1 em 2017. Entretanto, dada a falta de confiança e de testes ruins de Pierre Gasly, o russo terá mais um ano na F1 para mostrar seu talento. Com a cabeça no lugar, talvez seja possível. No final, todos sabemos que ele será dispensado no fim do ano que vem, e geralmente um ex-Red Bull não consegue ir para outra equipe (vide Vergne, Buemi, Alguersuari, entre outros), à exceção de Liuzzi. Que as férias recuperem a força mental do russo. NOTA = 5,5

Foto: Pit Pass


Essa foi a primeira parte da análise. A segunda e última parte sairá amanhã. Até!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Final

Foto: F1 Buzz
Fala, galera! Finalmente a última parte do especial Jenson Button, dessa vez com o resumo de suas sete temporadas na McLaren, com quatro companheiros de equipes (Hamilton, Pérez, Magnussen e Alonso), algumas vitórias e atuações espetaculares e um fim de carreira por baixo, mas não por sua culpa.

McLaren (2010-2016) = Pós-título, vitórias, brilhos e o fim da carreira

Foto: Wikipédia
Depois que a Brawn foi comprada pela Mercedes, Button anunciou sua ida para a McLaren. Ele assinou um contrato de três anos com um salário de seis milhões de libras anuais e enfrentaria o também campeão do mundo Lewis Hamilton como companheiro de equipe. Jenson explicou a mudança de equipe porque ele queria motivação e o desafio de competir diretamente com Hamilton, e também afirmou que a Brawn havia oferecido mais dinheiro do que a McLaren. Muitos ex-pilotos, como John Watson, Jackie Stewart e Eddie Irvine consideraram um erro, pois Button teria que se esforçar muito para vencer Hamilton.

Depois de um sétimo lugar na corrida inaugural no Bahrein, Button venceu a primeira corrida pela nova equipe logo na segunda etapa, na Austrália. Largando em quarto, ele foi o primeiro a colocar pneus slick quando a pista estava úmida e prestes a secar, o que o deixou em segundo após o pit-stop dos outros pilotos. Ele assumiu a ponta após Vettel abandonar com problemas de freio e manteve em primeiro sem precisar fazer outra parada nos boxes. Ele foi o 13° piloto a vencer por três equipes diferentes (Honda, Brawn e McLaren). Depois de chegar em oitavo na Malásia largando na 17a posição, a segunda vitória no ano veio na China, quando permaneceu com os pneus slick enquanto a maioria optou pelos intermediários, ficando em segundo. A chuva não veio e todo mundo teve que trocar os pneus outra vez, menos Button. Ele e a McLaren lideravam o Campeonato e os Construtores, respectivamente.

Foto: GrandPrix

Foto: Abril


Na Espanha, Button foi ultrapassado por Schumacher e terminou num frustrante quinto lugar. Em Mônaco, o motor superaqueceu, e ele abandonou depois de apenas três voltas. Com isso, Button perdeu a liderança do campeonato e caiu para quarto, atrás da Red Bull e de Alonso. Na Turquia, se recuperou e chegou em segundo, após Vettel e Webber se baterem enquanto lideravam a prova. Hamilton venceu, após os dois se tocarem roda com roda na disputa pela vitória. Hamilton foi avisado pela equipe para diminuir a velocidade que Button não o passaria, mas ele passou. Surpreso, Lewis devolveu a ultrapassagem e venceu. Com isso, Jenson pulou para a segunda posição no campeonato, atrás de Webber. O mesmo resultado se repetiu no Canadá e Button manteve-se em segundo, agora três pontos atrás de Hamilton. No Gp da Europa, Button foi o terceiro e continuou na vice-liderança do campeonato. Ele perdeu a chance de ficar no pódio do GP da Inglaterra. Ele foi o quarto, após apresentar problemas no balanço do carro, o que custou o 14° lugar do grid.

Depois de três provas nos pontos, Button abandonou no GP da Bélgica após ser atingido por Vettel, que danificou o radiator do seu carro. O segundo lugar em Monza foi seguido de dois quartos lugares seguidos, em Cingapura e no Japão. Durante o Grande Prêmio do Brasil, Button e sua entourage foram ameaçados por pessoas armadas no retorno ao hotel depois da classificação. Entretanto, não aconteceu nada de mais grave. Button foi matematicamente eliminado da disputa do título faltando uma corrida, depois de chegar em quinto. Na corrida final da temporada, em Abu Dhabi, Jenson largou em quarto. Na largada, passou Alonso e pulou para terceiro. Hamilton e Vettel foram para os boxes e Button assumiu a ponta. Depois de 39 voltas com o mesmo pneu, Jenson parou e retornou em terceiro, onde terminou a prova, garantindo o quinto lugar no campeonato.

2011: A maior vitória da carreira

Foto: F1 Fanatic
O começo da temporada foi ruim para Button e a McLaren, com Vettel dominando as corridas iniciais. Jenson foi o segundo na Malásia e terceiro na Espanha e Mônaco, onde perdeu a chance de vencer após uma bandeira vermelha permitir que Vettel e Alonso mudassem os pneus e o ultrapassando em seguida.

Duas semanas depois, no Canadá, a maior atuação da carreira: na corrida mais demorada da história, Button chegou a cair para último depois de bater no próprio companheiro de equipe e em Alonso, cumprir drive through por passar da velocidade limite no pitlaine e ter feito cinco pit stops. Ele ultrapassou 27 carros na pista, incluindo Vettel na última volta, quando o alemão errou numa curva, bastante pressionado pelo ritmo do britânico. A corrida durou cinco horas, a maior da história da F1.




Button abandonou pela primeira vez na temporada justo no GP da Inglaterra graças a um erro no último pit stop. O equipamento da roda não conseguiu ajustar a porca a tempo e o carro de Button saiu dos boxes com uma roda mal colocada. Ele também abandonou na corrida seguinte, na Alemanha. Jenson não ficava de fora de duas corridas consecutivas desde 2008. Na Hungria, Button venceu justamente na sua corrida número 200 no palco de sua primeira vitória, em 2006. Ele terminou em terceiro na Bélgica, onde largou em 13° depois de problemas de comunicação com a equipe, quando passou Alonso faltando duas voltas para o final. Button foi o segundo em Monza. Em Cingapura, ele perseguiu Vettel nas voltas finais, mas o tráfego na pista tirou suas possibilidades de vitória. Naquela altura ele era o segundo colocado no Mundial e o único com condições de brigar com Vettel pelo bicampeonato.



Foto: Getty Images
No Japão, foi anunciada a renovação de Button por "múltiplos anos", em um acordo de 85 milhões de libras. Ele venceu a corrida, seguido de Alonso e Vettel, que se sagrou bicampeão nessa prova. Na Índia, o chefão da equipe Martin Whitmarsh anunciou que o novo contrato de Button teria a duração de três temporadas. Nessa prova, ele largou em quarto. Pulou para segundo na primeira volta após ultrapassar Alonso na largada e Webber na curva de trás da reta oposta. Jenson terminou nessa posição, incapaz de imprimir o mesmo ritmo que o campeão incontestável do ano, Sebastian Vettel. Em Abu Dhabi, Button largou em terceiro e chegou em terceiro, vendo Hamilton vencer e Seb abandonar após um dano na suspensão após a largada. Button sofreu com um problema no Kers, mas a vantagem para o quarto colocado, Mark Webber, era muito cômoda, o mesmo em relação a Alonso, que era o segundo. Esses resultados transformaram Button no primeiro companheiro de equipe a bater Lewis Hamilton em uma temporada. Na última corrida, no Brasil, Button largou na frente de Hamilton (em terceiro) e assim terminou a prova, atrás da Red Bull em ambas as situações, após passar Alonso na volta 62. O resultado garantiu o vice-campeonato de Button, incríveis 122 pontos atrás de Vettel. Foi um dos melhores anos da carreira de Button, com três vitórias, três voltas mais rápidas e 12 pódios.


Foto: Getty Images
Foto: F1 Fanatic
Mais uma temporada na McLaren, mais um ano contra Lewis Hamilton. Jenson largou em segundo antes de vencer a primeira na temporada, na Austrália. Também conseguiu o segundo tempo na Malásia, mas terminou em 14° após bater na Hispania do indiano Narain Karthikeyan devido à falta de aderência. Essa foi a primeira vez que Button terminou fora da zona de pontuação desde o GP da Coreia do Sul de 2010 e terminou a sequência de pontos que existia desde o GP da Hungria de 2011. Duas semanas depois, ele foi o segundo colocado do GP da China.


Foto: Divulgação
No Bahrein, Button largou em quarto, enquanto Hamilton foi o segundo. Durante a corrida, Button teve problemas de aderência e abandonou na volta 55, com uma falha no escape. Na Espanha, largou em 11°, pela primeira vez na temporada fora do top 10. Depois de não ter conseguido terminar além da oitava posição nas últimas quatro corridas, Button foi o terceiro na Alemanha, mas subiu para o segundo lugar após Vettel ser punido depois da corrida. Jenson conquistou a primeira pole em três anos na mítica Spa Francorchamps. Ele ganhou a prova sendo o primeiro da temporada a liderar todas as voltas da corrida. Na Itália, largou em segundo, atrás de Hamilton. Ele permaneceu nessa posição até precisar abandonar com problemas na pressão do combustível depois de dois terços de prova completadas.




Foto: Getty Images
Em Cingapura, Button largou em quarto e chegou em segundo após Vettel herdar a vitória que seria de Hamilton, que abandonou com problema de câmbio. No Japão, Button largou em terceiro, atrás das duas Red Bull, mas havia sido penalizado por trocar o câmbio e largou em oitavo. Ele escapou dos incidentes da primeira volta e chegou a ficar em terceiro, mas terminou em quarto após ser ultrapassado por Massa na parada dos boxes e por não ter conseguido ultrapassar Kamui Kobayashi, o terceiro. Na Coreia do Sul, largou em 11°, mas abandonou na primeira volta após se envolver em um acidente com Kobayashi e Rosberg. Na Índia, Button foi o quinto, atrás de Hamilton. Jenson largou em quarto, mas foi superado por Alonso nas voltas iniciais. Button largou em sexto em Abu Dhabi, mas terminou em quarto após ser ultrapassado por Vettel. Se Jenson venceu na abertura da temporada, ele tratou de vencer a corrida final também, no Brasil. Em uma corrida repleta de mudança de clima e muita chuva, Jenson batalhou com Hulkenberg e Hamilton pela vitória. Ele estava em terceiro quando os dois da frente colidiram e abandonaram, abrindo caminho para a 15a vitória da carreira do britânico. Terminou o campeonato em quinto, apenas alguns pontos atrás de Hamilton, companheiro de equipe que iria para a Mercedes no ano seguinte. Foi a última vitória de Button na F1.




Foto: Alamy
Foto: F1 Fanatic
No início da temporada, Button declarou que a McLaren seria a sua última equipe na carreira. Na corrida inaugural, na Austrália, ele largou em décimo e terminou em nono, apesar da equipe admitir que não entendeu como o MP4-28 se comportou em condições de corrida. Na Malásia, ele largou em sétimo, mas abandonou a prova. Seu novo companheiro de equipe era o jovem mexicano Sérgio Pérez, que impressionou a todos pilotando a Sauber no ano anterior. Durante o ano, principalmente no Bahrein e em Mônaco, os dois se envolveram em disputas de posição bem fortes para quem é companheiro de equipe. O sempre calmo Button falou no rádio algumas vezes algo do tipo "Mandem ele se acalmar". Jenson criticou bastante o estilo de pilotagem de Pérez. O melhor resultado de Button na temporada foi um quarto lugar na última etapa, em Interlagos, finalizando uma difícil temporada e de perfomances bem fracas da McLaren, muito abaixo do orçamento e da capacidade da equipe.


Foto: F1 Weekends
Depois de um 2013 difícil, foi anunciado no fim do ano que Sérgio Pérez seria substituído pelo piloto dinamarquês Kevin Magnussen, da academia de pilotos da equipe inglesa. 

Uma das novas regras da temporada de 2014 foi que os pilotos passariam a utilizar números fixos, a fim de criar identificação com o público. Jenson escolheu o 22, número pelo qual foi campeão do mundo com a Brawn GP, em 2009. Na primeira corrida, Jenson terminou em quarto na Austrália. Entretanto, devido a desclassificação de Daniel Ricciardo (Red Bull), que foi o segundo, Button herdou o terceiro lugar, seu último pódio na carreira. Novamente não foi uma temporada brilhante, a última da vitoriosa parceria entre McLaren e Mercedes. Button terminou o campeonato em oitavo, com 126 pontos. Magnussen foi o 11°, com 55 pontos.

Antes mesmo do fim do ano, já havia o anúncio do retorno de Fernando Alonso e da Honda para a McLaren. Um teve passagem polêmica pela equipe em 2007, onde brigou com Hamilton e Ron Dennis e deflagrou o escândalo do spygate, que resultou na exclusão da equipe do campeonato de Construtores daquele ano. O outro retornou para a McLaren depois de 22 anos, tentando repetir o sucesso dos tempos de Senna. Button e Honda trabalharam muito tempo juntos, de 2003 até 2008. Outra retomada de parceria.

A grande incerteza era quem seria o parceiro de Alonso: o experiente Button ou o jovem Magnussen. Deu Button. 

Foto: F1 Fanatic
Desde a pré-temporada ficou evidente que Button e a equipe iriam enfrentar muitos problemas. Nos testes em Jerez, em apenas um dia o MP4-29 conseguiu andar mais de 100 voltas em uma sessão de treinos. Na Austrália, Button largou em 17° e chegou em 11°. Com constantes problemas de recuperação de energia no motor, o ano serviu para praticamente estancar as falhas, sempre andando no fundo do grid. Na Malásia, abandonou. Na China, colidiu com a Lotus de Pastor Maldonado no final da prova. Ele caiu para 14° e ganhou cinco segundos de pênalti, além de dois pontos na carteira da FIA, a Super Licença. No Bahrein, o caos. Jenson teve problemas em todas as sessões e sequer cosneguiu largar. Em Mônaco, marcou os primeiros pontos da temporada, chegando em oitavo. Na Inglattera, abandonou na primeira volta após colidir com Alonso.

Bom, finalmente o especial Button ficou pronto! Depois de muito tempo e demora, o blog vai descansar alguns dias. Na sequência, o especial Massa, a análise da temporada e outras surpresas. Até!



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

QUEM VAI GANHAR O PRESENTE DE NATAL?

Foto: Divulgação
Parece claro que a lista da Mercedes tem dois favoritos: Pascal Wehrlein, piloto da academia das flechas de prata e que no momento está sem contrato para 2017, e Valtteri Bottas, da Williams. Uma terceira possibilidade é Sérgio Pérez, da Force India. "Medalhões" como Alonso e Vettel estão praticamente descartados.

Segundo o jornal alemão "Bild", a Mercedes fez uma consulta com a Renault quanto a possibilidade de contratar outro Nico, o Hulkenberg, que recentemente assinou com os franceses. Conversa rechaçada. Hulk parece errar até quando acerta. Incrível a falta de timing. A seu favor, não tinha como imaginar que isso aconteceria. Hulk é uma mistura de Jean Alesi e Nick Heidfeld dos tempos modernos.

Vale lembrar que o chefão da Mercedes, Toto Wolff, investiu dinheiro próprio na formação de Bottas. Quando era sócio da Williams, levou o finlandês para a equipe em 2012, após a conquista da GP3. Ficou um ano como piloto de testes e depois subiu para ser titular, em 2013. Wolff também é sócio da Aces Management, junto de Mika Hakkinen e o empresário belga Didier Coton, empresa responsável pelo gerenciamento da carreira de Bottas. O finlandês responde aos pré-requisitos da equipe: piloto já experiente, rodado, com boa amostragem na F1 e de bons resultados. Ideal para funcionar como um "escudeiro" de Hamilton. Além disso, a regularidade de Bottas lhe permitiria muitos pódios e eventuais vitórias.

Foto: Enciclopédia F1
Caso Bottas vá para a Mercedes, quem fica encrencada é a Williams. Com o adolescente Lance Stroll como um dos pilotos, a equipe de Grove seria forçada a contratar alguém para ser o líder do time na próxima temporada, tão repleta de mudanças e novos regulamentos. Quais seriam as opções? Felipe Nasr, ex-piloto de testes da equipe mas que não é necessariamente experiente e outros tantos jovens pilotos, como Giovinazzi e Leclerc. Button e Massa poderiam repensar a aposentadoria ou algum experiente tampão seria chamado às pressas, tipo Di Resta ou Sutil (estou chutando, não existem notícias sobre isso)?

Outra alternativa da Mercedes seria Pascal Wehrlein. Campeão da DTM em 2014 com a equipe alemã, ele vem sendo preparado há anos para assumir o cockpit. Nesta temporada, conseguiu o incrível feito de conseguir um pontinho com a Manor, no GP da Áustria. Seria a escolha lógica, até para que a tal "Academia" faça algum sentido, não é mesmo? O problema é que aparentemente a Mercedes ainda não confia em Pascal, tanto é que está atirando em Bottas e tentou Hulk. Saltar da Manor para as flechas da prata seria um pulo e tanto. Será que Wehrlein poderia sucumbir a pressão e depois ser queimado, igual Kvyat na Red Bull? Só colocando o guri lá dentro para saber. Diante do raciocínio da Mercedes, de vencer todas as provas em 1-2, me parece claro que a prioridade é a contratação de alguém mais experiente, regular e que tenha alguns anos de serviços prestados na F1.

Diria que Bottas é o ficha 1 da vaga, com Wehrlein logo em seguida. Outros nomes como Alonso e até mesmo Pérez, na mesma situação do finlandês (muito tempo na categoria, bons resultados e sedento por um carro vencedor) ficam em terceiro plano. Uma coisa é certa: sairá daí o novo companheiro de Lewis Hamilton, e até lá um desses nomes será agraciado pelo Papai Noel com um dos presentes mais valiosos da F1 atualmente.

Os possíveis desdobramentos das equipes menores serão feitos em um segundo plano, assim como o Especial Felipe Massa, a análise da temporada e outras surpresas. Juro que até o final da semana eu termino o Especial Jenson Button.

Até!


sábado, 3 de dezembro de 2016

A INESPERADA SAÍDA POR CIMA

Foto: Divulgação
Parecia pegadinha. Uma trollagem, como sempre acontece. Uma brincadeira. Não, não era.

Quando tudo parecia que aos poucos ia voltar a normalidade, de forma surpreendente e inacreditável, Nico Rosberg deu adeus para a F1 e se aposentou da F1 hoje, cinco dias depois de ser campeão mundial.

Rosberg, Button, Massa, Ron Dennis... que ano de despedidas da F1, hein? Fazia tempo que tantos pilotos de peso não saiam na mesma temporada. De quebra, a categoria perde dois títulos mundiais em menos de uma semana.

Segundo Rosberg, que recebeu o troféu de campeão mundial hoje em Viena, a ideia da aposentadoria começou a amadurecer em Suzuka. Seu grande sonho era ser campeão, e deu tudo de si para alcançar esse objetivo. Superar Hamilton lhe sugou muitas forças. Um título pra Nico é o suficiente. Quis parar por cima, "no topo da montanha". Até porque agora Rosberg teria que defender o título e provar suas qualidades ao invés de ser acusado de um campeão circunstancial. Hamilton não terá direito a revanche. Rosberg contou para a esposa, Vivian e Toto Wolff na segunda. Depois, para Lewis. Afinal, são amigos e rivais: O tricampeão debochou: "depois de 18 anos perdendo, venceu a primeira e se aposentou".

Foto: Reuters
Trata-se de uma decisão corajosa. É difícil parar no auge. Rosberg dificilmente seria campeão outra vez. Preferiu se retirar e curtir a vida com a família e a filha que recém nasceu. É o seu direito, obviamente. Assim como para Hunt e Kimi, um título basta. Nico claramente tinha apenas um objetivo: ser campeão mundial e depois sair. Não parece, aparentemente agora, desfrutar da carreira de piloto. Tem dinheiro, fama e agora reconhecimento. Seu último ato será sempre lembrado, o do título mundial depois de tantas derrotas para seu companheiro de equipe. Também venceu um Schumacher já afetado por lesões cerebrais pós-acidente de moto, quarentão e numa nova F1 da qual ele não estava habituado. Quem se importa? Seu "cartel" é muito bom. Venceu dois campeões mundiais na mesma equipe.

É a segunda vez que um campeão inédito se aposenta no ano seguinte. O último foi Mike Hawthorn, em 1958. Prost foi tetra em 1993 e largou, mas é outro contexto. Rosberg sai por cima para curtir a vida. Merecido.

Agora, diante de um mercado de pilotos praticamente fechado, abriu-se a vaga mais desejada da atual F1. Os principais candidatos? Wehrlein, piloto do futuro da Mercedes (o futuro é agora?), Bottas (agenciado por Toto Wolff, nunca pode ser descartado) e ele, a fênix Fernando Alonso, que possui um contrato bem amarrado com a McLaren até o ano que vem, mas diante de sua possível última chance de título, poderia se desvencilhar da McLaren. Dinheiro não falta. Todavia, corre bem por fora. Não descartaria também o ótimo Sérgio Pérez.

A notícia pode ser boa para Nasr. Com a provável ida de Wehrlein ou qualquer outro piloto já empregado, abre-se outra vaga que ele pode preencher, não necessariamente em uma equipe específica, mas principalmente na Manor. É o que restou. Está praticamente fora da Sauber. É o último suspiro para adentrar a F1.

Um post terá que ser feito nos próximos dias, mas o próximo piloto da Mercedes vai depender do perfil que a equipe deseja. Pela postura em Abu Dhabi, os alemães querem o máximo de pontos possíveis, o 1-2. Alonso seria o mais apropriado porque é a melhor das opções. Entretanto, a guerra com Hamilton seria ainda pior do que com Rosberg, até por existir um histórico entre o espanhol e o inglês. Todavia, Alonso parece mais "zen", o que poderia facilitar na negociação. É o que toda a F1 deseja: Alonso e Hamilton na mesma equipe, de novo.

Caso opte por um "segundão", Wehrlein está há tempos sendo preparado para assumir o posto da equipe prinicipal. O fato de ser preterido por Ocon na Force India o frustrou muito. Entretanto, Pascal pode ter recebido o GRANDE presente de Natal. Seria uma prova de fogo sair da Manor direto para a melhor equipe da F1, com muita pressão para andar na frente e com rivais na cola (Red Bull e Ferrari). Certamente não faria frente a Hamilton, mas poderia ser um bom escudeiro, assim como Pérez e Bottas, esses mais carimbados, experimentados e melhores.

Serão semanas quentíssimas na silly season desse fim de ano. Até quando dura as especulações? Será que a Mercedes já sabia antes e se preparou para negociar com alguém ou aprontar Wehrlein? Saberemos em breve.

Valeu, Rosberg!

Foto: AFP






quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

VIDA QUE SEGUE

Foto: Divulgação
A tristeza e a consternação ainda são grandes. Impossível ficar alheio a tudo isso. Já chorei muito e continuo muito triste, como todos nós. Muito difícil deixar de pensar em outra coisa. Aos poucos, tentamos voltar para a nossa normalidade.

Queria fazer um post longo, mas acredito que só irei pontuar duas coisas: as despedidas de Massa e Button. O grande adeus simbólico do brasileiro foi em Interlagos. A batida o tornou protagonista da corrida e emocionou a todos. Justo e merecido.

Durante a semana passada inteira, Massa continuou recebendo as últimas homenagens. Documentário com depoimentos de pilotos, engenheiros e dirigentes. Recebeu o carro do GP do Brasil de presente. Nunca a F1 viu uma despedida tão respeitosa para um piloto que sequer foi campeão mundial. Isso mostra a grandeza de Felipe Massa. O caráter, respeito, simpatia e outras tantas qualidades são mais importantes que o título, no fim das contas. O reconhecimento do paddock provou isso.

Foto: Getty Imges
A última corrida de Button parecia discreta. Capacete com as cores da Brawn GP, onde foi campeão, e a  massiva presença da família - a mãe e as duas irmãs. Saudades, John Button...

Assim como Massa, Button ter abandonado a prova logo no início tornou a sua despedida mais bonita, digna e merecedora. Evidente que ficar fora depois de apenas 13 voltas (devido a um problema na suspensão da roda dianteira direita), o mundo da F1 pode reverenciar o campeão do mundo. Se tivesse completado a prova, ficaria em segundo plano. Afinal, todos os holofotes ficariam, logicamente, na disputa do título e na consagração do campeão mundial, como de fato foi.

O aplauso da torcida (muitos britânicos estavam presentes), o abraço com os mecânicos e a caminhada abraçado aos familiares sintetiza a passagem de Button: um gentlemen, de fino trato, educado, excelente piloto e merecidamente campeão do mundo.

Foto: The Telegraph
Button vai correr no rallycross em homenagem ao pai e se dedicar ao triatlo. Talvez dispute outra categoria. Tem o perfil e estilo para ser comentarista da Sky Sports, hahaha.
Massa vai para o DTM, WEC ou F-E.

Seja o que optarem fazer, que sejam muito felizes. E o meu muito obrigado.

Vida que segue, Massa.
Vida que segue, Button.

Vida que segue, Chape.

Vida que segue para todos nós.

O blog está em marcha lenta por diversos fatores mas até o fim do ano daremos uma acelerada e virei com surpresas para vocês.

Até!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 4

Foto: F1 Fanatic
Fala, galera! Saindo a parte 4 do especial Jenson Button com bastante atraso... Peço perdão pelo vacilo :(

Paramos no fatídico ano de 2008, onde a Honda mais uma vez fez um carro ruim e no fim do ano pulou fora da F1, deixando Button e Barrichello sem equipe para 2009. Tudo parecia acabado, mas o imponderável aconteceu...

No dia 5 de março de 2009, às vésperas do início do ano, foi anunciado que a Honda iria correr como Brawn GP, pois Ross Brawn, chefão da equipe, havia comprado o espólio da equipe japonesa. O carro precisou ser de certa forma redesenhado, pois a Brawn utilizou motor Mercedes. Button e Barrichello foram anunciados como dupla da equipe, basicamente uma continuação da Honda. Por ter sido comprada em cima da hora e vinda de dois anos péssimos, não havia muita perspectiva para a então equipe Brawn GP, uma grande interrogação no mundo da F1.

Foto: Wikipédia
Na primeira metade do ano, a Brawn se beneficiou do polêmico difusor duplo, que deu vantagem para as equipes que estavam utilizando sobre aquelas que não haviam feito. Brawn e Toyota pularam na frente, e McLaren e Ferrari ficaram para trás. A partir do momento em que todas as equipes construíram o difusor, o domínio de Button acabou, mas já era tarde: o britânico havia vencido 6 das primeiras 7 corridas da temporada. Na segunda metade, foi apenas o sexto maior pontuador, vindo sua vantagem diminuir perigosamente após o crescimento de Barrichello, que conquistou algumas vitórias na segunda metade do ano.

A equipe impressionou logo no início, fazendo 1-2 no grid, com Button na frente (sua terceira pole position) e Barrichello atrás. A corrida também terminou com dobradinha, a primeira vez que uma equipe estreante fez isso desde 1954. Button descreveu como um "conto de fadas que vira realidade". Na Malásia, o resultado se repetiu, embora a corrida tenha sido paralisada antes da metade das voltas estabelecidas em virtude de uma forte chuva. Sendo assim, apenas metade dos pontos foram válidos. Na China, Button foi o terceiro, atrás da dobradinha da Red Bull, de Vettel e Webber. No Bahrein, a "normalidade" voltou, com mais uma vitória de Jenson.




Foto:Autoblog
6:39


A quinta etapa do campeonato foi na Espanha. O retorno à Europa permite as equipes atualizarem os carros. A Brawn BGP 001 correu pela primeira vez com novas peças, pois estava com o mesmo carro desde o início do ano. Button foi o pole e descreveu as atualizações como "um bom passo adiante". Ele e Rubinho planejaram três paradas. Entretanto, quando Barrichello assumiu a ponta, a Brawn modificou a estratégia de Jenson, que parou duas vezes, e manteve a de Rubinho. Button venceu com larga vantagem e revoltou Barrichello, que se sentiu "sacrificado" para atender os interesses do piloto britânico: "se eu perceber qualquer sinal de que estão favorecendo Jenson, eu vou pendurar meu capacete amanhã".


8:19



Foto: Motorsport
Em Mônaco, Button conquistou mais uma pole position, a quarta da temporada. "Foi uma das melhores voltas da minha vida", afirmou. Na corrida, administrou os pneus bem melhor que o companheiro de equipe e venceu mais uma. A imprensa britânica estava empolgada: "vimos atuações assim de Senna e Schumacher. Definitivamente Button mostra que é um belo piloto, prejudicado por carros ruins nos últimos anos". Na Turquia, Button largou em segundo, atrás de Vettel. Entretanto, um erro do alemão na primeira volta o permitiu assumir a ponta para vencer a quarta corrida consecutiva, a sexta em sete provas, feito até então só alcançado por Alberto Ascari, Juan Manuel Fangio, Jim Clark e Michael Schumacher, todos campeões mundiais.



Foto: Grand Prix
O GP da Inglaterra marcou o fim da hegemonia de Button na temporada e o começo de resultados ruins e medianos. Ele foi apenas o sexto, seguido de um quinto lugar na Alemanha, em corridas dominadas pela Red Bull. A Brawn estava esperançosa de um bom resultado no GP da Hungria, tendo realizado atualizações no carro e nas melhores condições para suportar o calor na temperatura dos pneus. Todavia, Button foi apenas o sétimo, o pior resultado na temporada. Durante a corrida, ele perguntou: "como o carro pode estar tão ruim no momento?"

Sua "má fase" prosseguiu no GP da Europa, em Valencia. Ele foi superado por Rubinho na classificação e depois por Webber na corrida, foi apenas o sétimo e viu Barrichello vencer, diminuindo a vantagem para apenas 18 pontos. A imprensa britânica disse que Button estava sentindo a pressão por estar liderando o campeonato. Na Bélgica, abandonou pela primeira vez, após bater com Grosjean na primeira volta. Button somou apenas 11 pontos em cinco corridas, faltando cinco corridas para o fim do campeonato, com 16 pontos de vantagem para Rubinho e 19 e 20,5 para Vettel e Webber, respectivamente.

Jenson se recuperou em Monza: chegou em segundo, atrás de Barrichello na dobradinha da Brawn. Na corrida seguinte, em Cingapura, foi apenas o 12° no treino, mas se recuperou na corrida e chegou em quinto, a frente de Rubinho, o sexto. Faltando três provas e 30 pontos, Button estava 15 pontos a frente de seu companheiro de equipe e 25 de Vettel, com Webber já fora da disputa. Uma semana depois, no Japão, a Brawn foi mal de novo: Barrichello em sétimo e Button em oitavo. 

No Grande Prêmio do Brasil, Button foi muito mal no treino, escolhendo os pneus errados na hora do temporal e largou apenas em 14°. Vettel largou em 16°, mas Barrichello foi pole. Na corrida, Jenson foi ajudado por um acidente na primeira volta, e já estava em sétimo na volta sete. Na metade da prova estava em segundo, mas terminou em quinto, somando pontos suficientes para garantir o inédito título mundial faltando uma corrida para o fim do campeonato.




Foto: Getty Images
Foto: Daily Mail
Button foi até então o segundo piloto com maior número de corridas para se sagrar campeão mundial, com 169 provas, apenas superado por Mansell (176) e agora Nico Rosberg (206). Ele publicou o livro "My Championship Year", publicado dia 19 de novembro, que conta sobre o ano do título mundial.

Na última corrida da temporada, Button largou atrás de Rubinho, mas chegou em terceiro na corrida.

Por enquanto é isso galera, em breve a última parte do Especial Jenson Button, falando da sua carreira na McLaren até o final, que foi no último domingo. Até mais!


A EFICIÊNCIA VENCEU O TALENTO

Foto: Getty Images
Antes de mais nada: ninguém é campeão por acaso e não existe título injusto. Portanto, Nico Rosberg é o legítimo campeão da temporada 2016. Outra leitura que é correta de se fazer é que a quebra no motor de Hamilton no GP da Malásia decidiu o campeonato. Desde o Japão, o título de Rosberg estava encaminhado e que apenas uma catástrofe o impediria de fazer história. Hamilton utilizou todos os meios legais possíveis, mas não contava com uma prova tão insossa dos quatro possíveis "ajudantes" a desbravar o tetra. Rosberg capitalizou em cima dos erros e problemas de Lewis. Junto com sua pilotagem consistente, eficaz e regular, sagra-se campeão mundial. Agarrou a terceira oportunidade que teve.

A família Rosberg igualou o feito da família Hill: pais e filhos campeões (Graham e Damon - 1962, 1968 e 1996; Keke e Nico - 1982 e 2016). Nada mais icônico que Damon entrevistar Nico após a corrida!

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Hamilton teve um dia de Massa em 2008: vitória amarga. Lewis tem total razão em afirmar e se queixar do estouro do motor da Malásia. Entretanto, suas largadas ruins e o desempenho patético em Baku também contribuíram para a perda do tetra. Hamilton acordou tarde demais para a disputa. Mesmo assim, deu um sufoco em Nico. Não há dúvidas que o britânico é muito mais rápido e talentoso que o alemão. Todavia, Rosberg utilizou sua rapidez e constância para superar o talento e a genialidade de Lewis. Óbvio que o novo campeão tem muito talento, mas menos que Hamilton. Resta saber se Rosberg será um campeão circunstancial ou irá defender o título ano que vem com a mesma garra, força e destreza que teve esse ano.

Muito se discutiu sobre a tática de Hamilton ser suja ou não. Está nas regras e não, não é nenhum pouco suja. Se ele estava muito "lento", teoricamente era mais fácil de ultrapassá-lo, não? "Ah, mas dai o Hamilton ia jogar o carro em cima do Rosberg". Não tenho bola de cristal para saber, e outra: as chances disso dar certo eram quase nulas. Mesmo que Nico abandonasse e Lewis seguisse, era certo que seria penalizado no final. A única chance de Hamilton ser campeão era contar com a aproximação de Red Bull e Ferrari para pressionar e ultrapassar Nico ou uma quebra. Não deu, mas faz parte do jogo. Tática esperta e interessante, só faltou combinar com uma corrida melhor dos outros quatro pilotos.

Foto: Divulgação
Outra coisa: por quê a Mercedes quis tanto interferir na corrida? Tudo bem que o objetivo da equipe é fazer o 1-2 tranquilo, mas precisavam manter a palavra de "disputa entre os dois na pista sem interferência". Que palhaçada foi aquela do Paddy Lowe querer pressionar Lewis a andar mais rápido? Em detrimento de quem? Rosberg? Só para garantir os interesses da equipe? Não tinha nada em jogo a não ser o título, os construtores já haviam sido conquistados no Japão. A resposta de Hamilton foi perfeita: "sou líder e estou num ritmo bom, não vejo motivos para acelerar". Só faltou o presidente da Mercedes obrigar Lewis a acelerar. Bastava Nico ter o arrojo de ir pra cima e passar. Preferiu a cômoda segunda posição. Escolhas são escolhas, e isso bastava para o título.

Red Bull e Ferrari foram abaixo do que poderiam ter sido. Raikkonen largou bem mas teve um ritmo muito lento, foi pressionado por Ricciardo no primeiro e segundo stint para depois ser ultrapassado pelo australiano e Vettel na segunda parada de pit-stops, terminando em um longínquo sexto lugar. Ricciardo largou com os supermacios e tinha tudo para fazer uma estratégia interessante como Verstappen fez. Entretanto, inexplicavelmente a Red Bull o chamou para os boxes logo na volta seguinte onde ele liderava depois de fazer a volta mais rápida da prova, mofando na quinta posição. Uma corrida sem brilho, vitimada pelo erro estratégico dos taurinos.

Foto: Getty Images
Verstappen chegou a incomodar Rosberg quando era segundo. A rodada na largada prejudicou seus planos. Mesmo assim, foi ultrapassado com maestria pelo alemão, e não teve forças para incomodá-lo na parte final da prova, mesmo diminuindo lentamente a distância de 26 segundos que possuía. A estratégia de Hamilton permitiu a Vettel voltar para o stint final com os supermacios. Conseguiu passar as Red Bull e garantiu o pódio na terceira posição. Se tivesse mais algumas voltas, poderia ter passado Rosberg. Poderia. Agora, tudo é "se" e passado...

O outro pelotão da corrida não merece muitos comentários. Hulk e Pérez confirmaram a quarta posição da Force India nos construtores. Alonso foi o décimo. A Manor terminou na frente da Sauber. Fim de ano caótico da Toro Rosso, Haas abaixo dos pontos e Renault deprimente. Como Palmer pode ter contrato para o ano que vem numa equipe desse porte? Sobre Massa e Button, falarei durante a semana. Preciso terminar o especial Button e, em breve, farei o especial do brasileiro. Só para constar. Triste Jenson abandonar logo no início da prova. Entretanto, assim como Massa, Button pode ter mais destaque na despedida, sendo filmado pela direção de prova e homenageado pelos fãs, que o aplaudiram muito no momento em que chegou aos boxes. Uma despedida digna de um campeão mundo e boa praça. Só faltou John Button, mas ele está olhando tudo e com muito orgulho do filho.

Massa foi o nono e coroou mais um final de semana especial, com presentes e mini-documentário com a presença de todos os pilotos do grid e depoimentos de pilotos e dirigentes. Nunca vi alguém ser tão homenageado em sua última prova, nunca! Nem grandes campeões tiveram todo esse respeito e reverência que o brasileiro teve, fruto da simpatia, caráter, hombridade e respeito com todo o paddock, algo raro de ver em um meio mais do que nunca competitivo, sujo, corrupto, trapaceiro e estressante que é a F1. Valeu, Felipe!

Foto: Divulgação
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Foto: Getty Images
Foto: Reprodução
Confira a classificação final do Grande Prêmio de Abu Dhabi:



A Fórmula só volta daqui longínquos quatro meses (muito triste em ler isso), no Grande Prêmio da Austrália, nos dias 25 e 26 de março, senão me engano. Até lá, muitos testes de pré-temporada, análises e especulações aqui no blog! 

Até!