terça-feira, 31 de maio de 2022

O MELHOR É O FINAL

 

Foto: Divulgação/Red Bull

A história de Sérgio Pérez desde o início teve um toque diferente do padrão no automobilismo. A começar, claro, pela nacionalidade. Depois dos irmãos Rodríguez, lá nos anos 1970, o México não teve grandes representantes na Fórmula 1.

A promessa, bancada por Carlos Slim, uma das pessoas mais ricas do mundo, teve resultados razoáveis na GP2. Em condições normais, não teria feito o suficiente para seguir adiante. No entanto, o trunfo de Carlos Slim e ser membro da academia da Ferrari fizeram Checo parar na Sauber, a Ferrari B.

Desde o início, era possível ver que havia algo diferente no jovem. A quase vitória na Malásia 2012 e os pódios com um carro mediano, sempre administrando os pneus, mostravam que Checo poderia estar nas prateleiras de destaque da F1. Talvez tenha ido lá cedo demais. O fardo de substituir Hamilton na McLaren ainda sem tanta bagagem, e com Button do outro lado, o atrasou. Dizem que tinha um relacionamento difícil com a equipe e com o gentleman campeão mundial, era um cara difícil.

Por isso que Checo durou apenas um ano na McLaren, que preferiu subir Kevin Magnussen. Quem sobe e depois desce, tão jovem, já tem aquele carimbo de piloto insuficiente para grandes desafios. E Pérez precisou recomeçar.

Na Force India, sempre viu Nico Hulkenberg como a estrela, o cara que tinha potencial para estar num carro melhor. Em três anos, o mexicano fez mais pontos e pódios, enquanto o badalado alemão nunca passou perto. Ainda assim, Checo nunca foi considerado para grandes vagas. "Falhou na McLaren" e, não podemos fingir que não existe, é mexicano. Não tem o hype numa categoria majoritariamente europeia e principalmente britânica, mesmo com o faz me rir.

A Force India faliu e Checo pagou do próprio bolso os funcionários para tudo não acabar. Enfrentou rivalidade dura com Ocon e continuava fazendo os pódios que dava. Era o máximo possivel na realidade do meio do pelotão. Mesmo que apenas se resumisse nisso, a jornada não era tão ruim. 

Em 2020, a Racing Point "Mercedes B" poderia permitir algum sonho além de pódios esporádicos. Algo mais constante, por que não uma vitória ou uma pole? A jornada do mexicano começou complicada: resultados aquém do esperado e covid. Será que na hora da responsabilidade o mexicano "tremia"?

A recompensa veio no oval de Sakhir. Numa corrida atípica, como não poderia deixar de ser, a primeira vitória de Checo Pérez. Finalmente chegou o dia. É um dos poucos que conseguiu vencer e fazer pódios somente em equipes medianas como a Sauber e a Force India/Racing Point. Não é para qualquer um.

Ali, parecia que a jornada do herói mexicano terminava com um gostinho de quero mais. Justo agora que a vitória veio não existiria mais a possibilidade de repetir o feito? Lawrence Stroll comprou a Racing Point e transformou em Aston Martin. Uma das vagas era do filho e o time optou pelo tetracampeão Sebastian Vettel. Mesmo com dinheiro e talento, Pérez estava se despedindo da F1 no melhor momento da carreira, fora da curva habitual, onde jovens promessas sucumbem. Hoje, é raro alguém perseverar tanto no "lado B" e ainda assim conseguir a recompensa.

E ela veio. As estrelas se alinharam. Checo estava na situação certa e no momento certo, quem diria. Sem um piloto confiável na academia, a Red Bull ligou. Um dos melhores carros do grid. O papel é simples: ajudar Max. Isso significa: boas chances de pódio e quem uma vitória ali, uma pole aqui...

A sorte sorriu para Checo no final da carreira. É uma estrela diferente, um outlier. Driblou a lógica e o resultado é o que vemos agora.

Aos 32 anos, vive a melhor semana da carreira e o melhor momento no automobilismo. Checo encaixou muito bem com esse carro da Red Bull no novo regulamento, andando mais próximo de Max. Mais adaptado a equipe, está fazendo mais pontos e teve três chances de vitória: era líder na Arábia Saudita (quando fez a primeira pole) quando teve azar na hora do Safety Car e foi prejudicado pelo jogo de equipe na Espanha.

Pérez sabe qual é o papel dele. Mesmo que esteja próximo de Max na classificação, sua função é somar pontos e ajudar o holandês a ganhar títulos. Se nem Ricciardo que era piloto Red Bull teve alguma chance, não é o forasteiro que vai sonhar, infelizmente.

A importância de estar no lugar certo e na hora certa é a famosa "sorte", o alinhamento das estrelas. Dois dias depois de vencer em Mônaco, Checo renovou com a Red Bull por mais dois anos. 

Aí temos dois sinais. O primeiro é que a Red Bull está gostando do trabalho e sentindo a evolução do piloto que vai ficar no mínimo até os 34, quando geralmente nenhum piloto está numa equipe de ponta, principalmente na Fórmula 1 de hoje, onde as coisas acontecem de forma cada vez mais precoce.

O segundo é que claramente os taurinos perceberam que, no futuro próximo, nem Tsunoda, Vips, Hauger ou Daruvala mostram sinais de estarem aptos a subir para o time principal. O jeito é se desenvolver na F2 e subir para a F1, ganhando experiência na Alpha Tauri. Mais do que nunca, Pierre Gasly finalmente entendeu que precisa continuar a carreira em outro lugar e deixar a fábrica de energéticos tal qual Carlos Sainz, conforme já escrevi por aqui.

Piloto "pagante" que fez história em equipes menores, alcançando o ápice da carreira quando geralmente as pessoas estão em baixa. A fábula da carreira de pilotos como Sérgio Pérez, o journeyman, vai ser cada vez mais rara na Fórmula 1. A jornada do herói está em extinção. Precisamos desfrutar desses exemplos porque o esporte é feito de histórias, não apenas de títulos, talento ou recordes.

A história de Checo Pérez mostra que o melhor está no final e premia mais de uma década de torcida destes que vos escreve. Assim como Checo, fomos premiados, tal qual a Roma. Tudo isso na mesma semana. Resiliência é tudo? O melhor está no final.

Até!

segunda-feira, 30 de maio de 2022

UM NOVO TIJOLO

 

Foto: Getty Images

Uma Indy 500 como sempre é: repleta de estratégias e reviravoltas. Não teve tantas trocas de liderança, mas Scott Dixon e Pato O’Ward disputaram a maior parte do tempo a liderança. Dixon, pole pelo segundo ano consecutivo, estava na frente em praticamente ¾ da corrida.

Justamente na última parada nos boxes, acelerou demais no pit lane e foi punido, jogando fora todo o trabalho. A Chip Ganassi tinha o favoritismo pelo que apresentou nos treinos, mas as McLarens de Pato e Rosenqvist estiveram no páreo o tempo.

Largando em sexto, Tony Kanaan buscava a segunda conquista do Brickyard. Foi avançando e conseguiu um terceiro lugar. Chegou perto. Hélio Castroneves, que buscava ser o primeiro penta, tinha uma missão inglória. Largando em 27°, conseguiu uma boa corrida de recuperação, mas faltava velocidade para brigar lá em cima. Ainda assim, conseguiu ficar no top 10.

Com Dixon fora, tudo parecia encaminhado para o mexicano O’Ward repetir a dose de Checo Pérez mais cedo e levar o país ao topo. Pelo conjunto da obra, talvez fosse o que mais merecia levar o banho de leite. No entanto, a vida não é sobre merecimento, e sim chegar até o final.

Na última parte da corrida, Ericsson, que ficou no bolo o tempo todo, assumiu a liderança, em virtude de uma das amarelas. Sem parar, tinha uma vantagem confortável até que Jimmie Johnson, o da Nascar, bateu faltando duas vezes. Geralmente se encerraria com bandeira amarela, mas sabe-se lá porque deram bandeira vermelha. Estava tudo desenhado para Pato O’Ward.

O que vimos nessas voltas finais foi uma defesa espetacular de Ericsson, de cinema. Fechou a porta e rumou para uma improvável vitória na Indy 500. Ele encerrou o jejum de 10 anos da Ganassi e foi o segundo sueco a tomar banho de leite (o único até então havia sido Kenny Brack, em 1999).

Por não ser uma figura carismática ou ter uma grande passagem na F1, ficou aquele anticlímax. Era melhor para todos que Pato tivesse vencido, mas Ericsson teve seus méritos. Depois que saiu da F1, veio para Indy e foi evoluindo aos poucos. Ano passado, teve as primeiras vitórias. Agora, a consagração máxima. De quebra, assumiu a liderança do campeonato, com O’Ward na cola.

Os pilotos podem evoluir e serem felizes em outros lugares. Sempre é essa a lição que fica quando acompanhamos outras categorias. Nem todo mundo vai ser Max Verstappen ou Lewis Hamilton. Se Ericsson não é o suprassumo do automobilismo, ele mostrou méritos para estar na história de uma das corridas mais tradicionais do esporte. É sobre isso.amHamHa

Para Pato O’Ward, fica a frustração de ter chegado perto. No entanto, a grande recompensa pode chegar nos próximos meses. Com Ricciardo cada vez mais fora da McLaren, o mexicano é um candidato natural a assumir essa vaga, além de Colton Herta. Apesar de mexicano, seria do interesse da categoria alguém com proximidade do mercado americano para reforçar a categoria, além das três etapas inseridas no calendário.

Não foi das corridas mais emocionantes mas o final compensou. Como mágica, vimos a história e o improvável acontecer. Pode até não ser o que gostaríamos em termos estéticos e de narrativa, mas precisamos respeitar e admirar. A Suécia de Ronnie Peterson tem um herói para chamar de seu. Um novo tijolo em Indianápolis.

Até!


domingo, 29 de maio de 2022

BONANÇA MEXICANA

 

Foto: Getty Images

Não foi dessa vez que a Ferrari e Leclerc espantaram a zica. Uma mistura de azar e incompetência dos italianos, onde o monegasco foi vítima. Vamos por partes.

A F1 nunca mais vai correr na chuva. Tá certo que, por ser em um circuito apertado e difícil, a chance de diversos acidentes seria altíssima, então deu para entender. O problema é que esse processo sempre se repete. Qual o sentido em fazer pneu de chuva se é proibido correr quando cai um pingo no chão?

A largada foi adiada o quanto foi possível e duvido que quisessem repetir o constrangimento da Bélgica, menos de um ano depois. Com a pista secando e os carros largando em movimento atrás da Safety Car, a procissão habitual prosseguiu. Apenas Stroll e Latifi, pra variar, erraram e pararam no final do grid.

Com a pista secando, a estratégia faria a diferença. Parar e trocar os pneus no momento certo matariam a questão. Lá atrás, Gasly dava show com os intermediários e tinha mais ritmo. Até ultrapassar conseguiu!

Diante disso, a Red Bull antecipou a parada de Pérez com os intermediários. No entanto, a pista foi secando. Max entrou logo depois e Sainz colocou os pneus duros. A Ferrari não só demorou com Leclerc como fez o então líder colocar os intermediários para depois ter os duros. Duas paradas e o quarto lugar. Inocência, burrice e incompetência italiana que perdeu 16 ou 17 pontos fundamentais para a briga no campeonato. A Ferrari era de longe quem tinha mais ritmo e velocidade no Principado.

Mesmo fazendo duas paradas, Pérez estava num ritmo muito bom outra vez, a exemplo da Espanha. Impressionante como o mexicano se adaptou ao carro dessa temporada, melhorando os resultados e andando próximo de Max. Foi contratado exatamente para isso. O erro no sábado o beneficiou para poder largar na frente do holandês e não precisar fazer jogo de equipe.

O melhor dos mundos precisava acontecer para sonhar com uma vitória: a exemplo da primeira vitória de Massa em 2006, na Turquia, Pérez precisava de uma Ferrari entre ele e Max. Lá estava Sainz. No trenzinho da alegria, o mexicano se aproximava da vitória.

Mônaco precisava de um drama e ele veio com um pequeno susto. Mick Schumacher bateu forte e o carro chegou a partir em dois. Nada de grave com o alemão, que segue zerado no ano e colecionando acidentes. A chegada de Magnussen foi a pior coisa que poderia acontecer para o cartaz do Schumaquinho. Segue com dificuldades. Tardiamente, a direção acionou a bandeira vermelha e tudo poderia mudar.

A Red Bull preferiu os pneus médios e a Ferrari os duros. A ideia era buscar se distanciar, visto que com pneus iguais a Ferrari tinha mais aderência. Os dois pilotos taurinos se viram em uma polêmica: passaram com duas rodas na linha amarela no retorno dos boxes, o que em tese não pode. No entanto, diante das condições de pista e o fato da roda não ter ultrapassado totalmente a linha (segundo a FIA), não houve punições.

Diante de tantas paralisações, dessa vez a FIA optou por finalizar a corrida no limite de três horas. No final, 64 voltas completadas das 77 previstas. Os pneus da Red Bull se deterioraram e Sainz foi pra cima. O trenzinho da alegria estava feito mas nada mudou.

Sérgio Pérez vence pela terceira vez na carreira, a primeira no ano e é o quinto latinoamericano a vencer no Principado, o que não acontecia desde Juan Pablo Montoya. É um ano incrivelmente consistente de Checo. Na Arábia Saudita, teve azar no Safety Car. Na Espanha, foi impedido de ganhar. Em Mônaco, teve sorte, ritmo e a boa estratégia da equipe para vencer. O mexicano vive um momento único.

O journeyman, diferentemente da lógica da F1, vive o auge nos últimos dias da carreira. Depois de passar por tanta coisa, está colhendo os frutos de anos no underground e pódios escassos em equipes falimentares apenas agora. Consistente e ajudando a Red Bull, Checo pleiteia mais uma renovação pelos taurinos, porque não há nenhum talento pronto para subir. 

No entanto, não se enganem: mesmo que ande bem e esteja próximo de Max no campeonato, a equipe é dele e o papel continue o mesmo, apesar do mexicano as vezes tentar insistir externamente o contrário. Se nem Ricciardo que era cria do energético teve esse privilégio, imagina um forasteiro. Pés no chão. Checo precisa desfrutar momentos dourados como o de hoje. É um herói nacional mexicano.

No campeonato, Max sai muito fortalecido. Sem ritmo, ainda assim consegue colocar mais três pontos de vantagem em relação a Leclerc, prejudicado pela burrice da equipe. Mais uma chance desperdiçada pela Ferrari. E é assim que os campeonatos são perdidos. Sainz está batendo na trave e precisa de mais regularidade e velocidade para finalmente vencer a primeira na carreira.

O regular Russell outra vez foi o melhor do resto, seguido do segundo melhor da F1 B, Lando Norris. Finalmente Alonso teve um final de semana sem problemas e ficou em sétimo. Com dificuldades, Hamilton foi só o oitavo. Parece que a Mercedes regrediu em circuitos de baixa. A ver como será em Baku, circuito de rua cheio de retas. Numa disputa com o heptacampeão, Ocon fechou demais a porta e foi punido com cinco segundos, perdendo os pontos. Bottas herdou o nono lugar e Vettel conseguiu um pontinho, em décimo.

Ricciardo segue na jornada ruim. Mesmo em condições malucas, mais uma vez ficou longe de pontuar e a batata está assando ainda mais. Gasly tentou mas segue atrás de Tsunoda nos pontos. Zhou ainda está se adaptando na categoria e segue distante de Bottas.

Se Mônaco não oferece milhares de ultrapassagens artificiais, a tensão e a estratégia em uma corrida diferente como a de hoje valem muito a pena. Diante de vários circuitos iguais do Tilke ou aqueles circuitos de rua insossos, não tem problema em Mônaco continuar no calendário. Isso sequer deveria ser cogitado pela geração Drive to Survive, que parece gostar apenas de artificialidades. São 23 corridas no ano. Qual o problema de Mônaco? Existem milhares de pistas horríveis e sem a carga histórica de Monte Carlo para sair do calendário e efetivar Mugello e o retorno de Sepang, por exemplo.

Vida longa a Mônaco, que hoje foi digna de um capítulo que premiou o azarão que nunca desistiu de lutar e está sendo recompensado agora, nos últimos anos. Depois da tempestade, veio a bonança mexicana. Apimentada, intensa e cheia de sentimentos.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!


sexta-feira, 27 de maio de 2022

PRA ESPANTAR A ZICA?

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Modificando as tradições, agora os treinos livres de Mônaco também são nas sextas-feiras. Com carros cada vez maiores e largos, a possibilidade de ultrapassagens é quase nula. O que pode fazer a diferença no principado? A classificação e os acidentes, é claro.

Há um componente a mais nesse ano: a possível possibilidade de chuva para o final de semana, o que embaralharia tudo de vez. Seria loteria pura. Enquanto isso não acontece, os treinos de hoje foram ensolarados.

Se nada incrível acontecer, parece que só a zica pode parar a Ferrari de novo. Leclerc, que corre em casa, dominou os dois treinos. Se no ano passado ele fez pole com aquele carro fraco, imagina agora? O monegasco é o favorito absoluto do final de semana, se não bater (algo comum em Mônaco) ou a Ferrari acusar algum problema de confiabilidade. É a chance de Sainz se reabilitar também, ajudando os italianos no campeonato.

Possivelmente, pode ser uma corrida para a Red Bull administrar os danos e contar com o azar ou incompetência dos rivais. Pérez parece cada vez melhor, inclusive foi mais rápido que Max hoje. Só o fato do mexicano andar na frente nos treinos livres mostra como ele se adaptou bem ao carro taurino desse ano. No passado, nem isso acontecia. No entanto, nada muda e ele vai continuar o 1B, não interessa a situação da corrida.

A Mercedes parece ter regredido. O porpoising e a instabilidade voltaram. Talvez em circuitos de baixa a solução encontrada em Barcelona não funcione. É aguardar para ver.

Ricciardo... nem no Principado, onde já venceu, parece haver luz no fim do túnel. Bateu no treino livre e evidencia o péssimo momento que vive, coincidindo com as críticas públicas do chefão Zak Brown. Por outro lado, quem sabe essa pancada não tenha sido o último impacto de vez para ressurgir na temporada?

A glamourosa e chata Mônaco sempre tem espaço para surpresas, drama e suspense. É preciso fazer 78 voltas perfeitas. Uma distração é muro e adeus. Com chuva e carros ainda não tão confiáveis em termos de durabilidade, quem sabe podemos ter uma corrida cheia de alternativas, emoções e suspense em Monte Carlo. Independente disso, ela jamais deveria sequer ser cogitada a sair do calendário, por mais enfadonha que possa ser as vezes. Mônaco é F1 e vice-versa.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 26 de maio de 2022

GP DE MÔNACO: Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Em 2020, em virtude do coronavírus, a corrida de rua não foi realizada pela única vez na história, retornando ao calendário nesta temporada. 

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:12.909 (Mercedes, 2021)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:10.166 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 85 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 74 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 65 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 46 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 39 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 38 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 4 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 195 pontos

2 - Ferrari - 169 pontos

3 - Mercedes - 120 pontos

4 - McLaren Mercedes - 50 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 39 pontos

6 - Alpine Renault - 34 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


PÉ NO FREIO

Foto: Getty Images

O sonho de Fernando Alonso conquistar a tríplice coroa do automobilismo está muito distante. Prestes a completar 41 anos, o espanhol, que já disputou três edições (e ficou ausente em 2019, no Bump Day), está focado na reta final da carreira na Fórmula 1.

No entanto, é outro o motivo para o espanhol esfriar o interesse em uma possível nova participação na Indy: o aeroscreen.

“É um objetivo menor agora. As últimas duas tentativas na Indy com o aeroscreen tornaram o carro um pouco diferente, e conversando com alguns colegas, os carros ficaram mais difíceis de pilotar e de seguir um ao outro. Ficou menos divertido. Em 2017, foram várias ultrapassagens e eu amei aquela corrida. Teve menos amor nos últimos anos sem poder ultrapassar.

E tem o fator de risco. Na Indy 500, acontecem grandes acidentes todo ano. Agora eu estou totalmente focado na Fórmula 1. Quando eu parar, não sei se estarei tentado a tentar de novo. Não é completamente um ‘não’, mas virou um projeto menor”, disse em entrevista para a BBC.

O tempo parece que definitivamente passou para Alonso. Além do ritmo, tem a questão da competitividade com uma idade tão elevada. Melhor dar tempo ao tempo, mas pelo menos o espanhol tentou e saiu da bolha. É um sinal que o tempo passa para todos nós, não tem jeito.

DECEPCIONADO

Foto: Getty Images

Parece até que Zak Brown esperou o meu texto da segunda-feira para expor o que está achando do desempenho de Daniel Ricciardo na McLaren até aqui. O chefão não teve papas na língua e pela primeira vez fez duras críticas públicas ao australiano:

“Lando (Norris), definitivamente, tem uma vantagem. Nós obviamente gostaríamos de ver Daniel (Ricciardo) mais perto de Lando em termos de performance, para termos uma boa disputa interna. Mas Daniel simplesmente não está confortável ainda com o carro. Estamos tentando de tudo. Foi, novamente, um fim de semana decepcionante", disse.

Ricciardo só pontuou na corrida de casa, em Melbourne. Na Espanha, mesmo largando a frente de Norris, chegou em 12°, enquanto o inglês foi o oitavo, mesmo debilitado por uma amidalite.

“Com exceção de Monza e algumas outras corridas, (Ricciardo) não tem cumprido as expectativas dele e as nossas. Penso que tudo que você pode fazer é continuar trabalhando duro como time, manter a comunicação interna e seguir acelerando, esperando que o que não está encaixando no momento, encaixe o quanto antes”, continuou Brown.

Também empresário de Norris, o chefão aproveitou para elogiar o cliente, demonstrando a qualidade do inglês perante a concorrência interna e comparando com os pilotos das principais equipes da F1:

“Acho que isso também aponta o quão bom Lando é. Quando você olha para a diferença entre Leclerc e Sainz, Verstappen e Pérez… penso que Lando é um dos melhores pilotos do mundo no momento e, quando você vê que a distância entre companheiros de equipe existe, é meio que um elogio para ele”, concluiu.

Bem, Zak Brown basicamente repetiu o que eu escrevi no texto. O estranho é fazer isso publicamente, o que deixa uma mensagem potente: a paciência está acabando. Ricciardo custa muito caro para entregar tão pouco. O ultimato público pode ser, de fato, a última oportunidade para o australiano.

TRANSMISSÃO:
27/05 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
27/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
28/05 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
28/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
29/05 - Corrida: 10h (Band)

quarta-feira, 25 de maio de 2022

O RETORNO DO BICHO PAPÃO?

 

Foto: Getty Images

Depois do segundo pódio de Russell e um ritmo alucinante de Hamilton muito elogiado, o clima de otimismo se instaurou na equipe alemã. Os atuais octacampeões de construtores conseguiram resolver boa parte dos problemas que estavam apresentando até então. Claro, ainda não é o suficiente para alcançar Red Bull e Ferrari, mas o caminho está feito. 

Hamilton foi mais eufórico e Russell mais comedido. No entanto, nesta semana, o inglês falou tranquilamente que, em "três ou quatro corridas", a Mercedes vai começar a brigar por vitórias. É uma estimativa interessante.

Fiquei pensando: será que dá tempo de brigar pelo título? Em seis etapas, a vantagem parece praticamente irreversível nos construtores e nos pilotos para Hamilton. Ainda precisamos considerar que esse número vai aumentar nas próximas três ou quatro corridas antes de onde Russell diz que os alemães estarão prontos para brigar pela vitória, se tudo der certo.

Para Russell, a perspectiva não é tão sonhadora assim. Piloto mais regular do ano e distante de Verstappen e Leclerc, o inglês está "apenas" 36 pontos atrás do holandês. É claro que o número vai aumentar nas próximas "três ou quatro corridas" antes da previsão da Mercedes, mas tanto o holandês quanto o monegasco estão enfrentando problemas de confiabilidade, enquanto os alemães não. Não seria improvável, quem sabe, com um alinhamento das estrelas, que uma quebra de um dos dois permitisse a aproximação de George.

Ainda pensando no melhor dos mundos para a Mercedes, os alemães teriam a metade final da temporada para brigar supostamente em igualdade de condições com os taurinos e os italianos. É claro que os rivais também podem evoluir nas atualizações do carro, mas tudo depende da circunstância, da confiabilidade, da chuva, do erro humano...

Mesmo assim, as possibilidades realísticas são bem pequenas. No entanto, com uma temporada de 22 corridas, é possível pensar em uma larga evolução a ponto de virar tudo. É difícil? É. É quase impossível? Também.

Mas estamos falando de quem venceu sete dos últimos oito campeonatos de pilotos (e perdeu em circunstâncias que vocês sabem como) e tem oito títulos de construtores. Red Bull e Ferrari estão atentos, certamente. Não sei vocês, mas eu teria cuidado com o bicho papão.

Até!

segunda-feira, 23 de maio de 2022

ENCURRALADO

 

Foto: Autosport

É estranho criticar alguém que venceu uma corrida na última temporada. É estranho criticar alguém que venceu uma corrida em dobradinha por uma equipe que não vencia na F1 há nove anos e não fazia dobradinha há mais de dez. É estranho, mas é perfeitamente possível.

A estatística fria está ali e não deixa mentir. No entanto, ela não é absoluta. Daniel Ricciardo se encaixa nessa situação. Venceu em Monza numa dobradinha mas em boa parte do ano foi dominado por Lando Norris. A esperança é que o novo regulamento e a melhor ambientação na equipe permitisse um salto no desempenho. 

Não é o que vimos. O australiano segue devendo. 39 a 11 para Norris. A McLaren hoje não tem carro para pódios ou algo do tipo, mas ainda assim Lando conseguiu um terceiro lugar em Ímola. O jovem britânico consegue extrair mais do carro custando muito menos que Ricciardo, que um dia foi considerado um dos futuros protagonistas da categoria.

Antes, o australiano tinha opções. Quando percebeu que Max Verstappen seria o centro do projeto da Red Bull, saiu para buscar o próprio protagonismo. Apostou na Renault. Não deu certo. A McLaren parecia mais promissora. Em dois anos até aqui, uma vitória importante, é claro, mas parece ser uma exceção na regra de Ric até aqui.

Ricciardo é jovem, o ponto não é esse. A questão é: ele custa muito caro para apanhar tanto assim de Norris. Lembrem-se: a McLaren também vive uma espécie de recuperação financeira depois do fiasco com a Honda. Se Ricciardo continuar não entregando resultados condizentes ao faturamento, pode ser que a passagem pelo time de Woking termine no final desse ano.

E aí, o que sobraria para Ricciardo? Quem toparia pagar o que ele recebe? Qual equipe assinaria com ele? A não ser que a percepção do mercado seja diferente. Ricciardo sempre foi visto como alguém com potencial para disputar títulos. "Tirou" Vettel da Red Bull, mas depois perdeu para Kvyat. Superou Max, mas depois foi preterido. Agora, perde para Norris, o que não é nenhum demérito. O problema é como.

O tempo passou para Ricciardo. Se a situação na McLaren não melhorar, o australiano vai estar encurralado. O que vai sobrar para ele na categoria? Talvez assumir a posição de que não vai brigar por títulos. Daqui a pouco, ser alguém que a equipe confie para pontuar e fazer pódio pode ser um caminho mais curto para andar na frente, mas isso seria abdicar do objetivo esportivo. Hoje, Ricciardo tem condições de aspirar algo além do que está fazendo na McLaren? Pois até ali, Norris sempre foi o rosto do futuro desenhado por Zak Brown.

Ricciardo está ficando com as costas na parede. Encurralado.

Até!

domingo, 22 de maio de 2022

REVIRAVOLTA

 

Foto: Manu Fernández/AP

Além da virada do Manchester City que garantiu mais uma Premier League para o time inglês, o final de semana teve um final de semana repleto de alternativas interessantes no GP da Espanha, apesar do final ter sido repetitivo.

Aparentemente, a Ferrari tinha outro ritmo de corrida e menos desgaste de pneus. Charles Leclerc disparava na liderança até que foi traído pelo primeiro problema de confiabilidade da Ferrari no ano: a perda da potência no motor. É difícil imaginar o final, mas a corrida parecia promissora para o monegasco. Graças a isso, a vantagem no Mundial já era e a Ferrari vai precisar remar tudo outra vez para se manter mais competitiva que a Red Bull.

Max teve altos e baixos. Com problemas na asa traseira desde a classificação, saiu da pista sozinho e ficou preso em Russell, tendo que usar os boxes para fazer a ultrapassagem. Além disso, contou com a ajuda do jogo de equipe para superar Pérez, que diante das reviravoltas da corrida parecia que seria o favorito a vencer, mas isso mudou assim que Max se livrou de Russell.

No fim das contas, Max consegue recuperar terreno em uma vitória que lhe deixa na liderança do Mundial pela primeira vez no ano, assim como a Red Bull assumiu a ponta no Mundial de Construtores. A Red Bull tem dois pilotos esse ano. Pérez faz o papel dele de forma perfeita nesse ano. Evoluiu muito. Quando veio para equipe, sabia exatamente onde seria exigido. Claro que é frustrante, mas o mexicano pleitear uma vitória mostra que está sendo muito útil para o time. Tudo feito de forma transparente.

A corrida de hoje pode ter sido um ensaio para a Mercedes voltar a brigar pelo pódio. Ele veio hoje outra vez com George Russell, aproveitando mais um erro de Carlos Sainz. Ele segurou as Red Bull o quanto foi possível, mostrando que o ritmo, os pneus e o carro estão melhores e quicando menos. Hamilton, em 2022, está com azar. Foi tocado por Magnussen na largada e fez uma corrida de recuperação fulminante. "Se" estivesse em condições normais, poderia até ter feito pódio. 

No entanto, a corrida de hoje mostra que a Mercedes tem um caminho otimista a seguir. Quem sabe, mais adiante, possa ser uma terceira força no campeonato para tirar pontos de Max e Leclerc? Ah: que pilotaço é George Russell!

A Ferrari só tem um piloto. Carlos Sainz segue errático e muito aquém na disputa. Rodou sozinho e comprometeu a corrida, além de já ter feito uma largada ruim. Só ficou em quarto porque Hamilton teve que economizar combustível no final da corrida. Com contrato de dois anos, o espanhol tem um futuro tranquilo, mas essa péssima impressão no início de ano custou o topo da hierarquia do time. Na Ferrari, a pressão só vai aumentar, então é preciso acabar com essa maré de azar e os erros que anda cometendo.

Bottas foi o melhor do resto, elevando o nível da Alfa Romeo. Ocon regular, Alonso fez uma boa corrida de recuperação, assim como Norris, e Tsunoda superou Gasly nos pontos. O japonês está evoluindo. Ricciardo segue devendo e talvez não tenha mais o que acrescentar na McLaren. Sistematicamente superado por Norris. Mesmo com a atualização, a Aston Martin segue penando e saiu zerada. Mick Schumacher não teve um bom ritmo de corrida e sucumbiu. Também continua zerado no ano.

Em uma corrida cheia de reviravoltas e possibilidades interessantes, o final foi repetitivo. Com o melhor carro até aqui, a Red Bull chega a liderança dos Pilotos e Construtores com potencial de crescimento. A Ferrari precisa reagir e a Mercedes parece apontar na direção certa. O campeonato é longo, apesar de agora termos "só" 22 corridas, pois não vai ter substituto para o GP da Rússia.

Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!

sexta-feira, 20 de maio de 2022

O MESMO SCRIPT?

 

Foto: Lars Baron/Getty Images

F1 na Espanha não costuma ser palco de grandes mistérios e interrogações. Na verdade, os treinos livres de hoje basicamente reforçaram essa impressão.

Novamente a Ferrari está mais rápida nas voltas lançadas e Charles Leclerc liderou os dois treinos. A Red Bull tem dificuldades em aquecer os pneus, mas compensa com o ritmo de corrida.

O que vimos de diferente hoje, supostamente, foi a Mercedes mais próxima dos taurinos e dos italianos. Tanto a Ferrari quanto os alemães trouxeram atualizações contundentes para a Espanha. Russell e Hamilton ficaram mais próximos. O heptacampeão estava visivelmente mais otimista nas entrevistas pós-treino. Russell estava mais cauteloso, mas a verdade é que a Mercedes pode finalmente começar a sonhar em incomodar na disputa entre Max Verstappen e Charles Leclerc.

O meio do pelotão parece a mesma coisa. Uma polêmica do dia foi sobre as atualizações da Aston Martin serem muito semelhantes esteticamente a Red Bull. Quem sabe o time de Vettel finalmente não dê o salto tão esperado desde que virou uma equipe de fábrica?

Tivemos outra novidade: agora é obrigatório os novatos participarem de ao menos dois treinos livres no ano. A Red Bull colocou Juri Vips, o que pode signfiicar que o estoniano está ne frente na hierarquia interna da academia. Nyck De Vries, campeão da F2 e da Fórmula E, ocupou o assento da Williams. Ele também é um dos especulados para substituir Nicholas Latifi, talvez ainda nesse ano. A Alfa Romeo colocou o experiente Robert Kubica, que traz um dos principais patrocínios da equipe.

A princípio, o script pode parecer o mesmo: Ferrari mais rápida, Red Bull mais forte. No entanto, a Mercedes pode ter cara de finalmente, aos poucos, voltar a ganhar protagonismo. Veremos.

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Espanha:



Até!

quinta-feira, 19 de maio de 2022

GP DA ESPANHA: Programação

 O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:18.149 (Red Bull, 2021)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:15.406 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004) e Lewis Hamilton (2014, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021) - 6x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 85 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 66 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 59 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 53 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 36 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 30 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 24 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

16- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 157 pontos

2 - Red Bull RBPT - 151 pontos

3 - Mercedes - 95 pontos

4 - McLaren Mercedes - 46 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 31 pontos

6 - Alpine Renault - 26 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


EM DÚVIDA

Foto: Divulgação/BBC

Além da questão esportiva, Sebastian Vettel também tem outros pensamentos que podem influenciar no término da carreira como piloto.

Cada vez mais engajado na questão ambiental e na sustentabilidade do planeta, o tetracampeão sabe que seu trabalho causa um impacto negativo nas novas crenças e lutas que anda desenvolvendo. Portanto, um posicionamento dúbio, e ele mesmo sabe disso.

Em entrevista para o programa "Question Time", da BBC, Seb falou sobre a questão climática e ser piloto ao mesmo tempo, afirmando que está cada vez mais em dúvida sobre permanecer na F1 enquanto lida com esse novo ativismo na vida.

"Sim e são perguntas que eu mesmo me faço todos os dias. Não sou um santo. Estou muito preocupado com o futuro, então esses tópicos relacionados a energia, dependência energética e para onde vamos.

Há algumas coisas que estão sob meu controle e outras que certamente não estão. Guiar carros de corrida é minha paixão, eu amo, e cada vez que entro num carro eu amo. Quando saio do carro, claro, também penso se é algo que devo fazer ajudando a desperdiçar recursos", disse.

No entanto, Vettel também frisou que pode fazer apenas o que está ao alcance e que a F1 é vista por muitos como um passatempo, uma diversão. Sem isso, as pessoas "enlouqueceriam" sem ter como passar o tempo livre.

"Tem muita coisa que pergunto a mim mesmo e muitas coisas que eu faço porque acredito que posso melhorar. Preciso pegar um avião todas as vezes? Não, então pego o carro. Algumas coisas estão sob o meu controle”, finalizou.

É interessante pensar nessas questões contraditórias. Talvez Vettel não precise ser tão radical. Só pelo fato de ter consciência das situações já é algo louvável. O pensamento crítico e a consciência não podem virar martírio e autopunição. Vettel está trabalhando e sustentando a família. Ter esse conhecimento e lucidez é o que importa.

ALPINE DEFINE DUPLA A PARTIR DE JULHO

Foto: Motorsport

Esteban Ocon, que no ano passado renovou até 2024, está garantido. A questão é saber quem ocupa o outro assento. Alonso se diz motivado e capaz de continuar na categoria, mesmo com 40 anos. O início de temporada é bem ruim: apenas dois pontos, azares e erros. Ocon tem 24.

A outra alternativa é Oscar Piastri, campeão da F2 que não teve assento nessa temporada. Apesar de ter virado reserva da McLaren e rumores apontarem uma possível vaga na Williams substituindo Nicholas Latifi ainda esse ano, não há nada definido.

O chefão Otmar Szafnauer declarou que a equipe francesa vai começar a pensar no assunto a partir do GP da Inglaterra, em julho. Ele não esconde que acha interessante que Piastri consiga quilometragem o mais rápido possível:

“No passado, quando a McLaren veio até nós e perguntou ‘Ei, podemos usá-lo como piloto reserva?’, dissemos sim. A razão para isso é que quanto mais tempo no carro ele tiver em vez de ficar parado, melhor. Então, teríamos essa estratégia em mente. Mas quanto ao que está acontecendo na Williams, não sei”, disse.

O ideal era os dois estarem na F1. Alonso na Alpine e Piastri em alguma outra equipe. Como falo há tempos, o clubinho da F1 faz vítimas, a da vez é o australiano. Se mais um time entrasse na categoria, não haveria esse drama e o jovem estaria se desenvolvendo, igual Alonso fez quando estreou na categoria pela Minardi. Piastri precisa estar no grid. Alonso também. Que se virem para encontrar uma solução.

TRANSMISSÃO:
20/05 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
20/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
21/05 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
21/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
22/05 - Corrida: 10h (Band)


terça-feira, 17 de maio de 2022

PASTOR, ÁLCOOL E DIA DAS MÃES

 

Foto: Getty Images

Há dez anos, estava terminando o colégio. Quer dizer, eu achava que jamais sairia daquilo que pra mim já tinha virado um inferno. As notas baixaram e por mais que tentasse estudar, não via sentido na maioria das coisas. Pensava ser apenas um número para supostamente passar no vestibular, decorando um monte de coisas que provavelmente jamais usaria (ou usei) na vida.

Pois então, antes de ser um antissocial mal sucedido, minha vida se resumia ao videogame e computador nos finais de semana. 17 anos, cara! Pra quê sair de casa? Chegou o fim de semana de dia das mães e o aniversário de um grande amigo. Meus pais foram para a praia passar o dia das mães com meus avós. Estava, portanto, sozinho em casa.

Fui para o tal aniversário. Era um sábado à noite. Começava a ficar frio. Cheio de espinhas e pus na cara. Conheci os amigos do meu amigo. Um verdadeiro bando. Fomos para o mercado organizar o que hoje seria o “esquenta”. Um bando de gente de 17 anos e alguns maiores de idade comprando cerveja, vinho e tudo que fosse necessário para o quentão da madrugada. Depois de algum momento tenso, fomos liberados. Voltamos para o salão de festas do condomínio.

Basicamente, foi a primeira vez que bebi na vida. Aparentemente, quase todo mundo ali já tinha experiência no negócio, apesar da mesma idade. Era um novo mundo. Como me comportar? Bom, em algum momento, saímos andando de madrugada jogando bombinha pela rua, num frio desgraçado. A ideia era tentar ver o nascer do sol no topo de um morro, mas estava muito frio. Voltamos para o condomínio. Não sei como, mas conseguimos fazer o quentão. Tava puro açúcar, mas era ótimo! Estávamos bêbados e adultos! Um novo mundo!

Na hora do parabéns, uma batalha animalesca para pegar o bolo com a mão. Uns vidros quebraram porque começaram a brincar e algo fugiu do controle. Eu e uns caras escondemos as últimas latinhas de cerveja que sobraram numa outra geladeira, afastada do salão de festas. Era o esconderijo.

Mais para lá do que pra cá, fui pegar a última lata. Ou tentar. Achei que tinham trancado os portões. Comecei a subir. Quando estava começando a descer, alguém abre o portão.

- O Sá, o quê tu tá fazendo aí?

- Achei que o portão estava trancado!

Desci, sabe se lá como, peguei a lata que faltava e depois só lembro que a combinação era dormir do lado de fora do salão, em baixo dos brinquedos da área de lazer pra não pegar chuva ou algo do tipo. No fim, estava muito frio. Subimos até o apartamento do meu amigo e nos esparramamos pela sala. Tem a foto desse momento.

Já de manhã, destruídos, peguei carona com meu amigo e voltei para casa. Era dia das mães. Grande Prêmio da Espanha. Estava tão desligado que perdi a corrida. Na época, já começava a gravar na NET quando não conseguia assistir. Tentei me desligar do mundo por algumas horas para assistir mais uma etapa em Montmeló. Lembrei que Hamilton não seria o pole por alguma punição. Maldonado estava na frente. “Não deve ter durado muito tempo. Vai ser igual o Hulk no Brasil”, pensei.

Não lembro os motivos, mas não consegui terminar a corrida no domingo. Como não terminei, simplesmente não entrei na internet ou assisti TV até finalmente acabar a prova. Não faltava muito. Nem tinha celular na época, então não me importava muito de ficar desconectado. Bastava jogar alguma coisa e não ligar a TV que estava ótimo.

Segunda. Aula. Um monte de exercícios ou algo do tipo. Cansaço. Assisti mais um pouco mas, de novo, faltaram algumas voltas. Mais um dia sem acesso a nada, pensando que era impossível o que estava vendo.

E aconteceu. Maldonado venceu de ponta a ponta e chocou a F1 naquele domingo (ou terça, para mim). Foi a última vitória da Williams e assisti uma corrida fragmentada. Não foi a primeira e nem a última vez.

De lá para cá, a Williams teve uma decadência, ressurgiu, decaiu, Frank morreu e o nome é apenas um nome. A última das garagistas se foi. Uma das grandes zebras da história da F1 porque não foi uma corrida atípica, na sorte. Desde os treinos até uma vitória de ponta a ponta, Maldonado fez sua história na categoria. Piloto de muitos acidentes e apoiado pelo governo venezuelano, Pastor foi o último sul-americano a triunfar na F1.

Uma semana depois de beber pela primeira vez, comecei a tomar Roacutan contra as espinhas. Foram meses longos, mas deu tudo certo. Minha cara ficou limpa e só voltei a beber na faculdade.

Como é época de Kendrick Lamar, essa foi minha “Swimming Pools” e “The Art Of Peer Pressure”. Afinal de contas, era 2012, e o “Good Kid Maad City” foi lançado meses depois dessa história. Uma década depois, chegamos a mais uma corrida em Barcelona, estou perto dos trinta, não bebi mais quentão e nem subi em portões, Hamilton é hepta, Alonso venceu pela última vez na Espanha em 2013 e Kendrick é uma estrela global.

Uma noite de sorte com os amigos até o grande passo.

Até!


segunda-feira, 9 de maio de 2022

ELE É O FUTURO

 

Foto: USA Today

Campeão da F2, três temporadas consistentes e tirando mais do que o carro poderia oferecer, um pódio em Spa e, aos 24 anos, George Russell finalmente chegou onde deveria: o carro da Mercedes.

Se no mundo precoce da velocidade hoje em dia isso pode ser considerado “tarde” ou “velho”, a verdade é que o caminho de Russell sempre foi muito bem pavimentado e, ao contrário dos contemporâneos, menos badalado. Leclerc, Max Verstappen e até Lando Norris sempre tiveram mais cartaz desde a base. Russell e Norris correram a F2 juntos e George sobrou, enquanto Lando foi apenas o terceiro. Entre eles, Alexander Albon. Os três subiram para a F1.

Russell sempre foi um piloto consistente, mas sem resistência interna. Kubica com limitações físicas e Latifi nunca foram desafios à altura. A culpa não foi dele. Fez o que era possível. Mesmo assim, a impressão é que faltava um algo a mais ou sorte no momento de brilhar. Mesmo dominando o polonês, foi Kubica quem terminou a temporada nos pontos. Quando George finalmente derrubou essa barreira, engrenou de vez, sem a pressão.

Esse azar veio até na corrida onde substituiu Hamilton, em 2020. Andou mais que Bottas e tinha tudo para vencer pela primeira vez, na estreia pela equipe. As particularidades de uma corrida evitaram isso. Desde então, Russell mostrou que estava pronto para subir de nível, a questão era quando. E a hora finalmente chegou.

Se o inglês conviveu com azares durante os anos de Williams, esse início na Mercedes é uma sensação agridoce. Podemos considerar azar porque, justo na vez dele, a equipe não conseguiu fazer um carro dominante ou capaz de brigar por vitórias até aqui. No entanto, Russell tem tido sorte e competência na leitura das corridas e está superando um heptacampeão nos pontos, o que ninguém poderia imaginar num primeiro momento.

Nada é fruto do acaso ou puramente sorte. Talvez Russell perca a batalha interna até o final do ano. Seria normal. Afinal, é só Lewis Hamilton que está do outro lado. No entanto, o que podemos observar nas corridas e classificações é que o inglês de 24 anos está pronto. Se ou quando a Mercedes lhe der um carro veloz, George tem tudo para ser um adversário poderoso e se juntar a lista de discussões da próxima geração, até aqui encabeçada por Max Verstappen e Charles Leclerc.

Ele está pronto.

Até!


domingo, 8 de maio de 2022

GANHANDO TERRENO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

No artifical circuito de Miami, lotado de celebridades, uma corrida morna mas que esquentou apenas no fim, graças ao Safety Car causado pela batida de Gasly em Norris. O francês não conseguia guiar o carro porque foi atropelado por Alonso voltas antes. Aos 40 anos, parece que os reflexos da Fênix não são mais os mesmos.

A expectativa de chuva e caos diante das armadilhas no circuito não se confirmou. O que vimos foi uma corrida chata, porém disputada, com um final mais emocionante. Pela primeira vez largando na primeira fila desde 2019, Max passou Sainz na primeira curva para seguir à caça de Leclerc. Nove voltas depois, virou líder e venceu a terceira na temporada. 

A Ferrari com os pneus macios perde ritmo muito fácil. A Red Bull sobrou e só não conseguiu um resultado melhor porque o motor de Pérez apresentava problemas. Mesmo assim, o mexicano se precipitou no final da prova e gastou um ataque contra Sainz, mergulhando e travando tudo. O espanhol pelo menos se recuperou das últimas corridas e trouxe pontos importantes nos construtores. A Red Bull está chegando.

Com os pneus duros, a Ferrari teve bom ritmo, mas Max me parece um degrau acima na disputa individual com Leclerc. O monegasco, dessa vez, não se emocionou e garantiu bons pontos para manter uma vantagem relativamente boa no campeonato. A Ferrari certamente vai ter atualizações a partir de Barcelona, assim como os demais. É necessário, pois a vantagem da Austrália já evaporou. Hoje, o maior inimigo da Red Bull é a própria confiabilidade.

Que piloto é George Russell. Parecia que seria um domingo difícil. Largando mal e lá atrás, optou pela estratégia de começar com os pneus duros e avisou a equipe: vamos assim enquanto for possível, até aparecer um VSC ou um Safety Car. Dito e feito. Teve sorte, mas também mérito em fazer a leitura da situação, provavelmente influenciado por Albon na Austrália. Na reta final, com pneus novos, passou Hamilton com facilidade e chegou na frente do heptacampeão de novo. Dessa vez, o #44 não foi mal, apenas traído pelo acaso e a equipe, que deixou nas mãos do piloto a decisão estratégica. Hamilton obviamente ficou insatisfeito com isso porque quem decide é o estrategista. 

Bom, mais uma vez ficou evidente que o carro dos alemães é a terceira força do Mundial, mesmo muito atrás de Ferrari e Red Bull. Dali para trás, é briga de foice no escuro. Bottas fez uma corrida correta mas escorregou no fim. Ainda assim, teve um ótimo sétimo lugar. Ocon também teve boa corrida de recuperação e, mais uma vez, Alexander Albon consegue um pontinho improvável na Williams. Um espetáculo de corrida.

Vettel e Mick Schumacher estavam brigando pelos pontos, mas aí o problema de não saber ultrapassar... Mick simplesmente atropelou o mentor e os dois zeraram. Aliás, o filho do Schummi segue zerado no grid. A cada corrida que passa, a pressão aumenta. É complicado. Deve ter levado algum puxão de orelha do Gunther Steiner. Magnussen colocou Mick em uma situação difícil. 

Pouco a pouco, Verstappen e a Red Bull avançam algumas jardas e vão diminuindo a desvantagem em relação a Ferrari. O campeonato é longo e agora chegamos em uma fase interessante: as corridas europeias, onde as primeiras atualizações são colocadas em prática nos carros. Aí, saberemos se a Red Bull consegue a virada, a Ferrari mantém ou dispara ou se a Mercedes começa a incomodar a ponto de voltar a sonhar com algumas vitórias.

Confira a classificação final do GP de Miami:


Até!

sexta-feira, 6 de maio de 2022

À FLOR DA PELE

 

Foto: Hasan Bratic/Getty Images

Tal qual o início da música de Chico Buarque e Milton Nascimento, a F1 vive um grande encantamento fora das pistas em Miami e uma incerteza dentro das pistas. O fato, que já seria normal por ser uma pista inédita, ganhou contornos mais interessantes diante dos dois treinos livres nessa tarde.

Confesso que minha atenção foi dividida com os acontecimentos do MMA nesta tarde. Charles Do Bronx perdeu o cinturão do UFC por não bater o peso e assisti o Bellator durante o segundo treino livre. Até porque os dois treinos tiveram acidentes e paradas. 

O que deu para perceber foi uma possível evolução da Mercedes. Ninguém conhece a pista e não houve muito tempo para acertos. É um traçado traiçoeiro, com asfalto escorregando muito. Portanto, não há muito o que ver, mas George Russell liderou a segunda sessão. O final de semana é um ponto de interrogação porque, repetindo, não teve muitas amostras até aqui. Por enquanto, é um fato que dá um alento.

O que podemos falar com propriedade é que Carlos Sainz não tem defesa. Bateu de novo. Três corridas seguidas com incidentes. Já pode ter jogado fora outro final de semana, justamente depois de renovar por mais duas temporadas. Inacreditável o que virou o espanhol na hora da decisão, da responsabilidade. Está entrando em uma espiral negativa que o grande inimigo é a própria cabeça, o psicológico. A Ferrari está com um a menos até aqui. Se os mecânicos recuperarem o carro, tem toda a questão de tentar reverter essa situação em uma pista desconhecida. Uma decepção.

Bottas bateu e diversos pilotos rodaram naquela curva à direita mais aberta, além daquele trecho mais fechado e estreito onde estão raspando no muro. Lembra muito Baku e Arábia Saudita, como todo e qualquer circuito de rua. Ainda acho melhor que tivessem escolhido algum autódromo americano mais tradicional, mas corridas de ruas sempre rendem possíveis caos automobilísticos.

Outra preocupação foi Max Verstappen. De novo o motor Red Bull deu problemas e não fez tempo no segundo treino livre. O problema de confiabilidade dos taurinos é o grande calcanhar de aquiles para a disputa contra Charles Leclerc. O monegasco ainda tem uma vantagem confortável. Se administrar melhor e com inteligência, pode capitalizar em cima disso, ainda mais se a Mercedes realmente voltar a incomodar lá na frente e roubar alguns pontos da Red Bull.

No mais, o midiático GP de Miami ainda guarda muitas dúvidas e expectativas, dentro e fora das pistas com as celebridades e o traçado traiçoeiro. Num horário maravilhoso, com certeza tem tudo para ser um grande espetáculo e abrir o tapete vermelho para a Liberty Media, que já deve estar ansiosa para Las Vegas no final do ano que vem.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!


quinta-feira, 5 de maio de 2022

GP DE MIAMI: Programação

O Grande Prêmio de Miami acontece pela primeira vez na história, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 86 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 59 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 54 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 49 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 38 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos

7 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 28 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 24 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 20 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto

17- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 124 pontos

2 - Red Bull RBPT - 113 pontos

3 - Mercedes - 77 pontos

4 - McLaren Mercedes - 46 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 25 pontos

6 - Alpine Renault - 22 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos

10- Williams Mercedes - 1 ponto


APOSENTADORIA? SÓ O TEMPO DIRÁ

Foto: Aston Martin

Aos 34 anos e com contrato encerrando no final da temporada, é normal que comecem a levantar dúvidas, suspeitas e desinformações sobre o futuro de Sebastian Vettel na Fórmula 1.

Ausente das duas primeiras etapas em virtude da Covid, Vettel estreou muito mal na Austrália, onde bateu várias vezes. No entanto, conseguiu um ótimo oitavo lugar em Ímola, conquistando os primeiros pontos da Aston Martin no ano.

Mesmo com estrutura e investimento, a Aston Martin está aquém do que deveria, e isso certamente pode pesar na decisão de Seb, que aparentemente ainda não definiu o futuro. Tudo depende de como vai estar o carro:

“Acho que é uma daquelas grandes decisões, mas a equipe está crescendo. Há coisas que parecem ser bem promissoras. A resposta é: o tempo dirá. Vou avaliar alguns pontos importantes, para ver o quão promissor será o futuro e em quanto tempo isso acontecerá. Não estou tão velho, acho que tenho ainda muitos anos pela frente, então isso não é problema.

O objetivo final é esse: vencer e lutar por pódios e vitórias, e estamos longe disso atualmente. Mas, como eu disse, há muito trabalho [em andamento], então também é muito animador saber onde estamos agora, dar esses pequenos passos e definir o caminho para o futuro."

Acostumado a vencer e brigar por títulos, vitórias e poles, Vettel vive uma nova realidade na Aston Martin: do meio para trás do grid, sendo um mero coadjuvante. O alemão admitiu que é necessário uma motivação diferente para seguir adiante e recomeçar nas ambições para voltar ao topo:

“Com toda a honestidade, eu tive uns 15 anos incríveis, venci campeonatos e muitas corridas, lutei por pole-positions, consegui muitos pódios e, obviamente, o sabor era ótimo. Não é segredo que, quando não se está nessas condições, o gosto é diferente. Mas sim, estou disposto a experimentar isso novamente. Essa é a natureza do esporte”, concluiu.

Mesmo que Vettel esteja longe do auge, ele é um tetracampeão. Assim como Raikkonen, ele que precisa escolher quando e onde parar. Dinheiro e glória não são problemas para Seb, obviamente, então a questão motivacional e o projeto apresentado pela Aston Martin, onde também é acionista, vão fazer a diferença. 

Na verdade, o futuro de Vettel está nas mãos de Lawrence Stroll e a capacidade dele fazer a equipe evoluir rapidamente. Do contrário, Vettel pode fazer o que quiser sem problemas, desde a aposentadoria e curtir a vida com a família ou então andar no meio do grid.

UM NOVO MUNDO

Foto: Getty Images

No fim do grid e com Mazepin de companheiro, a tarefa de Mick Schumacher era tranquila: chegar na frente do russo porque não havia mais o que fazer.

No entanto, com o novo regulamento, a Haas deu um salto no grid, brigando por pontos e se embolando com as equipes. Mazepin saiu graças a guerra e o experiente Kevin Magnussen voltou. A barra está mais alta. Magnussen, mesmo chegando de última hora, tem sido o responsável pelos pontos do time até aqui.

Mick, por sua vez, continua zerado e abaixo do dinamarquês. Para Gunther Steiner, há uma explicação: Mick não está acostumado a brigar por posições na F1 e isso está fazendo a diferença nas corridas.

“Ele tem que aprender a pilotar na frente. É mais apertado no meio do grid. Eu disse a ele que quanto mais alto você sobe, mais rarefeito fica o ar. É algo novo para ele usar o carro para uma manobra de ultrapassagem. Na temporada passada, sempre estávamos atrás e ele raramente conseguia fazer isso. Ele quer melhorar e é por isso que investe tanto tempo”.

Em Ímola, Mick tentou passar Alonso na primeira curva, bateu no espanhol, rodou e comprometeu a corrida. A barra subiu e o alemão não está bem. Magnussen chegou de última hora. É claro que é um novo regulamento, mas a verdade é que Schumaquinho poderia entregar um desempenho melhor. 

A pressão pelo sobrenome sempre vai existir e, no passado, Schummi sempre evoluiu, mesmo não sendo brilhante. É preciso sair desse desconforto para mostrar que é de fato um bom piloto. Acredito em Schumaquinho nesse novo universo, onde é capaz de brigar por posições e por pontos na F1.

TRANSMISSÃO:
06/05 - Treino Livre 1: 15h30 (Band Sports)
06/05 - Treino Livre 2: 18h30 (Band Sports)
07/05 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
07/05 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
08/05 - Corrida: 16h30 (Band)



terça-feira, 3 de maio de 2022

VEM AÍ?

Foto: Reprodução/Internet

 Uma das maiores lendas da história pode estar sendo desfeita daqui quatro anos.

O grupo Volkswagen confirmou que vai entrar na F1 em 2026, com a Audi e a Porsche. E por quê só daqui quatro anos? É quando a F1 vai passar por uma nova regulamentação técnica, que obviamente foi feita para adequar os interesses e atrair o grupo alemão.

Depois de décadas de especulações, o que aconteceu dessa vez para finalmente convencer os alemães irredutíveis? Lembrando que esse papo tinha esquentando alguns anos atrás, antes de estourar o Dieselgate.

A diferença foi o aumento da popularidade da F1 na América do Norte e na Ásia,possivelmente influenciados pela disputa Hamilton vs Verstappen do ano passado, o aumento do engajamento da F1 nas redes graças ao sucesso da série Drive To Survive e, por quê não, a presença de dois pilotos asiáticos no grid (Tsunoda e Zhou).

E o que a F1 teve que abrir mão para finalmente concretizar a vinda dos alemães? Bem, considerando que a Honda deixou a categoria e a Renault não é confiável, a partir de 2026 a F1 fica cada vez mais sustentável. Segue trecho do “Grande Prêmio”:

“Os motores manterão a tecnologia V6 turbo, mas com a extinção do MGU-H, bateria responsável por gerar energia elétrica nos carros, enquanto o MGU-K passa a compensar neste aspecto. Cerca de 476 cv devem ser entregues pelo motor de combustão e o motor elétrico.”

Além disso, o combustível será 100% neutro em CO² e o teto de gastos deve ser mantido em US$ 140 milhões.

É claro que as atuais montadoras já chiaram, temendo uma possível vantagem para os alemães até chegar lá. No entanto, falta muito tempo e esse papo de Audi e Porsche na F1 é tão antigo que não duvido nada que os alemães deem para trás. Nunca se sabe quando pode aparecer um Dieselgate por aí...

No entanto, dessa vez os planos parecem mais ousados, além de uma “ameaça”: se os alemães não entrarem na categoria agora, vai demorar uns 10 anos para que possa voltar a ser ventilado, porque tudo sempre vai depender de quando a F1 vai definir um novo regulamento técnico.

Voltando para os planos ousados: Audi e Porsche vão deixar as outras categorias de esporte a motor e focar somente na F1. A Porsche tem negociações avançadas com a Red Bull, reeditando a parceria que já fizeram no Mundial de Rali.

A Audi quer uma equipe própria e um motor autoral. No entanto, ela não tem planos de começar uma equipe do zero, e sim comprar alguma das atuais. Dependendo da situação financeira, Haas e Williams são candidatas naturais nesse processo, além da Alfa Romeo, que quase foi comprada por Michael Andretti ano passado.

Duas marcas pesadas entrando na F1 dessa forma é algo que não aconteceria desde o boom das montadoras no início dos anos 2000. Questões políticas e econômicas contribuíram para criar esse clubinho de dez equipes. Tomara que a Audi ou alguém consiga uma equipe extra, seria ótimo para todo mundo.

Até lá, em quatro anos, vou continuar cético perante a esse acordo. Já vi muitas idas e vindas desse negócio envolvendo Audi e Porsche. Agora, vou fazer igual o Detox do Dr. Dre: só acreditar quando ver e ouvir.

Até!