terça-feira, 30 de agosto de 2016

MAX: AME OU ODEIE

Foto: Motorsport
O adolescente holandês está mudando a F1. O público jovem está interessado nele. Nunca tantos holandeses estiveram num autódromo prestigiando um piloto do país (eles invadiram a Bélgica), um movimento que lembra os "azuis das Astúrias" de Alonso, os alemães com Schumacher nos anos 1990 e o frenesi inglês com Button e Hamilton. Além da jovialidade, da estreia antes da maioridade e do comportamento dentro da pista, Max Verstappen também chama a atenção, de forma precoce, pelos seus posicionamentos no paddock.

As brigas intensas com Ferrari e Mercedes, roda com roda e beirando o limite da legalidade e do excesso de arrojo, Max fala o que pensa nas entrevistas. Não importa a repercussão, Max está sempre no topo dos comentários, seja pelas falas ou pelos atos na pista. Ainda na Toro Rosso, pediu para equipe mandar Sainz lhe dar passagem na Austrália. No ano passado, quando foi o contrário, respondeu com um sonoro "Noooo", o que viralizou e ajudou a ter admiradores.

Estava certo em um e errado em outro. O cerne do post foi a postura de excessos ontem. É normal da idade e da falta de experiência, mas uma frase de Verstappen preocupa. Após a corrida, ele esbravejou para a TV holandesa Ziggo que "Eles acabaram com a minha corrida na primeira curva. Depois disso, não há chances de eu deixar eles passarem. Prefiro jogá-los para fora da pista". Eles refere-se as duas Ferraris. Vettel e Raikkonen reclamaram e Max não deixou por menos. Toto Wolff o comparou a Senna e Hamilton, de espírito indomável, competitivo e que evita até o fim a possibilidde de ser superado na pista.

Foto: EFE
Até aí, tudo bem. Mas querer acabar com a corrida do outro por vingança é ridículo e imaturo. No caso de ontem, era evidente que não houve intenção, foi um incidente de corrida. Ninguém seria burro o suficiente para se auto-sabotar e prejudicar o próximo a troco de nada. Então se alguém atrapalhar Verstappen ele vai fazer o mesmo na pista, a 300 km/h por vingança? Imagina a merda que isso vai dar. Imagina se Kimi, Vettel, Pérez ou qualquer outro resolva agir igual Max nas disputas de posição. Será preciso se acidentar gravemente para aprender a lição?

Tenho convicção de que Verstappen será o campeão mais jovem da história. Já é o piloto mais jovem a estrear e vencer, e são recordes que dificilmente serão batidos (afinal, a FIA agora só autoriza estreantes a partir dos 18 anos). Por ser muito precoce, precisa amadurecer muito, principalmente nesse aspecto. Somos fãs de sua pilotagem, mas existe uma linha tênue entre ser um Schumacher ou um Maldonado/Ide na hora de disputar posições. Uma coisa é certa: Para o bem e para o mal, a F1 tem o seu protagonista das próximas duas décadas, um novo "vilão" ou "mocinho", aquele que desperta sentimentos de alegria e raiva. Max Verstappen, ame ou odeie. Não há meio termo para esse holandês.

Até!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

VENCEDOR?

Foto: Reprodução
Rosberg fez o seu papel. Largou na pole e liderou TODAS as 44 voltas do caótico e movimentado Grande Prêmio da Bélgica. Spa dificilmente decepciona, e os primeiros movimentos da corrida foram espetaculares. Diante de tudo isso, a vitória de Nico ficou quase em segundo plano pois mal apareceu na transmissão, não por culpa dele, mas pelo contexto que cercou a prova. Por exemplo, diante das inúmeras trocas de componentes do carro, Hamilton conseguiu arrancar um ótimo terceiro lugar, o que certamente não estava nos planos de seu rival. Lewis deve ter pensado nisso quando declarou que "talvez Nico não estivesse contente em o ver no pódio". O prejuízo poderia ser grande, mas foi de apenas 10 pontos na tabela: 232 a 223 no campeonato. Ricciardo também sobreviveu aos incidentes de corrida e foi o segundo, afirmando seu bom momento na temporada. Só falta uma vitória para coroar o trabalho bem feito até aqui.

Foto: EFE
Inegavelmente os três protagonistas da corrida foram Vettel, Verstappen e Raikkonen. Afinal de contas, o trio se envolveu no incidente desencadeador de toda a mudança de disputas da prova. Tudo começou na primeira curva. Vettel alonga na Source, enquanto Verstappen (que largou muito mal) foi otimista demais ao tentar passar Raikkonen, que ficou espremido entre os dois, pelo meio. Resultado: Toque de Verstappen em Raikkonen, que bateu em Vettel, que rodou. Incidente de corrida. O finlandês teve o bico danificado e o holandês também foi aos boxes. Vettel ficou para o fim do pelotão.

Foto: Reprodução
A partir de então, os três se propuseram a uma corrida de recuperação. Antes de tudo isso, outro fato que fez a diferença na corrida de hoje: A pancada fortíssima de Magnussen na Eau Rouge. Para a sorte do dinamarquês, o choque foi de traseira. Se fosse de frente, poderia ser muito pior. O piloto saiu com um corte no tornozelo e foi levado ao hospital para que fossem realizados exames. Está tudo bem com Magnussen, que espera ter condições de correr na semana que vem. A porrada destruiu a barreira de pneus, que teve de ser reconstruída, paralisando a prova por cerca de 10 minutos. A bandeira vermelha permitiu que houvesse trocas de pneus, o que alterou completamente a dinâmica da corrida. Todo mundo ficou com a mesma estratégia.

Foto: Reprodução
Diante disso, o trio da corrida voltou a disputar posições e chegaram a se cruzar. Verstappen, agressivo como é, se defendia de Raikkonen a qualquer custo. Em um dos ataques na grande reta, Verstappen chegou a mudar duas vezes o carro de direção, o que é proibido, além de praticamente fazer um "brake-test". Se não fosse o finlandês, teria acontecido outro acidente grave. Kimi reclamou com razão. Max retrucou dizendo que não era seu problema. Max também se envolveu em outros incidentes com Vettel e Pérez. Ambos tiveram que recolher para que não houvesse um acidente. Apesar disso, em nenhum momento o holandês chegou a ser investigado pelos comissários.

Entretanto, no paddock, muitas críticas: Da Ferrari, pois seus dois pilotos estiveram envolvidos em incidentes com Max, e também de outras pessoas, como Niki Lauda e Toto Wolff, da Mercedes. Lauda chegou a dizer que Verstappen precisa de um psiquiatra. É evidente que o arrojo de Max é ótimo para a F1. Ir para cima, vender caro a posição, jogar duro, essas coisas. Todavia, não foi isso o que ele fez hoje (ou ontem): Max jogou para todos os lados de forma irresponsável como se fosse videogame, contando com o bom senso dos adversários para que não acontecesse algo pior. Daqui a pouco essa paciência acaba e Max terá que aprender da pior maneira a medir a consequência de seus atos. Espero que não precise disso. Hoje ele fez uma das piores atuações da carreira, chegando em 11°, e deveria ter sido punido. Max não pode ser protegido só porque é popular e queridinho entre os fãs. Do contrário, as coisas irão piorar: Ele continuará jogando e espalhando o carro em excesso, e será irreversível. Estão deixando ele "se criar".

No fim das contas, Vettel foi o sexto e Kimi o nono, aquém do que a Ferrari poderia render hoje. Outro destaque da corrida foi ele, a Fênix Fernando Alonso. Seu feito foi maior que o de Hamilton, dadas as condições dos carros. Sem praticamente andar no final de semana, com a incrível punição de 65 posições, largou em último e também se aproveitou da corrida caótica para galgar posições. Chegou a ficar em quarto, mas caiu de rendimento quando todo mundo esteve com a estratégia nivelada. Mesmo assim, conteve os ataques de Massa a corrida toda, mostrando que o chassi da McLaren é bom e o motor Honda evoluiu um pouquinho, mas ainda continua abaixo de Mercedes e Ferrari. Enfim, Alonso conseguiu um ótimo sétimo lugar em uma pista dominada por retas. Button, no seu GP número 300, não teve a mesma sorte: Abandonou na primeira volta após ser atropelado pela Manor de Wehrlein.

Foto: Reprodução
A Force India confirmou o ótimo momento na temporada e fez o que se esperava: 4° e 5° com Hulkenberg e Pérez. O alemão bateu na trave em busca do pódio inédito, de novo. Com o resultado, a equipe de Vijay Mallya finalmente ultrapassou a Williams na tabela de construtores, alcançando o quarto lugar. A equipe de Grove, por sua vez, segue em franca decadência: Com um chassi fraquíssimo até em circuitos de alta, Bottas foi o oitavo e Massa, combativo, o décimo. Apesar de ficar em sexto quase toda a corrida, perdeu rendimento e foi ultrapassado por Pérez, seu companheiro de equipe e as duas Ferraris. O brasileiro parece estar se despedindo da F1. Nasr terminou em 17° (último dos que completaram a prova), mas a Sauber mostrou-se mais competitiva com as novas atualizações, ao menos. Foi atrapalhado por um pneu furado. Esteban Ocon, o estreante, ficou em 16°. Olho no francês, provável piloto da Renault no ano que vem!

Confira a classificação do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro. Até!


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

TESTES E PUNIÇÕES

Foto: F1Fanatic

A F1 voltou das férias de verão em ritmo de testes e tranquilidade. Serei sucinto. No TL1, Rosberg, usando o Halo, e Hamilton fizeram dobradinha, seguidos pof Raikkonen e Pérez (Force India sempre muito bem em Spa), Vettel em 5° e a dupla da Red Bull em 6° e 7° (Ricciardo e Verstappen). Os taurinos, a Toro Rosso e a Force India também utilizaram o apetrecho durante o dia. Massa foi o 12° e Nasr o 15°. Um dos destaques do dia foi a estreia de Esteban Ocon na Manor. Na primeira sessão, foi o 16°, a frente de Wehrlein, 19°. Massa, com a decadente Williams foi o 12°, enquanto Nasr, com novas atualizações na Sauber mas ainda sofrendo com problemas de motor, foi o 15°.

Foto: Getty Images
Foto: Divulgação
No TL2, a Mercedes não usou os pneus supermacios. Com isso, Red Bull e Force India se destacaram: Verstappen, Ricciardo e Hulkenberg no top 3, Vettel em 4° e Pérez em 5°. São as quatro principais forças da F1 hoje. A Red Bull virou a segunda força da F1. Se a Mercedes bobear, os taurinos irão incomodar. As equipes estão preocupadas com o desgaste dos pneus. A alta temperatura da pista (e consequentemente do clima na Bélgica) não é comum nessa época do ano. Destaque para Wehrlein, 11° colocado. A Williams ficou apenas em 16° e 17° (Bottas e Massa, respectivamente). Nasr, com o problema de corte no motor Ferrari, foi o último, enquanto Ericsson ficou em 15°.

Entretanto, o que chama a atenção antes do treino são as punições "folclóricas"a alguns pilotos. Por força do regulamento, sabemos que Ericsson, Hamilton e Alonso largaram nas últimas três posições. A decisão de Hamilton era óbvia e esperada: Ele e a Mercedes irão aproveitar que Spa é uma pista grande para fazer os reparos necessários, pois a possibilidade de fazer uma corrida de recuperação é maior. Desde o ano passado, o regulamento da F1 estabelece que cada piloto tem direito a usar, ao longo da temporada, cinco unidades de cada componente que forma a unidade de potência (MGU-H, MGU-K, bateria, turbo, motor a combustão e central eletrônica). A partir do momento que o piloto extrapola este número, ele é automaticamente punido com 10 posições no grid, perdendo mais cinco a cada outro item utilizado pela sexta vez. A penalidade se repete caso ele utilize a sétima unidade e assim por diante.

Entre os dois treinos, a Mercedes colocou dois MGU-H, turbocompressores, o que aumentou a pena em 30 posições. Todavia, Alonso o "superou na pena": O espanhol trocou a unidade de potência inteira: motor de combustão, MGU-H, MGU-K, turbo, controles eletrônicos e bateria. Sequer participou do TL1. Ericsson irá utilizar o seu sexto turbocompressor e foi punido com "apenas" 10 posições.

É ridículo a F1 punir com "30" posições, quando o máximo são 21 Isso é piada para os fãs e deixa todo mundo confuso, sem entender nada do regulamento. São atitudes como essa que explicam a queda de audiência do esporte...

A corrida tem tudo para ser ótima. Spa sempre é uma atração à parte. Rosberg deve largar na frente, com as duas Red Bull incomodando. A questão é saber a real diferença entre os dois carros. Ferrari e Force India vem logo atrás, e bem lá de trás Hamilton tem tudo para proporcionar um show de pilotagem e ultrapassagens vindo do fundo do pelotão, realizando sua corrida de recuperação, visando ter o mínimo de prejuízo possível para a pontuação do campeonato. Será que dá para ganhar?

Confira os tempos dos dois primeiros treinos livres do GP da Bélgica:



Até!

A PRISÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA

Foto: Divulgação
Há 25 anos, no dia 23 de agosto de 1991, o mundo da F1 conheceu um certo alemão de nome Michael Schumacher, que estreava na categoria aos 22 anos de idade, pela Jordan, também estreante naquele ano. O que muitos não sabem é que um fato ocorrido em dezembro de 1990 desencadearia essa história maravilhosa.

Centro de Londres. Hyde Park Corner. O piloto nascido em Luxemburgo e de nacionalidade belga e francesa Bertrand Gachot, à época com 27 anos, dirigia rumo a um escritório de uma empresa que estava disposta a lhe patrocinar para a F1 na temporada de 1991. Então, aconteceu uma pequena confusão com um taxista (os carros não chegaram a se tocar). Irado, esse cara perdeu as estribeiras e veio correndo em direção ao carro de Gachot, abriu a porta do veículo e puxou o francês pela gravata. A namorada do piloto tinha em sua bolsa uma garrafa de gás CS, entregou para Gachot, que borrifou na cara do taxista. Ele anotou a placa do carro e prestou queixa na polícia.

Foto: Getty Images
O tempo passou, e Gachot estava na Jordan em 1991; vinha animado de um quinto lugar no Canadá e de um teste muito bom na Hungria, onde sentia que finalmente as "coisas iam se encaminhar bem". Bem, no dia 14 de agosto de 1991, o piloto teve que se apresentar a um tribunal inglês. Ouviu o improvável: 18 meses de detenção por causa de uma agressão com arma a um motorista e mais 6 meses por posse de garrafa CS, proibida na Inglaterra". Gachot saiu do sonho da F1 a dois anos de cadeia por usar um spray.

Diante desse fato, o chefão da equipe, Eddie Jordan começou a se mexer. De início, pensou nos nomes de Keke Rosberg (aposentado desde 1986), Derek Warwick e Stefan Johansson. A notícia de que um lugar da Jordan estava disponível deixou o paddock em alvoroço. Dias depois, Eddie contou que recebeu uma ligação da Mercedes. Schumacher, até então, era apenas um piloto da academia de jovens talentos da Mercedes, junto com Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger, onde disputava o grupo C do Mundial de Esporte-Protótipos.

Jochen Neerspach, diretor de competições da empresa alemã, disse que havia chegado a um acordo com um dos pilotos para correr na Bélgica e ofereceram 150 mil libras de pagamento. Um valor espetacular para a Jordan, que não tinha verba para terminar a temporada. Dias depois, estavam Willi Weber e o jovem Schumacher na fábrica da equipe moldando o assento do carro. Ele nunca havia pilotado em Spa, embora morasse cerca de 100 km do local. Schummy havia sido o campeão da F3 alemã no ano anterior.

Foto: Divulgação
Foram realizados testes em Silverstone. O alemão foi 1 segundo mais rápido que o melhor tempo da equipe na pista, do seu companheiro de carro Andrea De Cesaris. Em Spa, nos treinos, outro massacre: 7 décimos mais rápido que o italiano, que era muito veloz. Schumacher estreou na F1 largando em 7°, contra o 11° lugar de De Cesaris. Entretanto, Schummi quase não disputou na corrida. O piloto belga Philippe Adams ganhou recurso na justiça para correr pela Jordan, pois em 1990 ele assinou contrato para correr no time mas acabou indo para outro, e Eddie não devolveu a quantia de 150 mil libras. Em conversa com o chefão Bernie Ecclestone, o dinheiro foi adiantado e pago a Adams. Fim do empecilho.

Todavia, a estreia de Schumacher durou apenas alguns metros.A quebra de embreagem, ocasionada na hora da largada (ele nunca havia largado com tanque cheio - VEJA ABAIXO:)


O que aconteceu depois todo mundo sabe: Logo na corrida seguinte, foi costurado um acordo entre Briatore, Bernie e Schummi, que foi para a Benetton, substituindo Roberto Pupo Moreno, que foi dispensado, correndo com Nelson Piquet, que se aposentou no fim daquele ano. O resto é história...

E Gachot? Bom, ele saiu da prisão depois de dois meses e chegou a correr na Larousse. Depois, foi dono da Pacific Racing em 1994 e 1995. Atualmente, é um empresário de sucesso, dono da Hype Energy Drink (que patrocina a Force India) desde 2000, com participação no mercado de 40 países. Vencedor de Le Mans e um ótimo empreendedor, ele vê seu filho correndo nas competições menores e sonhando com a F1. Que ele não jogue spray nos outros. Qualquer coisa, se não der certo, que tome conta das empresas do pai.

Até!

GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:43.726 (Ferrari, 2002)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

VERSTAPPEN NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA AS CRÍTICAS: "VOU GUIAR DA MESMA FORMA DE ANTES"

Foto: ThisIsF1
É como diz aquela velha música da Luka: "Tô nem aí". Também é o lema de Verstappinho. Alvo de críticas dos pilotos pelo seu jeito "agressivo" de atacar e defender as posições, principalmente contra Raikkonen na Hungria, o holandês garantiu que não liga para os comentários do paddock: “Eu sempre vejo isso de forma positiva. Se as pessoas estão falando sobre você, então é porque você está fazendo alguma coisa certo. Claro, sempre tem gente que vai te criticar”, disse o piloto em entrevista à revista ‘Autosport’.

“Algumas pessoas são por você, algumas pessoas são contra. Mas tento fazer o melhor trabalho possível para a equipe porque nós estamos lutando com a Ferrari”, comentou o piloto, defendendo sua postura.


“Claro, estou sempre no limite, mas é assim que você chega ao sucesso, por estar no limite, porque se você estiver abaixo dele, então você nunca vai alcançar aquilo que é capaz de fazê-lo. Então, para mim, isso não muda muita coisa. Vou guiar da mesma forma que antes porque não há nada de errado nisso”, avisou. Verstappen faz o que todo piloto deveria fazer: É arrojado e agressivo, vai até o limite, mas sem ser desleal. É duro sim, mas defende e faz os movimentos necessários para segurar a posição e ir para cima em pontos de pista onde as ultrapassagens não são comuns (Rosberg e Kimi que o digam). É isso que o fã quer ver nas pistas: Disputa, defesa e troca de posições.

DE OLHO NA WILLIAMS, FORCE INDIA QUER MANTER ASCENSÃO

Foto: Economic Times
Sempre estiloso, o chefão Vijay Mallya está confiante com o desempenho da Force India neste final de semana. Afinal, o retrospecto da equipe indiana é muito bom: Foi lá que, em 2009, Fisichella conquistou a primeira pole e o primeiro pódio da história da escuderia antes de rumar para a Ferrari e substituir Luca Badoer. Diante dos últimos resultados positivos na temporada e a queda de rendimento da Williams, Spa é fundamental para que a Force India possa diminuir a diferença de pontos nos Construtores.

A briga vale o quarto lugar na tabela, o que daria uma grana fundamental para ambas as equipes pagarem suas dívidas e tentarem sobreviver nesse mundo caríssimo da F1. O circuito de alta, em tese, favorece as duas equipes. Entretanto, o chassi dos indianos parece ser melhor que o dos britânicos, o que pode fazer a diferença, afinal, ambos utilizam o mesmo motor Mercedes.“Spa representa uma boa chance de continuar marcando pontos. As mudanças que introduzimos em Silverstone fizeram a diferença e ainda há mais performance que podemos extrair do nosso chassi”, comentou o dirigente em prévia da equipe divulgada nesta segunda-feira (22).

“Acho que todas as equipes mudaram seu foco para 2017, portanto a ordem de forças não deve mudar muito. Em algumas pitas vamos nos adaptar melhor que os outros, mas sem dúvidas Spa é um circuito em que o VJM09 pode ser forte”, disse. Vijay complementou afirmando que “Desde Mônaco conseguimos 67 pontos em comparação com os 31 obtidos por nosso rival mais próximo. Se continuarmos neste ritmo, vai ser interessante ver em que posição podemos terminar a temporada".


O quarto lugar seria a melhor posição da história da equipe, que está na F1 desde 2008. Pelo andar da carruagem, é bem possível de acontecer, com dois bons pilotos e um carro competitivo em mãos. Mesmo com sérias dificuldades financeiras, é incrível notar que a Force India foi uma das poucas equipes que estrearam na última década e que conseguiu se manter, evoluindo do fim do grid para o meio, até chegar ao top 5 (Toro Rosso não conta porque é "somente" uma extensão da Red Bull). Tomara que os indianos possam surpreender igual em 2009. É quase impossível, mas sou esperançoso (lado torcedor da Force India batendo mais alto, confesso).

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 217 pontos
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 198 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 133 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 122 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 120 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 115 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 59 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 47 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 38 pontos
10- Nico Hulkenberg (Force India) - 33 pontos
11- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
13- Fernando Alonso (McLaren) - 24 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 17 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 415 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 256 pontos
3 - Ferrari - 242 pontos
4 - Williams Mercedes - 97 pontos
5 - Force India Mercedes - 80 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 45 pontos
7 - McLaren Honda - 42 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Globoesporte.com




terça-feira, 23 de agosto de 2016

A VISITA DE NASR

Foto: F1 Mania
Diante do foco e da catarse evidente nos sensacionais Jogos Olímpicos Rio 2016, muita coisa de outros esportes não-olímpicos em ficaram em última mão. Repetindo, mais do que justificável, e lógico.

Pois bem, a informação é do Lauro Jardim do O Globo: Na semana passada, Felipe Nasr se encontrou com o presidente interino Michel Temer, juntamente com seu empresário e um deputado paranaense não nomeado até aqui. O objetivo era simples: Nasr queria apoio estatal para conseguir mudar de equipe na próxima temporada. Dando nome aos bois: Queria mais dinheiro do Banco do Brasil para poder disputar a transferência para a Renault.

Além do apoio financeiro, Nasr teria pedido que Temer tentasse influenciar os franceses, com fábrica no Paraná e com CEO brasileiro (Carlos Ghosn) a contratá-lo. Em tese, é um dos inúmeros candidatos a uma das vagas restantes da Renault, supondo que Esteban Ocon já esteja acertado em um dos cockpits.

A questão é polêmica e complexa em muitos pontos: Atualmente, o Banco do Brasil já oferece uma boa quantia de patrocínio para Nasr, que o mantém na Sauber há duas temporadas. No mundo da F1, sabemos que são poucos os pilotos que entram no circo apenas pelo talento puro. Nesse mesmo mundo, paralelo que só, 40 milhões de reais é uma quantia baixa para a contribuição de um piloto "pagante" a uma equipe, principalmente se for uma que vive uma série crise financeira, como é a Sauber, que promete se recuperar depois da nova parceria anunciada no mês passado.

Foto: José Inácio
Sendo uma sociedade de economia mista, o Banco do Brasil, a concorrência no mercado e a exposição da marca no bólido seria muito mais vantajoso na Renault, onde, em tese, existe maior possibilidade de vitória do que na Sauber. A outra questão é: Vale investir mais dinheiro que também é público em um piloto de F1?

Nasr não é Maldonado nem Haryanto. Não precisa depender do governo para conseguir se manter na F1. Evidente que todo patrocínio de empresas é importante (A BB o "banca" desde 2012), mas Nasr tem talento para conseguir algo além. Basta seu empresário Steve Robertson se mexer. A grande desvantagem de ter recusado ser piloto Red Bull é essa. Do contrário, Nasr estaria tranquilo na Toro Rosso, assim como poderia já estar fritado por Helmut Marko.

Enfim, o teor da conversa foi buscar apoio político ou financeiro? Qual seria o trunfo que Nasr e seu staff teve em mente? O fato de ambos terem descendência libanesa? Única alternativa para dar um passo à frente na carreira? Perguntas que ficam no ar e só o tempo pode responder...

Até!

sábado, 20 de agosto de 2016

O FUTURO DOS VETERANOS

Foto: F1 Fanatic
3 títulos mundiais, 5 vice-campeonatos e 3 terceiros lugares. 803 GPs disputados. 58 vitórias, 188 pódios, 46 pole positions, 44 voltas mais rápidas e 4142 pontos. Esse é o currículo de Jenson Button, Fernando Alonso e Felipe Massa juntos. Os três serão o tema do post de hoje. Depois de analisarmos o futuro dos jovens pilotos, agora é hora de projetar o que virá pela frente na carreira desses três dinossauros da F1. Desconsiderando Raikkonen, de contrato renovado com a Ferrari para o ano que vem, são os três pilotos mais experientes do grid, em idade, bagagem e tempo de carreira (obviamente) na categoria. Sem mais delongas, vamos começar com quem chegou lá primeiro:

Foto: National Turk
JENSON BUTTON – Voltamos ao longínquo ano 2000. O jovem Jenson havia recém estreado na Fórmula 3 britânica, onde foi o 3° colocado na classificação e venceu duas vezes. Recebeu o prêmio de piloto revelação da McLaren. Foi alçado para a titularidade da Williams após vencer uma espécie de qualificatória promovida por Frank Williams com o brasileiro Bruno Junqueira, da Fórmula 3000. Enfim, 16 anos depois, Button conquistou um até então inesperado título mundial pela também surpreendente Brawn GP. Depois, transferiu para a McLaren e deu trabalho para Hamilton (o venceu em 2011). Enfim, diante das dificuldades da Honda e da idade, muita gente quer aposentar Button. Entendem que é preciso alguém jovem e motivado na McLaren. É verdade que Button, assim como todo mundo, reclamou da equipe britânica nos últimos tempos. Como piloto campeão e experiente, é difícil “largar o osso”, e ainda tem muito mercado nas equipes inglesas. É tratado como uma estrela pela mídia britânica. Diante da falta de condições de conseguir algo além do que pontuar com certa frequência pela McLaren, é difícil dizer o que prenderia Button na F1. Superar o recorde de 326 GPs de Rubens Barrichello e o dinheiro? Certamente. Por isso, no meu achismo, ele deverá retornar a Williams para encerrar a carreira onde tudo começou, em no máximo duas temporadas. Claire já demonstrou interesse, e isso abriria espaço para que Vandoorne finalmente estreasse pela McLaren no ano que vem, seria bom para quase todos, menos Massa.

Foto: Motorsport
FERNANDO ALONSO – Desde sempre assessorado por Flávio Briatore, estreou na Minardi em 2001. No ano seguinte, ficou como piloto de testes da Renault, sendo efetivado na temporada seguinte, onde venceu pela primeira vez na carreira, tornando-se o piloto mais jovem a realizar tal feito. O resto da história todo mundo conhece: O bicampeonato em 2005 e 2006, a transferência para a McLaren em 2007 e a briga de foice no escuro com Hamilton e Ron Dennis, o retorno à Renault em duas temporadas apagadas (excetuando a falcatrua da vitória de Cingapura/2008). O espanhol, pelo seu estilo bélico, tomou muitas decisões erradas na carreira, o que certamente impediu de conquistar mais títulos e se tornar o “novo Schumacher”. Isso e também um certo Sebastian Vettel. Depois de cinco anos na Ferrari e três vices, o surpreendente retorno a McLaren, onde era persona non grata. Ninguém esperava um retorno pífio da Honda. Esse ano,  ao menos, melhoraram um pouco, mas o motor ainda está abaixo de Mercedes, Ferrari e até Renault. Alonso é sempre polêmico. Mesmo nessa fase “paz e amor”, onde relembra a carreira e diz não se importar com a ausência do tricampeonato, qualquer frase do samurai espanhol ganha um contorno especial. Sempre envolvido em especulações malucas na Mercedes e o eterno retorno a Renault (seria Alonso um Nilmar da equipe francesa?). Pode (e deve) seguir na McLaren, voltar à Renault, tirar um ano sabático ou até se aposentar. Alonso é (ou era, não sei) considerado o melhor piloto do grid, em uma clara crítica a Vettel e suas vitórias com o “foguete” Red Bull. Parece ter perdido esse posto para Hamilton. Entretanto, é difícil saber se o veterano de 35 anos teve uma decaída. O carro da McLaren não permite que se faça essa avaliação. Alonso deve ficar na McLaren, apostando em uma ascensão da equipe de Woking para o ano que vem, quando muda o regulamento. É a última chance de tentar brigar pelo tri. Do contrário, deve se aposentar em breve. A fênix é uma das maiores personagens da história da F1, para o bem e para o mal.

Foto: Getty Images
FELIPE MASSA – O mais “moço” em tempo de carreira dentre os três: Estreia em 2002 na Sauber (Confere AQUI a Saga da Sauber, desde o início!). Em 2003, ficou parado como piloto de testes da Ferrari. Retorna a equipe suíça em 2004 e 2005, promovido a Ferrari em 2006 para substituir Barrichello. Com vitórias e boas atuações, disputou títulos com Raikkonen e Hamilton. Foi o “campeão dos 28 segundos”.  Na melhor forma da carreira, a molada que quase o matou. Depois da recuperação, um “faster than you” que, coincidência ou não, acabou com a autoestima e desempenho do brasileiro na Ferrari, que ficou muitos anos “sustentado” em razão do tempo de casa e dos serviços prestados. Sai em 2014 e consegue uma boa vaga na Williams em um novo contexto da F1, com novas regras. A equipe de Woking voltava a ser competitiva. Fez pole na Áustria, se envolveu em muitos acidentes, conquistou bons pódios. Foi superado por Bottas e a irregularidade da carreira ficou evidente nessa fase final de sua trajetória na F1. Nos últimos dois anos, com o decréscimo de qualidade da Williams, Massa também caiu, mas suas atuações também foram horríveis. O piloto que reagia no segundo semestre virou o piloto que começa bem o primeiro e não consegue se manter. Apenas a experiência pode manter Felipe Massa na F1 em 2017, em virtude da mudança de regulamento, que necessita de pilotos rodados para passar o feedback adequado aos engenheiros. Certamente não será na Williams. Nicolas Todt certamente está trabalhando nos bastidores para encontrar uma boa vaga na F1. Diante do mercado, sobraram Haas e Renault. Teoricamente, baseado nas notícias que lemos, é complicado. Todavia, o universo da F1 não reflete o que a imprensa julga saber. Caso não consiga permanecer na F1, Massa já declarou que gostaria de ir pra WEC ou Fórmula E. A Stock sempre é uma opção... E a Indy, por que não? Enfim, torço para estar errado, mas Massa está caminhando para seus últimos momentos na F1. Tomara que eu erre (sentimentos patrióticos exalando).

Então é isso, você concorda, discorda? Deixe seu comentário! Semana que vem a F1 está voltando... Pena que as Olimpíadas estão chegando ao fim L
Até!

sábado, 13 de agosto de 2016

O FUTURO DOS NOVATOS - Parte 2 (ESPECIAL)

Foto: TK8 Sports
FALA, GALERA! Tô muito animado e orgulhoso em poder anunciar que a segunda parte do texto sobre o futuro dos jovens pilotos da F1 está em um link diferente!

A galera do Autoracing publicou meu texto na íntegra no site deles :), até tirei print do momento histórico em que minha publicação estava como CAPA do site hahaha (tenho que me achar um pouco, né)


Enfim, sem mais delongas, se você não acompanhou a Parte 1 no blog, você pode acompanhar a Parte 1 + Parte 2 (o famoso "texto completo") no site da Autoracing, clicando AQUI

Até!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O FUTURO DOS NOVATOS - Parte 1

Foto: Red Bull/Getty Images
Com a Fórmula 1 de férias, blog traça um exercício de futurologia para tentar desvendar o destino dos pilotos para a próxima temporada. Hoje, começaremos com os pilotos jovens: Estreantes, de pouca idade que estão e não estão na F1, além da análise do desempenho deles até aqui nessa primeira parte do ano.

Considerando que Max Verstappen já está com o futuro garantido na Red Bull pelos próximos dois ou três anos, vamos seguir a lista com quem está com o futuro indefinido:


P.S: O texto foi finalizado antes do anúncio de Ocon no lugar de Haryanto na Manor. Vamos lá!


Foto: XP8 Images
VALTTERI BOTTAS:  Com 26 anos e rumo à quarta temporada completa na F1 (sem contar 2012, quando andou bastante com o carro de Bruno Senna nos Treinos Livres), o finlandês já esteve com melhor fama no paddock. Para muitos, era a bola da vez para ir à Ferrari substituir Raikkonen no ano passado. Prestes a derrotar seu companheiro de equipe pela terceira vez, está “invicto” na carreira nesse quesito (também derrotou Maldonado em sua estreia, na temporada de 2013). Sua queda de desempenho é fruto da decadência da Williams, que piorou nos últimos anos ao não conseguir melhorar a aerodinâmica do carro, sendo refém do ótimo motor Mercedes. O futuro do bom (mas nada espetacular) piloto finlandês é a provável renovação com a escuderia de Woking e formar parceria com o eterno Jenson Button. Por outro lado, surge a especulação de que teria recebido uma proposta da Renault para o ano que vem. Sendo uma equipe de fábrica, o melhor para Bottas seria rumar para a equipe francesa, se essa proposta de fato existir, pois eles possuem mais recursos e, portanto, condições de se desenvolver em relação ao time do simpático Frank e sua filha chefe Claire Williams.

FOTO: NDTV Sports
SÉRGIO PÉREZ:  O mexicano de 26 anos já esteve com a batata muito assada no paddock após a mal sucedida passagem na McLaren, em 2013 (não por culpa dele). Ainda assim, recebeu um voto de confiança e rumou para a Force India no ano seguinte. Enquanto muitos achavam que seria trucidado por Hulkenberg, Checo provou do que é capaz, voltando aos velhos tempos de Sauber, quando chamou a atenção de todos. Embora tenha sido derrotado na primeira temporada, a sua evolução é nítida.  Com quatro pódios em três anos, Pérez conseguiu levar a Force India a feitos incríveis. Parece estar no seu melhor momento na carreira, depois dos terceiros lugares em Mônaco e Baku, onde chegou a fazer o segundo tempo na classificação, mas largou em sétimo por causa de uma troca de câmbio. Suas atuações foram muito elogiadas e foi o “bola da vez” de 2016 para ir à Ferrari. A nova renovação de Kimi frustrou os planos de Checo, ex-membro da academia de pilotos da Ferrari. Apesar de Vijay Mallya confirmar a manutenção do mexicano para o ano que vem, Pérez diz que seu futuro é incerto. Williams e Renault estão de olho no seu talento. Como escrevi para Bottas, a oportunidade de crescer em uma equipe de fábrica é tentadora. Aliás, essa seria uma dupla muito interessante para os franceses: Dois pilotos regulares, em busca da primeira vitória na carreira e com bastante tempo de carreira para tentar levar a Renault ao topo no longo-prazo.

Foto: XP8 Sports

CARLOS SAINZ JR: Talvez com o futuro mais “tranquilo” em relação aos jovens listados nesse texto. Depois de ser batido por Max Verstappen no ano passado na Toro Rosso, conseguiu melhorar seu desempenho nessa temporada. É verdade que o bólido evoluiu e o espanhol sofreu (e ainda sofre) com problemas técnicos provenientes do antigo motor Renault e do defasado da Ferrari do ano passado. Com a saída de Max, passou a ter seu trabalho mais percebido pelo paddock, ainda mais quando passou a bater de forma constante o apático Kvyat. Tal desempenho chegou a chamar a atenção de Ferrari e Renault, e os taurinos trataram de renovar contrato com o espanhol, que deve seguir na equipe filial por, no mínimo, mais dois anos. É um bom piloto, mas dependerá de acontecimentos externos para que, um dia, possa ascender a equipe-mãe Red Bull.

Foto: The Telegraph

DANIIL KVYAT: Ao contrário de seu companheiro de equipe, seu futuro é negro na categoria. Talvez nem termine a temporada. Com dois pódios na Red Bull em duas temporadas, foi  do céu (2° lugar na China) ao inferno (quando bateu duas vezes em Vettel e foi rebaixado por Helmut Marko). O russo admitiu que perdeu o prazer de pilotar depois desse episódio, e seus resultados (ou a falta de) comprovam. A sombra de Pierre Gasly está lhe atormentando no presente e no futuro. Kvyat está deprimido e depressivo (redundância desnecessária mas achei de bom tom reafirmar). Se não sair do fundo do poço, seu futuro na F1 estará acabado aos 22 anos de idade e se juntará ao “Hall de Chutados da Red Bull” junto com Buemi, Klien, Bourdais, Alguersuari (esse inclusive já se aposentou, com 24) e Vergne. Reage, Kvyat!

Foto: XP8 Images

KEVIN MAGNUSSEN: Também com futuro incerto. Diante de uma Lotus 2015 travestida de Renault, marcou apenas seis pontos.  Apesar de sofrer com as limitações do carro, muita gente pensa que o dinamarquês é capaz de fazer mais. Mesmo jovem, teoricamente é o “líder” da equipe nesse ano. Com experiência na McLaren, anda errando demais, principalmente nos qualyfings (batido em algumas ocasiões por Palmer) e nas corridas (acidentes que causam punições). Com um carro ruim, será difícil fazer mais do que está fazendo, mas ainda é pouco para a grandiosidade que a Renault deseja nesse retorno à F1. Lembrando que ele substituiu Maldonado de última hora. Sendo realista, dificilmente o dinamarquês permanecerá na F1. No máximo, talvez como um segundo piloto, mas não como protagonista de uma equipe grande e com grande capacidade de investimento.

Por enquanto é só pessoal. A Parte 2 sairá em breve! Até mais!


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

TROCA ESPERADA

Foto: Race Department
O que a imprensa europeia estava especulando nas últimas semanas se confirmou: Diante da falta de pagamento integral do acordo entre Manor e seus patrocinadores, a equipe finalizou o contrato com o indonésio Rio Haryanto. Em comunicado, a escuderia ressaltou o trabalho do piloto e disse ter convidado o indonésio para ser piloto reserva e pilotar em algumas sessões de treinos livres durante a segunda parte da temporada.

Ao contrário do que muitos pregavam e especulavam, o escolhido para seu lugar não foi Stoffel Vandoorne. Esteban Ocon, francês de 19 anos e piloto reserva tanto da Renault quanto da Mercedes foi anunciado hoje como piloto da Manor até o final do ano. Apesar de jovem, o currículo do francês é robusto: Em 2014, conquistou a F3 Europeia e ano passado foi campeão da GP2. Nos últimos treinos livres, esteve frequentemente treinando pela Renault, além de ter participado dos testes de Silverstone com os pneus de 2017 tanto pela equipe francesa quanto pela equipe alemã.

É uma ótima notícia para a F1. Dois pilotos com talento incrível na mesma equipe. Embora não seja uma de ponta, é ótimo para analisar de perto o verdadeiro talento e potencial dos dois. Em tese, Wehrlein deve levar vantagem pelo fato de já estar habituado ao bólido da Manor, enquanto o francês terá que se adaptar a um carro mais lento e difícil de guiar. Tudo isso com a pressão de ser um estreante em meio a temporada e com grandes perspectivas de ser titular da Renault no ano que vem.

O desafio é muito interessante para Wehrlein. O mundo da F1 poderá ver qual o real talento do alemão. Durante a temporada, largou algumas vezes atrás de Haryanto, considerado "bração", lento e batedor. Evidente que na corrida sobrou e conseguiu até então um ponto histórico para si e a equipe. Com certeza Ocon irá elevar o level de competitividade na equipe, forçando Wehrlein a dar mais de si para provar sua capacidade de pilotagem. Num futuro não tão distante, os dois poderão estar brigando pelo título por Renault e Mercedes (ou ambos nas Flechas de Prata), por quê não? Ah, Ricciardo também começou assim. Estreou em 2011 na Hispania (pior carro do grid) no lugar de Karthikeyan. No ano seguinte, subiu para a Toro Rosso e hoje está na Red Bull. É um caminho que Ocon certamente tentará se espelhar.

Sobre Haryanto: Não fará falta na F1, mas não deixou uma impressão negativa. O fato de muitos alardearem sobre a falta de qualidade do indonésio deu a impressão para os fãs que ele seria um "novo Yuji Ide". Preconceito por ser asiático? Não sei. Pelo que o acompanhei na GP2, era um piloto mediano, não tão bom mas nem tão ruim. Ao menos representou seu país (inédito na categoria) por algumas corridas e, quem sabe, não possa retornar em breve? Equipes pobres sempre necessitam de pilotos pagantes, e na hora do desespero...

Para completar: Ontem fez 30 anos da icônica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna no GP da Hungria. Nunca é demais acompanhar essa belíssima ultrapassagem. Até!


terça-feira, 2 de agosto de 2016

O HOMEM QUE MATOU A MORTE

Foto: Getty Images
1 de Agosto de 1976. 40 anos atrás, Niki Lauda disputava o título da F1 com seu rival, o britânico James Hunt, da McLaren. Uma rivalidade de equipes e pilotos com personalidades completamente distintas: O hardworker x O festeiro, e por aí vai. Enfim, naquele final de semana em Nurburgring, o "Inferno Verde", o austríaco liderava o campeonato e largava em segundo, justamente atrás do arquirrival.

Com a chuva caindo no extenso circuito, à época com 23 quilômetros de extensão e mais de 200 curvas, a largada foi adiada em meia hora pois as equipes não sabiam se iriam correr com pneus slicks ou de chuva (o circuito gigante tinha pontos secos e molhados, por isso tamanha incerteza). Depois de completada uma volta, os pilotos viram que era inevitável a opção pelos slicks. Por isso, 14 carros foram para os boxes, incluindo Lauda.

Em uma curva à direita de alta velocidade, a Ferrari do austríaco derrapou e bateu num guard rail. O capacete foi arremessado e o tanque de combustível perfurado. O capacete era da marca AGV, modelo X1. O problema é que ele era diferente das outras marcas.  Por exemplo, não havia vários tamanhos para o piloto escolher de acordo com o tamanho da cabeça, mas sim o casco era feito em um único tamanho grande e eles iam colocando espuma no forro conforme ficasse folgado na cabeça, ou retirando se ficasse apertado. Esse capacete não tinha o visto da SNELL (Órgão mundial responsável pelo teste de capacetes de automobilismo) e, no caso do Lauda, muita espuma foi colocada pra ficar firme na cabeça, mas ainda assim, na hora da batida, a espuma se comprimiu e o capacete voou, deixando ele exposto só com a balaclava, que não dá conta de segurar o fogo por muito tempo. (Trecho retirado do comentário do Fabio Henrique, no Fórum da F1 Brasil no VK)

O carro voltou para o traçado em chamas e ainda foi atingido por outro carro. Lauda inalou muita fumaça e como o circuito era muito grande, não havia equipes de resgate e de incêndio por perto. Com isso, os próprios pilotos que realizaram os "primeiros socorros" (entre eles o compatriota Harald Ertl e o britânico Guy Edwards, ambos da Hesketh e o italiano Arturo Merzario, da Wolf-Williams), retirando Lauda do carro. Ele ficou consciente e gritava, urrava a todo tempo, dizendo que estava sendo queimado. A ambulância chegou dez minutos depois e colocou oxigênio nele.

Foto: Auto Guide


Lauda acredita que perdeu o controle do carro em virtude de um nova peça que conectava o braço da suspensão traseira ao bloco do motor, feita em magnésio ao invés de aço, como eram as peças anteriores. Até hoje ninguém sabe o que de fato ocorreu. Enfim, Lauda foi levado primeiramente para o hospital de Adenau, o mais próximo do autódromo. Depois, para um outro especializado em queimaduras e no domingo foi levado para o Hospital Universitário de Mannheim, onde fez tratamento intensivo. Além das queimaduras elevadas na cabeça, mãos e pulsos, Lauda inalou muitos gases tóxicos. Durante o tratamento, o quadro se agravou: A equipe médica liderada pelo Dr. Eike Martin não estava conseguindo reverter o intoxicação. Depois de quatro dias, muitos consideravam como provável a morte do piloto austríaco. Enquanto isso, Enzo Ferrari convidava Emerson Fittipaldi, que estava na Copersucar, para substituí-lo na próxima corrida, na Áustria. O brasileiro recusou.

Um padre foi chamado para dar a extrema unção (ritual católico de despedida) a Lauda. Reza a lenda que ele, ainda entubado, teria expulsado o padre a pontapés. Curiosamente, após a visita do religioso, Lauda voltou a reagir rápido, sempre com muita disciplina e superou o quadro crítico, surpreendendo os médicos. Depois de um tempo, Lauda disse que precisava sair do hospital e correr porque disputava o campeonato ("Ou eu volto logo a correr ou abandono o automobilismo", disse). Enfim, depois de apenas 2 GPs fora (Áustria e Holanda), Niki voltou a correr no GP da Itália, em Monza. Realizou muitos exames e foi liberado pelos médicos. Na corrida, chegou em quarto, ovacionado pelos tifosi. Inacreditável! Depois de pouco mais de 40 dias de um dos acidentes mais graves da história da F1, Niki Lauda estava de volta, firme e forte para buscar o bicampeonato!


Foto: Reprodução

O resultado final acredito que vocês já sabem: A história desse campeonato foi retratada no filme Rush, lançado em 2013 (quem não viu VEJAAAAAAAA!). Na corrida final, no Japão, o acordo era dar uma volta e regressar aos boxes, em razão da forte chuva. Lauda recolheu. Hunt, não. O diretor de prova disse que era necessário largar por causa dos acordos com a TV. Diferentemente do mito que "Lauda abandonou por medo", o austríaco abandonou porque não havia condições de ter corrida. Com isso, Hunt seguiu na prova e foi campeão daquela temporada por um ponto.

Como o próprio disse, Lauda cometeu o maior erro da vida dele: Não ter agradecido Arturo Merzario por tê-lo socorrido no acidente. A reconciliação veio apenas 30 anos depois, quando foi realizado um evento por Bernie Ecclestone em Nurburgring, 2006, relembrando o incidente. Os dois percorreram o local juntos e participaram de um programa especial para a TV alemã.

Esse é o polêmico Niki Lauda, que no ano seguinte foi bi-campeão na Ferrari, se aposentou, voltou a correr e ainda conseguiu o tricampeão em 1984, na McLaren, aposentando-se definitivamente da F1 em 1985. O circuito de Nurburgring só retornou a F1 em 1984, pois passou por uma grande reforma e teve a sua extensão diminuída para cerca de quatro quilômetros. Portanto, Lauda voltou a correr no local onde quase perdeu a vida, mas que acabou matando a morte. Até!




segunda-feira, 1 de agosto de 2016

COMEÇANDO A DISPARAR

Foto: AP
E a maré virou. Hamilton, que vinha de largadas péssimas, resolveu acordar e decidiu, novamente, a corrida na primeira curva. O inglês contou com o fato de Rosberg, também novamente, ter largado muito mal e cair para a quarta posição, de onde não conseguiu sair. Ricciardo e Verstappen largaram muito bem também (destaque para a ousadia e talento do holandês). Vitória número 49 de Lewis, a duas de igualar Prost, e faltando também alguns meses para confirmar o tetracampeonato.

Rosberg mais uma vez mostrou não saber agir diante da pressão e das adversidades. Não conseguiu impor ritmo para brigar com as Red Bulls tendo o melhor carro e, quando finalmente teve a possibilidade de ultrapassar, novamente não fez a curva, espalhou no apex e fechou Verstappen, sendo punido com 5 segundos de tempo nos boxes. Quando o alemão imprimiu um bom ritmo e foi aos boxes, a Mercedes deixou o alemão parado por 8,3 segundos, em um erro no cronômetro manual, que custou caro ao alemão. Rosberg parece não saber jogar. Quando precisa somar pontos, deixa tudo a perder e compromete o seu campeonato. Agora, são 19 pontos atrás de Lewis. A reação parece ser difícil, mas o fato de Hamilton provavelmente trocar uma unidade de potência e ser penalizado dá esperança ao alemão.

Foto: Getty Images
As últimas corridas mostraram claramente que a Red Bull, em condições normais, é a segunda força da F1, salvo corridas que o motor é muito bem exigido, como Spa e Monza. Já ultrapassaram a Ferrari faz tempo, e a tabela de construtores tratou de mostrar essa verdade. Ricciardo conseguiu superar Verstappinho e comemorou muito, até bebendo champagne no sapato (!!!!!). Com a mudança de regulamento, é natural dizer que os taurinos talvez sejam os grandes favoritos para o ano que vem. A Ferrari, por sua vez, parece sem rumo. Encostada como terceira força, com um chefe de equipe pressionado e sem James Allison, o futuro ferrarista é duvidoso, embora Vettel e Arrivabene tratem de despistar. O sinal de alerta está ligado no cavalinho rampante.

Foto: Reprodução
Depois do top-6, destaque para Hulkenberg, o "melhor do resto", seguido de Button (boa corrida!) e Bottas (fazendo o possível), pressionado por Pérez, que largou bem e poderia ter obtido um resultado melhor. Alonso ficou fora do top 12, assim como a Toro Rosso e a Haas. Os brasileiros foram os únicos que abandonaram. Massa levou um toque de Palmer na largada e perdeu rendimento, com o carro danificado, e abandonou na volta 38. Apesar do azar, a fase de Massa é injustificável: Apenas 1 ponto nas últimas 6 corridas. Assim fica difícil permanecer na F1 no ano que vem. Nasr, por sua vez, teve uma ótima largada, subindo para 16°. Entretanto, a Sauber trabalhou mal no seu primeiro pit stop (12,3 segundos) e caiu novamente para as últimas posições. No fim, o carro perdeu potência e abandonou. Nasr faz o que pode, mas o carro não permite muito mais do que isso. Tenho dúvidas se a equipe suíça é o melhor caminho para o brasileiro em 2017.

Agora, a F1 dá uma pausa para as férias de verão na Europa. As fábricas das equipes ficam obrigatoriamente fechadas por 15 dias. A F1 só volta no fim de agosto, no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa Francochamps, nos dias 26, 27 e 28 de agosto.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Hungria. Até!