quinta-feira, 30 de junho de 2022

GP DA INGLATERRA: Programação

  Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019, 2020 e 2021) - 8x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 175 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 129 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 126 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 111 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 77 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 50 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 39 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 18 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 13 pontos

15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

17- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 304 pontos

2 - Ferrari - 228 pontos

3 - Mercedes - 188 pontos

4 - McLaren Mercedes - 65 pontos

5 - Alpine Renault - 57 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos

8 - Aston Martin Mercedes - 16 pontos

9 - Haas Ferrari - 15 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


DE PORTAS E BRAÇOS ABERTOS

Foto: Getty Images

Sebastian Vettel tem contrato com a Aston Martin até 2023. No entanto, não deixou claro se pretende continuar na categoria. Tudo depende da motivação e do que a Aston Martin pode oferecer ao piloto, que também é um dos acionistas do time.

Se depender da vontade da equipe, o tetracampeão fica até quando quiser, se ele manter a motivação mesmo sabendo que talvez não consiga mais brigar por campeonatos.

O chefão, Mike Krack, está mais do que disposto em manter essa parceria:

“Sempre fomos claro no sentido de que se ele quiser continuar, queremos que ele continue por muito tempo. Estamos conversando. Temos uma ótima relação, não botamos nenhum limite de tempo", disse para a Autosport.

Um dos trunfos da montadora é mostrar para Vettel que a equipe está evoluindo, apesar do início ruim e do time estar aquém dos investimentos que faz. A corrida do Canadá foi um alento, e Krack acredita que Silverstone pode ser mais um passo em direção ao topo do grid.

“Nós sempre dissemos que queremos melhorar o carro, e acho que Barcelona foi o primeiro passo. Queremos mostrar a ele que demos outro passo à frente e, aí, podemos conversar mais. Talvez em Silverstone eu consiga e o desejo dele de ficar cresça ainda mais”, completou.

É tudo questão mental e motivacional. Vettel não precisa provar mais nada e está evoluindo na temporada. Precisa de carro que a Aston Martin não o deu em nenhum momento. Como o outro lado do box é intocável, é bom Krack pensar bem. Se Vettel não estiver mais a vontade com a categoria, vai ser necessário um piloto líder e experiente. Onde encontrá-lo? Eu tenho uma pista, mas no momento é tudo especulação e suposição. Tomara que Vettel continue na F1.

"GRANDE FUTURO"

Foto: XPB Images/ P A Images

Após a melhor atuação na temporada com um oitavo lugar no GP do Canadá, Guanyu Zhou ganhou um pouco de holofote. Após o ponto na estreia, o chinês passou algumas corridas apagado e abandonou em outras, enquanto Bottas lidera o time.

No entanto, a avaliação do chinês até aqui tem sido extremamente positiva, tanto do chefe Frederic Vasseur quanto de Xevi Pujolar, chefe de engenharia de pista.

“Ele está construindo os próprios fins de semana de maneira progressiva. Mesmo na corrida, absorve todas as informações que damos a ele e está usando isso para performar o que precisamos quanto aos pneus – não somente na corrida, na classificação também.

Acho que ele está também tendo essa abordagem sem cometer erros. Se você consegue evitar incidentes, então ajuda muito em construir essa confiança – corrida a corrida – e essa tem sido sua qualidade também. Se continuar assim, tem um grande futuro na Fórmula 1”, disse Pujolar.

Frederic Vasseur, por sua vez, estava preocupado com a sequência de corridas desconhecidas para Zhou: correu pela primeira vez no Azerbaijão e no Canadá e Mônaco é sempre difícil. O chefe acredita que a tendência é o chinês melhorar o desempenho nos circuitos europeus que ele conhece dos tempos da F2.

“Estava um pouco preocupado com a sequência em Mônaco, Baku e Montreal, porque são os três circuitos mais difíceis para um novato na primeira parte da temporada. Mas, no Azerbaijão, ele foi muito bem. Teve um pouco de azar na classificação, porque não conseguiu encaixar uma boa volta com a bandeira amarela. Mas, no fim, a performance ‘esteve lá’ na corrida. Ele sempre teve uma boa administração do carro e dos pneus.

Você tem que separar o desempenho do carros dos pilotos e seus resultados. Penso que em Baku, por exemplo, Zhou teve ótimo ritmo – estava disputando posições com Vettel antes do abandono. A performance ‘estava lá’, mas se você não tem confiabilidade no carro, não irá marcar pontos. Estou convencido de que, assim que voltarmos às pistas que ele já conhece, vai ter um desempenho ainda melhor. Mas estou mais do que feliz com o trabalho feito por ele até aqui”, disse Vasseur.

Zhou é um bom piloto. Quem viu a F2 sabe. Assim como Tsunoda no ano passado, é óbvio que vai encontrar dificuldades no ano de estreia. São categorias diferentes e sem tempo para fazer testes. O aprendizado é a cada corrida ou erro. Há má vontade por Zhou ser asiático e trazer muito dinheiro, mas a tendência é que com o tempo ele se aproxime de Bottas e ajude ainda mais a Alfa Romeo, tornando-se assim o chinês viável da F1.

TRANSMISSÃO:
01/07 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
01/07 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/07 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
02/07 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/07 - Corrida: 11h (Band)



terça-feira, 28 de junho de 2022

NO LIMBO

 

Foto: Motorsport

Pierre olhou no espelho e mirou o reflexo de Carlos Sainz. E foi apenas isso. Tudo o que escrevemos em janeiro e agora, na semana passada, foi em vão. A culpa é do francês?

Claro que não. Com Pérez na Red Bull por mais dois anos, a única chance de progressão na carreira seria tentar almejar um assento na McLaren, no lugar de Daniel Ricciardo. Acredito que o staff do francês tentou, mas aparentemente há outras prioridades por lá, seja a manutenção do australiano ou uma possível chegada de Colton Herta ou Pato O’Ward, queridinhos de Zak Brown.

Portanto, diante desse contexto, não restava outra alternativa. Realmente não havia. Pierre Gasly continua mais uma temporada na Alpha Tauri por falta de opções para ambos os lados.

A Red Bull não tem ninguém pronto para subir. Daruvala e Liam Lawson estão crus. Vips falou imbecilidades e foi cortado. O próprio Tsunoda só permanece porque justamente não há alternativas no curto prazo. Até por isso Pérez renovou por mais tempo, além do fato de ter crescido o rendimento e consequentemente estar mais entrosado com o ambiente dos energéticos.

Empurrar com a barriga. É o que resta para Gasly nesse médio prazo. A Red Bull não vai subi-lo de volta. Esperar por isso é desperdiçar a juventude da carreira, embora não possamos saber o dia de amanhã. Apesar da Ferrari ser improvável, não dá para desistir. Mesmo caso a Alpine, a Aston Martin e a própria McLaren, mais para frente.

Ser o líder da equipe B não quer dizer nada para alguém que deu a volta por cima e já mostrou que pode almejar algo a mais na carreira, mesmo que o 2022 não esteja tão bom assim. Red Bull, Alpha Tauri e Gasly empurram a carreira com a barriga. Melhor para a Alpha Tauri, que tem um piloto acima do nível do time por mais um ano. A questão é capitalizar tudo isso em pontos e pódios.

Pierre deve tentar algo além para salvar a própria carreira do marasmo, por mais difícil que seja. Percebam que tudo é questão de estar no lugar certo e na hora certa. As estrelas do francês podem não estar alinhadas no futuro próximo e não há tempo para esperar que tudo isso se ajeite do dia para a noite.

E agora, Gasly?

Até!


segunda-feira, 20 de junho de 2022

O REI E ELE

 

Foto: Getty Images

Fernando Alonso e Max Verstappen têm muito mais semelhanças do que diferenças, embora essas diferenças sejam cruciais para o andamento da carreira de um, que talvez nem esteja no auge, e o outro que está na volta final de sua trajetória.

Uma das coisas que os dois têm em comum é a rivalidade com Lewis Hamilton. Alonso sempre foi uma jóia e uma promessa lapidada com muito carinho e cuidado por Flávio Briatore, chefe e empresário. Pegou experiência na Minardi, no já longínquo 2001. O espanhol virou o mais longevo da história da F1. Histórico.

Um ano de experiência na reserva da Renault até assumir a titularidade dos franceses. Pole na Malásia e a primeira vitória apoteótica na Hungria. O jovem estava em ascensão. Só precisava de tempo e carro para prosperar. Prosperou. Bicampeão mais jovem da história até então, "aposentando" Michael Schumacher. A "Era Alonso" era uma mera formalidade. Alonso sempre gostou de ser o vilão. Contra Schummi, havia uma rejeição. O problema foi depois.

Chegou na McLaren achando que daria as cartas, mas jamais poderia imaginar o surgimento de um Lewis Hamilton. Além: que esse estreante protegido pela McLaren e por Ron Dennis seria um prodígio de patamares inimagináveis na categoria. Sempre priorizado por Briatore, Alonso se via num ambiente hostil, sendo o vilão contra a imprensa inglesa e a nova maravilha da Inglaterra no automobilismo.

A história vocês já conhecem. Por falta de tato, temperamento difícil e decisões equivocadas na carreira, o tempo passou e Alonso não conseguiu estar mais no lugar certo. Apenas o talento não era o suficiente. Faltou o networking e as pontes queimadas pelo espanhol ao longo da década. O tri chegou perto duas vezes, e nas duas a perda foi brutal. 

A história vocês já conhecem: Alonso merecia mais do que dois títulos pelo talento que tem. O problema é que se inviabilizou em quase todos os lugares relevantes. O bem estar vale mais que o temperamento bélico interno. E só sobrou para o espanhol a velha casa, a Renault/Alpine.

O segundo lugar no grid é um recado claro para a cúpula da equipe: estou longe de estar acabado. A pontuação de Alonso no mundial é mais fruto de azar e problemas do que propriamente mal desempenho. O mérito é todo de Ocon, que está sendo um "Russell da Alpine" ao ser praticamente regular e, mesmo quando mal é notado na pista, traz fatias importantes de pontos para o campeonato. Piastri deveria estar no grid, mas não deveria estar no lugar da Fênix. O Canadá é um sinal que qualquer consegue perceber.

Pulamos para outro prodígio que, na adolescência, já era visto como um futuro campeão do mundo. Ainda adolescente chegou na F1, para espanto e desconfiança de muita gente. Pouco tempo depois de virar adulto, Max subiu para a Red Bull. Lembram que eu fiquei indignado com o que fizeram com Kvyat? Pois bem, em dias o holandês calou a boca de todos. Vencer na estreia na equipe e ser o mais jovem vencedor da história da F1 era um recado poderoso. Era questão de tempo.

Com muitos percalços, normais para a juventude de uma pessoa e um piloto em formação, Max era besta e bestial em fração de segundos. Por anos, a impressão era de que precisava mudar a mentalidade quando finalmente chegasse a hora de brigar pelo campeonato. Não ter responsabilidade é uma coisa, precisar ser cerebral o ano inteiro para vencer o adversário é outra.

Assim como Alonso, Max passou pelo heptacampeão da F1 e agora está começando a "Era Max". O novo regulamento, por enquanto, dá longevidade ao rei. O futuro ninguém sabe, mas quem seria o "Hamilton" de Max, tal qual Alonso? Leclerc? Norris? Russell? Piastri? Só o tempo talvez consiga responder.

Max também nunca se preocupou com o rótulo de vilão. Enfrentar a estrela da F1, o responsável por furar a bolha da categoria, tem um preço. O holandês nunca se preocupou com isso. Ele só quer pilotar e vencer. Não faz questão de ter carisma. A popularidade de Max está no que ele faz na pista, não nas redes sociais. Finalmente, depois de quase uma década, a previsão de todos está em andamento: o futuro campeão do mundo pode ser multicampeão, dependendo da Red Bull, dos regulamentos, da sorte e do acaso.

Max Verstappen tem tudo para ser o que Fernando Alonso não foi: confirmar em títulos todo o imenso talento que tem. Não que Max seja alguém muito diferente do espanhol, mas até aqui ele sempre optou por permanecer na redoma de quem projetou todos os passos na carreira e não teve nenhum remorso de se livrar de quem potencialmente o incomodaria. Alonso também teve isso na Renault, mas pulou a varanda para buscar novos desafios. Desprotegido, saiu de casa e ficou com as mãos vazias.

Em termos de talento, é difícil dizer quem é superior. São pilotos muito parecidos, onde o QI e o ritmo de corrida prevalecem diante da velocidade pura. Hoje, o Rei Verstappen parece intocável. No entanto, não seria ruim se ele pegasse algumas dicas da antiga majestade, que já esteve na mesma posição perante o mundo e tudo, a partir dali, seria um passeio no parque. 

Elvis não morreu.

Até!

domingo, 19 de junho de 2022

NÃO TEM PRA NINGUÉM

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Montreal vai entrando naquele hall de pistas que nós temos boa memória afetiva mas a verdade é que só há realmente corridas inesquecíveis quando chove, igual Interlagos. Estava tudo muito bem encaminhado, embora a chuva de sábado tenha embaralhado tudo.

Na primeira fila depois de dez anos, Alonso mostra porque ainda tem lenha pra queimar. Hoje, no entanto, foi traído por uma estratégia simplesmente patética da Alpine, que escreverei sobre nas linhas seguintes. 

Sem Leclerc, punido pelas trocas, Verstappen estava sozinho na frente, e assim o fez. Embora o Safety Car patético provocado por Tsunoda (foi só eu elogiar...) tenha colocado Sainz de volta para a briga, na hora H é que vemos que falta algo para o espanhol. Não esboçou tentativas e segue sem vencer na categoria. Pelo carro que tem, é questão de tempo para isso acontecer, mas a temporada deixa claro que não é nele que a Ferrari precisa apostar as fichas para algo além.

Max chega a mais uma vitória na temporada e se consolida como o favoritaço para o bi. Não há concorrência. Hoje, Pérez teve problemas no motor e nem pontuou, ainda que a batida de sábado não tenha pegado bem.

Parece que quando quer desistir de fato, Hamilton consegue alguma resposta. Desiludido na sexta, Lewis teve a melhor performance da temporada para voltar ao pódio, o segundo em 2022. Superar Russell é complicado e o inglês, que só não largou mais na frente porque quis arriscar de slick no sábado, segue um reloginho: quarto lugar e mais um top 5. Leclerc, lá de trás, ao menos pontuou.

Saindo de trás, Ocon foi o sexto, seguido da dupla da Alfa Romeo: Bottas e Zhou, que pontua pela segunda vez no ano. Conseguiu prosperar diante do caos da classificação. O chinês é bom, está em temporada de adaptação.

Alonso e Alpine. Superaram a Ferrari na estratégia mais burra e sem sentido do ano. Não pararam o espanhol nos VSCs, alongando o stint. Ok, o pódio já estava fora de cogitação. No entanto, no Safety Car, pararam o espanhol de novo. Ou seja: fez duas paradas com um stint curtíssimo. Jogaram a corrida fora. Para piorar, sem ritmo com os pneus médios, fez o possível, o impossível e o não-permitido para evitar a passagem de Bottas. Conseguiu na pista, mas levou cinco segundos de punição por zig zaguear na frente do finlandês e Alonso foi apenas o nono. Um crime o que fizeram com a fênix!

A Haas parecia ter um GP promissor, largando na terceira fila. De novo, Magnussen tocou com Hamilton e ficou para trás. Mick, já caindo no grid, teve problemas e segue zerado. Não aproveitar essas situações com um orçamento tão curto é quase um crime.

Stroll conseguiu um pontinho e fechou o top 10 graças a acertada estratégia de uma parada só. Albon lutou, mas não foi o suficiente. McLaren sai zerada com uma corrida ruim de Ricciardo e problemas com Norris.

Max Verstappen mostra que não tem pra ninguém. Sem competição graças a um ritmo de corrida quase perfeito, os taurinos já podem começar a pensar que é questão de tempo para conquistar o bicampeonato, embora falte mais da metade da temporada. A Ferrari vai reagir? A Red Bull vai decair? Para voltarmos a ter um campeonato, essas duas coisas precisam acontecer, sem exceções. Me parece difícil.

Confira a classificação final do GP do Canadá:


Até!

sexta-feira, 17 de junho de 2022

O ARRASTO

Foto: Lars Baron/F1

 Visando a segurança, a FIA anunciou que vai aumentar o arrasto dos carros diante do efeito porpoising estar causando problemas físicos nos pilotos. Isso foi algo que talvez não tenha sido planejado na hora que o novo regulamento foi feito.

Claro que a Red Bull, até com razão, chiou diante da mudança no meio do campeonato, pois o carro é um dos que menos sofre esse efeito. Na realidade, o efeito dessa intervenção é justamente o contrário: as diferenças tendem a aumentar, pois, por questão de segurança, as equipes vão ter que fazer concessões nos carros, o que deixa o desempenho um pouco de lado nesse quesito.

O que vimos em Montreal foi um incomum domínio da Red Bull nas voltas rápidas. Verstappen liderou os dois treinos, com a Ferrari um pouco atrás. As surpresas positivas foram Aston Martin e Alpine, rápidas e incomodando a Mercedes, que segue com dificuldades claras perante o porpoising e pior: pela primeira vez, os alemães estão batendo cabeça, sem saber como reagir a isso.

Haas e Alfa Romeo, depois do primeiro momento, parecem relegadas ao bloco da Williams, entre os mais lento. Normal, há menos peças, dinheiro e é um trabalho que precisa ser desenvolvido. Bottas mal andou, por exemplo.

Em meio as naturais mudanças de regulamento, é possível que alguma coisa aconteça no médio-prazo. Enquanto isso, infelizmente, perde o campeonato. Com a Ferrari precisando resolver seus problemas internos, tudo parece apontar para um domínio da Red Bull, a não ser que o imponderável (a chuva?) apareça e aconteça em Montreal.

Confira os tempos dos treinos livres:






quinta-feira, 16 de junho de 2022

GP DO CANADÁ: Programação

 O Grande Prêmio do Canadá foi disputado pela primeira vez em 1967, sendo disputado até 2008 nos circuitos de Mosport Park, Mont-Tremblant e Montreal (atual), retornando a categoria em 2010.


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:13.078 (Mercedes, 2019)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:10.240 (Ferrari, 2019)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1994, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003 e 2004) e Lewis Hamilton (2007, 2010, 2012, 2015, 2016, 2017 e 2019) - 7x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 150 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 129 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 62 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 50 pontos
8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 40 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 31 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 16 pontos
12- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos
13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos
14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 13 pontos
15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos
17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos
18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 279 pontos
2 - Ferrari - 199 pontos
3 - Mercedes - 161 pontos
4 - McLaren Mercedes - 65 pontos
5 - Alpine Renault - 47 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 41 pontos
7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos
8 - Haas Ferrari - 15 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 15 pontos
10- Williams Mercedes - 3 pontos

APOIO DO CHEFE

Foto: McLaren 

Criticado publicamente pelo CEO Zak Brown, que cogita até rescindir com o australiano no final do ano, Daniel Ricciardo tem um importante aliado na equipe: o chefe Andreas Seidl.

Após chegar na frente de Norris na corrida do Azerbaijão, Seidl disse que sua missão é proteger a McLaren do mundo exterior. E complementou: nunca viu alguém andar melhor depois de cobranças públicas.

"Nos últimos 20 anos, não vi nenhum piloto se tornar mais rápido após ser criticado publicamente", disse.

Apesar das críticas, Ricciardo tem contrato até 2023. Mesmo assim, há muita especulação sobre o parceiro de Lando Norris. Pierre Gasly e Pato O'Ward são alguns dos candidatos.

Justamente pelo contrato longo, Seidl tem calma para assimilar os processos e fazer o que precisa ser feito para que a McLaren continue evoluindo:

“Temos um contrato com Daniel para o próximo ano e é por isso que estamos calmos, trabalhando duro e tentando encontrar as porcentagens que ele tem perdido nesse momento”, concluiu.

O curioso é que Zak Brown é quem manda na equipe, e Seidl vai contra as palavras dele. Obviamente, não seria inteligente endossar o discurso. Que tipo de motivação teria Ricciardo para continuar? O endosso precisa de resultados consistentes. Ricciardo deu a resposta domingo, mas ainda assim precisa fazer muito mais para justificar o valor que recebe. Não é barato e está bem abaixo das expectativas.

CONTINENTE VOLTANDO?

Foto: Kyalami Circuit

O site RacingNews365 publicou que o chefão da F1, Stefano Domenicali, viajou para Joanesburgo afim de negociar o retorno do GP da África do Sul. A última vez que o continente africano recebeu uma corrida de F1 foi em Kyalami, em 1993.

E é justamente o antigo circuito que é visto como favorito a receber de volta a F1. As datas do GP poderiam ser entre março/abril ou outubro/novembro. Paul Ricard e Spa Francorchamps têm contratos até o fim do ano, e dizem que a chance de não renovarem é bastante alta. O circuito sul-africano seria um candidato para substituí-los, acrescentando o continente que falta no circo da F1.

Há dois impeditivos para algum anúncio imediato: ainda não há garantias que a corrida seja sustentável financeiramente (ou seja, o apoio da iniciativa privada, pois o governo sul-africano não vai investir). 
A outra questão é que o autódromo de Kyalami precisa de reformas para receber a F1. Para sediar uma etapa, o circuito precisa estar no grau 1. Atualmente, Kyalami é grau 2.

Essa definição será feita até agosto, quando a FIA publica o calendário provisório de 2023. Caso tudo dê certo, os sul-africanos precisariam correr contra o tempo. Do contrário, também seriam grandes as chances do acordo iniciar-se em 2024.

Pelo amor de Deus: seria muito legal a África voltar a ter uma corrida, mas em hipótese alguma algo ou alguém pode substituir Spa! Que tirem Paul Ricard e outros circuitos chatíssimos para retornarem com Sepang e Mugello! Certamente, seria uma grande realização da F1 entrar na África, tornando definitivamente a F1 mundial nesse contexto e acessível para o mundo inteiro além do grande engajamento que já tem nas redes sociais.

TRANSMISSÃO:
17/06 - Treino Livre 1: 15h (Band Sports)
17/06 - Treino Livre 2: 18h (Band Sports)
18/06 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
18/06 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
19/06 - Corrida: 15h (Band)




terça-feira, 14 de junho de 2022

O ESPELHO (PARTE 2)

 

Foto: Motorsport

Semana passada, escrevi sobre Sérgio Pérez e sua renovação com a Red Bull. Agora, vou mostrar o outro lado da moeda. Na verdade, é uma extensão de uma ideia que escrevi há algum tempo, mas que agora ficou mais evidente para ser expansionada.

Pérez até 2024 na Red Bull significa um cerco fechado para os pilotos da academia, sejam eles Tsunoda, Hauger, Vips, Daruvala, entre outros. E por que essa decisão foi tomada, visto que os taurinos têm como premissa formar os próprios pilotos? 1 – Pérez está totalmente encaixado com o time; 2 – não há convicção de que esses jovens possam ajudar a equipe principal no médio-prazo.

Bom, dentre os pilotos da Academia, um está no limbo há muito tempo: Pierre Gasly. O futuro estava traçado depois que foi rebaixado e substituído por Albon, ainda em 2019. A questão é que nesse meio tempo o francês se reinventou e recuperou a imagem. Agora, mais do que nunca, é preciso partir.

Continuar na Alpha Tauri sem perspectiva é perda de tempo. Gasly já passou dessa fase. O francês precisa lutar com unhas e dentes pela vaga na McLaren. Na época, falava da Alpine, mas os planos estão sendo concretizados para o futuro de Oscar Piastri. É o único caminho para Gasly buscar uma carreira relevante: lutar com Norris e ver o que acontece.

Pelo menos, nesse sentido, há o benefício da dúvida, de arriscar, ver o que acontece. Mesmo se der errado, se o desempenho for ruim ou a McLaren não for competitiva, com certeza é melhor uma mudança de ares do que permanecer sem perspectivas na Red Bull B.

Aliás, esse foi o recado implícito de Christian Horner e Helmut Marko ao renovarem com Checo: vá, meu filho, busque o seu caminho porque aqui não há mais nada.

Ah, a ironia: escrevi que Sainz precisava ser a inspiração porque ele passou pela mesma situação ao ser preterido por Verstappen. Agora, Gasly pode substituir outro ex-Red Bull que arriscou na carreira e até agora não deu certo na Renault e na McLaren, apesar de ter quebrado o jejum de quase dez anos sem vitórias da equipe de Woking: Daniel Ricciardo.

Espelhos é o que não faltam para o francês tentar mudar o destino que está sendo imposto pela empresa de energéticos. Quebrá-lo não vai fazer com que as dúvidas e angústias sumam, pelo contrário.

Até!


segunda-feira, 13 de junho de 2022

DESGARRADO

 

Foto: Motorsport

Há um bom tempo preparando o carro de 2022, a Ferrari apostava no novo regulamento para dar o grande salto e sair do meio do pelotão. Os testes de pré-temporada foram animadores, mas eram apenas testes. Poderia ser fogo de palha, era preciso esperar. No entanto, finalmente as expectativas se confirmaram: vitória no Bahrein e um carro rápido. A Red Bull tinha problemas de confiabilidade e a Mercedes estava fora da briga, ao menos no primeiro momento.

Duas vitórias em três corridas e uma vantagem gigante de Leclerc, mesmo com Sainz errando muito. Finalmente a Ferrari confirmava a expectativa para voltar ao protagonismo e conquistar o título que não vem desde 2007. O que poderia dar errado?

Basicamente tudo. A Red Bull cresceu e a Ferrari apresentou os problemas de sempre: confiabilidade e estratégias pouco eficazes. A super vantagem de Leclerc evaporou e, agora, até perdeu a vice-liderança do Mundial. Atualmente, quem dá as cartas é a Red Bull.

É muito cedo para desistir? Claro que não. São 22 corridas, não estamos nem na metade da temporada. No entanto, o panorama não é positivo. A Red Bull está em progressão e a Ferrari está instável. Para bater um adversário desses, tudo tem que dar certo quase sempre. Erro zero. E a Ferrari já errou muito nas últimas corridas, o que contribuiu para a desvantagem estar maior ainda.

Leclerc tem sido quase perfeito. Tirando Ímola, tem feito poles e, quando não foi atrapalhado pelo próprio time, venceu. Sainz está devendo e o monegasco fica à mercê das duas Red Bull, o que é algo muito importante nas estratégias. Os taurinos podem usar Pérez para marcar Leclerc e Max fica com o caminho livre.

No início do ano, cheguei a escrever que a vantagem de Leclerc parecia muito grande, mesmo em três corridas. O tempo mostrou que as coisas se pulverizam muito rápido. Se agora a Red Bull está inalcançável, pode ser que daqui dois meses não seja. Ainda há muito campeonato.

Talvez Leclerc precise se agarrar a uma frase da música "Desgarrados", composta pelo Mário Barbará:

"Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho".

Até!

domingo, 12 de junho de 2022

DISPARANDO

Foto: Getty Images

 O panorama das últimas corridas não tinha mudado muito. Ferrari mais rápida em voltas lançadas e a Red Bull mais eficiente no ritmo de corrida e nas estratégias. Baku poderia e precisava ser um ponto de reação para a Ferrari, principalmente após o problema na Espanha e os erros estratégicos em Mônaco.

A largada mostrou Pérez no auge da confiança. Encaixado com o carro, passou Leclerc na primeira curva e disparou. Parecia que as estrelas estavam alinhadas de novo. Com Leclerc entre ele e Max, Checo podia sonhar em vencer de novo no Azerbaijão. Verstappen pressionava mas o monegasco resistia. O roteiro continuou.

Sainz teve problemas no motor e abandonou. Já ficou distante no treino, de novo. É uma sucessão de maus desempenhos e agora azar. O VSC causado poderia abrir uma brecha para a mudança. Dessa vez, a Ferrari parou Leclerc e a Red Bull se enbananou, deixando os dois carros na pista. Seria uma corrida decidida na estratégia, contando sempre com incidentes na traiçoeira pista de Baku.

Sem nenhum intermediário, Pérez estava desprotegido e o ritmo caiu. Max chegou, passou e disparou, mas ainda havia o porém da incerteza da estratégia. A Red Bull parou os dois carros e Leclerc estava na liderança. A Ferrari poderia ter esperança de tentar reverter o quadro, mas...

A confiabilidade do carro #16 falhou de novo. Problema no motor. Fim de prova e caminho aberto, sem riscos e esforços, para mais uma dobradinha da Red Bull. Verstappen sobrou e venceu de novo, com Pérez atrás.

Vou escrever quantas vezes forem necessárias, tenho propriedade para isso. Afinal, sou o presidente do fã clube de Checo. Acredita quem quer. Ele e a Red Bull sabem qual o papel do mexicano no time. Se ainda assim acham que Pérez pode "brigar" pelo título... acredita quem quer se decepcionar. Com os taurinos marcando 100% dos pontos e a Ferrari 0%, a distância já começa a ficar incômoda em termos de emoção para o campeonato. Historicamente, a Red Bull progride. Historicamente, a Ferrari não. Faltam muitas etapas, é verdade, mas a situação não é muito animadora para os italianos. Max começa a criar asas para o bicampeonato.

Sem os italianos, caminho aberto para o "Sr. Consistência", o melhor piloto da temporada até aqui. George Russell. Mais um pódio e, consequentemente, mais uma vez na frente do heptacampeão. Hamilton saiu reclamando de dores nas costas, consequência do carro quicando muito nos circuitos de rua, e Toto Wolff inclusive disse que o Sir é dúvida para a corrida da semana que vem, no Canadá. Hamilton reagiu e ficou em quarto. Do jeito que estão as coisas, é mais fácil a Mercedes chegar na Ferrari do que os italianos encostarem nos austríacos. O campeonato começa a ganhar rabiscos, rascunhos.

A Alpha Tauri finalmente teve um desempenho destacado e Gasly pontuou. Tsunoda faria o mesmo se não fosse o problema na asa, tendo que colocar umas fitas ali. Azar. O japonês está evoluindo e poucos falam disso. Vettel fez uma atuação de gala, dentro das circunstâncias, mesmo quase batendo. Alonso voltou a pontuar. Ricciardo reagiu e chegou na frente de Norris e Ocon completou o top 10.

Mick segue muito atrás de Magnussen. Tá faltando ritmo. A chegada do dinamarquês desmascarou muita coisa para o alemão, que segue sem reagir e está pressionado. Até aqui, poderia fazer mais, embora também precise de tempo. O problema é que a principal janela para a Haas aproveitar os pontos foi no início do ano. Sem dinheiro para atualizações, vai ser disso para pior.

A Red Bull começa a impor o ritmo. Consistência e, por ora, resolvendo os problemas de confiabilidade. A Ferrari precisa lutar com os próprios demônios para voltar a competir. Enquanto isso, quem perde é Charles Leclerc, refém do acaso e dos erros do próprio time. Pode ser tarde demais. A diferença para o resto do pelotão é grande. É o primeiro ano do novo regulamento.

Quem esperava a alucinação de 2021 pode estar decepcionado. F1 sempre foi assim. Desse jeito, Max é o principal favorito para conquistar o bicampeonato. A Ferrari vai precisar de um plot twist para causar um drama no Mundial.

Confira a classificação final do GP do Azerbaijão:


Até!

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O PULO DE BAKU

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Baku é uma repetição de Mônaco e Arábia Saudita. Circuito de rua, estreito, longas retas (no caso de Baku e Arábia) e muitas armadilhas. Os treinos não dizem tanto, embora possam dar um indicativo interessante.

Em circuitos como esse, é complicado prever uma estratégia. Aliás, a estratégia correta para se pensar é o caos. Qualquer incidente é capaz de provocar um Safety Car e isso pode mudar tudo. É o pulo do gato, ou então pulo do Baku.

Os carros pulando (porpoising) também pode ser um fato de desequilíbrio na questão da durabilidade dos carros. As "quicadas" danificaram o assoalho da Haas de Mick Schumacher. Nenhuma equipe pode escapar desse infortúnio. O porpoising torna a dirigibilidade muito mais difícil, principalmente no ponto de frenagem, alvo de reclamações de Sérgio Pérez e Lewis Hamilton, por exemplo.

Circuito de rua é sempre uma caixinha de surpresas. No entanto, o enredo dos treinos livres é o mesmo: trocação entre Red Bull e Ferrari. Pérez, que venceu lá no ano passado, foi o mais rápido no TL1. Leclerc, como sempre, respondeu com o melhor tempo do dia. Logo depois vem Max Verstappen e Carlos Sainz, com Fernando Alonso impondo bom ritmo para a Alpine. 

Pérez outra vez foi mais veloz que Max em dois treinos livres. Parece se sobressair melhor nessas condições. A Mercedes voltou a sofrer, afinal continuamos em um circuito de rua. O resto parece ser o mesmo script de sempre (nos treinos): Alpha Tauri bem, Aston Martin tentando reagir, Ricciardo muito atrás de Norris...

A Ferrari precisa do pulo de Baku para reestabelecer competição na F1, de preferência com Leclerc. O anormal e a própria equipe estão se atrapalhando. Para a Red Bull, o desafio é tentar manter a normalidade. Ano passado não foi bem assim, embora Pérez tenha vencido. 

Na gelada manhã de domingo, teremos uma corrida imprevisível, decidida nas estratégias derivadas dos incidentes da sempre trepidante Baku. O horário não ajuda, mas os incidentes compensam para nos manter acordados e quentes. Assim espero.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!


quinta-feira, 9 de junho de 2022

GP DO AZERBAIJÃO: Programação

 O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, recebe a F1 desde 2016. Nesse ano, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão. O circuito retorna ao calendário depois de estar ausente em 2020 em virtude do coronavírus.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado tem 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:43.009 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:40.495 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)

Maior vencedor: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Sérgio Pérez - 1x (2017), (2018), (2019) e (2021)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 125 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 110 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 84 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 50 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 48 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 40 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Fernando Alonso (Alpine) - 10 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

15- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 5 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 235 pontos

2 - Ferrari - 199 pontos

3 - Mercedes - 134 pontos

4 - McLaren Mercedes - 59 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 41 pontos

6 - Alpine Renault - 40 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Ferrari - 7 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


UM TEMPO PARA MICK

Foto: Haas F1 Team

Com dois acidentes fortes na temporada e uma batida em Miami que o impediu de pontuar pela primeira vez na carreira, a situação de Mick Schumacher na Haas em 2022 é desconfortável. Se em 2021 não houve muitos problemas para superar Mazepin, a chegada do experiente Magnussen pressiona o alemão, principalmente agora que a equipe americana está no bolo dos pontos. Dizem que a Haas está começando a perder a paciência com o alemão...

O apoio público, no entanto, veio de outra equipe: a Alpha Tauri, através do chefe de equipe Franz Tost.
“Vocês não deveriam descartar Mick tão rápido. Eu continuo acreditando nele. Você não pode esquecer que Mick venceu a Fórmula 3 e a Fórmula 2, isso não acontece simplesmente por acidente.

Talvez, Mick só precise de um pouco mais de tempo. Ele deveria receber isso. É apenas sua segunda temporada na Fórmula 1 e nós temos carros completamente novos, que são difíceis de pilotar”, disse para a F1 Insider.

Outro apoio público veio do compatriota Norbert Haug, ex-vice-presidente de automobilismo da Mercedes e que trabalhou com Michael, o pai de Mick Schumacher.

“Ele simplesmente tenta extrair tudo do carro. Se você virar alguns centímetros antes, pode ter consequências desastrosas. No entanto, a equipe deve continuar o apoiando agora. Se ele conseguir desatar o nó em seu sistema, vai conseguir marcar pontos”, afirmou.

O apoio público de outras partes é importante, mas a Haas está ficando impaciente. Magnussen chegou há pouco tempo e elevou o sarrafo. Mick ainda não saiu do zero. Talvez, como Russell, as coisas começem a deslanchar quando marcar o primeiro ponto. Para isso, no entanto, é preciso ser mais consistente e menos propenso a acidentes. 

Como Tost pontuou, Mick venceu a F4 e a F2. Não dá para descartá-lo, mas o filho de Michael precisa se ajudar. Talvez a Ferrari não consiga segurar essa vaga se o panorama não mudar no curto-prazo.

LONGE DO FIM

Foto: Getty Images

Heptacampeão mundial, maior número de poles e de vitórias. Um currículo desses já fala por si. Quando alguém alcança isso, onde é possível ir além? Buscando o octa tirado na última volta em Abu Dhabi, Hamilton encontra-se pela primeira vez em dificuldades na Mercedes. Com a idade avançada, o desgaste com a FIA e as conquistas que têm, muita gente aponta que o britânico pode estar se despedindo da F1.

Não é o caso. Hamilton rechaçou os boatos e reafirmou que a motivação é a mesma de quando estreou, em 2007. O contrato com a Mercedes vai até 2023.

“Vamos pegar esta temporada. Provavelmente, não vou ganhar o título, mas sinto o mesmo prazer em correr de quando comecei. Por que eu deveria parar? Talvez um dia eu não aguente mais a pressão, estarei cansado, mas esse dia ainda não chegou”, disse.

E o Sir foi além: a motivação para voltar ao protagonismo continua em alta com os parceiros da Mercedes, que lhe deram seis títulos:

“Claro que acredito [que posso voltar a brigar pelo título]. Estou com esses caras [Mercedes] há 10 anos. Eu sei como eles funcionam e o tipo de cultura que nós temos: ganhamos e perdemos juntos. Eles estão muito motivados. Eles dão suas almas para tentar nos levar de volta ao topo”, falou para o jornal italiano Corriere della Sera.

Hamilton 2022 é um Schumacher 2005. De tanto tentarem, finalmente conseguiram tirar o britânico do protagonismo. Com um companheiro de equipe muito bom, o desafio interno é enorme. O ego do esportista sempre fica ferido. Ninguém ganha sete títulos e mais de 100 vitórias e poles sendo desmotivado. Hamilton, com certeza, vai voltar mais forte do que nunca, se a Mercedes acertar a mão no W14.

TRANSMISSÃO:
10/06 - Treino Livre 1: 8h (Band Sports)
10/06 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
11/06 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
11/06 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
12/06 - Corrida: 8h (Band)

terça-feira, 7 de junho de 2022

A HORA É AGORA

 

Foto: Getty Images

Desde a aposentadoria de Felipe Massa, em 2017, a F1 ficou sem brasileiros na categoria. Algo inédito para um país com oito títulos mundiais. O recado estava claro: o automobilismo de base enfrentava problemas. O principal e mais óbvio deles, o dinheiro. Mas e o talento?

Desde então, as discussões seriam sobre quem iria pegar a tocha. O próprio Massa aposta em Caio Collet, hoje na academia da Alpine/Renault, como o próximo representante do país na F1. Vale ressaltar que Collet e Massa são empresariados por Nicholas Todt, influente, mas não sei se a opinião do Massa é deveras enviesada por esse fator. Enfim...

Outros candidatos surgiram: Sérgio Sette Câmara, que ficou anos na F2 e inclusive foi companheiro de equipe de Lando Norris na Carlin. Primeiro, chegou a fazer parte da academia de pilotos da Red Bull, o que é sempre importante. Fez testes esporádicos com a ainda Toro Rosso. Depois, chegou a fazer parte da academia da McLaren, mas não vingou. Ficou pelo caminho.

Outros candidatos naturais seriam os que possuem o sobrenome e, consequentemente, alguma política e dinheiro. Pedro Piquet sobrou no Brasil mas o choque de realidade na Europa foi grande. Não está mais no caminho. Apadrinhado pela Shell, Gianluca Petecof foi inclusive apontado por Vettel como um nome para ficar de olho. Ao sair da Ferrari, todavia, o brasileiro com nome e sobrenome não tão brasileiro assim sentiu as dificuldades financeiras e abandonou a F2.

No início do ano, todo mundo ficou em polvorosa com a possível entrada do Pietro Fittipaldi no lugar de Mazepin na Haas, em virtude dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Reserva do time americano, por algum motivo o pessoal acreditou que o brasileiro seria escolhido. A patriotada era válida, mas Pietro em nenhum momento justificaria a escolha. A Haas escolheu o retorno de Magnussen e o Brasil, portanto, segue sem alternativas viáveis no curto prazo para ter um piloto do país na F1, ainda mais agora que só há dez times e todo aquele universo que canso de repetir: sobrenomes, filhos de bilionários e academia de pilotos.

No meio dessa história, um desconhecido chegou na F2 fazendo a pole na Áustria, em meio a pandemia. Seu nome? Felipe Drugovich Roncato. Paranaense de Maringá, nasceu no dia 23 de maio de 2000. 22 anos, portanto.

Depois de competir no kart no Brasil, Drugo partiu para a Europa. Em 2016, estreou na F4 alemã. No ano seguinte, também competiu na F4 italiana, na Euroformula, na Fórmula 3 Europeia e na MRF Challenge, onde ficou em quarto na temporada. Na F4 alemã, foi o terceiro.

Em 2017 e 2018, ascensão e títulos na MRF Challenge, na Euroformula e na F3 Espanhola. Em 2019, a subida para a F3, na Carlin Buzz Racing, até o ponto onde estávamos na F2, na modesta MP Motorsport.

Desconhecido, Drugo teve uma boa temporada de estreia numa equipe que não é das melhores na hierarquia da F2. Com duas vitórias na Sprint Race e uma na Feature Race, além de outro pódio, Drugo terminou em oitavo na tabela, com desempenho bom numa temporada onde geralmente a adaptação na categoria é muito complicada. É claro que isso despertou a atenção dos brasileiros. O salto parecia óbvio.

Na UNI Virtuosi, com Guanyu Zhou como companheiro de equipe, a tendência era Drugo brigar por mais poles e vitórias, pois estava mais ambientado e numa equipe melhor, apesar de enfrentar um duro adversário interno. No entanto, o resultado não foi o mesmo. Apenas três pódios e menos pontos do que na estreia. Drugovich perdeu valor e não confirmou a subida. Sem o sobrenome ou um grande apoiador, parecia estar destinado ao flop, no que tange a F1.

Na terceira temporada, acabou voltando para a MP. Sem grandes expectativas. É claro que está mais experiente na categoria, o que é uma vantagem considerável. Só lembrar dos casos recentes de Nyck de Vries e Nicholas Latifi, por exemplo, que só engataram na categoria depois de alguns bons anos. No entanto, isso também não quer dizer grande coisa. Geralmente os bons já chegam e mostram resultados: George Russell, Charles Leclerc, Alexander Albon, Lando Norris, Oscar Piastri...

Aproveitando da experiência e da maturidade, é inegável que Drugo vem fazendo uma temporada majestosa até aqui. Está sobrando no campeonato com uma MP, mais de 30 pontos de vantagem para o vice-líder Theo Pourchaire. Vitórias, poles, recuperações, a correção de alguns defeitos como as largadas e as disputas por posição. Se continuar nesse nível, são grandes as chances de Drugovich ser o primeiro brasileiro campeão do atual formato da GP2/F2. O país teve alguns nomes que bateram na trave: Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi, Luiz Razia e Felipe Nasr.

Felipe Drugovich campeão da F2 nesse ano. O que isso significaria, na prática?

Além do exercício de futurologia, precisamos de um contexto. Ser campeão na terceira temporada na categoria não é algo muito chamativo para as grandes equipes e academias, ainda mais considerando que temos apenas 20 vagas disponíveis. Se houvesse um ou mais times, a história poderia ser diferente... mas não é.

Em entrevista para a Motorsport há algumas semanas, o holandês Sander Dorsman, chefão da MP, falou que o caminho para o brasileiro sonhar com a F1 é um só: que as empresas brasileiras apoiem Drugo. Felipe Nasr só chegou na F1 graças ao apoio do Banco do Brasil. Com o texto da crise financeira do país num contexto político do golpe de 2016, Nasr deixou a categoria depois de dois anos na Sauber. Sem grana, sem vaga.

A questão é o retorno, o engajamento, o interesse, a política. É tudo muito complexo. Em um país em crise, é difícil grandes investimentos. É complicado. Muita gente não se interessaria em apostar em Drugo numa equipe intermediária, onde a chance de grandes resultados é muito pequena. Não teria grande retorno, não haveria engajamento que pagasse, apesar do barulho da internet brasileira ser um termômetro interessante para o mundo exterior.

O caminho mais fácil, no entanto, é de alguma academia de pilotos, seja Mercedes, Red Bull, Ferrari, Williams ou Alpine. Com 22 anos e sem aporte financeiro, Drugo pode ter chegado tarde demais, porém a esperança é a última que morre. Se for campeão com sobras, pode ser que consiga algo como piloto reserva ou de testes. É importante lembrar que o campeão da F2 não pode estar no grid do ano seguinte. De toda forma, Drugo precisa pensar no que vai fazer em 2023, considerando que o título da F2 é uma possibilidade muito grande.

Sendo otimista e com as estrelas se alinhando, quais vagas estariam em aberto? A Alpine está entre Piastri e Alonso. A Haas vai priorizar alguém da Ferrari caso Mick saia. A Williams seria o único caminho viável, visto que Latifi não deve permanecer. Alpha Tauri? Talvez se Gasly sair para a McLaren, caso Ricciardo deixe o time de Woking...

É uma situação complexa e difícil, porém não inédita. Outros campeões não chegaram perto de subir para a F2, como Davide Valsecchi, Fabio Leimer, Nyck de Vries e o próprio Oscar Piastri não subiu imediatamente. E se não der certo, como o panorama atual mostra?

Campeão da F2, Drugo sabe que o automobilismo é muito além da F2 e as opções mais óbvias seriam tanto a Fórmula E quanto a Indy.

Aproveito o espaço para elogiar o excelente e surpreendente início do Enzo Fittipaldi na temporada, depois de estrear na categoria no final do ano passado. Com a fraca Charouz, está no top 10 da classificação. Pelo sobrenome e pelos patrocinadores, Fitti tem mais chances de estar na F1 do que o próprio Drugo, mesmo tendo saído da academia da Ferrari. Se continuar se desenvolvendo, talvez seja a bola da vez, porque uniria talento, dinheiro e sobrenome.

Se o sonho ainda é a Fórmula 1, como não pode deixar de ser, a hora de Drugovich ir com tudo é agora. É continuar entregando grandes resultados e se aproximar de um título inédito para o país e contar com o jogo de cintura político, a visão de empresas interessadas e formar/aproveitar uma conjuntura que favoreça Drugo a realizar o grande sonho. Apoio da torcida e dos fãs é o que não falta. Que esse engajamento sensibilize empresas e bilionários entediados dispostos a investir em um jovem talento. Sendo patriotas, facilitaria tudo.

Mas cuidado: como escreveu Jorge Luis Borges, os sonhos não devem durar mais de uma noite.

Até!