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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 2

Foto: Getty Images

Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.

Vamos lá:

McLAREN (2007): GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS

Foto: RaceFans

Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.

Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.

Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol (e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia. Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren. 


Semanas depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto, enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha, em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar em terceiro.

Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.




Spygate e briga com Hamilton e Ron Dennis:

Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren, incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780 páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e entregue ao projetista britânico.

O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores, como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.

Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos 1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole. Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez Alonso se antecipar. 



O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades. 

Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da Ferrari.

Voltando...

Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.

Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25 milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de Nelsinho Piquet.

RENAULT (2008-2009): NOVAS POLÊMICAS


Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.

No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a telemetria dos dois carros desmentiu isso.  Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.

Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto, se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.

No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol era  o quinto a corrida toda, quando a chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto. Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos construtores.

Cingapuragate:

Foto: Race Fans

Na primeira corrida noturna da história, um problema na pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano seguinte. 







Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1. Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.

Voltando...

No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.

O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono, chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a surpreendente Brawn GP. 

No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta. Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.

Praticamente sem combustível, marcou a única pole da temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente. Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.

O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que ele “fazia parte disso tudo”.

No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta, quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da Renault.

Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores. Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault, oitava colocada nos construtores.

Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!

quinta-feira, 5 de julho de 2018

CHOCOLATE AMARGO

Foto: LAT Images

Na semana onde vai correr para seus fãs em casa, no palco em que já conquistou 14 vitórias (a última com Hamilton, em 2008), a McLaren escancara a pior crise da história da equipe ao anunciar que Éric Boullier pediu demissão do cargo de chefão do time.

Após realizar bom trabalho na Lotus com Raikkonen e Grosjean, Boullier chegou na McLaren em 2014 ajudar na reestruturação do time de Woking, que passou 2013 inteira sem chegar ao pódio. No último ano com o motor Mercedes, o desempenho dos ingleses não foi bom: apenas um pódio na corrida inaugural da Austrália e uma McLaren muito distante do topo da classificação.

Com o passar do tempo e a chegada da Honda como nova parceira, a esperança era retomar o auge vivido no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 com os nipônicos. Como sabemos, isso tudo foi um total fracasso, que resultou no apequenamento da McLaren, enfiada no fundo do grid e cada vez mais com problemas financeiros, agravados pela ausência de um patrocinador máster desde a saída da Vodafone em 2012 e o rompimento com os japoneses no ano passado.

Com a Renault desde o início, acreditava-se que os problemas estavam resolvidos, pois era dito que o chassi era bom, mas o motor fraco e pouco confiável era o que atrapalha. Com um começo de temporada razoável, o que estamos vendo é a McLaren cada vez mais próxima do fundo do grid ao invés de se aproximar do pelotão intermediário.

Os resultados ruins já deixavam o ambiente tumultuado e a pressão grande em cima de Boullier. Parece que a pá de cal foi a informação publicada pela imprensa inglesa semanas atrás de que os funcionários e mecânicos da McLaren recebiam barrinhas de chocolate Freddo (ou “tortuguita britânica”) como recompensa ao cumprimento de metas alcançadas. Questionado, o francês achava graça da situação e chegou até a dizer que não sairia do cargo diante das especulações de um possível retorno de Martin Whitmarsh ao comando do time.

Freddo, a "tortuguita britânica": fonte de discórdia na McLaren e estopim para a queda de Boullier. Foto: Reprodução
Eis que 12 dias depois, Eric Boullier pediu demissão em anúncio divulgado hoje pela manhã pela McLaren. Zak Brown disse que não se sentiu surpreendido com a decisão que, segundo ele, não era descartada pelo próprio francês. Em meio a temporada, a McLaren já deixa claro que vai fazer uma nova reestruturação da equipe pensando nos próximos anos e praticamente jogando a toalha em relação a este.


A grande novidade de mais uma reestruturação da McLaren nos últimos dias é Andrea Stella, engenheiro que trabalhou com Alonso e veio pra equipe em 2015, sendo o novo diretor de performance. O brasileiro Gil de Ferran, que ano passado atuou como uma espécie de consultor de Alonso durante a preparação para a Indy 500, se transforma em diretor esportivo.

E não para por aí: Simon Roberts vai supervisionar as divisões de produção, engenharia e logística, enquanto Stella também vai ser o responsável pelas operações de pista.

Tal qual um time de futebol em crise, a McLaren mexe em todos os setores de forma quase imediata buscando resultados que parecem cada vez mais distantes de serem alcançados. No início de maio, Tim Goss foi demitido do cargo de diretor técnico. Ele estava na equipe desde 1990. Além disso, tanto tempo de administração arcaica e conservadora na mão de ferro de Ron Dennis também fez a McLaren não se modernizar e entender que os tempos haviam mudado, que não era mais possível pedir tanto dinheiro em patrocínio diante de uma recessão financeira mundial. Além disso, demanda-se um tempo para modernizar e se adequar uma nova gestão, “americana” no caso. Sem resultado e sem dinheiro, as coisas tendem a piorar.

E assim segue a McLaren, incerta em todas as funções, perdida e naufragando cada vez mais. Não se sabe se a equipe está mais interessada em outras categorias, ninguém sabe quem serão os pilotos para a próxima temporada e ninguém sabe o que o futuro reserva para o time de Woking. Uma bagunça total. Só falta a torcida protestar na sede. The peace is over and the future is unclear.

Até!

quarta-feira, 23 de maio de 2018

A ÚLTIMA VITÓRIA DO REI

Foto: Ayrton Senna
Exatos 25 anos atrás. 23 de maio de 1993. Sexta etapa do Mundial de Fórmula 1. Mantendo o domínio do ano anterior, quando Nigel Mansell foi campeão com muita facilidade, a Williams tinha um carro muito superior aos demais. A McLaren de Ayrton Senna e a Benetton do jovem Michael Schumacher alternavam-se como a segunda força, variando a cada etapa.

Na ocasião, Prost chegava ao Principado apenas dois pontos à frente de Senna no campeonato: 34 a 32, assumindo a liderança apenas na etapa anterior, quando venceu na Espanha. Em cinco corridas, três vitórias do francês (além da Espanha, África do Sul e San Marino) contra duas do brasileiro (Interlagos e Donington Park). O carro da Williams era tão superior que Prost, que não tinha na volta lançada a sua principal virtude, foi pole em todas, com muitas sobras.

Não foi diferente em Mônaco. Prost na pole. Com erros no qualyfing, Senna largou em terceiro, atrás de Schumacher. O jovem Rubens Barrichello, na Jordan, largou em 16°. Christian Fittipaldi, na Minardi, foi o 17°.

 A situação que já era difícil ficou ainda mais complicada. De cara pro vento, em Monte Carlo, Alain Prost tinha tudo para vencer e até dar no mínimo uma volta de vantagem em todo mundo.

Foto: Motor Sport Magazine
No domingo, a sorte começou a mudar. Prost queimou a largada e foi punido com um stop-and-go de 10 segundos. Nos boxes, deixou sua Williams morrer duas vezes e perdeu ainda mais tempo. Estava fora da jogada. Na corrida, a normalidade transcorria: Schumacher herdou a primeira posição, com Senna logo atrás.

Tudo isso durou até a volta 33. Com problemas hidráulicos, a Benetton de Schumacher parou no muro. Caminho livre para Ayrton Senna vencer pela quinta vez consecutiva no Principado e a sexta vez na carreira, recordes que perduram até hoje. Damon Hill, 52 segundos depois com a Williams e Jean Alesi, mais de um minuto depois com a Ferrari, completaram o pódio. Mesmo com infortúnios, Prost conseguiu chegar em quarto, uma volta atrás do brasileiro. Fittipaldi conseguiu um ótimo quinto lugar e Martin Brundle, com a Ligier, fechou o top 6. Rubinho chegou em nono. Senna voltava a liderança do campeonato, cinco pontos a frente do francês (42 a 37).

Com o carro inferior e uma série de problemas, Senna ficou incríveis oito corridas seguidas sem ir para o pódio. Nesse meio-tempo, após Mônaco, Prost venceu quatro corridas consecutivas e embalou rumo ao tetra-campeonato.

O brasileiro superou o "Mister Mônaco" Graham Hill e se tornou o Rei de Mônaco, o inigualável e insuperável nas ruas de Monte Carlo, justamente na sua última corrida por lá.


Então líder, Schumacher abandona. Foto: Pinterest
A sexta vitória no Principado. Foto: F1 History
Foto: Getty Images


Até!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

LEMBRANÇAS HÚNGARAS

Foto: Getty Images
Hoje vai ser jogo rápido. Vamos recordar três corridas que acredito serem relevantes na história do Grande Prêmio da Hungria, no calendário desde 1985.

Começamos em 1997. Atual campeão do mundo, Damon Hill amargava o único assento que lhe restou para aquele ano: na Arrows, uma das piores do grid. Inusitado para um atual campeão ir para o fim do grid. Pois bem, Hill vinha fazendo o que podia, sem muitos resultados. Entretanto, o GP da Hungria de vinte anos atrás pode ser considerado a sua maior atuação na carreira. A surpresa começou no treino: com os compostos resistentes da Bridgestone, largou em terceiro, atrás apenas de Schumacher e Villeneuve, que brigavam pelo título.

Na largada, Hill superou o canadense. Com o superaquecimento dos pneus Goodyear, a Ferrari de Schummy foi presa fácil para o inglês, que assumiu a liderança da prova e disparou, deixando todos incrédulos. Schumacher, Frentzen e Coulthard abandonaram, e Villeneuve não conseguia acompanhar o ritmo de Damon. Estava 35 segundos atrás.

Até que, restando três voltas para o final, o pedal do acelerador da Arrows de Hill. O resultado? Confere aí:


As primeiras três edições da corrida húngara foram vencidas por Nelson Piquet (duas vezes) e Ayrton Senna. Relembre a segunda vitória consecutiva de Piquet em Hungaroring, há três décadas atrás, com Senna em segundo e Prost em terceiro:




Para finalizar, o post deveria conter uma vitória do maior vencedor nessa pista, marca alcançada no ano passado. Há dez anos, Hamilton venceria a primeira das cinco (talvez seis no domingo?) vitórias no traçado húngaro, três vezes com a McLaren e duas pela Mercedes (onde inclusive venceu pela primeira vez com as flechas de prata). 

O que mais chamou atenção nesse final de semana foi um acontecimento histórico: no sábado, durante o Q3, Alonso ficou propositalmente mais tempo nos boxes, com o objetivo de atrasar Hamilton e impedir que o inglês conseguir realizar novas voltas lançadas. Alonso saiu com a pole, mas o espanhol foi punido pela direção de prova em cinco punições, largando em sexto. Hamilton herdou a pole e venceu mas a McLaren não levou os pontos para os construtores, onde depois foi banida em virtude do escândalo de espionagem. Relembre:

Aí foi o início da guerra entre Alonso contra Hamilton e Ron Dennis.


Até!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VAI E VEM

Foto: Divulgação
Quase um mês de descanso depois, o blog está de volta. Estávamos apenas esperando os anúncios que todo mundo já sabia com um mês de antecedência. Vamos na ordem de importância.

Primeiro, a escolha de Valtteri Bottas para suceder Nico Rosberg na Mercedes. A primeira escolha conservadora do dia. A troca de um piloto que somava muitos pontos, era rápido e constante e com isso aproveitou os erros de Hamilton para ser campeão por outro com características parecidas. Se o finlandês não aparece com frequência nos highlights com grandes ultrapassagens e desempenhos notáveis, também não aparece batendo de forma patética.

A Mercedes quer dois grandes somadores de pontos para garantir o tetracampeonato consecutivo dos construtores. Se Bottas irá brigar pelo título? Terá carro, mas a concorrência é forte dentro da própria equipe e também da Red Bull. É hora de mostrar porque há tanto hype em Bottas, mais um finlandês que correrá em equipe de ponta, com condições de vencer. Keke, Mika, Kimi e agora Valtteri?

Foto: Veja
Mudando um pouco o nome do CD do Emicida: O glorioso retorno de quem sempre esteve aqui. Perde o sentido? Foda-se, mas só isso me veio a cabeça. Depois que o favoritismo de Wehrlein esfriou e o nome de Bottas passou a ser o mais ventilado pela imprensa europeia, o retorno de Massa parecia uma pegadinha do João Kléber que passou a ser verdade e apenas foi confirmada hoje.

Outra escolha conservadora. Diante do adolescente Lance Stroll, a Williams optou por um piloto experiente ao invés de fazer outra aposta, até porque a Martini precisa de ao menos um piloto com mais de 25 anos para fazer as campanhas, ações e eventos de publicidade por aí. Com a mudança de regulamento, o feedback de Massa para com os engenheiros e o restante da equipe técnica será importante para definir melhorias diante de um cenário diferente do que era nos últimos três anos. Além disso, deverá passar "dicas" para o bilionário canadense. Aliás, acho até provável que Lance ande a frente de Massa, diante do histórico avassalador e assustador de sua carreira na base... Logo na tão tradicional Williams.

Apesar de perder Bottas, o negócio foi espetacular para a equipe de Grove. Méritos para a ótima negociadora Claire Williams. Apesar da perda do finlandês, a Williams conseguiu motores de graça e terá, provavelmente, a liberação de Paddy Lowe da Mercedes. Como parte de um acordo entre as equipes, alguém que trabalha na equipe técnica de alguma escuderia deve ficar um ano fora para não repassar informações sigilosas para a concorrente. É possível que um acordo seja feito para que se antecipe sua chegada para agora, substituindo Pat Symonds, que está de saída. Lowe decidiu sair da Mercedes porque recusou a proposta de renovação de Toto Wolff, julgando-a pouco vantajosa financeiramente, lhe valorizando pouco.

James Allison deve subsituir Lowe na Mercedes, mas isso não significa que Dirk de Beer, seu parceiro na Lotus e Ferrari, irá também para os alemães. A Williams tem interesse. de Beer + Lowe + Massa + dinheiro de Lance Stroll (R$ 56 milhões) permite ótimas condições para desenvolver o carro desse ano e, principalmente, de 2018. Evidente que faltam essas confirmações, se é que irão correr. No entanto, a realidade é que a Williams está apostando em um piloto inexperiente e em outro praticamente aposentado. Perigoso.

Foto: Autoracing
Preterido pela Force India e pela Mercedes... restou a Sauber. A (por enquanto) pior equipe do grid. Esse foi o prêmio para Pascal Wehrlein depois de pontuar pela Manor. Deve existir algo que jamais saberemos que explique a falta de confiança da Mercedes em seu pupilo (?). Será que ele é tão bom assim? Sua personalidade é um empecilho? Bom, o alemão ficou com a última vaga disponível até aqui na F1 e será companheiro de Ericsson. Ele deve superar o sueco na disputa interna, mas precisará de outros "milagres" para pontuar.

E isso significa, por enquanto, o fim de Felipe Nasr na F1. Por enquanto... O que resta é virar piloto reserva e correr em outra categoria buscando retornar para a categoria em 2018. Sem dinheiro do patrocínio do Banco do Brasil e uma temporada não muito boa impediram a manutenção do brasileiro até na Sauber. No fundo do grid, o dinheiro sempre será prioridade, lembrem-se disso.

Foto: PlanetF1
Por que tanto "por enquanto"? Bom, por enquanto a Manor não existe mais. A equipe decretou falência e espera por compradores para sobreviver. Um dos supostos interessados é Ron Dennis, recém-chutado da McLaren. Ele, juntamente com investidores da Ásia, poderiam adquirir a cambaleante equipe inglesa. Entretanto, o boato esfriou. A tendência é que apenas 20 carros disputem a Fórmula 1 em 2017. Com a distribuição desigual de dinheiro, o futuro será de uma F1 com 3 Ferrari, 3 Red Bull, 3 Mercedes... e tem gente que acha isso legal.

Bom, caso a Manor consiga prolongar sua expectativa de vida, candidatos é o que não faltam para ocupar esse assento: Nasr, Gutiérrez (que até anunciou que irá para a Fórmula E), Maldonado, Haryanto e qualquer outro nome aleatório possível que esteja na sua mente.

Foto: Getty Images

Para finalizar, Frederic Vasseur não é mais chefe de equipe da Renault. Ele confirmou que existiam divergências na forma de gerir a escuderia francesa com Cyril Abiteboul, o outro homem forte da Renault. Dirigente consagrado da ART Grand Prix, da GP2, Vasseur aguarda propostas para voltar ao automobilismo. Isso evidencia a falta de convicção da Renault em seguir seu caminho nesse novo retorno à F1. Em tese, as coisas devem ficar mais fáceis agora, pois não existirá mais divergências internas. Entretanto, quem disse que Abiteboul é o cara capaz de levar a Renault para o caminho das vitórias outra vez? Será que Hulkenberg deu "azar" até nessa escolha de equipe? Os franceses anunciaram que só irão estrear o novo motor no GP da Espanha. Mais um ano mediano, mas menos medíocre do que 2016. E a possibilidade de vazar da F1 está sempre aberta, afinal... É a Renault.

Se a Manor morrer de fato, estes serão os pilotos do Mundial de Fórmula 1 de 2017:

MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
RED BULL: Daniel Ricciardo e Max Verstappen
FERRARI: Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen
FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Esteban Ocon
WILLIAMS: Felipe Massa e Lance Stroll
McLAREN: Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne
TORO ROSSO: Carlos Sainz Jr e Daniil Kvyat
HAAS: Romain Grosjean e Kevin Magnussen
RENAULT: Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer
SAUBER: Pascal Wehrlein e Marcus Ericsson

Bom, por enquanto é isso. Talvez apareça com alguma série especial ou algo do gênero, mas não se iludam. Até mais!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

FORÇADO A DIZER ADEUS

Foto: BBC
A onda de despedidas de personagens tão icônicos para a categoria não para. Prestes a ver Button se aposentando (ou "tirando um ano sabático"), a McLaren sofre um duro golpe (golpe mesmo) na sua administração: depois de 36, Ron Dennis deixou o comando do grupo McLaren.

Os motivos? Problemas com os outros acionistas, como Mansour Ojjeh (saudita que tem 25% das ações) e o grupo de investimento barenita Mumtalakat (que detém 50% das ações). Dennis tem 25%.

A grande reclamação é que a forma de organização e gestão de Dennis é obsoleta para a F1 e o inglês também foi "acusado" de usar grande parte do dinheiro do grupo na confecção de carros de rua que não deram lucro, diminuindo o poderio do império McLaren.

Basta lembrar que a McLaren não possui um patrocinador master desde 2012 (Vodafone) e nos últimos anos perdeu outros patrocinadores históricos, como a TAG Heuer, que foi para a Red Bull. A incapacidade em acertar com outra marca também é um dos motivos dos acionistas para destituir Dennis do cargo (por muito tempo especulou-se a Sony, mas até hoje nada).

Ron tentou apelar na Suprema Corte, sem sucesso. Ele segue como membro do Conselho da empresa, mas que pretende lançar um novo fundo de investimento em tecnologia quando seus compromissos contratuais com a empresa de Woking se encerrarem. Ele foi forçado a tirar "férias remuneradas".

Foto: Divulgação
O estilo duro e extremamente organizado, sendo até um TOC, permitiu a Ron Dennis e a McLaren 20 campeonatos. Entretanto, o último ano realmente competitivo da equipe foi em 2012 (e a última vitória também). A diminuição dos lucros assusta. A McLaren é um grupo gigante, mas que já foi bem maior, e o mundo é tornar-se uma "nova Williams". A impressão que dá é que depois do escândalo de 2007, a imagem de Dennis não foi mais a mesma.

Sair dessa forma da empresa que ajudou a construir e levou aos grandes feitos com certeza é muito doloroso, principalmente quando não é forçado a dizer adeus. Ron Dennis é sinônimo de McLaren, e vice-versa. Ninguém irá apagar seus feitos. A F1 leva mais um golpe em sua identidade, com mais um nome histórico que sai de cena. Se essa atitude irá ajudar a reerguer a McLaren, apenas o tempo pode dizer. Com certeza Ron merecia uma despedida digna, mas vai saber o que se passa nas entranhas de Woking... Obrigado, Ron Dennis!

Foto: Divulgação
Rubens Barrichello fará sua estreia nas 24 Horas de Le Mans no ano que vem! Ele disputará a prova pela Racing Team Netherlands, na categoria LMP2, que seria a segunda mais importante do mundial de Endurance. Ele terá ao seu lado Jan Lammers (que correu na F1 entre 1979 e 1992) e Frits van Eerd, famoso empresário dono da rede de supermercados holandesa Jumbo, que atualmente patrocina Verstappen.

O carro é um Dallara desenvolvido para disputar o European Le Mans Series. Lammers e Eerd já realizaram testes com o protótipo na pista de Magny Cours, na França.

Rubinho disputou as últimas três edições das 24 Horas de Daytona, onde foi o segundo colocado esse ano, seu melhor resultado. Barrichello, após a saída da F1, mostra-se um cara polivalente: Indy, Stock Car, Endurance, Kart... Esse sim ama o que faz! E com muito prazer! Boa sorte, Rubinho! Estou na torcida!

Até!


quarta-feira, 29 de junho de 2016

O BREXIT IRÁ AFETAR A F1?

Charge: Legal Business

Como todos sabem, o Reino Unido realizou um referendo na semana passada, perguntando para a população se o país deveria ou não deixar a União Europeia. O resultado foi sim, o voto da maioria das pessoas decidiu pelo "Brexit" (British + Exit), ou seja, que o Reino Unido deve deixar o bloco da União Europeia. Entretanto, os desdobramentos não são imediatos, e levarão algum tempo para serem cumpridos. Desde o período antes da votação e agora, o assunto está cercado de polêmica (e continuará ainda mais ativo no noticiário mundial).

Enfim, a pergunta que o blog tentará responder é: O que o "Brexit" poderá afetar no mundo da Fórmula 1?

Bernie Ecclestone, por exemplo, comemorou o resultado, satisfeito com o agora "país dono de si mesmo". Também afirmou que a F1 não sofrerá mudanças e que a questão não influenciará as equipes.

Por outro lado, Ron Dennis está preocupado. Contrário ao "Brexit" ("virar as costas para o resto do continente é ilógico"), o dono da McLaren teme pela prosperidade das 3000 famílias dos funcionários da equipe, além da possibilidade do negócio da fábrica ser afetado. 

Mesmo que seja muito cedo para se fazer uma avaliação, já é possível traçar um traçado ruim. Oito equipes são sediadas no Reino Unido (McLaren, Williams, Force India, Manor, Haas, Mercedes, Red Bull e Renault). Elas devem perder a vantagem alfandegária no transporte de equipamento para as provas realizadas dentro da zona do Euro. Outro fator que pode prejudicar os negócios das equipes é a recente desvalorização da libra esterlina.

Por enquanto, só é possível escrever sobre isso. Os desdobramentos e consequências irão depender do tempo. Só no futuro poderemos saber se o "Brexit", afinal de contas, será nocivo as finanças das equipes da F1. O jeito é aguardar as cenas dos próximos episódios.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

GP DA ESPANHA - Programação

O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Catalunha (desde 1991).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:21.670 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Mark Webber - 1:19.995 (Red Bull, 2010)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)

TORO ROSSO HONDA?

Foto: AFP
A equipe satélite da Red Bull pode se tornar a primeira cliente da Honda após o seu retorno à F1. O chefe da equipe de Faenza, Franz Tost, busca um acordo de três anos com a montadora nipônica (de 2017 até 2020). Entretanto, Ron Dennis pode defender uma cláusula de exclusividade no contrato de fornecimento de motores dos japoneses. De acordo com a nova regra da F1, que entrará em vigor a partir do ano que vem, nenhuma equipe ficará sem contrato de fornecimento de motores. Atualmente, a Toro Rosso utiliza o motor de 2015 da Ferrari.

KUBICA PODE PARTICIPAR DOS TESTES DA PIRELLI

Foto: Reprodução
Piloto polonês, afastado da F1 desde 2011 quando sofreu um grave acidente no braço em uma disputa de rally, pode estar envolvido nos testes dos novos pneus da Pirelli para a temporada 2017. O que já foi confirmado pela empresa italiana foram os testes em uma Ferrari de 2014 pilotada por Jean-Éric Vergne na pista de Fiorano. Outra informação certa é de que Pastor Maldonado (ele mesmo!) testou os carros de GP2 em Mugello e Barcelona (Deve ter sido testes pra cardíaco, amigo!). Kubica seria convidado para "andar por um dia". O polonês atualmente disputa competições de rally e frequentemente mas admitiu que sente falta da F1. Realmente, era um grande talento que certamente, no mínimo, estaria em uma equipe grande brigando por títulos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 100 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 57 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 43 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 36 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos
6 - Felipe Massa (Williams) - 32 pontos
7 - Romain Grosjean (Haas) - 22 pontos
8 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 21 pontos
9 - Valtteri Bottas (Williams) - 19 pontos
10- Max Verstappen (Red Bull) - 13 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 8 pontos
12- Nico Hulkenberg (Force India) - 6 pontos
13- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
14- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 4 pontos
15- Sérgio Pérez (Force India) - 2 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
17- Jenson Button (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 157 pontos
2 - Ferrari - 76 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 57 pontos
4 - Williams Mercedes - 51 pontos
5 - Haas Ferrari - 22 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 17 pontos
7 - McLaren Honda - 10 pontos
8 - Force India Mercedes - 8 pontos
9 - Renault - 6 pontos

TRANSMISSÃO


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

BARCELONA, DIA 5 - MASSA NA FRENTE

Foto: Getty Images

A terceira e derradeira parte dos testes de pré-temporada começou. Os últimos ajustes antes do GP da Austrália. A Williams, por exemplo, finalmente colocou pneus macios para simular o ritmo de classificação. E o resultado foi animador: Felipe Massa anotou 1:23.500 e terminou com o melhor tempo não só do dia, mas também de todo o circuito nesses 5 dias de quilometragem em Montmeló. Além disso, foram completadas 102 voltas. Confiabilidade, velocidade e desempenho. A Williams se credencia como a segunda força da hierarquia atual da F-1.

No topo da cadeia alimentar, a Mercedes teve seu trabalho interrompido de forma surpreendente. Um problema no MGU-K (mesmo problema que atormenta a McLaren) acabou com o trabalho de Hamilton de forma precoce. Com pneus médios, o bicampeão do mundo foi o terceiro mais rápido. Entre eles, Marcus Ericsson. O Sueco foi o que mais andou (122 voltas) e ficou 7 décimos atrás de Massa, usando pneus supermacios. Seu tempo (1:24.276) superou a melhor marca com esse pneu, que era de Grosjean. A Sauber fez long-runs com pneus médios. Segundo Nasr, os suíços precisam melhorar para não oscilar os tempos e, consequentemente, não perder ritmo de corrida.

Foto: Getty Images
E a McLaren? Mais do mesmo, ou menos do mesmo. Button pode andar apenas 7 voltas com o MP4-30. Problema da vez? Hidráulico. Prometo que ,se tiver tempo na semana que vem, farei um post mais detalhado sobre esse início do novo casamento entre nipônicos e britânicos. A Force India, que havia prometido estrear o carro desse ano, ficou fora. Quem sabe amanhã, talvez...

Confira os tempos do 5° dia de testes em Barcelona:

Foto: Arte Globoesporte.com

NOTÍCIAS:
- A Manor, se voltar mesmo para a F-1, já anunciou que Will Stevens será um dos seus pilotos. O britânico era piloto de testes da antiga Marussia no ano passado e correu pela Caterham no GP de Abu Dhabi.

- Ron Dennis admitiu que Alonso ficou inconsciente "alguns segundos" após o estranho acidente na curva 3. Ele ainda disse que existe uma câmera do circuito interno que flagrou o incidente e que vai se reunir com Charlie Whiting nos próximos dias para investigar mais o que realmente aconteceu com o MP4-30 de Alonso. Mais uma vez, foi descartada a hipótese de problema no carro ou descarga elétrica e reafirmou que o vento influenciou no acontecido. Segundo o empresário de Alonso, Luis García Abad, o bicampeão teve um trauma angular inercial no pescoço, que causou dores de cabeça, vômito e mal-estar. Isso que o acidente foi em baixa velocidade, imagina se fosse na velocidade normal da curva.. MUITO estranho.

-  Por fim, a Lotus anunciou a espanhola Carmen Jordá como piloto (ou pilota?) de desenvolvimento. Na hierarquia, está atrás dos titulares Maldonado e Grosjean e do reserva Alex Lynn. Seu currículo não é lá muito impressionante. Sabe-se que competiu na Endurance, Indy Lights e estava na GP3. É filha do ex-piloto José Miguel Jordá.

Foto: Divulgação

Até amanhã!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

26 ANOS DEPOIS, O RETORNO COM NOMES DE PESO

Foto: Voando Baixo
Hoje terminou a novela McLaren, que durava uns 2 meses. A equipe anunciou nessa manhã em Woking os dois pilotos e o reserva para a temporada 2015, que marca o retorno da Honda como parceira da McLaren. Um dos nomes todos nós já sabíamos: O retorno de Fernando Alonso, 7 anos após sua polêmica saída em conta do desgaste com seu companheiro de equipe Lewis Hamilton e o chefão Ron Dennis pelo Spygate (Espionagem de dados da Ferrari que chegaram até as mãos da McLaren). Após diversas declarações onde Dennis e Alonso se ironizavam diversas vezes, parece que a bandeira branca foi balançada (Será?). A chegada do Espanhol foi uma exigência da Honda, que queria um líder para os "múltiplos anos" (Três temporadas - Contrato de Alonso) e foram atendidos. Entretanto, será um trabalho árduo. Como disse no outro post, a McLaren vai precisar de tempo e paciência para evoluir e encostar nas principais equipes nos próximos anos.

A surpresa ficou por conta do anúncio do "segundo piloto" da McLaren; Jenson Button, o Highlander. Quando todos já se despediam do campeão mundial de 2009, ele ressurgiu como uma fênix e para espanto de todos estará presente no circo da Fórmula 1 nos próximos dois anos. Com isso, o jovem Kevin Magnussen foi rebaixado para piloto reserva e de testes, e Stofel Vandoorne seguirá na GP2, onde é favoritaço ao título ano que vem.

Magnussen, por sinal, reagiu com muito bom humor ao anúncio da McLaren - "I'll be back!" - Será que Vandoorne e Magnussen conseguirão pilotar pela equipe de Woking no futuro ou terão que procurar outras equipes para isso?

Foto: Twitter @KevinMagnussen

Em 1988, a parceria entre McLaren e Honda teve como pilotos uns rapazes conhecidos como Ayrton Senna e Alain Prost. O Francês era bicampeão, como Alonso, e o Brasileiro ainda não tinha títulos (conquistou justamente no ano de estreia da parceria). Já Button, tem o título de 2009. Alonso sempre diz que Senna é o seu maior ídolo, enquanto Button admira mais o estilo "frio e calculista" de Prost. Veremos a disputa dos dois em 2015, Sabemos que não andarão na frente do pelotão igual aos protagonistas de antigamente, mas são dois campeões mundiais. Alonso bateu com facilidade Kimi. Button venceu Hamilton em 2011. Só nos resta esperar e ver ano que vem.

Com isso, todas as vagas da F1 em 2015 estão preenchidas. Estranho, porque geralmente sempre sobrava alguma coisa para Janeiro, até mesmo Fevereiro.. Embora não saibamos se a Caterham conseguirá um investidor para seguir na categoria. Então, tá tudo confirmado:

Mercedes - Hamilton e Rosberg
RBR - Ricciardo e Kvyat
Williams - Bottas e Massa
Ferrari - Vettel e Raikkonen
McLaren - Alonso e Button
Force India - Hulkenberg e Pérez
STR - Verstappen e Carlos Sainz Jr
Lotus - Grosjean e Maldonado
Sauber - Ericsson e Nasr

Quanta cumplicidade e felicidade entre os dois 'amigos', haha. Foto: Voando Baixo