terça-feira, 29 de maio de 2018

A INEVITÁVEL COMPARAÇÃO

Foto: Getty Images

Fim de semana com as duas provas mais importantes do automobilismo, no mesmo dia e apenas separadas por algumas horas. Mesmo que sejam de estilos e abordagens diferentes, é impossível não colocar Mônaco e Indianápolis no mesmo pote e tirar como conclusão qual das duas é a melhor.

Mônaco: o charme, o príncipe Albert, as celebridades, andar nas ruas de Monte Carlo, tão estreitas e desafiadoras para um carro tão largo como o de um F1. “Andar de bicicleta na sala”, diz Nelson Piquet. Sinceramente, não sei o quem interessa isso, só os ricaços que ficam em suas hiates curtindo a vida adoidada que possuem. De resto, o que vale para nós todo esse glamour assistindo pela TV de manhã, com sono e remela no olho?

Praticamente todos os pilotos foram unânimes em descascar a corrida de ontem. "Extremamente chata. Quer dizer, essa provavelmente é a corrida mais chata da F1. Sem um safety-car, uma bandeira amarela... O esporte precisa pensar um pouco sobre o espetáculo, porque é bem decepcionante", foi o que disse Fernando Alonso. Lewis Hamilton: "A mais chata de todas. Foram as 78 voltas mais longas de todas, não foi uma corrida. Não teve qualquer emoção. Não houve nenhuma ação. Quando a prova acabou, apenas agradeci."

Tirando casos exceepcionais (chuva e acidentes diversos), Mônaco é sim diferente. Aproveitando o clima de cassino, qualquer coisa pode acontecer, mas isso tem sido cada vez mais raro. Qual foi a última vitória realmente surpreendente? A do Trulli em 2004, talvez? A culpa não é só do circuito. A F1 tem sua parcela de responsabilidade. Ela não se ajuda. Com regras complicadas e carros que são naturalmente difíceis de acompanhar por perto em circuitos, não é difícil entender que em um circuito de rua isso será ainda mais impossível de ser feito.


Vitória de Trulli foi a última "surpresa" de Mônaco, em 2004. Foto: Getty Images

“É preciso ter ultrapassagens”. Claro. Apenas não concordo com as ultrapassagens artificiais, aquelas com o DRS. Uma corrida não se torna boa só porque teve 3242 trocas de posição onde basta um botão e deixar o carro da frente sem defesa. A disputa também pertence ao espetáculo. Alonso e Schumacher em 2006 que o digam. A aerodinâmica precisa ser repensada, mas não pode ser no 8 ou no 80. É preciso ter disputa, com chances de atacar e se defender de uma posição, não uma procissão ou uma artificialidade. Mônaco e toda a F1, hoje, não tem nenhuma das duas coisas. Para valorizar o espetáculo, é necessário criar condições para isso. A Liberty já entendeu o recado. Agora é ver o que eles estão tramando para o ano que vem e as novas regras de 2021.



Na Indy, o novo kit foi traiçoeiro. Carros mais lentos e muitas escapadas de traseiras fizeram vítimas experientes. Também não foi uma corrida repleta de ultrapassagens, exceto nas relargadas e o show de Alexander Rossi, que largou lá atrás. A Indy é uma prova muito mais democrática. Ela respeita a tradição do Bump Day e sempre dá a oportunidade para algum underdog fazer história. Ontem, por exemplo, se a amarela se mantivesse por mais algumas voltas, Oriol Servià ou Stefan Wilson (irmão do Justin) poderiam ter quebrado a banca. Não foi possível. Takuma Sato foi o vencedor do ano passado. Alexander Rossi, recém saído da F1, teve uma vitória caída do céu.

O fato é que, nesse final de semana, as duas corridas deixaram a desejar. Por tudo o que representam, o público merecia algo melhor. Evidente que nem sempre é possível fazer a corrida dos sonhos. A Indy se aproxima mais disso com vencedores diferentes, muitas surpresas e histórias de vida. O caso da F1 é muito mais preocupante. Apesar do equilíbrio das três equipes em termos de números (duas vitórias para cada), as corridas dependem basicamente do imponderável, e não é sempre que ele acontece. E quando não se concretiza, as corridas não passam de uma procissão por Mônaco.

Rossi foi um dos poucos ousados a fazer grandes ultrapassagens ontem. Foto: Autoweek

Até!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

MARCHA LENTA

Foto: Getty Images
Dois anos da decepção, a redenção. Finalmente Daniel Ricciardo venceu no Principado. Pela primeira vez na carreira a vitória veio largando da pole, o que quebra uma "tradição" de vitórias em atuações espetaculares, repletas de ultrapassagens, ousadia e reviravoltas. Bom, se considerarmos que o motor de sua Red Bull perdeu 160 cv devido a um problema e fez com que o australiano usasse apenas seis marchas durante mais da metade da corrida, pode-se considerar que foi uma vitória épica. Depende da boa vontade de quem julga. Segurar o pelotão com um carro 20 km/h mais lento na reta em Mônaco é ou não é um feito louvável? Eu acho. Uma bela vitória da Red Bull em sua corrida número 250, que teve de David Coulthard de Super Homem até o Shoey de Ricciardo no pódio de Monte Carlo.

O parágrafo está bem longo. É muito difícil escrever mais do que isso. Todos sabemos o que Mônaco representa no glamour e na parte esportiva. Bem, hoje não teve esporte. Foi um passeio, corroborado pelos próprios pilotos. O problema é da pista ou da aerodinâmica? Ou os dois? Na F2, há ultrapassagens. Hoje, apenas Max, que fez outra bobagem e saiu em último, ousou porque é de sua índole e porque nada podia piorar. Agora, tem metade dos pontos de seu companheiro e 2 x 0 em vitórias na temporada. Situação difícil.

Os carros da F1 não ajudam a ultrapassar. Ficar muito atrás gera turbulência. Soma-se isso a um circuito de rua e boom... confesso que dormi 16 voltas. O resto do grid ficou quase igual. Vettel, Hamilton (que estranhamente parou cedo e queria parar de novo; ia cometer uma bobagem tremenda e perder muitas posições), Raikkonen e Bottas completaram o passeio urbano.

Foto: Getty Images
Depois de Ricciardo, o piloto do dia foi Ocon. A primeira boa corrida do ano. Um ótimo sexto lugar para a Force India que cresceu nas últimas semanas. Outro que foi bem foi Pierre Gasly, marcando mais pontos para a Toro Rosso em sétimo. O motor nipônico é frágil, então aproveitar um circuito de rua e um carro com razoável aerodinâmica torna-se quase obrigação para quem deseja ganhar alguns euros a mais nos construtores. Hulkenberg, Verstappen e Sainz completaram o top 10.

Alonso teve um problema no câmbio e passou zerado pela primeira vez no ano. Agora, só os líderes que foram os únicos a serem presença constante nos pontos (a vantagem de Hamilton para Vettel caiu para 14 pontos). Correndo em casa, Leclerc perdeu o controle do carro e bateu em Hartley na saída do túnel. Depois, foi comprovado que havia um problema no freio de sua Sauber. Faz parte do aprendizado do jovem prodígio. Como escrito antes: muita calma nessa hora. Ademais, o mesmo de sempre: Grosjean e Williams agonizando no fim do grid.

Foto: AOL
O domingo foi dos australianos. A Indy foi proporcionalmente decepcionante. Escreverei com maior afinco sobre isso amanhã. Para dar uma maior emoção e imprevisibilidade, Sato, o vencedor do ano passado, bateu em James Davison. A partir de então, a dinâmica seguiu com mais acidentes.

O novo kit da Indy também fracassou. Poucas ultrapassagens, o que é ruim, e muitos carros saindo de traseira, proporcionando dificuldades, sobretudo aos experientes. Danica Patrick se despediu batendo. Ed Jones (esse nem é tão experiente), Bourdais, Hélio Castroneves e Tony Kanaan se envolveram em batidas. Uma pena para o baiano, que vinha para brigar pela vitória, mas teve um pneu furado e mudou a estratégia. Helinho quer voltar no ano que vem. Muito bacana ver o carinho do público americano com ele.

Alexander Rossi largou em penúltimo e deixou um show. Ultrapassagens por fora, arriscadas. Mereceu mais vencer hoje do que em 2016. Mas não se trata de merecimento, é fazer tudo certo na hora certa e contar com a sorte e competência. Ed Carpenter tinha tudo para ganhar. Perdeu relargando mal. Oriol Servià e Stefan Wilson, irmão de Justin, quase protagonizaram zebras históricas. "Sobrou" para Will Power, com fama de não andar bem em ovais, vencer pela primeira vez a prova histórica, que teve Scott Dixon em terceiro. O gaúcho Matheus Leist fez o que pode. Discreto com sua A.J. Foyt, foi o 13°. Uma corrida de sobrevivência. É o que vale, sendo um rookie em um ano tão desafiador com a mudança do kit.

Esse é o texto introdutório de algo mais amplo que tentarei escrever amanhã. Confira a classificação final do GP de Mônaco e das 500 Milhas de Indianápolis:



Até!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

TORCEDORES, CALMA

Foto: Getty Images
Com os pneus hiper-ultra-master-blaster macios (vamos chamar de pneu rosa), a Red Bull dominou os dois treinos. Ricciardo liderou ambos, mas Verstappen não ficou muito atrás. O australiano foi o primeiro na história a fazer uma volta abaixo de 1:12 (1:11.841).

A tendência é que esse tempo seja baixado ainda mais amanhã, no qualyfing. A princípio, os taurinos parecem favoritos em Mônaco. Entretanto, todos sabemos que ninguém ali mostrou realmente seu potencial, sobretudo Ferrari e Mercedes, que tem o famoso "party mode" como trunfo no Q3 e podem descontar essa diferença. Tem tudo para ser um grande treino, onde, como todos sabem, a posição de largada praticamente define tudo nas ruas do Principado.

No pelotão intermediário, a McLaren encontrou dificuldades e problemas na primeira sessão, mas depois conseguiu chegar ao top 10. A Haas parece estar enfrentando dificuldades. A Renault, por sua vez, virou a quarta força.

O grande destaque desses dias de treinos são, sem dúvida nenhuma, os capacetes. Que coisa linda essa versão Mika Hakkinen que o Bottas vai desfilar no domingo! Bacana a homenagem de Charles Leclerc, primeiro monegasco a correr em casa desde 1994, para seu pai e Jules Bianchi, falecidos ano passado e em 2015, respectivamente.

Foto: Reprodução
Foto: Getty Images
Confira a classificação dos dois treinos livres para o GP de Mônaco:



TRISTE SINA

Foto: Reprodução
Depois de uma desclassificação em Baku e um abandono na Espanha, Mônaco era o momento para a retomada de Sérgio Sette Câmara na temporada. O quarto lugar no qualyfing parecia um bom sonho. Entretanto, logo em seguida, virou um pesadelo. O brasileiro bateu forte na Saint Devote. Falando com a equipe no rádio, disse que sentia muitas dores e achava que tinha quebrado a mão. No hospital, ficou constatada uma luxação. Sette Câmara teve sua participação nas duas corridas vetada pelos médicos e já retornou para Barcelona, onde mora, para realizar tratamento, pensando no retorno na próxima etapa, na França, no mês que vem.

O brasileiro perde grande oportunidade de recuperar terreno no campeonato, pois Lando Norris, seu companheiro de equipe e líder do campeonato, bateu e largou dos boxes na corrida 1, que teve a vitória de Arlem Markelov, da Russian Time. Menos mal para Sette Câmara que dois de seus adversários (Alexander Albon e Nyck de Vries) baterem entre si. Mesmo largando em último e com punições, Norris conseguiu um ótimo sexto lugar, aumentando a vantagem no campeonato. Agora são 88 pontos, Albon com 71 e George Russell com 62. Markelov é o quarto 61, seguido de Jake Aitkes com 49 e Sette Câmara empatado com De Vries com 46.




Depois do acidente do Pietro, mais essa agora... os pilotos brasileiros precisam se benzer. Que fase! Que façam uma boa recuperação e retornem rapidamente as pistas.

Até!



quinta-feira, 24 de maio de 2018

GP DE MÔNACO - Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Foto: Wikipédia
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:14.439 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Kimi Raikkonen - 1:12.178 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)

O VELHO MIMIMI DE SEMPRE

Foto: Getty Images
Diante de uma série de novas medidas que a Liberty Media deseja fazer na F1 a partir de 2021, quando encerra-se o Pacto de Concórdia, a Mercedes engrossou a voz e ameaça deixar a F1 se essas mudanças não forem de seu agrado. Algumas das propostas da Liberty, que tem o apoio da maioria da equipe, refere-se aos motores e a implantação de um teto orçamentário, pauta existente desde os tempos em que Max Mosley presidia a FIA. 

Em entrevista à revista alemã 'Wirtschaftswoche', Niki Lauda, presidente não-excutivo da Mercedes, assumiu: “Há um limite para as melhores equipes. É possível que um ou outro saia, se for na direção errada”, fazendo referência ao posicionamento já tomado pelo time de Maranello.

Toto Wolff lembrou que os alemães estarão presentes na Fórmula E a partir da próxima temporada, que começa no fim do ano. “Apenas três anos atrás eu não teria dado uma chance à Fórmula E. Mas os tempos mudaram”,  afirmou, ao jornal alemão Bild. Ainda assim, o foco é a F1 desde que, claro, as regras estejam de acordo com os seus valores. Que Ferrari e Mercedes vazem. Bando de mimadinhos. Pode ser um duro golpe a curto-prazo, mas um bem necessário para o futuro, com regras que permitam a todos serem competitivos.

 Os gastos exorbitantes de hoje trazem como consequência a falta de interesse em investir na categoria (porque é justamente caro demais) e transforma as equipes menores em clientes das grandes como única forma de sobrevivência, algo como se fosse a DTM. 

Ninguém quer ver isso. Assim como ninguém quer ver Ferrari e Mercedes sair. Duvido que saiam. É apenas blefe de quem está querendo manter suas regalias. Do contrário, que façam suas próprias categorias que ninguém vai dar a mínima e parem de encher o saco.

MUITA CALMA NESSA HORA

Foto: Sauber

Como em qualquer área, as comparações são inevitáveis, principalmente quando algum jovem começa rapidamente a se destacar em alguma coisa. É o caso de Charles Leclerc. Com nove pontos em cinco corridas e pontuando nas duas últimas (conseguiu um sexto e décimo lugares em Baku e Espanha, respectivamente), o monegasco vem sendo elogiado por fãs e pela imprensa, incluindo Alain Prost, e mostrando seu potencial.

Apesar de um início ruim, com muitos erros e superado pelo experiente companheiro de equipe Marcus Ericsson, o piloto que irá correr em casa nesse fim de semana reconheceu que o início foi complicado, mas que as coisas melhoram a cada corrida. “Quanto mais informações você tem em relação ao carro, mais confiante você fica. Talvez fosse isso que faltava nas primeiras duas corridas. Você comete erros”, ponderou. “Além disso, saltar da F2 para a F1 é muito maior do que se pode imaginar. A gestão dos pneus é uma ciência por si só”, concluiu.

Ao pontuar e constantemente levar a Sauber para o Q2, Leclerc tem sido muito elogiado e até comparado a grandes nomes como Michael Schumacher e Ayrton Senna, mas a coisa para por aí. “É claro que é uma grande honra já ser associado a esses grandes nomes”, disse o piloto de 20 anos em entrevista à publicação suíça ‘Blick’. “Mas eu tento ignorar esse tipo de coisas, porque ainda tenho muito a aprender na F1”, seguiu. 

Disputar posições diretamente com grandes campeões da atualidade também faz parte do processo de amadurecimento e crescimento do piloto monegasco. Ele está falando especificamente do bicampeão Fernando Alonso. “Quando você luta com um piloto tão agressivo e bicampeão mundial, você vai aprender duas vezes mais do que com a maioria dos outros pilotos”, comentou. “E Fernando também começou atrás, com a Minardi”, recordou. 

Charles Leclerc é um grande piloto. Foi dominante na F2 ano passado. Tem toda a carreira desenvolvida em parceria com a Ferrari. Ser piloto dos italianos em um futuro não muito distante é uma consequência mais que provável. Para isso, basta não queimar etapas e seguir evoluindo. Ele está mostrando que a Sauber é um carro competitivo, largando em boas posições e brigando por pontos valiosos nos construtores para sua equipe, superando os erros cometidos na Austrália e no Bahrein, que são compreensíveis para um novato. 

A Haas, do errante Grosjean e do inconsistente Magnussen, deve ser o próximo passo de Leclerc para 2019. Para isso, é necessário continuar o bom trabalho. Só assim para que as comparações com Senna e Schumacher não sejam tão distantes e as disputas com Alonso também sejam com Hamilton, Verstappen, Vettel e Ricciardo.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 95 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 78 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 58 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 48 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 47 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 33 pontos
7 - Fernando Alonso (McLaren) - 32 pontos
8 - Nico Hulkenberg (Renault) - 22 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 19 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 19 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 17 pontos
12- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 12 pontos
13- Charles Leclerc (Sauber) - 9 pontos
14- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
15- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
16- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
17- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 153 pontos
2 - Ferrari - 126 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 80 pontos
4 - Renault - 41 pontos
5 - McLaren Renault - 40 pontos
6 - Haas Ferrari - 19 pontos
7 - Force India Mercedes - 18 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 13 pontos
9 - Sauber Ferrari - 11 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO







quarta-feira, 23 de maio de 2018

A ÚLTIMA VITÓRIA DO REI

Foto: Ayrton Senna
Exatos 25 anos atrás. 23 de maio de 1993. Sexta etapa do Mundial de Fórmula 1. Mantendo o domínio do ano anterior, quando Nigel Mansell foi campeão com muita facilidade, a Williams tinha um carro muito superior aos demais. A McLaren de Ayrton Senna e a Benetton do jovem Michael Schumacher alternavam-se como a segunda força, variando a cada etapa.

Na ocasião, Prost chegava ao Principado apenas dois pontos à frente de Senna no campeonato: 34 a 32, assumindo a liderança apenas na etapa anterior, quando venceu na Espanha. Em cinco corridas, três vitórias do francês (além da Espanha, África do Sul e San Marino) contra duas do brasileiro (Interlagos e Donington Park). O carro da Williams era tão superior que Prost, que não tinha na volta lançada a sua principal virtude, foi pole em todas, com muitas sobras.

Não foi diferente em Mônaco. Prost na pole. Com erros no qualyfing, Senna largou em terceiro, atrás de Schumacher. O jovem Rubens Barrichello, na Jordan, largou em 16°. Christian Fittipaldi, na Minardi, foi o 17°.

 A situação que já era difícil ficou ainda mais complicada. De cara pro vento, em Monte Carlo, Alain Prost tinha tudo para vencer e até dar no mínimo uma volta de vantagem em todo mundo.

Foto: Motor Sport Magazine
No domingo, a sorte começou a mudar. Prost queimou a largada e foi punido com um stop-and-go de 10 segundos. Nos boxes, deixou sua Williams morrer duas vezes e perdeu ainda mais tempo. Estava fora da jogada. Na corrida, a normalidade transcorria: Schumacher herdou a primeira posição, com Senna logo atrás.

Tudo isso durou até a volta 33. Com problemas hidráulicos, a Benetton de Schumacher parou no muro. Caminho livre para Ayrton Senna vencer pela quinta vez consecutiva no Principado e a sexta vez na carreira, recordes que perduram até hoje. Damon Hill, 52 segundos depois com a Williams e Jean Alesi, mais de um minuto depois com a Ferrari, completaram o pódio. Mesmo com infortúnios, Prost conseguiu chegar em quarto, uma volta atrás do brasileiro. Fittipaldi conseguiu um ótimo quinto lugar e Martin Brundle, com a Ligier, fechou o top 6. Rubinho chegou em nono. Senna voltava a liderança do campeonato, cinco pontos a frente do francês (42 a 37).

Com o carro inferior e uma série de problemas, Senna ficou incríveis oito corridas seguidas sem ir para o pódio. Nesse meio-tempo, após Mônaco, Prost venceu quatro corridas consecutivas e embalou rumo ao tetra-campeonato.

O brasileiro superou o "Mister Mônaco" Graham Hill e se tornou o Rei de Mônaco, o inigualável e insuperável nas ruas de Monte Carlo, justamente na sua última corrida por lá.


Então líder, Schumacher abandona. Foto: Pinterest
A sexta vitória no Principado. Foto: F1 History
Foto: Getty Images


Até!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

ED, DE NOVO

Foto: LAT Images
Pela terceira vez, o enteado de Tony George e dono da própria equipe, Ed Carpenter vai largar na pole na 102a edição da Indy 500. Só mesmo Ed para frear o domínio da Penske, fazendo a pole com certa autoridade, muito mais rápido que o segundo colocado Simon Pagenaud. Seus parceiros de equipe largam logo atrás: Will Power em terceiro e Josef Newgarden, líder do campeonato, em quarto.

De volta a Indianápolis após o grave acidente que sofreu ano passado, Sebastien Bourdais consegue um inexplicável quinto lugar com a Dale Coyne. A equipe do pole esteve muito bem no Fast Nine. Spencer Pigot larga em sexto e Danica Patrick, em sua última corrida da carreira, é a sétima, apesar de estar sem pilotar um carro de monopostos desde 2011, quando saiu da Indy para entrar na Nascar. Mais rápido do Bump Day, Hélio Castroneves em apenas o oitavo. Scott Dixon, pole do ano passado e brigando com a Ganassi, completa a primeira parte do grid.

Por falar em Bump Day, a surpresa e decepção do fim de semana é a eliminação de James Hinchcliffe, um dos postulantes ao  título. Com uma pitada de azar, foi o primeiro a entrar na pista depois da chuva no sábado. Além disso, enfrentou problemas de vibração no carro e abortou a última tentativa. A britânica Pippa Mann foi a outra eliminada do grid. Sempre é bom ressaltar que quem se classifica para a Indy 500 é a equipe, e não o piloto. Portanto, Hinchcliffe pode perfeitamente substituir Robert Wickens, parceiro da Schmidt Peterson por exemplo, apesar disso não ser o mais correto.

Hinchcliffe está fora da Indy 500. Foto: Autoweek
Quem também não foi nada bem foi Alexander Rossi. O vice-líder do campeonato e vencedor da corrida em 2016 vai largar em penúltimo. A dupla brasileira da A.J. Foyt merece elogios. Tony Kanaan e Matheus Leist foram os "melhores do resto" e largam em 10° e 11°, respectivamente. Vencedor do ano passado, Takuma Sato é o 16°.

Agora fica toda a expectativa para a corrida na semana que vem, que começa pontualmente às 13h19 e tem a transmissão da Band e do Band Sports.

Confira o grid de largada para a Indy 500:

Foto: Tomada de Tempo
Até!

quarta-feira, 16 de maio de 2018

ELE VOLTOU (DE NOVO!)

Foto: Reprodução
Seis meses de se aposentar pela segunda vez da F1, Felipe Massa está de volta! Não, não é para a F1, mas sim para a Fórmula E. O brasileiro assinou contrato com a Venturi e irá disputar a categoria a partir da próxima temporada, que começa no final desse ano.

A F-E já era um caminho natural apontado pelo próprio piloto quando tinha saído da F1 em 2016. Antes de retornar às pressas para a Williams, Massa chegou a fazer testes pela Jaguar. No entanto, o que chama a atenção é a equipe que o brasileiro assinou. Em quatro temporadas na F-E, a Venturi foi para o pódio apenas três vezes. É uma equipe mediana. Existe a especulação de que seria comprada pela Mercedes, que estreia na F-E somente na temporada 2019/2020.

Enquanto não sabemos o que é verdade, Massa vai se divertir nessa nova jornada da carreira. Correu de Stock Car no início do ano e é presidente da Comissão de Kart da FIA. Vai precisar se adaptar a uma nova categoria, com novas regras e um novo funcionamento completamente diferente daquilo que viveu nos últimos 16 anos. Na Venturi, em tese, a missão será mais árdua, mas não podemos sofrer por antecipação.

Nessa nova temporada, a F-E irá estrear o seu novo carro, de aparência "futurista". No final de semana, será disputada a nona etapa, em Berlim. Jean Éric Vergne, da Tcheetah, é o líder com 147 pontos, seguido por Sam Bird (Virgin), com 116 pontos e Félix Rosenqvist (Mahindra), com 86 pontos. Atual campeão, Lucas Di Grassi (Audi) é o quinto (57 pontos) e Nelsinho Piquet (Jaguar) é o sétimo, com 45 pontos.

Foto: Divulgação
Até!

terça-feira, 15 de maio de 2018

O ETERNO SONHO AMERICANO

Foto: SAP F1
Na semana passada, a Comissão da Cidade de Miami votou por unanimidade a favor da realização de uma corrida de F1 na cidade. Já foi até divulgado um traçado, com características semelhantes a de Baku. Agora, a cidade, os promotores e a categoria têm até 1° de julho para formular um contrato e fechar o negócio, que teria 10 anos de duração e já estrearia na F1 em outubro do ano que vem.

Fazer a F1 pegar no território americano sempre foi um fetiche mal sucedido para a categoria. Bernie Ecclestone tentou de todas as maneiras, para rivalizar com as categorias locais (Indy - CART/IRL e Nascar), mas não emplacou. Para piorar a situação, a imagem da F1 ficou ruim de vez depois do escândalo da famosa "corrida de seis carros", em Indianápolis 2005.

O desejo constante de atrair o mercado americano não é novidade. Caso o GP de Miami saia do papel, a F1 voltaria a ter duas corridas em solo estadunidense pela primeira vez em 35 anos (a última vez foi 1984, com as etapas de Detroit e Dallas). A Liberty, americana e metida a moderninha, vai tentar capitalizar e fazer o que Bernie foi incapaz de conseguir. O traçado preliminar é bem modorrento. Talvez seja o futuro do automobilismo correr em circuitos de rua em grandes metrópoles, pois novos autódromos são cada vez mais raros e os antigos possuem um custo enorme, com boa possibilidade de inexistir em um futuro não muito distante.

Possível traçado do GP de Miami. Foto: Reprodução
A F1 e os Estados Unidos já viveram extremos. Se no início as 500 Milhas de Indianápolis chegavam a fazer parte do calendário apesar de não ser uma etapa oficial (apenas para tornar a categoria um evento mundial), dos anos 1960 até os 1980 tinham de duas a três etapas anuais no circo. Nos anos 1990, no entanto, a F1 chegou a ficar quase uma década ausente nas terras do Tio Sam, retornando somente em 2000, em Indianápolis, ficando mais quatro anos ausente (2008-2011) até a chegada da corrida realizada no Circuito das Américas, em Austin.

Abaixo, todos os circuitos americanos que a F1 já passou (exceção das 500 Milhas, claro):

SEBRING (1959)

Foto: Wikipédia

A primeira vez dos Estados Unidos como um GP oficial da F1 foi em dezembro de 1959, no circuito de Sebring, na última etapa da temporada. O vencedor foi um jovem Bruce McLaren, que herdou a vitória na última volta após o carro de Jack Brabham ficar sem combustível. Mesmo assim, empurrando o carro, Brabham chegou em quarto e garantiu seu primeiro título mundial. O evento não fez grande sucesso, o que forçou os organizadores a mudarem de destino para o ano seguinte.

RIVERSIDE (1960)

Foto: Pinterest
Sem divulgação promocional e com o campeonato decidido (o que fez vários carros não aparecerem, incluindo a Ferrari) o circuito de Riverside recebeu a F1 pela primeira e única vez em 1960. A vitória foi de Stirling Moss, pela Lotus. Com outro fracasso, lá foi os EUA procurar outro circuito que pudesse agradar os fãs e dar um bom retorno financeiro.

WATKINS GLEN (1961-1980)

Foto: ESPN
 Foi o lugar nos EUA que mais recebeu a F1. Com o passar dos anos, o circuito foi se modificando, ficando mais lento, sobretudo depois de dois acidentes fatais consecutivos: o de François Cevert em 1973 e de Helmutt Koinigg em 1974. Watkins Glen é histórica para o automobilismo brasileiro porque foi lá, em 1970, que Emerson Fittipaldi venceu pela primeira vez na carreira (e, logicamente, a primeira vitória brasileira), o que deu o título póstumo para o parceiro de Lotus, Jochen Rindt. Com problemas financeiros, a pista saiu da F1 nos anos 1980.



LONG BEACH (1976-1983)

Foto: Auto Racing

Em 1976, ano da histórica disputa entre James Hunt e Niki Lauda, os Estados Unidos receberam duas etapas da F1 pela primeira vez. Além de Watkins Glen, o circuito de rua de Long Beach, na Califórnia, foi incorporado ao calendário, com a alcunha de Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos. A ideia era transformar o evento em uma "Mônaco americana". Depois de oito provas, problemas financeiros e desentendimentos com Bernie Ecclestone, Long Beach saiu do calendário a partir de 1984. Também é um circuito histórico para o automobilismo brasileiro, pois foi lá que Nelson Piquet venceu pela primeira vez na carreira, com a Brabham, em 1980.


LAS VEGAS (1981-1982)

Foto: Pinterest
Com a saída de Watkins Glen em 1980, foi montado um circuito no estacionamento do hotel Caesar's Palace, realizando-se, assim, o GP de Las Vegas. Com um traçado ruim, um calor insuportável do deserto de Nevada e pouco público mesmo com a disputa de dois títulos (o de Piquet e de Keke Rosberg), o GP saiu do calendário rapidamente sem deixar saudades.


DETROIT (1982-1988)

Foto: Getty Images
Em 1982, um fato histórico: pela primeira (e única) vez, um país sediou três etapas em uma temporada: Long Beach, Las Vegas e o novo Grande Prêmio de Detroit. A capital do automóvel não poderia ficar de fora do circo. Os problemas eram os mesmos das outras pistas: traçado lento e chato, além da baixa aderência da pista. Apesar das reclamações, foram realizadas oito corridas por lá, com quatro vitórias brasileiras: uma de Nelson Piquet (1984) e três de Ayrton Senna (1986, 1987 e 1988), sendo a mais icônica a de 1986, quando Senna começou um ritual que virou marca registrada: agitar a bandeira brasileira após a bandeirada. A corrida foi realizada no dia seguinte a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, diante da França, nos pênaltis.



DALLAS (1984)

Foto: Flickr
Um das corridas mais bisonhas da F1. 1984 foi a última vez que os EUA recebeu duas provas. Sem Watkins Glen e Las Vegas, foi realizada pela primeira (e única) vez o Grande Prêmio de Dallas. Com o calor de 40°C (e de 65°C na pista), o asfalto se partia com o passar dos carros. Diante disso, a corrida teve uma série de abandonos e a quebra da Lotus de Nigel Mansell, que desmaiou. Keke Rosberg, que correu com uma bolsa de gelo no capacete para tentar suportar o calor, venceu a prova, que nunca mais chegou perto de ter acontecido na F1 outra vez.

PHOENIX (1989-1991)

Foto: Getty Images
Depois de nove anos, a F1 voltava a ser realizada oficialmente sob o nome de GP dos EUA. Outra vez, um circuito de rua chocho e sem apelo local nenhum. Phoenix recebeu a categoria apenas três vezes, onde teve duas vitórias de Senna (1990 e 1991) e uma de Prost (1989). O grande destaque foi o pega do tricampeão com o então estreante na categoria, um certo Jean Alesi, em 1990.


INDIANÁPOLIS (2000-2007)

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Depois de mais um fracasso, a F1 ficou quase uma década sem desembarcar na terra do Tio Sam. O retorno foi em 2000, no circuito misto em Indianápolis, logo na penúltima etapa do campeonato disputado entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. Fatos que podem ser destacados: A última vitória da carreira de Hakkinen em 2001, o "troco" de Rubinho em Schumacher em 2002, os dois graves acidentes de Ralf Schumacher no mesmo lugar (2004 e 2005), o que causou a vergonhosa corrida de seis carros e a primeira vitória da carreira de Lewis Hamilton em 2007. O fato ocorrido em 2005 praticamente acabou com a pouca popularidade que a F1 tinha nos EUA e o contrato não foi renovado.

A categoria só retornou para lá depois de cinco anos, em 2012, para a disputa em Austin, que segue até hoje no calendário. Será que o tal GP de Miami vai quebrar essa maldição americana ou será mais do mesmo?

Até!



segunda-feira, 14 de maio de 2018

FERRARI ENTREGA OS PONTOS, LITERALMENTE

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Escrever sobre as corridas da Espanha é fácil, mas ao mesmo tempo torturante. É sempre a pior etapa da temporada, junto com Abu Dhabi. Não há o que escrever. Muito pouco. Hamilton liderou do início ao fim. Vitória tranquila. Dobradinha da Mercedes, a primeira do ano e o retorno a liderança dos construtores.

A vantagem de dezoito pontos para Vettel poderia ser de doze. Afinal, o alemão conseguiu passar Bottas na largada e se encaminhava para um improvável segundo lugar, pois as Mercedes dominaram o final de semana. Todo mundo seguiu a estratégia de uma parada só, começando com os macios e terminando com os médios. Tentando fazer um undercut, a Ferrari chamou Seb para os boxes e jogou todo o trabalho do fim de semana fora. Bottas seguiu e Vettel perdeu também o terceiro lugar para Max Verstappen, que apesar de ter batido levemente em Stroll depois do fim do Virtual Safety Car, finalmente não se mostrou errático. Diferentemente de Ricciardo, o quinto, que quase abandonou ao rodar durante esse mesmo VSC. Incrível como a Ferrari se equivocou hoje e pode ter desperdiçado mais pontos cruciais na briga pelo título, justamente quando a Mercedes parece ter recuperado a hegemonia da disputa.

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O fim de semana decepcionante da Ferrari foi concretizado com o abandono de Raikkonen logo na metade da prova, quando o carro perdeu potência e recolheu para os boxes. Desastroso mesmo foi, outra vez, Romain Grosjean. Mais uma bobagem que lembra seu passado bisonho de 2009 e 2012. A exemplo do que aconteceu em Spa, por pouco não poderia ter acontecido uma tragédia ontem. Ao desviar a trajetória do carro na curva após o movimento do Magnussen, rodou e achou que conseguiria corrigir acelerando. Óbvio que não deu certo. Com a fumaça, os passageiros da agonia foram Hulkenberg e Gasly. Se a batida é mais forte e é em T, poderia ter acontecido algo mais grave. Mais um erro do francês da Haas, que se afunda a cada corrida que passa e provavelmente irá culminar com a sua saída no fim do ano. Enquanto isso, Magnussen conseguiu cumprir, hoje, sua obrigação e chegar em sexto. O carro dos americanos permite isso. É a atual quarta força, mas Grosjean consegue a proeza de estar ainda zerado no ano.

Foto: Reprodução

De resto, não há muito o que comentar sobre a procissão da Espanha. Sainz consegue mais bons pontos para a Renault, que passou a McLaren na tabela. Fernando Alonso segue, junto com Hamilton e Vettel, o único a pontuar em todas as etapas. Ah, se tivesse um carro competitivo... Sérgio Pérez, com uma combalida Force India, conseguiu mais dois pontinhos na sua conta. Imagina o que passa na cabeça do Ocon: dá tudo certo para ele, menos para mim! O francês abandonou hoje, e um erro no segundo pit stop quando estava na zona dos pontos é mais um duro golpe em cima do talentoso piloto francês. Charles Leclerc tá pedindo passagem para uma equipe mais estruturada. A vaga na Haas tá caindo de maduro. A Sauber parece evoluir. Pontuando com certa frequência, passando para o Q2. Entretanto, Ericsson segue sendo superado pelos seus companheiros novatos. Williams e Toro Rosso são as piores do grid, cada uma pelo seu motivo diferente. Difícil alguma reação imediata.

Como é difícil tentar extrair algo de uma corrida tão ruim. Tentei. Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!



sexta-feira, 11 de maio de 2018

AMOSTRAGENS E TENDÊNCIAS

Foto: Getty Images
Com todas as equipes apresentando novidades em seus bólidos, ainda não é possível tirar uma conclusão sobre as forças para esse final de semana, na Espanha, apenas na classificação. Entretanto, segundo a meteorologia, existem boas chances de que chova no sábado e no domingo, o que deixaria tudo embaralhado. Não é verdade. Se chover, a sessão só irá começar ou ser retomada quando a pista secar. Na F1 de hoje, são proibidos fenômenos naturais.

O que se pode apontar como tendência é o favoritismo da Mercedes, uma retomada. Bottas e Hamilton dominaram os dois treinos. No segundo, Lewis foi seguido de perto pelas Red Bull, que nunca podem ser descartadas, pois é o conjunto que mais cresce no decorrer da temporada. A Ferrari, que colocou os retrovisores no halo, parece estar com dificuldades. No momento, a vejo como terceira força. Mas é claro, treinos livres escondem muita coisa, quase tudo eu diria.

Foto: Getty Images
A McLaren também estreou um novo pacote aerodinâmico, mas é difícil saber no que isso irá implicar. No máximo manter-se como quarta força, talvez. Quem pode crescer é a Force India, depois de um início claudicante. A Haas tem carro, mas não tem pilotos. Magnussen é uma chicane ambulante. Grosjean só erra. Aí fica difícil capitalizar.

O que chamou a atenção foi a participação de Kubica na TL1 pela Williams, sua primeira aparição oficial em um final de semana da F1 desde 2010. Segundo suas palavras: "foi um choque para mim. Fiquei constrangido". Em penúltimo e com extremas dificuldades de manter o carro na pista, o polonês deve ter ficado frustrado, embora tenha dito o contrário. Os ingleses apostaram quase tudo nesse novo pacote para ver se a situação do FW41 melhora, mas aparentemente a questão parece ser irreversível. As últimas posições são uma merecida e natural consequência. Estão colhendo o que plantaram.

Foto: Divulgação

Vamos ver o que o modorrento Grande Prêmio da Espanha nos aguarda. Ultrapassagens é que não, mas se houver disputa roda a roda e alguma tensão na corrida já é excelente, até melhor do que medidas artificiais como o DRS que a Liberty está trabalhando para acabar, em partes. Mas isso é tema para outro texto, talvez.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Espanha:



Até!


GP DA ESPANHA - Programação

O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:21.670 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:19.149 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)


DUPLA DA MERCEDES DEVE PERMANECER PARA 2019

Foto: AFP
É o que deu a entender o chefão Toto Wolff, em uma entrevista para a imprensa europeia. Apesar de Hamilton e Bottas ainda não terem renovado o contrato, o chefão garante que confia no trabalho dos dois e que alternativas não faltam caso ambos deixem a equipe.

Segundo Toto, a prorrogação do contrato com o tetracampeão não aconteceu apenas por mera burocracia. Já no caso do finlandês, a questão é o desempenho. Depois de começar muito mal na Austrália, Bottas reagiu e esteve perto de vencer em três oportunidades, sendo a última, em Baku, a mais clara.

Daniel Ricciardo é o nome da vez no mercado, disputado a tapa com a Ferrari e com a própria Red Bull. No entanto, os alemães buscam alternativas de sua academia de pilotos. O caso mais avançado é o de Esteban Ocon, atualmente na Force India, Pascal Wehrlein, ex-Manor e Sauber e atualmente de volta para o DTM e o atual piloto reserva e da F2, George Russell.

Toto deixou claro: o australiano é carta fora do baralho. Impossível que Hamilton e Bottas saiam no final do ano. Ou é um ou é o outro, até porque seria arriscado colocar dois novatos em uma equipe de ponta, mesmo que um deles seja o talentoso Ocon. Hamilton só não fica se cansar e/ou perceber que a Mercedes não é mais dominante. Bottas só depende dele mesmo e de seguir evoluindo e brigando pelas vitórias durante a temporada. Resumindo: piloto não é o problema da Mercedes.

RENAULT PRESSIONA RED BULL POR SAINZ E MOTOR

Foto: Renault

O destino de Daniel Ricciardo vai definir muitas coisas na F1. Uma coisa já era certa desde o início: o futuro de Carlos Sainz Jr está atrelado aos movimentos do australiano. Emprestado pelos taurinos a equipe francesa até o fim do ano, Sainz tem o futuro incerto enquanto Ricciardo não decidir para onde vai. Se deixar a Red Bull, o caminho natural é o espanhol ser o seu substituto na equipe austríaca.

Para isso, Cyril Abiteboul, diretor da Renault, já começa a discutir com a Red Bull e com Sainz para uma rápida definição da situação tanto do piloto quanto do fornecimento de motores. O contrato dos franceses com os taurinos vai até o fim do ano, e não é novidade que a Red Bull está flertando com a Honda, que começou a parceria com a Toro Rosso nessa temporada. "precisamos começar a pensar com antecedência sobre qual poderia ser a situação”, seguiu.

“Nós já começamos a conversar com Carlos sobre o longo prazo, sobre o que pode acontecer além deste ano, aceitando que não está completamente nas mãos dele ou nas nossas”, comentou. “Não é uma situação superconfortável para estarmos, mas precisamos aceita que ainda estamos tentando alcançar em muitas áreas, e uma delas é também o mercado de pilotos, onde nós ainda precisamos tentar estar mais no controle do nosso futuro e do nosso destino”, apontou.

É compreensível esse princípio de impaciência pelo lado francês. Caso Ricciardo deixe a Red Bull e, consequentemente Sainz retorne para ser parceiro de Verstappen na equipe matriz, a Renault vai ir ao mercado. Abiteboul descartou um piloto jovem e também entende que não há condições para trazer um piloto de ponta por enquanto, pois a Renault ainda não está no papel de protagonista que deseja e gasta para isso. O desafio é trazer outro acumulador de pontos para somar com Hulkenberg. Pérez, antigo parceiro do alemão e que está brilhando numa Force India cujo futuro é incerto, seria um bom nome. A única equipe de fábrica disponível para o mexicano. Mas isso é apenas um chute. Veremos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 70 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 66 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 48 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 40 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 37 pontos
6 - Fernando Alonso (McLaren) - 28 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 22 pontos
8 - Max Verstappen (Red Bull) - 18 pontos
9 - Sérgio Pérez (Force India) - 15 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 13 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 12 pontos
12- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
13- Charles Leclerc (Sauber) - 8 pontos
14- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
15- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
16- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
17- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 114 pontos
2 - Mercedes - 110 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 55 pontos
4 - McLaren Renault - 36 pontos
5 - Renault - 35 pontos
6 - Force India Mercedes - 16 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 13 pontos
8 - Haas Ferrari - 11 pontos
9 - Sauber Ferrari - 10 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO: