segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O TERCEIRO PENTA

Foto: Getty Images
Depois dos resultados das Eleições, hora de distrair a cabeça com o esperado pentacampeonato de Lewis Hamilton com uma sensação de deja vù: o britânico pela terceira vez na carreira é campeão sem chegar no pódio pelo segundo ano consecutivo no México, que também teve mais uma vitória de Max Verstappen no Hermanos Rodríguez.

O holandês praticamente liderou do início ao fim ao ultrapassar Ricciardo logo nos primeiros metros da largada. O australiano, aliás, também foi superado por Hamilton e ficou em terceiro. Durante a prova, ao optar por apenas uma parada, chegou a recuperar a segunda posição, mas novamente o motor Renault lhe deixou na mão. Oito abandonos na temporada. Ricciardo praticamente inexiste depois que anunciou a ida para a Renault. Coincidência? Difícil. Também é difícil de acreditar que exista todo um trabalho de fritura no australiano como mera represália. O fato é que o sorriso não existe mais, apenas raiva e socos no ar. De cabeça quente, Ric até cogitou não correr mais nesse ano e Gasly fazer as duas últimas corridas restantes. O que a Red Bull faz com Ricciardo é uma tremenda falta de respeito.

Max, que nada tem a ver com isso, venceu com extrema autoridade em um final de semana quase perfeito, onde só faltou a primeira pole da carreira. Apesar disso, é o piloto com maior número de vitórias sem nunca ter largado na posição de honra. Se recuperou do péssimo início de temporada e dá para a Red Bull um alento nesse final de ano. Resta saber se a Honda será um upgrade ou um "downgrade".

Foto: Getty Images
A Ferrari foi bem na estratégia. Com duas paradas, Vettel passou Hamiton e passaria Ricciardo antes do australiano. Por tabela, Raikkonen foi mais uma vez para o pódio. Certamente esse era mais um dos vários casos onde a Ferrari poderia se sobressair a Mercedes no campeonato se não fosse os tantos erros coletivos e individuais lá atrás. Hamilton mais uma vez é campeão "antes da hora" pelos erros da Ferrari, além dos próprios méritos, é claro.

Apesar do título, ficou um gosto amargo para Lewis e a Mercedes. Talvez tenha sido a pior corrida dos alemães nos últimos cinco anos. Nem de longe foram competitivas e novamente sofreram com o desgaste dos pneus. Coincidência ou não, a Mercedes teve uma queda de rendimento a partir da reclamação da Ferrari de que os furos nos pneus traseiros do W09 resultavam em ganho aerodinâmico, o que seria em tese proibido pelo regulamento. Restou para Lewis e Bottas apenas terminarem a corrida. Com a competência dos alemães e erros da Ferrari, uma corrida para conter os danos bastou para acabar com o campeonato de pilotos, apesar de nos construtores as coisas estarem relativamente abertas.

O que mais impressiona é que Hulkenberg, o melhor do resto, levou assustadores duas voltas de vantagem em relação ao trio de ferro da F1. Isso que a Renault já teve uma performance dominadora em relação as outras equipes do pelotão intermediário. A Sauber foi outra que foi bem, além de Vandoorne ter surpreendido com um bom oitavo lugar e Gasly achar um pontinho para a Toro Rosso no final. A Haas não tem um piloto a altura do carro e o outro é muito inconstante. A Williams nem se fala. Pérez mais uma vez zicado na corrida caseira e Ocon envolvido em outro acidente desperdiçou bons pontos. Alonso segue na despedida melancólica na decadente McLaren abandonar no início pelo carro ter sido danificado pelo incidente entre a Haas e a Toro Rosso na largada.

Hamilton já está numericamente entre os três maiores pilotos da história. O abraço entre ele e o alemão tem simplesmente 9 títulos mundiais. O alemão foi muito cordial ao cumprimentar todos os membros da Mercedes. Hamilton fez o mesmo, agradecendo o esforço de todos por mais uma conquista.

Em uma corrida que poderia ser de uma vantagem menor para Hamilton ou uma liderança de Vettel, o campeonato fica com a sensação de acaba precocemente outra vez. Novamente, resta a nós brasileiros acompanharmos tudo já definido.

Confira a classificação do GP do México:


Até!


sexta-feira, 26 de outubro de 2018

SAIDEIRA TAURINA

Foto: Getty Images
Apesar de algumas grandes vitórias no início da temporada, a Red Bull viveu mais uma temporada caótica. Repleta de problemas mecânicos e no motor, isso culminou no final da já desgastada parceria com a Renault e a escolha da Honda como nova parceira a partir do ano que vem.

Se com os franceses a insatisfação era grande, imagine Ricciardo, que vai segur com os franceses ao ter assinado com o time e ter pego a Red Bull com as calças na mão, substituindo-o por Pierre Gasly. Os japoneses usaram a Toro Rosso como grande laboratório de testes e a expectativa é que os comandados de Christian Horner busquem o retorno do protagonismo na briga pelo título, perdido com a chegada do novo regulamento.

Enquanto tudo isso não acontece, ainda restam três compromissos no calendário de 2018. Vencedor no ano passado, Max Verstappen liderou as duas sessões, com Ricciardo em seguida também nas duas. Não é equivocado escrever que essa talvez seja a última chance de vitória da Red Bull no ano, de Ricciardo na equipe e da parceria vencedora/problemática. Falta combinar com Max.

Também falta coroar oficialmente o pentacampeonato de Lewis Hamilton. Tanto ele quanto Vettel foram discretos nas sessões. A única surpresa das sessões foi a Renault ocupando a segunda fila. Será que é fogo de palha ou apenas jogada de treino livre? Fica a dúvida, para  desencargo de consciência.

Bem, confira a classificação dos treinos livres para o GP do México:




quinta-feira, 25 de outubro de 2018

GP DO MÉXICO - Programação

O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. Em 2015, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)
Pole Position: Nigel Mansell - 1:16.346 (Williams, 1992)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Nigel Mansell (1987 e 1992), Alain Prost (1988 e 1990) e Jim Clark (1963 e 1967) - 2x

APENAS UM ANO SABÁTICO?

Foto: Getty Images
Em entrevistas na semana passada, durante o GP dos Estados Unidos, Fernando Alonso deu algumas pistas sobre seu futuro no automobilismo. Ainda sem anunciar nada mas com o "projeto definido", o espanhol foi perguntado, afinal, sobre qual seria esse projeto para 2019.

Alonso disse segue interessado em disputar a Indy 500, mas também que precisa descansar na próxima temporada. Atualmente, Alonso está correndo a F1 e vai terminar o Mundial de Endurance somente na metade do ano que vem. Gostaria muito de participar dela, para ser sincero. No ano passado, foi uma corrida mágica e creio que ainda é atrativa para mim, especialmente depois que venci em Le Mans. É parte do meu projeto de calendário para o ano que vem", ressaltou o veterano.

Agora, o espanhol soltou algumas novidades. Se parecia certo que a Fênix disputaria uma temporada na Indy, tudo indica que não é esse o caso, segundo suas palavras. "“Preciso descansar e recuperar a minha motivação, é por isso que não quero fazer uma temporada completa na Indy, porque seria como continuar na F1. 17 corridas é muita coisa para mim agora. Talvez no futuro. Talvez até me recupere e volte à F1 em 2020.", completou.

Pela primeira vez desde que anunciou a saída da categoria, em agosto, Alonso deixa em aberto uma possibilidade de retorno. Diante do desejo de correr menos e descansar mais, ele dá a entender que 2019 será terminar o Mundial de Endurance e correr as 500 milhas de Indianápolis para descansar e buscar a motivação que perdeu nos últimos anos para quem sabe voltar em 2020 para a F1 ou outra categoria.


A motivação pode ser entendida como "falta de carros bons" e "cansei de andar no fim do grid". Apesar do alto salário que Alonso ganha, ultimamente isso não diz quase nada em termos esportivos. Suas maiores alegrias foram a vitória em Le Mans e a disputa da Indy 500. Certamente estaremos todos especulando o retorno de Alonso para a F1 em 2020. E adivinhem qual será a primeira equipe ligada ao espanhol? A Renault, claro. Novela sem fim, que agora parece ter sido apenas o primeiro capítulo.

HARTLEY: "MEREÇO RENOVAR"

Foto: Getty Images
Restam apenas uma vaga na Toro Rosso e outra na Williams. Todos os prognósticos indicam que Brendon Hartley não deve seguir na equipe de Faenza para o ano que vem. Com apenas quatro pontos (os quatro oriundos de desclassificações de outros pilotos), Hartley diz que merece seguir na Toro Rosso para a próxima temporada:

"Foi uma boa corrida. Sinto que estou em boa fase nas últimas corridas. Todo final de semana eu respondo as mesmas perguntas sobre meu futuro e leio que preciso bater meu companheiro. Mas, em Singapura, eu estava na frente dele até as ordens de equipe, na Rússia estava antes do carro quebrar e na classificação no Japão. Nos EUA, de novo. Vamos ver o que acontece. "É muito chato ficar respondendo toda hora a mesma coisa, mas acho que estou provando meu potencial. Sinto que eu merecia ficar aqui", disse ao site norte-americano 'Motorsport.com'.

Hartley é o penúltimo colocado no Mundial. Isso já diz tudo. Tudo bem que o motor Honda serve apenas como laboratório para a Red Bull na próxima temporada, mas em nenhum momento o neozelandês se encontrou na categoria. Pegar um canhão desses é complicado, ainda mais para quem estava acostumado a vencer no Endurance, onde o ritmo é outro. O papel de Hartley não é ruim, apenas esquecível.


Tudo indica que outro ex-membro da academia de pilotos da Red Bull retorne para a equipe satélite: trata-se do tailandês Alexander Albon, vice-líder da F2 e em grande fase na categoria de acesso da F1. Ele foi dispensado do programa anos atrás por mau desempenho (assim como Sérgio Sette Câmara), mas agora deu a volta por cima. Seria um bom e surpreendente nome para a F1 na próxima temporada, o primeiro da Tailândia. Interessante.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 346 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 276 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 221 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 217 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 191 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 146 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 61 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 57 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 31 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 7 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 563 pontos
2 - Ferrari - 497 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 337 pontos
4 - Renault - 106 pontos
5 - Haas Ferrari - 84 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 47 pontos *
8 - Toro Rosso Honda - 32 pontos
9 - Sauber Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

AS ERAS MERCEDES

Foto: Getty Images

Pessoal, com o iminente penta de Hamilton e da Mercedes, o post de hoje vamos mostrar as três eras recentes da Mercedes sendo campeã na F1 nos últimos 20 anos.

1998 - Depois de retornar para a F1 como fornecedora da McLaren em 1996, os alemães e os ingleses encerraram o jejum de títulos e logo na terceira temporada sagraram-se campeões com Mika Hakkinen;



2008 - Quase 9 anos depois, a McLaren e a Mercedes voltaram a ser campeões, na já famosa e tão mencionada corrida disputada no Brasil onde Lewis Hamilton conquistou o primeiro título (e vai conquistar o quinto já neste final de semana).


2014 - Quatro anos depois de virar equipe, a Mercedes se beneficiou na mudança de regulamento e nos motores híbridos para mandar na F1. A disputa caseira entre Hamilton e Rosberg durou até o final, com o inglês conquistando o bicampeonato.



É isso pessoal, até a próxima!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

GITA

Foto: Reuters
O texto de hoje é em homenagem ao Formiga Atômica Marc Márquez, pentacampeão da MotoGP. Com 26 anos, o espanhol conquistou o quinto título em seis temporadas disputadas e já é o terceiro maior campeão da categoria, apenas atrás dos italianos Giacomo Agostini (8) e Valentino Rossi (7) e agora empatado com Michael Doohan. Márquez agora é o mais jovem pentacampeão da história.

O título veio na casa da Honda, no GP do Japão, em Motegi. Largando em sexto, Márquez fez uma corrida espetacular para no final ultrapassar Dovizioso. Faltando duas voltas, Dovi caiu e sacramentou mais um título por antecipação do espanhol.

É a era Marc Márquez. O sétimo título da carreira. Se antes teve a Era Agostini, Doohan, Rossi, Lorenzo, as disputas com Casey Stoner e Nicky Hayden, é questão de tempo para que os recordes sejam pulverizados pelo #93. É a história sendo feita.

O foco do post é exaltar o "Gita da MotoGP", como foi magistralmente relatado na narração de Guto Nejaim, que citou versos da canção de Raul Seixas na volta final. Além disso, na comemoração do título, uma festa sensacional: além de bandeiras e camisetas, um joguinho de arcade para que Márquez chegasse no Level 7 e ganhasse o capacete dourado como recompensa. Um show!

Confira tudo isso, além da trilha do Maluco Beleza, é claro:

Clique AQUI para acompanhar a narração de Guto Nejaim





Até!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O CANTO DO CISNE

Foto: EFE
5 anos, 7 meses e 4 dias. 2044 dias. 113 corridas. Finalmente o tabu acabou e Kimi Raikkonen voltou a vencer na F1. Bwoah!

A corrida não foi chata, como o bordão do finlandês pode dar a impressão. Pelo contrário. Foi emocionante do início ao fim. Kimi já começou a corrida na frente, quando largou melhor e foi agressivo ao deixar Hamilton para trás.

Já tradição, Vettel se precipitou de novo e bateu em Ricciardo numa tentativa de ultrapassagem. Rodou e caiu para as últimas posições. Mais uma vez, o alemão teve que remar o grid para corrigir as cagadas. O psicológico está em frangalhos.

Ricciardo parece que só serviu para esse incidente com Vettel e depois sua Red Bull apagou. É difícil acreditar que seja só coincidência que seus abandonos em massa se originaram após o anúncio da transferência para a Renault. Mesmo que não seja, o australiano parece estar preparado para o que lhe avizinha com os franceses para as próximas duas temporadas...

O VSC fez a Mercedes se atrapalhar. Seja lá por quê, a equipe chamou Hamilton para os boxes logo na volta 11. Apesar de ter voltado em terceiro, teria que fazer outra parada em uma corrida que todo mundo faria um pit stop apenas. Austin, para Lewis, se resumiu em correr contra o tempo.

Verstappen saiu de 18° para ficar em segundo, uma corrida extraordinária. Em um mundo paralelo de "ses", se largasse mais à frente poderia vencer, pois chegou a atacar Kimi em certo momento. Em outro mundo de "ses", era para Vettel vencer facilmente essa prova, não fosse mais um surto psicológico que culminou em um erro grotesco de avaliação e mais pontos perdidos no campeonato.

Até Hamilton poderia ter vencido se a Mercedes tivesse feito a segunda parada mais cedo ou mantivesse a estratégia de uma parada só. No fim das contas, apesar de Vettel fazer de tudo para que o campeonato terminasse hoje, os alemães queriam mais emoção.

Faltando cinco voltas, não se sabia qual seria o desfecho do campeonato. Hamilton tentou atacar Verstappen, mas o inglês não é bobo nem nada e recolheu antes que o pior acontecesse. O holandês, enquanto for franco-atirador, vai continuar com essa postura na disputa pelas posições. Que pilotaço! Vettel atacou Bottas que, sem pneus, espalhou e facilitou o trabalho do alemão,que apesar dos pesares ainda conseguiu ser o quarto colocado em uma corrida que dava pra vencer.

Foto: Getty Images
O piloto do dia foi Verstappen, mas o grande personagem foi Kimi Raikkonen, sem dúvidas. Fazia tempo que ele perseguia essa vitória, a primeira no retorno à Ferrari. Por mais que o finlandês seja mais decepção do que alegria nos últimos anos, é inegável ver que nessas duas temporadas mais recentes ele cresceu de produção, juntamente com o conjunto da Ferrari. É muito bom ver alguém das antigas vencendo depois de tanto tempo, é aquela sensação nostálgica que fica no ar. Afinal, quando Kimi começou, eu morava em Canoas ainda! Assim como Alonso, mas isso eu já explorei em outros textos por aqui...

Alguns números interessantes dessa vitória de Kimi Raikkonen (créditos para Fábio Ribeiro Brandão):

- Kimi torna-se o piloto que teve a maior diferença de tempo entre a primeira vitória (GP da Malásia de 2003) e a última: 5691 dias; o recordista era Michael Schumacher, com 5145 dias (GP da Bélgica 1992 - GP da China de 2006)

- Kimi agora é o finlandês com mais vitórias na categoria, ultrapassando Mika Hakkinen: agora tem 21 conquistas;

- Raikkonen agora também é o piloto que tem a maior diferença entre a primeira e a última vitória pela mesma equipe (GP da Austrália de 2007) e a de hoje: 4235 dias; o recordista era Gerhard Berger, com 3941 dias (GP do México de 1986 - GP da Alemanha de 1997, com a Benetton)

- Raikkonen agora é o piloto que tem a maior diferença entre uma vitória e outra: 113 corridas

- Kimi Raikkonen é o único piloto da era moderna a vencer com os motores V6, V8 e V10.

Outra coincidência: considerando que dificilmente Raikkonen vai conseguir alguma coisa com a Sauber nos próximos dois anos, essa pode ter sido sua última vitória na categoria. Hakkinen, em 2001, venceu pela última vez também em solo americano.

Horas depois da corrida, Esteban Ocon e Kevin Magnussen foram desclassificados por irregularidades no fluxo de combustível, nos casos de ambos os carros, acima do limite estipulado por regulamento, que é de 105 kg por corrida. Então, o que aconteceu foi o seguinte:

Bottas foi o quinto, seguido por Nico Hulkenberg (o melhor do resto), Carlos Sainz e Sérgio Pérez; Brendon Hartley e Marcus Ericsson herdaram as posições e entraram na zona de pontuação.

Na largada, Alonso foi atropelado por Stroll; o espanhol disse que não tem condições de correr com "esses pilotos", mas não descartou um retorno à F1 em 2020;

Grosjean foi outro que atropelou Leclerc e depois abandonou. Como prêmio, ganha uma renovação, enquanto Ocon vai ter que se arrastar na Williams, isso se tudo der certo. Até DNF ele ganha, que fase...

Bom, é isso. Vettel queria terminar o campeonato hoje, mas Raikkonen, Verstappen e a Mercedes não. O Iceman pode ter feito seu "canto do cisne". Fica para o México, onde Lewis depende só de um sexto lugar para festejar outra vez com mensagens do Neymar e festa do DJ Hardwell no pódio.

Até!


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

NADA A DECLARAR

Foto: Getty Images
Justo quando posso acompanhar os treinos livres, cai um temporal em Austin (como sempre) e praticamente não há sessão no dia. Apenas no final que o pessoal se arriscou a dar umas voltinhas e Hamilton sobrou nos dois treinos. Logo na primeira tentativa, marcou 1:48, um segundo e meio mais veloz que o resto. Se no seco a vantagem é gigante, na chuva então...

O que seria um fator complicador para Vettel, dada a fase do alemão, é capaz de provar que tudo que é ruim pode piorar. O alemão conseguiu ser punido por não diminuir a velocidade durante uma bandeira vermelha no TL1 e vai perder três posições de largada. A punição foi a mesma em Ocon na última corrida e o próprio alemão atrapalhou Sainz no treino classificatório da Áustria.

É pra fechar o caixão. Vettel vem cometendo uma série impressionante e inaceitável de erros pra quem é tetracampeão mundial. Ele e Arrivabene são, no momento, os caras mais pressionados da F1.

Escrito isso, é mais do que provável que teremos a consagração do terceiro pentacampeão da história da F1 nesse final de semana. Não perca!

Ah, segundo a Globo, Sérgio Sette Câmara deve ser anunciado como piloto reserva da McLaren para o ano que vem na semana do GP do Brasil. Acordo importante, mesmo que ache improvável que os britânicos substituem Sainz, o primeiro piloto, e tampouco o queridinho Lando Norris. Ainda assim, é melhor do que nada e coroa uma boa temporada na F2, apesar dos acidentes, dos azares e de alguns erros da Carlin.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP dos Estados Unidos:






GP DOS EUA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:37.766 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:33.108 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x

NOVO RUMO

Foto: Crash.net
Stoffel Vandoorne não vai ter muito tempo para digerir a saída da F1. Hoje, o belga foi anunciado como piloto da HWE para a temporada 2018/2019 da Fórmula E. Ele será companheiro de equipe de Gary Paffett, o eterno piloto de testes da McLaren. Aliás, a HWA é representante da Mercedes e é responsável pela transição da DTM para os bólidos elétricos. O apoio legal será apenas na temporada seguinte. Agora, a HWE vai correr com o equipamento da venturi.

"A HWA é uma equipe com uma história de tanto sucesso no automobilismo. Todo mundo que eu encontrei até aqui pareceu apaixonado por corridas. Além disso, é ótimo trabalhar ao lado de alguém tão experiente quanto o Gary Paffett. Tenho certeza de que vamos nos beneficiar um do outro ao longo da temporada. Somos todos novatos nesse campeonato e não tenho dúvida de que vai ser uma curva de aprendizado íngreme. Não vai ser fácil. Meu objetivo é ser competitivo no campeonato o mais cedo possível e deixar uma boa impressão", falou.

O belga já está em Valencia, onde estão realizados testes de pré-temporada. Vandoorne terá apenas uma "folga" após o final da temporada da Fórmula 1, que encerra-se dia 25 de novembro. A Fórmula E já começa três semanas depois, no dia 15 de dezembro, na Arábia Saudita.


Ver um cara tão vencedor e talentoso nas categorias de base ser chutado tão cedo da F1 e parar logo na FE é como ver aquela promessa do seu time jogando em time pequeno tão jovem. Não é nem um empréstimo, mas sim uma reversão de expectativa. Vandoorne é uma eterna promessa? Não sei, espero que não. Enfim, que seja feliz na FE e recupere a confiança, tão abalada por essa gestão desastrosa da McLaren.

NOVO RUMO - PARTE 2

Foto: Divulgação
Sonhando com um retorno à F1 após romper com a Mercedes, Pascal Wehrlein parece ter retrocedido e preferiu algo mais concreto: a Fórmula E. Ele foi anunciado pela Mahindra, juntamente com o experiente belga Jérome D'Ambrosio. A equipe indiana substituiu os dois pilotos, que eram Nick Heidfeld e Felix Rosenqvist. O alemão, inclusive, já deu as primeiras voltas com o carro nos testes de pré-temporada da categoria em Valencia. Com o novo modelo Gen2, todos estão passando por adaptações, mas é claro que os novatos na categoria (incluindo Vandoorne e Massa) irão sofrer mais. Em 35 voltas, o alemão fez o 13° tempo.

"Fico muito feliz por fazer parte da Mahindra”, disse Wehrlein ao ser anunciado. “É uma equipe pequena, mas com grandes ambições, e eu tenho essas mesmas ambições. Quero alcançar os melhores resultados possíveis e tenho a sensação de que essa equipe é o ambiente certo para mim. Fico ansioso pela temporada”, continuou.


Bom, a Toro Rosso é o único lugar no qual o alemão poderia ser contratado, diante da ruptura com a Mercedes. Na Williams, a questão é mais complicada. Talvez o rompimento com os alemães seja o fim definitivo do sonho de Pascal em retornar à F1. Vai seguir o mesmo caminho de Vandoorne. Ocon que se cuide. Não há mais vagas na Fórmula E. Ou é Williams ou esquentar banco por um ano. É muito preocupante ver três jovens talentos sendo exilados da categoria por motivos diferentes. Sorte para Pascal e Vandoorne. A Fórmula E vai mesclando conhecidos veteranos com "eternas promessas". Sei lá, só consigo imaginar isso como um Bellator do automobilismo, ou então a MLS. No mínimo interessante.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 331 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 264 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 207 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 196 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 173 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 146 pontos
7 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 53 pontos *
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 39 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 31 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Harley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 538 pontos
2 - Ferrari - 460 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 319 pontos
4 - Renault - 92 pontos
5 - Haas Ferrari - 84 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 43 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O REDUTO DE LEWIS

Foto: Getty Images

Os Estados Unidos são a segunda casa de Lewis Hamilton, não só pela familiaridade e proximidade com o mundo pop, do hip-hop e do glamour, mas também nas pistas. Para ser mais preciso, esse local é o COTA (Circuit of the Americas), em Austin, no Texas.

Lá, Lewis venceu cinco das seis corridas que foram disputadas até hoje. Além disso, a vitória em Indianápolis, no longínquo 2007, fez com que o britânico superasse Michael Schumacher como o maior vencedor em solo do Tio Sam.

No Texas, em 2015, Hamilton foi tricampeão do mundo, igualando o ídolo Ayrton Senna, com direito a briga intensa e erro de Rosberg no final. Um atropelo diante do alemão, que daria o troco no ano seguinte, mas sem vencer no Texas, é claro.


Assim como em 2015, nesse ano Lewis tem grandes chances de conquistar o penta de novo em Austin. Para isso, basta vencer e torcer para Vettel ficar no máximo em terceiro; ou então ser o segundo e Vettel no máximo o quinto; se for terceiro, Vettel tem que ser o sétimo; Se for o quarto, Vettel tem que ser no máximo o oitavo; Se for o quinto, Vettel tem que ser no máximo o nono; e, finalmente, se for o sexto, Vettel não pode pontuar. Você entendeu, não é uma possibilidade, dado os momentos atuais do próprio Hamilton, do próprio Vettel e da errática Ferrari.

É um aproveitamento impressionante. Foi no Texas que Lewis venceu pela última vez com a McLaren também, a penúltima da história da equipe até hoje. Vale lembrar da corrida de onze anos atrás, onde um jovem Lewis já tinha talento e personalidade para desbancar Alonso justamente na prova onde estreou na F1 um tal de Sebastian Vettel, que seria seu grande rival da contemporaneidade.





Bom, será que a sexta vitória em sete corridas em Austin vai vir para Hamilton? Será que vem o penta? Será que vem as duas? Parece bem provável, mas só acreditamos vendo. Mais do que nunca, Lewis se sente em casa nos States.

Até!


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #36: RESUMO DO FERIADO

Foto: Divulgação
Bastou ter um feriado para que acontecessem algumas coisas no mundo do automobilismo. Sem mais delongas, vamos lá:

Começando pelo mais importante: Mick Schumacher, o Schumi Jr, repetiu o feito do pai Michael em 1990 e conquistou a F3 Europeia, em Hockenheim. Mick precisava apenas de um segundo lugar para ganhar o título uma corrida antes do final da rodada tripla. Na primeira chance, acabou rodando durante uma tentativa de ultrapassagem. Na corrida dois, Schumi Jr apenas administrou a distância que tinha para o líder Juri Vips. Dan Ticktum, que precisava de um milagre, foi o sétimo.

Mick, ao que tudo indica, deve migrar para a F2, em uma estrutura vencedora. Ter o sobrenome do pai não é fácil. As expectativas sempre serão altas. No mais, feliz pela conquista do Schumi Jr e aguardando ansiosamente os próximos passos da carreira, sempre com muito cuidado. Impossível não se emocionar com isso!



Foto: Divulgação

Sem surpresas, a Williams anunciou a contratação do britânico George Russell, virtual campeão da F2. Ele pertence a Mercedes. Pelo anúncio, o contrato é de "múltiplos anos", mas na verdade é um empréstimo. Russell mostrou qualidade na F2 e merecidamente será campeão, desbancando o queridinho da própria mídia do país, o Lando Norris. A outra vaga, segundo dizem, está sendo disputada pelo próprio Sergey Sirotkin, pelo compatriota Artem Markelov e o piloto de testes Robert Kubica. Inacreditável que nem na Williams a Mercedes vai dar uma mãozinha pro Ocon. Dizem que é medo dele se queimar em um carro ruim ou ser derrotado por um novato. Oras, o francês já mostrou qualidade. Se Russell for melhor, é ter mais qualidade ainda e, portanto, mais merecedor de ir para a Mercedes. Toto, o rei do drama, prefere ficar abraçado com o Bottas em prol de seus pilotos... Wehrlein que o diga.

Foto: Divulgação
E tem brasileiro campeão nos EUA! Felipe Nasr conquistou o IMSA, campeonato de corridas de longa duração nos Estados Unidos. A etapa final foi disputada nesse final de semana, em Atlanta. Ao lado de Eric Curran e Gabby Chaves, Nasr chegou em oitavo na Road Atlanta, corrida de 10 horas, a mais importante do certame. A competição reuniu alguns nomes conhecidos do automobilismo americano, como Ryan Hunter-Reay e o recém pentacampeão da Indy Scott Dixon, além de caras das antigas como Christian Fittipaldi e Jan Magnussen. É bom ver os pilotos se reinventando após a saída da F1. Segundo o Globoesporte.com, Nasr pode estar indo para a Indy. Tomara! Que seja competitivo e siga fazendo carreira em mercados alternativos, mostrando que há vida além da F1. Alonso que o diga.

Foto: Autoracing
A FIA divulgou o calendário de 2019 da F1. Serão 21 etapas. A China vai ser palco da milésima etapa da história da categoria. A Alemanha, sempre dúvida, foi confirmada. Não teremos mais três corridas consecutivas igual aconteceu nesse ano. O Grande Prêmio do Brasil será dia 17 de novembro e a temporada vai terminar em dezembro, no dia 1°, em Abu Dhabi. Confira todas as datas:

17/03 - Austrália
31/03 - Bahrein
14/04 - China
28/04 - Azerbaijão
12/05 - Espanha
26/05 - Mônaco
09/06 - Canadá
23/06 - França
30/06 - Áustria
14/07 - Inglaterra
28/07 - Alemanha
04/08 - Hungria
01/09 - Bélgica
08/09 - Itália
22/09 - Cingapura
29/09 - Rússia
13/10 - Japão
27/10 - México
03/11 - EUA
17/11 - Brasil
01/12 - Abu Dhabi

Até!



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

REGULARIDADE QUE DECIDE

Foto: The Telegraph
Em um certo momento do campeonato não muito distante, Lewis Hamilton parecia o azarão pela conquista do título. O começo de temporada foi tímido. Viu Vettel e até Ricciardo se destacarem. A primeira vitória do ano veio apenas em Baku. Enquanto duelava com a Ferrari, ficava claro que os vermelhos tinham aparente vantagem no conjunto, algo inédito nos últimos anos.

Depois da França, a F1 desembarcou na Alemanha. Com o abandono da Áustria e o 14° lugar no grid de Hockenheim, se avizinhava um período de grande dificuldade e o preocupação para o atual campeão. Seria difícil somar muitos pontos, sem contar com a mais que provável vitória do concorrente direto. Pois foi aí que houve a grande virada.

Vettel começou a ter uma série de erros quando precisava confirmar o favoritismo. Alemanha e Itália são os exemplos. Hamilton começou a capitalizar. Em Cingapura, já com a FIA de olho na potência do carro italiano, ali parece ter murchado a confiança dos italianos, além da diferença de desempenho do SF71H.

O resultado é uma sequência avassaladora de vitórias de Hamilton e erros de Vettel que, a exemplo do ano passado, devem determinar o penta de Lewis muito antes do esperado. Ano passado foi no México, esse ano dá para ser antes, nos Estados Unidos. Basta Hamilton vencer e Vettel ficar em terceiro ou então uma série de combinações que estou com preguiça de pesquisar e colocar por aqui.

Por falar em 2017, olhem isso:


O comparativo entre a tabela do campeonato no ano passado (à esquerda) e nesse ano (à direita). Percebam como está tudo praticamente igual: Hamilton exatamente com o mesmo número de pontos, enquanto Vettel consegue ter um ponto a menos. No ano passado, justamente, o título de Vettel começou a ir embora no acidente de Cingapura, no abandono no Japão e o motor problemático da Malásia...

Lewis Hamilton atingiu o auge da forma e da maturidade, o pensamento de campeão, de que tudo vai dar certo. Bem diferente daquele Lewis que vimos até uns dois anos atrás, que foi desestabilizado até por Rosberg. Mesmo sem o melhor carro em várias provas, arrancou resultados muito acima do esperado, soube ter equilíbrio. Tudo o que Vettel não demonstrou nos dois anos. Não aprendeu com os erros e ficou refém da instabilidade emocional. Se poderia ou não ser campeão é outra conversa, mas certamente deveria ter apresentado mais resistência para Lewis nos dois campeonatos.

Ademais, interessante notar que Raikkonen cresceu justo na temporada em que foi mandado embora e Verstappen, mesmo ainda errando muito, também subiu de produção. Ricciardo, vítima do motor Renault e do alijamento da Red Bull caiu, assim como Bottas, ainda zerado na temporada e de fato um verdadeiro segurança de Lewis. Não que ele precise, mas assim são as ordens de Toto.

Lewis Hamilton. 331 pontos em 2017. 331 pontos em 2018. A regularidade é que faz a diferença e transforma em campeões. Vettel e Ferrari precisam aprender, mais do que nunca. Errar três vezes é atestado de muita burrice, não é mesmo?

Até!

TERCEIRO PLANO

Foto: Getty Images
Com a luta principal do UFC 229 terminada pouco antes da largada e diante de toda a repercussão da grande luta e confusão que teve na sequência, não prestei muita atenção na corrida do Japão. Mas, convenhamos, sei que não perdi muita coisa, ainda mais acompanhando alguns momentos da corrida que saltavam em minha direção enquanto continuava acompanhando o pós-luta de Las Vegas. Ah, também teve as Eleições, então a corrida realmente não foi uma das minhas prioridades desse final de semana.

Soube que no início da prova o Magnussen, pra variar, jogou o carro violentamente pra cima de alguém e teve o pneu furado. A vítima foi o Leclerc. Os dois abandonaram. O dinamarquês é um cara interessante. Tem o jeito autêntico dele, o que é importante para a F1, mas também é um mala dentro e fora da pista, com o agravante de não ser um piloto de ponta, não à toa que é detestado por quase todos seus companheiros de profissão.

Também na primeira volta, Verstappen espalhou e saiu da pista. Na volta, jogou Raikkonen pra fora da pista, que precisou recolher para não bater e acabou abrindo terreno para Vettel, largando em oitavo, assumir a quarta posição na primeira volta. Foi punido com cinco segundos. Parecia que a sorte do alemão poderia mudar, ainda mais com o Safety Car causado pelo pneu furado e a pista suja de pedaços de carro de Magnussen.

Com a saída do carro de segurança, Vettel partiu pra cima de Verstappen na 130R. É difícil passar por lá. Apesar de estar por dentro, Max não deu espaço e a batida foi inevitável. Como sempre, Vettel se deu mal e caiu para o fim do grid. O holandês, apesar dos pesares, seguiu em terceiro. Mais um erro na coletânea dessa temporada pavorosa de Seb, mas agora não há o que fazer. Nada pode ficar pior do que já está. É necessário arriscar. Max, por sua vez, parece que nunca vai mudar enquanto não tiver nada a perder. Como já escrevi antes, ou ele vira um potencial multicampeão do mundo ou se transforma num Montoya, que poderia ter sido mais do que foi na F1 se não fosse os vários erros de avaliação durante uma disputa de posição em uma corrida. Se bem que ultimamente Vettel está mais para Montoya do que o holandês...

Depois disso, a corrida voltou para o marasmo de sempre. Suzuka sem a decisão de título perdeu muito da importância. O único destaque digno de nota foi a grande corrida de recuperação de Ricciardo, que saiu de 16° para quarto. Finalmente uma boa corrida do australiano nos últimos meses. Coincidência ou não, seu rendimento caiu bastante depois que anunciou a ida para a Renault, óbvio que não por suas capacidades, mas sim pelo tratamento que a Red Bull está lhe dando nesse fim de ciclo, excluindo-o das reuniões da equipe.

Só agora que dá pra falar da vitória de Lewis Hamilton. Mais um passeio do início ao fim, sempre comboiado por Bottas, que chegou a ser ameaçado por Max, mas não passou disso. Isso torna a ordem da semana passada cada vez mais inútil. Com Vettel chegando em sexto, a vantagem agora é de 67 pontos e muito provavelmente o penta vai ser sacramentado no Texas. Com a Mercedes de volta ao topo e a Ferrari e Vettel em frangalhos, não diria que é uma possibilidade, mas sim uma certeza.

Raikkonen foi o quinto, chegando 16 segundos atrás de um carro que largou em 16°. Isso diz tudo sobre o momento ferrarista na temporada. Como um deja vù, os italianos e Vettel fraquejam na hora H e veem o campeonato ser decidido muito antes do previsto. Azar deles e sorte e competência da equipe alemã, virtual pentacampeã de pilotos e construtores.

O resto são os destaques para Sérgio Pérez em sétimo, Grosjean o oitavo, Ocon em nono e Sainz em décimo.

Duas semanas para o penta de Hamilton. Nesse finde, ele e a F1 foram o terceiro plano, mas em Austin as atenções irão voltar para a F1, até porque não terá eleições, tampouco UFC badalado. Entretanto, se deixar para o México, aí teremos um problema logístico para mim... mas isso é outro papo.

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

GP DO JAPÃO - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1.



ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:31.540 (McLaren, 2005)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.319 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)

ARRIVABENE: "FICOU FALTANDO ALGO"

Foto: Racefans.net
Aos poucos a Ferrari vem sentindo os baques e perdendo força no campeonato. Apesar de todos os holofotes terem ficado na vitória de Hamilton e a ordem da Mercedes, a imprensa italiana não poupou críticas a mais um pifio desempenho ferrarista. O "Corriere dello Sport" criticou todo mundo, menos o desempenho de Charles Leclerc, sétimo colocado com a Sauber.

O chefão Maurizio Arrivabene reconheceu a jornada ruim de sua equipe.“Desde sexta-feira, o fim de semana em Sóchi foi muito difícil para nós. Apesar de todos os nossos esforços para encontrar o cenário ideal, nem no sábado e tampouco na corrida fomos competitivos o bastante para preocupar nossos rivais mais próximos”, analisou. "“Comparado com a forma como nos apresentamos em outros circuitos, ficou faltando algo aqui e, por isso, não conseguimos reduzir a diferença de pontos”, complementou.

Para a próxima corrida, no Japão, a expectativa é que a Ferrari consiga finalmente voltar a vencer para buscar um título que fica cada vez mais improvável. "[Japão]  deve ter características muito parecidas com a de Silverstone. Então, em Suzuka, vamos ter uma indicação mais precisa do potencial do nosso carro. Se der certo, saberemos que, apesar da situação difícil em termos de classificação, ainda temos as armas certas para lutar até o fim”, complementou.


Depois de Nurburgring e Monza, fica a impressão que a Ferrari murchou e agora jogou a toalha definitivamente. Claro que a matemática ainda pode ser favorável e tudo é possível, mas cada golpe da Mercedes vai minando o psicológico de Vettel e seus comandados. Com o desempenho cada vez pior, os italianos não precisam mais de um grande final de semana e sim vários, enquanto que tudo tem que dar errado para a Mercedes. É uma situação praticamente impossível. Resta lutar pela honra e recuperar a confiança com algumas vitórias até o fim  do ano.

TORO ROSSO DESCARTA VANDOORNE: "NÃO É RÁPIDO PARA A F1"

Foto: AutoSport

Com Daniil Kvyat confirmado outra vez como piloto da equipe para o ano que vem, ainda há uma vaga em jogo na equipe satélite da Red Bull. Brendon Hartley não deve renovar, e especulações em torno de seu substituto não faltam. Recentemente, Pascal Wehrlein anunciou que não será mais piloto Mercedes a partir do ano que vem, o que lhe alçou como favorito a vaga. Entretanto, outro jovem piloto também está disponível: Stoffel Vandoorne, belga que vai deixar a McLaren no fim do ano.

No entanto, parece que o futuro do belga não está relacionado com a Toro Rosso. É o que diz Helmut Marko, consultor da Red Bull. “Nós não pegaremos Stoffel”, disse, segundo a emissora francesa RTBF. “Acho que ele simplesmente não é rápido o suficiente para a F1", disse.

Bom, que declaração ridícula. Que Vandoorne faz uma temporada ruim isso é fato, agora dizer isso? Se o belga não tem, imagina Kvyat, recontratado depois de ser demitido duas vezes justamente pela falta de velocidade? Imagina nos próximos anos, quando japoneses da Honda possivelmente vão brigar por essa vaga ou Dan Ticktum, que vai se exilar por lá porque não consegue os pontos da superlicença na Europa.

Não querer Vandoorne faz parte. Falar essa asneira depois de contratar o russo errante soa como uma incrível falta de lógica e noção.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 306 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 256 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 189 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 186 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 158 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 134 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
8 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 47 pontos *
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 47 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.


CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 495 pontos
2 - Ferrari - 442 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 292 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 80 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 35 pontos *
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:





quarta-feira, 3 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #35: BATALHAS E OUTRAS LEMBRANÇAS

Foto: Reprodução
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:

Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.



Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.



1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.



2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.



2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada. 



2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.

Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O VILÃO DA VEZ

Foto: Autoracing
Sempre que a F1 tem uma dinastia, alvos são escolhidos para serem derrubados. No início do século, era todos contra a Ferrari, capitaneada por Michael Schumacher, Ross Brawn e Jean Todt. Os dois últimos hoje ocupam a alta cúpula da FIA, um sendo o diretor esportivo e o outro presidente, respectivamente.

Na era Red Bull, Christian Horner e Sebastian Vettel foram os alvos mas não da mesma forma feroz que a caçada anterior. Apesar de Webber ser segundão, não havia ordens explícitas de equipe, até porque Vettel sempre foi muito mais rápido que o australiano, que nem mesmo no "multi 21" foi capaz de manter a posição na Malásia, em 2013. Horner não virou vidraça porque não cometeu nenhuma atitude antidesportista. Também, não teria como. Afinal, Webber e Vettel eram inimigos declarados.

A era atual, da Mercedes, não tinha ordens de equipe devido a explosiva relação entre Hamilton e Rosberg, por mais que no início o alemão fosse uma espécie de piloto 1B que se rebelou a ponto de ser campeão mundial. Diante de tal desgaste, a solução para substituir a repentina aposentadoria de Nico foi um velho conhecido de Toto, desde os tempos em que tinha % das ações da Williams: Valtteri Bottas.

Estava clara a estratégia. Hamilton o cara do título, Bottas o cara dos pontos e de eventuais vitórias. Não dá para arriscar com o crescimento da Ferrari de Vettel. O discurso esportivo cai por terra e entra a hipocrisia e o negócio. Hoje, Toto Wolff é o vilão da vez. Por mais que seu argumento de que não pode dar sopa pro azar em relação ao campeonato faça sentido, a Mercedes tem simplesmente 40 pontos de vantagem no campeonato, e outra: ano passado, em um momento bem mais equilibrado na disputa, Hamilton devolveu a posição para Bottas e ficou atrás do finlandês, em uma atitude que foi elogiada por todo mundo. Hoje, todos vão lembrar da jogada Hamilton-Bottas, mesmo que o finlandês seja recompensado por vitórias no fim do campeonato quando Hamilton for penta.

F1 é um negócio muito caro. Bilhões em pontos, qualquer detalhe faz a diferença. Nesse ponto de vista, Toto tem contas a prestar para os chefes alemães, que mesmo com o sucesso da equipe nos últimos quatro anos, tem bastante conta para pagar. Eles não se importam com o lado esportivo e "social" da questão. O que vale é o lucro com o título de pilotos e construtores garantido. Por mais que a vaia, as críticas e o ódio sejam dominantes no momento depois de um grande erro da Mercedes (admitido inclusive pela própria equipe), o que vale e sempre vai valer é o negócio. O problema é que grande parte desse negócio é articulado pela paixão dos fãs e o engajamento nos eventos e agora nas redes sociais.

Não é só isso. Toto Wolff, como chefe da principal equipe do momento, tenta colocar seus tentáculos em outros lugares, mas o efeito está sendo o contrário. Esteban Ocon tem boas chances de ficar de fora da próxima temporada pelo vínculo com a Mercedes. Pascal Wehrlein teve que romper com os alemães para ter chances de voltar para a F1, sendo o favorito para ser contratado pela Toro Rosso. George Russell deve assinar com a Williams. Por mais que dê certo, esse vínculo com Wolff/Mercedes fecha mais do que abre portas na F1 por uma questão de lógica, assim como nos casos de Red Bull e Ferrari.

Toto Wolff é o vilão da vez. Ele ocupa a posição que todos sonham: o chefe da principal equipe do momento. Todas suas decisões são amplamente analisadas, de dentro e de fora. Se os negócios estão bem, a imagem perante os fãs está bem chamuscada, mais do que o normal, que seria por estar no topo, com todo mundo na espreita querendo derrubá-lo. Os valores e louros do negócio valem mais que o respeito dos consumidores?

Toto Wolff é o alvo, assim como foi a Ferrari. Agora, não só esportivamente, mas também como instituição. A Mercedes fez aquilo que sempre criticou, e pelo motivo errado. Mas não se iludam. Quando a próxima equipe tiver um domínio tão amplo a ponto de escancarar um jogo de equipe ridículo igual o que vimos ontem, estaremos apontando o dedo.

Até!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

HOJE SIM

Foto: Clive Rose/Getty Images
Só vi a largada e dormi praticamente a corrida toda. Rússia sempre foi assim, uma verdadeira procissão. Nem acidentes têm para animar. Estranhei quando vi o clima de velório no pós-corrida e as críticas de Galvão e companhia a Mercedes. Provavelmente devo ter acordado no meio da prova e ouvi algo relacionado, mas imaginei que fosse um undercut, algo simples porém eficiente.

Bottas simplesmente parou o carro. Escancarou a palhaçada pra todo mundo. Foi pior que Rubinho parando nos metros finais ou o "faster than you" do Massa. Ele liderava a corrida e, naquelas condições, não corria risco nenhum de ser derrotado por Hamilton ou até mesmo por Vettel, como argumentou Toto Wolff depois da corrida.

Um momento: o que mais interessa para as equipes são os construtores. É muito dinheiro investido para brincar de ter esportividade. Então, mesmo com toda a publicidade negativa e as críticas, eles no fundo estão cagando para as nossas opiniões. O que vale é retornar o alto investimento de vários anos. Toto precisa defender seu cargo e garantir que os investimentos da equipe alemã sejam recompensados. De forma prática, a Mercedes está praticamente garantindo mais um título mundial de pilotos e construtores e é isso que importa, não interessa como. O próprio Toto disse: "melhor ser vilão hoje do que idiota em Abu Dhabi". Tanto é que todo mundo do circo

Agora, esse clima pós-corrida de climão e indignação foi patético. Hamilton tentando evitar entrevistas foi constrangedor. Um tetracampeão com a moral que tem tanto na equipe quanto na F1 poderia se recusar a fazer parte disso, afinal não precisa. Se terminasse em segundo, teria 43 pontos para Vettel. Agora, tem 50. Duas corridas inteiras. Já é penta. Poderia ter feito igual ano passado, na Hungria, quando devolveu a posição para Bottas após não conseguir ultrapassar as Ferrari. Agora, vai ser lembrado pra sempre com essa mancha de Sochi, mesmo que na sequência deixe Bottas vencer após garantir mais um título, igual Schumacher na Áustria e Alonso na Alemanha. Fazer aquela cena de trocar troféu com Bottas? Ah, faça-me o favor!

A Mercedes, que sempre se orgulhou de deixar o pau quebrar na pista com Hamilton e Rosberg, mostra que é mais uma hipócrita e covarde, que só deixava isso acontecer porque não tinha concorrentes. Todos sabíamos que Bottas seria usado para otimizar Hamilton contra a ameaça Vettel. Mostra, definitivamente, que não tem sangue de campeão do mundo. A Mercedes, claro, é só mais uma igual as outras, que vai ter cada vez mais antipatia enquanto seu poderio não for terminado.

A F1 hoje é isso: enquanto luta para se tornar moderninha entre aqueles que simplesmente se lixam pela sua existência, acabam realmente deixando de se importar com o mais importante: a disputa e a emoção na pista. Hoje não tivemos absolutamente nada, de novo! Só Max e sua corrida de recuperação para proporcionar um pouco de alívio, mas mesmo assim não foi o suficiente para me manter acordado.

O jogo de equipe sempre vai existir, não é essa a discussão. A Mercedes simplesmente não foi inteligente no uso. Foi burra e vai arcar com as consequências disso em termos de reputação. No entanto, quem se importa quando forem colher os louros dos títulos? O que vai valer mais? Enquanto isso, a F1 segue cada vez mais artificial, tal qual a administração da Liberty Media...

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!