terça-feira, 31 de julho de 2018

DEFININDO O FUTURO

Foto: Getty Images

Com a folga de um mês da Fórmula 1, o foco das notícias passa a ser sobre o mercado de pilotos para a próxima temporada. Excetuando as três grandes (Ricciardo tem tudo para renovar com a Red Bull), o restante do grid não tem contrato definido para 2019. Vamos dar uma passadinha em cada caso para tentar destrinchar o que vai acontecer no ano que vem.

Começamos pela situação mais complexa e dramática. Na última sexta-feira, a Mercedes e Sérgio Pérez ingressaram na justiça contra a equipe, que deve cerca de R$ 50 milhões para eles. A Force India decretou  falência e está sendo administrada pelo Ministério Público inglês enquanto aguarda compradores. Segundo a imprensa europeia, além de Lawrence Stroll, os donos da BWT (empresa que patrocina o time) e a própria Mercedes estariam interessados na compra do espólio.

No entanto, esse no momento não parece ser o principal drama dos indianos. Para continuar no grid nessa temporada, a Force India precisa da aprovação de todas as equipes e, segundo a “Auto Motor und Sport”, McLaren, Williams e Renault são contrárias a isso. As duas primeiras pensam no campeonato e a Renault deseja quebrar o domínio político de Ferrari e Mercedes. Caso isso continue, é possível que a equipe só volte no ano que vem, sob nova direção. Enquanto isso, caso Stroll seja acionista, é provável que o filhote vá para lá. Pérez, que está se mexendo para salvar o time, deve permanecer também.


Pérez e Vijay: inevitável cisão para tentar salvar a equipe. Foto: Reprodução

Até porque tanto Toto Wolff quanto Cyril Abiteboul confirmam que estão negociando a ida de Esteban Ocon para a equipe francesa no ano que vem. A instabilidade da Force India é um bom motivo para trocar de ares. Vale lembrar que Ocon já foi piloto reserva da Renault em 2016. Nico Hulkenberg segue na equipe. Pode sobrar para Carlos Sainz Jr.

Com a renovação de Ricciardo praticamente encaminhada com a Red Bull, o espanhol vai seguir sem espaço nos taurinos. Caso Ocon vá de fato para a Renault, qual seria o destino de Sainz? Bom, muitos apontam que ele pode ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren, formando uma dupla espanhola em Woking. Stoffel Vandoorne está longe de convencer e Lando Norris ainda não mostra estar pronto para subir para a F1.

No entanto, não é mistério que a jovem promessa inglesa foi procurada poucos meses atrás pela Toro Rosso para substituir o eterno tampão Brendon Hartley. Quem seria o parceiro de Pierre Gasly? No momento, não há outro piloto da academia dos taurinos com nível suficiente para adentrar a F1.

Alonso e Sainz: compatriotas podem ser parceiros na McLaren em 2019. Foto: Getty Images 
Por falar em promessa, quem está mostrando resultado na F2 é George Russell, atual líder da categoria. Ele já chegou a fazer alguns testes na Force India e também é piloto Mercedes. Com a negociação da cessão do câmbio dos alemães para o time de Grove em 2019, também é possível que os tentáculos das flechas de prata se extendam para outros negócios. Caso Stroll vá para a Force India, abriria-se um espaço para a chegada do jovem britânico. Pérez também já foi especulado, assim como Kubica também é um nome que está ventilando por lá.


Na Sauber, a morte de Marchionne deixa algumas dúvidas quanto a parceria estabelecida com os italianos, que colocaram o espólio da Alfa Romeo no carro. Leclerc certamente não permanece. Vai para a Ferrari ou a Haas. Não se sabe o quanto Ericsson ainda manda (se é que manda na equipe ainda, que até ano passado tinha como dono um investidor sueco). Pode ficar como pode sair. Se os dois saírem, certamente uma das vagas será preenchida por Antonio Giovinazzi, da academia da Ferrari e que disputou duas corridas ano passado. Se Ericsson também sair, pode ser que Antonio Fuoco, da F2, ou até mesmo Kimi Raikkonen pudesse retornar para a equipe onde tudo começou, em 2001.

Raikkonen ou Leclerc: um dos dois vai ser companheiro de equipe de Vettel no próximo ano. Foto: Motorsport


Para finalizar, na Haas, Grosjean vai ser substituído. A falta de resultados vai pesar, ao contrário de Magnussen,que deve permanecer. Uma dessas vagas pode ser de Charles Leclerc, caso não vá para a Ferrari. Provavelmente deve evoluir um passo em um carro melhor para amadurecer e mostrar serviço. A Haas também tem parceria com a Ferrari. Correm com a versão ferrarista do ano passado, praticamente. Outro candidato a vaga é Sérgio Pérez, oferecendo seu aporte financeiro por aí caso as tratativas com a Force India (ou o que sobrou dela) fracassem.

Por enquanto, tudo é muito nebuloso e incerto. Nos próximos meses, entretanto, os movimentos serão feitos. Os mais importantes: Daniel Ricciardo e Fernando Alonso. O que os dois fizerem vai influenciar boa parte das outras conjecturas, como um efeito dominó. Aguardemos que tudo isso vai se resolver provavelmente somente no ano que vem.

Até!

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