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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ANÁLISE TEMPORADA 2018 - Parte 1

Foto: Fox Sports

Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e Renault:

MERCEDES

Foto: Race Fans
Lewis Hamilton – 10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!

Valtteri Bottas – 8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.

FERRARI

Foto: Divulgação/Ferrari
Sebastian Vettel – 8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca, Vettel  precisa provar que não é apenas fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.


Kimi Raikkonen – 8,5: Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo, mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de guiar onde tudo começou, na Sauber.

RED BULL

Foto: James Allen

Daniel Ricciardo – 8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não pode ficar.


Max Verstappen – 8,5: O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram (exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter 20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro minimamente confiável para brigar lá na frente.

FORCE INDIA (RACING POINT)

Foto: Grand Prix 247


Sérgio Pérez – 7,5: O único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que vem.

Esteban Ocon – 7,0: Outro caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams, pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro incerto.

RENAULT

Foto: Race Fans
Nico Hulkenberg – 7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais, está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.


Carlos Sainz – 7,0: Foi uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria. Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.

Semana que vem tem a parte 2. Até mais!

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

MAX E O KARMA

Foto: Getty Images
Foto: Reprodução/YouTube
2001: líder Juan Pablo Montoya é acertado pelo retardatário Jos Verstappen.
2018: líder Max Verstappen é acertado pelo retardatário Esteban Ocon.

A diferença aqui é que Max conseguiu continuar na corrida. Apesar de dessa vez ter sído vítima, o holandês tem um longo histórico de ser irresponsável e jogar de forma irresponsável a responsabilidade para os outros, que sempre tinham algo a perder. Não dessa vez.

Hamilton enfrentou situação parecida quando foi atrapalhado por Grosjean e Sirotkin em Cingapura. Manteve-se frio e evitou os erros. Maduro, vive o auge da forma. Os cinco títulos e agora 72 vitórias explicam isso, mas o inglês será mais analisado depois.

Max poderia simplesmente ter deixado Ocon, que estava mais rápido, ter passado. Na sequência, muito provavelmente teria conseguido recuperar a volta dada através da bandeira azul. Ou não. Não importa. Dessa vez, Max tinha muito a perder. Uma liderança construída com muito trabalho e uma pilotagem excepcional, superando Ferrari e Mercedes.

Claro que a culpa maior é do francês. Ao ver que Max ia fazer jogo duro, deveria ter recolhido. O toque aconteceu. Ocon vive uma despedida melancólica nesse provável "até breve" na F1, ainda mais agora que foi reportada a provável (agora vai?) contratação de Robert Kubica pela Williams. Max precisa ter jogo de cintura. É isso que separa os grandes campeões de meros vencedores de corridas.

Eu não vou ser hipócrita de criticar Max por empurrar Ocon no pós-corrida. Qualquer pessoa na mesma situação faria a mesma coisa ou até mais. A FIA querer impor punição é ridícula. Ali ninguém é robô, ainda mais com uma vitória brilhante sendo tirada em um incidente fútil. Que fique de lição para o holandês, mas me parece ser difícil. O gênio difícil mimado do progídio é bastante alimentado pelos seus chefes, inclusive Christian Horner incentivou nas entrealinhas que o conflito fosse resolvido na trocação de socos mesmo. Não é papel de dirigente fazer esse tipo de comentário público.

Foto: Lars Baron/ Getty Images

Voltamos para o vencedor da corrida. Mais uma vez, caiu do céu para Lewis Hamilton. Nada é por acaso. Todos os elogios são poucos para esse fantástico piloto. Entretanto, uma coisa preocupa. Desde os Estados Unidos, o desempenho da Mercedes caiu. Problemas com bolhas e a durabilidade dos pneus se tornaram recorrentes. Coincidência ou não, foi logo depois das denúncias da Ferrari. Mesmo assim, o pentacampeonato de construtores veio, com muita festa.

A Red Bull deveria ter ganho dessa vez. Pode se até dizer que seria dobradinha tanto no México quanto hoje, se não fossem os problemas com Verstappen e Ricciardo em cada prova. O australiano voltou a sorrir, fez grande prova e quase foi para o pódio, mais uma vez ocupado por Kimi Raikkonen. Pode ter sido o seu último na categoria, sempre é importante lembrar desse detalhe.

Vettel e Bottas é que estiveram um degrau abaixo. Corrida pavorosa de Vettel. Superado na largada, perdeu posições na pista e nem mesmo com preferência na estratégia conseguiu bom ritmo, tendo que novamente deixar o finlandês passar. De longe a pior temporada do tetracampeão. Com Leclerc, como que vai ser?

Foto: Getty Images
O melhor do resto vem mostrando que é mesmo diferenciado, o tempo no Q2 diante da chuva prova isso. Sétimo lugar, acompanhado das Haas e de Sergio Pérez nos pontos. Alonso se despede do palco onde foi bicampeão brigando arduamente com as Williams para não ficar em último. Isso resume o que virou a McLaren. Apesar dos pesares, o espanhol segue firme e forte com os ingleses para mais um desafio na Indy 500 em 2019.

Confira a classificação final do GP do Brasil:


Até!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

EXERCÍCIO DE ADIVINHAÇÃO

Foto: MotorSport
Geralmente, este seria um post para falar brevemente sobre a etapa da Rússia. Meses depois, impossível não lembrar da Copa. Que saudades. O circuito ainda não tem muito a oferecer para algo ser escrito, então vou pegar o gancho do anúncio da Sauber para fazer algumas projeções para o ano que vem.

Agora, oficialmente, temos seis equipes que já confirmaram seus dois pilotos para o ano que vem. São eles: Mercedes (Hamilton e Bottas), Ferrari (Vettel e Leclerc), Red Bull (Verstappen e Gasly), Renault (Ricciardo e Hulkenberg), McLaren (Sainz e Norris) e os suíços (Raikkonen e Giovinazzi). Portanto, 12 dos 20 assentos já têm dono, incluindo as principais equipes.

Em tese, restam oito vagas. No entanto, algumas já estão confirmadas, mas ainda não de forma oficial. São os casos da Racing Point, com Pérez e Stroll e a provável permanência de Magnussen na Haas. A lista aumentaria para 15.

Restariam as definições na Toro Rosso, Williams e uma vaga na Haas. É aí que entra a adivinhação (ou tentativa, ou nem tanto). Vejamos:

- Toro Rosso: dizem que Daniil Kvyat (sim!) vai ser anunciado como piloto da equipe pela 3423432 vez. Dan Ticktum, piloto da academia dos taurinos, não terá pontos suficientes da super-licença para entrar na F1 e deve ir para a Super Fórmula, no Japão, ainda mais agora que tem a Honda como parceira. Pascal Wehrlein, que não será mais piloto Mercedes no ano que vem, surge como principal candidato e minha aposta para ser companheiro do russo.

- Williams: sem Stroll e o patrocínio da Martini, a equipe de Grove encontra-se em dificuldades financeiras e parece ter sinalizado para a permanência de Sirotkin justamente para isso. No entanto, a imprensa europeia noticia que o George Russell, virtual campeão da F2 e piloto Mercedes, está com um pé na equipe. Por ter motor Mercedes, a tendência é que a equipe tenha descontos no pagamento anual deles através da colocação dos pilotos da academia dos alemães por lá. Nesse caso também se encaixa Esteban Ocon, incrivelmente com grandes possibilidades de estar de fora do grid. Colocando dois pilotos Mercedes ali, a Williams paga menos também. Assim, todos saem ganhando, dentro e fora das pistas.

- Haas: situação mais indefinida do grid. Leclerc seria o ficha um, mas foi alçado para a Ferrari. Os americanos chegaram a sondar Pérez, que optou por permanecer onde está, agora com o capital de Lawrence Stroll. Realmente não vi especulações de nome ventilados por aqui. Magnussen deve ficar e, pelo que vem dizendo o chefão Gunther Steiner, Grosjean não fica. Afinal, não está fazendo por onde. Giovinazzi, outro piloto Ferrari, foi para a Sauber. Como é adivinhação ou palpites esdruxúlos, eu colocaria Vandoorne ali. Outro piloto talentoso chutado pela McLaren formado a dupla dos americanos seria interessante, até para ver se o belga, com um carro e ambiente melhores, seria capaz de demonstrar todos os predicados que possui do tempo das categorias de base.

E vocês? O que acham que vai acontecer com essas últimas vagas abertas na F1? Dê seu palpite!

Até!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

DESESPERADOR

Foto: Getty Images
17 de setembro, mais conhecido como hoje, é o aniversário do talentoso Esteban Ocon, agora com 22 anos de vida (é mais novo que eu; ou seja, estou velho). É evidente que o francês teria muitos motivos para comemorar mais uma data querida (e vai comemorar, obviamente), mas as questões profissionais não coincidem com a alegria da celebração de mais um ano de vida.

Depois do retorno das férias, foram dois acidentes aonde foi vítima. Ontem, foi jogado para o muro por Sérgio Pérez. De novo uma rusga com o mexicano que é repleto de movimentos de caráter duvidoso. Certamente essas coisas não ajudam na definição do futuro de Ocon, mais uma vez vítima.

Na F1 de hoje, como já vimos, não basta ter só talento. Assim como em quase tudo na vida, é necessário ter o que as pessoas chamam de "networking" (ou contatos, fontes, essas coisas todas). Teoricamente, ser piloto da academia da Mercedes já seria um baita contato e porta de entrada para a F1 além do talento. Como foi, aliás, dois anos atrás, ao substituir Haryanto na finada Manor. Ou é isso ou ser piloto pagante ou ter um sobrenome de grife.

Pois bem. Com a Mercedes se recusando a apostar em seus jovens talentos e o grid cada vez mais dominado por pagantes bilionários e sobrenomes, o talento de Ocon hoje não está servindo como referência para nada. Ser piloto da Mercedes, ao invés de ajudar, acaba fechando mais portas. Toro Rosso (pertencente a Red Bull), Sauber, Haas (pertencentes a Ferrari) e a McLaren não irão apostar em alguém que não será possível contar por longos anos. Todos, pelo mesmo motivo, descartaram o francês.

Entenda que não é a falta de qualidade de Ocon (muito pelo contrário) que incrivelmente pode estar deixando ele de fora do grid para o ano que vem. É uma sucessão de fatores políticos e econômicos. Com as grandes adquirindo equipes para abrigar suas jovens promessas, esse seria um caminho natural até chegar um bilionário para ocupar seu espaço. A Mercedes não tem, oficialmente, uma equipe B, apesar de inúmeros acordos com a Force India e a Williams.

Talvez essa pode ser a salvação da lavoura. A falida e decadente equipe de Grove não vai ter mais o canadense rico e o patrocínio da Martini. Já existem informações que George Russell, virtual campeão da F2, vai ocupar uma das vagas. A Mercedes vai dar um belo desconto para a utilização de seus motores na próxima temporada. Seria lógico, portanto, colocar Ocon lá, a única vaga que sobrou. Mais desconto e todos ganhariam nesse negócio.

Ocon não pode fazer o mesmo que Wehrlein, chutado da categoria por falta de vagas e refém da Mercedes. O alemão voltou para o DTM, onde também a Mercedes vai sair, e anunciou que será "agente livre" no ano que vem. Com isso, virou o principal favorito para ocupar um dos assentos da Toro Rosso, sem as amarras de algo que em tese iria ajudar. Outra questão que a imprensa europeia pontua é que Ocon ficaria um ano como piloto reserva da Mercedes para que, se tudo der certo, ser efetivado em 2021. A pergunta óbvia é: e se não der? É desesperador não só para Ocon, mas para todos que gostam da F1 ver que o francês possivelmente vai estar fora da próxima temporada por motivos alheios a sua pilotagem.

Enfim, um feliz aniversário para Ocon. Que o inferno astral tenha acabado e que os astros e negócios se alinhem para que permaneça na F1, mesmo que seja na hoje fraquíssima Williams. É o que tem.

Até!

UM DEGRAU ACIMA

Foto: Getty Images
Foi difícil acompanhar a corrida hoje. Dormi pouco, como sempre, e dessa vez a corrida começou mais cedo, no então tradicional horário das 9h. Dei uns cochilos porque não tinha como não ser diferente.

As únicas coisas que podem animar uma corrida como Cingapura são os acidentes. Só teve um, na segunda curva. Pérez fechou Ocon, que bateu por ali. Mais um incidente entre os ainda parceiros de Racing Point. Todos sabem que sou fã do mexicano, mas hoje ele fez a pior corrida na carreira. Inadmissível a quantidade de erros que cometeu. Aquela fechada no Sirotkin foi criminosa. Incompatível com as oito temporadas e a experiência que possui na categoria. Instabilidades como essa é que não lhe permitiram maiores oportunidades no topo da F1.

A corrida foi uma porcaria, então não há muitos tópicos para comentar. Vou continuar pelo óbvio: mais uma atuação irretocável de Lewis Hamilton. Até agora não sei se a Mercedes escondeu o jogo nesse final de semana todo, mas parece que finalmente o fantasma de Marina Bay foi exorcizado. Pole e corrida magistrais. Sem sustos ou quase isso, só quando Grosjean (outro irresponsável que está fazendo hora extra na F1) ignorou as bandeiras azuis e permitiu a aproximação de Verstappen. Depois disso, seguiu a procissão.

Verstappen fez uma ótima corrida, consistente e cerebral, quem diria. Perdeu a posição na largada e depois conseguiu recuperar em um undercut. Soube administrar a situação do momento sem reações emocionais e colheu um ótimo resultado, o máximo que podia com a atual Red Bull em fim de relação com a Renault.

Vettel e a Ferrari. Quando não é um que vai mal é o outro, quando não os dois. Vettel fez uma largada limpa e tentava conter o dano. Chegando em segundo, as coisas não ficariam tão ruins quanto já estão. No entanto, de forma inexplicável, a Ferrari resolveu parar cedo demais e, com pneus hipermacios, restou ao alemão se arrastar na pista por mais de 40 voltas e chegar em terceiro. Bem distante do favoritismo pré-corrida. Ferrari e Vettel vivem uma grande crise de relação e resultados. A saída de Raikkonen, sempre defendido por Seb, é um forte indício. O alemão está longe da melhor forma e também muito longe de sequer ser competitivo diante de um cirúrgico e excepcional Lewis Hamilton. Está sendo engolido tal qual Rosberg em 2015. A vantagem agora é de 40 pontos.

Bottas conseguiu, sem problemas, ficar quase a um minuto do vencedor da prova. Queda brusca de rendimento. Enquanto isso, Ocon deve ser seu reserva no ano que vem... Alonso tem razão: se a Haas tivesse pilotos melhores, era para estar sobrando como a quarta colocada nos construtores, ainda mais que a Force India perdeu os pontos da metade do campeonato. Os dois ficaram bem longe da zona de pontuação. A Fênix brilhou e foi o melhor do resto, o único que não levou uma volta de Hamilton. É o que pode fazer nessas corridas finais. Leclerc voltou a pontuar, assim como a dupla da Renault.

40 pontos. Diante da fase de Hamilton e Vettel, não é absurdo dizer que o inglês começa a pavimentar o caminho para o penta. O título pode ser sacramentado bem antes do que imaginávamos. No ano passado, foi no México. E agora? Claro, isso tudo pode ir por água abaixo caso Lewis quebre e Vettel se recupere, mas convenhamos: esse não parece ser o quadro mais provável, até porque mesmo quando sofre um revés, Hamilton volta mais forte que nunca, enquanto Vettel desmorona. O emocional está justificando a diferença técnica dos dois tetras.

Confira a classificação final do GP de Cingapura:


Até!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

GP DE CINGAPURA - Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:45.599 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:39.491 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 4x (2011, 2012, 2013 e 2015)

DESANIMADO

Foto: LAT Images

Diante da expectativa de fazer uma temporada de evolução com o motor Renault e o tão badalado chassi, a McLaren até que começou bem, mas depois involuiu. Apesar de vários pacotes de atualização, nenhum deu resultado satisfatório. Diante desse cenário, o diretor Zak Brown não se disse animado com o final da temporada e espera a tão sonhada evolução na próxima temporada.

“Vamos continuar tentando, mas infelizmente desenvolvemos um carro extremamente fraco, que não responde às mudanças, o que consequentemente indica que não temos um bom carro”, disse Brown, entrevistado pelo ‘Motorsport.com’. “Espero, infelizmente, o mesmo tipo de resultados [até o fim do ano]. Talvez dependendo um pouco das características de cada circuito, mas certamente não espero milagres”, lamentou.

O cenário da McLaren é simplesmente melancólico e desesperador. Com os dois pilotos fora da equipe para o próximo ano e aguardando as chegadas de Carlos Sainz e Lando Norris, parece que não há motivação necessária para buscar o algo a mais, apenas o talento de Fernando Alonso. Com um chassi problemático, motor mais fraco em relação aos demais e com pilotos inferiores pro ano que vem, o cenário da McLaren é desanimador não só hoje, mas também para os próximos anos.


SEM DESISTIR

Foto: Getty Images

Ao contrário da McLaren mas em situação igualmente desconfortável por motivo diferente, Esteban Ocon vive um 2019 incerto. Praticamente fora da Racing Point, onde será substituido por Lance Stroll talvez ainda nesse ano e sem espaço nas principais equipes, na Mercedes e nas equipes médias por pertencer ao programa de pilotos da equipe alemã, talvez o único lugar disponível para o francês é a Williams, que tem motores Mercedes. Recebendo o apoio dos fãs e de outros pilotos da categoria, o francês desabafou em suas redes sociais:

“Tenho que agradecer a todo mundo pelas boas mensagens e pelo apoio que recebo a cada dia. Estive em situações difíceis antes e sempre as superamos, minha carreira não foi nada fácil, como vocês sabem. Posso prometer que não vou jogar a toalha neste momento”, escreveu.

A situação fica mais angustiante ao perceber que seus rivais da base (Verstappen e agora Leclerc e Gasly em 2019) já ocupam os principais carros da categoria, enquanto Bottas segue na Mercedes, lugar que poderia ser dele. “A motivação é grande, e meus velhos rivais estão em carros de ponta, e isso me faz ter mais vontade do que nunca. Sonho com a F1, treino F1, como F1, jogo F1 e penso na F1. Nasci para pilotar e meu único objetivo é ser campeão, e vai continuar sendo. Vejo todos vocês neste fim de semana”, completou.

Com apenas 20 carros e a infetação de pilotos pagantes, apenas a academia de pilotos poderia abrir portas. No caso de Ocon, estão fechando. É inacreditável que um cara com o talento de Ocon tenha talvez como única chance de ficar na categoria pilotando a fraquíssima Williams. A F1 está preocupada com tantas coisas, mas parece não ligar para o mais importante: a qualidade das corridas e dos pilotos. Preocupante e lamentável.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 256 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 226 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 164 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 159 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 130 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
10- Esteban Ocon (Racing Point) - 45 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 34 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 415 pontos
2 - Ferrari - 390 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 248 pontos
4 - Renault - 86 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 52 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 32 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 19 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO







sexta-feira, 31 de agosto de 2018

GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:20.089 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006)


NAS CORDAS (OU NA GRADE)

Foto: Crash.net
Como quase sempre, é possível comparar várias disputas com uma luta de Boxe ou o MMA, que está mais em evidência. A Mercedes detém o "cinturão" da F1 desde 2014 e somente ano passado uma desafiante foi capaz de lhe dar algum trabalho. Ainda assim, "and still" (e ainda) campeões. Nesse ano, o cenário parece ser outro: com muito equilíbrio, a Ferrari aos poucos começou a equilibrar as ações. Entretanto, as flechas de prata exploravam os "contra-ataques", o ponto fraco e os erros dos alemães no primeiro assalto. No segundo, os italianos estão conseguindo manter a calma e, com uma sequência limpa de golpes (upgrades mais satisfatórios do motor), está deixando a Mercedes na grade e ameaça virar essa história.

Um frustrado, resignado e preocupado Toto Wolff viu sua equipe, que venceu as últimas quatro etapas em Spa, ser dominada pela Ferrari. Com a pole vinda graças a chuva, o domingo sem o molhado mostrou o óbvio: a superioridade da Ferrari. Bastaram alguns metros para Vettel atropelar Hamilton sem maiores dificuldades.“Fomos engolidos na reta; É uma sensação de vazio. Não fomos bons o bastante. Nosso carro não é o mais rápido, e você pode ver muita diferença. Estamos com falta de tração. Simplesmente não estamos onde deveríamos estar em baixa velocidade [nas curvas]. Estávamos com bolhas nos pneus”, disse o dirigente para a Sky Sports.

O chefão da Mercedes foi além: “Podemos ver que eles têm uma pequena vantagem em termos de potência, e quando você soma isso com nossas fraquezas, especialmente na curva 1, isso causa o duplo golpe. Ainda é possível buscar performance. Mas não há uma bala de prata que, de repente, vai colocar 0s3 ao carro ou ao motor”, concluiu.


A preocupação é evidente. O alerta está claro. A Mercedes vai ter um longo trabalho até o fim do ano para voltar a ser a equipe dominante. Num primeiro momento, vai faltar tempo. A aposta ficaria, talvez, para a etapa da Rússia ou então nas decisões na América e depois Abu Dhabi. Apesar de liderarem os pilotos e construtores, faltam sete etapas. A Mercedes precisa resistir até o fim do round e voltar para o próximo assalto ainda em condições de revidar os ataques da Ferrari. Tudo isso para poder, no fim das contas, gritar "and still" pela quinta vez.

INJUSTIÇA

Foto: Divulgação/ Force India
Até o provável novo piloto da Racing Point a partir de Cingapura concorda que não será justo Esteban Ocon ficar de fora da equipe e potencialmente em riscos de ficar a pé ano que vem. É o que diz o próprio Lance Stroll. O canadense também faz ressalvas para que olhem seus resultados na categoria, afirmando ser merecedor de tal promoção. "“Se meu pai me levar para a Force India, é uma escolha dele. E entendo que não vai ser legal ou justo para Esteban, mas acho que mereço ser mais reconhecido pelos resultados que alcancei”, disse.

Segundo o site "Race Fans", Stroll vai realizar nessa semana, em Silverstone, o molde de assento no carro ex-indiano. No entanto, o canadense não confirmou nem negou que vai se juntar a equipe do pai daqui duas semanas. Stroll vem insistindo na tecla de que não é só apenas filho de um bilionário, mas alguém que merece chegar onde chegou: “Meus resultados e o que eu fiz deveriam ser mais reconhecidos. É muito difícil. Às vezes, um jogador tem mais talento e potencial que outro, mas acontece que ele termine num time de merda e aí, um menos talentoso, recebe um grande salário em um clube melhor", disse.

"Não estou negando que o sistema não é totalmente justo, mas mereço mais do que apenas ser citado que chego com dinheiro, que não é só do meu pai. Além dele, faço parte de parcerias com a JCB, Canada Life e Bombardier, então acho que há uma separação entre mim e meu pai até certo ponto”, finalizou em entrevista ao "The Telegraph".


Que resultados o credenciam ir para a Racing Point? Um pódio sem querer que caiu do céu no ano passado no Azerbaijão? Ficar atrás de um piloto que estava aposentado? Estar a frente da tabela que um outro novato que veio pra ser segundo piloto? Stroll nem deveria estar na F1 se não fosse filho de quem é, simples assim.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 231 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 214 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 146 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 144 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 120 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 40 pontos *
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 37 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 30 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 375 pontos
2 - Ferrari - 360 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 238 pontos
4 - Renault - 82 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 52 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 31 pontos
8 - Sauber Ferrari - 19 pontos
9 - Racing Point Force India Mercedes - 18 pontos *
10- Williams Mercedes - 4 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO










segunda-feira, 27 de agosto de 2018

RETOMADA VERMELHA

Foto: Getty Images
Quando até em Spa Francorchamps a corrida é uma porcaria, isso mostra o tamanho do problema da F1 e a provável incapacidade de resolvê-la em curto-prazo devido, é claro, aos interesses políticos. Bom, Sebastian Vettel não teve nada a ver com isso e teve uma vitória importante pela terceira vez em solo belga. Dessa vez, foi tudo simples: não teve dificuldades para ultrapassar Hamilton na primeira volta e partir para a vitória. Restou a Lewis administrar o segundo lugar e ter a vantagem de 17 pontos no campeonato.

O novo motor da Ferrari deixou os italianos ainda mais fortes. É o carro a ser batido. Isso com certeza está mexendo com a Mercedes. As retas longas de Monza têm grandes possibilidades de repetir o resultado de hoje. Assimilando essa informação, Vettel passa a ser o favorito para o penta, mesmo que esteja atrás na tabela. Hamilton pareceu preocupado. Não tinha como duelar com Seb. Não pode ficar sempre em segundo. Se continuar assim, vai perder a liderança em três corridas. Alerta quase vermelho na atual tetracampeã do mundo.

Max Verstappen aproveitou o azar inacreditável de Kimi Raikkonen (ou seria a zica desse blog?) e os problemas de Daniel Ricciardo para chegar num bom terceiro lugar, uma recompensa para a massa laranja que está dominando os assentos dos autódromos pelo mundo. Largada no fim do grid, coube a Bottas ficar em quarto. Se não foi possível repetir o sábado grandioso, a tal Racing Point "estreou" sendo a melhor do resto e fazendo o quinto e sexto lugares com Pérez e Ocon. O francês, como recompensa, vai parar na McLaren. Meritocracia... Os pilotos mantiveram as pontuações no campeonato, menos a equipe, que mesmo assim já passou a Williams na tabela. Que estreia!

Geralmente ocupando o posto de quarta força, a Haas conseguiu ficar em sétimo e oitavo, com Grosjean (guiou bem, apesar de toda a imprensa ignorar isso e focar somente no terceiro lugar de Ocon no grid) e Magnussen. Fechando os pontos, tivemos Pierre Gasly com a Toro Rosso Honda (sinal de evolução do motor japonês?) e Ericsson, com a Sauber. Isso só mostra que o carro dos suíços está bem competitivo. Imagina o que poderia ter feito Leclerc?

Foto: Mark Thompson/Getty Images

Ficou só na imaginação. Uma barbeiragem inacreditável de Hulkenberg na largada fez um efeito domínio: encheu a traseira do carro de Alonso, que voou por cima de Leclerc, que bateu em Ricciardo, que bateu em Raikkonen... Incrível como o espanhol está se envolvendo nessas decolagens, outra vez em Spa. Hulk já perdeu 10 posições para a corrida da semana que vem, na Itália. No entanto, não podemos ser injustos: apesar de ter cometido uma bobagem, isso acabou sendo o ponto alto da corrida. Literalmente.

"Mas felizmente, para a alegria dos bons, o espanhol soberbo, como uma fênix que renasce, levantou-se do cockpit e deixou em êxtase aqueles que acompanhavam de perto o grande prêmio."

Ademais, interessante notar como Sirotkin está começando a ficar na frente de Stroll. Uma pena que dificilmente irá pontuar. A essa altura o canadense nem se importa, afinal uma vaga quentinha comprada pelo pai vai estar a disposição a partir de Cingapura. Brendon Hartley e Stoffel Vandoorne caminhando a passos largos a deixarem a F1. O primeiro não é novidade. O segundo precisa torcer que a amizade e o histórico com Frederic Vasseur na GP2 sejam suficientes para desbancar o outrora dono da equipe.

Confira a classificação final do GP da Bélgica:


Até!

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:42.533 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

LAUDA VAI SUPERANDO A MORTE, DE NOVO

Foto: Rodrigo Berton/ Grande Prêmio
Internado em um hospital de Viena desde o fim de julho com complicações de uma gripe que contraiu em Ibiza, na Espanha, Niki Lauda vem passando por uma série de procedimentos desde então. Diante das complicações, o tricampeão realizou um transplante de pulmão e segue internado em tratamento intensivo.

Nessa semana, a equipe médica disse para a imprensa que Lauda já consegue falar e respirar sem a ajuda de aparelhos, graças a trabalhos de fisioterapia visando a rápida adaptação ao novo pulmão que recebeu.

Nesses casos de transplante, principalmente em pessoas mais velhas, o tempo de adaptação e recuperação é maior. Portanto, ainda não há previsão de alta para o presidente não-executivo da Mercedes. A tendência é que seja liberado nas próximas semanas e continue os cuidados em casa. Uma das restrições é que Lauda não viaje de avião, portanto que não vá muito longe da Áustria.


Com isso, não deve acompanhar sua equipe pelas corridas no mínimo até o fim do ano. O mais importante é a plena recuperação desse ícone. Para quem já driblou a morte anteriormente, um problema respiratório não há de ser nada. Vida longa a Andreas Nikolaus Lauda!

SUPERA, RED BULL

Foto: Motorsport
Nem mesmo a confirmação de Pierre Gasly como parceiro de Max Verstappen para o ano que vem fez o consultor Helmut Marko virar a página. Falando para uma emissora austríaca, o doutor disse que a negociação com Ricciardo estava apalavrada, mas que de última hora o australiano ligou dizendo que tinha optado pela Renault.

O doutor afirmou que Ricciardo provavelmente não confia no projeto da Honda e que os franceses haviam oferecido o valor que Ricciardo gostaria de receber. No entanto, Marko não acredita que tenha sido uma boa decisão do #3 por entender que os motores franceses ainda estão distantes do desempenho de Ferrari e Mercedes. “Desde 2014 a Renault não está à altura da Mercedes e Ferrari. Perdemos a fé nas garantias de estar na luta com eles no ano que vem. Estou convencido de que, no ano que vem, vamos estar firmemente à frente da Renault”.

E emendou. “Tenho certeza de que não vamos ver nenhum ‘shoey’ em 2019, mas posso entender que, depois de dez anos com a Red Bull, ele precise de um novo desafio. É uma pena porque Daniel é um dos melhores em corrida, suas manobras de ultrapassagem são únicas. Na classificação ele está um pouco atrás de Verstappen, mas ele a compensa com a velocidade em corrida”.

O discurso está claro: tornar Max Verstappen o mais jovem campeão da história. Para isso, é sempre bom ter um capacho por lá, igual Bottas e Raikkonen. Ricciardo não seria esse cara, pelo contrário. Bateu no holandês nas três temporadas em que estiveram lá. Além do motor Honda, esse foi o fator preponderante para deixar a equipe: perceber que o apoio e o trabalho uma hora ou outra se voltaria com toda a carga para o menino prodígio. Ricciardo não quer virar um Webber. A ida para a Renault pode não representar sucesso imediato, mas é aquilo que dá pra chamar de seu "canto" durante dois anos, sempre apostando no futuro de Ferrari e Mercedes pós-2021, possivelmente sem Hamilton e Vettel.


Veremos, aí, quem é o verdadeiro profeta.


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 213 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 189 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 146 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 132 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 45 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 30 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos *
12- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos *
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 27 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 21 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação dos pilotos ainda vai ficar por aqui nesse post.


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 345 pontos
2 - Ferrari - 335 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 223 pontos
4 - Renault - 82 pontos
5 - Haas Ferrari - 66 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos *
7 - McLaren Renault - 52 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 29 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação da antiga equipe ainda vai ficar por aqui nesse post.

TRANSMISSÃO


NOVA CARREIRA

Foto: Motorsport
Você está jogando um save de F1, sendo um piloto ou administrando uma equipe. Geralmente, tudo começa no início (uma redundância). Dessa vez, acontece de você estrear no meio da temporada. É o caso da tal Racing Point Force India, equipe comprada pelo consórcio de Lawrence Stroll que substitui a simpática Sahara Force India, de Vijay Mallya e Bob Fernley, chefe de equipe que já foi mandado embora pela nova administração. Um bom nome no mercado, não é mesmo Williams?

Mas por que Racing Point e tudo novo, embora pareça tudo igual? Para comprar a inscrição da Force India "original", a nova administração teria que pedir diversas autorizações de vários bancos da Índia que possuem acordos com a Force India das antigas. Não haveria tempo hábil para tais procedimentos. Ou seja: o grupo de Stroll comprou a estrutura da equipe (carros e funcionários), e não a inscrição, que ainda pertence a Force India S.A., que foi a falência depois de vários processos contra Vijay, que chegou a ser preso em Londres e pode ser deportado para o país de origem.

No regulamento, uma equipe só pode mudar de nome sem perder os pontos do Mundial se houvesse unanimidade das equipes. McLaren, Williams e Renault acabaram vetando. Possuem diferentes interesses nisso. É uma pena, mas faz parte do jogo. Resumindo: a Racing Point Force India está no Mundial de F1, mas zerada, assim como seus pilotos, Sérgio Pérez e Esteban Ocon.

A Force India acabou. Surge uma nova equipe, com a mesma estrutura da anterior. Outra consequência disso é que a nova administração não vai receber o dinheiro dos direitos comerciais que teria direito pelos próximos dois anos, pois o regulamento diz que uma nova equipe só recebe essa parte da grana se ficar ao menos duas vezes no top 10 em três anos. Só em 2020 que a grana vai entrar nos cofres de Stroll. Convenhamos: é bem possível que a tal Racing Point já ultrapasse a Williams nessa corrida e a Sauber na próxima. Com só dez equipes no Mundial, não há mais dramas.

Foto: Race Fans
Com isso, chega oficialmente ao fim a linda trajetória da simpática Force India (por isso era tolerável esse nome). 191 corridas. Saiu do fim do grid para pódios e até o ano passado era a quarta força do grid, quase falida, apenas com a capacidade de seus profissionais. Logo no segundo ano da equipe, o melhor momento de sua trajetória: a pole de Giancarlo Fisichella justamente em Spa, nove anos atrás. O italiano chegou em segundo na corrida, o melhor resultado da história da jovem equipe, que teve outros cinco pódios, todos conquistados por Sérgio Pérez. O último foi em Baku, meses atrás.

Se o aspecto financeiro deixou a desejar nos últimos anos, fruto da picaretagem de Vijay e do alto custo da F1, a Force India fez um trabalho honesto nas pistas, subindo degrau a degrau para se tornar uma das principais equipes do meio do pelotão, sem a ajuda de uma montadora ou algo do tipo. Para se orgulhar.

E a tal Racing Point?

Que nome feio pra caralho. Nem parece coisa de corrida. Lembra Match Point ou alguma loja de produtos automotivos, algo do tipo. Dessa vez nem carisma salva, até porque isso não existe com Strolls no comando. Aliás, é hora de projetar algumas coisas.

Ao menos para a corrida da Bélgica, Pérez e Ocon seguem na nova velha equipe. Depois, as coisas se complicam. Pelo que a imprensa europeia noticia, Pai Stroll quer colocar o filho na equipe a partir do GP da Itália, no lugar de Ocon. O francês, por sua vez, iria para a McLaren substituir Vandoorne. Kubica assumiria o lugar de Stroll na Williams, que poderia ter Nikita Mazepin como titular no ano que vem, impulsionado pelo dinheiro de outro pai bilionário.

É uma viagem muito grande, uma bagunça revoltante. O que se sabe, certamente, é que o Stroll vai correr pela Racing Point, cedo ou tarde, na Itália ou em 2019. Olha só que legal o clima: correndo na Williams contra o time do pai. Onde foi que a F1 errou?

Vai ser difícil ter qualquer simpatia pela tal Racing Point Force India, mas enquanto Pérez e Ocon tentarei me esforçar. Depois, vai ser difícil. Veremos se, com dinheiro, se mantém a administração eficiente da outrora simpática equipe ex-indiana.

Até!

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 1

Foto: F1

Quando a Fórmula 1 está de férias, você já sabe: é na hora de analisar como está a temporada até aqui, com 12 das 21 corridas disputadas. Hoje, irei escrever sobre Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India e Renault. Vamos lá:

MERCEDES

Foto: Mercedes
Lewis Hamilton – 9,5 = O começo não foi bom. Andando atrás de Bottas e vencido por Vettel, contou com a sorte e a regularidade para vencer pela primeira vez no ano, em Baku. Desde então, deslanchou. Tirando o abandono na Áustria, seguiu regular e com grandes atuações, evidenciada na histórica vitória do GP da Alemanha, onde aliou a sorte com a oportunidade e o talento para chegar em primeiro. Se mantiver a consistência e a Mercedes ter um ritmo melhor tanto nas classificações quanto nas corridas, vai ter grandes chances de fechar o ano com o pentacampeonato.


Valtteri Bottas – 8,5 = É o segundão do Hamilton. Até começou, mas o azar com problemas no carro e o estouro do pneu em Baku, onde iria ganhar, lhe fizeram perder pontos importantes. Apesar dos pesares, já tem contrato garantido com as flechas de prata para o ano que vem. Somando pontos e atrapalhando Vettel: essa é a receita para o finlandês seguir na equipe. No entanto, precisa ser mais rápido e consistente – está zerado no ano – até as Red Bull já venceram se quiser continuar a médio e longo prazo em uma equipe de ponta.

FERRARI

Foto: LAT Images


Sebastian Vettel – 9,0 = Até a França, tinha um ano perfeito. Mais rápido e veloz nas corridas, o alemão poderia ter uma vantagem bastante sólida no campeonato se não fossem os azares e suas barbeiragens em Paul Ricard e principalmente em Hockenheim, quando estava com a corrida ganha. Diante desses momentos, Seb parece mostrar maior instabilidade emocional do que Lewis, que demonstra isso fora do carro. O que poderia ser uma boa vantagem virou uma incômoda situação de 24 pontos atrás na tabela. É quase uma corrida de diferença. Muito. Vettel não pode mais errar. Precisa estar no limite e guiar o máximo que pode para tirar aos poucos a vantagem de Hamilton. Um pouquinho de sorte poderia cair bem também, mas não se pode depender apenas disso.

Kimi Raikkonen – 8,5 = Cinco anos sem vitórias (sendo quatro na Ferrari) e largando atrás do companheiro em todas as corridas até aqui. É possível acreditar que Raikkonen ainda está na Ferrari? Não só isso, mas também não é impossível que permaneça mais um ano por lá. Vejamos: se os italianos mantiveram o finlandês depois de três anos fraquíssimos, é natural que renove com o IceMan depois de temporadas medianas para boas que ele vem realizando desde o ano passado. É o segundo com mais pódios na temporada. Apesar de ser o segundão de Vettel, está faltando maior constância e velocidade. Entretanto, a imaturidade de Charles Leclerc pode lhe permitir adiar por mais um ano a aposentadoria. Vai que a vitória finalmente saia até lá? Poderia ser a chave de ouro do até então último campeão pela Ferrari.

RED BULL

Foto: Getty Images
Daniel Ricciardo – 8,5 = Começo de ano mágico, aproveitando duas oportunidades para vencer (China e Mônaco). Não é possível brigar com Ferrari e Mercedes, apenas com Max. Juntos, bateram em Baku. Depois de Mônaco, o sorridente australiano perdeu desempenho e passou a ser batido pelo holandês, que se aproximou na tabela. As constantes quebras da Red Bull acabam criando distâncias ilusórias entre os dois pilotos. Mais experiente e o que menos errou, os taurinos sabem que podem confiar em Ricciardo quando algo diferente acontecer na pista. A questão é: Ricciardo não parece mais confiar na equipe. Como serão as últimas nove corridas do australiano pela Red Bull?


Max Verstappen – 8,0 = Começo de ano horrível, medonho,  bisonho. Batendo e errando em todas as corridas. Não parecia honrar o carro que pilota. Como todo talento temperamental, é oito ou oitenta. Depois, melhorou aos poucos e conseguiu a vitória na Áustria e alguns pódios. O carro é um limitador, e Max já deixou claro a sua irritação com os franceses. Não há muito o que fazer nesse ano. O grande desafio da carreira de Max é o amadurecimento. Se parar de fazer bobagens na pista e dar declarações ridículas, focado é um dos melhores, e já vimos isso. Do contrário, vai ser apenas mais um piloto veloz e inconstante.

FORCE INDIA

Foto: LAT Images
Sérgio Pérez – 7,5 = Começo de ano da equipe foi bem abaixo do padrão das últimas temporadas. O mexicano sofreu com isso até “achar” um pódio em Baku. Dali em diante, as coisas melhoraram. Entretanto, Ocon parecia mais veloz e constante. Mesmo sem um pódio, estão novamente empatados na pontuação. Diante da incerteza que vive a equipe, difícil fazer um prognóstico para o segundo semestre, se é que irão correr em 2018. No entanto, a eterna certeza é que estão sempre fazendo mais do que é possível, diante das dificuldades apresentadas.

Esteban Ocon – 7,5 = Não tem um resultado exuberante igual ao de Pérez, mas conseguiu regularidade na segunda metade da primeira metade do campeonato, entendeu? O francês é um talento que promete nos próximos anos, mas se imaginava que pudesse estar na frente do mexicano, o que não está sendo possível pelo segundo ano seguido. Pode ser também uma das justificativas para a Mercedes seguir com Bottas. Faltando maturação e uma grande atuação, resta para o francês terminar o campeonato na frente de Pérez, caso a Force India ainda exista.

RENAULT

Foto: Autosport
Nico Hulkenberg – 7,5 = O maior acumulador de pontos da F1, mas segue sem pódio. Com a Renault sendo a quinta força, é difícil cobrar algo. Se até Pérez consegue tirar um coelho da cartola, por que o alemão nunca conseguiu até hoje? Apesar disso, sua temporada é boa. Finalmente teria um companheiro de equipe para duelar, e vem tirando Sainz para nada. Numa equipe de fábrica que aos poucos vai se estruturando, resta para  Hulkenberg esperar pelo futuro que talvez não tenha, além de se preparar nesse semestre para enfrentar Ricciardo no ano que vem.


Carlos Sainz – 7,0 = Abaixo do que poderia render com a Renault. Teve bons resultados, mas isolados. No geral, pode e deve conseguir melhores resultados. Apesar de o futuro reservar diversas possibilidades, tudo ainda é uma incógnita. Essa pressão pode ou atrapalhá-lo em seus objetivos ou então o alavancar rumo a uma Red Bull. McLaren como prêmio de consolação. Toro Rosso nem pensar! Pra isso, precisa pilotar. Até rimou.

E essas foram as primeiras impressões sobre os pilotos nessa primeira metade da temporada. Concorda? Discorda? Comente!

Até a parte 2, fique ligado!

terça-feira, 31 de julho de 2018

DEFININDO O FUTURO

Foto: Getty Images

Com a folga de um mês da Fórmula 1, o foco das notícias passa a ser sobre o mercado de pilotos para a próxima temporada. Excetuando as três grandes (Ricciardo tem tudo para renovar com a Red Bull), o restante do grid não tem contrato definido para 2019. Vamos dar uma passadinha em cada caso para tentar destrinchar o que vai acontecer no ano que vem.

Começamos pela situação mais complexa e dramática. Na última sexta-feira, a Mercedes e Sérgio Pérez ingressaram na justiça contra a equipe, que deve cerca de R$ 50 milhões para eles. A Force India decretou  falência e está sendo administrada pelo Ministério Público inglês enquanto aguarda compradores. Segundo a imprensa europeia, além de Lawrence Stroll, os donos da BWT (empresa que patrocina o time) e a própria Mercedes estariam interessados na compra do espólio.

No entanto, esse no momento não parece ser o principal drama dos indianos. Para continuar no grid nessa temporada, a Force India precisa da aprovação de todas as equipes e, segundo a “Auto Motor und Sport”, McLaren, Williams e Renault são contrárias a isso. As duas primeiras pensam no campeonato e a Renault deseja quebrar o domínio político de Ferrari e Mercedes. Caso isso continue, é possível que a equipe só volte no ano que vem, sob nova direção. Enquanto isso, caso Stroll seja acionista, é provável que o filhote vá para lá. Pérez, que está se mexendo para salvar o time, deve permanecer também.


Pérez e Vijay: inevitável cisão para tentar salvar a equipe. Foto: Reprodução

Até porque tanto Toto Wolff quanto Cyril Abiteboul confirmam que estão negociando a ida de Esteban Ocon para a equipe francesa no ano que vem. A instabilidade da Force India é um bom motivo para trocar de ares. Vale lembrar que Ocon já foi piloto reserva da Renault em 2016. Nico Hulkenberg segue na equipe. Pode sobrar para Carlos Sainz Jr.

Com a renovação de Ricciardo praticamente encaminhada com a Red Bull, o espanhol vai seguir sem espaço nos taurinos. Caso Ocon vá de fato para a Renault, qual seria o destino de Sainz? Bom, muitos apontam que ele pode ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren, formando uma dupla espanhola em Woking. Stoffel Vandoorne está longe de convencer e Lando Norris ainda não mostra estar pronto para subir para a F1.

No entanto, não é mistério que a jovem promessa inglesa foi procurada poucos meses atrás pela Toro Rosso para substituir o eterno tampão Brendon Hartley. Quem seria o parceiro de Pierre Gasly? No momento, não há outro piloto da academia dos taurinos com nível suficiente para adentrar a F1.

Alonso e Sainz: compatriotas podem ser parceiros na McLaren em 2019. Foto: Getty Images 
Por falar em promessa, quem está mostrando resultado na F2 é George Russell, atual líder da categoria. Ele já chegou a fazer alguns testes na Force India e também é piloto Mercedes. Com a negociação da cessão do câmbio dos alemães para o time de Grove em 2019, também é possível que os tentáculos das flechas de prata se extendam para outros negócios. Caso Stroll vá para a Force India, abriria-se um espaço para a chegada do jovem britânico. Pérez também já foi especulado, assim como Kubica também é um nome que está ventilando por lá.


Na Sauber, a morte de Marchionne deixa algumas dúvidas quanto a parceria estabelecida com os italianos, que colocaram o espólio da Alfa Romeo no carro. Leclerc certamente não permanece. Vai para a Ferrari ou a Haas. Não se sabe o quanto Ericsson ainda manda (se é que manda na equipe ainda, que até ano passado tinha como dono um investidor sueco). Pode ficar como pode sair. Se os dois saírem, certamente uma das vagas será preenchida por Antonio Giovinazzi, da academia da Ferrari e que disputou duas corridas ano passado. Se Ericsson também sair, pode ser que Antonio Fuoco, da F2, ou até mesmo Kimi Raikkonen pudesse retornar para a equipe onde tudo começou, em 2001.

Raikkonen ou Leclerc: um dos dois vai ser companheiro de equipe de Vettel no próximo ano. Foto: Motorsport


Para finalizar, na Haas, Grosjean vai ser substituído. A falta de resultados vai pesar, ao contrário de Magnussen,que deve permanecer. Uma dessas vagas pode ser de Charles Leclerc, caso não vá para a Ferrari. Provavelmente deve evoluir um passo em um carro melhor para amadurecer e mostrar serviço. A Haas também tem parceria com a Ferrari. Correm com a versão ferrarista do ano passado, praticamente. Outro candidato a vaga é Sérgio Pérez, oferecendo seu aporte financeiro por aí caso as tratativas com a Force India (ou o que sobrou dela) fracassem.

Por enquanto, tudo é muito nebuloso e incerto. Nos próximos meses, entretanto, os movimentos serão feitos. Os mais importantes: Daniel Ricciardo e Fernando Alonso. O que os dois fizerem vai influenciar boa parte das outras conjecturas, como um efeito dominó. Aguardemos que tudo isso vai se resolver provavelmente somente no ano que vem.

Até!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

VENDENDO A ALMA PARA O DIABO

Foto: Daily Mail
Diante de uma categoria caríssima dominada pelas montadoras e bilionários que desejam colocar seus filhos ali como diversão, a única solução é juntar-se a eles para sobreviver. É o que a Force India está fazendo. Fadada a falir desde que o imbróglio envolvendo o ainda (?) dono Vijay Mallya, a equipe entrou em administração (quando alguém administra no lugar dos donos até surgir um comprador). Segundo o jornal alemão Auto Bild, o comprador é justamente Lawrence Stroll. A intenção já seria colocar o rebento na equipe ainda indiana a partir de agosto, com o retorno das férias de verão na Europa.

Hoje, a Force India já é uma espécie de Mercedes B. Usa o motor alemão e tem lá Ocon faz duas temporadas como forma de pagar menos o uso dos motores. A princípio, o francês estaria a salvo. Iria sobrar para Pérez. Hoje, o mexicano traz uma boa quantia de dinheiro para a equipe, além de ser um grande piloto, claro. No entanto, com a chegada dos Stroll, a grana já não seria necessária, o que faria Checo sair do time, agora ou no ano que vem.

Não pretendo me alongar muito nessa questão agora, mas isso com certeza teria mais desdobramentos na categoria. Se todas essas mudanças acontecem agora, como ficaria a Williams? Pérez iria para lá ou então Kubica (!) assumiria como tampão até o fim do ano? A situação da equipe já é crítica, nada é capaz de piorar, ao menos dentro da pista. Pelo contrário. A parte financeira sim sofreria um duro golpe.

Com a Martini indo embora para o ano que vem e sem o aporte dos Stroll, a Williams estaria ferrada, digamos assim. Somente com o dinheiro do russo Sirotkin (e sem resultados), a condição financeira do time de Grove ficaria mais catastrófica ainda. Claire Williams já disse que se os gastos não diminuírem, a equipe fecha em 2021. Diante do que está acontecendo, não duvido que isso aconteça antes.

Esse é o preço que se paga ao se prostituir para um bando de bilionários clientes que podem ir embora de uma hora para a outra. A lendária equipe de Frank Williams levou uma previsível invertida. A Force India vai se salvar até o momento que Lawrence se cansar. Não é uma parceria. É a contratação de um serviço. Se em determinado período os resultados não vierem, adeus. E mais uma equipe vai entrar em falência ou respirar por aparelhos.

 O rendimento técnico vai cair consideravelmente, mas quem se importa? Se o teto orçamentário não entrar em ação, a tendência da categoria vai ser essa: equipes satélites das principais e bilionários colocando seus filhotes. Muito em breve podemos ter mais Strolls: Gelael, filhos de xeques, etc. É trocar o sofá de lugar e vender a alma pro diabo. No fim, ele vai te sugar tudo, e com juros.

Ah, a Claire poderia aproveitar e pedir pra sair enquanto dá tempo, a exemplo do que fez a Monisha na Sauber. No fundo, sempre me pareceu que estão esperando apenas a morte de Frank para matar definitivamente a sua criação.

Até!