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segunda-feira, 30 de maio de 2022

UM NOVO TIJOLO

 

Foto: Getty Images

Uma Indy 500 como sempre é: repleta de estratégias e reviravoltas. Não teve tantas trocas de liderança, mas Scott Dixon e Pato O’Ward disputaram a maior parte do tempo a liderança. Dixon, pole pelo segundo ano consecutivo, estava na frente em praticamente ¾ da corrida.

Justamente na última parada nos boxes, acelerou demais no pit lane e foi punido, jogando fora todo o trabalho. A Chip Ganassi tinha o favoritismo pelo que apresentou nos treinos, mas as McLarens de Pato e Rosenqvist estiveram no páreo o tempo.

Largando em sexto, Tony Kanaan buscava a segunda conquista do Brickyard. Foi avançando e conseguiu um terceiro lugar. Chegou perto. Hélio Castroneves, que buscava ser o primeiro penta, tinha uma missão inglória. Largando em 27°, conseguiu uma boa corrida de recuperação, mas faltava velocidade para brigar lá em cima. Ainda assim, conseguiu ficar no top 10.

Com Dixon fora, tudo parecia encaminhado para o mexicano O’Ward repetir a dose de Checo Pérez mais cedo e levar o país ao topo. Pelo conjunto da obra, talvez fosse o que mais merecia levar o banho de leite. No entanto, a vida não é sobre merecimento, e sim chegar até o final.

Na última parte da corrida, Ericsson, que ficou no bolo o tempo todo, assumiu a liderança, em virtude de uma das amarelas. Sem parar, tinha uma vantagem confortável até que Jimmie Johnson, o da Nascar, bateu faltando duas vezes. Geralmente se encerraria com bandeira amarela, mas sabe-se lá porque deram bandeira vermelha. Estava tudo desenhado para Pato O’Ward.

O que vimos nessas voltas finais foi uma defesa espetacular de Ericsson, de cinema. Fechou a porta e rumou para uma improvável vitória na Indy 500. Ele encerrou o jejum de 10 anos da Ganassi e foi o segundo sueco a tomar banho de leite (o único até então havia sido Kenny Brack, em 1999).

Por não ser uma figura carismática ou ter uma grande passagem na F1, ficou aquele anticlímax. Era melhor para todos que Pato tivesse vencido, mas Ericsson teve seus méritos. Depois que saiu da F1, veio para Indy e foi evoluindo aos poucos. Ano passado, teve as primeiras vitórias. Agora, a consagração máxima. De quebra, assumiu a liderança do campeonato, com O’Ward na cola.

Os pilotos podem evoluir e serem felizes em outros lugares. Sempre é essa a lição que fica quando acompanhamos outras categorias. Nem todo mundo vai ser Max Verstappen ou Lewis Hamilton. Se Ericsson não é o suprassumo do automobilismo, ele mostrou méritos para estar na história de uma das corridas mais tradicionais do esporte. É sobre isso.amHamHa

Para Pato O’Ward, fica a frustração de ter chegado perto. No entanto, a grande recompensa pode chegar nos próximos meses. Com Ricciardo cada vez mais fora da McLaren, o mexicano é um candidato natural a assumir essa vaga, além de Colton Herta. Apesar de mexicano, seria do interesse da categoria alguém com proximidade do mercado americano para reforçar a categoria, além das três etapas inseridas no calendário.

Não foi das corridas mais emocionantes mas o final compensou. Como mágica, vimos a história e o improvável acontecer. Pode até não ser o que gostaríamos em termos estéticos e de narrativa, mas precisamos respeitar e admirar. A Suécia de Ronnie Peterson tem um herói para chamar de seu. Um novo tijolo em Indianápolis.

Até!


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ANÁLISE DA TEMPORADA 2018 - Parte 2

Foto: Daily Express

Fala, galera! Segunda e última parte da tradicional análise da temporada. Agora, com as equipes que restam: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber. Vamos lá!

WILLIAMS

Foto: F1i
Lance Stroll – 5,0: Conseguiu a proeza de ser superado em treinos pelo lanterna do campeonato. Como recompensa, vai subir para a Force India (Ou Racing Point, sei lá que diabos vai ser o nome) graças ao dinheiro do pai Lawrence, como sempre. Tem um ritmo de corrida melhor, mas isso não quer dizer muita coisa. Queimar etapas custa a reputação de piloto pagante eterno. Agora, a concorrência é Pérez, não um semiaposentado Massa ou o novato Sirotkin. A competição vai ser mais alta, assim como a chance de capitalizar mais pontos também. Será que Stroll vale mais do que ser o contrapeso do pai?

Sergey Sirotkin – 5,0: Perder para Stroll é o fim da picada, mesmo que a Williams seja uma porcaria e o russo seja o novato. Uma passagem sem brilho, sem graça, sem muito o que comentar além disso. Que seja feliz em outra categoria.

TORO ROSSO

Foto: LAT Images
Pierre Gasly – 7,5: Com um “carro-experiência”, teve alguns brilharecos que foram significativos. O quarto lugar no Bahrein foi o ponto alto, assim como outros grandes resultados pontuais em Mônaco. Pegar a Toro Rosso nessa temporada era uma verdadeira bucha de canhão. Ninguém poderia esperar algo. Pelo que garganteia a Red Bull, confirmada pela equipe satélite, o motor evoluiu e falha menos. Significa bater de frente com os tubarões? Não, mas permite um crescimento animador para as próximas temporadas. Por falar em crescimento, a brecha de Ricciardo permite a Gasly lutar com Verstappen. Vai ser difícil e provavelmente deve ser derrotado. Cabe ao francês justificar a que veio. A primeira amostra foi positiva.


Brendon Hartley – 5,0: A própria equipe comentou que o neozelandês em nenhum momento pareceu ter se adaptado ao carro, talvez fruto de um longo tempo sem correr em monopostos. A verdade é que Hartley teve poucos brilhos (em alguns treinos) e quase nenhum nas corridas, seja por acidentes, falta de velocidade, problemas da Honda ou as três coisas juntas. Assim como Sirotkin, não vai fazer falta. Não é mau piloto e com certeza vai continuar se destacando nas outras categorias.

HAAS

Foto: Grand Prix 247
Romain Grosjean – 5,5: Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos, apesar de acreditar que a ascensão de Leclerc tenha limado as opções do time de Gene Haas. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.

Kevin Magnussen – 7,0: Brigou até o final pelo posto de melhor do resto. Começou bem a temporada mas depois teve altos e baixos. Ainda assim, o jeito durão e o fato de ser odiado por quase todos os pilotos o faz ser um personagem interessante e às vezes até sensato quando discorda do Halo e fala de forma franca com todos. Esse mesmo comportamento está lhe fazendo virar quase uma chicane ambulante. Precisa parar com isso. Conseguiu superar Grosjean sem dificuldades e tem tudo para fazer de novo no ano que vem. Com isso, vai garantindo mais alguns anos na categoria, o que parecia impensável depois de ter sido dispensado pela McLaren, mostrando que há sim luz no fim do túnel.


McLAREN

Foto: Autoracing
Fernando Alonso – 7,0: A última (?) temporada de Alonso na F1 começou promissora assim como a equipe. Pontos nas primeiras etapas e o sentimento de que “nós podemos lutar”. Bom, o sonho virou pesadelo na sequência e isso mostrou para todos que o chassi da McLaren não era tão ótimo quanto parecia ser para justificar o fim da parceria com a Honda. Sem desempenho e carro, Alonso foi murchando até perceber que não tinha mais forças para andar outra vez com carros tão ruins. Com o mínimo, conseguiu bons pontos. Tomara que possamos continuar desfrutando de seu talento ainda com grande assiduidade.


Stoffel Vandoorne – 5,5: Mais um fritado pelo péssimo momento da McLaren. Claro que o belga não se ajudou e fez uma temporada horrível, mas no ano passado foi reportado pela própria equipe que Vandoorne foi “sacrificado” ao não testar os novos componentes do carro, que iam todos obviamente para Alonso. Não acredito que alguém tenha desaprendido a guiar, ainda mais um cara com um currículo tão invejável quanto o de Vandoorne. Parece ter sido o caso de uma jovem promessa, o leão da base que não confirmou no “profissional”. As circunstâncias não ajudaram e o belga agora precisa retomar a confiança na F-E. Não é o ideal, mas ainda torço para seu improvável retorno a categoria.


SAUBER

Foto: Getty Images
Marcus Ericsson – 6,0: Não é exagero dizer que essa foi justamente a melhor temporada do sueco. Talvez tenha sido a que a Sauber mais evoluiu, o que também é uma surpresa. O que não foi novidade é que ele perdeu de novo para um companheiro de equipe. Reestabelecendo a ordem natural das coisas, dessa vez ele saiu. Mesmo assim, impressiona ter sido tão dominado por alguém novo como Leclerc. Claro que o talento dele é diferenciado, mas o sueco mostrou que já estava fazendo hora extra na F1 e de certa forma saiu por cima da Sauber rumo ao sonho americano.


Charles Leclerc – 8,0: Repleto de grandes momentos, a mostra de seu talento ficou evidenciada quando acertou aquela volta na chuva no Brasil que garantiu a ida pro Q3. Charles é um piloto pronto. Mostrou maturidade, consistência e velocidade. Diante da temporada frágil de Vettel, o monegasco começa na Ferrari sem nada a perder e é o futuro da categoria. Verstappen também que se cuide porque agora há outro jovem com potencial em uma equipe grande como parâmetro para comparação. Leclerc somou pontos importantíssimos e ajudou na evolução da Sauber, aliada ao retorno da Ferrari como parceira dos suíços. Sem dúvidas o novato do ano e futuro protagonista da F1 daqui não muito tempo.

Essas foram as minhas análises. Concordam? Discordam? Comentem!

Até mais!

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

TIFOSI À ESPERA

Foto: Getty Images
Nunca o cenário esteve tão favorável para a Ferrari finalmente voltar a vencer em casa. A última vez foi em 2010, com Alonso. Hoje, o motor mais potente permite afirmar que estão superiores aos atuais tetracampeões. Se a chuva não aprontar (o que vem acontecendo com frequência para estragar os planos ferraristas) ou Vettel não cometer um erro bobo, as chances de uma vitória consagradora são quase certas.

No entanto, geralmente são nesses casos que o imponderável age e nos deixa sem graça. Não digo que torço contra a Ferrari, mas torço para uma corrida movimentada. Sempre sequei hegemonias, independente de quem seja. Com pista molhada, as distâncias diminuem e o imponderável aumenta.

Ademais, a nota do dia foi o capote de Ericsson. Mais uma vez a asa traseira foi a causadora do problema. Tá na hora de tirar esse artefato ultrapassado e perigoso da nossa F1! Onde já se viu? Bando de neandertais! (Bom, Ross Brawn pretende fazer isso em breve - ainda bem).

Foto: Reprodução



Choveu forte no primeiro treino, então basicamente não há nada para tirar como base. Vou postar igual só para que todos apreciem a Racing Point entre os três primeiros e Hartley em quarto. O resto das forças estão a mesma de sempre. Confesso que estou cansado de repetir as coisas aqui, menos o novo álbum do Eminem. Recomendo!

Confira os tempos do treino livre para o GP da Itália:




segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: Divulgação

Olá, pessoal! Agora, a segunda parte da análise do que vimos até aqui nessa temporada 2018 da F1. Vamos com o resto: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber.


WILLIAMS

Foto: LAT Images
Lance Stroll – 5,5 – O carro é ruim e o piloto é ruim, ou então o menos pior da Williams. O problema aqui nem são os pilotos. Ou melhor, são as causas deles. Ao optar pelo dinheiro de ricos sem talento, não há perspectiva de melhora no futuro próximo. Virar uma Mercedes B é uma realidade, a única para que a equipe ainda exista. Depois de sugar toda a energia vital da vítima, parece que Stroll vai se alimentar da saudável porém quase falida Force India no ano que vem. O piloto cliente vai seguir sendo bancado até o papai cansar da brincadeira. Ao menos pontuou uma vez nesse ano, o que não diminui a falta de qualidade que existe como piloto.

Sergey Sirotkin – 5,0 – Carro ruim e piloto inexpressivo, ignorado pelas transmissões por motivos óbvios. Quando não está com problemas, está atrás de Stroll e raras vezes a frente. Pegou uma bucha de canhão. E o pior: pagou caro por isso. Espera que tenha valido a pena dar uma volta ao mundo para correr com os melhores porque vai ser difícil que esteja por lá como titular no ano que vem. P.S.: torcendo para que vença Stroll, embora saiba que é difícil.

TORO ROSSO

Foto: Sky Sports
Pierre Gasly – 7,5 – A Honda ainda segue como um motor instável e com muitas falhas, mas é inegável também que está evoluindo. Não é absurdo escrever que, talvez, esteja no mesmo nível da Renault. Diante disso, o francês pontuou “só” três vezes, mas foram resultados expressivos: um quarto e dois sextos lugares. Gasly vem agradando a alta cúpula da Red Bull e talvez possa ser recompensado com uma até então improvável ascensão à equipe mãe de forma tão rápida. Para que isso seja possível, basta manter a regularidade e aproveitar as chances que aparecem.


Brendon Hartley – 5,0 – Veio para tapar buraco de Kvyat e ganhou a vaga para esse ano. Só não saiu ainda porque a Toro Rosso não consegue substituí-lo (tentou Lando Norris). Conseguiu ser recontratado pelo grupo que o chutou quando jovem. Vencedor em Endurance, estava pronto para ir a Chip Ganassi pela Indy. Muitos problemas no carro, acidentes e pouquíssimos pontos, sempre mais lento que Gasly. Não pode reclamar. Sabe que está no lucro e parece estar se divertindo nesse mundo que parecia tão irreal nos últimos anos.

HAAS

Foto: Autosport
Romain Grosjean – 5,0 – Acidentes e oportunidades desperdiçadas. Tirando o erro de pit stop na Austrália, tudo foi culpa dele. Acidente na Espanha, batida em Baku e outras diversas barbeiragens. Perdeu a confiança do Gunther Steiner. Será trocado no final do ano. Também não pode reclamar. Acho que seu tempo na F1 acabou. Até que foi bastante. A não ser que aquele Grosjean da Lotus ressurja. Não parece ser o caso.

Kevin Magnussen – 7,0 – Poderia estar mais na frente na tabela. O carro da Haas oferece essas condições. No entanto, está fazendo a sua parte. Veloz e constante. Também, basta não bater para ser suficiente a superar Grosjean. Para garantir sua vaga de vez na equipe americana, é preciso continuar somando pontos valiosos para os construtores, o que é também dinheiro valioso para Gene.

McLAREN

Foto: Motorsport
Fernando Alonso – 7,5 – Estávamos enganados. O problema não era só a Honda. O chassi também é ruim. Assim, nem mesmo a potência da Renault fez a McLaren andar muito para frente. Apesar disso, Alonso parece estar disposto a ainda ser melhor que o MCL33. Aparentemente desmotivado da F1 e mais preocupado em completar a Tríplice Coroa, a categoria virou mais um hobby do espanhol, também focado no WEC. A McLaren vai ter mais algumas corridas para lhe convencer a ficar. Na F1, é o único espaço disponível. Do contrário, foi um prazer ter visto Fernando Alonso correr por aqui. Espero que o espanhol e a equipe de Woking façam suas partes.


Stoffel Vandoorne – 5,5 – Difícil de defender. Até começou razoável, depois foi ladeira abaixo. Segue com problemas na McLaren e sempre muito abaixo de Alonso, que continua fazendo milagres. No entanto, isso parece ser a tônica de todos os companheiros do espanhol: serem piores do que realmente são. De um lado, Lando Norris, apoiado pelo chefe Zak Brown. Do outro, Pérez e outros abutres de olho na sua vaga. Parece improvável que permaneça para 2019. Precisa ser um pouco Alonso para convencer a cúpula de Woking a seguir acreditando no seu potencial e histórico vencedor na base.

SAUBER

Foto: F1i
Marcus Ericsson – 6,0 – Com o carro um pouquinho melhor, pontuou algumas vezes. Ainda assim, vai ser dominado por mais um companheiro de equipe. Ao menos, dessa vez, Leclerc não será chutado da categoria como recompensa. O acordo com a Alfa Romeo nos faz ter dúvidas quanto ao poder do sueco frente a equipe. Talvez não apite mais nada por lá e esteja com os dias contados. Giovinazzi deve substituir Leclerc. Vários estão de olho na outra vaga. Haja dinheiro para continuar na F1.

Charles Leclerc – 7,5 – A revelação do ano. A Sauber, novamente com o apoio da Ferrari, voltou a crescer, o que deu condições para o monegasco se destacar. É evidente que o talento do campeão da F2 no ano passado é maior que isso. Tão maior a ponto de ir direto para a Ferrari? As chances são boas, mas ainda não sabemos. Se continuar mágico assim, junto com a evolução do C37, a resposta pode ser positiva. Em todo caso, se algo der errado, já vai ter garantida a “pequena promoção” para a Haas.

Pessoal, essas foram as minhas análises. Gostaram? Discordaram? Comentem! Até o retorno da F1. Fui!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

PARA LAVAR A ALMA

Foto: Getty Images
No sábado, quando Lewis Hamilton abandonou o treino depois do Q1 com problema hidráulico , jamais poderia ter imaginado a volta que a F1 daria 24 horas depois. Largando atrás e vendo o rival Sebastian Vettel disparando na frente com a Ferrari, que aparentemente possui o melhor conjunto da F1 atualmente, tudo parecia encaminhado para que a vantagem do alemão aumentasse no campeonato. Até que a chuva caiu.

Escalando o pelotão e chegando no quinto lugar, distante do pelotão, Hamilton estava se contentando com os 23 pontos de vantagem que Vettel abriria com aquele resultado momentâneo. Com a chuva, muitos apostaram parando antes. Alonso, Leclerc e Verstappen, por exemplo. Dois pits errados e viraram carta fora do baralho. Sorte para Max que a distância para o restante do grid era gigante e, mesmo assim, conseguiu ficar em quarto. Entretanto, poderia ter brigado pela vitória, diante da pista estar afeita ao seu modo de pilotagem "selvagem", digamos. Por falar em sorte, parece que essa abandonou Ricciardo depois de Mônaco. Mais um abandono, logo no início da prova.

Na frente, Vettel liderava sem sustos. Bottas e Raikkonen na sequência. O finlandês da Ferrari parou nos boxes antes. Se deu bem, deu um undercut nos dois e era líder. Era claro que faria duas paradas, ao contrário do compatriota e do companheiro de equipe. O campeão do mundo de 2007, que todo mundo sabe que virou um "capacho com grife" de Seb, teve que ouvir um "faster than you" glamourizado, para não atrapalhar as pretensões do único piloto da Ferrari com chances de piloto.

A chuva. Muitos carros deslizavam pela pista, outros tentavam o pulo do gato e pararam antes. Na segunda curva após a entrada no antigo estádio, o tetracampeão mundial escapou à la Zonta em 2000. Justo na corrida em casa, quase literalmente falando (Hockenheim fica bem perto de Heppenheim, onde Seb nasceu). Mais um erro bobo. Inacreditável. Todo o domínio do final de semana ficou na brita. Não é de hoje que Vettel parece fraquejar e cometer erros inadmissíveis para um piloto de seu calibre justo na hora decisiva. Se não for campeão, certamente a imagem dele socando o volante após bater vai ser o símbolo da derrota, igual quando Massa rodou na Malásia ou a mangueira presa em Cingapura. O maior erro da carreira de Vettel.

Foto: Getty Images
Por outro lado, Hamilton fazia a maior atuação da carreira. Durante o Safety Car, Bottas e Raikkonen foram novamente para os boxes. O inglês faria o mesmo. No meio do caminho, decidiu permanecer na pista, cortando o caminho onde estava na entrada dos boxes para voltar ao traçado. Mais uma vez a Mercedes ia comer mosca e o inglês, no feeling, corrigiu o que seria mais uma burrada do time alemão. Isso deu polêmica e eles tiveram que se explicar para os comissários da FIA, que apenas fez uma advertência depois da corrida. Quando o SC saiu, Bottas ousou atacar Lewis, para desespero de Toto Wolff. O óbvio veio depois: um "pára-te quieto" para o #77 sossegar em segundo, sem encher o saco. Afinal, foi para isso que seu contrato foi renovado: ser o capachão das flechas de prata. E assim a corrida seguiu até o fim.

O que poderia ser uma desvantagem gigante virou uma considerável vantagem de 17 pontos de Hamilton para Vettel. Os pontos de hoje podem fazer muita falta. Entretanto, a Ferrari parece estar mais forte e com motor mais potente. Em circuitos de alta isso pode fazer a diferença, no que antes era o trunfo da Mercedes. A Red Bull pode roubar pontos na próxima etapa, na Hungria, e também em Cingapura, por exemplo. Uma coisa é certa: mais fácil Ricciardo e Verstappen desencantarem de novo do que os finlandeses submissos conseguirem algum brilho durante a temporada, do jeito que as coisas andam.

Foto: Getty Images
A chuva, que deu as caras pouquíssimo tempo na pista (caiu um toró daqueles de dar bandeira vermelha depois da prova) deixou tudo mais caótico. Por exemplo, Hulkenberg "o melhor do resto". Incrível como isso só acontece quando não há mais esquisitices lá na frente. Grosjean pontuando pela segunda vez no ano: isso já diz tudo. A dupla da Force India voltando a mostrar a consistência que é a marca registrada e, o melhor, de tudo: Ericsson e Hartley nos pontos. Sim! Viva a chuva!

Note, caro leitor, que nem assim a Williams é capaz de marcar míseros pontinhos. Nem eles e nem Vandoorne, há um bom tempo deixando a desejar. No caso do belga, não dá para desistir do talento que já mostrou. Está sendo sacrificado pela McLaren em prol de Alonso. Ano passado foi assim e será sempre com qualquer um que dividir a equipe com o espanhol. Faz parte do pacote, mas poderia estar mostrando mais, de fato.

Confira a classificação final do GP da Alemanha:


Até!


segunda-feira, 9 de abril de 2018

VETTEL 200, 100%

Foto: Getty Images
Um final de semana quase perfeito para a Ferrari. Pela primeira vez desde 2004, os italianos começam uma temporada com duas vitórias nas duas primeiras corridas. Pela primeira vez desde 2011, Vettel começa o ano com duas vitórias. Ao contrário de duas semanas atrás, a vitória no Bahrein foi categórica, o que não quer dizer que foi tranquila. Muito pelo contrário. Tudo isso na corrida número 200 do tetracampeão mundial.

Me parece que a Mercedes está tão habituada a controlar tranquilamente as corridas que nessa prova, ao perceber o domínio da Ferrari, tentou ser mais esperta nas estratégias, fazendo com que Hamilton e Bottas parassem apenas uma vez. Os italianos haviam inicialmente programado duas paradas. Entretanto, ao perceberam a tentativa dos alemães, trataram de parar com Kimi e deixaram Vettel até o final, vendo que o pneu macio poderia durar, com dificuldade sim, até o fim. Hamilton fez seu papel de corrida de recuperação. Em nenhum momento teve chances de vencer, mas conseguiu um terceiro lugar para conter os danos. Bottas, ao perceber que era mais rápido com os médios, até diminui o ritmo para poupar pneu, contando com a parada de Vettel. A Ferrari arriscou e se deu bem. A Mercedes subestimou e perdeu outra corrida. Bottas sequer esboçou um ataque no tetra. Para quem está pressionado por resultados para se manter na equipe, a amostragem inicial não é boa.

O cara do final de semana é Pierre Gasly, sem dúvidas. Logo na segunda etapa da parceria Toro Rosso-Honda, o melhor resultado dos japoneses no retorno para a F1. Evidente que isso só foi conquistado diante dos abandonos de Raikkonen e das Red Bull, além da Honda ter trocado de motor logo na segunda etapa. Se confiabilidade e durabilidade não parecem ser grandes coisas agora, ao menos no Bahrein o francês conseguiu fazer uma prova de autoridade, com uma bela defesa de posição diante de Magnussen logo após o final do Virtual Safety Car. Talvez seja uma brecha interessante testar a potência do motor sem se importar com o regulamento para ver se vale a pena para a Red Bull trocar de fornecedora, assim como a Ferrari poderia fazer isso com a Haas ou a Sauber e a Mercedes com a Williams...

Foto: Reuters
A fratura da fíbula e tíbia do mecânico da Ferrari foi uma imagem feia de se ver e custou o pódio de Raikkonen. Uma frustração e raiva tremenda, sem dúvida. O Iceman as vezes se perde no personagem. Mesmo indignado com o erro, poderia ao menos dar apoio para um colega de equipe que agonizava no chão e com uma grave lesão (rimou). O mecânico está bem. A questão da tecnologia com o acionamento humano é sempre uma questão complicada. Um erro causou o outro, que culminou nessa situação. A Ferrari perdeu bons pontos nos construtores. Incrível como os pit stops nesse início de ano estão sendo perigosos.

Mais uma vez a confiabilidade vai minando um trabalho de Adrian Newey. Ricciardo, que vinha em quarto e tem um bom ritmo de corrida para incomodar alemães e italianos, ficou pelo caminho logo na terceira volta. Verstappen, por sua vez, precisa de uma conversa ou de uma reavaliação de seus atos. Uma coisa é ser agressivo com Hamilton ou outro piloto de alguma equipe menor no fim da temporada ou quando alguém irá recolher o carro pois tem algo a perder. Hoje, com Lewis, não foi o caso. O tetracampeão engrossou o caldo e jogou duro com o holandês, que pagou com o abandono da prova. Já é o terceiro ano de Max na Red Bull, e parece estar repetindo os mesmos erros. Escreverei sobre isso com mais detalhes durante a semana...

Hulkenberg conseguiu um bom sexto lugar para a Renault. Sainz fez uma corrida ruim e sequer pontuou. A McLaren padece do mesmo mal que a Red Bull: ruim em volta lançada, mas na corrida a história é outra. Alonso e Vandoorne sólidos na zona de pontuação. Entretanto, a distância para as outras três equipes é abissal, até para a Haas se bobear. Magnussen cumpriu seu papel e trouxe os primeiros pontos dos americanos, que poderiam estar em terceiro nos construtores agora.

Outro destaque da corrida foi Marcus Ericsson e a Sauber, que conquistaram um surpreendente nono lugar, sem sustos, graças a estratégia acertada de uma parada. Tudo bem que o sueco nem deveria estar na F1 por ter perdido para todos seus companheiros de equipe, mas hoje ele mandou bem. A Force India conseguiu seu primeiro pontinho graças a uma ultrapassagem de Ocon no final da corrida. Com isso, apenas a Williams está zerada no campeonato. Eles fizeram a escolha deles: fechar o grid não é problema nenhum, desde que o dinheiro entre. Agora, que se explodam.

Confira a classificação final do GP do Bahrein:




quarta-feira, 21 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 2

Foto: Continental Circus

Sem mais delongas, vamos com a segunda e última da análise da pré-temporada, projetando o que irá acontecer em Melbourne e no desenrolar da temporada:

RENAULT SPORT F1 TEAM

Pilotos: Nico Hulkenberg (#27) e Carlos Sainz Jr (#55)
Chefe de equipe: Cyril Abiteboul
Títulos de pilotos: 2 (2005 e 2006)
Títulos de construtores: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 35
Pole Positions: 51
Voltas mais rápidas: 31

Foto: F1Mania
O R.S. 18 parece sólido, sóbrio e evoluindo em bons passos. Dessa vez terá dois pilotos no time, o que é fundamental para o desenvolvimento do projeto. Com mais dinheiro e a instabilidade de McLaren e Force India, os franceses parecem nesse instante fincados como a quarta força da F1. O duelo Hulkenberg-Sainz promete. Finalmente o alemão será desafiado nessa sua última oportunidade de ao menos buscar um pódio na categoria. Para o espanhol, é a oportunidade de confirmar o hype de “novo Alonso” e, quem sabe, substituir Ricciardo na Red Bull no próximo ano.

RED BULL TORO ROSSO HONDA

Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Brendon Hartley (#28)
Chefe de equipe: Franz Tost
Vitórias: 1
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 1

Foto: F1
A grande surpresa até aqui. Se todo mundo esperava uma grande chacota com o combo carro ruim + pilotos inexperientes + Honda (o nome diz por si só), parecemos redondamente enganados até aqui. A filial taurina foi uma das que mais andaram nesses oito dias de teste, com a Honda apresentando pouquíssimos problemas. A grande questão: será que o motor japonês foi utilizado em sua máxima potência? Se sim, parece ser promissor. Se não, foi apenas mais do mesmo. Com Gasly e Hartley no volante, tudo fica mais incerto ainda em virtude da inexperiência de ambos na categoria. Entretanto, o teste pode provar que a Toro Rosso Honda não vem para largar nas últimas posições, a princípio.

HAAS F1 TEAM

Pilotos: Romain Grosjean (#8) e Kevin Magnussen (#20)
Chefe de equipe: Gene Haas

Foto: Wheels24
Haas + Ferrari é a mesma parceria dos tempos dos italianos com a Sauber nos anos 2000. Com quase tudo que o regulamento permite oriundo do SF70H, os americanos devem ter um ano melhor, brigando regularmente pelos pontos. Grosjean e Magnussen cometem muitos erros sendo pilotos de características diferentes, mas deixo o meu apoio ao filho do Jan porque foi um dos únicos a sensatar, criticando de forma devida o que é o Halo. Em uma perspectiva otimista, a Haas tem boas chances de brigar com a Renault pelo sétimo lugar nas corridas, o que já é ótimo.

McLAREN F1 TEAM

Pilotos: Fernando Alonso (#14) e Stoffel Vandoorne (#2)
Chefe de equipe: Zak Brown
Títulos de pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)
Títulos de construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)
Vitórias: 182
Pole Positions: 155
Voltas mais rápidas: 155
Foto: AutoBlog PV8

As expectativas serão altas até o fim do ano. Laranja papaia no carro, Renault no lugar da Honda... uma nova era para resgatar o passado vencedor do time de Woking. Realidade: de novo foi a equipe menos andou nos testes. O carro tem potencial para ser a quarta força, mas talvez em um segundo momento. Alguns problemas naturais com o motor francês, mas o superaquecimento do carro permite a pergunta: a Honda era a única vilã? Saberemos durante o ano se os ingleses forem incapazes de solucionar os problemas que lhe assolam até aqui, que deve culminar em um provável abandono no GP da Austrália.

ALFA ROMEO SAUBER F1 TEAM

Pilotos: Marcus Ericsson (#9) e Charles Leclerc (#16)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Voltas mais rápidas: 3

Foto: RaceFans
Alfa Romeo. Charles Leclerc. Motor Ferrari atualizado. Toro Rosso Honda. Parecia lógico, mas os suíços irão continuar no fim do grid. O carro melhorou, é verdade, mas os dos outros também. O processo não funciona do dia para a noite, principalmente para quem não dispõe de tantos recursos financeiros (caso dos suíços) e de pilotos capacitados (caso dos suíços de novo, com Ericsson). A minha torcida é para que os suíços superem a Williams. Leclerc terá todos os olhos voltados nele. Ninguém espera muita coisa da Sauber. Entretanto, se o jovem surpreender e tirar “leite de pedra”, pode estar garantindo precocemente sua vaga como substituto de Kimi Raikkonen na Ferrari em 2019. Isso sim é o que vale ficar de olho em relação aos suíços durante o ano.

Concorda? Discorda? Escreva nos comentários. Em breve mais materiais. A temporada ta chegando! Fui!


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

ANÁLISE FINAL DA TEMPORADA 2017 - Parte 2

Foto: Getty Images
Fala, galera! Segunda e última parte da análise final da temporada 2017 da F1. Agora, vamos ver como foi o ano das equipes restantes: Renault, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber.

RENAULT

Foto: Motorsport
Nico Hulkenberg: Nota 7,5

Hulk tem sido mais do mesmo: acumulador de pontos. Estreando em um carro inferior ao que estava, chegou a capengar em alguns momentos e praticamente conduziu sozinho a equipe francesa durante os construtores até a chegada de Sainz nas etapas finais. Será um embate interessante entre a juventude espanhola e a experiência alemã em um ambiente francês. A essa altura da carreira, a única coisa que Nico sonha é com um pódio na categoria. Até Stroll conseguiu logo na estreia... seria uma grande sacanagem do destino sair da F1 assim depois de tanto tempo na categoria. Um novo Nick Heidfeld.

Jolyon Palmer: Nota 5,5

Fazia hora extra na F1 nesse ano. Entretanto, sempre fico mal quando um piloto é desligado da equipe antes do final da temporada. Palmer conseguiu essa proeza depois de apenas pontuar em Cingapura e sendo inútil aos franceses na disputa direta com a Toro Rosso pelo sexto lugar nos construtores. Sempre mais lento que Hulk (perdendo em todos os treinos) e cometendo inúmeros erros, claramente se mostrou insuficiente para estar na F1. Que seja feliz em outras categorias.

TORO ROSSO
Foto: Getty Images
Carlos Sainz: Nota 7,5 (correu pela Renault as quatro etapas finais)

Um piloto em constante evolução, entregando o máximo que pôde com uma Toro Rosso que sofre há anos com a falta de melhorias do carro durante o decorrer do ano. Diante de uma forte concorrência na Red Bull, bateu o pé e conseguiu ser emprestado para a Renault ainda esse ano, onde terá um grande duelo contra Hulkenberg. Para a equipe satélite dos taurinos, resta a dúvida: o que será deles com dois pilotos inexperientes e com o fraquíssimo motor Honda? Oremos, já dizia Cláudio Cabral.

Daniil Kvyat – Nota 5

Em dois anos a carreira do russo foi do topo para o pré-sal. As atuações lamentáveis continuaram e não restou outra alternativa para Helmut Marko a não ser demiti-lo por duas oportunidades, agora definitivamente. Confesso que é uma coisa que me intriga até hoje o que aconteceu nesse meio tempo: uma queda técnica, psicológica, as duas. As respostas parecem ao mesmo tempo óbvias e misteriosas. Bom, o melhor para a mente desse jovem russo é respirar outros ares, porque a F1 detonou com seu psicológico.

Pierre Gasly e Brendon Hartley – Sem nota. Disputaram poucas corridas para ser feita uma mínima avaliação.

HAAS

Foto: Essaar
Romain Grosjean – Nota 6,5

O segundo ano da Haas na F1 seria naturalmente complicado. Ainda sem a verba da FIA e com o crescimento das concorrentes, restou superar apenas a McLaren e a Sauber. Depois de um início espetacular na equipe ano passado, Grosjean caiu bruscamente de rendimento. Com um problema aparentemente “incorrigível” nos freios desde então, o francês sofre para conseguir bons resultados. Ainda assim, fez mais pontos que o estreante no time Kevin Magnussen. O francês é um dos raros exemplos atuais da categoria de um piloto mediano que se mantém no circo sem precisar de um forte apoiador, e assim será, batendo, reclamando dos freios e conseguindo raras boas corridas pela frente.

Kevin Magnussen – Nota 6

Ficou mais em evidência por mandar o Hulkenberg o chupar do que qualquer outra coisa. Erros e acidentes evitáveis. Para um piloto que pintou tão bem e cheio de cartaz na McLaren, não foi nada bem. É até compreensível, sendo novo na equipe. Entretanto, não vai confirmar o status de promessa que tinha até quatro anos. Tanto ele quanto Grosjean precisam fazer mais para se manter na Haas nos próximos anos, até porque a Ferrari não vai hesitar em colocar Giovinazzi ou outro piloto da academia da Ferrari.

McLAREN

Foto: Red Bull
Fernando Alonso – Nota 7

Com um motor Honda lamentável, Alonso começou seu plano de conquistar as três principais provas do automobilismo.Foi bem na Indy 500, mas acabou sendo novamente traído pelo motor nipônico. Na F1, sem muito o que fazer, tentou pontuar nas corridas que a McLaren poderia se dar melhor: nos circuitos travados. Entretanto, é inegável admitir que os japoneses evoluíram minimamente seus motores, permitindo bons pontos no Brasil e em Abu Dhabi. O chassi do carro é excelente e evoluiu bastante também, provando que “apenas” falta um motor minimamente competitivo para brigar por melhores posições e até pódios, quem sabe. Com uma nova injeção de ânimo, é a última cartada da Fênix para buscar o tão sonhado (e mais distante do que nunca) tricampeonato.

Stoffel Vandoorne – Nota 7

Tiveram a audácia de criticá-lo na primeira metade do ano, com carro horrível. Já estavam dizendo que era só uma promessa que não ia dar em nada. Tenham um pouco de paciência. Vandoorne melhorou demais no segundo semestre e só foi ultrapassado por Alonso na pontuação na corrida de São Paulo. Diante de um companheiro de equipe tão competitivo e faminto por novas glórias, o desafio do belga ano que vem é se manter próximo de Alonso, com uma provável McLaren mais estruturada, que tenha mais condições de brigar pelo top 10 sem os inúmeros problemas de potência da ex-parceira Honda.

SAUBER

Foto: Motorsport
Pascal Wehrlein – Nota 7

Um ambiente competitivo e cercado de egos, dinheiro e interesses com certeza não é um mundo justo. Pascal sabe bem disso. Em um ano, vai de especulado à Mercedes a chutado da F1. Se pontuar com a Manor e a Sauber não bastam, o que será suficiente para mantê-lo em uma equipe? Ser saco de pancadas? Aí é que entra os interesses e o dinheiro, além da falta de carros. Pascal talvez não seja um superpiloto, mas com toda a certeza ele deveria estar entre os 20. Uma grande injustiça, uma ausência difícil de engolir e que espero que seja corrigida imediatamente.

Marcus Ericsson – Nota 5

Foda-se o resultado, o que vale é ter o patrocinador como (ainda) dono da agora Alfa Romeo Sauber. O bom é que fica a impressão de que será o último ano do sueco, pois a Ferrari deve assumir aos poucos todo o controle da equipe suíça outra vez. Nada pessoa, mas alguém que perdeu para todos os companheiros de equipe em 2014 simplesmente não deveria estar na F1. Ericsson é apenas insuficiente, não bate nem comete tantos erros. É sem sal, sem graça, nem é notado na transmissão. Entretanto, tudo isso será coroado com mais um ano sendo sem sal, sem graça... O bom é que, ao que tudo indica, será a última vez.

Bom, esses foram os meus dois centavos sobre o que aconteceu na F1 nesse ano. Nas próximas semanas teremos outros materiais até o fim do ano. Grande abraço!

Até!


quinta-feira, 30 de novembro de 2017

UMA INTERVENÇÃO NA SAUBER

Foto: Turbos and Tantrums
Durante o ano, o presidente da Ferrari e do grupo FIAT, Sérgio Marchionne, falou sobre o seu sonho em fazer retornar a marca Alfa Romeo à F1. Pois bem, o regresso do grupo foi mais rápido que poderíamos imaginar.

No início do ano, a Sauber chegou a anunciar uma parceria técnica com a Honda para 2018. Os suíços, que durante tantos anos foram uma Ferrari B e conseguiam alguns pontos, queria andar com as próprias pernas. Pois bem, isso foi um desastre que acabou com as finanças da equipe e quase faliu definitivamente a ex-equipe de Peter Sauber, com a administração de Monisha Kalterborn e agora de empresas da Suíça e da Suécia, que bancam Marcus Ericsson.

A Alfa Romeo está de volta à F1 em uma parceria com a Sauber e a Ferrari. Ausente da F1 desde 1988 (quando era fornecedora de motores e como equipe desde 1985), as três partes assinaram um acordo para uma parceria tecnológica e comercial. O logo da empresa irá estampar o local destinado ao patrocinador principal no carro da equipe suíça. Além do mais, a equipe irá se chamar Alfa Romeo Sauber F1 Team, e os motores Ferrari (atualizados) serão nominados como Alfa Romeo. A parceria tem os mesmos moldes do que a Sauber e a BMW fizeram entre 2006 e 2009, o melhor período dos suíços na F1, com a vitória de Robert Kubica no Canadá, em 2008.

Leclerc já está confirmado. Quem será seu parceiro? Foto: Sky Sports
Na prática, a Ferrari acaba de retomar o controle de uma importante aliada, onde por muito tempo fez experiências envolvendo componentes dos carros e também empréstimo de pilotos. Nunca é demais lembrar que Felipe Massa foi emprestado pelos italianos aos suíços durante três anos (2002, 2004 e 2005) antes de ser promovido à Ferrari em 2006. Os italianos também possuem um acordo estratégico de peças e motor com a Haas, o que também pode envolver futuramente pilotos. Ano passado, Gutiérrez pilotou para a equipe americana e piloto reserva dos ferraristas. Este ano, em diversas oportunidades, Antonio Giovinazzi participou de algumas sessões de treinos livres em detrimento de Grosjean ou Magnussen.

Campeão da F2 e piloto da academia da Ferrari, Charles Leclerc já está confirmado, embora ainda não oficialmente (frase estranha mas azar). O anúncio dessa parceria talvez possa acarretar no futuro de Ericsson na equipe. Com a Tetrapak lhe sustentando desde o ano passado, pode ser que os suecos percam influência na Sauber, o que pode ser gradativo ou imediato. Se for gradativo, talvez Ericsson ainda corra por mais um ano com os suíços. Se for imediato, ele pode ser substituído por outro piloto da academia Ferrari, o próprio Giovinazzi, que substituiu Pascal Wehrlein nas duas primeiras etapas desse ano. Aliás, o alemão é quem irá ficar a ver navios, definitivamente.

A Ferrari e a Alfa Romeo chegam para socorrer e intervir na cambaleante Sauber, que virou a mais pobre e nanica do grid. Uma parceria técnica pode gerar bons resultados no futuro, mas no médio prazo. A tendência é que os suíços sigam como a pior do grid, até porque esse anúncio está sendo feito às vésperas de um novo regulamento, onde as equipes já estão trabalhando faz um bom tempo.

O mais importante é a crença na reestruturação de uma equipe tradicional que decaiu por uma péssima administração até chegar ao ponto de ser refém de um piloto sueco ruim. Sua saída será comemorada pelos fãs, pois Giovinazzi e Leclerc possuem potencial para serem grandes estrelas da F1 no futuro.

Com essa aquisição, fica cada vez mais claro o rumo "WEC e DTM" que a F1 está tomando: montadoras com equipes-satélites. Faltam carros para a F1. A esperança é que o novo regulamento de 2021 atraia gente como Porsche, Aston Martin, Andretti, etc. Vamos torcer.

O panorama é o seguinte:
Ferrari: Haas e Sauber
Mercedes: Force India e Williams
Renault: Red Bull (até 2018) e McLaren
Honda: Toro Rosso


Até!

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

ÚLTIMO GÁS

Foto: Motor Sport Magazine
Sediar as últimas etapas do Mundial de F1 tem seus ônus e bônus. Enquanto se paquera com a possibilidade de sediar a etapa decisiva para o título, também pode ser uma corrida dispensável por estar tudo decidido. Nesse ano, foram os casos de Brasil e Abu Dhabi.

O circuito dos Emirados Árabes será disputado pela nona vez. Em apenas quatro a corrida teve caráter de decisão ou algo relevante: em 2010, quando Vettel foi campeão; 2012, quando Raikkonen venceu pela primeira vez após retornar a categoria e levar a decisão entre Vettel e Alonso para o Brasil; 2014, o segundo título de Hamilton e no ano passado, quando Rosberg foi o campeão. Ademais, corridas mornas em um circuito chatíssimo e com uma atmosfera que nada tem a ver com a F1 e sim com a administração Bernie Ecclestone: artificial, sem sal e apenas preocupada com status e dinheiro.

A corrida desse final de semana será nesses moldes. O que teremos de interessante? A última corrida (agora sim) de Felipe Massa. Também será a derradeira prova sem a presença do repugnante Halo. Outras curiosidades: última corrida da fracassada segunda parceria entre Honda e McLaren; a provável última participação de Pascal Wehrlein, que será substituído por Charles Leclerc na Sauber e é isso, pelo que eu me lembre.

Na semana que vem começarão os testes visando a próxima temporada. É possível que Robert Kubica seja oficializado pela Williams. Afinal, o polonês irá participar de algumas sessões. Outra notícia que corre essa semana é, mais uma vez, uma possível aquisição da Sauber por parte da Ferrari, transformando-a na Alfa Romeo e colocando outro piloto de sua academia no certame: Giovinazzi, que já participou das duas corridas iniciais nesse ano, substituindo Marcus Ericsson, bancado pelos donos da equipe, que são investidores da também sueca Tetrapak.

Ademais, podemos esperar muito luxo, artificialidade, celebridades, shows do Pharell, Imagine Dragons e The Killers para celebrar o fim de mais uma temporada da F1 em Abu Dhabi. Parece até o fim da minha faculdade: contando os dias para a banca.

E é isso. Até mais!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: F1Fanatic
Meu primeiro texto com 22 anos de idade, escrito ainda aos 21. Voltamos com a parte final da análise do desempenho dos pilotos nessa primeira metade da temporada, agora com os dez últimos na classificação do campeonato. Confira:

Foto: F1
Felipe Massa – 6,5 = O começo da temporada foi ótimo. Acumulou os pontos que pode. Com a manutenção das deficiências dos carros anteriores no FW40, não consegue render em circuitos travados e/ou com chuva. Foi muito, mas muito mais rápido que Stroll, o que pode viabilizar sua permanência na categoria após uma aposentadoria relâmpago no ano passado. Canalizando esforços para 2018, o primeiro com Paddy Lowe a frente do projeto da equipe de Grove, Massa brigará pelos últimos pontos disponíveis, precisando ter a sorte que historicamente não tem, como em Baku, onde poderia ter vencido. Deve continuar na Williams.

Foto: F1Fanatic
Lance Stroll – 6,5 = Não está pronto para a Fórmula 1. Entretanto, sua nota é a mesma de Felipe pelo motivo óbvio do pódio em Baku, onde teve competência de apenas não se envolver em acidentes. Não tem velocidade e sofre em guiar o carro. É normal, visto que tem apenas 18 anos e queimou etapas importantes. Entretanto, o dinheiro que tem e esse pódio conquistado ao acaso irá garantir o canadense na F1 por muito tempo, mesmo que dificilmente entregue algo a mais para a Williams. Pois então, já fez mais que eu esperava: está na história da categoria como o mais jovem a ir para o pódio, o que é lamentável. A vida não é justa.

Foto: F1Fanatic
Romain Grosjean – 6,5 = Altos e baixos com a Haas. Está levando vantagem diante do duro Kevin Magnussen. Está sendo atormentado pelos problemas de freio desde o ano passado (mesma reclamação que Felipe Nasr tinha ano passado, com a Sauber).  Com menos recursos, cada ponto conquistado é importante na briga por milhões de euros a mais no orçamento do ano que vem. Seu grande objetivo é bater o dinamarquês, o que vem acontecendo até aqui.

Foto: AutoSport
Kevin Magnussen – 6,5 = Seu grande momento na temporada foi mandar Hulkenberg chupar suas bolas após o GP da Hungria. De fato, o filho puxou o pai Jan, sem papas na língua e com comportamentos de certa forma criticáveis na pista. Ele espalhou Hulk sem necessidade. Durante a temporada, está fazendo um duelo equilibrado com Grosjean, mais experiente na categoria e na equipe. Seu estilo fanfarrão já gera muitos fãs e haters. Ao contrário dos últimos anos, dessa vez sua permanência em uma equipe está garantida.

Foto: Motorsport
 Fernando Alonso – 7,0 = Tema do último post, é um desafio escrever algo inédito por aqui. Vou tentar: com um carro horrível, só o fato de completar uma corrida é digno de comemoração. Quando pontuou pela primeira vez, já foi incrível. Quando foi o sexto na Hungria e com a volta mais rápida da corrida, é o ápice. Um desperdício de talento, sem dúvida. A Liberty precisa dar um jeito para segurar seu grande meme e símbolo de carisma na atual F1 (quem diria, hein?). O talento continua ali, e isso ninguém pode tirar. A Honda deveria se envergonhar em simplesmente não dar um motor decente para o espanhol em três anos de trabalho.

Foto: DNA India
Pascal Wehrlein – 7,0 = Pontuar duas vezes com o pior carro do grid e com o motor Ferrari do ano passado já justifica a nota do alemão, ainda mais que ele fez essas proezas após se recuperar de um grave acidente na pré-temporada que o impossibilitou de participar das primeiras corridas da temporada. Portanto, não estava 100%. No meu mundo paralelo, Wehrlein estaria na Mercedes nessa temporada ou na Force India na próxima. Azar de Bottas. Como isso não vai acontecer, resta ao talentoso alemão torcer pela benevolência de Toto Wolff para achar algum lugar melhor no ano que vem. Seu talento precisa ser lapidado em desafios maiores.

Foto: F1Fanatic
Daniil Kvyat – 5,0 = O pior piloto do ano. Desempenho fraco e acidentes lamentáveis. Infelizmente, não se justifica mais a permanência do russo na F1. Sua renovação já foi forçada, meio que uma espécie de reparo ao fato de ter sido rebaixado da Red Bull. Estar atrás de Wehrlein no campeonato e ter mais pontos na carteira do que no campeonato resumem seu momento. É uma pena, pois torço para o russo. Entretanto, o programa de pilotos da Red Bull está numa entresafra desgraçada, tanto é que mesmo assim, Pierre Gasly não foi chamado para a Toro Rosso, e parece que não será novamente. Para o segundo semestre, a indagação: será Kvyat suspenso por um GP por fazer os 12 pontos de infração na carteira da FIA?

Foto: Racing Motor Sports
Stoffel Vandoorne – 6,5 = Críticas injustas me deixam puto. Enquanto são benevolentes e chamam Stroll de “superestrela” por um pódio acidental em um carro que deveria pontuar regularmente e não esporadicamente, o talentoso belga sofre por ser companheiro de Alonso. Obviamente, todas as atualizações e peças dirigem-se ao espanhol. Com o carro problemático e defasado, a distância para Alonso é ainda maior do que seria se ambos estivessem em condições igualitárias na equipe. Participou de incidentes na Espanha e em Mônaco (onde teve grande chance de marcar muitos pontos), mas foi para as férias com um pontinho no campeonato, o que traz alívio e confiança para seguir o trabalho. Vandoorne, com um carro bom, tem tudo para ser protagonista da F1. 

Foto: Motorsport
Jolyon Palmer – 5,0 = Zerado com a Renault. Sua renovação foi um absurdo, o que já tinho escrito por aqui e no Twitter. Desempenho fraco ou acidentes. Quando não é isso, o carro quebra. O campeão da GP2 de 2015 pode sequer terminar a temporada. O hype Kubica está vindo com tudo. Mas, convenhamos, Jolyon não fez o suficiente para merecer uma segunda temporada na F1, e conseguiu piorar seu desempenho mesmo com a evolução do bólido francês. Melhor o pai Jonathan encontrar outra categoria para o filho em 2018.

Foto: Portal Race
Marcus Ericsson – 5,5 = Outro que não deveria estar na F1. Entretanto, não tem o que fazer no fraquíssimo carro da Sauber. Ainda assim, consegue a proeza de perder nos três anos em que esteve na equipe, dois como piloto dos investidores suecos. Evidente que Wehrlein e Nasr são muito melhores que ele, mas diante de tais regalias isso pega muito mal, mais ainda no caso do piloto alemão, que conquistou seus melhores resultados sem estar com 100% das condições físicas. Todavia, como é o dono da equipe, seguirá completando o fim do grid e aparecendo raramente na transmissão da FOM.

Essa foi a minha análise dos pilotos até aqui na temporada. Você concorda? Discorda? Comente!

Até mais!