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segunda-feira, 27 de maio de 2019

MERGULHANDO PARA O HEXA

Foto: Getty Images
Razoavelmente dá pra dizer que tivemos alguma competição pela vitória neste GP de Mônaco. O resto eu não sei, afinal dormi umas 30 voltas.

Hamilton segurou Verstappen por mais de 40 voltas e em boa parte dizia não ter pneu. Uma vitória "heroica", com o espírito de Niki Lauda, que observava a todos lá do céu. Heroico mesmo é pontuar com a cadeira elétrica da Marussia.

Voltando pro Lauda, foi muito legal a homenagem da Mercedes com o detalhe vermelho no Halo e os bonés para o grid. Hamilton com o capacete vermelho me fez mais lembrar Schumacher do que o austríaco, diferentemente de Vettel. Os dois cascos são bonitos.

Verstappen ganhou a posição nos boxes,mas uma saída perigosa feita pela Red Bull o fez ter cinco segundos de punição. Apertou Hamilton a corrida toda e só nas últimas voltas o "instinto Max" aflorou e tentou uma manobra desesperada, que na verdade só faria Hamilton perder algo. Afinal, com a punição, dificilmente levaria a prova. Essa soma de tempo é ridícula. Bom mesmo era o stop and go. Imagina vencer e não levar?

Discretíssimo, o que é uma boa notícia, Vettel mal apareceu e ganhou um segundo lugar dos céus, com Bottas em terceiro. É inacreditável que a diferença entre Verstappen e Gasly seja apenas de uma posição.

Foto: Getty Images
Carlos Sainz segue evoluindo com a McLaren. O outrora superestimado espanhol de novo colocou Lando Norris no bolso para conseguir uma boa posição com a equipe, combalida moralmente com o fracasso no projeto Indy. Consistentes durante todo o final de semana, a dupla da Toro Rosso foi recompensada com sete pontos. Kvyat mais uma vez conquista um grande resultado por lá. Nada mal a estreia de Albon no principado.

Ricciardo salvou mais um problemático final de semana da Renault e foi o nono, com Romain Grosjean em décimo. A Alfa Romeo fechou o grid e Giovinazzi conseguiu a proeza de ficar atrás de Kubica. É o novo Vandoorne mesmo, não tem jeito.

Charles Leclerc tentou alegrar o domingo de quem acorda cedo para assistir uma procissão que não é uma missa mas pecou por forçar demais. Fez uma ultrapassagem, na outra danificou o carro e abandonou mais um final de semana caótico onde foi mal tratado pela Ferrari, logo em casa...

Hamilton chega a quatro vitórias em seis corridas e 17 pontos de vantagem. Bottas pode ser combativo, ter evoluído e tudo mais, mas fica claro que a questão é quando Hamilton será hexa e quando ele irá igualar o recorde de vitórias de Schumacher.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Amanhã sai o texto da Indy. Até!

terça-feira, 21 de maio de 2019

O DESCANSO DO IMORTAL

Foto: Getty Images

De tanto escapar e driblar da morte, Niki cansou e agora está no seu merecido descanso. No céu, já está reencontrando seu amigo e rival James Hunt, Ronnie Peterson, Clay Regazzoni, François Cevert, entre outros.

Morreu hoje Niki Lauda, tricampeão mundial de Fórmula 1, aos 70 anos. Desde o ano passado, ele passou a ter complicações após um transplante de pulmão em virtude de uma forte gripe que o deixou internado dois meses. No início do ano, chegou a ser novamente hospitalizado após passar mal nas festas de fim de ano. Segundo informações da imprensa europeia, ele teve falência renal e morreu ao lado dos familiares em casa, na cidade de Viena.

Mesmo oriundo de uma família rica, Lauda não teve o apoio dos familiares e investiu sozinho na carreira, fato este que o fez romper com a família por algum tempo. Pegando um empréstimo bancário, começou a correr pela March na Fórmula 2 em 1971, sendo rapidamente convidado a pilotar para a F1, fazendo sua estreia na corrida da casa. Depois de uma temporada catastrófica, Niki pegou outro empréstimo bancário e foi correr a temporada 1973 na BRM, equipe outrora vencedora mas já decadente. Sim, Niki Lauda era um piloto pagante.

Apesar de ter feito apenas dois pontos, Lauda chamou a atenção das grandes equipes ao liderar um GP pela primeira vez na carreira no Canadá. Parceiro de equipe de Clay Regazzoni, o suíço foi contratado pela Ferrari e, perguntado por Enzo Ferrari, deu altas recomendações para que o austríaco também viesse. E assim o jovem Lauda foi de pagante para piloto da Ferrari em três temporadas.

Lauda com a BRM, em 1973. No Canadá, chegou a liderar uma corrida. Foto: Getty Images

Depois de uma temporada desastrosa, a Ferrari queria recomeçar. Com Luca di Montezemolo no comando, os resultados começaram a aparecer. Logo na estreia, na Argentina, Lauda foi o segundo. O austríaco venceu duas corridas no ano (Espanha e Holanda). Apesar de seis poles na temporada, o jovem Lauda foi vítima da inexperiência e de problemas técnicos dos italianos, terminando a temporada em quarto.

Em 1975, a temporada não era boa até a estreia da histórica Ferrari 312T. Daí em diante, Lauda deslanchou. Com cinco vitórias e nove poles, sagrou-se campeão ao chegar em terceiro na Itália com a vitória do parceiro Regazzoni, o primeiro título da Ferrari em onze anos.

Lauda no ano do primeiro título. Foto: Getty Images


 O ano seguinte vocês conhecem bem a história, aposto. O post acima conta com detalhes o acidente de Nurburgring e tudo mais. Qualquer coisa, assistam 'Rush'. Vou resumir: Lauda começou a temporada arrasador. No entanto, depois do acidente, ainda estava muito debilitado e viu James Hunt encostar na tabela. Na corrida derradeira, em Fuji, diante do temporal, o austríaco não quis correr o risco de novo e não largou. Hunt foi o terceiro e sagrou-se campeão.

Lauda e Hunt: rivalidade marcante que virou filme décadas depois. Agora, o reencontro no céu. Foto: Getty Images



No ano seguinte, já recuperado, o bicampeonato veio com facilidade. No entanto, a relação com a Ferrari estava estremecida. Brigando com o diretor Daniele Audetto, Lauda não gostou de ser substituído por Carlos Reutemann na temporada passada enquanto lutava pela vida. O argentino virou companheiro de equipe em 1977 e os dois não se bicavam muito. Após garantir matematicamente o título, Lauda simplesmente largou a equipe e não viajou para as duas etapas finais, permitindo assim a estreia de um certo Gilles Villeneuve.

Vale lembrar que Lauda também confrontou os italianos ao dizer, durante testes, que o carro era lento e o motor ruim, isso ainda quando era apenas um novato e sem a moral das vitórias e dos títulos. Lauda sempre foi um exímio acertador de carro, preso aos detalhes e extremamente exigente e perfeccionista, visto por muitos adversários e fãs como alguém antipático e metido, o que de fato poderia ser verdade.

1977: ano do bicampeonato e da cisão com a Ferrari. Foto: Motorsport

Nos dois anos seguintes, aceitou uma proposta milionária de Bernie Ecclestone para pilotar pela Brabham. No entanto, se o dinheiro foi bom, o desempenho na pista não foi dos melhores, graças a carro, é claro. Em 1978, até que foi bem: duas vitórias e dois terceiros lugares. No entanto, em 1979, abandonou em todas as corridas menos duas. Na penúltima etapa do ano, final de semana do Canadá, simplesmente se cansou "de andar em círculos", pegou suas coisas e foi embora. Niki Lauda aposentado.

Na Brabham: cansado de "andar em círculos", Lauda se aposenta. Foto: Getty Images


Lauda sempre gostou também de aviões e abriu uma companhia de boeings intitulada Lauda Air. No entanto, sempre estava com o circo nos paddocks, participando como comentarista. No final de 1981, recebeu uma proposta irrecusável de Ron Dennis para assinar com a McLaren. Estava quebrado. A Lauda Air lhe tirou dinheiro. E assim Niki Lauda estava de volta ao jogo depois de dois anos aposentado.

Com muitas dúvidas sobre como voltaria a categoria, Lauda tratou de acabar logo com isso ao vencer em Long Beach logo na terceira etapa do Mundial. Também ganhou na Inglaterra. Com muitos problemas com a McLaren, terminou o campeonato em quinto.

Em 1983, foi um ano de transição entre os motores Ford e o motor Porsche. Lauda conquistou apenas um terceiro lugar na corrida de abertura, no Brasil e um segundo em Long Beach para depois acertar o motor alemão, o que tornou a McLaren a grande candidata ao título de 1984.

Tendo como parceiro um jovem Alain Prost, Lauda sacrificava os treinos para poder render nas corridas. Com 12 vitórias em 16 etapas, a McLaren dominou a temporada. Com cinco vitórias e quatro segundo lugares, o austríaco foi mais regular que o francês e foi tricampeão com 72 pontos, apenas 0,5 a mais que Prost, em virtude da corrida em Mônaco ter valido metade por ter sido interrompida pela forte chuva. É até hoje a maior diferença de anos entre um título e outro. Lauda foi o único a retornar para a categoria e voltar a ser campeão, o único com Ferrari e McLaren.

Segundo lugar em Portugal foi o suficiente para sagrar-se tricampeão. Foto: Getty Images

Em 1985, o canto do cisne. Com muitas quebras e sem a mesma motivação outra vez, Lauda se despediu com a última vitória da carreira no GP da Holanda, que semana passada teve anunciado seu retorno à categoria.

A última vitória na carreira, com Prost e Senna no pódio. Foto:MotorSport
Lauda voltou a cuidar de suas empresas e do ramo dos aviões, mas nunca esteve de fato fora da F1. Nos anos 1990, foi consultor da Ferrari. No início dos anos 2000, ocupou o mesmo cargo na Jaguar. Niki protagonizou um episódio divertido: ele criticou os carros modernos e disse que "até um macaco dirigiria esses carros". Lauda então foi pilotar a Jaguar 2002 em um teste e, bem...


Lauda seguia vendendo e negociando novas companhias de avião até que em 2012 foi anunciado como presidente não-executivo da Mercedes e detinha 10% das ações da equipe. Foi peça fundamental para convencer Lewis Hamilton a trocar a McLaren pelo projeto alemão. Junto com Toto Wolff, formam o império do maior domínio de uma equipe na história da Fórmula 1. 

Lauda convenceu Hamilton a ir para a Mercedes em 2013. Agora, os dois têm oito títulos somados. Foto: Getty Images

Toto e Niki: a maior dinastia da história da F1. Foto: Getty Images
Com seu inconfundível boné vermelho, Lauda virou um "velhinho" boa praça, carismático, bem-humorado e divertido em suas aparições e entrevistas, bem diferente do que era quando piloto. O acidente o humanizou perante o público e a ele mesmo.

Como consequência das queimaduras e gases tóxicos que inalou, Lauda nos anos seguintes teve que fazer transplantes de pulmões e rins. No ano passado, após contrair uma pneumonia, ficou internado por dois meses e fez um novo transplante de pulmão.

No início do ano, foi internado após sofrer uma forte gripe. Lauda mantinha-se confiante de que logo logo estaria de volta ao grid acompanhando a Mercedes. Infelizmente, nesta semana, os problemas renais acabaram se intensificando e ele faleceu de falência renal aos 70 anos em casa, na cidade de Viena.

Lauda deixa a esposa, Birgit Wetzinger (que cedeu um rim para transplante; eram casados desde 2009) e cinco filhos: os gêmeos Max e Mia, de oito anos, frutos do atual relacionamento, e Mathias, ex-piloto, e Lukas, de 39 e 37 anos, respectivamente, frutos do antigo casamento com Marlene Knaus (entre 1976 e 1991).  Lauda também teve um filho fora do casamento chamado Christopher

A história de Niki Lauda ficou mais conhecida com o lançamento do filme 'Rush', em 2013. Dirigido por Ron Howard ('Uma Mente Brilhante'), o filme contou a história da temporada de 1976, que teve o antagonismo de James Hunt e Lauda no aspecto técnico e temperamental. Um perfeccionista hardworker vs um playboy beberrão e adepto de festas e orgias. Durante meses, Howard acompanhou a F1 in loco, com Lauda contando os detalhes e falando minuciosamente sobre aquela época. O resultado foi um filme espetacular. Se não assistiu, assista. Se já assistiu, assista novamente!

Chris Hewsworth e Daniel Bruhl em 'Rush'. Foto: Divulgação
Daniel Bruhl e Niki Lauda. Foto: Divulgação
Um super herói. Um cara que driblou e matou a morte várias vezes e agora pode descansar em paz. Seu esforço sobrenatural, a capacidade técnica e o perfeccionismo o fizeram ser um dos maiores pilotos e personagens da história do esporte a motor. O acidente quase fatal, que resultou nas queimaduras e em um rosto deformado, na verdade o humanizou de vez, mostrando que mais do que vencer, a vida vem em primeiro lugar, e esta foi a 26a e mais importante conquista de Andreas Nikolaus Lauda, que também teve 24 poles e 54 pódios.

Privilegiados aqueles que o viram correr, mas o seu legado já está eternizado, na história e no cinema. Obrigado, "computador".

Até!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

A CORRIDA 1000

Foto: F1i
Ah, a China. Diferente de alguns que acham ruim o palco da milésima corrida ser em um país sem tradição, não se pode mudar o calendário. Diversidade é tudo. Lógico que Silverstone seria histórico, mas o mundo precisa girar. A China também é um palco histórico onde Schumacher venceu pela última vez e está no calendário desde 2004, onde Rubinho foi o responsável pela primeira vitória.

Bom, o intuito do post é relembrar outras corridas com números marcantes. Vamos lá:

CORRIDA N° 100: GP DA ALEMANHA DE 1961


Foto: Reprodução
A primeira corrida da F1 foi em 1950. Portanto, a centésima edição foi realizada 11 anos depois, no antigo traçado de Nurburgring, na Alemanha. Os carros já estavam no famoso formato das "baratinhas" e o bico tubarão da Ferrari. Phil Hill, da equipe italiana, saiu na pole. No entanto, a vitória ficou com Stirling Moss, da Lotus. Wolfgang Von Trips foi o segundo e estava muito perto de ser o primeiro alemão campeão, mas acabou falecendo semanas depois, no GP da Itália, em um acidente que também vitimou 14 espectadores. O título ficou com Hill e a Alemanha finalmente conheceu seu primeiro campeão apenas 33 anos depois.


CORRIDA N° 200: GP DE MÔNACO DE 1971

Foto: Reprodução YouTube
Mais dez anos se passaram e a F1 já era outra, bem mais moderna, se aproximando dos conceitos da indústria aeronáutica. O palco era luxuoso. Na pista, ficou evidenciado o domínio da Tyrell de Jackie Stewart, que fez a pole e venceu com grande autoridade a segunda das seis etapas conquistadas na temporada que lhe deu o segundo título mundial.


CORRIDA N° 300: GP DA ÁFRICA DO SUL DE 1978

Foto: Reprodução
Na terceira etapa da temporada, Niki Lauda (que deixou a Ferrari após o bicampeonato em 1977) fez a pole com a Brabham. No entanto, a corrida foi marcada por muitas quebras nos ponteiros, começando pelo próprio austríaco. Na sequência, Mario Andretti, Riccardo Patrese e Patrick Depailler sentiram o cheiro da vitória, mas diferentes infortúnios os impediram. No final, sobrou para o sueco Ronnie Peterson vencer na última vitória, ultrapassando o francês. Meses depois, a favoritíssima Lotus de Andretti seria campeã, enquanto que o companheiro sueco faleceria no GP da Itália.



CORRIDA N° 400: GP DA ÁUSTRIA DE 1984

Foto: Reprodução


Em 1984, Brabham, Ferrari e McLaren disputavam o título. O brasileiro Nelson Piquet foi o pole, mas a equipe de Woking formada por Niki Lauda e Alain Prost era superior na corrida. Dito e feito. Em Spielberg, o piloto da casa não tomou conhecimento e escalou o pelotão para vencer tranquilamente pela única vez em casa no ano em que conquistou o tricampeonato por meio ponto de vantagem diante de Prost.


CORRIDA N° 500: GP DA AUSTRÁLIA DE 1990

Foto: Reprodução
A corrida 499 foi marcada pelo bicampeonato de Ayrton Senna no famoso "acidente da vingança" com Alain Prost na primeira curva de Suzuka. O brasileiro largou na pole, mas abandonou no final da prova com problemas no câmbio. Piquet, na Benetton, herdou a liderança. Nas voltas finais, foi atacado pela Ferrari de Nigel Mansell, mas o brasileiro deu uma fechada para garantir a vitória que encerrava aquela temporada.


CORRIDA N° 600: GP DA ARGENTINA DE 1997

Foto: Reprodução
Uma das temporadas mais disputadas da história teve como confronto a Williams de Villeneuve contra a Ferrari de Schumacher. Dominando o início de temporada, o canadense foi o pole, enquanto o alemão saiu em terceiro e abandonou na primeira curva em um acidente com Barrichello, ainda na Stewart. Apesar de controlar a prova toda, Villeneuve teve que superar uma pressão da outra Ferrari, de Eddie Irvine, para vencer. Ele seria o campeão no final do ano depois daquela famosa disputa com o alemão.



CORRIDA N° 700: GP DO BRASIL DE 2003

Foto: Getty Images


Uma das maiores corridas da história da Fórmula 1 também em um número emblemático. Essa você já conhece: início da temporada de 2003 com muito equilíbrio entre Ferrari, McLaren e Williams. Rubinho foi pole e largou com pneu de chuva, apesar de estar nublado. Foi perdendo posições na largada mas depois com o retorno da chuva acabou assumindo a ponta. Enquanto isso, na curva seguinte ao S do Senna, muitos carros batiam forte por ali, incluindo Schumacher, Montoya, Button, Wilson... Rubinho vinha para vencer até que uma pane seca pôs fim ao seu sonho de ganhar em casa. Depois, com a dupla da McLaren na frente, Raikkonen errou, Coulthard parou e de mansinho Fisichella assumiu a liderança com a Jordan. Webber e Alonso bateram forte na subida do Café, o que interrompeu definitivamente a corrida. Um erro foi feito e a vitória foi dada para Raikkonen, o que só foi desfeito de fato na corrida seguinte, em Ímola. A última vitória da Jordan.




CORRIDA N° 800: GP DE CINGAPURA DE 2008

Foto: Divulgação
Outra corrida histórica e que vocês já sabem a história. Primeira corrida em Cingapura, primeira corrida noturna e a disputa entre Massa e Hamilton. O brasileiro largou na frente e liderava tranquilo até que Nelsinho Piquet bateu de propósito e provocou um Safety Car para beneficiar Alonso. Na parada, a mangueira de combustível ficou e o brasileiro se ferrou. Alonso venceu pela primeira vez no retorno a Renault e no ano seguinte ficou comprovada a farsa.




CORRIDA N° 900: GP DO BAHREIN DE 2014

Foto: AUSmotive.com
Esse eu também já falei e não faz muito tempo. No início da era híbrida, Rosberg e Hamilton duelavam pelo topo. A corrida ficou marcada pela disputa dos dois, onde o inglês segurou até o fim para vencer, com Sérgio Pérez surpreendendo com a Force India e fechando em terceiro.



Bem, essas foram as corridas do 100 até o 900. Vejamos como será a milésima e espero estar por aí na 1100, 1200... até!




sexta-feira, 6 de julho de 2018

GP DA INGLATERRA - Programação

O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.621 (Mercedes, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:26.600 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Jim Clark (1962, 1963, 1964, 1965, 1967), Alain Prost (1983, 1985, 1989, 1990 e 1993) e Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 5x

SEM AJUDAS

Foto: Getty Images
Áustria, 2001 e 2002. Última volta. Rubinho na frente de Schumacher. Em nome do campeonato, o brasileiro teve que abrir pro alemão nas duas ocasiões. Dezesseis anos depois, a história se repete. Dessa vez, um alemão atrás de um finlandês. Em nome do campeonato, Vettel poderia estar agora quatro pontos a frente de Hamilton. Hoje, essa diferença pode parecer insignificante, mas no final do campeonato pode ser a diferença entre o penta e mais um vice-campeonato.

Não houve troca de posições, o que causou estranhamento para muitos, diante do histórico do modus operandi vermelho em priorizar o líder do time em detrimento do segundo. Questionado sobre isso, Vettel concordou com a decisão (ou ausência de decisão, melhor dizendo). Max venceu a corrida, pois ele merecia e ele não cometeu nenhum erro, então foi um grande desempenho dele. E Kimi fez tudo o que podia”, falou em entrevista ao canal ‘Sky Sports’.

“Eu estava tentando caçar os dois. Kimi estava acelerando o máximo que podia e eu estava acelerando o máximo que podia. Nós estávamos nos aproximando, mas não era o suficiente”, completou.

Ao invés disso, o alemão preferiu salientar que poderia ter alcançado um resultado melhor senão tivesse largado em sexto, fruto de uma punição dos comissários da FIA ao ter atrapalhado Carlos Sainz no qualyfing de sábado. “Eu consegui fazer a coisa certa, mas a corrida poderia ter sido um pouco melhor sem as posições no grid. Estou feliz com o pódio, mas havia mais para nós”, encerrou.


Fiquei surpreendido com a Ferrari não ter feito das suas, embora ache louvável. Que o resultado de pista seja mantido e respeitado. Isso pode, talvez, significar outra coisa: se Raikkonen fosse já um piloto descartado, certamente a ordem teria sido feita. Se isso não ocorreu, é possível que o finlandês ainda tenha lenha para queimar na equipe... e que Leclerc aguarde mais um ano, correndo na Haas. Será?

ELES FICAM

Foto: Getty Images
É o que Niki Lauda garante, embora ainda não haja nada oficial."Eu garanto que ano que vem Hamilton e Bottas vão pilotar pela Mercedes. Isso é certo", afirmou, durante entrevista para a 'ORF'.

Sobre Hamilton, as últimas informações saíram no mês passado. Segundo a imprensa europeia, o tetracampeão pode receber R$ 600 milhões por um acordo de dois anos. Bottas, por sua vez, já declarou meses atrás que gostaria de continuar na equipe alemã, de preferência com uma renovação maior do que apenas uma temporada.


Parece o caminho natural. Em time que está ganhando não se mexe, de maneira bem simples.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 146 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 145 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 101 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 96 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
6 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 37 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 36 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
10- Carlos Sainz (Renault) - 28 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 23 pontos
12- Esteban Ocon (Force India) - 19 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
15- Romain Grosjean (Haas) - 12 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 3 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 247 pontos
2 - Mercedes - 237 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 189 pontos
4 - Renault - 62 pontos
5 - Haas Ferrari - 49 pontos
6 - McLaren Renault - 44 pontos
7 - Force India Mercedes - 42 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 16 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos


TRANSMISSÃO








terça-feira, 25 de outubro de 2016

REBELDE SEM CAUSA

Foto: Getty Images
Todos sabem do mito de James Hunt, muito mais por suas peripécias fora da pista do que no automobilismo. Considerado o último "playboy, badboy e piloto romântico" da era clássica da F1, mantinha uma rotina longe da ideal de um atleta de alto nível, conceito esse que começou apenas com Senna, na década seguinte em que competia. Sexo, bebidas, drogas, orgias, polêmicas: o combustível de um campeão.

Após três temporadas na Hesketh e um campeonato de destaque no ano anterior, com uma vitória no Grande Prêmio da Holanda. A inesperada saída de Emerson Fittipaldi para a sua própria equipe, a Copersucar, abriu uma vaga na McLaren, preenchida por Hunt. O destino lhe sorriu. O grande favorito ao título era Niki Lauda, que defendia o título. Nas primeiras nove etapas da temporada, cinco vitórias para o austríaco e duas para o britânico. 52 a 28 na tabela. Eis que o acidente quase fatal de Lauda muda tudo. Sem a Ferrari dominante, Hunt aproveitou para capitalizar pontos e engatar quatro vitórias em seis etapas. Com o retorno de Lauda na Itália, o campeão tinha conseguido marcar pontos e chegou a etapa final, no recém-inaugurado circuito de Fuji, com três pontos de vantagem a Hunt.

Foto: Formula One Art & Genius
Com Mario Andretti na pole, Hunt em segundo e Lauda em terceiro, caía uma chuva torrencial no Japão. Depois de mais de três horas e meia de adiamento, a corrida começou ainda com condições impraticáveis (imagina isso na F1 de hoje?). Lauda, afirmando que não havia condições de disputar a prova, abandonou logo na primeira volta em que foi dada a largada. Diferentemente do mito que foi contado durante décadas, não foi por medo de se acidentar novamente. E isso mudou tudo.

Lauda abandonando o GP do Japão de 1976. Foto: Arquivo
Hunt assumiu a ponta. Entretanto, com a pista seca, o britânico teve dificuldade de manter a ponta, sendo superado por Patrick Depailler e Mario Andretti. O quarto lugar bastava para ser campeão. Clay Regazzoni foi instruído pela Ferrari a atacar o Hunt, que foi chamado pelos boxes para trocar os pneus dianteiros. Todavia, a parada dura 31 segundos, e parecia que o título tinha ido para o espaço! Faltando apenas quatro voltas para o final e em sexto, Hunt caçou os seus adversários (entenderam? Hãn?  Hãn?). O britânico passou Jones e, no final, de forma surpreendente, Regazzoni "deixou" a McLaren passar. Era a sua última corrida na equipe italiana e muito se especula que isso tenha sido uma manobra de protesto contra o tratamento que recebeu do Cavalinho Rampante durante aquela temporada. Hunt chega milagrosamente em terceiro! Ainda alucinado,achou que tinha perdido o título e, quando saiu do carro, partiu para cima do chefão da equipe Teddy Mayer. Depois de tudo esclarecido, foi só festa (como sempre).

Foto: Arquivo


Para Hunt, um título era o suficiente. Ele correu mais três temporadas e se aposentou em 1979. Nos anos 1980, virou comentarista da F1 e era uma celebridade inglesa. Dizem que perdeu quase todo o dinheiro que conquistou na F1. No dia 15 de junho de 1993, faleceu aos 45 anos, vítima de parada cardíaca em sua residência localizada em Wimbledon, na Grande Londres.

Um personagem icônico da F1, em todos os sentidos. Espero que vocês já tenham visto "Rush", filme lançado em 2013 que conta toda a história dessa temporada, dirigida por Ron Howard. Não percam tempo!

Foto: F1
Até!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O HOMEM QUE MATOU A MORTE

Foto: Getty Images
1 de Agosto de 1976. 40 anos atrás, Niki Lauda disputava o título da F1 com seu rival, o britânico James Hunt, da McLaren. Uma rivalidade de equipes e pilotos com personalidades completamente distintas: O hardworker x O festeiro, e por aí vai. Enfim, naquele final de semana em Nurburgring, o "Inferno Verde", o austríaco liderava o campeonato e largava em segundo, justamente atrás do arquirrival.

Com a chuva caindo no extenso circuito, à época com 23 quilômetros de extensão e mais de 200 curvas, a largada foi adiada em meia hora pois as equipes não sabiam se iriam correr com pneus slicks ou de chuva (o circuito gigante tinha pontos secos e molhados, por isso tamanha incerteza). Depois de completada uma volta, os pilotos viram que era inevitável a opção pelos slicks. Por isso, 14 carros foram para os boxes, incluindo Lauda.

Em uma curva à direita de alta velocidade, a Ferrari do austríaco derrapou e bateu num guard rail. O capacete foi arremessado e o tanque de combustível perfurado. O capacete era da marca AGV, modelo X1. O problema é que ele era diferente das outras marcas.  Por exemplo, não havia vários tamanhos para o piloto escolher de acordo com o tamanho da cabeça, mas sim o casco era feito em um único tamanho grande e eles iam colocando espuma no forro conforme ficasse folgado na cabeça, ou retirando se ficasse apertado. Esse capacete não tinha o visto da SNELL (Órgão mundial responsável pelo teste de capacetes de automobilismo) e, no caso do Lauda, muita espuma foi colocada pra ficar firme na cabeça, mas ainda assim, na hora da batida, a espuma se comprimiu e o capacete voou, deixando ele exposto só com a balaclava, que não dá conta de segurar o fogo por muito tempo. (Trecho retirado do comentário do Fabio Henrique, no Fórum da F1 Brasil no VK)

O carro voltou para o traçado em chamas e ainda foi atingido por outro carro. Lauda inalou muita fumaça e como o circuito era muito grande, não havia equipes de resgate e de incêndio por perto. Com isso, os próprios pilotos que realizaram os "primeiros socorros" (entre eles o compatriota Harald Ertl e o britânico Guy Edwards, ambos da Hesketh e o italiano Arturo Merzario, da Wolf-Williams), retirando Lauda do carro. Ele ficou consciente e gritava, urrava a todo tempo, dizendo que estava sendo queimado. A ambulância chegou dez minutos depois e colocou oxigênio nele.

Foto: Auto Guide


Lauda acredita que perdeu o controle do carro em virtude de um nova peça que conectava o braço da suspensão traseira ao bloco do motor, feita em magnésio ao invés de aço, como eram as peças anteriores. Até hoje ninguém sabe o que de fato ocorreu. Enfim, Lauda foi levado primeiramente para o hospital de Adenau, o mais próximo do autódromo. Depois, para um outro especializado em queimaduras e no domingo foi levado para o Hospital Universitário de Mannheim, onde fez tratamento intensivo. Além das queimaduras elevadas na cabeça, mãos e pulsos, Lauda inalou muitos gases tóxicos. Durante o tratamento, o quadro se agravou: A equipe médica liderada pelo Dr. Eike Martin não estava conseguindo reverter o intoxicação. Depois de quatro dias, muitos consideravam como provável a morte do piloto austríaco. Enquanto isso, Enzo Ferrari convidava Emerson Fittipaldi, que estava na Copersucar, para substituí-lo na próxima corrida, na Áustria. O brasileiro recusou.

Um padre foi chamado para dar a extrema unção (ritual católico de despedida) a Lauda. Reza a lenda que ele, ainda entubado, teria expulsado o padre a pontapés. Curiosamente, após a visita do religioso, Lauda voltou a reagir rápido, sempre com muita disciplina e superou o quadro crítico, surpreendendo os médicos. Depois de um tempo, Lauda disse que precisava sair do hospital e correr porque disputava o campeonato ("Ou eu volto logo a correr ou abandono o automobilismo", disse). Enfim, depois de apenas 2 GPs fora (Áustria e Holanda), Niki voltou a correr no GP da Itália, em Monza. Realizou muitos exames e foi liberado pelos médicos. Na corrida, chegou em quarto, ovacionado pelos tifosi. Inacreditável! Depois de pouco mais de 40 dias de um dos acidentes mais graves da história da F1, Niki Lauda estava de volta, firme e forte para buscar o bicampeonato!


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O resultado final acredito que vocês já sabem: A história desse campeonato foi retratada no filme Rush, lançado em 2013 (quem não viu VEJAAAAAAAA!). Na corrida final, no Japão, o acordo era dar uma volta e regressar aos boxes, em razão da forte chuva. Lauda recolheu. Hunt, não. O diretor de prova disse que era necessário largar por causa dos acordos com a TV. Diferentemente do mito que "Lauda abandonou por medo", o austríaco abandonou porque não havia condições de ter corrida. Com isso, Hunt seguiu na prova e foi campeão daquela temporada por um ponto.

Como o próprio disse, Lauda cometeu o maior erro da vida dele: Não ter agradecido Arturo Merzario por tê-lo socorrido no acidente. A reconciliação veio apenas 30 anos depois, quando foi realizado um evento por Bernie Ecclestone em Nurburgring, 2006, relembrando o incidente. Os dois percorreram o local juntos e participaram de um programa especial para a TV alemã.

Esse é o polêmico Niki Lauda, que no ano seguinte foi bi-campeão na Ferrari, se aposentou, voltou a correr e ainda conseguiu o tricampeão em 1984, na McLaren, aposentando-se definitivamente da F1 em 1985. O circuito de Nurburgring só retornou a F1 em 1984, pois passou por uma grande reforma e teve a sua extensão diminuída para cerca de quatro quilômetros. Portanto, Lauda voltou a correr no local onde quase perdeu a vida, mas que acabou matando a morte. Até!