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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

BARCELONA, DIAS 1 E 2: DAS

Foto: Getty Images
E começou a pré-temporada de 2020 (ou 2019 parte 2). Todos os carros na pista e, desde já, com muita quilometragem. Até a Williams andou bastante na Catalunha. Vamos então para os destaques:

Geralmente, nos primeiros testes, a Mercedes faz tempos altos, priorizando a confiabilidade. Bem, desta vez não foi assim. Hamilton e Bottas já fizeram dobradinha logo no primeiro dia, com pneus macios e tudo. Qual será a estratégia? Daqui a pouco voltamos para escrever mais sobre os prateados.

A Ferrari entendeu que tempos de pré-temporada são a mãe da decepção. Desta vez, Charles Leclerc ficou lá no final da tabela. Desde o final do ano passado, surgiram notícias de que o novo carro teve problemas de desenvolvimento no túnel de vento e que isso acarretou em perda de tempo e de desempenho. É a Ferrari correndo atrás do prejuízo ou um blefe reverso?

Outra coisa que chamou a atenção foram os carros que não possuem motor Ferrari com o bico afinado. Muitos estão acusando que a Racing Point é basicamente uma Mercedes B, algo nos moldes Ferrari-Sauber no início do século. A McLaren já chiou, mas os rosinhas andaram bem e já avisaram que irão brigar pelo top 4. Ah, e foi a primeira vez que um projeto foi desenvolvido do zero. Nos últimos anos, pela crise financeira da antiga Force India, existiam muitos atrasos no carro da temporada. Não é o que vemos desta vez.

Racing Point: Mercedes B? Foto: Montagem
Verstappen foi o mais que andou (168), o que definitivamente prova que a Red Bull/Honda está em dia no quesito confiabilidade. Potência? Saberemos. Kubica deu algumas voltinhas pela Alfa Romeo e foi o único piloto de testes a participar da atividade. Os tempos do dia 1:


Hoje, o mais rápido do dia foi Kimi Raikkonen, com os pneus macios da Alfa Romeo. No entanto, esse não é o principal fato do dia.

Pois bem: a Mercedes revelou ao mundo o DAS. O que significa isso? Vou pegar a explicação do Rafael Lopes:

O Dual Axis System (DAS), Sistema de Duplo Eixo em português, "se refere aos movimentos laterais (eixo x no plano cartesiano) e de empurrar e puxar (eixo y). A novidade permite que o piloto mude o alinhamento das rodas dianteiras nas retas. A ideia é diminuir a perda de temperatura nos pneus nos trechos de aceleração plena. Nas curvas, ele volta ao normal."

Ou seja: Hamilton e Bottas movimentam o volante para a frente e para trás durante as retas, retornando a posição original nas curvas. Mas qual o ganho disso?

A Mercedes não fez uma explicação completa sobre o sistema, mas o DAS auxilia na manutenção da temperatura dos pneus, que cai durante as retas. O dispositivo, a princípio, não é algo aerodinâmico, o que seria proibido pelo regulamento. Os alemães garantem que a FIA está ciente do recurso e que não há nada ilegal mas, todos sabem, as decisões da FIA sobre regulamentos não são somente esportivas. Várias vezes algo que era legal virou ilegal da noite para o dia.

Pulo do gato ou não, esse dispositivo pode ser a garantia definitiva do domínio da Mercedes por mais um ano e certamente será palco de muitas discussões e de muitas manchetes durante o ano.


Na pista, dessa vez as flechas de prata priorizaram o ritmo de corrida e confiabilidade, pois Hamilton (9°) e Bottas (13°) ficaram na rabeira da tabela. Sérgio Pérez confirmou os testes promissores da Racing Point ao ficar em segundo. A Ferrari novamente foi tímida com Leclerc e Vettel. Todo mundo apresentando quilometragem alta. A Renault, que foi a que menos andou, fez 92 voltas. A Haas de Grosjean fez 158 voltas.

Foto: Getty Images


Resumindo: a Mercedes - com volante móvel ou não - vem forte. A Ferrari esconde o jogo, a Red Bull parece promissora e a Mercedes B Racing Point quer ser a melhor do resto do pelotão.

Amanhã tem o terceiro dia de testes.

Até!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:16.276 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016)

SEM MIAMI, POR ENQUANTO

Foto: Reprodução
Diante do impasse da organização da corrida de Miami com as votações da cidade e os protestos dos moradores, a Liberty Media anunciou que a corrida não será realizada no ano que vem. Se tudo der certo, ela entra no calendário em 2020. A data limite para o acerto era até julho. Entretanto, diante do adiamento das negociações até setembro, não haveria tempo hábil para organizar uma boa corrida em praticamente um ano de preparação.

A ideia da categoria é realizar três corridas na America do Norte de forma consecutiva em outubro - duas nos Estados Unidos e uma no México. Uma das maiores discussões é sobre o traçado que será utilizado na cidade. A associação de moradores local ameaça processar os representantes da prova porque não querem que suas rotinas sejam interrompidas com a realização de um Grande Prêmio. Se tudo der certo, o acordo seria de dez anos, renováveis por mais dez.


Pra ser sincero, não tenho entusiasmo algum em assistir uma corrida de rua em Miami. Já existem várias. O público americano não gosta da categoria. Poderiam tentar o retorno da Malásia, por exemplo, ou então intensificar os esforços para a corrida na Holanda. Seriam alternativas mais viáveis para os fãs. Claro que o dinheiro, o business e o hype falam mais alto nesses casos, é inevitável. Bom, se já estamos aguentando Abu Dhabi decidir o campeonato já há quase dez anos, o que seria mais uma corrida de rua extravagante com prazo de validade relativamente curto?

UM NOVO LOCAL PARA A PRÉ-TEMPORADA

Foto: Reprodução
Segundo a revista "Auto Motor and Sport", a F1 deve ter novo destino para os treinos da próxima pré-temporada: sai Barcelona e entra Bahrein. Nesse ano, as equipes tiveram dificuldades no circuito catalão. Com o asfalto recapeado nesse ano, a pista deixou de representar as situações enfrentadas pelas equipes durante a temporada. Além disso, também nesse ano as sessões ficaram marcadas pela chuva e até a neve, prejudicando o desenvolvimento dos carros às vésperas da abertura da temporada, na Austrália.

Por outro lado, o Bahrein traz outro problema para a FIA: o alto custo do deslocamento para os testes em comparação a Barcelona. Com as fábricas situadas na Europa, o transporte de equipamentos e novas peças pode tornar o investimento mais caro para as equipes. No entanto, a Liberty pretende arcar com esses custos, com uma condição: que acabe alguns segredos da pré-temporada, pois é o desejo de Chase Carey e cia tornar os primeiros testes do ano atrativos para os fãs - até se especulou a transmissão dos treinos pela internet nesse ano, o que acabou não rolando.


A F1 sai de um extremo para o outro, talvez mais trabalhoso para as equipes. Entretanto, se tudo for realmente pago, as coisas tendem a ficar melhores. Barcelona é um circuito chato e manjado, com corridas esquecíveis. No Bahrein, temos boas corridas em um traçado mais atrativo. Simulando as condições de calor que irão existir no decorrer da temporada, talvez seja uma boa mudar de ares - e de continente - no início da temporada.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 188 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 171 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 131 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 122 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 106 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 40 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 39 pontos
10- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos
11- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 20 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 19 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 310 pontos
2 - Ferrari - 302 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 211 pontos
4 - Renault - 80 pontos
5 - Haas Ferrari - 59 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos
7 - McLaren Renault - 48 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 21 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:








quarta-feira, 21 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 2

Foto: Continental Circus

Sem mais delongas, vamos com a segunda e última da análise da pré-temporada, projetando o que irá acontecer em Melbourne e no desenrolar da temporada:

RENAULT SPORT F1 TEAM

Pilotos: Nico Hulkenberg (#27) e Carlos Sainz Jr (#55)
Chefe de equipe: Cyril Abiteboul
Títulos de pilotos: 2 (2005 e 2006)
Títulos de construtores: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 35
Pole Positions: 51
Voltas mais rápidas: 31

Foto: F1Mania
O R.S. 18 parece sólido, sóbrio e evoluindo em bons passos. Dessa vez terá dois pilotos no time, o que é fundamental para o desenvolvimento do projeto. Com mais dinheiro e a instabilidade de McLaren e Force India, os franceses parecem nesse instante fincados como a quarta força da F1. O duelo Hulkenberg-Sainz promete. Finalmente o alemão será desafiado nessa sua última oportunidade de ao menos buscar um pódio na categoria. Para o espanhol, é a oportunidade de confirmar o hype de “novo Alonso” e, quem sabe, substituir Ricciardo na Red Bull no próximo ano.

RED BULL TORO ROSSO HONDA

Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Brendon Hartley (#28)
Chefe de equipe: Franz Tost
Vitórias: 1
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 1

Foto: F1
A grande surpresa até aqui. Se todo mundo esperava uma grande chacota com o combo carro ruim + pilotos inexperientes + Honda (o nome diz por si só), parecemos redondamente enganados até aqui. A filial taurina foi uma das que mais andaram nesses oito dias de teste, com a Honda apresentando pouquíssimos problemas. A grande questão: será que o motor japonês foi utilizado em sua máxima potência? Se sim, parece ser promissor. Se não, foi apenas mais do mesmo. Com Gasly e Hartley no volante, tudo fica mais incerto ainda em virtude da inexperiência de ambos na categoria. Entretanto, o teste pode provar que a Toro Rosso Honda não vem para largar nas últimas posições, a princípio.

HAAS F1 TEAM

Pilotos: Romain Grosjean (#8) e Kevin Magnussen (#20)
Chefe de equipe: Gene Haas

Foto: Wheels24
Haas + Ferrari é a mesma parceria dos tempos dos italianos com a Sauber nos anos 2000. Com quase tudo que o regulamento permite oriundo do SF70H, os americanos devem ter um ano melhor, brigando regularmente pelos pontos. Grosjean e Magnussen cometem muitos erros sendo pilotos de características diferentes, mas deixo o meu apoio ao filho do Jan porque foi um dos únicos a sensatar, criticando de forma devida o que é o Halo. Em uma perspectiva otimista, a Haas tem boas chances de brigar com a Renault pelo sétimo lugar nas corridas, o que já é ótimo.

McLAREN F1 TEAM

Pilotos: Fernando Alonso (#14) e Stoffel Vandoorne (#2)
Chefe de equipe: Zak Brown
Títulos de pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)
Títulos de construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)
Vitórias: 182
Pole Positions: 155
Voltas mais rápidas: 155
Foto: AutoBlog PV8

As expectativas serão altas até o fim do ano. Laranja papaia no carro, Renault no lugar da Honda... uma nova era para resgatar o passado vencedor do time de Woking. Realidade: de novo foi a equipe menos andou nos testes. O carro tem potencial para ser a quarta força, mas talvez em um segundo momento. Alguns problemas naturais com o motor francês, mas o superaquecimento do carro permite a pergunta: a Honda era a única vilã? Saberemos durante o ano se os ingleses forem incapazes de solucionar os problemas que lhe assolam até aqui, que deve culminar em um provável abandono no GP da Austrália.

ALFA ROMEO SAUBER F1 TEAM

Pilotos: Marcus Ericsson (#9) e Charles Leclerc (#16)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Voltas mais rápidas: 3

Foto: RaceFans
Alfa Romeo. Charles Leclerc. Motor Ferrari atualizado. Toro Rosso Honda. Parecia lógico, mas os suíços irão continuar no fim do grid. O carro melhorou, é verdade, mas os dos outros também. O processo não funciona do dia para a noite, principalmente para quem não dispõe de tantos recursos financeiros (caso dos suíços) e de pilotos capacitados (caso dos suíços de novo, com Ericsson). A minha torcida é para que os suíços superem a Williams. Leclerc terá todos os olhos voltados nele. Ninguém espera muita coisa da Sauber. Entretanto, se o jovem surpreender e tirar “leite de pedra”, pode estar garantindo precocemente sua vaga como substituto de Kimi Raikkonen na Ferrari em 2019. Isso sim é o que vale ficar de olho em relação aos suíços durante o ano.

Concorda? Discorda? Escreva nos comentários. Em breve mais materiais. A temporada ta chegando! Fui!


terça-feira, 20 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 1

Foto: Getty Images

Senhoras e senhores, a F1 está de volta! Como sempre, Melbourne terá o prazer de abrir a temporada, que terá a Mercedes em busca do pentacampeonato de pilotos e construtores, a Ferrari tentando sair da fila e a Red Bull tentando encostar e voltar a dominar a F1.

Nesse primeiro post, vamos analisar a pré-temporada das primeiras cinco equipes. Todos sabemos que elas não são definitivas, mas que apontam bons indícios para o decorrer do ano na maioria das vezes. Agora, vamos começar:

MERCEDES GRAND PRIX

Pilotos: Lewis Hamilton (#44 - Atual campeão) e Valtteri Bottas (#77)
Chefe de equipe: Toto Wolff
Títulos de pilotos: 6 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016 e 2017)
Títulos de construtores: 4 (2014, 2015, 2016 e 2017)
Vitórias: 76
Pole Positions: 88
Voltas rápidas: 56

Foto: The Week
O comentário geral do paddock é que o W09 evoluiu. Com o comando de James Allison (que projetou o SF70 da Ferrari do ano passado), as flechas de prata resolveram o problema de aquecimento de pneus, o grande calcanhar de Aquiles da última temporada. Hamilton e Bottas elogiaram repetidas vezes o carro durante essas duas semanas. Os tempos não querem dizer muita coisa. Com a pista recapeada e preocupada em fazer longos stints, a Mercedes está sempre escondendo o jogo, e fará isso até o Q2 ou Q3, na madrugada de sexta para sábado. Segue como soberana e favorita ao penta de Hamilton e dos construtores.

SCUDERIA FERRARI

Pilotos: Sebastian Vettel (#5) e Kimi Raikkonen (#7)
Chefe de equipe: Maurizio Arrivabene
Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)
Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)
Vitórias: 229
Pole Positions: 213
Voltas mais rápidas: 244

Foto: Motorsport
O grande desafio do SF71 é mostrar-se tão ou mais capaz que o modelo anterior, projetado por profissionais que já deixaram a equipe ainda em 2016. Em busca de potência e competitividade na reta final, as frequentes falhas no carro de Vettel lhe custaram precocemente brigar pelo título. Pelo que deu para ver em Barcelona, o carro é confiável. Os tempos, vocês já sabem, enganam. A grande pergunta é saber: a Ferrari diminuiu a vantagem em relação aos alemães ou foi superada pelos austríacos? Começaremos a saber a partir de quinta-feira.

ASTON MARTIN RED BULL RACING

Pilotos: Daniel Ricciardo (#3) e Max Verstappen (#33)
Chefe de equipe: Christian Horner
Títulos de pilotos: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Títulos de construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Vitórias: 55
Pole Positions: 58
Voltas mais rápidas: 54

Foto: Motor 1
Os motores Renault seguem inferiores. Os taurinos acompanham de perto o que acontece com a filial Toro Rosso e o início de trabalho com a Honda. Até abril ou maio, terão que definir qual será a nova unidade híbrida da equipe para os próximos anos, visto que os franceses irão parar de fornecer material para uma equipe rival e focar em seus próprios esforços. Dessa vez, Adrian Newey se envolveu desde o início com o projeto, o que é uma brutal diferença. Helmut Marko afirma que o chassi do RB14 é superior ao da Mercedes. Max e Ricciardo parecem confiantes de que estarão na briga agora desde o início. Entretanto, os problemas encontrados em Barcelona trazem muita desconfiança. A Renault não parece ter o mesmo nível de confiabilidade que os motores alemães e italianos, e isso pode fazer a diferença tanto para as corridas quanto para o grid e o limite de três motores por temporada. Aparentemente, os taurinos parecem mais próximos da Ferrari. A questão é saber se o motor francês não irá deixá-los na mão igual nos últimos anos. Qualquer coisa os japoneses estão de olho...

SAHARA FORCE INDIA F1 TEAM

Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Esteban Ocon (#31)
Chefe de equipe: Bob Fernley
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 5

Foto: Race Fans
A maior incógnita do grid, dentro e fora das pistas. Sem dinheiro, preocupada com a venda da equipe e a mudança do nome, tudo isso acabou influenciando no desenvolvimento do VJM11. Aliado a isso, o crescimento natural de McLaren e Renault e as surpreendentes Haas e Toro Rosso podem jogar os (ainda) indianos lá para baixo do grid. Material humano não falta. O problema é dinheiro. Os resultados podem melhorar no segundo semestre, pois uma equipe com Pérez e Ocon tem muito talento e capacidade para crescer, quando o dinheiro entrar e a situação interna se resolver. No momento, talvez a Force India esteja a frente apenas da Williams e da Sauber.

WILLIAMS MARTINI RACING

Pilotos: Lance Stroll (#18) e Sergey Sirotkin (#35)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Foto: Getty Images
Eles merecem tudo isso. Não é surpresa. Nunca saberemos se o FW41 é um carro bom. É o primeiro trabalho de Paddy Lowe com o pessoal de Grove, um projeto totalmente diferente do que era nos últimos quatro anos. Kubica com um braço só anda mais rápido que os titulares. Não é surpresa, todos sabemos. Diante de pilotos inexperientes e despreparados para assumir a titularidade de uma equipe tradicional e relevante, o potencial da Williams é, com boa vontade, desconhecido. Entretanto, nada muito animador. A equipe aos poucos vai regredindo ao período PDVSA: bancado por um piloto, resultados tímidos, fãs insatisfeitos e cada vez menos com a cara de quem é a terceira maior equipe da F1. Com Claire adotando definitivamente os pilotos pagantes, parece ser questão de Frank morrer para que enterrem completamente o seu legado. Penúltima força do grid.

Amanhã, o restante. Até mais!

sexta-feira, 9 de março de 2018

DIA 8 - JOGO DE CENA

Foto: Getty Images
Acabou! Agora só veremos os carros em Melbourne, na abertura da temporada, daqui duas semanas. Antes disso, um resumo do último dia de testes da pré-temporada em Barcelona.

Para variar, a Ferrari terminou na frente. Kimi Raikkonen marcou o tempo de 1:17.221, 40 milésimos mais lento que o recorde extraoficial de Sebastian Vettel, marcado ontem. 157 voltas na conta do Homem de Gelo. Os italianos marcaram os dois melhores tempos nesses oito dias. O que isso significa, na prática? Nada.

O azar de Fernando Alonso deveria ser investigado pelas autoridades competentes. Incrível como tudo dá errado justamente quando é a vez dele. É o karma, não tem jeito. Pela manhã, o turbo do motor Renault quebrou. Com os problemas consertados de tarde, o espanhol marcou o segundo tempo, cinco décimos mais lento que a Ferrari utilizando o mesmo composto hipermacio, em animadoras 95 voltas. O que é significativo para a equipe de Woking é a necessidade de consertar os problemas de superaquecimento do motor as vésperas da abertura da temporada, porque esse segundo lugar também não significa nada.

Foto: Getty Images
A Renault mostrou pela primeira vez alguns contratempos. Com problemas no câmbio, Sainz só foi para a pista de tarde e fez o terceiro tempo. Assim como o demais, o mais importante na análise aqui não é a colocação dos franceses, mas sim a sua evolução nessa pré-temporada. Em tese, começa o ano como a quarta força, ainda distante das três principais.

Agora começa o jogo de cena, ou então programações diferentes para obter informações dos carros. Daniel Ricciardo andou 92 voltas e fez o quarto tempo com o pneu supermacio. Após explorar a velocidade no início da semana, o RB14 conseguiu uma boa quilometragem, apesar de ter encontrado dificuldades em alguns dias e ser alvo de desconfiança quanto a confiabilidade durante a temporada.

A Mercedes também escondeu o jogo. Com os pneus médios, Valtteri Bottas foi apenas 1s1 mais lento que Raikkonen. Assustador. Lewis Hamilton, por sua vez, andou mais pesado e mesmo com o supermacio acabou em 12°. Repito: assustador. As Mercedes sempre passam a sensação de ter várias cartas na manga. Para mim, eles aumentaram a distância em relação a Ferrari e a Red Bull e terão mais um ano de dominância. Espero que esteja enganado.

A Haas mais uma vez teve um ótimo dia. Romain Grosjean foi o quinto e andou 181 voltas. Quem repetiu a mais surpreendente pré-temporada foi a Toro Rosso de Brendon Hartley, o sétimo e com 156 voltas completadas. Começo a ter dúvidas se o pessoal de Faenza irá largar em último na Austrália. Vai que seja jogo de cena também e a equipe não consiga andar na capacidade máxima do motor sem apresentar problemas?

Foto: Getty Images
Force India, Williams e Sauber aparentemente estão um passo atrás das demais. E os três casos são previsíveis, por diferentes motivos. Os (ainda) indianos parecem mais preocupados com o processo de venda da equipe. Com dinheiro escasso, o crescimento de McLaren e Renault e a Haas turbinada com o SF70H da Ferrari, parece natural a (ainda) Force India perder espaço. A esperança é que, com a nova equipe, dinheiro e investidores, seja possível recuperar o terreno para o ano que vem. Competência eles têm.

Williams e Sauber eu já escrevi mais sobre eles. Vou retomar o assunto na semana que vem, quando vou tentar fazer uma análise mais apurada do que aconteceu nesses oito dias, projetando o que esperar na etapa de abertura, em Melbourne.

Confira a classificação do último dia de pré-temporada da F1 em Barcelona:

Kimi Raikkonen (Finlândia)Ferrari1m17s221Hipermacio157
Fernando Alonso (Espanha)McLaren-Renault1m17s784Hipermacio93
Carlos Sainz (Espanha)Renault1m18s092Hipermacio45
Daniel Ricciardo (Austrália)RBR-Renault1m18s327Supermacio92
Romain Grosjean (França)Haas-Ferrari1m18s412Ultramacio181
Valtteri Bottas (Finlândia)Mercedes1m18s825Médio104
Brendon Hartley (Nova Zelândia)STR-Honda1m18s949Hipermacio156
Esteban Ocon (França)Force India-Mercedes1m19s967Hipermacio163
Charles Leclerc (Mônaco)Sauber-Alfa Romeo1m19s118Hipermacio75
10ºSergey Sirotkin (Rússia)Williams-Mercedes1m19s189Macio105
11ºLewis Hamilton (Inglaterra)Mercedes1m19s464Supermacio97
12ºLance Stroll (Canadá)Williams-Mercedes1m19s964Macio27

Até!

DIA 7 - RECORDE E LONGRUNS

Foto: Getty Images
Aos poucos as coisas começam a se desenvolver, cada equipe com a sua estratégia e programação dos testes. Se ontem Ricciardo bateu o recorde da pista de Barcelona, hoje foi a vez de Vettel pulverizar a antiga marca, colocando a Ferrari como a equipe que mais andou em um dia de pré-temporada. No entanto, todas as equipes conseguiram andar bastante e sem apresentar problemas.

O tetracampeão fez o tempo de 1:17.182 em 188 voltas durante o dia, mostrando que a Ferrari aparentemente está com um carro veloz e confiável. Com os pneus supermacios, a Haas de Kevin Magnussen foi o segundo, 1,2s atrás dos italianos. Com temperaturas elevadas, o carro dos americanos parecem responder e render melhor, aproveitando ao máximo o SF70 dos ferraristas do ano passado.

Consistência que resulta em um boa terceira posição é a mais surpreendente das equipes até aqui, a Toro Rosso. Com Pierre Gasly marcando seu melhor tempo na reta final do treino,a equipe de Faenza andou 169 voltas com o motor nipônico. Resta saber se é fogo de palha ou apenas uma unidade de potência sem andar no máximo de sua capacidade sem resultar em problemas.

Foto: Reuters
A Renault segue sendo um dos destaques da pré-temporada usando seus dois pilotos na sessão. Hulkenberg e Sainz andaram com os hipermacios e ficaram separados por apenas um décimo. Finalmente o alemão terá competição interna na equipe. Essa disputa promete. Somados, os franceses andaram 148 voltas. Dessa vez sem sobressaltos, a McLaren de Vandoorne andou 151 voltas e terminou a sessão em sexto.

Mercedes e Red Bull esconderam o jogo e preferiram longos stints ao invés de tempos. Com pneus médios, Hamilton foi o oitavo e Bottas o nono. Verstappen, por sua vez, fez o penúltimo tempo, mas andou incríveis 187 voltas, uma a menos que a Ferrari, com os pneus macios e de tanque cheio, certamente. Outro destaque do dia foi Robert Kubica ter efetivamente testado a Williams. Com um bandeirão e o apoio dos fãs poloneses, o piloto reserva da equipe inglesa foi outra vez mais rápido que Stroll, o último nos treinos. É mais do que óbvio constatar que, mesmo sem um braço, Kubica é muito mais piloto que os dois titulares da Williams, que não irão explorar o potencial do FW41, se é que ele tem.

Foto: Pedro Lopes
Confira a classificação do sétimo dia de testes de pré-temporada em Barcelona:

Sebastian Vettel (Alemanha) Ferrari 1m17s182 Hipermacio 188
Kevin Magnussen (Dinamarca) Haas-Ferrari 1m18s360 Ultramacio 153
Pierre Gasly (França) STR-Honda 1m18s363 Hipermacio 169
Nico Hulkenberg (Alemanha) Renault 1m18s675 Hipermacio 79
Carlos Sainz (Espanha) Renault 1m18s725 Hipermacio 69
Stoffel Vandoorne (Bélgica) McLaren-Renault 1m18s855 Hipermacio 151
Marcus Ericsson (Suécia) Sauber-Alfa Romeo 1m19s244 Hipermacio 148
Lewis Hamilton (Inglaterra) Mercedes 1m19s296 Médio 84
Valtteri Bottas (Finlândia) Mercedes 1m19s532 Médio 97
10º Robert Kubica (Polônia) Williams-Mercedes 1m19s629 Supermacio 73
11º Sergio Perez (México) Force India-Mercedes 1m19s634 Hipermacio 156
12º Max Verstappen (Holanda) RBR-Renault 1m19s842 Macio 187
13º Lance Stroll (Canadá) Williams-Mercedes 1m20s262 Supermacio 65

Até!

quinta-feira, 8 de março de 2018

DIA 6 - RECORDE

Foto: Getty Images

O sexto dia de testes em Barcelona mostraram de positivo a Red Bull na frente, com direito de quebra de recorde e uma ótima quilometragem de Toro Rosso, Sauber, Renault e dos próprios taurinos. Por outro lado, a McLaren segue seu calvário, de inédito com a Renault, enquanto Kimi Raikkonen passou mal e não conseguiu treinar na sua melhor condição física. Vamos lá:

Com os pneus hipermacios (os mais macios), Daniel Ricciardo foi o mais veloz do dia, batendo o recorde do circuito de Montmeló: 1:18.047, três décimos mais veloz que a antiga marca, que pertencia a Felipe Massa durante um teste em 2008. Mais do que ser rápido, o australiano não enfrentou problemas com o RB14 e andou incríveis 165 voltas, a maior quilometragem do dia.

Com os ultramacios, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas ficaram com o segundo e o terceiro tempo, três e cinco décimos atrás de Ricciardo, respectivamente. O problema da Mercedes é que sempre estarei pensando que eles estão blefando em todas as situações, inclusive quando estão sobrando, e talvez isso seja verdade.

Foto: Getty Images
Era para Kimi Raikkonen guiar a Ferrari hoje. Entretanto, o finlandês passou mal e vomitou demais após uma indisposição estomacal. Vettel foi chamado e pilotou pela manhã, onde fez o quarto tempo. Sem estar aparentemente recuperado, Kimi deu algumas voltas de tarde e foi apenas o nono.


Quem segue impressionando é a Toro Rosso. Hoje a equipe de Faenza deu um pequeno susto: Brendon Hartley chegou a parar na saída dos boxes, mas  o problema foi consertado e o neozelandês deu 119 voltas, fechando o dia em quinto. Resta saber se a Honda consegue render com potência máxima ou é apenas fogo de palha.

Ziquei a McLaren. O calvário segue. Apesar de ter ficado em sexto, Fernando Alonso andou apenas 57 voltas devido a um problema não divulgado que praticamente lhe fez perder todo o período da tarde. Um dos problemas do MCL33 é o superaquecimento da carenagem do motor, por ser compacta demais. Esse é um dos preceitos do projetista Peter Prodromou. Será que a Honda era a responsável por tudo? Será que os ingleses irão resolver seus contratempos até a Austrália?

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Quem também teve problemas foi a Haas. Com um vazamento de óleo, Romain Grosjean perdeu algumas horas de treino, mas foi o oitavo. Na frente dele, a Renault segue constante: Sainz em sétimo e Hulkenberg em 11°, ambos conseguindo boa quilometragem para os franceses.

Na parte de trás, Force India e Sauber andaram bastante: 130 e 160 voltas, respectivamente com Esteban Ocon e Charles Leclerc em 12° e 13°.

Ferrari e Red Bull tentando encostar na Mercedes, que por sua vez está sempre escondendo o jogo... Renault sólida e McLaren sofrendo. Já temos algumas tendências nessa pré-temporada, o que não quer dizer necessariamente muita coisa como parâmetro para o que iremos ver daqui duas semanas em Melbourne, na Austrália.

Confira  a classificação do oitavo dia de testes de pré-temporada em Barcelona:
Daniel Ricciardo (Austrália)
RBR-Renault
1m18s047
Hipermacio
165
Lewis Hamilton (Inglaterra)
Mercedes
1m18s400
Ultramacio
90
Valtteri Bottas (Finlândia)
Mercedes
1m18s560
Ultramacio
85
Sebastian Vettel (Alemanha)
Ferrari
1m19s541
Macio
66
Brendon Hartley (Nova Zelândia)
STR-Honda
1m19s823
Hipermacio
119
Fernando Alonso (Espanha)
McLaren-Renault
1m19s856
Hipermacio
57
Carlos Sainz (Espanha)
Renault
1m20s042
Médio
88
Romain Grosjean (França)
Haas-Ferrari
1m20s237
Macio
78
Kimi Raikkonen (Finlândia)
Ferrari
1m20s242
Macio
49
10º
Lance Stroll (Canadá)
Williams-Mercedes
1m20s349
Macio
63
11º
Nico Hulkenberg (Alemanha)
Renault
1m20s748
Supermacio
102
12º
Esteban Ocon (França)
Force India-Mercedes
1m20s805
Macio
130
13º
Charles Leclerc (Mônaco)
Sauber-Alfa Romeo
1m20s919
Supermacio
160
14º
Sergey Sirotkin (Rússia)
Williams-Mercedes
1m22s350
Macio
80

Até!