domingo, 1 de julho de 2018

BOM PARA QUASE TODO MUNDO

Foto: Getty Images
Depois da largada, quando Raikkonen passou Bottas, chegou a incomodar e depois perdeu as posições para a Red Bull, estava vendo a corrida apenas no automático. Com Hamilton abrindo para Verstappen e com Vettel largando mal e perdendo posições, apenas o imponderável poderia salvar a corrida do marasmo habitual.

Tal qual na Copa do Mundo, onde a maioria torce para os fracos em detrimento dos mais fortes, em questão de poucas horas duas gigantes caíram: a Espanha e a Mercedes. Aliás, o problema em Bottas teve fundamental importância para a boa corrida que tivemos hoje em Spielberg.

O problema no câmbio de Bottas foi o sinal amarelo para a Mercedes: quebra do novo carro em seu primeiro final de semana. Com o Virtual Safety Car acionado, Ferrari e Red Bull correram para os boxes e trocaram os pneus. Voltaram para a pista com menos desvantagem para Hamilton, que não parou. Impressiona como a Mercedes está batendo cabeça nas estratégias, principalmente quando acontece algo na pista. Sem saber se continuava ou não pista, o inglês já estava com os pneus desgastados e parou pouco depois, voltando para quarto. Desde então, Verstappen assumiu a ponta para não mais largar.

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Ficar atrás dos outros, gerando turbulência e aumentando a temperatura do carro podem ter sido fatores que contribuíram para que Hamilton abandonasse com problemas no motor. Antes da VSC, o inglês caminhava para uma vitória tranquila. Os alemães não só perdem pontos importantíssimos para o campeonato como também deixaram Vettel, de atuação apagada, reassumir a liderança, agora com um ponto a mais.

Max teve uma atuação espetacular. Controlou a liderança com maestria, poupando os pneus e não deixando Raikkonen se aproximar na reta final para tentar a ultrapassagem. Depois da última bobagem em Mônaco, o holandês não errou mais. Está sendo consistente e vencendo Ricciardo, que hoje abandonou. Aliás, o tal novo motor Renault demonstrou ter sido um fracasso, pois Hulkenberg abandonou e Sainz sequer pontuou. Delírio da Red Bull, ao vencer em casa, e também da númerosa torcida holandesa, que invadiu mais ainda a Áustria e teria sido responsável pela grande comemoração do dia, não fosse a insanidade dos russos em Moscou depois da classificação diante da Espanha.

A Ferrari talvez foi a que tenha mais a que comemorar com os abandonos da Mercedes e do australiano. Raikkonen foi razoavelmente combativo, mas ficou a impressão de que se forçasse mais poderia ter vencido a prova. Impressionante como os pneus da Ferrari estavam durando mais. Vettel conseguiu chegar em terceiro e, estranhamente, os italianos não fizeram jogo de equipe para beneficiar o alemão. Três pontos a mais ou a menos podem decidir um campeonato. Será que eles pensaram nas críticas de 2001 e 2002 e recuaram?

Foto: Getty Images

O efeito dominó da Mercedes deu um boost para boa parte do grid. Por exemplo, Grosjean. Até então zerado, o francês conseguiu conquistar o melhor resultado da Haas até aqui, seguido por Magnussen. Era para isso ter acontecido na Austrália, se não fossem os erros nos pit stops. É definitivamente a quarta força do grid essa Ferrari de 2017... Na sequência, a dupla da Force India, com Ocon e Pérez. Pode ser uma das últimas corridas da equipe, ao menos com esse nome. Os problemas financeiros estão ficando cada vez piores e a chance do time acabar é mais do que provável.

Pra mim o piloto do dia é esse extraterrestre chamado Fernando Alonso. Com uma asa dianteira do ano passado, depois de ele e Vandoorne terem arrebentado nos treinos, o espanhol largou dos boxes para chegar numa inacreditável oitava posição, sem sequer ser mostrado durante a corrida. Como isso aconteceu? Isso só reforça o talento desperdiçado que o espanhol virou. Por outro lado, Vandoorne teve um toque na largada que comprometeu toda a sua corrida. Críticas pesadas ao belga. Só se Lando Norris não ganhar a F2 para que Stoffel se mantenha na equipe na F1, ao que tudo indica. Ainda acho as críticas excessivas, mas é fato que está devendo.

Até Ericsson pontuou, em 10°! Ficou atrás, como sempre, de Charles Leclerc. Uma coisa é certa: não vai ficar na Sauber ano que vem. Resta saber se vai para o próximo degrau, que é a Haas (no lugar de Grosjean, mesmo que o francês conquiste os pontos que não conseguiu até aqui) ou sobe vários de uma vez para aposentar Raikkonen e ser parceiro de Vettel.

Além de Mercedes e Renault, os perdedores de hoje foram a Williams (como sempre), a Toro Rosso e a Renault, que não pontuaram e tiveram problemas durante a corrida. Mais uma vez, o VSC salvou uma monótona corrida e a transformou em algo que nos entreteu. Veremos o que nos aguarda em Silverstone, na semana que vem, terra de Hamilton:

Confira a classificação final do GP da Áustria:


Até!

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