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domingo, 9 de janeiro de 2022

OS FORA DE SÉRIE

 

Foto: Getty Images

O livro “Outliers, os Fora de Série”, de Malcolm Gladwell, é fantástico. Vou tentar não falar muito sobre ele porque já fiz outros paralelos no blog, mas ele basicamente resume que o “fora desérie” não depende apenas do talento, mas sim de todo um contexto histórico, social, familiar, de onde nasceu, cresceu e, claro, a sorte.

O pódio do Catar me deu o clique para escrever sobre esse tema porque são três perfis de “fora de série” completamente diferentes, sem contar os outros pilotos. Eles meio que são uma aplicação do livro.

Começando é claro por Lewis Hamilton. Sim, o britânico encarou o grande desafio de ser o primeiro negro a chegar e fazer sucesso num esporte rico e elitista. As condições sociais obviamente não ajudaram, assim como as financeiras. 

No entanto, tudo isso muda quando a McLaren e a Mercedes entram na jogada e comboiam o jovem até a F1. Isso, junto com a qualidade de Lewis, fez ele ser o que é hoje. Além disso, teve “sorte” na tomada de decisão e ir para a Mercedes quando esta teve quase uma década de domínio na F1. Hamilton foi o pacote perfeito.

Max Verstappen. Filho de piloto, teve o caminho “facilitado” no meio desde criança. Cresceu correndo porque a mãe também foi kartista. Uma vantagem em relação aos outros. Além do mais, o talento precoce o fez ir rapidamente para a Red Bull, sendo um grande atalho até chegar na F1. 

Quando foi promovido da Toro Rosso, o que parecia uma precipitação, Max mostrou sorte e competência na estreia ao aproveitar a batida das Mercedes e vencer na Espanha, sendo o mais jovem vencedor da história da categoria. 2021 culminou com o título mundial. Tem que ter talento e estar na hora certa.

Fernando Alonso teve um pouco disso no início da carreira. Assessorado por Flávio Briatore, teve as primeiras chances na Minardi até subir para a Renault. É claro que ser pupilo do chefe facilita, mas quando teve as oportunidades, Fernando desbancou Schumacher e virou bi. Tudo indicava que ele faria a “Era Alonso” no pós-Schumi.

Aí entra outra questão do livro. Um fora de série sem sorte ou com decisões erradas fica pelo caminho, não importa o quão inteligente e talentoso ele seja. Desde então, Alonso tomou decisões erradas na carreira, fruto do temperamento difícil, egocêntrico e as vezes mimado. 

Deixou a McLaren, onde podia conquistar títulos, voltou para a Renault que não estava competitiva e foi duas vezes “azarado” na Ferrari, onde o tri bateu na trave. Apostou na McLaren Honda mas a falta de paciência falou mais alto e, agora, na Alpine, vive a última chance.

Não dá pra dizer que alguém bicampeão do mundo é azarado, mas Alonso poderia ter sido muito mais se tivesse feito as escolhas certas e tivesse também um pouco de sorte.

O outlier também é aquele que está na hora certa e no momento certo. Sebastian Vettel é um tetracampeão. Pegou a Red Bull dominante no momento exato e não desperdiçou a chance. Depois, virou um piloto errático e os números parecem inflacionados, então a pergunta que fica é: Vettel seria Vettel se acontecesse qualquer coisa diferente antes? Certamente que não. Um outlier que combinou raríssimas oportunidades e talento, não se esqueçam.

Outros milhares de exemplos de pilotos promissores que não vingaram na história podem ser encaixar naqueles que tiveram azar ou mal gerenciamento da carreira. Não ser campeão não significa que seja um piloto desprezível, mas Ricciardo, Wehrlein, Nasr e Vandoorne, em exemplos mais recentes, assim como Giovinazzi, podem se queixar em algum momento da falta de sorte, apoio ou de simplesmente estarem na hora certa no momento errado.

Outros, pelo capital, viram outliers, como Stroll, Latifi e Mazepin. Se não fossem bilionários, não seriam pilotos. Se não tivessem dinheiro para desenvolver as habilidades exaustivamente, não chegariam lá. Desde pequeno, uma vantagem financeira que fez a diferença. Mais condições, melhores carros e o resultado está lá, assim como ter um sobrenome e dinheiro, como no caso de Mick Schumacher.

O que quero escrever é que nada é por acaso na F1. O livro dos Outliers é um exemplo que pode ser aplicado em qualquer área, por isso acho ele fascinante e quis jogar um rascunho dele para vocês. Leiam e reflitam! Concordam com o que foi escrito ou viajei na maionese?

Até!


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #36: RESUMO DO FERIADO

Foto: Divulgação
Bastou ter um feriado para que acontecessem algumas coisas no mundo do automobilismo. Sem mais delongas, vamos lá:

Começando pelo mais importante: Mick Schumacher, o Schumi Jr, repetiu o feito do pai Michael em 1990 e conquistou a F3 Europeia, em Hockenheim. Mick precisava apenas de um segundo lugar para ganhar o título uma corrida antes do final da rodada tripla. Na primeira chance, acabou rodando durante uma tentativa de ultrapassagem. Na corrida dois, Schumi Jr apenas administrou a distância que tinha para o líder Juri Vips. Dan Ticktum, que precisava de um milagre, foi o sétimo.

Mick, ao que tudo indica, deve migrar para a F2, em uma estrutura vencedora. Ter o sobrenome do pai não é fácil. As expectativas sempre serão altas. No mais, feliz pela conquista do Schumi Jr e aguardando ansiosamente os próximos passos da carreira, sempre com muito cuidado. Impossível não se emocionar com isso!



Foto: Divulgação

Sem surpresas, a Williams anunciou a contratação do britânico George Russell, virtual campeão da F2. Ele pertence a Mercedes. Pelo anúncio, o contrato é de "múltiplos anos", mas na verdade é um empréstimo. Russell mostrou qualidade na F2 e merecidamente será campeão, desbancando o queridinho da própria mídia do país, o Lando Norris. A outra vaga, segundo dizem, está sendo disputada pelo próprio Sergey Sirotkin, pelo compatriota Artem Markelov e o piloto de testes Robert Kubica. Inacreditável que nem na Williams a Mercedes vai dar uma mãozinha pro Ocon. Dizem que é medo dele se queimar em um carro ruim ou ser derrotado por um novato. Oras, o francês já mostrou qualidade. Se Russell for melhor, é ter mais qualidade ainda e, portanto, mais merecedor de ir para a Mercedes. Toto, o rei do drama, prefere ficar abraçado com o Bottas em prol de seus pilotos... Wehrlein que o diga.

Foto: Divulgação
E tem brasileiro campeão nos EUA! Felipe Nasr conquistou o IMSA, campeonato de corridas de longa duração nos Estados Unidos. A etapa final foi disputada nesse final de semana, em Atlanta. Ao lado de Eric Curran e Gabby Chaves, Nasr chegou em oitavo na Road Atlanta, corrida de 10 horas, a mais importante do certame. A competição reuniu alguns nomes conhecidos do automobilismo americano, como Ryan Hunter-Reay e o recém pentacampeão da Indy Scott Dixon, além de caras das antigas como Christian Fittipaldi e Jan Magnussen. É bom ver os pilotos se reinventando após a saída da F1. Segundo o Globoesporte.com, Nasr pode estar indo para a Indy. Tomara! Que seja competitivo e siga fazendo carreira em mercados alternativos, mostrando que há vida além da F1. Alonso que o diga.

Foto: Autoracing
A FIA divulgou o calendário de 2019 da F1. Serão 21 etapas. A China vai ser palco da milésima etapa da história da categoria. A Alemanha, sempre dúvida, foi confirmada. Não teremos mais três corridas consecutivas igual aconteceu nesse ano. O Grande Prêmio do Brasil será dia 17 de novembro e a temporada vai terminar em dezembro, no dia 1°, em Abu Dhabi. Confira todas as datas:

17/03 - Austrália
31/03 - Bahrein
14/04 - China
28/04 - Azerbaijão
12/05 - Espanha
26/05 - Mônaco
09/06 - Canadá
23/06 - França
30/06 - Áustria
14/07 - Inglaterra
28/07 - Alemanha
04/08 - Hungria
01/09 - Bélgica
08/09 - Itália
22/09 - Cingapura
29/09 - Rússia
13/10 - Japão
27/10 - México
03/11 - EUA
17/11 - Brasil
01/12 - Abu Dhabi

Até!



quinta-feira, 22 de junho de 2017

O ACERTO QUE DEMITE

Foto: Independent
Hoje a Sauber anunciou uma notícia que poderia ter sido veiculada há alguns anos. Monisha Kaltenborn foi demitida da equipe e, portanto, não é mais a chefe da escuderia suíça, cargo que ocupou durante cinco anos. A indiana entrou para a história como a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe na história da categoria. Hoje, resta Claire Williams, que assumiu o posto pouco depois de Monisha.

A indiana trabalha na Sauber desde 2000, quando advogava para o banco suíço Credit Swiss, que passou a patrocinar a equipe em 2001. Ela atuava na área legal das atividades do banco e do time. Aos poucos, foi subindo na empresa até assumir, de forma surpreendente, o comando da Sauber, substituindo o dono, Peter, que se aposentou. Ela ficou com 33,5% das ações da equipe até o ano passado, quando abriu mão após a venda da Sauber para os investidores suíços.

Sua gestão na F1 foi um desastre. Um erro atrás do erro. Equívocos de contratação e, pasmem, com sérios problemas financeiros e jurídicos, sua área de formação. O ano de 2015 foi emblemático. Ela contratou Nasr e Ericsson, assim como havia assinado com Giedo Van der Garde, Adrian Sutil e até Jules Bianchi, dizem as más línguas. Van der Garde entrou na justiça e causou embaraço para toda a organização quando ganhou o direito de correr pela equipe. Lá estava o holandês, de macacão, esperando seu carro. Monisha teve que pagar R$ 56 milhões ao piloto para resolver a situação, piorando ainda mais a caótica situação da financeira da equipe, que culminou com a venda para investidores suecos no ano passado.

Foto: Getty Images

A Sauber obviamente nega, mas o motivo da demissão de Monisha nem é sua incompetência na gestão da equipe nos últimos anos, mas sim uma desavença nos rumos que a equipe deveria tomar. Ano passado, Ericsson foi alçado a piloto número 1, uma exigência dos donos da equipe, suecos ligados a ele. O que aconteceu? Com a possibilidade financeira de apenas melhorar um carro, todas as atualizações iam para Ericsson, e Nasr ficava com a sobra. Óbvio que o mediano sueco passou a andar na frente do brasileiro, que mesmo assim, passando por cima de ordens da equipe, conseguiu pontuar e salvar os suíços da falência, mas que indiretamente decretou o fim da Manor.

Para esse ano, a estratégia é a mesma: foco para Ericsson, Wehrlein que se exploda. Acontece que, mesmo duas corridas ausente, o alemão conseguiu um heroico oitavo lugar, o que Ericsson jamais terá a capacidade de alcançar, por ser menos piloto. Monisha, dessa vez, recusou a "orientação", pois obviamente percebeu que isso seria uma burrada colossal, afinal, o futuro da equipe está em jogo.

Foto: Auto Sport

Resumo da ópera: Monisha é demitida talvez na sua única decisão acertada em cinco anos de Sauber, que seria no mínimo a igualdade de condições entre Wehrlein e Ericsson. A indiana entra na história como uma estatística interessante de quebra de barreiras e preconceitos, assim como também entra na história pelo trabalho que quase afundou a Sauber, equipe simpática do meio do grid que hoje luta para sobreviver, é o pior carro da F1 e ganha a antipatia dos fãs em virtude do protecionismo a Ericsson. E ano que vem terá a Honda como fornecedora de motores. Que dupla, hein?

Óbvio que o investimento só está sendo feito porque Ericsson está lá. Do contrário, a F1 teria hoje nove equipes. Colin Kolles, ex-Hispania, é o favorito a assumir o cargo. Para esse final de semana, o gerente do time, Beat Zehnder, e o diretor técnico Jorg Zander ficarão responsáveis pelas operações do time no GP do Azerbaijão, em Baku. Uma coisa é certa: Wehrlein vai sofrer. Será difícil fazer mais do que já fez, e não verei como um fato normal se ele passar a ser constantemente batido pelo companheiro e ter problemas no carro, bem como estratégias de boxes equivocadas.

Até!



sexta-feira, 12 de maio de 2017

GP DA ESPANHA - Programação

O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Catalunha (desde 1991).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:21.670 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Mark Webber - 1:19.995 (Red Bull, 2010)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)

CRIADOR E CRIATURA

Foto: Grand Prix

Felipe Massa vive duas situações inusitadas na carreira. A primeira foi seu retorno relâmpago a categoria após anunciar sua aposentadoria no ano passado, substituindo Bottas, que foi para a Mercedes. Com isso, o brasileiro passou a ocupar o importante papel de "tutor" de Lance Stroll, jovem estreante na categoria justamente no momento onde os bólidos ficaram mais pesados e difíceis de serem guiados.

O brasileiro se lembrou dos tempos em que era aprendiz de Schumacher e comparou as duas experiências com diferentes atuações e perspectivas: "Eu acho que estou passando informação mais fácil para o Lance do que recebia do Michael. Eu perguntava mais do que ele dava por iniciativa própria, mas ainda assim ele me passava muita coisa. Mas quando eu ficava na frente ele não ficava 100% feliz. Mas eu sempre perguntei muito, porque eu sempre vi ele como um professor, um mestre, e eu não tinha medo de perguntar “o que vocês está fazendo aí, o que você fez ali?”, eu sempre perguntei tudo que pude a ele. E ele sempre falava, mas às vezes tinha que perguntar, ele não falava de graça", revelou.

Massa também disse que ajuda o canadense em tudo que pode, desde acerto de carro e como ganhar milésimos de segundos em uma ou outra curva. Entretanto, as dicas de Felipe parecem não ter surtido efeito, pois Stroll ainda está zerado na temporada e completou apenas a última etapa, na Rússia. "É claro que é melhor ter seus dois pilotos marcando pontos para o time, porque é isso que todos os times precisam. Mas não tem como esquecer que ele está começando e aprendendo. Ele está realmente aprendendo, mas, como disse, precisamos dar tempo a ele", completou.

Não cabe comparação entre a relação Schumacher-Massa e Massa-Stroll. Mesmo com todas as dicas e informações, o canadense é fraco e está se queimando ao pular etapas para chegar direto à F1. Óbvio que o canadense irá evoluir e pontuar uma hora ou outra, mas a Williams trocou o dinheiro dos construtores pela granda do sr. Lawrence. Esportivamente, não foi a mesma escolha. 

E para o ano que vem, quem será o "professor" de Stroll, pensando na possibilidade de Massa anunciar a segunda aposentadoria da carreira? Stroll terá tempo demais para mostrar do que é (in)capaz.

NASR: RETORNO À F1 É "QUESTÃO DE TEMPO"

Foto: Divulgação

Fora da Fórmula 1 nessa temporada, Felipe Nasr concedeu entrevista ao site Autosport nesse fim de semana. Abordando esse período longe das competições no automobilismo, ele afirmou que seu empresário, Steve Robertson, está cuidando de tudo e que o Brasil não pode ficar sem um piloto na categoria. Se não fosse o retorno de Massa, essa possibilidade já estaria concretizada hoje. Também vale lembrar que não existe nenhum outro brasileiro sequer próximo de ingressar na categoria.

"Há muito interesse comercial por trás disso e você tem que juntar as coisas", afirmou, referindo-se ao apelo comercial do Brasil na categoria e no que acarretaria a ausência de representantes nacionais na categoria. Apesar de ter superado Ericsson nos pontos nas duas temporadas, Felipe teve dificuldades ano passado, sendo superado constantemente nos treinos por um piloto mediano.

Nasr não mostrou nada de espetacular para conseguir algo além de uma Haas, por exemplo. Ele diz que já existem sondagens para o ano que vem e que Steve está "monitorando tudo". Mesmo que esteja fora de ação, o ex-Sauber mantém a forma pilotando kart em Brasília e garante não se preocupar em lidar com os novos bólidos: "Eu ganhei quase três quilos de massa magra, como estava planejando fazer", finalizou.

Masr não poderia ter saído da F1. A ausência do apoio do Banco do Brasil pode ser determinante para a abreviação da sua carreira na principal categoria do automobilismo. Ou ele consegue nem que seja uma vaga como terceiro piloto mesmo sem aporte financeiro, ou é melhor pensar outras alternativas, como Indy e Endurance. O tempo está passando.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 86 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 73 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 63 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 49 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 35 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 22 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 22 pontos
8 - Felipe Massa (Williams) - 18 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 11 pontos
10- Esteban Ocon (Force India) - 9 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 4 pontos
13- Kevin Magnussen (Haas) - 4 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 136 pontos
2 - Ferrari - 135 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 57 pontos
4 - Force India Mercedes - 31 pontos
5 - Williams Mercedes - 18 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 13 pontos
7 - Haas Ferrari - 8 pontos
8 - Renault - 6 pontos

TRANSMISSÃO


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 - Parte 2

Foto: Bleacher Report
Oi, galera! Tá saindo da jaula a parte dois e final da análise da temporada 2016 da F1. Sim, cometi um equívoco: escrevi que iria seguir a ordem da classificação desse ano dos construtores, mas estava tão ansioso para escrever sobre o Kvyat que coloquei a Toro Rosso na frente. Desculpem!

Agora, a parte dois, com a McLaren como primeira equipe a ser analisada:

FERNANDO ALONSO - O acidente cinematográfico logo na etapa inaugural, na Austrália, parecia que seria um sinal de que 2016 seria igual ou pior que 2015. Não. A McLaren evoluiu e Alonso, quando teve oportunidade, não desperdiçou. Destaque para a atuação no GP dos Estados Unidos, onde passou Sainz e Massa no final com muito arrojo e polêmica. Fica a dúvida para o ano que vem: a equipe de Woking vai evoluir a ponto de brigar por pódios ou Alonso provavelmente terá uma despedida melancólica da F1? Para quem era considerado o "novo Schumacher"... NOTA = 7,0

JENSON BUTTON - Muitos consideram que Button poderia ter se aposentado antes. Seu desempenho não era empolgante, e nesse ano ele foi batido pelo companheiro de equipe espanhol. Sem muita paciência para andar no fim, Jenson foi "aposentado" em detrimento de Vandoorne e, embora negue, pode voltar em 2018 para o lugar de Alonso. Sem o "milagre" de 2009 e a grande temporada de 2011, que Jenson curta a aposentadoria para ser feliz. NOTA = 6,5

Foto: F1
ROMAIN GROSJEAN - Seu início surpreendente e espetacular no início da temporada animou a todos. A Haas começou fazendo muito mais do que se imaginava. Entretanto, as dificuldades apareceram. Normal. Romain e Haas sumiram durante a temporada, com muitos problemas e desempenhos ruins. Nada mal para quem não está acostumado com o modus operandi da F1, categoria europeia, muito diferente do modo como as categorias estadunidenses são conduzidas. Com passos sóbrios e pequenos, a Haas pode evoluir nos próximos anos, contando com a ajuda da Ferrari. E Romain pode ir para a equipe italiana, por quê não? NOTA = 7,0

ESTEBAN GUTIÉRREZ - Inacreditável Guti retornar a F1. Seu dinheiro não compensa. Desempenho ridículo, muitos xiliques e choros. Nem parece que foi campeão da GP3. Em três temporadas na F1, só chegou no top 10 uma vez. É também ridículo como ele provavelmente permanecerá na categoria, graças ao seu dinheiro mexicano. NOTA = 3,0

Foto: F1 Fanatic
KEVIN MAGNUSSEN - Todo mundo sabia que a Lotus 2015 travestida de Renault iria sofrer na temporada, mas não tanto. Kevin, piloto muito conceituado pelo histórico vencedor na base, não conseguiu ser o líder que os franceses tanto esperavam, embora seja difícil cobrá-lo muita coisa. Em muitos treinos, foi superado pelo fraco Palmer, e também se envolveu em acidentes. Terá sua última chance na Haas, por duas temporadas. Lá, terá um francês duro de vencer. Será uma boa briga. NOTA = 6,0

JOLYON PALMER - Campeão da GP2, também não pode ficar na F1. Ou talvez na Manor, no máximo. Acidentes incríveis e desempenho sofrível, mesmo no bólido horrível da Renault. Tirou a sorte grande no ano que vem ao permanecer na equipe, mas será dominado por Hulk. NOTA = 4,0

Foto: GP Update
FELIPE NASR - Inexplicavelmente dominado por Ericsson durante o ano. Não sei se a equipe o sabotou desde o início (afinal, os suecos da Tetrapak compraram a equipe de Peter), mas seus desempenhos foram sofríveis na maior parte do ano, e isso pegou mal no circo da F1. A responsabilidade não pode ser totalmente dele. Entretanto, o mundo cruel da F1 exige muito dinheiro, que Nasr não tem, e isso provavelmente irá custar sua vaga na equipe e até mesmo na Manor. Os dois pontos conquistados no Brasil tem um peso importante na análise. Se não fosse isso, a Sauber ficaria em último lugar nos construtores. NOTA = 6,0

MARCUS ERICSSON - Piloto que não mostrou muitos atributos mas dominou o companheiro de equipe em largadas e chegadas de posições. Entretanto, na hora importante,  no diferencial, acabou não conseguindo entregar aquilo que a Sauber exige, por isso é menos piloto que Nasr. Ericsson foi aquele time que teve 80% de posse de bola, mas aos 45 do 2° tempo sofreu um contra-ataque, levou o gol e perdeu o jogo. Mas seu cargo segue prestigiado para os próximos anos! NOTA = 6,0

Foto: Getty Images
PASCAL WEHRLEIN - O provável novo "injustiçado" da F1 impressionou. Conseguiu ir para o Q2 cinco vezes e conseguiu um pontinho heroico na Áustria. Mesmo assim, perdeu algumas classificações para Haryanto e a coisa ficou mais equilibrada com a chegada de Ocon, e isso talvez tenha pesado contra o talentoso alemão. Ao ser preterido pelo francês na Mercedes para a Force India e, ao que tudo indica, na equipe-mãe, o psicológico do garoto precisa ser trabalhado. Lidar com duas frustrações em tão pouco tempo pode afetar seu desempenho. Seu prêmio de consolação deve ser a Sauber para 2017. Não sei se isso é bom. NOTA = 6,5


Ocon, Haryanto e Vandoorne não completaram 90% das corridas. Portanto, fica difícil fazer qualquer análise a respeito. Prefiro ver mais o francês e o belga em ação no ano que vem para opinar.

E essa foi a análise da temporada 2016 da F1. Gostaram? Concordam? Enfim, até o próximo post.

Caso não volte, desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2017!

Até!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A EFICIÊNCIA VENCEU O TALENTO

Foto: Getty Images
Antes de mais nada: ninguém é campeão por acaso e não existe título injusto. Portanto, Nico Rosberg é o legítimo campeão da temporada 2016. Outra leitura que é correta de se fazer é que a quebra no motor de Hamilton no GP da Malásia decidiu o campeonato. Desde o Japão, o título de Rosberg estava encaminhado e que apenas uma catástrofe o impediria de fazer história. Hamilton utilizou todos os meios legais possíveis, mas não contava com uma prova tão insossa dos quatro possíveis "ajudantes" a desbravar o tetra. Rosberg capitalizou em cima dos erros e problemas de Lewis. Junto com sua pilotagem consistente, eficaz e regular, sagra-se campeão mundial. Agarrou a terceira oportunidade que teve.

A família Rosberg igualou o feito da família Hill: pais e filhos campeões (Graham e Damon - 1962, 1968 e 1996; Keke e Nico - 1982 e 2016). Nada mais icônico que Damon entrevistar Nico após a corrida!

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Hamilton teve um dia de Massa em 2008: vitória amarga. Lewis tem total razão em afirmar e se queixar do estouro do motor da Malásia. Entretanto, suas largadas ruins e o desempenho patético em Baku também contribuíram para a perda do tetra. Hamilton acordou tarde demais para a disputa. Mesmo assim, deu um sufoco em Nico. Não há dúvidas que o britânico é muito mais rápido e talentoso que o alemão. Todavia, Rosberg utilizou sua rapidez e constância para superar o talento e a genialidade de Lewis. Óbvio que o novo campeão tem muito talento, mas menos que Hamilton. Resta saber se Rosberg será um campeão circunstancial ou irá defender o título ano que vem com a mesma garra, força e destreza que teve esse ano.

Muito se discutiu sobre a tática de Hamilton ser suja ou não. Está nas regras e não, não é nenhum pouco suja. Se ele estava muito "lento", teoricamente era mais fácil de ultrapassá-lo, não? "Ah, mas dai o Hamilton ia jogar o carro em cima do Rosberg". Não tenho bola de cristal para saber, e outra: as chances disso dar certo eram quase nulas. Mesmo que Nico abandonasse e Lewis seguisse, era certo que seria penalizado no final. A única chance de Hamilton ser campeão era contar com a aproximação de Red Bull e Ferrari para pressionar e ultrapassar Nico ou uma quebra. Não deu, mas faz parte do jogo. Tática esperta e interessante, só faltou combinar com uma corrida melhor dos outros quatro pilotos.

Foto: Divulgação
Outra coisa: por quê a Mercedes quis tanto interferir na corrida? Tudo bem que o objetivo da equipe é fazer o 1-2 tranquilo, mas precisavam manter a palavra de "disputa entre os dois na pista sem interferência". Que palhaçada foi aquela do Paddy Lowe querer pressionar Lewis a andar mais rápido? Em detrimento de quem? Rosberg? Só para garantir os interesses da equipe? Não tinha nada em jogo a não ser o título, os construtores já haviam sido conquistados no Japão. A resposta de Hamilton foi perfeita: "sou líder e estou num ritmo bom, não vejo motivos para acelerar". Só faltou o presidente da Mercedes obrigar Lewis a acelerar. Bastava Nico ter o arrojo de ir pra cima e passar. Preferiu a cômoda segunda posição. Escolhas são escolhas, e isso bastava para o título.

Red Bull e Ferrari foram abaixo do que poderiam ter sido. Raikkonen largou bem mas teve um ritmo muito lento, foi pressionado por Ricciardo no primeiro e segundo stint para depois ser ultrapassado pelo australiano e Vettel na segunda parada de pit-stops, terminando em um longínquo sexto lugar. Ricciardo largou com os supermacios e tinha tudo para fazer uma estratégia interessante como Verstappen fez. Entretanto, inexplicavelmente a Red Bull o chamou para os boxes logo na volta seguinte onde ele liderava depois de fazer a volta mais rápida da prova, mofando na quinta posição. Uma corrida sem brilho, vitimada pelo erro estratégico dos taurinos.

Foto: Getty Images
Verstappen chegou a incomodar Rosberg quando era segundo. A rodada na largada prejudicou seus planos. Mesmo assim, foi ultrapassado com maestria pelo alemão, e não teve forças para incomodá-lo na parte final da prova, mesmo diminuindo lentamente a distância de 26 segundos que possuía. A estratégia de Hamilton permitiu a Vettel voltar para o stint final com os supermacios. Conseguiu passar as Red Bull e garantiu o pódio na terceira posição. Se tivesse mais algumas voltas, poderia ter passado Rosberg. Poderia. Agora, tudo é "se" e passado...

O outro pelotão da corrida não merece muitos comentários. Hulk e Pérez confirmaram a quarta posição da Force India nos construtores. Alonso foi o décimo. A Manor terminou na frente da Sauber. Fim de ano caótico da Toro Rosso, Haas abaixo dos pontos e Renault deprimente. Como Palmer pode ter contrato para o ano que vem numa equipe desse porte? Sobre Massa e Button, falarei durante a semana. Preciso terminar o especial Button e, em breve, farei o especial do brasileiro. Só para constar. Triste Jenson abandonar logo no início da prova. Entretanto, assim como Massa, Button pode ter mais destaque na despedida, sendo filmado pela direção de prova e homenageado pelos fãs, que o aplaudiram muito no momento em que chegou aos boxes. Uma despedida digna de um campeão mundo e boa praça. Só faltou John Button, mas ele está olhando tudo e com muito orgulho do filho.

Massa foi o nono e coroou mais um final de semana especial, com presentes e mini-documentário com a presença de todos os pilotos do grid e depoimentos de pilotos e dirigentes. Nunca vi alguém ser tão homenageado em sua última prova, nunca! Nem grandes campeões tiveram todo esse respeito e reverência que o brasileiro teve, fruto da simpatia, caráter, hombridade e respeito com todo o paddock, algo raro de ver em um meio mais do que nunca competitivo, sujo, corrupto, trapaceiro e estressante que é a F1. Valeu, Felipe!

Foto: Divulgação
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Foto: Divulgação
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Foto: Getty Images
Foto: Reprodução
Confira a classificação final do Grande Prêmio de Abu Dhabi:



A Fórmula só volta daqui longínquos quatro meses (muito triste em ler isso), no Grande Prêmio da Austrália, nos dias 25 e 26 de março, senão me engano. Até lá, muitos testes de pré-temporada, análises e especulações aqui no blog! 

Até!




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

À ESPERA DE UM MILAGRE

Foto: Getty Images
Convenhamos: diante da atual F1, o título de Rosberg no domingo é uma mera formalidade a ser cumprida. Diante de um circuito chato, sem pontos de ultrapassagem e clima que varia (afinal, está localizado em um deserto), é muito difícil que o alemão não chegue, no máximo, na segunda posição.

Para Hamilton conseguir o tetra, o imponderável precisa acontecer: algum incidente com o carro de Nico, seja uma batida ou algum problema hidráulico ou mecânico. Do contrário, o filho de Keke conquistará seu primeiro título mundial da carreira em menos de 48 horas.

Nos treinos de hoje, ficou evidente que a Mercedes não terá concorrência na corrida. Hamilton liderou as duas sessões, mas com vantagem mínima. Nada está definido para o qualyfing. Aliás, mesmo se o carro #44 largar na frente, seu histórico ruim de largadas pode atrapalhar. Agora, só resta esperar (e rimou, rima pobre).

Depois das Mercedes, vem a Red Bull e a Ferrari (Pérez em sexto, na frente de Raikkonen). Sainz foi o oitavo, com Massa em nono e Ericsson em um excelente décimo lugar no TL1. Nasr foi o 13° e Bottas o 15°. Dois pilotos reservas participaram da sessão: Alfonso Celis Jr (Force India) e Jordan King (Manor).

Foto: Getty Images
Button irá utilizar um capacete com as cores da Brawn GP, onde foi campeão mundial em 2009 (as duas partes finais do Especial Jenson Button sairão amanhã e segunda...) foi apenas o 20° na primeira sessão.

No TL2, Vettel teve problemas no carro nos minutos finais e parou no meio do circuito. Kvyat, que já havia apresentado um problema de pneu no TL1. O pneu traseiro esquerdo furou e sua Toro Rosso rodou e quase bateu em cheio na barreira de pneus. Sorte que há uma larga área de escape, do contrário... Por conta disso, a equipe não mandou mais seus pilotos para a pista para investigar as causas. Sainz e Kvyat terminaram a sessão nas últimas posições.

Com a utilização dos pneus roxos (supermacios), Vettel se intrometeu entre as Red Bull e terminou o TL2 em terceiro, seguido de Verstappen e Ricciardo. Raikkonen foi o sexto, seguido de Bottas, Pérez, Hulkenberg e Massa fechando o top 10. Não é comum o brasileiro terminar a frente do finlandês nas duas sessões de sexta-feira. Bom sinal. Nasr ficou um décimo a frente de Ericsson, com a 18a posição.

Foto: Getty Images

Foto: Divulgação
CURTINHAS: O GP do Canadá foi confirmado para o ano que vem. Nurburgring, na Alemanha, foi descartado. Com isso, o Brasil é a única incógnita do calendário. Bernie disse que espera que tudo saia bem, e as coisas estão encaminhadas.

Na entrevista para o Lívio Oricchio, a Sauber deixa claro que Nasr dificilmente permanecerá na equipe para o ano que vem. Pagar os funcionários e ter dinheiro em caixa é mais importante que talento. A diminuição do patrocínio do Banco do Brasil é fator primordial nesse acordo (ou desacordo, no caso). Nem o fato de Felipe marcar os 2 pontos de 40 milhões de dólares seja o suficiente para sua permanência. Entre os candidatos ao seu lugar estão Wehrlein, Gutiérrez e até Haryanto. Para Nasr, só deve restar a Manor, que eu acredito ser uma alternativa melhor que a Sauber, que utilizará o motor Ferrari desse ano e não tem tanto dinheiro. A Manor também está com problemas, mas tem ao seu dispor o motor Mercedes e bom auxílio dos alemães, que desejam transformar a equipe em uma "Mercedes B". Espero que até o fim do ano a situação esteja resolvida e esperamos todos que com um final feliz para o Brasil.

Confira os tempos dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio de Abu Dhabi:



Até!


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

GP DE ABU DHABI - Programação



O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (RBR, 2009)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:38.481 (RBR, 2011)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 3x (2009, 2010 e 2013)


MALÁSIA E CINGAPURA DE SAÍDA DA F1

Foto: Divulgação
Nazri Abdul Aziz, ministro do Turismo e da Cultura da Malásia, o país deixará de sediar o Grande Prêmio em 2018, ano em que se encerra o contrato com a categoria. Ele afirma que a corrida é muito cara e não tem trazido o retorno esperado, tanto em público quanto em dinheiro. O país gasta cerca de US$ 68 milhões (R$ 230 milhões) por ano para realizar a corrida. Cingapura deve sair antes, no ano que vem. É o que afirma o chefão Bernie. 

- A corrida lá em Cingapura custa caro, mas eles também fizeram muito dinheiro. Do nada, Cingapura deixou de ser apenas um ponto parada em seu aeroporto. Agora eles acreditam que atingiram o seu objetivo e, por isso, não precisam mais de um GP – revelou.

Em relação a Canadá, Brasil e Alemanha, Bernie disse que está "fazendo o possível" para mantê-las. A situação do circuito alemão é a mais complicada. "Fica difícil subsidiar uma corrida na Alemanha e não fazer isso com as outras provas da Europa", disse o chefão.

Bernie trocou as corridas europeias pelo dinheiro do Oriente. É o seu direito. Entretanto, está começando a levar um pé na bunda. Sua postura intransigente também não contribui para a manutenção de outros circuitos tradicionais. Talvez seja a hora de rever seus métodos e também pensar em alternativas para manter o circo da F1 com 20 corridas. Ímola, Donington e Magny Cours poderiam retornar, não? E Buenos Aires, claro! (Mais por questões de logística hahaha)

"SURPRESA": SAUBER RENOVA COM ERICSSON

Foto: F1 Fanatic
O anúncio do óbvio foi realizado na segunda pela manhã. Será a terceira temporada do sueco com a equipe suíça. Ericsson está na F1 desde 2014, quando estreou pela finada Caterham. Desde então, foram sete pontos conquistados em quatro anos, todos no ano passado. A Tetrapak salvou a Sauber da falência. Então, podemos considerar Ericsson como um "dono" do time, nada mais natural a sua permanência. Ninguém dá a mínima para a capacidade do piloto, principalmente em equipes pequenas.

Nasr, com o grande corte do patrocínio do Banco do Brasil (aliás, segunda foi anunciado o fechamento de diversas agências e demissão de funcionários), está praticamente fora da F1. Não duvido do retorno de Gutierrez e seu grande capital mexicano nos bolsos. Wehrlein? Possibilidade secundária.

Sobram-se duas vagas na Manor, onde uma teoricamente é do próprio alemão Pascal. A regra é: quem tem mais dinheiro, leva. Haryanto pode voltar, e Giovinazzi não é descartado. Aliás, creio que a vaga fica entre o brasileiro e o italiano na Manor. Infelizmente, um talento ficará fora do grid. Resta saber qual.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 367 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 355 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 246 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 197 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 192 pontos
6 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 178 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 97 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 85 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 66 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 53 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 51 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 46 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 29 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Felipe Nasr (Sauber) - 2 pontos
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto
20- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 722 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 446 pontos
3 - Ferrari - 375 pontos
4 - Force India Mercedes - 163 pontos
5 - Williams Mercedes - 136 pontos
6 - McLaren Honda - 75 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 63 pontos
8 - Haas Ferrari - 29 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Sauber Ferrari - 2 pontos
11- Manor Mercedes - 1 ponto


TRANSMISSÃO






segunda-feira, 14 de novembro de 2016

EMOÇÃO PARA A ETERNIDADE

Foto: Getty Images
O Grande Prêmio do Brasil desse ano cumpriu com todas as expectativas que tínhamos criado durante a semana. Diria mais: foi um mix de Spa 1998, Interlagos 2003, Malásia 2009, Canadá 2011 e Interlagos 2012. A segunda mais longa da história da categoria, perdendo apenas para o GP de Montreal de cinco anos atrás. Emoção à flor da pele, dentro e principalmente fora das pistas.

Vou começar pelo que é emblemático para todos nós. Na volta 48, Massa encerrou sua participação no Grande Prêmio do Brasil. Desde a classificação que as coisas não saíam do jeito que ele gostaria. Na tentativa de arriscar, após ser punido por ultrapassar antes da linha depois da saída do Safety Car, Massa arriscou com os pneus intermediários e bateu na subida da reta principal. 13 anos de F1 praticamente encerrados naquele instante.

Não era o que ninguém gostaria. Entretanto, é interessante notar que se não fosse o acidente, Massa jamais seria reverenciado por TODO MUNDO, inclusive os mecânicos das outras equipes. O choro e a caminhada, enrolado na bandeira brasileira e o carinho do público e da família é uma das imagens mais emocionantes que eu pude acompanhar na F1. Quase chorei, mas os olhos ficaram marejados. Muita gente não escondeu a emoção. Normal. Um momento lindo. Moralmente, Massa se despediu hoje da F1, mostrando como era querido por todo o paddock em um ambiente tão egoísta, traíra e competitivo. Conseguiu a proeza de, ao longo do tempo, receber efusivas homenagens de grandes equipes como Williams e Ferrari. Que curta a folga e apareça em breve em uma nova categoria. Ah, Abu Dhabi, como é anticlímax saber que essa corrida será a derradeira do ano outra vez. Bate até um desânimo.

Foto: Reprodução Sauber
Felipe Nasr brilhou. Sim, brilhou. Na única chance que poderia aproveitar, ele foi certeiro. Diante de condições caóticas, soube manter a estratégia correta e praticamente garante 40 milhões de euros para a Sauber no ano que vem. Sabemos que o mundo da F1 é ingrato e talvez nem assim ele consiga permanecer na F1, mas seria uma puta injustiça. Ericsson, com toda a prioridade da equipe, aquaplanou e bateu. Não aproveitou a chance. É um piloto mediano. O nono lugar de Nasr garante a Sauber na décima posição do Mundial de Construtores. O brasileiro conseguiu se sustentar na zona de pontuação mesmo diante da pressão de Alonso, Kvyat, Ricciardo e tantos outros. Embora sua temporada tenha sido bem ruim, espero que esses dois pontos tragam o alento e sejam suficientes para que renove e permaneça mais um ano nesse péssimo carro azul, que continuará péssimo (afinal, irão correr com o motor da Ferrari desse ano ainda em 2017). Melhor do que nada ou ir para outra categoria é a solução?

O duro é ver Palmer, que bateu pateticamente em Kvyat durante a Safety Car, estar na F1 e na Renault ainda por cima. Ainda bem que Gutiérrez, que estava bem nervosinho, está de malas prontas para nunca mais voltar a F1. "Desapareça!"

Foto: Getty Images
Max Verstappen foi o dono da corrida. O dono incontestável. Se não fosse o erro do estrategista da Red Bull, era para o holandês ter roubado o segundo lugar de Rosberg. O "se", como todos sabem, não existe. Ainda assim, Max deu show desde o início: passou Nico por fora na "primeira largada" e seguia em ritmo alucinante, só perdendo para Hamilton. O erro de estratégia o fez cair para 14a posição, faltando 16 voltas para o fim. Nesse período de tempo, ele fez simplesmente 11 ultrapassagens que pareciam ser muito fáceis. Tudo bem que seus pneus estavam mais novos, mas ele sobrava de uma maneira que há muito não se via. É uma corrida pontual, é uma geração. Goste ou não, Verstappen fez uma atuação digna de Schumacher, Hamilton, Alonso e Vettel e tem potencial de sobra para superar com sobras os três últimos. É assustador o talento desse holandês indomável, desde já um dos candidatos a título do ano que vem.

Foto: Getty Images
Finalmente irei escrever sobre os postulantes ao título. A corrida teve tantos elementos que justamente eles, os protagonistas, viraram figurantes. Incrível pensar que finalmente Lewis Hamilton venceu no Brasil, terra que tanto ama e idolatra por conta de seu ídolo Senna. Também é incrível pensar que Rosberg está com uma mão na taça. Uma corrida com muita chuva e confusão, como a que foi hoje, era o que Lewis precisava para Nico se enrolar e poder ser surpreendido. Entretanto, tudo deu certo para o alemão. Verstappen, que era o único que iria ultrapassá-lo, ficou para trás em um erro de estratégia da Red Bull. Hamilton passeou na chuva, uma vida "tranquila", segundo ele. Rosberg está apenas administrando a longa vantagem que possui, é o seu direito, mas ganhar um título assim é meio "sem graça". Quem se importa? Basta Nico chegar no pódio em Abu Dhabi para ser campeão mundial. Hamilton corre o risco de ser o piloto com mais vitórias (10) e pódios sem ser campeão em uma temporada. A cada corrida que passa, a quebra da Malásia torna-se mais ainda o diferencial para o campeonato. Vai que Nico enfrente problemas igual em 2014... essa é a esperança de Hamilton. Em condições normais como Abu Dhabi, sem chuva e uma chatice de dar sono, Nico já está com cinco dedos na taça. Falta confirmar.

Algumas outras linhas: crueldade com a Manor. Ocon mostrou porque foi o escolhido de Toto Wolff para ocupar a vaga na Force India. Muito combativo e andando bem na chuva, o francês de 19 anos mostrou seus predicados. Em um carro melhor, tem tudo para se desenvolver ainda mais. Merecia um pontinho.

Checo Pérez = Que piloto! Sempre aproveitando as oportunidades que aparecem! Inacreditável não estar em um carro que permita vitórias. Se não fosse um Max Verstappen fora de série, ele iria conseguir outro pódio. Tomara que vá para a Ferrari em 2018!

Carlos Sainz = Mais um ótimo resultado com a Toro Rosso de motor Ferrari do ano passado. Depois da saída de Max, cresceu muito de desempenho (ou Max que atraía as atenções, ou Kvyat que está abaixo da crítica, ou os dois?). Provavelmente ele não será promovido pela Red Bull em um futuro próximo, então é preciso se desvencilhar dos taurinos para ir para uma equipe de ponta. Talento ele está demonstrando.

Daniel Ricciardo = Corrida muito abaixo de seu potencial. Ele mesmo declarou que não gosta muito de correr em Interlagos, mas ser ultrapassado por fora pelo companheiro no S do Senna é meio constrangedor. Enfim, acontece. Daniel é um dos grandes pilotos da temporada.

Foto: Getty Images
Para finalizar: tudo bem que hoje a chuva foi muito forte em São Paulo, mas começar corrida com Safety Car é ridículo e sempre será. O álibi da batida de Grosjean era o que os diretores de prova precisavam para tomar essa decisão. O público brasileiro vaiou corretamente. Pagar uma barbaridade para ver Safety Car e corrida parada por conta da chuva? Não! Evidente que a segurança dos pilotos vem em primeiro lugar, mas a paranoia com a pista molhada está acabando com a F1. Depois da morte de Bianchi, a chuva foi a culpada e esquecem que se um trator não estivesse na pista nada daquilo teria acontecido... Os pilotos são muito bem pagos para mostrarem suas habilidades nas condições mais extremas possíveis, e havia segurança na maioria dos momentos em que a corrida esteve paralisada. Como sempre escrevo, é por essas e outras que a F1 não atrai mais público e audiência. Isso precisa ser revisto urgentemente.

Depois de tudo isso, confira a classificação final do Grande Prêmio do Brasil:


A decisão do campeonato será daqui duas semanas no Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos dias 25, 26 e 27 de novembro! Até!

P.S: Interlagos não pode sair do calendário de jeito nenhum! Que os promotores e o governo de São Paulo e federal deem um jeito, e o Bernie pare de fazer ameaças! Imagina Interlagos fora da F1? Imagina o risco de perder corridas épicas como essa? Isso é muito melhor que o dinheiro e a artificialidade das corridas do Oriente Médio, sem dúvida alguma.

Obrigado, Massa!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

ELE É O CARA!

Foto: Reprodução
A cena que todo mundo queria se repetiu. Ano passado, depois de quebrar no treino de classificação, Alonso virou meme ao tomar um banho de sol durante o qualyfing e depois ter subido no pódio em brincadeira com Jenson Button. Um ano depois, o espírito zoeiro tomou conta da fênix novamente.

Mais um problema em sua McLaren o obrigou a parar o carro no segundo treino livre de hoje. O mundo estava preparado para mais um momento épico. Alonso ficou procurando sua cadeira. Todo mundo esperava a aparição da cadeira. Enquanto isso...

Foto: Reprodução
Alonso chutava e fazia embaixadinhas com pedras para passar o tempo. E nada da cadeira...


Alonso ficou sentado em uma cadeira e operou uma câmera de transmissão, como dá para ver no gif acima. Sabendo que estava sendo filmado, acenava e se divertia, para delírio dos bons e para deixar em êxtase aqueles que acompanhavam o treino livre. Como cameramen, Alonso é um excelente piloto.

Sempre um personagem duro e polêmico, Alonso se deixou levar pelo bom humor. Só assim para lidar com os inúmeros infortúnios da McLaren nesses dois anos. Sorte de nós, fãs. Precisamos dessa interatividade na transmissão, de alguém que quebre o protocolo e nos proporcione diversão também fora da pista. Alonso é o cara, dentro e fora das pistas. Um meme cada vez mais engraçado. O que será que ele ainda vai aprontar?

Foto: Getty Images
Contrariando os prognósticos dos anos anteriores, Hamilton dominou os dois treinos livres. No primeiro, Verstappen se intrometeu entre as Mercedes para ficar em segundo e deixar Nico em terceiro. Ricciardo e Bottas fecharam o top 5, seguidos de Pérez, Hulkenberg e Massa. A Ferrari ficou apenas em nono e décimo (Vettel e Kimi, respectivamente). Nasr foi o décimo sexto.

No TL2, a Williams surpreendeu e conseguiu ficar em terceiro e quarto, com Bottas e Massa. O brasileiro, no entanto, não se iludiu e afirmou que a briga é contra a Force India pelo sétimo lugar, mas disse acreditar em pódio em uma "corrida maluca". Mais do que nunca, chover é preciso para tornar a prova emocionante. Red Bull ficou em quinto e sexto (Ricciardo e Verstappen) e Ferrari em sétimo e oitavo (Vettel e Kimi). Nasr foi o 17°, quatro posições a frente de Ericsson.

Rosberg está extremamente cauteloso e apenas administrando a vantagem que possui. Talvez seja o mais correto, embora uma vitória domingo defina tudo. Entretanto, se chover, a situação pode inverter... O alemão não pode correr riscos. Vamos aguardar o que vem por aí. Estou muito ansioso!

Uma última informação: Magnussen foi oficializado pela Haas, como escrito ontem. Nasr não é prioridade na Sauber e pode trocar de lugar com Wehrlein, alemão preterido por Ocon na disputa do assento da Force India. Por enquanto, é isso.

Confira a classificação do primeiro treino livre do Grande Prêmio do Brasil:



Até!