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domingo, 24 de setembro de 2023

3 PARA O TRI

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Acho que tô velho demais pra assistir corrida de madrugada em pleno sábado. Como a temporada não ajuda, então olhar os highlights e ler alguma coisa já serve para escrever. Aqui está o meu review/react do GP do Japão.

Bom, a Red Bull é hexacampeã de construtores. Seis corridas de antecedência. Em aproveitamento eu não sei, mas é o carro mais dominante da história. Conseguiu superar a Mercedes em termos de chatice e falta de imprevisibilidade. Tudo isso com um só piloto.

Pérez parece que guia com um carro diferente. É uma diferença abissal. Tipo a Benetton de 1995. O mexicano teve uma corrida constrangedora. Além dos erros, ainda teve que voltar pra pista pra não acumular punição para a próxima etapa. Eu fiquei envergonhado sem sequer assistir a corrida, imagina vivenciar isso.

Singapura foi uma exceção. Max Verstappen voltou a humilhar a concorrência e só precisa de três pontos para o tri. Ele deve vir no sábado, daqui 13 dias, na corrida sprint do Catar. Que coisa patética: um campeão no sábado... óbvio que não vai ser a primeira vez que isso aconteceria na F1, mas Max pode igualar o título de Nigel Mansell em 1992 como o mais antecipado da história: cinco etapas.

De resto... a McLaren pode até passar a Aston Martin nos construtores, hein? O time de Woking virou a segunda força com consistência. Lando Norris está batendo na trave. Uma hora a vitória chega... Oscar Piastri consegue o primeiro pódio na carreira. Parecia impensável quando ele chegou, agora com mais três anos de contrato. É uma dupla muito competente e estão entregando o que podem.

Claro, Lando ainda é o mais rápido e provavelmente vai ser o primeiro piloto, mas os dois se completam. Se a McLaren continuar evoluindo, é uma dupla que vai fazer muito barulho no médio prazo. É bom ver o ressurgimento da McLaren em um trabalho sólido.

A Mercedes precisa ajustar algumas coisas. Russell e Hamilton se atacando livremente pode ser um problema no futuro. Foi assim que a amizade entre o Sir e de Rosberg terminou. É melhor administrar agora que os alemães não estão brigando por vitória do que quando a equipe retomar o protagonismo.

Até mesmo nas estratégias os alemães erraram. Tentaram copiar o que Sainz fez em Singapura, mas aí Russell foi o sacrificado e Hamilton se limitou a defender um quinto lugar. É preciso melhorar essas questões internas antes que seja tarde. 

No resto, Alonso e as Alpine fizeram o que podiam. Lawson novamente na frente de Tsunoda, mas é o japonês que está incrivelmente prestigiado em uma estrutura sem paciência com os pilotos. Bem, amanhã eu escrevo mais sobre isso.

Red Bull hexa e Max Verstappen a três pontos do tri. A conquista vai ser sacramentada no sábado, 7 de outubro, no Catar. Salve a data no calendário e desfrute do carro mais dominante da história da categoria.

Confira a classificação final do GP do Japão:


Até!

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

PROGRAMAÇÃO NORMAL

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Oscar Piastri renovou com a McLaren até 2026. Se a entrada na categoria foi um imbróglio, a permanência vai ser tranquila. Um pouco de calmaria. Quer dizer, enfrentar Lando Norris não é tão tranquilo assim, mas o australiano está bem para quem ficou um ano sem guiar nada e chegou numa equipe estruturada e hierarquizada por Lando.

É uma dupla promissora e será interessante de continuar acompanhando a jornada dos dois juntos. Que a McLaren proporcione um carro competitivo para que eles briguem mais por vitórias e pódios.

Outra novidade do final de semana foi a utilizada dos pneus C2 de 2024, que serão mais macios e aderentes.

Ao que parece, Singapura foi apenas uma exceção a regra, onde a Red Bull não casou o carro com as características da pista. Em Suzuka, Verstappen foi o mais rápido nos dois treinos.

A briga pelo pódio segue equilibrada, com McLaren e Ferrari fortes, a Mercedes aparentemente um pouco mais atrás, a Williams rápida de reta e a Aston Martin no meio do pelotão.

Pode ser que até chova no final de semana, o que embaralha tudo, mas salvo as possíveis mudanças da mãe natureza, me parece que neste final de semana voltaremos a programação normal, que na temporada 2023 se chama Show de Max Verstappen.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

GP DO JAPÃO: Programação

 O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 374 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 180 pontos

4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 142 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 123 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 97 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 45 pontos

11- Oscar Piastri (McLaren) - 42 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos

19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 597 pontos

2 - Mercedes - 289 pontos

3 - Ferrari - 265 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos

5 - McLaren Mercedes - 139 pontos

6 - Alpine Renault - 81 pontos

7 - Williams Mercedes - 21 pontos

8 - Haas Ferrari - 12 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos

A PORTA AINDA ESTÁ ABERTA

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

Virtual campeão da F2 2023, Theo Pourchaire não terá vaga na F1 em 2024. Será o terceiro campeão consecutivo da F2 a não conseguir isso. Oscar Piastri e Felipe Drugovich foram os outros. O último a chegar na categoria após o título foi Mick Schumacher. O francês precisa confirmar o título em Abu Dhabi. Ele tem 26 pontos de vantagem para Frederik Vesti, pupilo da Mercedes.

Nada disso o exclui do grid para 2025. Ele ainda vai continuar como piloto reserva da futura Sauber, em transição para Audi a partir de 2026.

Apesar de todo esse cenário incerto envolvendo a transição dos suíços, o chefão Alessandro Alumni Bravi afirma que o francês tem possibilidades:

“Estamos discutindo juntos qual será o melhor programa de corrida para ele estar pronto para entrar no carro de F1. Nenhuma porta está fechada para ele no futuro. Queremos que ele fique perto da equipe de F1, porque, neste ano, pedimos a ele que se concentrasse totalmente na Fórmula 2 e está indo bem. Acredito e espero que ele vença o campeonato em Abu Dhabi”, disse.

A concorrência vai ser grande. Bottas naturalmente é o líder do time e aguarda ansiosamente a chegada dos alemães. Especulações dos últimos meses na imprensa europeia são de que a Audi tem interesse em Carlos Sainz Jr, que expira o contrato com a Ferrari no ano que vem. Zhou também vai buscar a manutenção. As possibilidades são infinitas.

Uma coisa que pode atrasar Pourchaire é o fato de a Sauber não ter um carro antigo para ele fazer testes, ao contrário das outras equipes mais abastadas, mas Alumni Bravi diz que o time está trabalhando nisso.

“Estamos discutindo internamente. Claro, financeiramente, isso é algo bastante caro para uma equipe, mas queremos ver todas as oportunidades. Para um piloto como ele, as portas estão abertas”, concluiu.

Apesar do título e de ter estreado na categoria com 18 anos, Pourchaire não brilhou como se esperava, até por isso a Sauber optou pela continuidade de Zhou. Um ano inativo em um time em transição é um problema, mas é uma declaração para motivar o jovem francês, um incentivo para ele garantir o título da F2 e manter esse status para os próximos anos, quando estiver mais maduro e preparado para dar o próximo salto. Pourchaire ainda pensa nela, a vaga para a F1, mas da janela ainda não entra luz.

ELE FICA

Foto: Red Bull Content Pool

Segundo o jornal alemão Auto Motor Und Sport, a Alpha Tauri prepara o anúncio da renovação de Yuki Tsunoda para o final da semana, quando ele vai correr em casa, no Japão.

Apesar de uma série de infortúnios nas últimas provas, o japonês tem três pontos no campeonato e está "prestigiado" pela equipe. A segunda vaga ainda é uma incógnita. Apesar de Liam Lawson estar surpreendendo e ter o melhor resultado da Alpha Tauri até aqui com o nono lugar em Singapura, Daniel Ricciardo segue como favorito para ocupar o outro assento. O australiano segue fora da F1, se recuperando do acidente que sofreu na Holanda.

Mudar os dois pilotos pode ser arriscado, mas Tsunoda tem o fator Honda. Apesar da parceria com a Ford começar só em 2026, sabemos como essas situações políticas interferem. Yuki pareceu que tinha evoluído ao enfrentar De Vries, mas a ascensão de Lawson pode mostrar que talvez Tsunoda esteja passando pelo efeito Schumacher: o companheiro é tão fraco que dá a impressão dele ser mais forte do que realmente é.

A bagunçada Alpha Tauri que se vire. Laurent Mekies será o novo chefão em 2024 e deve ter sido consultado. Se vai dar certo? Não sei, mas o efeito Lawson causa outra pulga atrás da orelha, embora ninguém queira repetir a ilusão De Vries por dois anos consecutivos.

TRANSMISSÃO:
21/09 - Treino Livre 1: 23h30 (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 3: 23h30 (Band Sports)
23/09 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)
24/09 - Corrida: 2h (Band)


domingo, 9 de outubro de 2022

BI SEM RESSALVAS

 

Foto: Clive Rose/ Getty Images

A previsão do tempo mostrava que o Grande Prêmio do Japão seria uma grande palhaçada protagonizada pela FIA. E assim foi, ou quase isso. Diante das previsões de chuva forte, foi até surpreendente que a direção de prova tenha autorizado a largada.

Com muito spray, obviamente, a visibilidade era um desafio. A primeira volta seria um caos e assim foi. Vettel rodou na primeira curva, Zhou rodou depois e Sainz bateu sozinho e o carro chegou a voltar para a pista. Por sorte, ninguém bateu nele. Albon teve problema no motor e encostou. Gasly bateu na placa que veio para pista depois da batida de Sainz e a confusão estava armada.

O que seria Safety Car virou bandeira vermelha. Corrida paralisada. O problema é que a chuva continuaria mais forte. E aí? Outra vergonha igual o GP da Bélgica? E a corrida que deveria decidir o campeonato? Quantos problemas...

Começamos pelo primeiro: mal os pilotos tinham ido para os boxes após o anúncio da bandeira vermelha, havia um trator no meio da pista para retirar a Ferrari de Sainz. Só que, ao mesmo tempo, Gasly passava voando. Oito anos depois, nem a FIA e nem os japoneses aprenderam nada. O modus operandi da Federação, sob nova direção, foi o mesmo: culpar o piloto. É verdade que Gasly não deveria estar tão rápido naquelas condições de pista e principalmente com a prova paralisada, mas isso é jogar a responsabilidade injusta para o piloto.

Vai ser necessário outro piloto morrer para aprenderem a lição? Pelo jeito, independentemente do caso, a FIA lava as mãos e joga a responsabilidade para as vítimas. Eles estão preocupados com o piercing do Hamilton...

Já escrevi aqui que a F1 não deveria tratar os fãs igual otário e simplesmente cancelar qualquer evento com chuva. É mais justo e transparente para todos, ao invés de encher linguiça e fazer todo mundo de palhaço, principalmente de madrugada. Os pneus de chuva não foram feitos para correr, foi basicamente o que disse Mario Isola, chefão da Pirelli.

A culpa não é da empresa. Ela faz os pneus conforme as especificações e exigências da FIA. Com os carros cada vez mais largos e pesados, qualquer pista molhada vira um drama para a F1. Por isso que antigamente, com carros mais leves e estreitos, era possível correr em condições piores, tipo Fuji, há 15 anos.

Mas isso a F1 não se preocupa, tampouco em atrair ao menos mais uma equipe para o certame. Bom, a corrida não podia acabar igual a Bélgica né, quando sequer houve corrida? Havia um teatro a cumprir.

A previsão não era das melhores, o dia começava a acabar no Japão e a FIA adotou uma nova estratégia no regulamento após o vexame do ano passado: ativaram a contagem regressiva. Em três horas, a corrida terminaria. Veja bem. Terminaria, e não seria interrompida.

Os pilotos pressionaram para ao menos tentar e ver como seria. Qualquer coisa a FIA colocaria outra bandeira vermelha e faria outra ação constrangedora. Para a nossa sorte, tivemos uma sprint race na chuva.

Verstappen não largou bem, mas segurou o ímpeto de Leclerc e disparou para vencer. Com o passar do tempo, a Ferrari não tinha mais ritmo para acompanhar Max. Pérez, logo atrás, chegava.

Todo mundo largou de pneu de chuva. Determinação da FIA. No entanto, logo que o Safety Car saiu depois da largada em movimento, Vettel e Latifi (!) fizeram o pulo do gato: foram os primeiros a trocar para os pneus intermediários e se deram bem. Escalaram o grid e pararam nos pontos. O canadense, se corresse só na chuva, seria bem competitivo.

Ainda na primeira parte, Ocon segurava Hamilton, enquanto Alonso tentava encostar em Vettel. Russell, mais atrás, se recuperava. De forma heróica e quase bizarra diante do contexto, Latifi conquistou talvez seus últimos pontos na F1. Sejamos sinceros: ano passado ele foi um piloto até correto e, com as estatísticas, pontuou em duas das três temporadas que correu na F1. Um mérito e tanto, considerando o contexto. Norris ainda completou o top 3.

E o vencedor? Verstappen rumou para a vitória. A transmissão mostrou um detalhe importante que praticamente todo mundo não se deu conta na hora: diante da nova regra, apenas as corridas interrompidas é que teriam pontuação reduzida conforme a % de voltas feitas. Como o GP do Japão terminaria no limite do tempo, ela seria considerada uma corrida concluída, mesmo sendo apenas 28 das 53 voltas previstas. Sendo assim, 100% dos pontos estavam em jogo.

A TV japonesa não viu Max Verstappen cruzar a linha e ele mesmo continuou acelerando fundo. Diante desse contexto, explicitado pela transmissão, a questão era simples: se Pérez ultrapassasse Leclerc, o campeonato acabava.

Na última curva, Leclerc errou, foi reto e voltou à frente do mexicano, cruzando em segundo. No entanto, a FIA foi rápida até demais para os seus padrões e puniu rapidamente o monegasco com acréscimo de cinco segundos ao tempo final da prova.

Pérez em segundo. Dobradinha da Red Bull. Enquanto Max dava entrevista para Johnny Herbert, a FIA anunciava na transmissão, para assombro do holandês e da própria Red Bull: Max Verstappen é bicampeão do mundo, aos 25 anos, e com quatro provas de antecedência.

Incontestável. Sem ressalvas. Mesmo com um começo ruim, ele e a Red Bull sobraram e aproveitaram todas as brechas deixadas pela Ferrari e o carro mal formado pela Mercedes. A questão do teto de gastos é um outro debate que ainda vai dar pano para manga. Nada mais poético que Max conquistasse o bi no Japão, terra da Honda, disposta a reatar com a Red Bull para a partir de 2026.

É muito bom ver um piloto talentoso alcançar o que se imaginava, sem ser vítima do destino, do azar ou de más escolhas. Talvez seja um trauma pelo que Alonso poderia ter sido. Aliás, Max iguala Alonso no bicampeonato e em 32 vitórias na carreira. Incontestável.

Lamentável que o título tenha sido confirmado pelos comissários e numa situação que até o próprio circo da F1 desconhecia da nova regra da FIA depois do caso Bélgica do ano passado. A FIA está uma várzea. Mais um pouco, teríamos um rapaz e um monte de gente no meio da pista balançando a bandeira quadriculada e pulando, berrando e correndo na frente dos carros. E alguém com o cronômetro, é claro.

A Ferrari reclama com razão da rapidez da punição, mas ali não tinha muito espaço para debate. Imagina Max ser anunciado campeão numa canetada horas depois? Seria pior ainda. Para nós, brasileiros, uma recompensa para quem ficou até às 6 da manhã acordado.

Max Verstappen. Um nome já na história da F1. O que o futuro reserva? A Red Bull tem fome de mais conquistas. O holandês também. Ele é muito jovem. Há sete anos, ele estreava, ainda menor de idade, num treino livre em Suzuka também. O destino estava escrito, maktub. Estamos diante de um dos maiores da história, sem dúvida alguma.

Que a Mercedes volte a ser competitiva, porque a Ferrari não tem a mínima condição, seja pela equipe, seja pelos erros decisivos de Leclerc no momento de pressão. Quem diria. Eu achava que o monegasco era mais completo e equilibrado emocionalmente que o holandês, mas o tempo está mostrando o contrário.

A FIA transformou a consagração do bicampeonato de Max Verstappen em um evento menor, num show de incompetência, desrespeito aos pilotos e ao público. O trator, a chuva e a inércia da direção de prova colocaram o título mais do que merecido de Max, talvez no auge da carreira (talvez não) em algo sem importância. Claro que era uma questão já sacramentada há tempos, mas o holandês merece uma comemoração consagradora, seja da categoria, seja dele próprio ou da equipe para a próxima etapa, em Austin, no Texas.

O que resume tudo é: Max Verstappen, bicampeão, sem ressalvas.

Confira a classificação final do GP do Japão:




sexta-feira, 7 de outubro de 2022

CORUJÃO MOLHADO

 

Foto: Divulgação/Alpine

Chove em Suzuka. Choveu em Porto Alegre, chegou a chover forte no início da madrugada, depois parou. Foi nesse clima molhado que a F1 retornou para o Japão depois de três anos. O tempo é sempre algo que preocupa a categoria nessa época do ano lá por Suzuka.

A última visita da F1 teve treino de sábado cancelado e a classificação foi na manhã de domingo, lembram? Era chuva e alerta de ciclone... 

Pois bem, a chuva recebeu a F1 nos primeiros treinos livres de sexta, o que torna tudo um grande ponto de interrogação. A pista chegou a secar gradativamente conforme os carros andavam, mas a chuva voltou a apertar na parte final. Após zerar o cronômetro, Mick Schumacher bateu. Chassi danificado e alguns pontos perdidos na briga para permanecer na F1 em 2023.

Alonso foi o mais rápido, mas isso não significa nada, apenas a nostalgia do espanhol e das madrugadas da velocidade no Japão por aqui. O Corujão, absurdamente descontinuado pela Globo em prol de programas de humor sem graça. Fica aqui o meu registro indignado. 

O TL2 teve intermináveis 30 minutos a mais porque a Pirelli pediu mais tempo para testar os pneus de 2023. Com a chuva, no entanto, o teste foi cancelado, mas mantiveram os 30 minutos a mais de treino. Pra quê, meu Deus? Com essa chuva, poucos carros vão para pista e vai ter pouca ação. A torcida e os fãs vão ficar olhando para o absoluto nada ao invés de ir para casa ou dormir, por exemplo.

O que deu para perceber, com a pista molhada, é que Suzuka fica menos rápida. Nessa condição de pista, teoricamente, favorece quem tem mais downforce e fica menos dependente do motor, que vai ser menos exigido com a pista molhada. 

Assim, em tese, a Mercedes pode diminuir a desvantagem para Ferrari e Mercedes e entrar na briga, se o tempo continuar assim no final de semana. Na chuva, os pilotos fazem a diferença e estamos falando simplesmente de Hamilton e Russell. Não dá para descartá-los nunca, sobretudo nessas condições. E foi assim que os dois fizeram dobradinha no TL2, com George na primeira posição, com a dupla da Red Bull logo atrás: Max em terceiro e Pérez em quarto.

O tempo no Japão é uma incógnita, o que torna tudo para o final de semana bem misterioso. Claro que Max é favorito para vencer e só depende dele o bicampeonato. Esse é o tempero e o que vai manter milhões de brasileiros acordados nesse final de semana. Ah, as madrugadas de Suzuka... ainda mais valendo o campeonato. E se a chuva persistir, melhor ainda: fica aquele clima bom para ficar deitado no sofá assistindo a F1 (ou pegar no sono), tal qual a atmosfera da música "Stan".

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

GP DO JAPÃO: Programação

 O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)

Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 341 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 237 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 235 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 203 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 202 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 170 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 100 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 29 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 24 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 23 pontos

14- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

15- Lance Stroll (Aston Martin) - 13 pontos

16- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 576 pontos

2 - Ferrari - 439 pontos

3 - Mercedes - 373 pontos

4 - McLaren Mercedes - 129 pontos

5 - Alpine Renault - 125 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos

7 - Aston Martin Ferrari - 37 pontos

8 - Haas Ferrari - 34 pontos

9 - Alpha Tauri RBPT - 34 pontos

10- Williams Mercedes - 6 pontos


MAIS CINCO?

Depois de estar desgostoso com a F1 mesmo conquistando vários títulos e, principalmente após o final do campeonato do ano passado em Abu Dhabi, parece que a chama de Lewis Hamilton na F1 está mais acesa do que nunca.

Ao menos é o que afirma o amigo e chefe Toto Wolff. Vizinhos de residência em Mônaco, o alemão confidenciou que o inglês quer ficar mais tempo na categoria: meia década, para ser mais exato.

“A vantagem é que nos falamos bastante. Na semana passada, nos sentamos e ele disse ‘olha, eu tenho mais cinco anos em mim, como você vê isso?’” disse Wolff, em entrevista ao Channel 4 F1.

Atualmente, Alonso é o único quarentão da categoria. Wolff foi indagado sobre como ele imaginaria Hamilton com essa idade na F1:

“Não sei se 40 anos é aquela idade em que você diz que não é mais adequado ser um piloto de corrida. Se você olhar para onde Fernando está com 41 anos, ele ainda está inteiro. Agora, ele é o mesmo Fernando que era aos 25? Eu não sei, mas ele ainda é muito competitivo”, respondeu.

O chefão da Mercedes também citou o exemplo de Tom Brady, que aos 44 anos ainda joga no futebol americano. 

Competidores viscerais não mudam nunca. Quando estava ganhando fácil, Hamilton ficou entediado. Bastou perder o campeonato do jeito que foi e esse 2022 esquecível da Mercedes para reacender o espírito competitivo do piloto.

O tempo está contra Hamilton, embora ele não precise provar mais nada. É que ninguém gosta de sair por baixo, ainda mais o Sir, que venceu em quase todos os anos da carreira. Em outra entrevista, Wolff também deseja manter Russell na equipe por um bom tempo.

É a melhor dupla da F1. Imagina os dois correndo por meia década, brigando por títulos e vitórias? Que isso saía do campo das ideias e do papel assinado para que possamos testemunhar com os nossos olhos no futuro.


TENTANDO REATAR

Aproveitando a visita para o Japão para disputar a corrida em Suzuka, a Red Bull pensa no futuro, mais precisamente em 2026, quando a F1 vai introduzir uma nova geração de motores.

Segundo informação do "The Race", os taurinos se reuniram com uma velha conhecida: a Honda. A ideia da equipe austríaca é acertar o retorno da parceria quando chegar o novo regulamento de motores.

Atualmente, a Red Bull herda a tecnologia dos japoneses e está desenvolvendo o próprio motor, o Red Bull Power Trains, que também equipa a Alpha Tauri até 2025.

A partir de 2026, a Fórmula 1 retirará o sistema de MGU-H e aumentará a potência elétrica do carro em 50% com o MGU-K, além da mudança para combustíveis 100% sustentáveis. Segundo a "The Race", as negociações avançam bem.

O acordo precisa ser aprovado pelo conselho da Honda. Por enquanto, segundo a publicação, os diretores não parecem muito dispostos. Há uma resistência dentro do conselho sobre os compromissos financeiros e como seria possível conciliar o retorno para a F1 e a busca por tecnologias neutras em carbono, motivo que fez os japoneses deixarem a categoria.

Sem a Porsche, é um sinal que a Red Bull não aguenta construir o próprio motor por muito tempo. É inegável que a parceria deu certo. Tudo depende do humor da Honda que, assim como a Renault, são os mais instáveis da categoria. Tomara que reatem. Será bom para todos os envolvidos.


TRANSMISSÃO:

07/10 - Treino Livre 1: 0h (Band Sports)

07/10 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)

08/10 - Treino Livre 3: 0h (Band Sports)

08/10 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)

09/10 - Corrida: 2h (Band)

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

NATSUKASHISA

 


O Japão sempre teve uma aura de fim de festa ou de decisão. Até o início da década passada, Suzuka fechava a temporada. Lá, era sinônimo de emoção. Exemplos inesquecíveis são os três títulos de Ayrton Senna, além de outras lembranças interessantes como o título de James Hunt em Fuji, os títulos de Damon Hill e Mika Hakkinen nos anos 1990 e o hexacampeonato de Michael Schumacher.

Com mais corridas no calendário, o Japão ficou na reta final do calendário e, desde então, somente Sebastian Vettel conseguiu levantar o caneco por lá, quando dominou o campeonato de 2011. Mesmo com a Mercedes construindo uma hegemonia, a posição no calendário impedia o Japão de retomar essa tradição.

No entanto, nesse 2022 cheio de corridas e nuances particulares, Max Verstappen tem grandes chances de ser o bicampeão mais precoce da história da F1, seja pela idade ou pela antecedência, o que superaria outros campeões muito antecipados como Nigel Mansell, Michael Schumacher e o próprio Sebastian Vettel.

É um retorno para a nostalgia, até mesmo para o fato de passar a madrugada assistindo F1, o que só voltou esse ano com a Austrália.

O bicampeonato de Max Verstappen também teria um grande valor simbólico para a Honda que, embora tenha saído oficialmente da nominata da F1 e da Red Bull, ainda fornece motores e tem uma parceria técnica com os taurinos, que desenvolvem o motor a partir das especificações dos japoneses. Seria uma repetição da dobradinha com os títulos do tempo de McLaren, lá com Ayrton Senna.

Ademais, é isso que resta para escrever sobre a F1 atual: é questão de tempo para Max ser consagrado, enquanto aguardamos as notícias do mercado de pilotos, principalmente a vaga da Alpine. Um pouco sem criatividade e cansado demais do calendário extenso que a F1 ainda aumentou para o ano que vem.

Seguimos.

Até!


terça-feira, 24 de agosto de 2021

MISTÉRIOS (DES)MASCARADOS

 

Foto: Getty Images

Hoje começam as Paraolímpiadas de Tóquio. Nas últimas semanas, sobretudo também pela realização dos jogos olímpicos no Japão, o país teve um aumento muito grande no número de casos e mortes decorrentes da Covid-19. Em virtude disso, e pelo país estar em estado de emergência, não teremos Grande Prêmio do Japão pela segunda temporada consecutiva.

A decisão não é surpreendente. Rejeitado pela população, os jogos olímpicos só aconteceram pelos contratos amarrados, onde não fazer seria muito mais danoso financeiramente do que a realização das Olímpiadas. Agora, a F1 precisa preencher a lacuna em pouco tempo, pois a prova estava marcada para o dia 10 de outubro.

Na contramão da história, neste final de semana a Bélgica vai colocar 75 mil pessoas em Spa Francorchamps, sem obrigatoriedade de distanciamento e/ou máscaras. Por quê? Na Bélgica, há o "Corona Safe Ticket", onde as pessoas precisam mostrar a comprovação de vacinação com segunda dose duas semanas antes da corrida, teste PCR negativo ou um certificado que comprove a infecção nos últimos seis meses.

Cada caso é um caso, mesmo que seja bem extremo. Apesar de termos lotação máxima na Inglaterra e na Hungria, pela primeira vez em muito tempo que teremos uma liberação total na F1, por isso não se estranhem com as imagens das arquibancadas.

O GP da Bélgica será realizado diante de estranhas circunstâncias. Ultimamente, o circuito tem lidado com tempestades e inundações, sem contar que já faz dois anos do acidente fatal de Anthoine Hubert na F2. Apesar disso, também há motivo para ter lembranças positivas: há 30 anos, Michael Schumacher estreava na F1 em solo belga. Eu já contei essa história bem aqui. Agora, será a vez de Mick Schumacher. Como sempre, um momento emocionante e significativo.

No entanto, há ainda mais circunstâncias sombrias e tristes que pairam essa corrida. Tudo porque, há duas semanas, Nathaile Maillet, 51 anos, CEO do circuito, foi assassinada junto da companheira Ann Lawrence Durviaux pelo ex-marido, o ex-piloto Franz Dubois, que depois se matou, na cidade de Gouvy, distrito de Luxemburgo. Um duplo feminicídio, portanto.

No início, a história parecia de certa forma "justificar" o ato ou até mesmo lembrar de Euclides da Cunha, mas às avessas: o homem chega em casa e encontra, de surpresa, a esposa com uma outra mulher e decide matá-las e depois a si mesmo pela "honra", o que antigamente seria chamado de "crime passional".

No entanto, relatos da amiga nos dias seguintes desmentem tudo isso. Nathaile e Franz estavam em processo de divórcio e o relacionamento com Ann Lawrence, advogada, não era surpresa para ninguém. As duas estavam juntas há algum tempo e, inclusive, elas e Franz se reuniram num restaurante na noite do crime.

A motivação de tudo isso seria financeira em virtude do divórcio. As duas partes não se entendiam e, depois do restaurante, Franz saiu primeiro do local e chegou na antiga casa depois para matar as duas e depois se matar antes da chegada da polícia.

Nathalie Maillet era CEO de Spa Francorchamps desde 2016. Graças aos esforços dela, o circuito passou a receber diversas provas de rali e outras modalidades do automobilismo além da F1 e dos carros de turismo. Spa foi homologada perante a Federação Mundial de Motociclismo e vai receber no ano que vem as 24 Horas de Spa para motos.

Nathalie era de uma família de pilotos mas era arquiteta de formação, apesar de ter vencido corridas na Fan Cup, em 2006. 

Curioso como a FIA vai se portar perante a esse caso, mesmo que aparentemente ele esteja resolvido diante da morte de todos os envolvidos. No entanto, em um momento onde todos ficam assustados com o retorno do Talibã mas reproduzem, mesmo que involuntariamente, preconceitos e agressões diárias as mulheres (seja verbal ou físico), a morte de uma mulher que estava em uma posição de poder no automobilismo reforça que, infelizmente, esses direitos precisam estar permanentemente sob luta e vigia para que não se percam em todos os âmbitos.

O mundo pode até mudar, mas é sempre preciso estar atento contra as forças retrógradas que veem tudo isso como uma ameaça ao "poder" e querem manter tudo do jeito que está, sem o menor pudor de utilizar a força, a desproporção e a covardia para isso.

Até!

sexta-feira, 19 de junho de 2020

ESPECIAL JORDAN: Parte 2


Estamos de volta para a segunda parte do Especial Jordan. Vamos direto para o assunto:

1993: A CHEGADA DE RUBINHO

Porta de entrada do brasileiro na F1 foi pela Jordan. Foto: Getty Images
Foi uma outra temporada ruim para Eddie e companhia. Agora com os motores Hart e a petrolífera sul-africana Sasol , a equipe começou a temporada com Ivan Capelli e o estreante Rubens Barrichello. O italiano durou apenas duas corridas e Rubinho teve outros quatro companheiros de equipe naquele ano: o belga Thierry Boutsen e os italianos Marco Apicella e Emanuele Naspetti. As coisas só melhoraram mesmo no GP do Japão, quando Eddie Irvine, que correu na Jordan na F3000, estreou na equipe principal. Os dois marcaram pontos: Rubinho foi o quinto e Irvine o sexto.

Essa corrida é famosa porque o então estreante Irvine, retardatário, atrapalhou Ayrton Senna enquanto o brasileiro brigava pela vitória contra Damon Hill. Depois da corrida, enfurecido, o tricampeão deu um soco na cara do norte-irlandês depois deste ter empurrado-o.


1994 foi o ano da redenção. A dupla foi mantida mas o ainda jovem Irvine chegou a ser banido por três corridas por direção perigosa, causando diversos acidentes no início do ano, principalmente na corrida de abertura, no Brasil.



 No GP do Pacífico, Rubinho conseguiu o primeiro pódio dele e da Jordan na F1 ao chegar em terceiro, em Aida.

A primeira de muitas "sambadinhas" no pódio. Foto: F1 Photo

Na corrida seguinte, Barrichello teve um forte acidente no treino de sexta do GP de San Marino, o que foi prenúncio do que seria aquele final de semana. Recuperado do trauma, Barrichello passou a ser a “esperança brasileira” de ser a continuação do legado de Ayrton e dos campeões brasileiros, mesmo em uma equipe que não podia lhe dar isso. Além do primeiro pódio, Rubinho também foi o responsável pela primeira pole da Jordan, em Spa Francorchamps.




Novamente a Jordan ficou em quinto lugar nos construtores, agora com 28 pontos. Enquanto Irvine estava suspenso, Aguri Suzuki e De Cesaris o substituíram.

Para 1995, as coisas prometiam ser ainda melhores. A Jordan se aproveitou do rompimento da fracassada parceria entre McLaren e Peugeot para assinar com o motor francês. No entanto, pode-se escrever que a temporada foi decepcionante. Com o sexto lugar nos construtores e 21 pontos, se esperava mais de uma equipe com um motor de fábrica. Além disso, quase metade desses pontos vieram no atípico GP do Canadá, onde Rubinho ficou em segundo e Irvine em terceiro, na única vitória de Jean Alesi (ex-Jordan na F3000) na carreira.

Primeira vitória de Alesi e dupla da Jordan no pódio: única alegria de Eddie em 1995. Foto: Getty Images

Irvine no GP do Brasil de 1995. Foto: Getty Images


E essa foi a segunda parte do Especial Jordan. Até mais!


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

NO TOPO

Foto: Sutton Images

No domingo, Hamilton irá ser coroado como hexacampeão, o quinto título pela Mercedes, sendo o outro com o motor alemão na McLaren. O texto desta semana relembra outra conquista dos alemães, dessa vez como motor da equipe inglesa, há vinte anos.

A história já foi contada brevemente por aqui, agora em todos os detalhes:

1999. Grande Prêmio do Japão. Mais uma vez, o circuito de Suzuka decidiria um título mundial. De um lado estava o atual campeão, Mika Hakkinen. Do outro, o irlandês e segundão da Ferrari, Eddie Irvine, que vinha de vitória na Malásia e era o líder do campeonato: 70 a 66. No entanto, bastava para Hakkinen a vitória para ser campeão sem depender de ninguém. No meio deles, um possível fiel da balança que já ajudou Eddie na etapa anterior: Michael Schumacher, recuperado da fratura na perna que o tirou de praticamente todo o ano de 1999 em Silverstone.

A polêmica tinha sido a desclassificação da Ferrari na etapa de Kuala Lumpur, o que daria o título antecipado para Hakkinen. No entanto, uma apelação bem-sucedida dos italianos manteve a disputa para a terra nipônica. Schumacher, prometendo ajudar Irvine, fez logo a pole, com Hakkinen logo atrás e Coulthard e Frentzen (Sauber) na segunda fila, com Irvine somente em quinto. Aí as coisas começavam a complicar...

Hakkinen fez uma largada fulminante e não tomou conhecimento de Schumacher para assumir a liderança. Olivier Panis, com a Prost, pulou para a terceira posição, seguido de Irvine, Coulthard e Frentzen. Mika foi abrindo loucamente para Schumacher e principalmente para Eddie, preso atrás da Prost. O finlandês chegava a ser dois segundos mais rápido por volta. Não se sabia se a Ferrari tinha preparado uma ou duas paradas. Enquanto isso, Hakkinen fazia a corrida de campeão, depois de tantos erros e atuações apagadas durante o ano.

Com a primeira parada dos pilotos, Coulthard superou Irvine e deixava o irlandês cada vez mais longe do título, com a estratégia de duas paradas. No entanto, o britânico rodou e bateu de frente, danificando o bico, e abrindo o caminho para Irvine.

Lá na frente, seguiu sentando a bota e conseguiu uma vantagem confortável de seis segundos. Coulthard, com o bico danificado, parou e voltou a frente de Schumacher, limitando sua corrida a apenas atrapalhar o alemão, matar qualquer chance de reação e sacramentar o bi de Mika.  E assim o fez. Mika Hakkinen venceu de ponta a ponta e garantiu o bicampeonato mundial, com Schumacher e Irvine completando o pódio. O jejum da Ferrari seguia, mas convenhamos, ninguém parecia triste com a derrota do irlandês, já acertado com a Jaguar para 2000.

Foto: Getty Images

Não chegou a ser uma hegemonia tal qual hoje, mas dois títulos seguidos, os primeiros da parceria McLaren Mercedes, mostravam a força do conjunto, que ainda era superior a Ferrari de Schumi que acertava e que, nos anos seguintes, fez história.

A Mercedes, enquanto equipe e motores, está desde os anos 1990 como protagonista da Fórmula 1. Domingo, veremos a história ser feita com Lewis Hamilton. Somos privilegiados. Até quando as flechas de prata vão seguir dando as cartas na F1?


Até!

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ESTRANHO

Foto: Getty Images
Um final de semana onde passa um tufão no país e tudo continua com quase naturalidade já é estranho. Isso fica pior quando no dia seguinte faz um sol de rachar como se nada tivesse acontecido. O passo seguinte é a Ferrari fazer 1-2 em uma pista que a Mercedes tinha dominado na quinta, sendo o pole Sebastian Vettel. Com tanta coisa intrigante, o resultado foi coisas estranhas numa corrida estranha, esquisita mas também bem chata.

As Ferrari largaram muito mal. Vettel até teria queimado a largada mas "não completamente", segundo a FIA. Por isso que não foi punido. Explicação bem estranha. Estranho também é o meu raciocínio: a largada sensacional de Bottas acontece porque ele reage a "queimada" de Vettel. Pra mim, ficou a sensação de que ele queimou, mas entre o meu olho cansado  às 2 da manhã e sensores modernos, fica difícil competir.

Bottas saiu feito um foguete. Leclerc também foi mal e Verstappen tentou se aproveitar. Os papéis se inverteram. O monegasco foi um maníaco irresponsável, jogou e bateu o holandês para fora da pista. Depois da Áustria, Leclerc tem sido muito agressivo na defesa de posições. Ao largar mal, fez de tudo para se segurar. Acabou com a corrida de Max e comprometeu a própria. A asa danificada ficou se arrastando pela pista até se soltar, arrebentar o próprio retrovisor e acertar o de Hamilton que vinha atrás. Imagina se acerta a cabeça...

A FIA, criticada por não deixar o pau quebrar, foi extremista. Chegou a não considerar nenhuma ação e só agiu após Max abandonar. Meteu uma punição de 15 segundos pro monegasco, o que ficou barato. O que acontece no início da corrida não pode ser punido no final. Qual o peso de uma punição de segundos para um carro que é um ou até mais segundos mais rápido que os demais por volta?

Foto: Getty Images
Bottas se encaminhava para uma vitória até inesperada - e estranha -, pois Vettel não tinha ritmo para ir atrás. O motor ferrarista conseguia deter as aproximações de Hamilton, confortável em terceiro. As flechas de prata marcaram Seb, que fez duas paradas, o mesmo com o finlandês. Hamilton então partiu para uma, pois alongou o stint. Estratégias diferentes, uma cortesia da largada atrapalhada da Ferrari. A Mercedes com a faca e o queijo na mão.

Com Bottas e Vettel fazendo duas paradas, Hamilton foi nadando tranquilo em primeiro. Era a estratégia prometida para o finlandês. No entanto, o inglês reclamou de ter voltado com os médios. Pediu os duros mas não levou. Alongando o novo stint, disse não entender a necessidade de uma nova parada. Estaria ele partindo para a vitória? Como seria a situação com a Bottas? Ele não precisava ter feito um novo pit stop também.

Entre prejudicar o finlandês e o inglês, os alemães optaram pela segunda opção. Em uma parada desnecessária, Hamilton não só perdeu a chance da vitória como também voltou atrás de Vettel. Apesar de mais rápido, não foi possível ultrapassar. Seria a compensação da Rússia 2018 sendo paga só agora? Em uma estratégia estranha, a Mercedes sagrou-se hexacampeã de construtores. Ninguém atingiu essa marca consecutivamente. Niki deve estar feliz lá do céu, mas convenhamos: ninguém aguenta mais. Que culpa eles têm?

Albon conseguiu a melhor posição na carreira fazendo o possível com a Red Bull. Nota crítica foi ter praticamente estragado a corrida de Lando Norris logo no início da prova, com a conivência da direção de prova. Sainz Jr mostra que é o melhor piloto com sobras da F1 B, evidenciando o grande momento que vive a McLaren. Seguro e oportunista, não dá chance para o azar. Ricciardo conseguiu uma ótima corrida de recuperação com boa estratégia após ter sido eliminado no Q1.

Para terminar com as estranhices, um problema no sistema virtual de bandeiras fez com que a corrida computasse o resultado até a penúltima volta. Ou seja: nada do que aconteceu na última valeu, incluindo a batida de Pérez ao tentar passar Gasly, que com o motor Honda, fez uma prova competente. Bater e mesmo assim chegar em nono, uma grande façanha de Checo. Estranho. Hulkenberg fechou o top 10.

Na rabeira, vemos uma Alfa Romeo em queda, a Haas na mesma de sempre e a Williams tão vergonhosa que infelizmente já nos acostumamos.

Em um final de semana estranho, basta Hamilton fazer 14 pontos a mais que Bottas para ser campeão no México mais uma vez. Do contrário, nem faz tanta diferença. Lewis já foi campeão nos outros próximos palcos mesmo. E assim caminha a F1. Mesmo estranha, parece tão normal...

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

GP DO JAPÃO: MUDOU TUDO

Foto:Tsunagan Japan
Geralmente, posto aqui antes dos treinos livres a programação com as notícias e tudo mais. No entanto, esqueci que tudo começaria nesta noite de quinta-feira. Pura sorte? Pois bem, durante a noite foi anunciado que, em virtude do tufão que vai chegar no país, a F1 vai cancelar os eventos no sábado, que incluem o treino livre e o treino classificatório. Portanto, nesse final de semana, não teremos apenas o terceiro treino livre, com a classificação sendo realizada na manhã de domingo (sábado à noite).

Pois bem, deixo aqui os textos que realizei para o post da programação para o GP do Japão e depois irei escrever algumas linhas sobre os treinos realizados nessa madrugada:

ALERTA DE SUPERTUFÃO

Foto: Getty Images
É o que diz Steffen Dietz, ex-meteorologista da F1. O supertufão Hagibis ganhou força e deve atingir Suzuka com força, especialmente no sábado. A previsão é de chuva forte e ventos nos três dias.

"Querido público da Fórmula 1, com o tufão Hagibis, existe uma possível ameaça na situação meteorológica em Suzuka. A fotografia mostra o pior cenário, segundo um modelo. É uma possibilidade, ainda falta uma semana, mas o modelo e a formação são impressionantes. Sigam atentos"

"Hagibis aumentou bastante e agora é um supertufão, de categoria 4. A previsão da pista no Japão e na F1 é bem consistente. A probabilidade de qualquer impacto é alta, mas os detalhes permanecem incertos. Geralmente, o sistema enfraquece bastante antes de chegar no Japão, mas seguirá forte. Os modelos de hoje mostram uma propagação um pouco mais rápida, então, o impacto na F1 pode aparecer já no sábado", alertou Dietz em sua conta no Twitter.

19º tufão do ano no Pacífico, o Hagibis veio das Filipinas e vem avançando em direção ao oeste do país, onde o autódromo de Suzuka é localizado. O último boletim divulgado pela Agência Meterológica aponta que ele se desloca a 25 km/h, com ventos sustentados de 180 km/h.

O Japão tem histórico de adiamento de treinos em virtude das chuvas e ventos fortes. Isso aconteceu em 2004 e 2010, quando os treinos foram realizados no domingo, dia da corrida. Em 2007, a corrida em Fuji foi realizada sob forte chuva.

Em 2013, na Austrália, apenas o Q1 foi realizado. Em 2015, nos Estados Unidos, o furacão Patrícia fez com que o treino também fosse na manhã de domingo.

Em 2014, o furacão Phanfone transformou a corrida do Japão num caos, com largadas atrás do Safety Car, bandeiras vermelhas e o trágico acidente fatal de Jules Bianchi.


Se chove, então provavelmente mal teremos treino e a corrida só quando os pilotos conseguirem colocar os intermediários. Não me animo muito. É muita frescura da FIA, que matou o francês graças a sua negligência e faz malabarismos técnicos para parecer que se preocupa com a segurança dos pilotos, como é o caso do Halo ou proibir corridas em chuvas fortes, o que é um absurdo.

TAPETÃO?

Foto: Getty Images
Eu tento, mas é impossível não escrever algo sobre a equipe mais simpática da F1. A nova notícia do momento é que a FIA pode punir a equipe em perda de pontos porque o chefão Gunther Steiner xingou o comissário Emanuelle Pirro (o mesmo que tirou a vitória de Vettel no Canadá) de idiota após a punição a Kevin Magnussen ao cortar uma curva e não voltar no traçado determinado lá no GP da Rússia.

Segundo o site alemão "Motorsport Total", Steiner foi até a sala dos comissários após a corrida e teve acalorada discussão com o ex-piloto, além de tê-lo xingado no rádio da equipe de "estúpido e idiota" e não ter se desculpado posteriormente.

Steiner pode ser punido por suspensão de uma corrida sem acessar o paddock, uma multa de R$ 1 milhão ou até mesmo perda de pontos de sua equipe.


É tipo o STJD afirmar que um jogador pode ser punido por 12 jogos mas no fim das contas basta pagar uma cesta básica. Se Steiner realmente xingou Pirro, ele merece um prêmio, isso sim. Mais uma punição imbecil desse cara que já avacalhou com o GP do Canadá. Por essas e outras que a Haas é a equipe mais simpática do grid, sem dúvida alguma.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 322 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 249 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 215 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 212 pontos
5 - Sebastian Vettel (Mercedes) - 194 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 69 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 66 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 52 pontos
9 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos
10- Daniel Ricciardo (Renault) - 34 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
12- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
13- Sérgio Pérez (Racing Point) - 33 pontos
14- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
15- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
16- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 571 pontos
2 - Ferrari - 409 pontos
3 - Red Bull Honda - 311 pontos
4 - McLaren Renault - 101 pontos
5 - Renault - 68 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 55 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 52 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

Os treinos: pois bem, depois de quatro poles consecutivas, a Mercedes resolveu reagir com novas atualizações apesar disso parecer inútil para esse ano, pois já são campeões. A questão é psicológica, de mostrar pra Ferrari e pro resto que são eles quem mandam ainda.

Bottas, apesar de rodar uma vez no TL2, foi o mais rápido nos dois treinos. As flechas de prata foram muito mais velozes que a Ferrari e a Red Bull com motor zerado para tentar andar bem na casa da Honda. Desse jeito, devem ser os grandes favoritos a vencer, por mais estranho que possa ser projetar uma corrida que ninguém sabe em quais condições vai acontecer. No domingo, dizem que o tempo vai estar seco.

Importante salientar que, segundo a FIA, caso não seja possível realizar o classificatório no domingo pela manhã (horário do Japão), o grid foi definido agora. Ou seja: podemos ter Bottas, Hamilton, Verstappen, Leclerc, Vettel e Albon, nesta ordem. No resto, a briga encarniçada de sempre, onde a Toro Rosso é a grande atração local junto com a Red Bull, mas me parece que a McLaren ainda leva certa vantagem na hierarquia da "quarta força" nesse instante.

Pois bem, veja bem as posições do TL2, porque pode ser a do grid de largada também. É o confuso e caótico GP do Japão, cheia de diversas lembranças...


Até!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

LEMBRANÇAS QUE VOAM

Foto: Getty Images

Como o tempo passa. O blog foi criado para que eu pudesse desempenhar uma atividade de uma disciplina da faculdade de jornalismo que consistia no design das tipografias das letras e o porquê, além do uso das cores. Decidi, então, focar os meus esforços em escrever sobre algo que nos últimos tempos eu sempre tive vontade mas que me faltava a faísca: Fórmula 1.

A primeira corrida que cobri então foi o Grande Prêmio do Japão. Na primeira temporada com a era híbrida, a hegemonia da Red Bull foi substituída pela ascensão da Mercedes e o duelo entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, diante de um esdrúxulo regulamento de pontuação dobrada na última etapa do ano, em Abu Dhabi. Foi assim que escrevi os primeiros posts...



O que mais tinha me chamado atenção foi a confirmação da saída de Vettel da Red Bull. Na época, a Ferrari ainda não tinha oficializado a saída de Alonso. Portanto, era o fim de duas eras e o início de duas novas, sem saber ainda que existia a possibilidade de Alonso retornar a trabalhar com Ron Dennis.

Diante da possibilidade de um tufão, duas novidades do blog iniciante: escrevi um post no início da noite de sexta e outro na madrugada cobrindo o treino classificatório. Sinceramente, não me lembrava, mas deveria ser pelo horário e por estar acordado, no mínimo. Hoje, não tenho mais tempo para isso, infelizmente.


Me lembro de algumas partes da corrida: a saída com Safety Car em várias voltas e uma disputa até animada pela vitória, até surgir o novo carro de segurança após a batida de Adrian Sutil, na Sauber. Aí eu dormi, já estava muito tarde, se não me engano quase amanhecendo.

Quando acordei, vi Vettel e Hamilton com cara triste, o céu quase noite lá no Japão e um tom de voz quase fúnebre do narrador Luís Roberto, de muita preocupação. Comecei a pesquisar por notícias e depois não lembro o que fiz, se dormi ou fui direto votar. Precisava pesquisar, porque com o acidente do Schumacher eu fiquei o dia todo de boa achando que "era só mais uma peripécia do alemão" e quase chorei quando li a gravidade das notícias no fim do dia.

Era domingo de eleição. Não lembro se dormi e fui votar ou fiquei mais tempo pesquisando, mas aquilo acabou com o meu dia. Justo com Jules. Um acidente grave. Um piloto inconsciente. Como escrevi há meia década, a corrida estava em segundo plano. O foco era o estado de Jules.




A coisa era muito mais grave do que imaginávamos, talvez pelo otimismo de acreditar que depois de Senna ninguém mais morreria na pista. Ledo engano. Graças a incompetência da FIA em liberar a pista com um trator na área de escape e a atitude calhorda de esconder as imagens do acidente para fingir que tudo estivesse bem, além de terem colocado a culpa no francês que já estava morto, Jules morreu alguns meses depois. Inacreditável.

Logo na primeira corrida que “cobri”, um dos pilotos que eu mais torcia ficou inconsciente. Na primeira! E escrevia aos quatro cantos que Bianchi seria um piloto Ferrari nos anos seguintes. Me sinto “culpado” pelo acidente, porque parece que “ziquei” o cara. Muito triste.

Quis o destino, cinco anos depois, nos dar outra morte de um francês e colocar o tutor e amigo deles na Ferrari, local que supostamente seria de Jules por direito na sucessão natural da Ferrari. E cinco anos depois e mais de 700 posts até então, chegamos a mais um GP do Japão, comemorando cinco anos de vida. O tempo voa. Apesar do sentimento agridoce da primeira lembrança ser tão amarga, muita coisa mudou aqui no blog e na minha vida desde então, e esse espaço é quase um diário testemunha dessas transformações, embora não fale objetivamente delas por aqui, mas sim em outras redes que vocês podem acompanhar.


Até!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

GITA

Foto: Reuters
O texto de hoje é em homenagem ao Formiga Atômica Marc Márquez, pentacampeão da MotoGP. Com 26 anos, o espanhol conquistou o quinto título em seis temporadas disputadas e já é o terceiro maior campeão da categoria, apenas atrás dos italianos Giacomo Agostini (8) e Valentino Rossi (7) e agora empatado com Michael Doohan. Márquez agora é o mais jovem pentacampeão da história.

O título veio na casa da Honda, no GP do Japão, em Motegi. Largando em sexto, Márquez fez uma corrida espetacular para no final ultrapassar Dovizioso. Faltando duas voltas, Dovi caiu e sacramentou mais um título por antecipação do espanhol.

É a era Marc Márquez. O sétimo título da carreira. Se antes teve a Era Agostini, Doohan, Rossi, Lorenzo, as disputas com Casey Stoner e Nicky Hayden, é questão de tempo para que os recordes sejam pulverizados pelo #93. É a história sendo feita.

O foco do post é exaltar o "Gita da MotoGP", como foi magistralmente relatado na narração de Guto Nejaim, que citou versos da canção de Raul Seixas na volta final. Além disso, na comemoração do título, uma festa sensacional: além de bandeiras e camisetas, um joguinho de arcade para que Márquez chegasse no Level 7 e ganhasse o capacete dourado como recompensa. Um show!

Confira tudo isso, além da trilha do Maluco Beleza, é claro:

Clique AQUI para acompanhar a narração de Guto Nejaim





Até!

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

TERCEIRO PLANO

Foto: Getty Images
Com a luta principal do UFC 229 terminada pouco antes da largada e diante de toda a repercussão da grande luta e confusão que teve na sequência, não prestei muita atenção na corrida do Japão. Mas, convenhamos, sei que não perdi muita coisa, ainda mais acompanhando alguns momentos da corrida que saltavam em minha direção enquanto continuava acompanhando o pós-luta de Las Vegas. Ah, também teve as Eleições, então a corrida realmente não foi uma das minhas prioridades desse final de semana.

Soube que no início da prova o Magnussen, pra variar, jogou o carro violentamente pra cima de alguém e teve o pneu furado. A vítima foi o Leclerc. Os dois abandonaram. O dinamarquês é um cara interessante. Tem o jeito autêntico dele, o que é importante para a F1, mas também é um mala dentro e fora da pista, com o agravante de não ser um piloto de ponta, não à toa que é detestado por quase todos seus companheiros de profissão.

Também na primeira volta, Verstappen espalhou e saiu da pista. Na volta, jogou Raikkonen pra fora da pista, que precisou recolher para não bater e acabou abrindo terreno para Vettel, largando em oitavo, assumir a quarta posição na primeira volta. Foi punido com cinco segundos. Parecia que a sorte do alemão poderia mudar, ainda mais com o Safety Car causado pelo pneu furado e a pista suja de pedaços de carro de Magnussen.

Com a saída do carro de segurança, Vettel partiu pra cima de Verstappen na 130R. É difícil passar por lá. Apesar de estar por dentro, Max não deu espaço e a batida foi inevitável. Como sempre, Vettel se deu mal e caiu para o fim do grid. O holandês, apesar dos pesares, seguiu em terceiro. Mais um erro na coletânea dessa temporada pavorosa de Seb, mas agora não há o que fazer. Nada pode ficar pior do que já está. É necessário arriscar. Max, por sua vez, parece que nunca vai mudar enquanto não tiver nada a perder. Como já escrevi antes, ou ele vira um potencial multicampeão do mundo ou se transforma num Montoya, que poderia ter sido mais do que foi na F1 se não fosse os vários erros de avaliação durante uma disputa de posição em uma corrida. Se bem que ultimamente Vettel está mais para Montoya do que o holandês...

Depois disso, a corrida voltou para o marasmo de sempre. Suzuka sem a decisão de título perdeu muito da importância. O único destaque digno de nota foi a grande corrida de recuperação de Ricciardo, que saiu de 16° para quarto. Finalmente uma boa corrida do australiano nos últimos meses. Coincidência ou não, seu rendimento caiu bastante depois que anunciou a ida para a Renault, óbvio que não por suas capacidades, mas sim pelo tratamento que a Red Bull está lhe dando nesse fim de ciclo, excluindo-o das reuniões da equipe.

Só agora que dá pra falar da vitória de Lewis Hamilton. Mais um passeio do início ao fim, sempre comboiado por Bottas, que chegou a ser ameaçado por Max, mas não passou disso. Isso torna a ordem da semana passada cada vez mais inútil. Com Vettel chegando em sexto, a vantagem agora é de 67 pontos e muito provavelmente o penta vai ser sacramentado no Texas. Com a Mercedes de volta ao topo e a Ferrari e Vettel em frangalhos, não diria que é uma possibilidade, mas sim uma certeza.

Raikkonen foi o quinto, chegando 16 segundos atrás de um carro que largou em 16°. Isso diz tudo sobre o momento ferrarista na temporada. Como um deja vù, os italianos e Vettel fraquejam na hora H e veem o campeonato ser decidido muito antes do previsto. Azar deles e sorte e competência da equipe alemã, virtual pentacampeã de pilotos e construtores.

O resto são os destaques para Sérgio Pérez em sétimo, Grosjean o oitavo, Ocon em nono e Sainz em décimo.

Duas semanas para o penta de Hamilton. Nesse finde, ele e a F1 foram o terceiro plano, mas em Austin as atenções irão voltar para a F1, até porque não terá eleições, tampouco UFC badalado. Entretanto, se deixar para o México, aí teremos um problema logístico para mim... mas isso é outro papo.

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

GP DO JAPÃO - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1.



ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:31.540 (McLaren, 2005)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.319 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)

ARRIVABENE: "FICOU FALTANDO ALGO"

Foto: Racefans.net
Aos poucos a Ferrari vem sentindo os baques e perdendo força no campeonato. Apesar de todos os holofotes terem ficado na vitória de Hamilton e a ordem da Mercedes, a imprensa italiana não poupou críticas a mais um pifio desempenho ferrarista. O "Corriere dello Sport" criticou todo mundo, menos o desempenho de Charles Leclerc, sétimo colocado com a Sauber.

O chefão Maurizio Arrivabene reconheceu a jornada ruim de sua equipe.“Desde sexta-feira, o fim de semana em Sóchi foi muito difícil para nós. Apesar de todos os nossos esforços para encontrar o cenário ideal, nem no sábado e tampouco na corrida fomos competitivos o bastante para preocupar nossos rivais mais próximos”, analisou. "“Comparado com a forma como nos apresentamos em outros circuitos, ficou faltando algo aqui e, por isso, não conseguimos reduzir a diferença de pontos”, complementou.

Para a próxima corrida, no Japão, a expectativa é que a Ferrari consiga finalmente voltar a vencer para buscar um título que fica cada vez mais improvável. "[Japão]  deve ter características muito parecidas com a de Silverstone. Então, em Suzuka, vamos ter uma indicação mais precisa do potencial do nosso carro. Se der certo, saberemos que, apesar da situação difícil em termos de classificação, ainda temos as armas certas para lutar até o fim”, complementou.


Depois de Nurburgring e Monza, fica a impressão que a Ferrari murchou e agora jogou a toalha definitivamente. Claro que a matemática ainda pode ser favorável e tudo é possível, mas cada golpe da Mercedes vai minando o psicológico de Vettel e seus comandados. Com o desempenho cada vez pior, os italianos não precisam mais de um grande final de semana e sim vários, enquanto que tudo tem que dar errado para a Mercedes. É uma situação praticamente impossível. Resta lutar pela honra e recuperar a confiança com algumas vitórias até o fim  do ano.

TORO ROSSO DESCARTA VANDOORNE: "NÃO É RÁPIDO PARA A F1"

Foto: AutoSport

Com Daniil Kvyat confirmado outra vez como piloto da equipe para o ano que vem, ainda há uma vaga em jogo na equipe satélite da Red Bull. Brendon Hartley não deve renovar, e especulações em torno de seu substituto não faltam. Recentemente, Pascal Wehrlein anunciou que não será mais piloto Mercedes a partir do ano que vem, o que lhe alçou como favorito a vaga. Entretanto, outro jovem piloto também está disponível: Stoffel Vandoorne, belga que vai deixar a McLaren no fim do ano.

No entanto, parece que o futuro do belga não está relacionado com a Toro Rosso. É o que diz Helmut Marko, consultor da Red Bull. “Nós não pegaremos Stoffel”, disse, segundo a emissora francesa RTBF. “Acho que ele simplesmente não é rápido o suficiente para a F1", disse.

Bom, que declaração ridícula. Que Vandoorne faz uma temporada ruim isso é fato, agora dizer isso? Se o belga não tem, imagina Kvyat, recontratado depois de ser demitido duas vezes justamente pela falta de velocidade? Imagina nos próximos anos, quando japoneses da Honda possivelmente vão brigar por essa vaga ou Dan Ticktum, que vai se exilar por lá porque não consegue os pontos da superlicença na Europa.

Não querer Vandoorne faz parte. Falar essa asneira depois de contratar o russo errante soa como uma incrível falta de lógica e noção.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 306 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 256 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 189 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 186 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 158 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 134 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
8 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 47 pontos *
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 47 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.


CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 495 pontos
2 - Ferrari - 442 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 292 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 80 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 35 pontos *
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

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