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segunda-feira, 30 de maio de 2022

UM NOVO TIJOLO

 

Foto: Getty Images

Uma Indy 500 como sempre é: repleta de estratégias e reviravoltas. Não teve tantas trocas de liderança, mas Scott Dixon e Pato O’Ward disputaram a maior parte do tempo a liderança. Dixon, pole pelo segundo ano consecutivo, estava na frente em praticamente ¾ da corrida.

Justamente na última parada nos boxes, acelerou demais no pit lane e foi punido, jogando fora todo o trabalho. A Chip Ganassi tinha o favoritismo pelo que apresentou nos treinos, mas as McLarens de Pato e Rosenqvist estiveram no páreo o tempo.

Largando em sexto, Tony Kanaan buscava a segunda conquista do Brickyard. Foi avançando e conseguiu um terceiro lugar. Chegou perto. Hélio Castroneves, que buscava ser o primeiro penta, tinha uma missão inglória. Largando em 27°, conseguiu uma boa corrida de recuperação, mas faltava velocidade para brigar lá em cima. Ainda assim, conseguiu ficar no top 10.

Com Dixon fora, tudo parecia encaminhado para o mexicano O’Ward repetir a dose de Checo Pérez mais cedo e levar o país ao topo. Pelo conjunto da obra, talvez fosse o que mais merecia levar o banho de leite. No entanto, a vida não é sobre merecimento, e sim chegar até o final.

Na última parte da corrida, Ericsson, que ficou no bolo o tempo todo, assumiu a liderança, em virtude de uma das amarelas. Sem parar, tinha uma vantagem confortável até que Jimmie Johnson, o da Nascar, bateu faltando duas vezes. Geralmente se encerraria com bandeira amarela, mas sabe-se lá porque deram bandeira vermelha. Estava tudo desenhado para Pato O’Ward.

O que vimos nessas voltas finais foi uma defesa espetacular de Ericsson, de cinema. Fechou a porta e rumou para uma improvável vitória na Indy 500. Ele encerrou o jejum de 10 anos da Ganassi e foi o segundo sueco a tomar banho de leite (o único até então havia sido Kenny Brack, em 1999).

Por não ser uma figura carismática ou ter uma grande passagem na F1, ficou aquele anticlímax. Era melhor para todos que Pato tivesse vencido, mas Ericsson teve seus méritos. Depois que saiu da F1, veio para Indy e foi evoluindo aos poucos. Ano passado, teve as primeiras vitórias. Agora, a consagração máxima. De quebra, assumiu a liderança do campeonato, com O’Ward na cola.

Os pilotos podem evoluir e serem felizes em outros lugares. Sempre é essa a lição que fica quando acompanhamos outras categorias. Nem todo mundo vai ser Max Verstappen ou Lewis Hamilton. Se Ericsson não é o suprassumo do automobilismo, ele mostrou méritos para estar na história de uma das corridas mais tradicionais do esporte. É sobre isso.amHamHa

Para Pato O’Ward, fica a frustração de ter chegado perto. No entanto, a grande recompensa pode chegar nos próximos meses. Com Ricciardo cada vez mais fora da McLaren, o mexicano é um candidato natural a assumir essa vaga, além de Colton Herta. Apesar de mexicano, seria do interesse da categoria alguém com proximidade do mercado americano para reforçar a categoria, além das três etapas inseridas no calendário.

Não foi das corridas mais emocionantes mas o final compensou. Como mágica, vimos a história e o improvável acontecer. Pode até não ser o que gostaríamos em termos estéticos e de narrativa, mas precisamos respeitar e admirar. A Suécia de Ronnie Peterson tem um herói para chamar de seu. Um novo tijolo em Indianápolis.

Até!


segunda-feira, 31 de maio de 2021

BEIJEM O QUARTO ANEL

 

Foto: Getty Images

Épico, histórico, emocionante! Helio Castroneves hoje aumentou sua história na Indy e no automobilismo e venceu pela quarta vez no Brickyard. 

Uma disputa emocionante, vencida quando passou na penúltima volta o espanhol Alex Palou. Helinho teve sorte. O vácuo permitia ao espanhol sempre ultrapassá-lo no final da reta principal. No entanto, na última volta, uma série de retardatários impediu que Palou pudesse fazer uma última tentativa.

Hélio chega no mesmo número de conquistas de lendas do automobilismo americano como A.J. Foyt, Rick Mears e Al Unser Sr, com quatro vitórias. Hélio superou Dario Franchitti e agora é o estrangeiro com mais conquistas em Indianápolis. Um feito por si só notável, mais ainda que hoje o brasileiro venceu na estreia pela pequena Meyer Shank, depois de duas décadas na Penske.

Depois de Palou, outro jovem que fala espanhol, o mexicano Pato O'Ward, ficou em terceiro. Tony Kanaan teve a corrida comprometida logo na primeira parada quando foi prejudicado pelo acidente de Stefan Wilson nos boxes. Pietro Fittipaldi, apostando em uma bandeira amarela que não veio no fim, foi o 25°. 

Quem também apostou na amarela para surpreender foram Felix Rosenqvist e Takuma Sato, que tentava o tri, mas pararam nas voltas finais.

Hélio comemorou na grade no tradicional estilo Homem Aranha, dedicou a vitória a mãe que está com Covid e lembrou de Tom Brady para dizer que os "velhos" ainda têm valor: a quarta vitória vem aos 46 anos.

Agora, Castroneves é responsável por metade das vitórias brasileiras na Indy 500. A última vez tinha sido com Tony Kanaan, em 2013, naquela que foi a última corrida com a narração de Luciano Do Valle. Hoje, na TV Cultura, o grande Geferson Kern teve a honra de nos narrar esse grande momento.

Beijem o quarto anel do Helio e agradeçam por ver a história ser feita. 

Até!

terça-feira, 25 de agosto de 2020

VÍDEOS E CURTINHAS #40

 

Foto: Alfa Romeo

Salve, pessoal! Notícia é o que não falta para este post, então vamos lá, sem enrolação:

- Apesar de Callium Ilott ser o líder do campeonato e o estreante Robert Shwartzman ser o segundo melhor piloto da academia da Ferrari na F2, a tendência mesmo é que Mick Schumacher esteja na F1 em 2021. Pelo que disse Mattia Binotto, a intenção, é claro, que o Schumaquinho comece na Haas ou na Alfa Romeo, equipes parceiras dos italianos. Talvez fosse uma decisão óbvia, mas Mick vem se mostrando um piloto apenas comum na F2. 

Como escrito antes, Ilott está merecendo mais e Shwartzman é muito mais talentoso. Enfim, Mick vai subir pelo sobrenome como todos sabiam. O mais engraçado é que se o alemão conseguir um resultado espetacular nas primeiras corridas, ninguém vai lembrar do "histórico na base". Sainz Jr e Vandoorne estão aí para lembrar disso.

Foto: Getty Images

E a Williams finalmente foi vendida. O anúncio foi na semana passada. O fundo de investimento americano Dorilton Capital efetuou a compra, sem valores divulgados publicamente. Oficialmente, a Williams deixa de ser uma garagista, o fim de uma era. Francamente, a Williams que todo mundo conhecia acabou com o fim da parceria com a BMW. O que vimos nos últimos 15 anos foi uma triste decadência que levou até esse momento. Com esse tal fundo de investimento e o papai Latifi bancando tudo, os ingleses pelo menos irão sobreviver. Eu fico pensando: o que leva um fundo de investimentos a comprar uma equipe de Fórmula 1? Como são um fundo, duvido muito que estejam no jogo só para lavar dinheiro. Eu aposto que, dentro de alguns anos, irão passar o negócio adiante recebendo menos do que gastaram.

Foto: Racer

- Jean Todt e Roger Penske em Indianápolis, no final de semana. O presidente da FIA disse abertamente que gostaria que a F1 voltasse para o Brickyard, onde teve provas entre 2000 e 2007. Tudo depende, é claro, da Liberty, que certamente deve achar mais interessante correr nas ruas de Miami... ah, além disso, aposto que aquela curva com esses pneus farofa iam causar muito temor em alguns telespectadores mais frescos... volta, Indianápolis!

Foto: FIA

A FIA anunciou as últimas quatro datas da temporada 2020. Como surpreendente, temos o retorno do GP da Turquia, ausente desde 2011 e sempre lembrado como o palco da primeira vitória de Felipe Massa, o maior vencedor nesse circuito. Além disso, teremos duas corridas no Bahrein (o GP do Bahrein e o GP de Sakhir), com a temporada se encerrando, é claro, em Abu Dhabi, no dia 13 de dezembro. Como escrito antes, é legal esse retorno a pistas esquecidas e que certamente nunca estarão de volta em situações normais. Seria bem legal se a Malásia retornasse. É um dos melhores traçados feitos pelo Tilke e faz falta no calendário. Confira as datas das corridas restantes na temporada 2020:

30/08 - GP da Bélgica
06/09 - GP da Itália
13/09 - GP da Toscana (Mugello)
27/09 - GP da Rússia
11/10 - GP de Eifel (Nurburgring)
25/10 - GP de Portugal
01/11 - GP de Emília-Romagna (Ímola)
15/11 - GP da Turquia
29/11 - GP do Bahrein
06/12 - GP de Sakhir
13/12 - GP de Abu Dhabi

Foto: Getty Images

Dono de uma boate na Sardenha, ele mandou reabrir em meio a pandemia. Lá, 60 pessoas, entre frequentadores e infectados, foram infectados com o covid. Depois, foi jogar bola numa pelada, sendo um dos jogadores Sinisa Mijalhovic, atual técnico do Bologna, que depois também esteve com covid.

Aos 70 anos, Flavio Briatore está internado em um hospital em Milão em estado grave em decorrência do coronavírus. Não duvide da gripezinha. Melhoras ao chefão, um dos malvados favoritos da história da F1.

Vídeos: hoje faz 35 anos da última vitória de Niki Lauda. Aproveite!

Como essa semana é o Grande Prêmio da Bélgica, impossível não postar a histórica ultrapassagem de Mika Hakkinen em Michael Schumacher há vinte anos:




Até!


domingo, 23 de agosto de 2020

SAMURAI SATO

 

Foto: CBS

No atípico ano de 2020, as 500 Milhas de Indianápolis aconteceram sem público e no penúltimo domingo de agosto. Tudo muito diferente, além da primeira edição com o horroroso Aeroscreen. Com a perda aerodinâmica, foi uma prova de poucas emoções e baseada na estratégia e, claro, nas amarelas.

Muitos novatos foram ao muro. Na ponta, o motor Honda dominava as ações. Dixon liderou boa parte das 200 voltas, seguido de perto por Sato e Rossi, com O'Ward, Rahal e Sato colados. Em uma das trocas, Rossi bateu em outro carro nos boxes e foi punido. Ao tentar escalar o pelotão, encontrou o muro. 

No último quarto da prova, na última rodada de pit stops, Sato parou antes de Dixon e, numa ultrapassagem por fora, começou a aumentar o ritmo. O neozelandês tentou atacar mas foi muito bem defendido pelo japonês. A corrida prometia um final eletrizante para essa disputa mas, faltando cinco voltas, Spencer Pigot, companheiro de Sato na RLL, bateu forte na quina do pitlane e, diante do estrago, não havia mais tempo para nada.

Segunda vitória do japonês no Brickward, conquistadas nas últimas quatro edições, a primeira da RLL desde 2004, quando Buddy Rice venceu. Apesar do gosto amargo de liderar a maior parte do tempo e mesmo assim não conseguir o segundo triunfo na Indy 500, Dixon aumentou a vantagem e se encaminha para o hexacampeonato na Indy. Graham Rahal foi o terceiro, seguido por Santino Ferrucci, com Newgarden em quinto (a primeira Chevrolet) e Pato O'Ward em sexto.

Foto: F1Mania

Uma das atrações, Alonso em nenhum momento flertou com a vitória, sequer com o primeiro pelotão. Largando em 26° com um carro muito ruim e um motor inferior ao da Honda (ah, a ironia do destino...), também teve problemas com a embreagem e levou uma volta do vencedor. Ao menos, dessa vez, o espanhol conseguiu largar e terminar a prova que ainda lhe resta para conquistar a Tríplice Coroa. Ao que tudo indica, esse sonho está adiado no mínimo até 2023, pois Alonso deixou claro que agora os próximos dois anos serão de foco total na Renault na F1. Valeu a tentativa e a experiência.

Os brasileiros Helio Castroneves e Tony Kanaan também disputaram a prova. No provável último ato com a Penske, Helinho foi o 19° e Tony, também em turnê de despedida, foi o 19°. Ficaram longe do primeiro pelotão, mas quem se importa? O problema é que, depois deles, não há mais nenhum brasileiro na categoria...

É louco pensar que se não fosse a afobação com Dario Franchitti em 2012, Sato agora teria 3 Indy 500 em casa, o mesmo número de Castroneves, por exemplo. Duas vitórias para o japonês que, aos 43 anos de idade, mostra que o auge pode sim ser mais tarde e em outras circunstâncias. Ele continuou dedicando o triunfo para o povo japonês e os acontecimentos do terremoto de quase uma década, em 2011.

Em um ano atípico, uma vitória normal. Uma pena que não houveram testemunhas oculares no Indianapolis Motor Speedway para saudar o Samurai Sato. Ele merece e muito.

Até!



segunda-feira, 27 de maio de 2019

MERECIMENTO

Foto: Time Magazine
Simon Pagenaud largou na pole, liderou a maior parte das 200 voltas e venceu pela primeira vez a Indy 500, quebrando um jejum de 99 anos (!) sem vitórias da França no Brickyard.

Isso não quer dizer que foi uma vitória necessariamente fácil, muito pelo contrário, ao menos nas últimas 10 voltas.

O francês liderou a corrida quase de ponta a ponta, sendo ameaçado por Newgarden e Ed Carpenter. Vindo de trás, Alexander Rossi foi o grande nome da corrida. Endiabrado e ousado, foi pra cima agressivamente e estava perseguindo a liderança até que um problema na bomba de combustível no terceiro pit o fez cair pra sexto. Sorte e azar ao mesmo tempo, porque o incidente se deu durante uma bandeira amarela.

A corrida não teve tantos acidentes na pista. Logo no início, uma amarela para o estreante Colton Herta, que abandonou com problemas. Depois, o herói Kyle Kaiser foi o primeiro a encontrar o muro.

Os pits é que tiveram mais problemas. Hélio Castroneves acertou a traseira de James Davison e teve a corrida comprometida desde aí. Na outra parada, Jordan King acertou o pneu separado pela equipe para a troca na perna do mecânico. Will Power e Takuma Sato tiveram problemas, além de Rossi. Marcus Ericsson conseguiu a proeza de bater após a desaceleração e a entrada nos pits.

Um mini big one foi instaurado faltando 30 voltas. Sebastien Bourdais fechou Graham Rahal até a grama, os dois se tocaram e causaram um efeito dominó com outros cinco carros que rodaram e bateram. Bandeira vermelha pra retirar os destroços dos carros e limpar a pista.

Nesse meio tempo, Power e Sato ressurgiram das cinzas para ficar entre os dez primeiros, assim como Ryan Hunter-Reay e Tony Kanaan, apagadíssimos no terceiro pelotão.

Apesar dos carros retornarem a pista, o Pace Car andou mais algum tempo. Faltando 11 voltas, a relargada e o ritmo insano da corrida. Rossi e Pagenaud brigando metro a metro pela vitória. Na antepenenúltima volta, Rossi assumiu a liderança. Na penúltima, Pagenaud deu o troco pra não perder mais. Faltou potência para um revoltado Rossi, chateado com sua grande atuação não ter sido recompensada com a segunda vitória em Indianápolis.

Sato veio do nada, passou Newgarden e Carpenter e conseguiu um improvável terceiro lugar. Newgarden, que liderou algumas voltas, se contentou com o quarto lugar. Will Power fez uma prova de recuperação e ficou em quinto. Faltou força para Ed Carpenter na reta final, o que culminou com o sexto lugar.

Tony Kanaan foi o nono, Matheus Leist o 15° e Hélio Castroneves o 18°. Não foi das melhores corridas da história das 500 Milhas, mas as 11 voltas finais valeram a pena. Ao menos foi melhor que o ano passado. O novo kit não parece ser bom e isso é preocupante.

A corrida não coroou o melhor piloto da tarde, mas premiou aquele que mais mereceu, desde os treinos e que liderou a maior parte da corrida. Roger Penske conquista a 18a vitória. Newgarden mantém a liderança no campeonato, seguido por Scott Dixon, Rossi, Sato, Power e o vencedor Pagenaud. Leist é 18° e Tony Kanaan o 19°.

Até!

quarta-feira, 22 de maio de 2019

NO LIMBO

Foto: Autoblog
Esta era uma pergunta normal e que cresceria após a Indy 500. No entanto, diante da eliminação precoce no Bump Day, ela surge com uma semana de antecedência: qual será o futuro de Fernando Alonso para o curto-prazo?

Em junho, ele encerra a temporada no WEC, onde será campeão com a Toyota e favoritismo a conquistar o bi em Le Mans. A categoria de Endurance virou um parquinho dos japoneses com as saídas de Audi e Porsche. Alonso não irá permanecer. O que vai ser daquele que foi considerado por muito tempo o melhor piloto do mundo?

Voltar para a F1 é um cenário improvável. Ok, a McLaren melhorou, mas um cara como Alonso não voltaria para brigar pela setima posição. Indy 500 2021 ou uma temporada inteira na Indy? Pode até ser, embora Alonso não sinalize nada ainda. O espanhol andou se aventurando até no rali. Duvido que vá para a Fórmula E. Então, o que será de Alonso? O caminho mais provável, no primeiro momento, é a terceira tentativa na Indy 500, só que desta vez a experiência vai ter que ser com quem entende do ramo, como a Penske, Andretti ou a Carpenter.

Por falar nesta parceria vexatória entre McLaren e Carlin, a própria equipe foi soltando detalhes do vexame. Parece time grande em processo de rebaixamento: uma cagada mais inacreditável que a outra. A primeira delas: designou Bob Fernley, ex-Force India, para cuidar da Indy. Não era mais fácil ele inverter com Gil de Ferran, que foi tutor de Alonso em 2017 para que sua expertise nos Estados Unidos fosse melhor aproveitada?

O volante do carro foi adquirido somente uma semana antes do início dos testes, em abril. O carro reserva veio com o laranja não-papaia tradicional da McLaren. Ele foi para uma fábrica para ser repintado e ficou lá um mês inteiro. Quando Alonso bateu no teste da quinta-feira, o carro ainda estava lá, sem ser pintado. A McLaren perdeu dois dias inteiras de treino entre pintar o carro e trazer ele para Indianápolis.

A Carlin, envolvida com quatro carros, não conseguiu dar a assistência necessária para a McLaren e, segundo Zak Brown, ele só percebeu isso tarde demais. Não houve envolvimento, planejamento e tampouco preparo para a Indy 500. Muita arrogância, desperdício de dinheiro e constrangimento com esse vexame mundial. Até mesmo Alonso, que participou da experiência da Andretti, poderia ter indicado um caminho com o pouco da experiência que tinha. A prática não seguiu o discurso. Para quem quer tanto essa tríplice coroa, o espanhol parecia conformado demais.

No primeiro teste, o carro sofreu um problema elétrico. No Pole Day de sábado, Alonso fez a primeira tentativa com um furo no pneu que um sensor não identificou. E mais: um erro nas medidas do carro prejudicou o acerto do bólido. Um carro que poderia ir até 229 mph e foi até 227,5 mph apenas.

Ou seja: uma sequência de erros amadores de um grife que já foi tricampeã da Indy lá nos anos 1970 com Johnny Rutherford e que agora precisa repensar seriamente seu modus operandi se quiser retornar ao Brickyard para ser minimamente competitiva. Acho que a ficha caiu para os britânicos.

Por falar em limbo, a F1 está na mesma. Mônaco tem todo o charme e glamour, mas novamente iremos torcer por chuva e batidas de Verstappen, Grosjean, Kubica e outros para ver se existe alguma emoção nessa prova que deverá ser dominada pela Mercedes outra vez. Talvez o grande momento do Principado será as homenagens para Niki Lauda. Um momento certamente muito emocionante.

Relembre as duas vitórias de Lauda em Mônaco, em 1975 e 1976, ambas pela Ferrari:




Até!

segunda-feira, 20 de maio de 2019

KAISER NO LEITE

Foto: Divulgação/Indy Car
E o que parecia uma leve suspeita foi se confirmando nos dias seguintes até se materializar definitivamente neste domingo.

Fernando Alonso, que tanto se preparou e lutou para buscar a tríplice coroa no automobilismo, vai ter que esperar mais um ano. Ele foi eliminado no Bump Day e, portanto, está fora das 500 milhas de Indianápolis.

Desde o início da semana o desempenho do espanhol foi fraco, amargando as últimas posições. O forte acidente no treino livre de quinta também foi um fator agravante, pois sem o chassi feito diretamente da Inglaterra, Alonso teve que lutar com todas as forças com um carro muito problemático.

No sábado, Alonso ficou fora dos 30 que garantiram vaga. Teve que lutar hoje com Pato O'Ward, Max Chilton (aquele), Sage Karam, James Hinchcliffe e Kyle Kaiser. Hinchcliffe e Karam conseguiram. O clímax ficou para o final.

Em 33°, Alonso dependia de uma sequência de voltas mais lentas do piloto com sobrenome de cerveja. Ele corre pela modestíssima DragonRacing, o orçamento mais pobre da categoria em um carro remendado em virtude de um acidente na sexta, com peças emprestadas de outras equipes e com o acerto do carro para o circuito misto de Texas.

O jovem estreante mesmo assim conseguiu uma sequência de voltas suficientemente mais velozes que o espanhol, o que resultou na eliminação de Fernando Alonso da Indy e um momento marcante para Kaiser, que com certeza já é o grande herói desta edição, mesmo largando em último e com remotíssimas chances de fazer mais do que isso. E quem se importa? Isso é realmente necessário?


De quem é a culpa? Com certeza é mais um vexame histórico da McLaren. Depois de tantos anos apanhando na Fórmula 1, agora eu posso dizer que o que aconteceu ontem foi pior. Uma equipe campeã com um piloto bicampeão mundial errou desde o processo inicial ao assinar com a Carlin, que na Indy é uma equipe fraquíssima. Alonso, Chilton e Pato O'Ward estão fora. Dois ex-F1 e um foi recentemente contratado para a academia de pilotos da F1. O único da Carlin que vai largar é o especialista em ovais Charlie Kimball.

Por considerar a Carpenter cara demais e sem o apoio da Andretti igual em 2017, o orgulho e prepotência europeu foram engolidos hoje. Mais um mancha lamentável no cartel da McLaren que respinga em Alonso, o menor dos culpados. Afinal, o espanhol não tem experiência em ovais, mas com certeza a queda hoje não era algo esperado. O que será dele após o fim do Mundial de WEC? O pior é ser superado por equipes que mal têm orçamento e estrutura para competir, como é o caso do carro de Kyle Kaiser.

No Fast Nine, o campeão de 2016 Simon Pagenaud vai largar pela primeira vez na pole na Indy 500, depois do segundo lugar ano passado. Apesar do favoritismo, a Carpenter foi superada, mas colocou outros três carros nas quatro primeiras posições. Ed Carpenter, especialista em treinos na Indy 500, larga em segundo, seguido por Spencer Pigot e Ed Jones, uma Carpenter sob o nome de Scuderia Corsa, a versão americana da Ferrari. Se ferra aí, McLaren...

O estreante Colton Herta larga em quinto, seguido do atual vencedor Will Power e de Sebastian Bourdais. O campeão de 2017 (Josef Newgarden) e o vencedor da Indy 500 (Alexander Rossi) fecham o grid dos nove primeiros. Pesado.

Os brasileiros: buscando o tetra, Hélio Castroneves larga em 12°, Tony Kanaan é o 16° e Matheus Leist é o 24°. Helinho é o que tem mais chances. A dupla da A.J.Foyt vai ter que depender de circunstâncias externas para poderem brilhar. Atual campeão e pole do ano passado, Scott Dixon é só  o 18°, mas nunca se duvidem dele. Outro vencedor da Indy 500, Ryan Hunter-Reay é o 22°.

Legal também ver que o esforço da Pippa Mann dessa vez foi recompensado. Ela conseguiu o 30° lugar da classificação direta no sábado. Parabéns pra ela.

Agora é só aguardar para a corrida na semana que vem. Para Alonso e McLaren, fica aquele gosto de leite azedo com Kaiser. Se só a cerveja já é meio enjoante, imagina essa mistura...

Confira o grid completo com os 33 que largam na Indy 500 2019:


Até!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O REDUTO DE LEWIS

Foto: Getty Images

Os Estados Unidos são a segunda casa de Lewis Hamilton, não só pela familiaridade e proximidade com o mundo pop, do hip-hop e do glamour, mas também nas pistas. Para ser mais preciso, esse local é o COTA (Circuit of the Americas), em Austin, no Texas.

Lá, Lewis venceu cinco das seis corridas que foram disputadas até hoje. Além disso, a vitória em Indianápolis, no longínquo 2007, fez com que o britânico superasse Michael Schumacher como o maior vencedor em solo do Tio Sam.

No Texas, em 2015, Hamilton foi tricampeão do mundo, igualando o ídolo Ayrton Senna, com direito a briga intensa e erro de Rosberg no final. Um atropelo diante do alemão, que daria o troco no ano seguinte, mas sem vencer no Texas, é claro.


Assim como em 2015, nesse ano Lewis tem grandes chances de conquistar o penta de novo em Austin. Para isso, basta vencer e torcer para Vettel ficar no máximo em terceiro; ou então ser o segundo e Vettel no máximo o quinto; se for terceiro, Vettel tem que ser o sétimo; Se for o quarto, Vettel tem que ser no máximo o oitavo; Se for o quinto, Vettel tem que ser no máximo o nono; e, finalmente, se for o sexto, Vettel não pode pontuar. Você entendeu, não é uma possibilidade, dado os momentos atuais do próprio Hamilton, do próprio Vettel e da errática Ferrari.

É um aproveitamento impressionante. Foi no Texas que Lewis venceu pela última vez com a McLaren também, a penúltima da história da equipe até hoje. Vale lembrar da corrida de onze anos atrás, onde um jovem Lewis já tinha talento e personalidade para desbancar Alonso justamente na prova onde estreou na F1 um tal de Sebastian Vettel, que seria seu grande rival da contemporaneidade.





Bom, será que a sexta vitória em sete corridas em Austin vai vir para Hamilton? Será que vem o penta? Será que vem as duas? Parece bem provável, mas só acreditamos vendo. Mais do que nunca, Lewis se sente em casa nos States.

Até!


terça-feira, 29 de maio de 2018

A INEVITÁVEL COMPARAÇÃO

Foto: Getty Images

Fim de semana com as duas provas mais importantes do automobilismo, no mesmo dia e apenas separadas por algumas horas. Mesmo que sejam de estilos e abordagens diferentes, é impossível não colocar Mônaco e Indianápolis no mesmo pote e tirar como conclusão qual das duas é a melhor.

Mônaco: o charme, o príncipe Albert, as celebridades, andar nas ruas de Monte Carlo, tão estreitas e desafiadoras para um carro tão largo como o de um F1. “Andar de bicicleta na sala”, diz Nelson Piquet. Sinceramente, não sei o quem interessa isso, só os ricaços que ficam em suas hiates curtindo a vida adoidada que possuem. De resto, o que vale para nós todo esse glamour assistindo pela TV de manhã, com sono e remela no olho?

Praticamente todos os pilotos foram unânimes em descascar a corrida de ontem. "Extremamente chata. Quer dizer, essa provavelmente é a corrida mais chata da F1. Sem um safety-car, uma bandeira amarela... O esporte precisa pensar um pouco sobre o espetáculo, porque é bem decepcionante", foi o que disse Fernando Alonso. Lewis Hamilton: "A mais chata de todas. Foram as 78 voltas mais longas de todas, não foi uma corrida. Não teve qualquer emoção. Não houve nenhuma ação. Quando a prova acabou, apenas agradeci."

Tirando casos exceepcionais (chuva e acidentes diversos), Mônaco é sim diferente. Aproveitando o clima de cassino, qualquer coisa pode acontecer, mas isso tem sido cada vez mais raro. Qual foi a última vitória realmente surpreendente? A do Trulli em 2004, talvez? A culpa não é só do circuito. A F1 tem sua parcela de responsabilidade. Ela não se ajuda. Com regras complicadas e carros que são naturalmente difíceis de acompanhar por perto em circuitos, não é difícil entender que em um circuito de rua isso será ainda mais impossível de ser feito.


Vitória de Trulli foi a última "surpresa" de Mônaco, em 2004. Foto: Getty Images

“É preciso ter ultrapassagens”. Claro. Apenas não concordo com as ultrapassagens artificiais, aquelas com o DRS. Uma corrida não se torna boa só porque teve 3242 trocas de posição onde basta um botão e deixar o carro da frente sem defesa. A disputa também pertence ao espetáculo. Alonso e Schumacher em 2006 que o digam. A aerodinâmica precisa ser repensada, mas não pode ser no 8 ou no 80. É preciso ter disputa, com chances de atacar e se defender de uma posição, não uma procissão ou uma artificialidade. Mônaco e toda a F1, hoje, não tem nenhuma das duas coisas. Para valorizar o espetáculo, é necessário criar condições para isso. A Liberty já entendeu o recado. Agora é ver o que eles estão tramando para o ano que vem e as novas regras de 2021.



Na Indy, o novo kit foi traiçoeiro. Carros mais lentos e muitas escapadas de traseiras fizeram vítimas experientes. Também não foi uma corrida repleta de ultrapassagens, exceto nas relargadas e o show de Alexander Rossi, que largou lá atrás. A Indy é uma prova muito mais democrática. Ela respeita a tradição do Bump Day e sempre dá a oportunidade para algum underdog fazer história. Ontem, por exemplo, se a amarela se mantivesse por mais algumas voltas, Oriol Servià ou Stefan Wilson (irmão do Justin) poderiam ter quebrado a banca. Não foi possível. Takuma Sato foi o vencedor do ano passado. Alexander Rossi, recém saído da F1, teve uma vitória caída do céu.

O fato é que, nesse final de semana, as duas corridas deixaram a desejar. Por tudo o que representam, o público merecia algo melhor. Evidente que nem sempre é possível fazer a corrida dos sonhos. A Indy se aproxima mais disso com vencedores diferentes, muitas surpresas e histórias de vida. O caso da F1 é muito mais preocupante. Apesar do equilíbrio das três equipes em termos de números (duas vitórias para cada), as corridas dependem basicamente do imponderável, e não é sempre que ele acontece. E quando não se concretiza, as corridas não passam de uma procissão por Mônaco.

Rossi foi um dos poucos ousados a fazer grandes ultrapassagens ontem. Foto: Autoweek

Até!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

ED, DE NOVO

Foto: LAT Images
Pela terceira vez, o enteado de Tony George e dono da própria equipe, Ed Carpenter vai largar na pole na 102a edição da Indy 500. Só mesmo Ed para frear o domínio da Penske, fazendo a pole com certa autoridade, muito mais rápido que o segundo colocado Simon Pagenaud. Seus parceiros de equipe largam logo atrás: Will Power em terceiro e Josef Newgarden, líder do campeonato, em quarto.

De volta a Indianápolis após o grave acidente que sofreu ano passado, Sebastien Bourdais consegue um inexplicável quinto lugar com a Dale Coyne. A equipe do pole esteve muito bem no Fast Nine. Spencer Pigot larga em sexto e Danica Patrick, em sua última corrida da carreira, é a sétima, apesar de estar sem pilotar um carro de monopostos desde 2011, quando saiu da Indy para entrar na Nascar. Mais rápido do Bump Day, Hélio Castroneves em apenas o oitavo. Scott Dixon, pole do ano passado e brigando com a Ganassi, completa a primeira parte do grid.

Por falar em Bump Day, a surpresa e decepção do fim de semana é a eliminação de James Hinchcliffe, um dos postulantes ao  título. Com uma pitada de azar, foi o primeiro a entrar na pista depois da chuva no sábado. Além disso, enfrentou problemas de vibração no carro e abortou a última tentativa. A britânica Pippa Mann foi a outra eliminada do grid. Sempre é bom ressaltar que quem se classifica para a Indy 500 é a equipe, e não o piloto. Portanto, Hinchcliffe pode perfeitamente substituir Robert Wickens, parceiro da Schmidt Peterson por exemplo, apesar disso não ser o mais correto.

Hinchcliffe está fora da Indy 500. Foto: Autoweek
Quem também não foi nada bem foi Alexander Rossi. O vice-líder do campeonato e vencedor da corrida em 2016 vai largar em penúltimo. A dupla brasileira da A.J. Foyt merece elogios. Tony Kanaan e Matheus Leist foram os "melhores do resto" e largam em 10° e 11°, respectivamente. Vencedor do ano passado, Takuma Sato é o 16°.

Agora fica toda a expectativa para a corrida na semana que vem, que começa pontualmente às 13h19 e tem a transmissão da Band e do Band Sports.

Confira o grid de largada para a Indy 500:

Foto: Tomada de Tempo
Até!

terça-feira, 15 de maio de 2018

O ETERNO SONHO AMERICANO

Foto: SAP F1
Na semana passada, a Comissão da Cidade de Miami votou por unanimidade a favor da realização de uma corrida de F1 na cidade. Já foi até divulgado um traçado, com características semelhantes a de Baku. Agora, a cidade, os promotores e a categoria têm até 1° de julho para formular um contrato e fechar o negócio, que teria 10 anos de duração e já estrearia na F1 em outubro do ano que vem.

Fazer a F1 pegar no território americano sempre foi um fetiche mal sucedido para a categoria. Bernie Ecclestone tentou de todas as maneiras, para rivalizar com as categorias locais (Indy - CART/IRL e Nascar), mas não emplacou. Para piorar a situação, a imagem da F1 ficou ruim de vez depois do escândalo da famosa "corrida de seis carros", em Indianápolis 2005.

O desejo constante de atrair o mercado americano não é novidade. Caso o GP de Miami saia do papel, a F1 voltaria a ter duas corridas em solo estadunidense pela primeira vez em 35 anos (a última vez foi 1984, com as etapas de Detroit e Dallas). A Liberty, americana e metida a moderninha, vai tentar capitalizar e fazer o que Bernie foi incapaz de conseguir. O traçado preliminar é bem modorrento. Talvez seja o futuro do automobilismo correr em circuitos de rua em grandes metrópoles, pois novos autódromos são cada vez mais raros e os antigos possuem um custo enorme, com boa possibilidade de inexistir em um futuro não muito distante.

Possível traçado do GP de Miami. Foto: Reprodução
A F1 e os Estados Unidos já viveram extremos. Se no início as 500 Milhas de Indianápolis chegavam a fazer parte do calendário apesar de não ser uma etapa oficial (apenas para tornar a categoria um evento mundial), dos anos 1960 até os 1980 tinham de duas a três etapas anuais no circo. Nos anos 1990, no entanto, a F1 chegou a ficar quase uma década ausente nas terras do Tio Sam, retornando somente em 2000, em Indianápolis, ficando mais quatro anos ausente (2008-2011) até a chegada da corrida realizada no Circuito das Américas, em Austin.

Abaixo, todos os circuitos americanos que a F1 já passou (exceção das 500 Milhas, claro):

SEBRING (1959)

Foto: Wikipédia

A primeira vez dos Estados Unidos como um GP oficial da F1 foi em dezembro de 1959, no circuito de Sebring, na última etapa da temporada. O vencedor foi um jovem Bruce McLaren, que herdou a vitória na última volta após o carro de Jack Brabham ficar sem combustível. Mesmo assim, empurrando o carro, Brabham chegou em quarto e garantiu seu primeiro título mundial. O evento não fez grande sucesso, o que forçou os organizadores a mudarem de destino para o ano seguinte.

RIVERSIDE (1960)

Foto: Pinterest
Sem divulgação promocional e com o campeonato decidido (o que fez vários carros não aparecerem, incluindo a Ferrari) o circuito de Riverside recebeu a F1 pela primeira e única vez em 1960. A vitória foi de Stirling Moss, pela Lotus. Com outro fracasso, lá foi os EUA procurar outro circuito que pudesse agradar os fãs e dar um bom retorno financeiro.

WATKINS GLEN (1961-1980)

Foto: ESPN
 Foi o lugar nos EUA que mais recebeu a F1. Com o passar dos anos, o circuito foi se modificando, ficando mais lento, sobretudo depois de dois acidentes fatais consecutivos: o de François Cevert em 1973 e de Helmutt Koinigg em 1974. Watkins Glen é histórica para o automobilismo brasileiro porque foi lá, em 1970, que Emerson Fittipaldi venceu pela primeira vez na carreira (e, logicamente, a primeira vitória brasileira), o que deu o título póstumo para o parceiro de Lotus, Jochen Rindt. Com problemas financeiros, a pista saiu da F1 nos anos 1980.



LONG BEACH (1976-1983)

Foto: Auto Racing

Em 1976, ano da histórica disputa entre James Hunt e Niki Lauda, os Estados Unidos receberam duas etapas da F1 pela primeira vez. Além de Watkins Glen, o circuito de rua de Long Beach, na Califórnia, foi incorporado ao calendário, com a alcunha de Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos. A ideia era transformar o evento em uma "Mônaco americana". Depois de oito provas, problemas financeiros e desentendimentos com Bernie Ecclestone, Long Beach saiu do calendário a partir de 1984. Também é um circuito histórico para o automobilismo brasileiro, pois foi lá que Nelson Piquet venceu pela primeira vez na carreira, com a Brabham, em 1980.


LAS VEGAS (1981-1982)

Foto: Pinterest
Com a saída de Watkins Glen em 1980, foi montado um circuito no estacionamento do hotel Caesar's Palace, realizando-se, assim, o GP de Las Vegas. Com um traçado ruim, um calor insuportável do deserto de Nevada e pouco público mesmo com a disputa de dois títulos (o de Piquet e de Keke Rosberg), o GP saiu do calendário rapidamente sem deixar saudades.


DETROIT (1982-1988)

Foto: Getty Images
Em 1982, um fato histórico: pela primeira (e única) vez, um país sediou três etapas em uma temporada: Long Beach, Las Vegas e o novo Grande Prêmio de Detroit. A capital do automóvel não poderia ficar de fora do circo. Os problemas eram os mesmos das outras pistas: traçado lento e chato, além da baixa aderência da pista. Apesar das reclamações, foram realizadas oito corridas por lá, com quatro vitórias brasileiras: uma de Nelson Piquet (1984) e três de Ayrton Senna (1986, 1987 e 1988), sendo a mais icônica a de 1986, quando Senna começou um ritual que virou marca registrada: agitar a bandeira brasileira após a bandeirada. A corrida foi realizada no dia seguinte a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, diante da França, nos pênaltis.



DALLAS (1984)

Foto: Flickr
Um das corridas mais bisonhas da F1. 1984 foi a última vez que os EUA recebeu duas provas. Sem Watkins Glen e Las Vegas, foi realizada pela primeira (e única) vez o Grande Prêmio de Dallas. Com o calor de 40°C (e de 65°C na pista), o asfalto se partia com o passar dos carros. Diante disso, a corrida teve uma série de abandonos e a quebra da Lotus de Nigel Mansell, que desmaiou. Keke Rosberg, que correu com uma bolsa de gelo no capacete para tentar suportar o calor, venceu a prova, que nunca mais chegou perto de ter acontecido na F1 outra vez.

PHOENIX (1989-1991)

Foto: Getty Images
Depois de nove anos, a F1 voltava a ser realizada oficialmente sob o nome de GP dos EUA. Outra vez, um circuito de rua chocho e sem apelo local nenhum. Phoenix recebeu a categoria apenas três vezes, onde teve duas vitórias de Senna (1990 e 1991) e uma de Prost (1989). O grande destaque foi o pega do tricampeão com o então estreante na categoria, um certo Jean Alesi, em 1990.


INDIANÁPOLIS (2000-2007)

Foto: Getty Images
Depois de mais um fracasso, a F1 ficou quase uma década sem desembarcar na terra do Tio Sam. O retorno foi em 2000, no circuito misto em Indianápolis, logo na penúltima etapa do campeonato disputado entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. Fatos que podem ser destacados: A última vitória da carreira de Hakkinen em 2001, o "troco" de Rubinho em Schumacher em 2002, os dois graves acidentes de Ralf Schumacher no mesmo lugar (2004 e 2005), o que causou a vergonhosa corrida de seis carros e a primeira vitória da carreira de Lewis Hamilton em 2007. O fato ocorrido em 2005 praticamente acabou com a pouca popularidade que a F1 tinha nos EUA e o contrato não foi renovado.

A categoria só retornou para lá depois de cinco anos, em 2012, para a disputa em Austin, que segue até hoje no calendário. Será que o tal GP de Miami vai quebrar essa maldição americana ou será mais do mesmo?

Até!



terça-feira, 30 de maio de 2017

PITACOS PÓS-INDY 500

Foto: Reprodução
Mais uma edição histórica das 500 Milhas de Indianápolis, o segundo principal evento esportivo do final de semana, só perdendo para a emocionante despedida de Francesco Totti da Roma (não menti!). Pela primeira vez na história um asiático venceu a Indy 500. Takuma Sato, tão criticado e vítima de piadas preconceituosas sobre os japoneses não serem bons pilotos, deu a volta por cima. Essa foi apenas sua segunda vitória na categoria. No fim, a justiça foi feita: o japonês esteve perto de vencer em 2012, quando tentou passar Franchitti na última volta e bateu.

Diante de uma corrida sempre caótica e aleatória, Sato se deu bem nas estratégias e foi agressivo quando necessário. Mais uma bela história na Indy 500, coroando a carreira de um piloto que, com certeza, é um dos maiores (senão o maior) do automobilismo japonês. Curiosidade: seu melhor resultado na F1 também foi em Indianapólis, quando foi o terceiro, em 2004.

O delírio da televisão japonesa, que comemorou bebendo leite!


Quando se trata de Indy 500, Helio Castroneves é um gigante. Largou lá atrás, mas com a estratégia correta e um pouco sorte o fez subir, aos poucos a classificação. Chegou a assumir a ponta nas voltas finais, mas foi ultrapassado por Sato e teve que se contentar com outro segundo lugar, adiando "La Quarta", que o igualaria com nomes como Al Unser, Rick Mears e A.J. Foyt no hall dos maiores vencedores das 500 Milhas. Além disso, o #3 sai fortalecido na briga pelo tíitulo, líder da tabela. Que Helinho não se desanime e nem tenha uma queda de rendimento. É forte candidato ao título!

O brasileiro teve sorte demais. Ele passou por baixo do carro de Scott Dixon enquanto este decolava de ponta-cabeça para o muro, danificando apenas a asa traseira. O pole-position ficou vendido e decolou após Jay Howard bater no muro e voltar na sua frente. O neozelandês nasceu de novo. Teve muita sorte. Um ângulo minimamente diferente poderia ter causado uma trégia incalculável. Ainda bem que tudo correu conforme o que os boletins médicos informaram. Dixon saiu até caminhando! Um milagre!

Foto: Getty Images


Alonso mostrou o porquê de tanta badalação ao seu redor durante essa experiência. Novato, com os auxílios de Gil de Ferran e Marco Andretti, o espanhol se manteve entre os dez primeiros durante toda a corrida e liderou durante 22 voltas. O bicampeão aprendeu que, nas primeiras 150 voltas, o pessoal não é tão combativo, mas nas 50 finais é que realmente começa a Indy 500 e as dificuldades aumentam. 

Quando estava em sétimo, brigando com Sato e Kanaan, o motor Honda resolveu agir até no continente americano. Se antes já haviam tirado Hunter-Reay da disputa, Alonso não se livrou da zica e teve que abandonar, faltando cerca de 30 voltas. Fazia tempo que não se via o espanhol tão feliz, que prometeu retornar em breve para a disputa de uma (ou umas) edição (edições). Afinal, a missão não está completa. E até bebeu o leite dos vencedores. Alonso sai mais gigante dessa experiência do que quando entrou.

Foto: Getty Images
Por enquanto é isso. Até!


segunda-feira, 22 de maio de 2017

NÃO É SORTE DE INICIANTE

Foto: Chris Owens
A relação Alonso-Indy-Oval começou em menos de um mês. Com muitos ajustes e adaptação (ainda não plena por necessidades óbvias de tempo), o rookie de 35 anos foi evoluindo aos poucos nos testes que participava. A expectativa geral (ou a impressão particular do autor do post) foi a de que o espanhol conseguiria largar, no máximo, na metade do grid, o que já seria um resultado satisfatório.

Nesse momento, a Fênix mostra porque é diferenciada e leva ao delírio os milhares de aficionados pela Alonsomania e pelo automobilismo. Com muito trabalho e talento, o bicampeão conseguiu avançar para o Fast Nine (os nove que disputam a pole das 500 Milhas) com o sétimo tempo.

Ontem, fez melhor e irá largar na segunda fila, em quinto, na estreia e em um dos palcos mais importantes do automobilismo mundial. Deixou o filho do dono da equipe para trás. De tirar o chapéu. Tudo isso não é sorte de iniciante. Tudo o que ele quer é repetir o feito de Rossi, vencedor no ano passado e que irá largar em terceiro. Tudo para se eternizar mais ainda na história.

Foto: Reprodução
O pole, pela terceira vez, será Scott Dixon, com Ed Carpenter em segundo. Sato, outro ex-F1, é o quarto. Tony Kanaan larga em sétimo. Hélio Castroneves, buscando o tetracampeonato da Indy 500 para se igualar a nomes como A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears e se tornar o maior vencedor da prova, é o 19°. Os 33 carros que irão disputar a prova terão a semana livre para fazer os testes e ajustes necessários para a corrida.

O quinto lugar de Alonso ficou de bom tamanho. O resultado valoriza e ratifica seu imenso talento sem desmerecer os pilotos da Indy, como certamente seria injustamente feito por fãs da F1 que não acompanham muito a outra categoria. Assim sendo, há de se exaltar Alonso e Dixon, os grandes nomes do final de semana da Indy. A próxima semana será espetacular para quem gosta de automobilismo!

Confira o grid de largada da 101a edição das 500 Milhas de Indianápolis:

Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter
No sábado, Sebastian Bourdais (ex-Toro Rosso) sofreu um forte acidente e acabou quebrando a bacia e o quadril. O francês já foi operado e passa bem, mas irá perder todo o restante da temporada. Nesse momento, isso é o que menos importa. É uma pena, pois fazia uma bela temporada na nanica Dale Coyne e certamente seria um dos candidatos a vitória porque era um dos mais rápidos nos treinos livres. Que tenha uma ótima recuperação:

Para quem não viu o acidente:



Aguardem que durante a semana teremos material especial sobre a Indy... Até!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

ALONSOMANIA, O RETORNO

Foto: Reprodução
Um momento histórico para o automobilismo foi realizado ontem, em Indianápolis. Fernando Alonso finalmente deu suas primeiras voltas no circuito, cumprindo o Programa de Orientação de Novatos (ROP, em inglês). Na Indy, os pilotos precisam atingir gradativamente determinadas médias de velocidade para poder passar de fase e ficar apto a disputar a classificação para a prova.

O efeito Alonso justifica-se: um batalhão de repórteres acompanharam in loco o espanhol, sem contar o sucesso nas redes sociais: cerca de 80 mil pessoas assistiram o treino, audiência maior do que as corridas e qualyfings da categoria. Todo mundo estava curioso para saber as primeiras impressões do bicampeão.

Foto: Reprodução
Com o número 29 no DW12 (que carro lindo aliás, por que a McLaren não utiliza essa cor na F1?) e um lindo capacete retrô, Alonso completou 51 voltas na primeira etapa, com média de 353, 498 km/h. Ele disse que sentiu dificuldades no começo, mas que gradativamente começou a ficar mais a vontade no bólido. O real é diferente do simulador. "O carro se guiava sozinho", completou o espanhol. Alonso já enxerga dificuldades, naturais de quem fez apenas um treino na categoria e justamente em Indianapólis. O mais difícil está por vir: a classificação e a competição com 31 carros no oval.

Na segunda fase, Alonso andou mais 37 voltas no oval e alcançou a marca de 358,15 km/h. A ameaça de chuva fez com que sua participação terminasse mais cedo, até porque seus pneus também se esgotaram. Na terceira e última parte, ele deu mais 22 voltas, totalizando 110 no total. Só no treino de hoje, Alonso andou mais que em toda a temporada na F1, somando as quatro primeiras etapas. Sua média de velocidade lhe permitia largar entre os 33 pilotos da corrida. Entretanto, a marca está distante dos ponteiros. No ano passado, em primeiro ficou James Hinchcliffe, com 371,37 km/h, seguido de Josef Newgarden (371,27), Ryan Hunter-Reay (371,19), Townsend Bell (370,92) e Carlos Muñoz (370,71).

Zak Brown, diretor da McLaren que estava acompanhando o treino, disse que fazia tempo que não via seu piloto tão feliz. Alonso até brincou: "podemos levar esse motor para Monza?". A fuga do ambiente tenso e pesado da F1 em busca de um novo desafio com certeza é um motivo para Alonso acreditar na possibilidade de fazer história, embora ele e todos nós saibamos que é muito difícil que ele consiga vencer ou até mesmo chegar ao pódio, não por falta de talento (muito longe disso), mas por conta da inexperiência em ovais.

Foto: Reprodução
 Se no início da década Alonso "levava" seus tietes com as indefectíveis camisetas azuis das Astúrias para o mundo inteiro, dessa vez a Alonsomania terá uma peregrinação inédita para os Estados Unidos. Seja física ou virtualmente, o mundo do automobilismo está aguardando ansiosamente pelo desfecho dessa aventura. A repercussão é monstruosa. A Indy agradece.

Ah, o espanhol cometeu um delito imperdoável: acabou atropelando dois pássaros!



O próximo compromisso do bicampeão com a Indy será no dia 15 de maio, após a participação no GP de "casa", na Espanha.

Até!

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução