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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

ENTRE ASAS E ASSOALHOS

 

Foto: Red Bull Content Pool

Como uma equipe que vence quinze corridas consecutivas não consegue ir para o Q3 com os dois carros em Singapura?

Bom, não foi nada climático ou algum erro dos pilotos, simplesmente faltou velocidade. O interessante é que isso acontece na primeira corrida após a normativa da FIA sobre as asas e assoalhos dos carros.

Trecho retirado de reportagem do site Grande Prêmio:

“Às vésperas da etapa de Marina Bay, a entidade máxima do esporte solicitou às equipes os projetos das asas dianteiras e traseiras para verificar se todos os modelos estão de acordo com o regulamento e barrou recursos que possam movimentar ou rotacionar em relação à estrutura de fixação.”

Ou seja: sem flexibilidade de asas. Pode ter sido uma coincidência apenas? Pode.

Mas é no mínimo curioso que isso aconteça imediatamente após Max Verstappen quebrar o recorde de vitórias consecutivas, assim como a Red Bull.

No ritmo de corrida, não teve tanto prejuízo. A equipe foi vítima do azar com a chegada do Safety Car. Com a estratégia dos pneus duros, não havia possibilidade de brigar com as outras três equipes, que estavam muito superiores.

Fica a pulga atrás da orelha para a semana que vem, no Japão. Acidente de percurso, azar, as características da pista não encaixaram com o carro?

Claro, é bom lembrar que a Red Bull teve desenvolvimento limitado no túnel de vento esse ano, consequência de ter burlado o teto orçamentário em 2021.

Como diria um ex-dirigente, abrindo a porta para as teorias conspiratórias de plantão, “que tá gozado, tá!”

Claro, ninguém espera que a Red Bull vença todas as corridas para sempre. A questão foi, em um fim de semana, ter virado a quarta força. Isso aconteceu com outras equipes no passado. A própria Mercedes, quando dominava, tinha na própria Singapura um ponto fraco.

A temporada, obviamente definida, ganha contornos interessantes para o seu final. A Red Bull vai voltar a dominância avassaladora? Está todo mundo pensando em 2024? Teremos alguém que vai rivalizar de forma mais nítida a ponto de termos na próxima temporada uma competição mais elevada na busca pelo título?

Perguntas e conspirações. Quem diria que uma normativa e seus efeitos dariam um tempero para o final insosso da temporada. Aguardemos.

Até!

terça-feira, 11 de julho de 2023

DE VOLTA ÀS ORIGENS

 

Foto: Reprodução/Red Bull Content Pool

Conforme antecipado em maio e até mesmo na semana passada, Nyck De Vries era alguém marcado para dançar. A experiência na F1 durou apenas 11 corridas, 10 na Alpha Tauri e 1 na Williams. Monza parece ter "enganado" Helmut Marko diante de uma Red Bull sem opções para substituir a saída de Gasly. Não apostar em Mick Schumacher ou nos outros talentos mostra o problema atual da academia de pilotos da Red Bull: não há novos talentos.

A prova é que, com a demissão de Nyck De Vries, o escolhido é um velho conhecido, longe de ser uma surpresa: sete meses depois, Daniel Ricciardo está de volta ao grid e a Faenza. A única diferença é idade e o fato da equipe ter mudado de nome.

Oficialmente, contrato até o fim do ano. Os testes de pneu da Pirelli realizados em Silverstone nessa semana foram preponderantes para a mudança no curso na temporada. O australiano impressionou Horner e Marko. Como resultado, De Vries se junta a uma extensa lista de pilotos incinerados na Alpha Tauri/Toro Rosso, que tem Brandon Hartley, Alguersuari, Buemi, Vergne, Speed, entre outros.

De fato, a passagem do holandês foi apagada. Estrear na categoria "velho", aos 28 anos, mesmo vencido a F2 e a FE não foi o suficiente para mantê-lo ao menos até o fim do ano. O holandês teve dificuldades para se adaptar a F1, o que é normal, mas está fazendo parecer com que Yuki Tsunoda tenha dado um salto de qualidade.

A academia de pilotos da Red Bull vive uma entressafra. A escolha de De Vries foi um exemplo disso. Apesar de seis pilotos da academia estarem na F2 e Liam Lawson, teoricamente o mais próximo da vaga, estar na Super Fórmula lá no Japão, a escolha foi pelo mais experiente, o que prova que a filosofia da equipe mudou, além do nome.

Há boatos que a Red Bull quer vender a Alpha Tauri, uma equipe que hoje está jogada às traças. Franz Tost se aposenta no fim do ano, a Honda vai sair em breve e não há um projeto sólido de crescimento. A equipe é lanterna nos construtores. O retorno de Ricciardo é um teste para Tsunoda. Agora, veremos se o japonês realmente evoluiu ou apenas se aproveitou de um baixo nível de competição. É tipo a situação do Mick Schumacher na Haas com Mazepin e depois com Magnussen.

Ricciardo vai ter que se adaptar a equipe, é óbvio, mas sete meses fora da categoria não enferruja ninguém, ainda mais quem acabou de fazer um teste e está constantemente nos simuladores dos taurinos em Milton Keynes. Muito além de voltar às origens, Ricciardo tem um objetivo flagrante.

 Mostrar desempenho, mostrar a todos que está de volta e ainda é um piloto de ponta para que, no futuro, volte para os grandes assentos, seja em 2024 ou até mesmo 2025, afinal Pérez tem mais um ano de contrato, mas está cada vez entregando menos resultados. Sabemos que a natureza de Horner e Marko são de rupturas intempestivas, então a chance de Ricciardo pode aparecer mais cedo do que tarde.

O sorridente australiano retorna para onde tudo praticamente começou, se fomos fingir que ele não fez as primeiras corridas da carreira na finada Hispania. É como aquela promessa do seu time que vai para a Europa muito cedo e volta para jogar já mais experiente, quase veterano. 

Agora, é tudo com Ricciardo. A última parte da carreira tem uma grande chance de retorno ao protagonismo e a redenção. Será que ele desaprendeu? Será que na Red Bull/Alpha Tauri a confiança voltou? Na dúvida, sorria.

Até!

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

MULTI 21 2022

 

Foto: Getty Images

Quem poderia imaginar que uma equipe bicampeã de pilotos, campeã de construtores e com recordes quebrados na temporada poderia terminar o ano em crise e cheia de dúvidas para o ano que vem?

A Red Bull consegue essa proeza. Desde a punição por violar o teto orçamentário e utilizar menos o túnel de vento até o fato novo, ao menos público, do que aconteceu em Interlagos.

Max Verstappen não quis fazer jogo de equipe para ajudar Sérgio Pérez a ser vice-campeão mundial. Até aí tudo “normal”, se tratando de Max. A questão foi o pós-corrida.

O holandês deixou claro que não ia fazer isso e não ia mais tocar no assunto. Foi bem assertivo. Pérez foi mais surpreendente: disse que agora sabe quem ele é e basicamente o chamou de ingrato porque, segundo o mexicano, Max só é bi “graças a ele”.

Declarações muito fortes. O vestiário rachou e só sabemos disso agora. Segundo a imprensa e informações que vazaram depois, o noivado acabou de vez quando Pérez teria falado para Horner e Marko que bateu de propósito no Q3 de Mônaco, o que o beneficiaria para largar na frente de Max. O holandês se sentiu traído e basicamente deu o troco em Interlagos.

Bom, Max basicamente foi egoísta e passou por cima das ordens da equipe, o que é um absurdo. O negócio foi tão constrangedor que até Christian Horner e Helmut Marko pediram desculpas para o mexicano. A questão é: e agora?

Não existe certo e errado na narrativa ou alguma punição além disso. A Red Bull foi feita para servir Max Verstappen. Esse era o projeto desde quando o holandês nem adulto era. Todo mundo que poderia fazer frente saiu do caminho, como Carlos Sainz e Daniel Ricciardo, por exemplo.

Max sempre teve as vontades atendidas por ser simplesmente um dos melhores pilotos da história. Apenas isso compensa os desvios de comportamento e outras crises herdadas do pai, Jos, tão difícil quanto, mas obviamente nem próximo do talento do filho.

O resultado é basicamente esse: a Red Bull é refém de um piloto e a culpa é da própria organização. Não interessa se Max vai passar por cima dos superiores e da hierarquia. Ele pode fazer o que quiser. Do contrário, uma Mercedes pós-Hamilton ou a Ferrari estão de braços abertos esperando.

O holandês não tem nenhum pudor em ser o “vilão” ou o “anti-herói” da F1, tal qual foi Alonso antigamente. A diferença é que o espanhol é mais carismático e o holandês não vai cometer os erros de julgamento de Fernando. Portanto, alguém mais odiável, porque Max vai seguir protagonista da F1 por muito tempo, a não ser que a Red Bull erre a mão. Aí, como já escrevi, equipes interessadas não faltariam.

E Pérez? Vai ser desrespeitado assim passivamente? Sim e não. Sim porque não há o que fazer. Quando assinou o contrato para continuar na categoria, todo mundo sabia que seria assim. Não tem o que fazer. O contrato foi renovado até 2024, mas certamente os taurinos não teriam nenhum constrangimento em retirá-lo antes disso.

Até por isso, talvez, Daniel Ricciardo volte para casa como piloto reserva. A carreira do australiano acabou, mas imagina ser segundão de Verstappen a essa altura do campeonato? Seria a repetição do próprio Checo quando o mexicano se viu sem vaga após Vettel ir para a Aston Martin.

E o quê Checo pode fazer? Desobediência? Pode, até porque o mexicano atingiu um teto que jamais poderia imaginar em 2020: está numa equipe de ponta, venceu algumas vezes, teve pódios e pole. É uma carreira de sucesso para alguém que estava fadado ao esquecimento por outros fatores.

O mexicano sairia por cima, considerando que seria muito difícil, pela idade e pela falta de vagas, continuar na categoria. Ele não tem a força e tampouco o apoio interno para dividir uma equipe igual Rosberg fez contra Hamilton, por exemplo. Checo sempre soube o lugar dele na hierarquia e sabia que era um risco passar por esse tipo de situação.

E o futuro? Quando e se Mercedes e Ferrari crescerem e o trabalho em conjunto for necessário? A história não premia desavenças internas tão abruptas e supostamente irreversíveis igual vimos hoje, a não ser que a Red Bull seja uma McLaren de 1988 ou a Mercedes entre 2014 e 2016.

Quase dez anos depois, a Red Bull tem outro Multi 21, justamente quando voltaram ao topo da categoria. Pode ser muito prematuro, mas as consequências para todos os envolvidos não tendem a ser agradáveis no médio prazo se não houver uma composição harmônica unânime (mais conhecido como paz entre os envolvidos), se analisarmos a história da F1, em linhas gerais.

Até!


sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

GP DE ABU DHABI: Programação + Treinos de sexta

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Getty Images

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:39.283 (Mercedes, 2014)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:34.779 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 369,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 369,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 218 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 190 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 158 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 154 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 149,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 115 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 100 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 77 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 72 pontos 

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 43 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 34 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 587,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 559,5 pontos

3 - Ferrari - 307,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 269 pontos

5 - Alpine Renault - 149 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 120 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 77 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos


SEM FINAL FEIO

Foto: Getty Images

Lewis Hamilton e Max Verstappen se estranharam nas pistas o ano inteiro. Em Abu Dhabi, empatados, vão decidir o título da temporada 2021. 

Toto Wolff, chefão da Mercedes, teme que o que está acontecendo durante a temporada se repita na decisão: uma batida entre os dois podendo decidir o título, e isso ele não quer.

“Eu espero que a corrida de domingo tenha tido repercussões suficientes para que todos aprendam e se adaptem para a corrida final, em Abu Dhabi. Acho que uma pilotagem similar — se os comissários decidirem que foi além do limite — poderia ser novamente penalizada em Abu Dhabi e terminaria em uma situação muito feia para todos”, disse.

"Acho que no Brasil, eu disse que estaríamos criando um precedente caso a manobra não fosse investigada. Isso pode terminar muito mal para o campeonato. E vocês viram incidentes domingo que foram parecidos com o Brasil em velocidade menor, e não queremos ter isso em Abu Dhabi. O carro mais rápido, com o piloto mais rápido, deveria ganhar o campeonato. E não por tirarem um ao outro", completou.

A tentativa de pano quente foi estabelecida. Os ânimos estão exaltados e todos têm culpa no cartório. É claro que não é do interesse de todos, principalmente de quem vende, que o título termine com toques assintosos igual aconteceu no passado. No entanto, isso não pode ser apenas no discurso, e sim com ações. Veremos até sábado como isso vai acontecer.

MARCADO PELA FIA
Foto: Getty Images

Postura unilateral. Assim define Helmut Marko sobre as decisões da FIA envolvendo Max Verstappen e Lewis Hamilton. O todo-poderoso da Red Bull se mostrou incomodado com as avaliações e punições impostas ao piloto da equipe no último domingo, na Arábia Saudita.

No total, Max teve 10s de punição pela batida de Hamilton na hora de devolver a posição, 5s por voltar a pista por fora e mais 20s pelo brake test, após a corrida.

Marko nega o brake test:

"Primeiro, podemos rebater esse suposto brake test com o qual Hamilton estava tão irritado. Quase nunca vi algo tão estranho. Não há nenhuma mudança na pressão dos freios nos nossos dados. Hamilton apenas calculou mal. Aí recebemos uma punição e os pneus de Max ficaram danificados com dois grandes cortes”, respondeu para a emissora alemã Sky.

Depois, Marko esbravejou contra, segundo ele, o rigor da FIA em julgar Max e não fazer o mesmo com Hamilton.

"Isso não pode continuar assim. Assim que Max mostra os dentes, ele recebe uma punição, mas se Hamilton o coloca para fora da pista, aparentemente não tem nada de errado. Não pode continuar assim. Isso é inaceitável”, frisou para a austríaca ServusTV.

Enquanto Toto Wolff usa a imprensa para acalmar os ânimos, pois supostamente está em vantagem para a decisão, Marko e a Red Bull são inflamados o ano todo. Afinal, são os desafiantes, e a pressão está nas costas. 

A famosa "pressão na arbitragem". Vale tudo, nessas horas, o racional fica de lado. Cada um tem seu direito e que arque com as consequências. A FIA é que precisa controlar o que não foi capaz de controlar durante nove meses.

TRANSMISSÃO:
10/12 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
10/12 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
11/12 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
11/12 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
12/12 - Corrida: 10h (Band)

Foto: Getty Images

Em virtude da agenda apertada e muitos compromissos no mesmo período de tempo, hoje tive que fazer um dois em um, justamente no momento mais importante da temporada. Acontece.

Pelo que vi, a Mercedes tem a clara vantagem em Abu Dhabi, na pista que ficou 10 segundos mais curta e promete ao menos não ser tão chata quanto é sempre. A Red Bull aposta no ritmo de corrida e, francamente, no acaso. Os austríacos, se estiverem fingindo muito bem, tem apenas como esperança tirar o coelho da cartola.

A grande questão é evitar que Max e Lewis se encontrem na pista, por mais que a FIA faça ameaças a quem ousar subir o tom na disputa. Dizem até que a Mercedes pretende colocar um novo motor para Hamilton, imbatível, sair de trás sem sustos. Nada é garantido.

A Alpine segue muito bem nesse final de temporada, enquanto Alpha Tauri, Ferrari e McLaren brigam pelo resto. A queda do time de Woking foi preocupante, mas agora tudo é o novo regulamento.

Diante de todo drama entre Lewis e Max, esquecemos que esse é o último final de semana de Kimi Raikkonen como piloto de F1. Definitivamente. Talvez seja até assim que ele quiera: sem alarde, deixando o finlandês em paz como ele gosta de frisar sempre no rádio.

Um final de semana histórico se aproxima na F1. Muito drama que, esperamos, seja também na pista, sem artificialidades ou intervenções grotescas, nem algo muito Hollywoodiano ou Netflixesco. Apenas uma corrida, nada mais nada menos que isso. E que vença o melhor!

Confira a classificação dos treinos livres:







Até!

terça-feira, 30 de novembro de 2021

A DÚVIDA ENERGÉTICA

 

Foto: Divulgação/Red Bull

Max Verstappen pode ser campeão mundial no domingo. Não é o cenário mais provável, mas a possibilidade existe. No entanto, o crescimento da Mercedes nas duas últimas etapas, sobretudo com o novo motor colocado no carro de Lewis Hamilton acende um sinal de alerta: o que fazer nessas duas corridas finais? Qual estratégia tomar?

É uma pergunta difícil de ser respondida. A Mercedes disse que Hamilton usou o motor da Turquia no Catar, onde ganhou sem grandes sustos. O novo motor do Brasil será utilizado agora, na Arábia Saudita e em Abu Dhabi. A cartada final. A Red Bull, por sua vez, não fez trocas, mas poderia ter feito.

A informação é que a Honda gostaria de ter trocado já no Catar para também correr com potência máxima, tal qual Hamilton. A Red Bull não quis e o fato da punição ter sido praticamente na hora da corrida também contribuiu para que nada fosse feito.

A Arábia Saudita tem um circuito de 6 km, de rua, desconhecido, onde tudo pode acontecer, inclusive vários Safety Cars. Isso ajudaria Max em um contexto de troca de motor e largar lá de trás. No entanto, volto a repetir: é uma posição difícil. Apesar da vantagem de Max ser mínima, é complicado arriscar qualquer coisa. 

O que fica evidente é o seguinte: Yas Marina é uma procissão. Arábia Saudita é uma incógnita. Nesse contexto onde algo precisa ser feito para competir com o novo motor da Mercedes, parece mais lógico Max, mesmo com a vantagem, arriscar no incerto e no inesperado das ruas da capital árabe. Até porque ninguém sabe qual equipe vai se sobressair.

É claro que existe o risco da Red Bull se adaptar melhor ao circuito, trocar o motor e perder uma possível vitória certa que lhe garantia o título. Outra vez, repito: arriscar no incerto parece mais certo (com o perdão da escrita) do que em Abu Dhabi, onde todos já sabem o que vai acontecer e há pouquíssimas variações de estratégia.

O que a Red Bull deveria fazer? Arriscar na Arábia Saudita, é claro, na minha humilde opinião. É a dúvida energética, causada pela pressão da Mercedes. Tanto a ação quanto a omissão podem decidir o campeonato e culminar ou ceifar todo um árduo trabalho do ano inteiro. Só nos resta aguardar pela resposta da Red Bull e da Honda.

Até!

segunda-feira, 19 de julho de 2021

O QUE VEM POR AÍ

 

Foto: Getty Images

O que aconteceu ontem em Silverstone é a grande imagem que simboliza a disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, seja para essa temporada ou para os anos seguintes. Mais do que campeonatos, são as batalhas que ficam vivas nos olhos e memórias dos fãs, e é isso o que mais representa uma rivalidade dentro de uma competição.

Foi o basta de Hamilton. Foi a hora de mostrar para o jovem Max quem ele é e porque tem quase 100 vitórias, 100 poles e briga pelo octacampeonato. Para quem expulsou um bicampeão, o "sucessor do Schumacher", o holandês filho de Jos é fichinha. O recado foi claro: você é durão, eu também posso ser. Vamos ver quem fica em pé.

A passividade anterior de Lewis é facilmente explicada: até esse ano, as disputas com Max não valiam muita coisa. Era raro a Red Bull bater de frente, então não valia a pena ir até as últimas consequências. 2021 não é o caso, tampouco ontem era. Max sempre foi durão pelo jeito de ser e também porque certamente não pensa que alguém vai se indispor ou se impor perante a isso. Leclerc se adaptou, agora é a vez de Lewis.

Max provou do próprio veneno. Dessa vez, Hamilton também levou até as últimas consequências e pagou para ver. Melhor para o inglês. Na maior temporada da história, onde sequer chegamos a metade, ainda falta muita coisa e menos de dez pontos separam os dois.

O holandês não aceitou bem a situação, é claro. Foi uma das poucas vezes onde a imposição falhou, encontrou uma barreira, literalmente. A dor e a raiva é notável através das redes sociais. Para a Red Bull, há aí um desejo de vingança, de retaliação, e isso pode ser perigoso. Os taurinos trabalharam duro para estar numa posição de desafiante sólido, podendo virar o jogo. Um descontrole emocional, sendo justificável ou não, pode colocar todo esse trabalho por água abaixo.

O incidente de Silverstone é uma imagem e um ponto de ruptura. Se recentemente lembramos de Schumacher parado em Mônaco, Alonso atrasando a saída dos boxes na Hungria, Nelsinho Piquet batendo em Cingapura, as disputas entre Hamilton e Rosberg e a batida de Vettel em Hockenheim, também já está registrada a batida de Hamilton e Verstappen. E vem muito mais  por aí, mas o quê?

Esse ponto de ruptura, se puxar dois casos famosos, podem ser bem perigosos. A diferença entre os dias atuais e antigamente é que Hamilton e Verstappen não são da mesma equipe. Em 1982 e 1989, Ferrari e McLaren viveram uma guerra interna.

Em San Marino, em 1982, Didier Pironi passou Gilles Villeneuve, uma quebra do acordo de cavalheiros. Uma irritação que culminou numa negociação do canadense com a Williams, a raiva em superar o francês de qualquer forma que fez Gilles ir para a pista e morrer na Bélgica. Meses depois, Pironi sofreu um grave acidente que encerrou a carreira. Consequências trágicas.

Senna e Prost é mais famoso. Senna também teria desrespeitado um acordo de cavalheiros que enfureceu o francês é o resto é história, culminando nos polêmicos finais de campeonato de 1989 e 1990, onde o francês venceu na primeira e o brasileiro "deu o troco" no ano seguinte, quando Prost já estava na Ferrari.

Na F1 moderna, esperamos que isso não chegue até as consequências mais drásticas. É por isso que Hamilton falou em baixar a temperatura. O clima está quente e pesado. A Red Bull, agora, quer além do título, uma vingança. Pela personalidade de Max, podemos esperar muita coisa com ansiedade nos próximos meses. Imagina como vai estar Zandvoort, em setembro, no retorno da Holanda ao circo... é o que vem por aí.

Até!

segunda-feira, 28 de junho de 2021

DANDO ASAS

 

Foto: Red Bull Content Pool

Quatro vitórias seguidas com muita autoridade. Parece uma volta no tempo quando o final da dinastia Vettel/Red Bull emendou nove vitórias em 2013, mas estamos em 2021. No último ano do regulamento, era de se esperar um foco total de todas as equipes para o projeto de 2022 o que, obviamente, culminaria em mais um ano de supremacia da Mercedes. Não é o que estamos vendo.

Além do assoalho e de um motor Honda cada vez mais potente e de saída da categoria, o que pode explicar a ascensão da Red Bull é que, agora, a equipe tem dois pilotos, apesar de Pérez ainda não estar totalmente estável. Estando com frequência entre os primeiros e incomodando Hamilton, isso força os alemães ao erro, e o resultado nós estamos vendo aí.

2021 é uma temporada atípica. É o último do velho regulamento e também a mais longa da história. Oito provas em três meses. Restam 15 para ser disputadas em quase seis. Muita coisa ainda vai acontecer e viradas podem estar vindo. No entanto, a Red Bull aparenta estar um carro muito mais equilibrado e mais adaptável as circunstâncias do que em relação ao rival.

Max Verstappen está cada vez mais maduro e pronto para assumir a responsabilidade de que, agora, não corre mais sem a pretensão, e sim precisa entregar resultados e desempenhos regulares de um postulante ao título. Não é preciso ser sempre genial e propenso a riscos, mas um pouco de ritmo e pragmatismo é o que separa os campeões de pilotos apenas velozes.

Tudo isso com Sérgio Pérez fazendo o papel de fiel escudeiro, roubando pontos de Hamilton e da Mercedes. A vantagem da Red Bull está ali, nos pilotos e nos construtores.

Ainda é cedo para falar em virada, até porque ninguém sabe o que será do ano que vem, nem ao menos uma passagem de bastão. No entanto, o que parece, até o momento, é que o leão velho pode estar, lentamente, perdendo a batalha para o leão mais jovem e faminto. Questão de território. A Red Bull está dando asas e o touro está voando alto até aqui.

Até!

quinta-feira, 6 de maio de 2021

GP DA ESPANHA: Programação

 O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:18.183 (Mercedes, 2020)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:15.406 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 69 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 61 pontos

3 - Lando Norris (McLaren) - 37 pontos

4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 32 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 28 pontos

6 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 22 pontos

7 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 16 pontos

8 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 14 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 8 pontos

10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 7 pontos

11- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos

12- Fernando Alonso (Alpine) - 5 pontos

13- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 101 pontos

2 - Red Bull Honda - 83 pontos

3 - McLaren Mercedes - 53 pontos

4 - Ferrari - 42 pontos

5 - Alpine Renault - 13 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 9 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos


NOVOS RUMOS

Foto: Getty Images

Depois de subir, ser rebaixado e dar a volta por cima na Red Bull e Toro Rosso/Alpha Tauri, Pierre Gasly está pronto para novos desafios, caso não tenha novas oportunidades na equipe de cima.

Em algumas oportunidades, o francês deixou pública, inclusive em um texto no The Players Tribune, que ficou muito descontente com o tratamento recebido quando esteve na equipe, na primeira metade de 2019. Helmut Marko, o chefão, também joga algumas provocações para o francês sempre que pode, dando a entender que Gasly não deve ter uma segunda chance pelos taurinos.

Pessoalmente, meu objetivo máximo é competir no topo da Fórmula 1. Graças à Red Bull eu estou na F1 e sou muito agradecido, de verdade.

Por enquanto, tenho um contrato com eles e, se estiverem dispostos a trabalhar comigo, ficarei feliz. Senão, há outras opções”, disse para a revista Speedweek.

Faz sentido. Gasly atingiu o teto onde é líder de uma equipe B, sem muitas pretensões. No ano passado, mostrou potencial para ser algo mais. Um lugar que parece óbvio e que poderia encaixar é na Alpine. Ser francês conta muito e Ocon ainda não tem garantias de continuidade. 

Sempre bom lembrar que foi exatamente esse o caminho que Carlos Sainz fez quando deixou a Red Bull e agora está na Ferrari. Por quê não a história não possa se repetir com Gasly?

BATE E VOLTA

Foto: Getty Images

A questão dos motores da Red Bull a partir de 2022 ou 2025 é alvo de especulação constante, incluindo outras equipes. 

Durante a transmissão dos treinos livres do GP de Portugal, Toto Wolff deu a entender que a Red Bull pode fazer uma parceria com o Grupo Volkswagen, mais especificamente a Porsche para batizar os motores taurinos.

De um lado, eles estão interessados em construir o próprio motor, mas não é segredo que o Grupo Volkswagen, com suas duas marcas [Porsche e Audi] estão olhando para a F1 e estão participando das discussões. Então, a Red Bull pode a qualquer momento decidir se quer manter a sua unidade de potência ou ir com os alemães”, disse Toto.

Christian Horner não gostou nada da declaração:

 “Toto sempre gosta de pensar que sabe de tudo o que acontece no negócio dos outros. Ele precisa cuidar da vida dele. Vamos construir um departamento fantástico e temos pessoas talentosas chegando. Será integrado ao departamento de chassis. Seremos os únicos além da Ferrari a ter isso. Como vai ser chamado o motor é assunto para outra hora, mas por agora, é um motor Red Bull”, disse.

Esse é outro assunto bem chato que só vai ter definição muito lá no futuro, ou talvez a definição seja um próprio motor Red Bull. Próximo.

TRANSMISSÃO:
Treino Livre 1 (07/05) - 6h30 (Band Sports)
Treino Livre 2 (07/05) - 10h (Band Sports)
Treino Livre 3 (08/05) - 7h (Band Sports)
Classificação (08/05) - 10h (Band e Band Sports)
Corrida (09/05) - 10h (Band)








quinta-feira, 29 de outubro de 2020

PASSO PARA O LADO


Foto: Getty Images

 Está confirmado que Pierre Gasly continua mais uma temporada na Alpha Tauri. Vencer uma corrida pela equipe satélite, algo que somente Vettel fez lá em 2008, não será o suficiente para que o francês retorne para a equipe principal. 

Esse é um recado claro de Christian Horner e Helmut Marko. Se nessas circunstâncias Gasly não pode voltar, então certamente ele nunca mais vai guiar a Red Bull. O aviso ficou evidente: é melhor para o francês seguir o seu caminho em outros lugares. Igual um certo Sainz Jr fez quando percebeu que jamais iria para a Red Bull em detrimento de Verstappen.

Enquanto Marko e o chefão Franz Tost não param de encher Tsunoda de elogios, é óbvio que o japonês será o companheiro de equipe de Gasly na Alpha Tauri. O anúncio oficial será apenas no final do ano, quando Tsunoda confirmar o terceiro lugar na F2 e atingir os pontos necessários na Super Licença. 

Como me parece improvável que a Red Bull tenha brecado Gasly para permanecer com Albon, também é claro que o tailandês nascido e criado na Inglaterra vai dançar e ser demitido. Hulkenberg e Pérez brigam pela vaga de segundão de Verstappen o que, convenhamos, é um prêmio merecido para a carreira que ambos construíram.

Pierre Gasly dá um passo para o lado. Perde uma chance na Red Bull e continua estagnado e talvez sem motivação na Alpha Tauri pensando mais adiante, especificamente na Renault a partir de 2022. Tal qual Sainz, são boas as chances de ser negociado para lá: Ocon não convence, não é piloto da Renault, Gasly também é francês... Talvez os frutos sejam colhidos mais lá na frente, maduros e bonitos.

Até!

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

À DERIVA

 

Foto: Getty Images

A F1 amanheceu com a notícia de que a Honda irá se retirar da categoria no final de 2021. O motivo? A nova diretriz da empresa japonesa, que é de iniciar tratativas que contemplem novas formas de mobilidade urbana. Ou seja: algo mais barato e mais sustentável para o planeta.

Dessa forma, Red Bull e Alpha Tauri precisam, desde já, de novos motores para a temporada 2022, onde dizem que tudo irá mudar. Agora, a F1 só tem três fornecedores: Mercedes, Ferrari e Renault. Isso é ridículo e sintetiza como essa categoria virou uma DTM com grife.

Pelo regulamento, o fornecedor com menos equipes deve equipar quem estiver sem nada. No caso, seria a Renault, mas como vocês sabem, o divórcio foi horrível e parece improvável um novo relacionamento. Mercedes e Ferrari certamente não tem interesse em fazer parceria com um adversário direto.

Bom, isso poderia implicar em uma saída dupla das equipes, mas já é algo negado: ambas assinaram o novo Pacto de Concórdia até 2025. Sendo assim, a pergunta? Quem vai fornecer motor para as duas equipes da Red Bull?

Os japoneses são inconfiáveis e orgulhosos. Me parece que desde o início eles perceberam a furada que era investir no tal motor híbrido. Além de anos de desvantagem em relação aos outros fornecedores, o trabalho foi muito mal feito no vexame com a McLaren. É muito dinheiro gasto para quase nada, como toda a F1 é atualmente assim. Houve a melhora e agora a Honda consegue ser mais competitiva, conseguindo vencer várias vezes com Verstappen e pódios históricos com a Alpha Tauri, incluindo a recente façanha de Pierre Gasly.

Sem motor e um projeto a médio-prazo, quem já deve ter dado alguns telefonemas de preocupação é Max Verstappen. Vendo a Red Bull à deriva, deve ficar uma pulga atrás da orelha para negociar com a Mercedes, que ainda não renovou com Hamilton e também ameaça sair da categoria.

A Renault vai virar Alpine, o que prova que no curto-prazo as chances de também desertar são grandes, o que é tradição para a montadora francesa. Pilotos pagantes, de academia, sem competitividade, gastos cada vez mais exorbitantes, sem montadoras ou qualquer coisa que atraía algum foresteiro, a grande verdade é que a F1 está à deriva. E merece tudo isso. Se mais alguém pular da barca, talvez seja o empurrão necessário para acabar com essas palhaçadas de motor híbrido e gastos exorbitantes e sem sentido.

Ou isso significa um renascimento ou é mais um golpe para a morte do automobilismo.

Até!

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A QUESTÃO RED BULL: Parte 3

 

Foto: Alpha Tauri

O que estava ficando evidente definitivamente ficou óbvio ontem, com a histórica vitória de Pierre Gasly no Grande Prêmio da Itália. A premissa é simples: o segundo carro da Red Bull é uma bomba, independente de quem pilote e, com essa política de priorizar um talento e queimar todo o resto, isso é um desperdício de tempo e dinheiro da equipe dos energéticos.

Um ano atrás, todos nós descemos a lenha no pífio desempenho do francês na primeira metade da temporada. E com razão. Albon, quando subiu, mostrava bons desempenhos e resultados. As coisas começaram a virar no final do ano, quando o francês, mostrando-se sólido mesmo após a pancada, não virou um novo Kvyat e se recompôs, reconstruindo o caminho que culminou com o dia de ontem.

Agora, em 2020, Gasly recebe merecidamente muito mais louros por conseguir dois pódios com um carro médio. Mesmo que tenham sido em corridas caóticas, não é fácil. Albon, por outro lado, terminou atrás de uma Williams e sequer foi ao pódio ainda com os taurinos. Apesar de prestigiado, ontem pode ter sido um duro golpe. Agora, o francês está por cima e o tailandês nascido e criado na Inglaterra é que pode estar vivendo um momento difícil, sobretudo psicologicamente.

Albon e Gasly, nessa ocasião, que o problema não são os dois pilotos, e sim como a Red Bull lida com o outro carro que não seja de Verstappen: é uma verdadeira bomba, tal qual a Benetton na época de Schumacher e a Renault no período de Fernando Alonso. Ninguém que chegar lá vai se conseguir se adaptar a um carro que é feito para Max Verstappen. Ficar na frente? Sem chance. Com isso, o que poderia ser um sonho, torna-se um pesadelo: por pouco Gasly não teve sua carreira implodida com apenas 23 anos. Albon pode ter estar nesse mesmo caminho e tantos outros da Red Bull ficaram para trás: Buemi, Alguersuari, Félix da Costa, Kvyat...

Agora, todo mundo quer novamente a troca de Gasly e Albon em suas equipes satélites. Apesar dos resultados serem muito mais consistentes e compreensíveis, o cenário diferente do calendário em meio a pandemia me fazem acreditar que a Red Bull não vai mudar as posições até o final da temporada. Não há tempo hábil para que a troca seja minimamente aproveitosa.

Sobre isso, Pierre Gasly precisa, junto do seu staff, entender que a Red Bull precisa começar a ser algo do passado, assim como Carlos Sainz percebeu que, do contrário, seria um capacho de Max e seria queimado. A primeira chance na Red Bull não deu certo. Nada me convence que mesmo com outro status as coisas sejam diferentes. Gasly não precisa mais da Red Bull e poderia, no médio/longo-prazo, pensar em alternativas a partir de 2022. Por exemplo, a Renault/Alpine não tem nenhum piloto de academia na equipe e Gasly é compatriota de Ocon...

É algo para se pensar. Depois de ontem, é possível pensar que Gasly também possa ter iniciado um processo de emancipação e independência da Red Bull. Deveria, ao menos.

Até!

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A QUESTÃO RED BULL: Parte 2

Foto: Getty Images

 Retomo a questão de duas semanas atrás porque ela vale a discussão, principalmente depois do acontecido de ontem. Sim, é verdade que o tailandês nascido e criado na Inglaterra não se ajuda, mas a Red Bull nem esconde que ele ou qualquer outro jovem que está na matriz serve apenas para engordar o cartel de Max e se queimar no médio/longo-prazo.

Usaram Albon de cobaia para Max. Anteciparam a parada e colocaram os pneus duros. Depois de algumas voltas, onde ficou evidente que aquilo não daria nada, é que pararam o holandês enquanto este esbravejava diante dos pneus se esfarelando. Claro que Max é a prioridade, mas Albon teve sua corrida terminada ali praticamente, chegando apenas em oitavo.

Sem contar a diferença de performance. Parece que são 3 Alpha Tauri e uma Red Bull. Se pudesse, os taurinos só colocariam Max na equipe principal. Tirando ele, Ricciardo e Vettel, todo mundo que ali chegou foi tostado sem dó nem piedade. A questão aqui é simples: Gasly parece andar melhor na Alpha Tauri do que na Red Bull. Não parece no mínimo estranho? Ele, Kvyat, Albon... que Max é melhor ninguém duvida, mas será que os três são realmente "idiotas" perto do holandês, como disse George Russell?

Não há ninguém na academia de pilotos que possa superar o trabalho desses três no momento, então o que fazer: demitir todo mundo e cada um brincar de segundo piloto da Red Bull a cada seis meses? Não seria melhor acabar com a Alpha Tauri, que só serve pra isso, e contratar um segundo piloto experiente que faça justamente isso que Albon faz mas de um jeito melhor, tipo um Pérez ou um Hulkenberg?

É simplesmente constrangedor e irritante ver carros razoáveis sendo desperdiçados por decisões políticas nefastas. Max não precisa disso e a própria Red Bull perde tempo e dinheiro com esse messianismo puro.

Até!

terça-feira, 17 de março de 2020

O FUTURO

Foto: Divulgação/Toyota Racing Series
Em tempos de quarentena, uma boa notícia: ontem o brasileiro Igor Fraga, de 21 anos, foi anunciado como mais um piloto da academia da Red Bull, assim como Sérgio Sette Câmara. Igor vai correr a F3 pela equipe Charouz.

Filho de brasileiros e nascido no Japão, Igor conquistou no início do ano o Toyota Racing Series, tradicional evento de início de temporada que acontece na Nova Zelândia com jovens promissores. O brasileiro tem uma trajetória peculiar no automobilismo: sem dinheiro para competir, acabou migrando para o e-sports, onde acabou se destacando muito. Em 2017, venceu a Fórmula 3 brasileira e participou do mundial de e-sports. Em 2018, foi campeão da Copa das Nações de Gran Turismo da FIA e, com o patrocínio do game, voltou para as competições reais.

A conquista do início do ano o credenciou de vez para ocupar um cargo importante na exigente e cobiçada academia dos taurinos. Por questão de hierarquia e experiência, ainda precisa mostrar desempenho na F3 e na F2. A notícia importante é que, mesmo sem patrocínio monetário e já relativamente "velho" para uma promessa (21 anos), Igor vem despontando e tem tudo para continuar provando seu valor.

A contratação do brasileiro mostra que, num futuro não muito distante, o Brasil em breve pode voltar a ter vários pilotos como titulares. Além de Sette Câmara, a Ferrari tem Gianluca Petecof e Enzo Fittipaldi, a Renault tem Caio Collet e a Haas tem Pietro Fittipaldi como piloto reserva, sem contar com Pedro Piquet e Felipe Drugovich que irão estrear na F2 essa temporada.

Só nos resta torcer para essa safra de talentos atingir seus objetivos e, quem sabe, subir para a Fórmula 1.

Até!

terça-feira, 10 de março de 2020

UM PASSO ADIANTE?

Foto: Reprodução/Veja
Sérgio Sette Câmara teve uma semana movimentada. Foi para Marrakech fazer o teste dos jovens pilotos da Fórmula E. Ficou em segundo e fechou com a Dragon para piloto de testes. Um prenúncio de algo estaria errado. Trocar a F2 para ser reserva da Fórmula E?

Na sequência, o brasileiro anunciou que não fazia mais parte da McLaren, onde ele foi piloto reserva no ano passado. Parecia lógico. Se vai para a Fórmula E, não há mais sentido em ficar no time de Woking. Até aí tudo bem. Estaria o filho do presidente do Galo desistindo do sonho da Fórmula 1 e experimentando outras categorias? Chegou até a sondar a Indy...

Na segunda-feira, um anúncio surpreendente. Sérgio está de volta a academia da Red Bull, onde ficou em 2016 e foi dispensado depois de uma F3 Europeia não muito boa. A exemplo de Alexander Albon, que também foi e voltou, além do próprio Daniil Kvyat.

Sette Câmara é o piloto reserva da Red Bull e Alpha Tauri. Vai utilizar o simulador das duas fábricas (Milton Keynes e Faenza) e também vai estar presente nos circuitos caso seja necessário substituir alguns dos pilotos em algum caso excepcional. O outro reserva é Sebastien Buemi, mas convenhamos, é apenas protocolar, pois está envolvido com a Fórmula E.

Essa substituição pode ser a qualquer momento, afinal Helmut Marko não costuma ter paciência com seus pimpolhos. No entanto, por enquanto isso parece improvável, pois Kvyat e Gasly conseguiram pódio com a finada Toro Rosso. É bom não vacilar. Agora o brasileiro está ali, com os pontos necessários para a SuperLicença, pronto para o que der e vier.

Sérgio explicou que a F2 tornou-se desinteressante para ele depois de três temporadas seguidas correndo nos mesmos lugares e, com a Super Licença, não faria sentido. Seria melhor testar novas coisas. Bem, não deixa de ser exótico ser piloto reserva de uma equipe de Fórmula 1 e da Fórmula E. É aquilo: ao menos há mais de uma porta para ele poder entrar...

Diante disso tudo, Sérgio Sette Câmara está dando um passo adiante no sonho da F1 ao virar piloto reserva da Red Bull/Alpha Tauri ou o fato de não estar em competição e ter a credencial do título da F2, por exemplo, pode fazer com que ele fique de fora da vitrine? O que vai pesar mais?

Agora a F1 tem dois brasileiros na reserva (Pietro Fittipaldi na Haas) e três na F2: Pedro Piquet, Felipe Drugovich e Guilherme Samaia. Que um dia voltemos a ter brasileiros no grid.

Até!

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

VESTIBULAR (A PRÓXIMA VÍTIMA?)

Foto: Getty Images
O matadouro da Red Bull/Toro Rosso voltou a funcionar. Para a surpresa de ninguém, foi feito o esperado: Pierre Gasly foi rebaixado para a satélite Toro Rosso depois de apenas 63 pontos em 12 corridas, desempenhos pífios e constrangedores, chegando até a levar uma volta de Max Verstappen, no auge da carreira. Inadmissível, sendo que os dois possuem (teoricamente) o mesmo equipamento.

Para o seu lugar, o outro novato: Alexander Albon, o tailandês nascido e criado em Londres, estreando na temporada. É uma ascensão meteórica, como você pode ler no post que fiz em dezembro de 2018 clicando AQUI. No início do ano passado, ele não tinha dinheiro para competir na F2. No fim do ano, estava acertado para correr com a Nissan na Fórmula E, até que o efeito Ricciardo mudou tudo e o fez retornar para a Red Bull, onde já foi demitido do programa de pilotos no longínquo 2014, quando era um guri.

No comunicado da Red Bull, a ideia é comparar os desempenhos de Albon e o que Gasly fez neste ano para definir o parceiro. Claramente é uma equipe perdida e que busca alguém que possa ajudar Verstappen nos construtores, mas como ajudá-lo se é proibido andar próximo dele?

"O efeito Ricciardo" cria um novo problema nos taurinos desde quando Vettel deixou a equipe. Gasly tinha a credencial de ser campeão da GP2. Albon ano passado foi o vice. São pilotos com muito talento, mas ainda muito jovens e inexperientes, o que é normal. Ninguém vai ser um prodígio igual Verstappen e não há nada de errado nisso.

Incinerar Gasly, embora seu desempenho seja indefensável, para colocar outro jovem é uma faca de dois gumes. É a chance da vida do jovem inglês-tailandês, de indas e vindas na própria Red Bull. No entanto, e se ele não estiver pronto para este nível de competição? Não há pré-temporada e nem simulador para prepará-lo. A F1 está de férias. Se era para substituir o francês, por que colocar de volta Kvyat, que já viveu todas essas emoções? O russo está mais maduro, recuperado dos traumas e sem nada a perder. Ser rebaixado de novo, qual o problema?

A Red Bull cria um "vestibular" para saber quem será o parceiro de Max Verstappen. Gasly não serviu e Helmut Marko e Christian Horner estão praticamente dizendo que ele não serve para uma equipe grande, tal qual Kvyat. Qual vai ser a motivação do francês, desmoralizado técnica e emocionalmente? Grandes as chances de virar o russo 2.0. Aliás, os dois rebaixados agora serão parceiros de equipe, e o próprio Gasly o substituiu em 2017, no que parecia o fim dele na F1. Certamente Kvyat tem conselhos para dar.

Albon é um piloto com muita qualidade e potencial. Mostrou isso na F2 e estava mostrando na Toro Rosso. No entanto, o nível de competição que irá enfrentar e sem qualquer preparação pode transformar esse sonho em um pesadelo, e os exemplos estão na agora vizinha Toro Rosso, sem contar Buemi, Vergne, Alguersuari... Gasly não serviu. E se Albon não servir e for a próxima vítima, o que farão Christian Horner e Helmut Marko, que dão a luz e ceifam carreiras na mesma proporção e velocidade?

Até!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

SEM SORRISOS

Foto: Sky Sports

3 de agosto de 2018. Surpreendendo o mundo, a Renault anuncia a contratação de Daniel Ricciardo por 2 anos.  O anúncio foi feito dias depois do GP da Hungria, quando a F1 parou nas férias do verão europeu.  Na ocasião, o australiano tinha duas vitórias na temporada: na China, quando caiu do céu e em Mônaco, quando reverteu uma injustiça histórica de dois anos atrás, mesmo com o carro repleto de problemas. Max Verstappen tinha vencido somente na Áustria.

Ricciardo já tinha 4 abandonos na temporada, enquanto Verstappen teve três. Na classificação: 118 a 105 para o australiano, que sempre esteve a frente desde que os dois viraram parceiros de Red Bull.

Coincidência ou não, algo mudou depois das férias, e isso está evidenciado nos números: em sete corridas, Max pontuou em todas, sem problemas. Ricciardo abandonou em quatro, sendo metade logo no início da prova. Ou seja, nem deu para o cheiro. Em dado momento do ano passado era Max quem sofria com os problemas dos taurinos. Nesse ano, parece que a gangorra pendeu para o ex-sorridente, ainda mais de forma tão assustadora coincidentemente após o anúncio de mudança de equipe.

Desde então, Max somou 111 pontos e a vitória no domingo, no México, foi a cereja do bolo. Ricciardo teve dois sextos lugares e um quarto lugar, no Japão, como melhor resultado. Assustadores 28 pontos em 7 corridas. Média de quatro pontos, como se o australiano chegasse em oitavo em todas elas. No total, incríveis 70 pontos de vantagem de Max na tabela.

Por isso a irritação e frustração de Ricciardo. Não é acusação, mas simplesmente o australiano está sendo impedido de correr. Por quê tantos erros? Desleixo por já estar de saída ou pura e simplesmente azar? A Red Bull não pode tratar alguém com o talento do australiano e que tanto contribuiu nesses anos de dificuldade de forma tão desrespeitosa. Ricciardo não participa mais das reuniões da equipe, que já pensa no ano que vem, e tampouco será liberado para testar pela Renault no fim do ano, nos testes coletivos de Abu Dhabi. O australiano cogita não correr mais nesse carro amaldiçoado.

Talvez tirar umas férias e sair desse clima pesado e de urucubaca seja uma solução bem passional. Resta para Ricciardo mais duas oportunidades de despedida digna do grupo que o formou como homem e piloto. Se tentarem lhe ajudar a construir algo positivo, ótimo; do contrário, paciência. Pior do que tá não fica e a Renault é logo ali, só não sei se isso é uma coisa boa.

Até!

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O VILÃO DA VEZ

Foto: Autoracing
Sempre que a F1 tem uma dinastia, alvos são escolhidos para serem derrubados. No início do século, era todos contra a Ferrari, capitaneada por Michael Schumacher, Ross Brawn e Jean Todt. Os dois últimos hoje ocupam a alta cúpula da FIA, um sendo o diretor esportivo e o outro presidente, respectivamente.

Na era Red Bull, Christian Horner e Sebastian Vettel foram os alvos mas não da mesma forma feroz que a caçada anterior. Apesar de Webber ser segundão, não havia ordens explícitas de equipe, até porque Vettel sempre foi muito mais rápido que o australiano, que nem mesmo no "multi 21" foi capaz de manter a posição na Malásia, em 2013. Horner não virou vidraça porque não cometeu nenhuma atitude antidesportista. Também, não teria como. Afinal, Webber e Vettel eram inimigos declarados.

A era atual, da Mercedes, não tinha ordens de equipe devido a explosiva relação entre Hamilton e Rosberg, por mais que no início o alemão fosse uma espécie de piloto 1B que se rebelou a ponto de ser campeão mundial. Diante de tal desgaste, a solução para substituir a repentina aposentadoria de Nico foi um velho conhecido de Toto, desde os tempos em que tinha % das ações da Williams: Valtteri Bottas.

Estava clara a estratégia. Hamilton o cara do título, Bottas o cara dos pontos e de eventuais vitórias. Não dá para arriscar com o crescimento da Ferrari de Vettel. O discurso esportivo cai por terra e entra a hipocrisia e o negócio. Hoje, Toto Wolff é o vilão da vez. Por mais que seu argumento de que não pode dar sopa pro azar em relação ao campeonato faça sentido, a Mercedes tem simplesmente 40 pontos de vantagem no campeonato, e outra: ano passado, em um momento bem mais equilibrado na disputa, Hamilton devolveu a posição para Bottas e ficou atrás do finlandês, em uma atitude que foi elogiada por todo mundo. Hoje, todos vão lembrar da jogada Hamilton-Bottas, mesmo que o finlandês seja recompensado por vitórias no fim do campeonato quando Hamilton for penta.

F1 é um negócio muito caro. Bilhões em pontos, qualquer detalhe faz a diferença. Nesse ponto de vista, Toto tem contas a prestar para os chefes alemães, que mesmo com o sucesso da equipe nos últimos quatro anos, tem bastante conta para pagar. Eles não se importam com o lado esportivo e "social" da questão. O que vale é o lucro com o título de pilotos e construtores garantido. Por mais que a vaia, as críticas e o ódio sejam dominantes no momento depois de um grande erro da Mercedes (admitido inclusive pela própria equipe), o que vale e sempre vai valer é o negócio. O problema é que grande parte desse negócio é articulado pela paixão dos fãs e o engajamento nos eventos e agora nas redes sociais.

Não é só isso. Toto Wolff, como chefe da principal equipe do momento, tenta colocar seus tentáculos em outros lugares, mas o efeito está sendo o contrário. Esteban Ocon tem boas chances de ficar de fora da próxima temporada pelo vínculo com a Mercedes. Pascal Wehrlein teve que romper com os alemães para ter chances de voltar para a F1, sendo o favorito para ser contratado pela Toro Rosso. George Russell deve assinar com a Williams. Por mais que dê certo, esse vínculo com Wolff/Mercedes fecha mais do que abre portas na F1 por uma questão de lógica, assim como nos casos de Red Bull e Ferrari.

Toto Wolff é o vilão da vez. Ele ocupa a posição que todos sonham: o chefe da principal equipe do momento. Todas suas decisões são amplamente analisadas, de dentro e de fora. Se os negócios estão bem, a imagem perante os fãs está bem chamuscada, mais do que o normal, que seria por estar no topo, com todo mundo na espreita querendo derrubá-lo. Os valores e louros do negócio valem mais que o respeito dos consumidores?

Toto Wolff é o alvo, assim como foi a Ferrari. Agora, não só esportivamente, mas também como instituição. A Mercedes fez aquilo que sempre criticou, e pelo motivo errado. Mas não se iludam. Quando a próxima equipe tiver um domínio tão amplo a ponto de escancarar um jogo de equipe ridículo igual o que vimos ontem, estaremos apontando o dedo.

Até!

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

GP DA RÚSSIA - PROGRAMAÇÃO

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:36.844 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:33.194 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 2x (2014 e 2015)


HORNER: MÉXICO É A ÚNICA CHANCE DE VITÓRIA ATÉ O FIM DO ANO

Foto: BT Sport

Com o final nada amigável da parceria entre Red Bull e Renault se aproximando, não resta muitas pretensões e expectativas de grandes resultados nessa temporada. A exceção, segundo o diretor Christian Horner, é a corrida do México, em novembro. Lá, no ano passado, Max Verstappen venceu sem maiores dificuldades.

“Sendo realista, acho que o México é provavelmente a única chance que ainda temos em circunstâncias normais”, disse Horner. “Tomara que consigamos mais alguns pódios antes do fim do ano”, seguiu.

Chefão da Mercedes, Toto Wolff concordou com o rival. “É bom tê-los na mistura, é bom para os fãs e para as corridas. Nós gostamos”, comentou. A corrida do México é a próxima onde, no papel, eles devem ser realmente rápidos, mas quem sabe o que vai acontecer em Sóchi e em Suzuka”, completou.

É o que resta para a Red Bull. Foram três vitórias no ano, o que não é ruim para quem está tão atrás de Mercedes e Ferrari, mas só em uma a equipe dominou (Mônaco), as outras foram circunstanciais (China e Áustria). Com um Ricciardo aguardando a ida para Renault e a Red Bull preocupada com o início da relação com a Honda e a chegada do Gasly, talvez uma vitória para a saideira seja um final menos conturbado para esse dueto tão vencedor quanto polêmico

LIBERTY QUER COLOCAR Q4 NOS TREINOS EM 2019

Foto: EFP
Depois do fracassado "mata-mata" nos qualyfings do início de 2016, no final da Era Bernie Ecclestone, a F1 retornou para a fórmula tradicional, existente desde 2006. No entanto, agora a Liberty quer tentar fazer a própria mudança. De acordo com a "Auto Motor und Sport", a ideia é criar uma quarta parte no qualyfing, o Q4, que teria apenas oito carros no final. O objetivo é aumentar a emoção nos sábados. Pra isso acontecer, teriam que acontecer algumas mudanças. 

O Q1 teria quatro ao invés de cinco eliminações, mas nada está certo, inclusive a duração de cada qualyfing. É importante frisar que historicamente o treino antigamente tinha duas horas, passando para uma.

Ross Brawn, diretor esportivo da categoria, diz que o treino tem potencial de embolar os carros para a corrida, tornando o domingo mais atrativo e emocionante para todos.Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

No entanto, a questão não é simples. A mudança precisaria ser aprovada pelas equipes, habituadas há décadas com esse sistema. Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

Liberty, não inventa: isso não vai dar certo. Treino sempre foi para ver qual é o carro mais veloz na pista. Com exceções da chuva ou mudança de clima é que as coisas se embaralham. Isso é exceção e não pode ser regra. O único sistema que eu gostava era o de 2003, com volta única lançada em ordem. Essa sim poderia dar certo.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 281 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 241 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 174 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 171 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 148 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 126 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 45 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 15 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 452 pontos
2 - Ferrari - 415 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 274 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 32 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 21 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:







quinta-feira, 5 de outubro de 2017

GP DO JAPÃO - Programação

O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:31.540 (McLaren, 2005)
Pole Position: Felipe Massa - 1:29.599 (Ferrari, 2006)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)

FALHAS DA FERRARI IRRITAM MARCHIONNE

Foto: Getty Images
O fato de a equipe ter desperdiçado duas vitórias quase certas em Cingapura e na Malásia irritou o chefão Sergio Manchionne.

- Nossos dois carros poderiam ter vencido a corrida de ontem. Isso é um fato. Poderia ter sido o mesmo em Cingapura, isso é outro fato. Outro fato é que nós tivemos problemas com os nossos motores porque temos um time novo cuidando dessa área, mas também por termos algumas peças que não estão no nível certo para um carro de corrida - comentou para o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport".
O mandatário também disse que irá tomar providências nos setores responsáveis pela unidade de potência do SF70H.

- Estamos mexendo agora na parte de produção, mas também promovendo algumas mudanças na nossa organização. Ter esse problema na corrida nos deixou bem bravos. Não é um problema tão grande quando um defeito desses acontece na fábrica, durante os testes, mas é muito feio quando você está no segundo lugar do grid e simplesmente não consegue largar - finalizou.

O presidente da Ferrari costuma fazer várias alterações durante o ano. Ele cobra bastante, assim como a caótica imprensa italiana, que deseja a cabeça de Maurizio Arrivabene em uma bandeja desde o ano passado. Uma questão interessante: o fato de a Ferrari ter a necessidade de ser a pole, andar na frente e vencer não fez com que a equipe desse tudo de si e ficasse propensa a falhas como essa?


O que parece claro, no entanto, é que o conjunto da Ferrari é mais frágil que o da Mercedes, e essas falhas estão causando uma desvantagem enorme no Mundial de pilotos. Para que Vettel conquiste o penta, isso deverá ser equacionado com urgência. Ah, e ter um pouco mais de sorte também, por que não?

HORNER COMPARA VERSTAPPEN A VETTEL

Foto: Getty Images
O chefão da Red Bull, que trabalha com um e já trabalhou com outro, pontuou similaridades entre os dois como piloto, apesar de suas personalidade serem bastante distintas.

Ao Motorsport, Horner afirmou que “Sebastian era muito forte sob grande pressão, e Max também tem essa habilidade. Ele estava muito tranquilo liderando a corrida. Ele era o cara mais tranquilo de todos.”

O dirigente complementou dizendo que “é possível ver que, sob pressão, ele realmente entrega em um nível altíssimo, e suas performances neste ano, especialmente aos sábados, têm sido muito impressionantes.”

No final, Horner também se disse satisfeito com Daniel Ricciardo e afirmou que a Red Bull está muito bem servida de pilotos.

Palavra de quem entende. No início da carreira, Vettel também colecionou alguns incidentes e isso quase lhe custou o título de 2010, por exemplo. Por ser jovem, é normal Verstappen ainda apresentar um comportamento errático. Todavia, o talento dos dois estão ali. Talvez por isso Vettel respeite demais o holandês. O enxerga como uma ameaça para o futuro, quando a Red Bull for capaz de brigar pelo título.


A diferença, é claro, é que Vettel já está estabelecido e não precisa provar mais nada. Verstappen ainda tem uma nuvem de desconfiança que paira sobre sua cabeça e precisará lidar com isso nos próximos anos até que conquiste seus títulos mundiais. Cada um no seu estilo, ambos são pilotos espetaculares e extremamente competitivos. Rivalidade para o futuro?

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 281 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 247 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 222 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 177 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 138 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 76 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 57 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 48 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 33 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 32 pontos
13- Romain Grosjean (Haas)-  26 pontos
14- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 13 pontos
15- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
16- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
17- Jolyon Palmer (Renault) - 8 pontos
18- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
19- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 503 pontos
2 - Ferrari - 385 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 270 pontos
4 - Force India Mercedes - 133 pontos
5 - Williams Mercedes - 65 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 52 pontos
7 - Renault - 42 pontos
8 - Haas Ferrari - 37 pontos
9 - McLaren Honda - 23 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:



terça-feira, 12 de setembro de 2017

QUEBRA-CABEÇA

Foto: AS
Depois de ter viajado e me bronzeado durante o feriado, pensei em colocar "Independência ou morte" como título do texto, mas como isso já faz quase uma semana acabei optando pelo título acima. Enfim, só registrei porque não é todo dia que me vem a cabeça dois títulos bacanas e infelizmente tive que deixar um de lado.

Bom, vamos ao que importa.

Sainz-Renault-McLaren-Alonso-Honda-Toro Rosso. Essa é a ligação. Informações da imprensa europeia. Só falta o famigerado "anúncio oficial". Vamos por partes:

McLaren e Honda irão encerrar a vexatória parceria depois de três anos. Os japoneses depositavam 90 milhões de euros na equipe, sendo 32 deles destinados para pagar Alonso. A Fênix exigia a saída dos nipônicos para continuar na equipe e seu pedido foi aceito. Evidentemente que seu salário será reduzido, diante da saída de quem lhe pagava tal quantia. A McLaren tenta um patrocinador master, ausente de Woking desde a saída da Vodafone em 2012. A ideia dos ingleses é manter essa parceria com a Renault até 2020 e a partir do ano seguinte, quando começa um novo regulamento técnico, produzir o próprio motor, uma questão que há anos já havia sido cogitada pela equipe e parece que finalmente será feito.

Retorno da parceria foi um fracasso. Foto: AS
Para que a Honda não saia da F1 e mostre para o mundo que não há espaço para que as novas fornecedoras de motor possam ser competitivas na categoria, Jean Todt e Ross Brawn tiveram que agir. Eles costuraram um acordo com Christian Horner e Helmut Marko para que os japoneses fornecessem os motores da Toro Rosso. E por que isso seria aceito? Bom, a Honda irá depositar uma boa quantia para a equipe de Faenza. Não será os mesmos números que os da McLaren mas é uma excelente medida. A negociação com a Renault foi simples: os nipônicos pagaram 15 milhões de euros para Marko e Horner para liberar Carlos Sainz da Toro Rosso e repassar aos franceses, que aceitariam fornecer motores para a McLaren e contariam com o piloto espanhol já na Malásia, daqui duas semanas, no lugar do zerado Jolyon Palmer.

Toro Rosso Honda em 2018. Foto: Motorsport
A Renault, que até o mês passado trabalhava para contar com o retorno de Robert Kubica ao volante, opta pelo espanhol, que já era desejado há alguns anos. Sem perspectivas de subir para a Red Bull no futuro próximo, essa foi a melhor decisão tanto para Sainz quanto para a Red Bull, que ganha uma boa grana com a transação. Ainda falta encaixar algumas peças.

Para a Honda sair da McLaren e fornecer motor para a Toro Rosso, uma das exigências seria a chegada do piloto japonês Nobuharu Matsushita para 2018. Ele tem 23 anos e está na F2, pilotando pela ART Grand Prix e é o sexto colocado, com duas vitórias nas etapas de domingo de Barcelona e Silverstone. Outra disputa seria travada no time satélite da Red Bull: com Sainz indo imediatamente para a Renault ainda esse ano, Pierre Gasly (campeão da GP2 ano passado) teria algumas corridas para mostrar serviço e tentar desbancar o depressivo Daniil Kvyat pela outra vaga na equipe ano que vem. Imagina Matsushita e Gasly na equipe satélite que revelou Vettel, Ricciardo e Verstappen e teve Buemi e Vergne como bons talentos subestimados?

Matsushita (E) e Gasly (C) podem ser companheiros de Toro Rosso em 2018. Foto: Motorsport


Bem, acho que está tudo devidamente e didaticamente esclarecido. Lembrando que nada disso ainda é oficial, mas bastante ventilado e dado como certo pelos principais veículos especializados da Europa. Meus pitacos?

A McLaren abre mão do protagonismo e busca nesse momento ser apenas uma mediana mas constante, que pontue com frequência e busque pódios esporádicos, algo impossível se continuasse com a Honda. O processo regrediu nesses três anos. Não é o ideal para Alonso, mas apenas o possível para que consiga completar algumas corridas sem que isso vire notícia.

A Toro Rosso não tem escolha. Com dois pilotos estabelecidos na Red Bull e sem nenhum grande talento emergente, Marko e Horner optaram pelo dinheiro da Honda e conseguiram ainda lucrar com o insatisfeito Sainz, que terá um grande chance em uma equipe de fábrica. Para Gasly e Matsushita, caso se concretize, é a chance de realizar um grande sonho que é pilotar a F1.

E, para finalizar, a Honda terá uma nova chance de se redimir, trabalhando em um ambiente de menor pressão. Precisa melhorar muito para ser minimamente competitiva. Quem sabe em 2021, com um novo regulamento técnico e a chegada de outras construtoras os japoneses não se destaquem? Difícil, mas vai que, né...

Até mais!